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O Iluminismo Professora Andreia Regina Moura Mendes [email protected]

O iluminismo

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Precursores do pensamento iluminista e a influência das ideias políticas, culturais e econômicas.

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O Iluminismo

Professora Andreia Regina Moura [email protected]

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O Iluminismo

• Atitude cultural e espiritual.• Doutrina política e social.• Principais países: Inglaterra, França e Holanda.• Origem entre os séculos XVII e XVIII.• Preconiza a luta da razão contra as trevas da tradição e do Antigo

Regime.• Assinala o progresso como fruto do uso da razão.• Princípios: universalidade, individualidade e autonomia.• Projeto revolucionário distante de uma ampla reforma.• Crítica da burguesia ao estado absolutista e à velha ordem social

estabelecida.• Defesa dos iluministas de um estado constitucional.

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• Características do movimento:• Valorização do homem.• Crença na razão humana e nos seus poderes.• Homem enquanto sujeito social.• Oposição do movimento aos sistemas filosóficos acabados,

exemplo Descartes e Spinoza.• Para ser totalmente livre, a razão não pode submeter-se a

nenhuma autoridade ou qualquer regra que lhe seja exterior.• Segundo os teóricos, nada escapa ao livre exercício e ao livre

exame da razão.• Os pensadores iluministas questionam a representação teológica

do universo e a sociedade hierarquizada que a representa.

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Contexto

• Transição do sistema feudal para o sistema capitalista de produção.

• Enfraquecimento econômico e político da velha aristocracia e fortalecimento da burguesia comercial e financeira.

• Aliança entre a nobreza e a igreja: dois pilares do sistema feudal.• Desenvolvimento das cidades enquanto centros de produção e

consumo.• “Cada século, tem um espírito que o caracteriza: o espírito do

nosso parece ser a liberdade”. Diderot. (FORTES, 1985, p.16).• Nos países protestantes, as próprias igrejas reformadas trataram

de valorizar a razão, seja na observação das escrituras ou na oposição ao absolutismo do dogma na fé.

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• Objetivos da Razão:• 1- ser instrumento do conhecimento.• 2- reger os destinos históricos do homem.• 3- conduzir sua emancipação.• 4- organizar uma nova sociedade.• “A transcendência cede lugar à imanência”. (FORTES,

1985, p.20).• Novo objeto de estudo: o próprio homem.• Nova “ciência”: História.• Surgimento de um novo ideal: o progresso.

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• Os pensadores iluministas são os ideólogos da nova classe: a burguesia.

• Busca da burguesia por uma hegemonia econômica, política e social.• O iluminismo é herdeiro da época chamada de “crise da consciência

européia” e do período que a antecede: Renascimento.• Precursores do movimento: Francis Bacon (Novum Organum), René

Descartes (Discurso sobre o método; Meditações metafísicas) e John Locke (Ensaio sobre o entendimento humano): inauguração do método experimental, filosofia racionalista, experiência como fonte do conhecimento.

• Elaboração da teoria da atração universal por Sir Isaac Newton em Principia Philosophiae Naturalis.

• Multiplicação das academias científicas.

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John Locke

• Segundo tratado sobre o governo civil: teoria do governo limitado.

• Poder monárquico: contrato entre governo e governados.• Defesa dos direitos naturais: vida, liberdade e propriedade.• Estabelecimento da sociedade civil e instituição de um

governo.• Estado natural diferente do estado de governo.• Cidadãos possuem o direito de substituir ou derrubar um

governo tirânico.• Governo instituído entre os homens para preservação da

propriedade privada.

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MONTESQUIEU

• Espírito das leis (1748): teoria da separação dos poderes para evitar um governo autoritário.

• Existência de três partes autônomas: executivo, legislativo e judiciário.

• Modelos de governo: despotismo, monarquia e república.• Defesa de um despotismo esclarecido.• Os filósofos-reis• Ideia mestra: que a gestão da cidade (polis no sentido

grego), seja submetida ao império da razão. A governança deveria ficar nas mãos dos reis- filósofos.

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• Montesquieu: O espírito das leis (1748). Origem aristocrática. As leis decorrem da realidade social e histórica concreta, própria ao povo considerado. As leis mantêm com o povo relações necessárias com a totalidade da sua vida social. O legislador deve levar em consideração a complexa realidade social para qual legisla. “As leis são (...) as relações necessárias que derivam da natureza das coisas” (FORTES, 1985, p.34).

• Distinção de três formas de governo: monarquia, república (democrática ou aristocrática) e despotismo.

• República: princípio é a virtude.• Monarquia: um indivíduo somente governa de acordo com

as leis fixas e estabelecidas. Princípio é a honra.• Despotismo: apenas uma pessoa governa sem consultar as

leis e de acordo com os seus caprichos. Princípio é o medo.

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• A educação deve ser regulada segundo o esquema definido.• Trabalho de análise de ciência política.• Durkheim considera Rousseau e Montesquieu os pais da sociologia.• Montesquieu abriu caminho para uma observação direta sobre os

fatos sociais. Entretanto, ele não se coloca ao lado da burguesia e defende um liberalismo aristocrático. Entusiasmo por uma monarquia moderada.

• Formulação da teoria da separação e distinção entre os três poderes: executivo, legislativo e judiciário. Apropriada pela Declaração dos direitos do homem de 1789: “Qualquer sociedade na qual a garantia dos direitos não estiver assegurada, nem a separação dos poderes determinada, não tem Constituição”. (Idem, p.39).

• • Hegel afirma que Montesquieu teve uma “visão histórica” quando

enxergou as leis associadas à totalidade da vida humana.

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Denis Diderot e Jean d’Alembert

• Unidade dos pensadores na elaboração da Enciclopédia francesa.

• Participantes de uma mesma atmosfera cultural.• Criados da Enciclopédia.• Contestação ao absolutismo.• Elementos para a construção da sociedade civil.• Oposição do clero francês à Enciclopédia.• Paris é a grande metrópole européia, tanto do ponto de

vista cultural quanto intelectual.• Enciclopédia: publicada em Paris em 1751 até 1780-

dedicada às ciências, às artes e aos ofícios. Obra com 35 volumes.

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• Na Enciclopédia encontra-se as ideias principais, teses políticas e filosóficas defendidas pela burguesia do século XVIII.

• Diderot professa um resoluto ateísmo e um conseqüente materialismo.

• Defende a experimentação como fundamental.• Do ponto de vista político, oscila entre a monarquia à

inglesa e o despotismo esclarecido. Acredita que a política deve está subordinada à economia.

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Voltaire

• Defesa de um governo com poderes limitados.• “Todos os homens são dotados do direito de liberdade,

propriedade e leis”.• Reservas quanto à participação do povo na política.• Defesa do despotismo esclarecido.• Ensaio sobre os costumes (1756). Crítico da autoridade

política (monarquia) e da tradição religiosa (igreja católica).

• Condena o fanatismo, o preconceito religioso, a superstição, a crença em milagres e o antropomorfismo de Deus. Contesta a autoridade absoluta dos papas e prega a tolerância religiosa. Anticlericalismo.

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• Do ponto de vista político: reformista moderado e pragmático. Os dois pilares do seu pensamento político: a liberdade e a propriedade privada. Admirador da Constituição inglesa e de Luís XIV. Defensor do despotismo esclarecido.

• Política concreta e cotidiana: luta contra as prisões arbitrárias, tortura, pena de morte e julgamento secreto. Almeja reformas administrativas e civis.

• Inventa a história como ciência. Preocupação com a exatidão na descrição dos fatos e levantamento das fontes.

• Buscava determinar o espírito do tempo e o “espírito das nações”. Propõe uma história que abranja o conjunto das atividades humanas.

• Ponto de vista evolucionista: da potência ao ato.

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Rousseau

• Defesa do estado natural como paraíso, sem propriedade privada.

• A propriedade privada iniciou a desigualdade social.• Organização da sociedade civil por meio de um contrato

social.• A bondade natural foi pervertida pela civilização.• “A soberania emana do povo”.• Defesa do sufrágio universal.• Governo enquanto agente executivo do estado.

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• Primeiro interesse: música. Escreveu este verbete na Enciclopédia. Obra mais importante: Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens. Para Rousseau, as diferenças de classes não eram naturais e sim provocadas pela história dos homens e suas múltiplas relações.

• Ataque à civilização e à sociedade de sua época: ambas são consideradas degenerativas para o homem.

• Obras: Do Contrato social e O Emílio (1762). Liberdade e soberania são os elementos centrais do seu pensamento. Considerado como um filósofo cristão e crítico dos próprios iluministas. Acredita principalmente na razão histórica.

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Kant

• Crítica da razão pura, crítica da razão prática.• Conciliador entre o empirismo e o idealismo.• Cidadãos independentes e cidadãos não-

independentes.• O cidadão ativo como o proprietário.• A grande divisa do Iluminismo, segundo Kant é : Ousai

saber!, em latim sapere aude!

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Grã-Bretanha.

• Precursor mais importante: John Locke- pai da filosofia empirista.• Principais precursores: Berkeley, David Hume e Betham.• Deísmo inglês: proclamado por Toland e Tindal: defesa de uma

religião racional e de uma divindade apoiada exclusivamente na razão. Introdução da ideia de uma religião natural.

• Berkeley: bispo anglicano, procurou preservar as teses tradicionais do espiritualismo religioso. Servindo-se do empirismo, ataca o materialismo. Autor do princípio: “ser é perceber”. Em latim: esse est percipi. Otimismo característico do espírito iluminista.

• Hume: recusa do dogmatismo e denúncia dos limites do entendimento. Dedica-se à história. Elabora uma espécie de teoria sobre a alma humana e do seu funcionamento. Na base de todo conhecimento acha-se uma crença. Considerado o pai do ceticismo moderno.

• O verdadeiro fundamento do governo é o hábito.

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Os economistas liberais

• Fim da intervenção do Estado.• Crítica ao mercantilismo.• Auto-regulação do mercado: lei da oferta e procura.

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Escola fisiocrata

• Principais: Quesnay, Mirabeau, Nemours.• Turgot: atividades econômicas naturais mais importantes que o comércio.• Princípio: “laissez faire, laissez passer”.• Adam Smith: pai da moderna teoria econômica.• O trabalho produtivo era fonte de riqueza. Defesa da divisão e

especialização do trabalho.• David Ricardo: “lei de ferro dos salários”.• Valor da mercadoria relativo à quantidade de trabalho gasto em sua

produção.• John Stuart Mill: limitação do crescimento populacional e criação de

cooperativas.• Thomas Malthus: crescimento da população supera a produção de

alimentos.

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O despotismo esclarecido

• Países: Prússia, Rússia, Áustria, Espanha e Portugal.• Reformas para adequar o estado à ordem burguesa.• Manutenção do absolutismo: autoritarismo esclarecido.

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Reis-filósofos?• Despotismo esclarecido.• Frederico II da Prússia. Além de monarca, autor de uma obra teórico-

filosófica. Incentivador e protetor das artes. Procurou colocar o estado à serviço do bem estar geral. Desenvolvimento econômico, urbanização de Berlim.

• Imperador José I da Áustria: agente modernizador, política religiosa de tolerância.

• Catarina II da Rússia: intervenção do estado, implantação de um parque industrial de minas e metalurgia do ferro e cobre nos montes Urais.

• Os filósofos fisiocratas são os responsáveis por forjar a ideologia do despotismo esclarecido.

• Principal fonte de riqueza e produção: o cultivo da terra. A agricultura era o elemento civilizador.

• Os déspotas eram ambíguos e moderados em suas decisões políticas e sociais.

• A emancipação difícil

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Bibliografia

• FORTES, Luiz Roberto Salinas. O Iluminismo e os reis filósofos. 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 1981.