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Concessão é a estratégia para ampliar investimentos Ampliar a escala dos investimentos públicos e privados em infraestrutura é a estratégia que o governo Dilma vai ado- tar para resolver os gargalos existentes na produção e esco- amento no Brasil, que podem atrapalhar a continuidade do crescimento econômico do país. Foi o que disse o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Fi- gueiredo, durante sua palestra ministrada na comemoração do Dia do Engenheiro. Páginas 6 e 7 O grupo, que reúne os sócios aspirantes do Sindicato, foi considerado na 3ª Conferência Uni Américas Juventude, no Uruguai, um exemplo de organização e de formação de futuros dirigentes sindicais. Pag. 3 DIA DOS APOSENTADOS Entidades reivindicam reajuste único e reposição de perdas No Dia Nacional do Aposentado, comemorado em dia 24 de janeiro, as entidades sindicais promoveram manifestações pelo reajuste único a todos os benefícios do INSS e a recuperação das perdas salariais dos últimos anos. A votação imediata do projeto de lei que põe fim ao fator previdenciário foi outra reivindicação importante. Páginas 8 e 9 NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Retirada de direitos trabalhistas é preocupação do Senge-MG A manutenção de condições dignas de trabalho e dos direitos conquistados ao longo de muita luta e mobilização é uma das principais preocupações que o Sindicato de Engenheiros vai ter nas negociações coletivas que vai comandar em 2013. Veja nas páginas 10 e 11 como o Sindicato se prepara e as perspectivas para as negociações salariais deste ano.

O grupo, que reúne os sócios aspirantes do futuros ... · reajuste único a todos os benefícios do INSS e a recuperação das perdas salariais dos últimos anos. A votação imediata

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1 SENGE INFORMA Nº 201 - 10/FEVEREIRO/2013

Concessão é a estratégiapara ampliar investimentos

Ampliar a escala dos investimentos públicos e privados em infraestrutura é a estratégia que o governo Dilma vai ado-tar para resolver os gargalos existentes na produção e esco-amento no Brasil, que podem atrapalhar a continuidade do crescimento econômico do país. Foi o que disse o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Fi-gueiredo, durante sua palestra ministrada na comemoração do Dia do Engenheiro. Páginas 6 e 7

O grupo, que reúne os sócios aspirantes do

Sindicato, foi considerado na 3ª Conferência

Uni Américas Juventude, no Uruguai, um

exemplo de organização e de formação de

futuros dirigentes sindicais. Pag. 3

DIA DOS APOSENTADOS

Entidades reivindicam reajusteúnico e reposição de perdas

No Dia Nacional do Aposentado, comemorado em dia 24 de janeiro, as entidades sindicais promoveram manifestações pelo

reajuste único a todos os benefícios do INSS e a recuperação das perdas salariais dos últimos anos. A votação imediata do projeto de lei que põe fim ao fator previdenciário foi outra

reivindicação importante. Páginas 8 e 9

NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

Retirada de direitos trabalhistasé preocupação do Senge-MG

A manutenção de condições dignas de trabalho e dos direitos conquistados ao longo de muita luta e mobilização é uma das

principais preocupações que o Sindicato de Engenheiros vai ter nas negociações coletivas que vai comandar em 2013. Veja nas páginas 10 e 11 como o Sindicato se prepara e as perspectivas

para as negociações salariais deste ano.

2 SENGE INFORMA Nº 201 - 10/FEVEREIRO/2013

OPINIÃO

Sindicato de engenheiroS no eStado de MinaS geraiS - Rua Araguari, 658 - Barro Preto - CEP 30190-110 - Belo Horizonte-MG - Tel.: (31) 3271.7355 - Fax: (31) 3546.5151 e-mail: [email protected] - site: www.sengemg.org.br - geStÃo 2010/2013 - diretoria eXecUtiVa • Presidente: Raul Otávio da Silva Pereira; 1º Vice-Presidente: Krisdany Vinícius

Santos de Magalhães Cavalcante; 2º Vice-presidente: Nilo Sérgio Gomes; 1º Tesoureiro: Antônio Iatesta; 2ª Tesoureira: Glauci Any Gonçalves Macedo; Secretário Geral: Rubens Martins Moreira; 1º Secretário: Fátima Regina Rêlo Costa diretoriaS dePartaMen-taiS: Diretor de Aposentados: Wanderley Acosta Rodrigues; Diretor de Ciência e Tecnologia: Anderson Silva de Aguilar; Diretor de Assuntos Comunitários: Anderson Luiz de Figueiredo; Diretor de Imprensa: Tércio de Sales Morais; Diretor Administrativo: Cláudio Neto Fonseca; Diretora de Assuntos Jurídicos: Gabriele Rodrigues Cabral; Diretor Saúde e Segurança do Trabalhador: Gilmar Cortês Sálvio Santana; Diretor de Relações Intersindicais: José Flávio Gomes; Diretor Negociações Coletivas: Júlio César de Lima; Diretor de Interiorização: Pedrinho da Mata; Diretor Sócio-econômico: Sérgio Teixeira Soares; Diretor de Promoções Culturais: Antonio José Betel Ribeiro Gomes diretoria regionaL norte nordeSte: Diretor Administrativo: Antônio Carlos Souza; Diretores Regionais: Anildes Lopes Evangelista, Guilherme Augusto Guimarães Oliveira, Jessé Joel de Lima, João Gilberto de Souza Ribeiro, Rômulo Buldrini Filo-gônio diretoria regionaL SUL: Diretor Administrativo: Fernando de Barros Magalhães; Diretores Regionais: Antônio Azevedo, Ar-naldo Rezende de Assis, Carlos José Rosa, Gladyston Rodrigues Carvalho, Nelson Gonçalves Filho, Nelson Benedito Franco, Ney Lopes Procópio, Robson Monte Raso Braga diretoria regionaL Zona da Mata: Diretor Administrativo: João Vieira de Queiroz Neto; Diretores Regionais: Silvio Rogério Fernandes, Carlos Alberto de Oliveira Joppert, Eduardo Barbosa Monteiro de Castro, Francisco de

Paula Lima Netto, Maria Angélica Arantes de Aguiar Abreu, Paulo César de Lima diretoria regionaL triÂngULo: Diretor Admi-nistrativo: Élcio Barreto Borges; Diretores Regionais: Ismael Figueiredo Dias da Costa Cunha, Antônio Borges Resende, Jean Marcus Ribeiro, João Carlos Moreira Gomes, Marco Túlio Marques Machado, Luciano Lopes Veludo, Clóvis Scherner, Wilton Freitas Mendes diretoria regionaL VaLe do aÇo: Diretor Administrativo: José Couto Filho Diretores Regionais: Alberto Carlos da Silva Junior, Daniel Linhares Carlesso, Ildon José Pinto, Cláudio Luiz Maciel Junqueira diretoria regionaL caMPo daS VertenteS: Diretor Administrativo: Wilson Antônio Siqueira; Diretores Regionais: Nélson Henrique Nunes de Sousa, Domingos Palmeira Neto diretoria regionaL centro: Diretor Administrativo: Dorivaldo Damacena Diretores Regionais: Carlos Henrique Amaral Rossi, Cláudio Lúcio Fonseca, Francisco de Paula Mariano, Élder Gomes dos Reis, Éderson Bustamante, Evaldo de Souza Lima, Iocanan Pinheiro de Araújo Moreira, Jairo Ferreira Fraga Barrioni, José Maurício Andrade Ferreira, Júnia Márcia Bueno Neves, Antônio Lombardo, Antônio Cury, Luiz Antônio Lobo de Abreu, Marcelo dos Reis Lopes, Marcelo de Camargos Pereira, Marcelo Fernandes da Costa, Maria José Maciel Ribeiro, Mário Evaristo Borges, Maurício Fernandes da Costa, Orlando José Garcia Dangla, Paulo Roberto Magalhães, Teodomiro Ma-tos Bicalho, Vicente de Paulo Alves Lopes Trindade, Adevaldo Rodrigues de Souza, Alfredo Marques Diniz, Arnaldo Alves de Oliveira, Clóvis Geraldo Barroso, Abelardo Ribeiro de Novaes Filho, Fernando Augusto Villaça Gomes, Hamilton Silva, Luiz Carlos Sperandio Nogueira, Waldyr Paulino Ribeiro Lima conSeLho FiScaL: Augusto Cesar Santiago e Silva Pirassinunga, Getúlio Soares de Almeida, Ruy Lopes Teixeira Filho, José Tarcísio Caixeta, Lúcio Fernando Borges.Senge inForMa• ediÇÃo: Miguel Ângelo Teixeira redaÇÃo: Miguel Ângelo Teixeira, Luiza Nunes e Caroline Diamante arte FinaL: Viveiros Editoração iMPreSSÃo: Editora Impresso Ltda.

O ano de 2013 se inicia com algumas notícias novas, bem como com algumas reprises indesejadas e lamentáveis. É fun-damental destacar e prantear, em primeiro lugar, as vítimas do trágico acidente ocorri-do em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Diferentemente daqueles outros ocorridos em anos passados, notadamente em cida-des serranas do estado do Rio de Janeiro que tiveram como fator causal a fúria da natureza, este episódio traz em sua gênese – em uma análise simplista e superficial - o descuido e a irresponsabilidade de músicos e empresários da noite.

Entretanto, há que se aprofundar nessa análise, buscando, como ensinam os ma-nuais de qualidade, a causa fundamental, e em seguida, medidas efetivas de controle e prevenção. Mais ainda, trata-se de uma obri-gação dos órgãos envolvidos desenvolverem uma ampla estratégia conjunta para impor e oferecer soluções de Engenharia que eli-minem qualquer possibilidade de repeti-ção desses fatos que ceifam vidas de forma abrupta e implacável.

Boa notíciaA população brasileira inicia o ano de

2013 com uma substancial redução no va-lor da conta de energia. Muito se fala sobre questões que não afetam o cotidiano da po-pulação – gasto público para suportar essa redução, implicações – e implicâncias – polí-ticas, que levam esse ou aquele ator a criticar ou apoiar essa redução, dependendo de seu interesse imediato. O fato inexorável é que o governo federal fez algo inédito, em be-nefício de sua população e também em prol da criação de condições mais favoráveis para a indústria, que assim poderá, com certeza, ter melhores condições de investimento. O resto não passa de retórica política pura e simples, e é inacreditável que eleições que ocorrerão somente daqui a um ano e meio pautem depoimentos e atitudes contrárias a uma medida de extenso alcance social. Em época de grandes eventos esportivos, é ne-cessário salientar que oportunismo eleitoral é “bola fora”.

No bojo dessa medida, está implícito, também, a necessidade de melhoria da efi-ciência das concessionárias de energia no Brasil. A energia, além de abundante, deve ser de qualidade. O inacreditável é que as empresas busquem se adaptar a um am-biente mais competitivo através da busca de

Caros leitores,

Em 12 dezembro, o Sindicato de Engenheiros comemorou o Dia do Engenheiro e encerrou as atividades comemorativas dos seus 65 anos com um evento que, além de colher os depoimentos das gestões que comandaram o Senge-MG de 1995 a 2008, promoveu uma palestra e debate com o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, responsável pela condução do processo de concessões de rodovias, ferrovias e portos anunciado pelo governo federal. O Sindicato, também, lançou a Revista do Senge Minas Gerais, com a edição comemorativa dos seus 65 anos, tendo como tema a construção da cidadania. A cobertura das comemorações do Dia do Engenheiro estão nas páginas de 4 a 7.

O Senge Jovem, grupo que reúne os sócios aspirantes – estudantes de engenharia – do Sindicato, marcou mais um tento ao ser considerado, na conferência da Uni Américas, no Uruguai, um exemplo de organização e de formação de futuros dirigentes sindicais. A coordenadora do grupo, Karla Gonçalves, foi eleita diretora da Uni Américas Juventude. As informações estão na página 3.

O Dia do Aposentado foi um dia de manifestações e de reivindicações promovidas pelas entidades representativas. O Senge-MG está engajado nesta luta e tem promovido debates sobre os temas que mais interessam aos aposentados. Nas páginas 8 e 9 você confere o motivo das manifestações, a discussão sobre a extinção do Fator Previdenciário e o debate em torno da “desaposentação”, uma possibilidade de os trabalhadores que se aposentaram e continuaram a trabalhar e contribuir com a Previdência Social terem os seus benefícios revisados.

As negociações coletivas continuam em pauta. Nas páginas 10 e 11, esta edição traz uma análise do cenário e das expectativas com relação às negociações a serem realizadas em 2013, as negociações envolvendo os fundos de pensão da Gerdau Açominas e Copasa, bem como o impasse na Cemig.

Por fim, na página 12, publicamos um texto que esclarece a natureza das contribuições sindicais, destacando a Contribuição Sindical, cujo pagamento vence em 28 de fevereiro de 2013. A sua contribuição é garantia de um sindicato independente e apto a lutar por novas conquistas para a categoria.

reduções qualitativas e quantitativas apenas em seu quadro de trabalhadores. A precari-zação das relações de trabalho (via terceiriza-ção desenfreada, salários abaixo de mercado e tentativa de reduções de conquistas traba-lhistas) que, vista pelos olhos das empresas se traduz em redução de custos, na verdade se consubstancia em perda de qualidade do serviço de geração, transmissão e distribui-ção de energia elétrica.

A cada dia que passa, mais e mais pes-soas do corpo técnico se afastam desse mercado de trabalho, quer seja se retiran-do para aposentadorias precocemente (de-vido ao crescente desestímulo), quer seja buscando outros nichos de mercado mais atraentes – no caso específico dos jovens profissionais. A pergunta que não quer calar é “quem vai segurar o abacaxi” na hora do aperto. A eficiência técnica dessas empresas deve ser preservada e a lucrati-vidade e adaptação das mesmas deve ser buscada de outras formas, administrati-vamente mais coerentes, tais como redu-ção na distribuição de dividendos e maior eficiência nas rotinas de apoio. Talvez esse seja o desafio a ser colocado e enfrentado, fugindo ao lugar comum mais facilmente utilizado – redução de pessoal.

Entre boas e más notíciasRAUL OTáVIO DA SILVA PEREIRA (*)

(*) Raul Otávio da SilvaPereira é presidentedo Senge-MG

3 SENGE INFORMA Nº 201 - 10/FEVEREIRO/2013

A coordenadora do Senge Jovem Minas Gerais, Karla Gon-çalves, foi eleita diretora do UNI Américas Juventude, que reú-ne militantes sindicais jovens de todos os setores de serviços do continente sul americano e do Caribe. A eleição ocorreu duran-te o encerramento da 3ª Confe-rência UNI Américas Juventude, realizada entre os dias 5 e 8 de dezembro de 2012, em Monte-vidéu, Uruguai. Na ocasião tam-bém foi aprovado o plano de ação do grupo para o período de 2013/2016. Durante a conferên-cia, Karla Gonçalves apresentou a missão, o objetivo e os valores do Senge Jovem, destacando a im-portância da participação política da juventude na sociedade. “Os jovens precisam participar cada dia mais da realidade sindical com formação política constan-te para que possamos renovar e fortalecer o movimento sindical”, disse. O Senge Jovem é o projeto do Senge-MG que agrega estu-dantes de engenharia e trabalha na conscientização dos jovens sobre a importância dos engaja-mentos político e social e da par-ticipação sindical.

O presidente do Senge-MG, Raul Otávio da Silva Pereira, conta que o Sindicato de Engenheiros foi convidado pelo UNI Global Union, do qual a Fisenge é filiada, para

Representante do Senge-MG é eleita diretora do Uni Américas Juventude

apresentar o Senge Jovem duran-te a 3ª Conferência UNI Américas Juventude. “A apresentação, que deveria durar 40 minutos, acabou se estendendo por três horas”, lembra. Durante a exposição, rea-lizada por Karla Gonçalves, repre-sentantes de diversos sindicatos da América Latina questionaram o modelo de estrutura, os objetivos, as formas de captação e os pla-nos de trabalho do Senge Jovem. “Ficou claro que se trata de uma experiência - mesmo que ainda não esteja totalmente amadureci-da – inédita, não só em termos de Brasil, como também em termos de América Latina. A renovação de quadros sindicais é uma ques-

tão que as entidades têm investi-do pouco tempo e discussão, e o Senge Jovem, mesmo ainda ca-recendo de ajustes, é uma expe-riência nova e importante”, avalia Raul Otávio.

A 3ª Conferência UNI Améri-cas Juventude foi o último encon-tro de uma série de conferências realizadas na capital uruguaia, no período de 1º a 8 de dezembro de 2012 e aprovou as prioridades estratégicas para o UNI Américas Juventude, que giram em torno de três eixos: sindicatos fortes em empresas multinacionais; or-ganização e desenvolvimento de capacidades para o crescimento sindical e a negociação coletiva e

desenvolvimento sustentável. Durante a Conferência, o UNI

Américas Juventude assumiu o compromisso de trabalhar em união com os demais grupos do UNI e suas organizações regio-nais, com o objetivo de garantir a voz e os direitos dos jovens nas empresas globais e regionais. Isso significa, entre outros pontos, in-centivar a participação ativa dos dirigentes jovens nas negocia-ções dos acordos e pressionar os governos e empresas a desenvol-verem programas de capacitação para jovens. Além disso, a confe-rência incentivou os sindicatos a investirem em campanhas inova-doras e atraentes para chamar a atenção dos jovens e a facilitarem uma maior participação dos jo-vens nas estruturas sindicais.

Por fim, o grupo assumiu, também, o compromisso de de-fender o direito à negociação como forma de garantir a sus-tentabilidade social, econômica e ambiental. Isso inclui orientar os sindicatos para que tomem medidas para garantir acesso às informações sobre as questões socioambientais, desenvolvendo campanhas de sensibilização, pesquisa e formação de seus quadros para potencializar a ação sindical nas questões ambientais (internacionais, nacionais e nos locais de trabalho).

A 3ª Conferência UNI Amé-ricas – Rompendo Barreiras reu-niu representantes sindicais dos setores de serviços de países como o Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Peru e Caribe, que apresentaram relatórios sobre as dificuldades, os projetos que envol-vem os jovens e organizações não governa-mentais e outras questões do cotidiano das entidades. Para o presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Carlos Roberto Bittencourt, o even-to foi um importante espaço para conhecer a realidade sindical das Américas. “Foram apresentadas as conquistas em negociação coletiva global nos últimos dois anos. Mé-xico, Colômbia e Estados Unidos são os pa-

íses com piores índices no desrespeito aos trabalhadores e condições de trabalho. Nos EUA, por exemplo, os trabalhadores organi-zaram um sindicato, ocuparam o supermer-cado Wall Mart, uma das empresas campeãs em desrespeito aos direitos do trabalhador, e conquistaram vitórias importantes para as categorias”, contou Bittencourt, que repre-sentou a Fisenge na conferência.

A conferência contou com a participação de mais de 350 pessoas, entre os quais dele-gados, observadores e convidados represen-tando os trabalhadores dos setores de servi-ços de 20 países do continente, do Canadá

à Argentina. A UNI Américas representa 4 milhões de traba-lhadores em todo o continente

americano e no Caribe e faz parte do UNI Global Union, que tem 900 sindicatos afilia-dos e representa, no total, mais de 20 mi-lhões de trabalhadores do setor de serviços.

O UNI Global Union é uma entidade que representa 20 milhões de trabalhadores do setor de serviços em todo o mundo. Atra-vés de seus 900 sindicatos filiados, o UNI representa trabalhadores em 150 países, em todos os continentes. A missão da entidade é crescer e conseguir afiliados fortes para poder melhorar as condições de trabalho e a vida dos trabalhadores do setor de serviços e demais setores ligados a ele.

Karla Gonçalves (esq.) apresenta o Senge Jovem na3ª Conferência UNI Américas Juventude, do UNI Global Union

4 SENGE INFORMA Nº 201 - 10/FEVEREIRO/2013

DIA DO ENGENHEIRO

Data é comemorada com depoimentode ex-diretores e painel de debates

Para comemorar o Dia do Enge-nheiro de 2012 e marcar o fim das comemorações de seu aniversário de 65 anos, o Sindicato de Enge-nheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG) realizou, no dia 12 de dezembro, solenidade que reuniu diretores, ex-diretores e associados da entidade. O evento promoveu o depoimento das gestões do Senge de 1995 a 2004, comandadas pelo engenheiro Rubens Martins Morei-ra, e das gestões de 2004 a 2010, presididas pelo engenheiro Nilo Sérgio Gomes. Os depoimentos fo-ram colhidos para o Senge Memó-ria, projeto que tem como objetivo resgatar a história do Sindicato.

Além dos depoimentos, o evento contou, também, com palestra sobre Logística de Transportes no Brasil, ministrada pelo presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo e com o lançamento da revista comemo-

rativa dos 65 anos da entidade. Durante a solenidade, os ex-pre-sidentes Rubens Martins Moreira e Nilo Sérgio Gomes e os outros ex-diretores das gestões de 1995 a 2004 e 2004 a 2010 recebe-

Dentro das comemorações do Dia do Enge-nheiro, o Senge-MG lançou, no dia 12 de de-zembro, a revista comemorativa dos 65 anos da entidade. A publicação faz o resgate da história do Sindicato nessas mais de seis décadas de exis-tência e aborda a Engenharia hoje, destacando os principais obstáculos e oportunidades para o setor no país. A revista traz, ainda, uma análise sobre o sindicalismo no século XXI, apontando os rumos que o movimento sindical deve seguir para continuar existindo.

Cada um dos setores que fazem do Senge--MG um Sindicato forte, eficiente e combativo, tais como o Administrativo, o setor de Servi-ços, a Comunicação, as Negociações Coletivas, o departamento Jurídico, o setor de Homolo-

gações e a Tesouraria, também foram apre-sentados na publicação. Além disso, a revista apresenta os projetos específicos do Senge--MG, como o Senge Jovem e o departamento de Aposentados.

A atuação do Sindicato foi retratada com um levantamento dos acontecimentos mais importantes de 2012 para a entidade e para o Brasil e o mundo. O trabalho de interiorização que vem sendo feito, através do Senge Presen-te, também ganhou as páginas da revista. A pu-blicação do Senge-MG está sendo enviada para todos os engenheiros e engenheiras de Minas Gerais que quitaram a contribuição sindical de 2012. A revista pode ser retirada, ainda, na sede do Sindicato (Rua Araguari, 658 – Barro Preto).

Revista comemorativa marca os 65 anos do Sindicato

ram, cada um, uma placa de homenagem pela contribuição dada na construção da história do Sindicato e da cidadania no país. Nas páginas seguintes o Senge Informa aborda os temas

discutidos na comemoração do Dia do Engenheiro. A íntegra dos depoimentos e da palestra está disponível no Senge TV e pode ser acessado no site www.sengemg.org.br.

Da esquerda para a direita, Raul Otávio Pereira, presidente do Senge,Bernardo Figueiredo, presidente da EPL e Jobson Andrade, presidente do Crea-MG

5 SENGE INFORMA Nº 201 - 10/FEVEREIRO/2013

DEPOIMENTO SENGE MEMÓRIA

Rubens lembra a atuação doSindicato frente às crises dos anos 90

Nilo Sérgio Gomes, presiden-te do Sindicato no período de 2004 a 2010, também deu seu depoimento e começou relem-brando que, quando assumiu, o Brasil começava a entrar em uma época de crescimento eco-nômico, como não se via desde a década de 1970. “Com todo o cenário econômico positivo,

voltamos a investir nas negocia-ções coletivas. Era hora de voltar a insistir no Salário Mínimo Pro-fissional”, comenta. Nilo lembra, no entanto, que, quando chegou ao Sindicato, encontrou um de-safio muito grande, pois foi a época em que governo propôs a reforma sindical. “A proposta go-vernamental acabaria com os sin-

À frente do Sindicato de En-genheiros durante três manda-tos, de 1995 a 2004, Rubens Martins Moreira recordou, em depoimento para o projeto Sen-ge Memória, que, no começo de sua atuação sindical, o trabalho era complicado. “No início eu não tinha liberação, então foi um período bem complicado”, lembra. Ele afirma, ainda, que o Senge-MG nunca foi lugar para autopromoção. “Nossos direto-res nunca tiveram essa atitude, de usar o sindicato para alcançar algum cargo político e depois lar-gar a entidade.”

Um dos problemas aponta-dos por Rubens dentro do movi-mento sindical atual é a falta de consciência social e política. Ele conta que o Sindicato sempre teve a preocupação de discutir e intervir em assuntos de inte-resse de toda a sociedade, não apenas dos engenheiros. “Essa dicotomia entre o capital e o tra-balho sempre existiu e continua existindo e não há lugar melhor

para lutar pela igualdade do que dentro dos sindicatos”, afirma. Para o ex-presidente e atual se-cretário geral do Senge-MG, “a atuação pelo coletivo sempre foi a nossa função”.

Durante o depoimento de Ru-bens, vários temas foram abor-dados, como a questão das pri-vatizações. O engenheiro Carlos Alberto de Oliveira Joppert, di-retor da Regional Zona da Mata, compartilhou histórias de sua atuação sindical em Juiz de Fora, contra as privatizações e também contra a implantação do Plano Real. “Os ferroviários sofreram muito com as privatizações, o movimento sindical sofreu muito, pois acabaram com as grandes estatais, que concentravam uma grande quantidade de trabalha-dores. No dia seguinte à privati-zação da MRS, 515 trabalhado-res foram demitidos em Juiz de Fora”, lembra. O diretor Julio Lima, da Regional Sul, diz que a privatização gerou um nivela-mento por baixo. “O processo

gerou muito pânico, muita inse-gurança e muita desunião entre os trabalhadores”, recorda.

A implantação do Plano Real e a ascensão do PT à Presidên-cia da República, em 2003, fo-ram outros fatos marcantes que aconteceram durante as gestões de Rubens. “A eleição de Lula para presidente, em 2002, foi uma grande transformação. Não

há dúvida que houve muitas mu-danças, alteração de doutrinas e paradigmas. No entanto, eu esperava uma mudança maior, uma vez que vários líderes sin-dicais chegaram ao governo”, revela Rubens. “É estranho, pois agora negociamos com ex-sindi-calistas. Mas é uma oportunida-de de renovação para os sindica-tos”, avalia.

dicatos de categoria profissional e significaria a precarização das condições de trabalho. Por isso, entramos no debate e consegui-mos vencer”, recorda.

As duas gestões de Nilo Sérgio conviveram com o surgimento de projetos de grande interesse para a Engenharia, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o programa Minha Casa, Minha Vida, a implantação da TV Digital no Brasil e, também, os debates em torno do aqueci-mento global, que demandaram o posicionamento da instituição. O Sindicato também se envolveu na divulgação da lei federal que criou a Engenharia e Arquitetu-ra Públicas, com a promoção de uma série de seminários em vá-rias cidades do Estado. A aqui-sição da sede própria do Senge--MG e de uma sede em Juiz de Fora também foi ressaltada pelo ex-presidente. “Tudo o que foi conquistado é fruto do trabalho de todos. Assim, agradeço a to-dos os companheiros que foram

Nilo aponta os desafios vividos em novos temposdiretores durante as minhas ges-tões e que me ajudaram a definir os rumos que o Senge-MG iria tomar.”

Anivaldo Matias, diretor nas gestões de Nilo Sérgio, destaca o papel que o Sindicato teve nas lu-tas sociais. “É fundamental man-ter o envolvimento social que tivemos até agora. Junto com a sociedade, o Senge ajudou no processo da Ficha Limpa e ago-ra está apoiando a proposta de Reforma Política e o combate à corrupção eleitoral”, diz.

“Estamos juntos e o Senge tem um papel histórico para com a sociedade e com os engenhei-ros”, afirma Nilo. O ex-presidente e atual 2º vice-presidente afirma que os momentos em que esteve no comando do Sindicato foram muito bons e que, durante os seis anos, aprendeu muito. “Valeram a pena esses seis anos em que fui presidente porque eles me fize-ram crescer como cidadão, como profissional e como ser huma-no”, termina.

Rubens Moreira (dir), ex-presidente do Senge-MG, destaca a atuação política e social do Sindicato durante seu depoimento

Nilo Sérgio Gomes (dir) retomou as NegociaçõesColetivas ao assumir a presidência do Senge, em 2004

6 SENGE INFORMA Nº 201 - 10/FEVEREIRO/2013

INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA

Concessão é a estratégia dogoverno para ampliar investimentosAmpliar a escala dos investi-

mentos públicos e privados em infraestrutura é a estratégia que o governo Dilma vai adotar para resolver os gargalos existentes na produção e escoamento no Brasil, que podem atrapalhar a continui-dade do crescimento econômico do país. Foi o que disse o presi-dente da Empresa de Planeja-mento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, durante sua palestra ministrada na comemoração do Dia do Engenheiro, realizada pelo Senge-MG, no dia 12 de dezem-bro. Para tanto, será adotado um novo modelo de concessão a ser utilizado nas rodovias, ferrovias e portos brasileiros. “Queremos res-tabelecer a capacidade de plane-jamento integrado do sistema de transportes, o que passa pela in-tegração entre rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos e a articulação com as cadeias produ-tivas. Foi para isso que a EPL foi criada”, afirmou Figueiredo.

O novo modelo de conces-são prevê investimentos concen-trados nos primeiros cinco anos

Se por um lado, o lançamento do programa do governo federal, baseado nas concessões de ro-dovias, ferrovias e portos, parece a melhor saída para a resolução dos problemas de infraestrutura do Brasil, por outro lado a pos-tura do Sindicato de Engenheiros é mais cautelosa em relação ao programa de concessões. Para o

de concessão, seleção da con-cessionária pela menor tarifa, a não implantação de pedágio ur-bano, e a cobrança de pedágio somente com 10% das rodovias concluídas. Já para as ferrovias, o governo vai contratar a constru-ção, manutenção e operação da linha, a Valec vai comprar a capa-cidade integral de transporte da ferrovia e a empresa vai ofertar, publicamente, a capacidade, as-segurando o direito de passagem dos trens em todas as malhas, buscando modicidade tarifária. Já com relação aos portos, vai haver o aumento das instalações portuárias, licitações de arrenda-mentos em portos organizados e autorizações de terminais de uso privado, o fim da diferenciação entre carga própria e de tercei-ros, fim da outorga como critério de licitação e leilão para licitação de concessões e arrendamentos.

A nova etapa de investimen-tos planejados pelo governo federal pretende, no caso das rodovias e ferrovias, duplicar os principais eixos rodoviários do

país, reestruturar o modelo de investimento e exploração das ferrovias e expandir e aumentar a capacidade da malha ferroviária. Já para os portos, a nova etapa, que se dará através da atuação da EPL, pretende por fim às barreiras de entrada, estimular a expansão dos investimentos do setor priva-

do, modernizar a infraestrutura e a gestão portuária e aumentar a movimentação de cargas com re-dução de custos. Para estas inter-venções, está previsto um investi-mento total de R$193,6 bilhões, dos quais R$140 bilhões deverão ser usados em investimentos de até cinco anos.

Modelo não é unanimidadepresidente do Senge-MG, Raul Otávio da Silva Pereira, o modelo proposto guarda muitas seme-lhanças com o processo de priva-tização e a tarifação dos serviços oferecidos é uma preocupação. “É de suma importância que as tarifas que serão cobradas, nos mais diversos tipos de serviços, sejam justas e adequadas aos

padrões financeiros das pessoas. Mais importante ainda é verifi-car, também, se existirão meca-nismos fortes de retomada dos ativos antes do prazo do final da concessão, caso os serviços que venham a ser oferecidos estejam fora dos padrões de qualidade pré-determinados”, afirma.

O engenheiro eletricista e ex--diretor do Senge-MG, Baptista Gariglio Filho, tem visão parecida sobre as concessões. “A princípio entendo que as concessões são uma forma mascarada de priva-tização, já que o setor privado, nesse caso, busca o lucro através da exploração do serviço públi-co. A operação, a manutenção e o investimento nesses sistemas deveriam ser bancados pelos im-postos e taxas que todos nós pa-gamos, cujos valores já são muito altos”, diz.

Funcionário da CBTU, com-panhia responsável pelo Metrô de Belo Horizonte, e ex-diretor do Senge-MG, Baptista cita uma concessão cujo resultado foi ne-

gativo. “A privatização da RFFSA na forma de concessão culminou em grandes monopólios, prin-cipalmente das mineradoras de minério de ferro, que pararam de transportar diversas outras cargas e abandonaram vários ramais, deixando muitos produtores em situação difícil, já que não tive-ram como escoar sua produção. Além disso, extinguiram pratica-mente todo o transporte de pas-sageiros, causando problemas sociais terríveis, notadamente no norte de Minas”, exemplifica.

Raul Otávio, no entanto, não desconsidera a importância da modernização da infraestrutura do país e a necessidade de que essa modernização seja feita ra-pidamente. “O Senge e os de-mais sindicatos não podem se furtar de acompanhar, com a maior proximidade e interesse possível, não só a consumação do processo, mas também o efe-tivo cumprimento de prazos de construção e entrada em opera-ção desses ativos”, conclui Raul.

Bernardo Figueiredo apresenta o novo plano deconcessão de rodovias, ferrovias e portos do governo federal

Ex-diretor do Senge, Baptista Gariglio Filho alertaque as concessões podem ser negativas

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INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA

Intervenções são necessárias,mas não são suficientes

Apesar de anunciar um nú-mero considerável de interven-ções, o programa não será sufi-ciente para sanar os problemas de infraestrutura do Brasil. “Para ter uma ideia, o país precisa de, no mínimo, mais 50.000 Km de ferrovias e o pacote tem, no má-ximo, 10.000 km. Temos cerca de 35.000 Km de rodovias com possibilidades de concessões e o pacote, mais o que já existe, não chegará a 25.000 km. Precisa-mos também cuidar das atuais concessões, imprimindo a elas uma maior capacidade de inte-gração, além de resolver os sérios problemas das travessias urbanas e das diferenças de bitolas fer-roviárias”, afirma Paulo Resen-de, doutor em Planejamento de Transporte e Logística, mestre em Planejamento e Engenharia de Transportes e especialista em Pla-nejamento Urbano da Fundação Dom Cabral.

Na avaliação de Resende, a iniciativa do governo de lançar tal pacote de concessões foi acer-tada e vai trazer benefícios para a população brasileira. “Depois de várias décadas, o governo federal

Raul Otávio Pereira, presi-dente do Senge-MG, acredita que as obras planejadas, inde-

assume, mesmo que de maneira implícita, a realidade que aponta para a insuficiência e a volatilida-de do orçamento da União como o grande fundo para investimen-to em infraestrutura e logística no Brasil. Com a entrada da ini-ciativa privada, joga-se o jogo da eficiência gestora, pois o lucro tem que estar garantido através de bons retornos. Por isso, o pro-grama do governo federal é uma ponta de esperança”, diz.

César Queiroz, consultor do estudo sobre as Intervenções do BID em PPP no Brasil e ex-asses-sor rodoviário do Banco Mun-dial, acredita que o programa de concessões é excelente e que o Brasil é um exemplo no processo de concessões rodoviárias para o resto do mundo. “O Brasil tem, hoje, em torno de 15.500 km de concessões rodoviárias, con-tando as rodovias federais e es-taduais. Essa é uma experiência tremenda. Em reuniões e fóruns, os outros países estão falando muito sobre o programa de con-cessão rodoviária do Brasil, que é um exemplo em muitos aspec-tos. Pode não ser absolutamente

perfeito, mas tem mui-tos pontos positivos que podem ser seguidos por outros países que estão começando esse proces-so”, diz Queiroz.

César Queiroz lem-bra que as concessões não são solução para todos os problemas. “É preciso sempre lembrar que as concessões e PPPs não são panaceias, não são soluções para tudo. É aí que entra o governo. O que é impor-tante nos modelos de concessão e PPP é que o governo seja capaz de oferecer aos concorrentes um produto que seja compatível em termos de risco com outros investimen-tos.” Com relação ao impacto que as concessões terão sobre a população, Queiroz considera que o pagamento do pedágio é uma alternativa lógica, para que o governo não onere a todos os setores da sociedade. “Ao co-brar o pedágio, ou seja, quando o usuário paga por um serviço de qualidade melhor, ele paga

um pouco a mais. Mas, se ele não pagar mais por isso, a única outra forma do governo arcar com isso, seria tributar todos os contribuintes. É muito mais justo que o usuário que esteja usufruindo de um serviço de qualidade superior seja tribu-tado, que ele pague o pedágio sem ter que alterar o universo de contribuintes.”

Impactos positivos para a Engenhariapendentemente do modelo a ser adotado, vão dar ainda mais visibilidade para a categoria.

“Para os engenheiros e para a Engenharia o importante é que essas obras – que demandarão um grande esforço de Engenha-ria – saiam o mais rápido pos-sível da etapa de planejamento (sem prejuízo da mesma) para a fase de construção e entra-da em operação. A Engenharia certamente estará presente em todas essas fases”, afirma.

Paulo Resende, doutor em Planejamento de Transporte e Logística da Fundação Dom Cabral, avalia que o programa do governo federal vai colocar a Engenharia e os engenheiros como elementos estratégicos nos grandes projetos. “Tem-se, agora, a grande oportunidade do país se desenvolver, através de projetos estruturantes, obras que garantam empregos e ren-da, tendo o engenheiro e a En-

genharia brasileira como pilotos de uma máquina desenhada pela inteligência de quem real-mente sabe o valor do trabalho e do suor nas grandes obras”, afirma.

Para Baptista Gariglio, enge-nheiro eletricista e ex-diretor do Senge-MG, um obstáculo nesse processo é a falta de mão de obra qualificada. “O primeiro problema que vejo está na for-mação dos engenheiros, pois nas faculdades de Engenharia não há capacitação adequada na área de logística e nem em sistemas metroferroviários. Nas faculdades, praticamente nada é ensinado sobre processos de manutenção e operação. Por-tanto, haverá um ‘gap’ muito grande entre a necessidade das empresas e o preparo dos enge-nheiros”, finaliza.

O modelo de concessões do Brasil é exemplo para outros outros países, segundo César Queiroz

Para Paulo Resende, momento é oportunopara a Engenharia e engenheiros do país

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DIA DO APOSENTADO

Reivindicações passam pelo reajuste único e recuperação das perdas salariais

No dia 24 de janeiro é co-memorado, em todo o Brasil, o Dia Nacional do Aposentado. Em 2013, as principais reivindicações durante as manifestações dos aposentados foram o reajuste único a todos os benefícios do INSS e a recuperação das perdas salariais dos últimos anos. Os dois itens estão presentes na “Carta de Aparecida 2013”, documento lido durante a tradicional mis-sa na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), realizada no dia 27 de janeiro. A carta pede, ainda, dignidade e respeito aos idosos. Após o fim da missa, cerca de 400 aposen-tados e pensionistas protestaram no estacionamento da Basílica.

Em Belo Horizonte, o Sindica-to de Engenheiros no Estado de Minas Gerais (Senge-MG) partici-pou de mobilização realizada no dia 24, na Praça Sete, no centro da capital, organizada pelo Sin-dicato dos Aposentados, Pensio-nistas e Idosos de Minas Gerais (Sinap-MG), com apoio da Fede-ração dos Aposentados e Pensio-nistas de Minas Gerais (FAP-MG). O evento reuniu dezenas de apo-sentados e contou com apresen-tações de música, medição de pressão arterial e consultas com advogados. As lideranças do mo-vimento e os representantes das entidades que participaram da mobilização expuseram a situa-ção precária que esta parcela da população tem enfrentado nos últimos anos. Foi realizada, ain-da, a coleta de assinaturas para o abaixo-assinado pela criação do Partido dos Aposentados, Pensio-nistas e Idosos, o PAI.

O diretor de aposentados do Senge-MG, Wanderely Acosta Rodrigues, participou do evento e levou o apoio do Sindicato de Engenheiros às causas dos apo-sentados. Além disso, Wanderley expôs o trabalho do Sindicato com seus aposentados e os novos projetos que a diretoria está de-senvolvendo. Adilson Rodrigues, presidente do Sinap-MG, exaltou a valorização do salário mínimo e a falta de aumento real nos bene-fícios do INSS que estão acima do piso nacional. “Os aposentados e pensionistas se aposentam com

cinco salários, por exemplo, e com o passar dos anos esse valor vai fi-cando defasado, já que não há au-mento real. Assim, não é possível viver dignamente”, afirmou. Adil-son criticou, ainda, a postura do Governo Dilma que, segundo ele, “não enxerga os aposentados”.

Fator PrevidenciárioO fim do fator previdenciário

também foi pauta durante a ma-nifestação. O governo tem prote-lado a votação do Projeto de Lei 3.299/2008, que extingue o fator previdenciário para que o salário de benefício (aposentadoria) vol-te a ser calculado de acordo com a média aritmética simples até o máximo dos últimos 36 (trinta e seis) salários de contribuição, apurados em período não supe-rior a 48 (quarenta e oito) meses.

Caso o texto original do PL 3.299/2008 não seja aprovado, entra em pauta o substitutivo apresentado pelo deputado Pepe Vargas (PT/RS) que institui o Fator 85/95. O texto estabelece que o

fator previdenciário deixaria de incidir sobre a média dos salá-rios de contribuição do segurado quando a soma da idade com o respectivo tempo de contri-buição, considerados na data do requerimento do benefício, atingisse 95 para o homem e 85 para a mulher. A condição é que esse tempo de contribuição não

seja inferior a 35 anos para o ho-mem e a 30 anos para a mulher. Especula-se que a proposta do governo seria estender em mais dez anos o tempo de trabalho dos trabalhadores com a adoção da fórmula 95/105.

“A nossa posição é de manter a derrubada do fator previdenci-ário. Isso só prejudica o trabalha-dor. Nós não queremos a fórmula 85/95 também. Se não conseguir-mos a extinção total do fator pre-videnciário, que se faça, então, a discussão do 85/95, que ainda é melhor do que o governo quer. Essa fórmula não foi o governo que apresentou, foram as centrais sindicais que sentaram, discuti-ram e apresentaram para o gover-no. Mas o governo quer uma fór-mula móvel, que é pior ainda que a fórmula 85/95 e que ainda não foi divulgada”, afirma Robson Bit-tencourt, presidente da Federação dos Aposentados e Pensionistas de Minas Gerais (FAP-MG).

O diretor de Aposentados do Sindicato, WanderlyRodrigues, em manifestação no dia 24 de janeiro

Presidente da FAP-MG, Robson Bittencourt (centro)defende o fim do fator previdenciário

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DESAPOSENTAÇÃO

Ação na Justiça é alternativapara aumentar valor do benefício

Para saber se a desaposen-tação será benéfica, é essencial fazer o cálculo antes de entrar com o processo. Essa foi uma das questões abordadas pela advogada especialista em direito previdenciário, Regina Almeida, que fez palestra sobre desapo-sentação, voltada para o públi-co aposentado do Senge-MG, no primeiro “Café com Debate”, realizado em 29 de novembro de 2012. “É imprescindível rea-lizar o cálculo a partir dos dados do CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais - para con-cluir se a nova aposentadoria é mais vantajosa. Também é ne-cessário o cálculo para instruir a ação judicial, fazendo prova do direito do autor”, afirma.

Regina explicou que a desa-posentação “é a concessão de uma nova aposentadoria me-diante a renúncia do benefício anterior”. “É a possibilidade do segurado renunciar à aposenta-doria com o propósito de obter benefício mais vantajoso, no Re-gime Geral de Previdência Social, ou em Regime Próprio de Previ-dência, mediante a utilização de seu tempo de contribuição”, completa. Têm direito à desa-posentação os aposentados que voltaram a trabalhar e a contri-buir com a Previdência Social ou em outro regime próprio de Pre-vidência após a aposentadoria.

Segundo Regina, não é pos-sível conseguir a desaposenta-ção por via administrativa. “O Decreto 3.084/99 define que as aposentadorias por idade, tem-

po de contribuição e especial, concedidas pela Previdência So-cial, são irreversíveis e irrenun-ciáveis”, comenta. No entanto, para entrar com a ação judicial, ela avisa que é necessário procu-rar o INSS e fazer o pedido de desaposentação mesmo assim. Dessa forma, o requerente vai receber, em domicílio, um docu-mento negando o pedido. “Com esse documento em mãos, o aposentado pode entrar na jus-tiça.” Para fazer o requerimento administrativo, basta entrar no site da Previdência ou ligar para o telefone 135 (Prevfone).

Com o documento do INSS negando a desaposentação, o aposentado precisa reunir os se-guintes documentos para pedir um mandado de segurança na Justiça Federal: RG; CPF; com-provante de endereço; cópia dos contratos de trabalho ano-tados na CTPS, especialmente os vínculos anotados após a concessão da aposentadoria originária; relação dos salários de contribuição constante do CNIS - CADASTRO NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS (do-cumento a ser requerido peran-te o INSS); carta de concessão da aposentadoria; extrato de pagamento do último benefício e comprovante de negativa do INSS da nova aposentadoria.

Principais projetosem tramitação noCongresso Nacional

3.299/2008 – Fim do fator previdenciárioDe autoria do Senador Paulo Paim (PT/RS), o Projeto de Lei foi

apresentado em 2008 e altera o art. 29 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e revoga os arts. 3º, 5º, 6º e 7º da Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999, modificando a forma de cálculo dos be-nefícios da Previdência Social. O PL 3.299/08 extingue o fator previ-denciário para que o salário de benefício (aposentadoria) volte a ser calculado de acordo com a média aritmética simples até o máximo dos últimos 36 (trinta e seis) salários de contribuição, apurados em período não superior a 48 (quarenta e oito) meses. O PL está parado no Congresso e a previsão é de que volte à discussão em 2013.

3.299/2008 – Fator 85/95Trata-se de um substitutivo apresentado pelo então deputado

pelo PT gaúcho e hoje ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, ao Projeto de Lei 3299/08. O texto estabelece que o fator previdenciário deixaria de incidir sobre a média dos salários de con-tribuição do segurado quando a soma da idade com o respectivo tempo de contribuição, considerados na data do requerimento do benefício, atingisse 95 para o homem e 85 para a mulher. A con-dição é que esse tempo de contribuição não seja inferior a 35 anos para o homem e a 30 anos para a mulher.

7.078/2002 – Consolidaçãodas Leis Previdenciários De autoria do poder executivo, o PL 7.078/02 consolida a legisla-

ção que dispõe sobre os Planos de Benefícios e Custeio da Previdên-cia Social e sobre a organização da Seguridade Social. Na prática, o projeto reúne, em uma única Lei, toda a legislação vigente sobre os benefícios a que o trabalhador tem direito no Brasil. A proposta foi analisada por um Grupo de Trabalho da Câmara e depois aprova-da na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. O PL está na pauta de votação do plenário da Câmara dos Deputados.

Regina Almeida (ao microfone) explica a desaposentação para aposentados, que lotaram o Senge-MG

10 SENGE INFORMA Nº 201 - 10/FEVEREIRO/2013

NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

Retirada de direitos trabalhistasé preocupação do Senge-MG

A manutenção de condições dignas de trabalho e dos direitos conquistados ao longo de muita luta e mobilização é uma das prin-cipais preocupações que o Sindi-cato de Engenheiros vai ter nas negociações coletivas que vai co-mandar em 2013. “Uma questão importante e que deve ser obser-vada é o constante ‘massacre mi-diático’ sobre eventuais reduções de encargos trabalhistas. Por trás dessas informações - deturpadas, na maior parte das vezes - pode estar se escondendo a tentativa empresarial de maximizar seus lucros através da retirada ou dimi-nuição dos direitos dos trabalha-dores, conseguidos em décadas de negociações, sejam elas em ní-vel parlamentar, para elaboração de leis que os interessam, sejam nas próprias mesas de negociação com as empresas. Essa questão tem que ser cuidadosamente ob-servada para que não haja perdas para os trabalhadores”, considera Raul Otávio da Silva Pereira, presi-dente do Senge-MG.

Raul Otávio espera que, em 2013, o Sindicato possa prosse-guir com o aumento quantitativo e qualitativo de suas negociações

A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), em ofício enviado no dia 21 de dezembro de 2012, re-jeitou a proposta de distribuição do superávit, feita pela Gerdau Previdência, em dois pontos, concordando com a argumen-tação apresentada pelo Senge--MG, Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pen-são (Anapar) e Associação dos Aposentados da Aços (AAA). De acordo com a Previc, o di-nheiro do Plano de Benefícios I não pode ser transferido para o Plano CD. Em sua proposta, a Gerdau queria descontar do fun-do previdencial de participante o valor de R$ 32.427.828,94 e destiná-lo ao Plano de Contri-buição Definida Gerdau.

Além disso, a Previc afirma

coletivas. “É importante negociar com mais empresas e setores - nesse momento já estamos com participação garantida nas nego-ciações da Infraero e da Energisa - mas principalmente com qua-lidade e competência, visando sempre a busca de melhores con-dições de trabalho para os enge-nheiros representados”, afirma o presidente do Senge-MG.

Júlio César Silva, assessor de Negociações Coletivas do Senge--MG, acredita que 2013 será um bom ano para as negociações. “Apesar de ainda sofrermos os impactos da crise financeira mundial, penso que o governo brasileiro vem adotando medidas importantes visando o reaqueci-mento da economia, com investi-mentos em infraestrutura, como a reforma e construção de portos e aeroportos, ferrovias, duplica-ção de rodovias, entre outros. São obras estruturantes que pos-suem uma grande capacidade de geração de empregos e contri-buem para criar um ambiente muito favorável para as empresas de Engenharia e para os enge-nheiros”, diz.

Para Júlio Silva, não há se-

gredo para conseguir o sucesso nas negociações coletivas. “Para sermos bem sucedidos, é preciso trabalhar com eficiência e profis-sionalismo. É necessário acom-panhar de perto o desempenho da economia estadual e nacional para conhecer a realidade econô-mica de cada setor para, assim, construirmos pautas justas e re-alistas, visando preparar nossa argumentação para a mesa de negociação”, afirma. Além disso, Júlio considera que a comunica-ção eficiente junto aos engenhei-ros, para mantê-los informados e mobilizados e, assim, equilibrar a correlação de forças entre ca-pital e trabalho, é extremamente importante.

Júlio Silva destaca, ainda, que o objetivo do Sindicato é sempre buscar um acordo “ga-nha-ganha”, ou seja, não é de interesse do Sen-ge-MG “arrancar dinheiro a qual-quer custo das empresas. Pelo

contrário, queremos empresas cada vez mais fortes e saudáveis, para gerar mais emprego para os profissionais da Engenharia, pagando bons salários e bene-fícios”. No primeiro semestre de 2013, o Senge-MG, além de concluir as negociações penden-tes de 2012 – Cemig, Construção Pesada e Construção Civil – pre-tende participar das seguintes negociações: Construção Civil de Juiz de Fora, BHTrans, Consulto-ria, Copasa, SLU, Sudecap, Urbel, Energisa, Epamig, CPRM e Prefei-tura de Juiz de Fora.

que não pode haver prazo di-ferente entre patrocinadora e participantes no que diz respeito ao recebimento do superávit. Na proposta da Gerdau, a patroci-nadora receberia mais de R$174 milhões em até 36 meses, en-quanto os participantes recebe-riam, ao todo, pouco mais de R$62 milhões, em até 292 me-ses, o que equivale a 24 anos. O próximo passo das entidades é entrar com ação judicial pe-dindo a proibição da devolução dos R$174 milhões à Gerdau e a revisão imediata do plano de benefícios.

CopasaO Sindicato de Engenheiros

continua participando do Gru-po Complementação, aliança de entidades que representam os

aposentados e participantes dos fundos de previdência privada da Copasa. Atualmente, o Gru-po Complementação está dis-cutindo a revisão estatutária da Fundação Libertas, com o objeti-vo de democratizar e tornar mais transparente a gestão da Fun-dação que ad-ministra o plano de previdência privada dos fun-cionários da Co-pasa. Para tan-to, o Senge-MG propôs algumas alterações, tais como no tempo mínimo de vin-culação aos planos de previdên-cia administrados pela Fundação Libertas para ocupar cargos nos

conselhos Deliberativo e Fiscal e na Diretoria. A proposta do Sen-ge pede, também, maior acesso às informações para as entida-des representativas dos partici-pantes e aposentados.

PREVIDÊNCIA PRIVADA

Previc rejeita proposta da Gerdau de distribuição do superávit

Júlio César Silva, assessor de Negociações Coletivas, acredita que 2013 será positivo para negociar

Aposentados e participantes da Gerdau Previdência fizeram manifestação em BH

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NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

Impasse entre trabalhadores e Cemig ainda não tem data para acabar

O Sindicato de Enge-nheiros, juntamente aos demais sindicatos que re-presentam os trabalhado-res da Cemig, entregou, no dia 21 de janeiro, a defesa dos argumentos utilizados durante as audiências de conciliação do Dissídio Co-letivo da Cemig, ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Nos documentos protoco-lados, mais uma vez os sin-dicatos expõem as razões pelas quais acreditam que a Cemig não está passando por dificuldades financeiras, mesmo com as alterações no setor elétrico, o que não justifica a proposta de reajuste menor do que o INPC-IBGE, que repõe a inflação, e a não garan-tia de emprego apresentada pela empresa. Os documentos de am-bas as partes serão analisados e, só então, uma nova audiência de conciliação será marcada.

Já foram realizadas duas ten-tativas de conciliação entre os sindicatos e a Cemig, em 16 de novembro e 6 de dezembro do ano passado. Em ambas, o juiz auxiliar da presidência do TRT, Orlando Tadeu de Alcântara, res-ponsável por coordenar as reu-niões, disse não se sentir à von-tade do ponto de vista técnico e econômico para elaborar uma

O Senge-MG, neste início de 2013, fechou novas parcerias com diversas empresas, nos mais variados setores e serviços, para continuar oferecendo as melho-res vantagens para seus associa-dos. O Sindicato, agora, oferece três planos de saúde para seus associados: Unimed, Sulaméri-ca e Golden Cross. Além disso, novos convênios foram firmados em Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberlândia e fora do Estado, nos mais diferentes segmentos, como cursos de idiomas, assessorias empresariais, contabilidade, res-taurantes, empresas de fotografia

proposta, tendo em vista a com-plexidade da matéria e os possí-veis desdobramentos da questão relativa ao marco regulatório do setor elétrico.

Na última sessão, os repre-sentantes da Cemig informaram que aderiram à proposta do Go-verno no que diz respeito à re-novação das linhas de transmis-são, mas que não renovaram as concessões das usinas geradoras e, por isso, a situação continua a mesma desde a última audiên-cia. A empresa vai sofrer perda de valor real e perda de receita

futura com a diminuição da tari-fa de energia, por causa da Me-dida Provisória 579.

As entidades sindicais, por sua vez, afirmaram que o dis-curso feito pela Cemig para os acionistas é diferente do discurso que está sendo apresentado aos trabalhadores. O novo modelo tarifário, segundo as entidades, não vai acabar com a empresa, vai apenas modificar a forma de gestão que a Cemig tem adotado nos últimos anos. Além disso, os sindicatos lembraram que o go-verno do Estado vai pagar uma

dívida com a companhia de R$3,6 bilhões, o que garante dinheiro no caixa da empresa. A companhia também continua operan-do as usinas e comercia-lizando energia como vi-nha fazendo ao longo dos anos, inclusive quanto aos preços praticados.

Programade desligamentoO Senge-MG recomen-

da aos engenheiros caute-la na adesão ao Programa Incentivado de Desliga-mento (PID), divulgado na quarta-feira, 23 de janeiro,

pela Cemig. O Departamento Ju-rídico do Sindicato está avalian-do o programa e vai se manifes-tar sobre as implicações que o mesmo possa ter sobre os direi-tos dos trabalhadores e sobre as medidas a serem tomadas para preservar estes direitos.

Segundo a Cemig, o progra-ma tem como principal objetivo garantir aos empregados que já se encontram em plenas condi-ções de aposentadoria ou que estejam próximos de alcançar essas condições, um plano que prevê vantagens diferenciadas para o desligamento. As adesões ao PID podem ser feitas até o dia 27 de março de 2013.

SERVIÇOS

Sindicato oferece novos convênios para os associadose filmagem de eventos, entre ou-tros. Os novos convênios firma-dos são resultado do esforço do Senge-MG para oferecer, cada vez mais, um serviço de qualidade a todos os engenheiros e engenhei-ras que são sócios da entidade.

Em 2012, o setor de convênios passou por uma reformulação to-tal. Além de restabelecer as par-cerias antigas, o Sindicato firmou novos acordos, nos mais diferen-tes setores e serviços. Foi produ-zido, ainda, um novo catálogo de

convênios, com todos os parceiros do Senge e, também, um hotsite exclusivo para o setor de Serviços, que abarca os Convênios, Planos de Saúde, Cursos e o Banco de Ta-lentos. O novo catálogo traz par-cerias com restaurantes, hotéis, escolas de idiomas, academias, óticas, clínicas médicas e odon-tológicas, farmácias, escolas de informática, oficinas mecânicas e lojas online de grandes magazines do Estado. O catálogo pode ser retirado, gratuitamente, na sede do Senge-MG ou os interessados podem ter acesso através do site: www.sengemg.org.br/servicos.

Sindicatos entregaram defesa de argumentosusados no Dissídio Coletivo, no dia 21 de janeiro

12 SENGE INFORMA Nº 201 - 10/FEVEREIRO/2013

O Brasil vive um momento importante de sua história. Os investimentos em infraes-trutura e habitação recolocam a engenharia como peça fundamental para assegurar ao país um desenvolvimento sustentável. E este é o momento ideal para que os engenhei-ros e engenheiras reconquistem o seu espaço como um dos principais construtores deste desenvolvimento.

E, para isso, é fundamental melhorar a qualidade das relações de trabalho, o que significa a inclusão na agenda de questões como melhores salários, redução da jornada de trabalho e do trabalho informal, fim das horas extras, uma legislação mais rígida so-bre a terceirização e representação sindical adequada nos locais de trabalho.

Mas, para que o Sindicato possa vencer este desafio, ele precisa manter a sua in-dependência e estar preparado para fazer frente ao poder patronal e às políticas eco-nômicas que privilegiam apenas o lucro e o capital. E isto depende da sua participação e contribuição.

Basicamente, são três as principais re-ceitas dos sindicatos: a Contribuição Sin-dical, que é devida por todos os trabalha-dores; a Contribuição Social ou Anuidade Social; e a Taxa Assistencial ou Taxa de For-talecimento Sindical.

Contribuição SindicalEstabelecida pela Consolidação das Leis

do Trabalho (CLT), a Contribuição Sindical é a principal fonte de receita dos sindicatos. O seu recolhimento é obrigatório e cabe ao Sindicato 60% do valor recolhido. A Nota Técnica Nº 201/2009, do Ministério do Tra-balho, esclarece que o valor da Contribuição Sindical, devida por todos os trabalhadores, inclusive o profissional liberal, é o equivalen-te a um dia de salário.

Respaldada na Constituição Federal, a As-sembleia Geral da categoria, realizada no dia 6 de dezembro de 2012, definiu o valor de R$ 176,23 (cento e setenta e três reais e vinte e três centavos) para a Contribuição Sindical de 2013, que corresponde a um dia de salá-rio tendo como base o Salário Mínimo Profis-sional do engenheiro vigente em 2012. Esse valor deve ser pago até o dia 28 de fevereiro de 2013 e uma cópia da guia quitada apre-sentada ao departamento pessoal da empre-sa em que o profissional trabalha, evitando, assim, o desconto de um dia de salário no mês de março.

Anuidade SocialPara os fins legais, os sindicatos se equi-

valem às associações civis sem fins lucrativos e são formados por um quadro de filiados,

os quais contribuem, por adesão livre e es-pontânea, com mensalidades ou anuidades para a manutenção da sua estrutura. No Senge-MG, a anuidade vigente, definida em Assembleia Geral, tem o valor de R$ 160,00 e os aposentados têm desconto de 50%. Os profissionais que se encontram desem-pregados estão isentos até que retomem as suas atividades.

Taxa AssistencialA Taxa Assistencial, que também é chama-

da de Taxa de Fortalecimento Sindical ou Taxa Negocial, é decidida em assembleias gerais

específicas, conforme prevê o inciso IV do ar-tigo 8º da Constituição Federal de 1988, e se destina a cobrir os custos de campanhas sa-lariais. Normalmente é cobrada após a cele-bração de um instrumento coletivo de traba-lho. Os trabalhadores que não concordarem com a sua cobrança podem se opor através de carta enviada ao sindicato.

A nossa história de lutas em defesa dos engenheiros, da Engenharia e de toda a socie-dade, ao longo de mais de seis décadas, é a certeza de que a sua contribuição é um exce-lente investimento para que possamos traba-lhar ainda mais na construção da cidadania.

CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS

Sindicato forte e independente depende da participação da categoria