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Angelica AmbrogiJulio C.F. Lisboa- FUNBEC-
o tema "poluic;:ao" pode ser le-vado it sala de aula nao so por suarelevancia, como tambem por cons-tituir-se em valiosa ferramenta paraintroduzir e trabalhar 0 conceito deconcentracao.
E tambem uma oportunidadepara corrigir ideias erroneas e con-fusas que frequentemente ocorremcom relac;:ao ao significado de ex-pressoes como "poluic;:ao", "am-biente contaminado" e "ambientepoluido".
As atividades propostas nesteartigo procuram auxiliar 0 professornesse trabalho. Podem ser realiza-das por alunos de 7~ ou 8~ series do19 grau e mesmo por alunos do 29
grau.
Atividade 1
o que e urn arnbiente poluido?
Como introdu«ao a esta atividade. e interessantedialogar com os alunos para saber 0 que eles enten-dem por ambiente poluido. E uma ocasiao oportunapara contar-Ihes que um rio ou lago de aguas turvas ebarrentas pode nao estar poluido; que outro rio ou la-go, com aguas Iimpidas e cristalinas, pode estar muitopoluido. Da mesma forma, 0 ar esfuma«ado pode naoestar ou estar menos poluido que 0 ar aparentementelimpo.No momenta adequado, proponha-Ihes a per-gunta:" Como saber se um ambiente esta poluido?"
Para responder a esta pergunta,serao simuladosdois ambientes aquaticos e 0 que podera acontecer apeixes que neles vivem quando um material e lan«adoem suas aguas.Material2 liras de papel tornassol azul2 copos incolores e Iransparenles1cilindro graduado de 100ml1conla-golas2 basl6es de vidro1frasco com amoniaco2 eliquelas1frasco conlendo mislura de 1 parle de vinagrepara 9 paries de agua. rolulado como Liquido A
a.Abra 0 frasco de amoniaco e aproxime do gargaloastiras de papel de tomassol- com isso intensifica-sea cor azul.b. Identifique os copos como I e II.c. Coloque uma tira de papel tomassol em cada copo.d. Ponha 50 ml de agua no copo I e 100ml de aguano copo II.
Esses copos estao simulando dois ambientesaquaticos. As ti ras de papel tornassol representampeixes que neles vivem. Nesses ambientes sera lan-«ado 0 Uquido A.
Uma mudan«a de cor no papel tornassol indicarao momenta em que 0 "peixe" e afetado.
e. Coloque uma gota do Liquido A em cada ambiente,tendo 0 cuidado de mio pingar diretamente nos "pei-xes". Agite com 0 bastc'io de vidro e pingue mais umagota do Liquido A em cada ambiente. Repita esse pro-cedimento, contando 0 numero de gotas lanqadas emcada copo, ate que um dos papeis mude de cor.
(1) Quantas gotas do Liquido A foram lanqadasem cada ambiente?
(2)Em qual ambiente 0 "peixe" foi afetado?(3) 0 que havia de diferente nesses ambientes?
frasco
o ambiente I recebeu um certo numero de gotasdo Uquido A, que se misturou com agua; no ambienteII, esse mesmo numero de gotas se misturou commaior quantidade de agua. Isto significa que a concen-trac;;ao do Uquido A no ambiente I e maior do que aconcentrac;;ao do Uquido A no ambiente II.
No momenta em que 0 Uquido A atinge uma con-centrac;;ao suficiente para afetar peixes, diz-se que 0ambiente torna-se poluido por esse material. 0 Uqui-do A e, portanto, um material poluente.
Assim, poluente e qualquer material que, aoatingir determinada concentrac;;ao em um ambiente,afeta esse ambiente. Ambiente poluido e aquele emque um poluente atinge concentrac;;ao capaz de afe-ta-Io.
(4) Os dois ambientes receberam igual quantida-de de poluente, mas apenas um ficou poluido. Qual?
o fato de um ambiente receber poluentes naosignifica necessariamente que ele fique poluido - po-de estar apenas contaminado. S6 ficara poluido se 0poluente atingir concentra<;:ao capaz de afeta-Io.
Ainda que nesta experiencia ten ham side simu-lados ambientes aquaticos, chegamos a conclus6esque sac validas para qualquer ambiente, seja aqu8.ti-co, terrestre ou aereo.
Atividade 2
o espalhamento de poluentes
Na atividade anterior verificamos que um mate-rial poluente, dependendo de sua concentra<;:ao, podepoluir ou nao um ambiente. _
Sera que um poluente lanc;;ado em uma regiaopode poluir outras regi6es? Para responder a essaquestao, vamos simular um lago onde vivem variosseres vivos e estudar diferentes regi6es desse am-biente.
1assadeira (dimensoes aproximadas: 30 em x 20 em x 3,5 em1azulejo braneo (ou pires braneo)1 lubo de ensaio (15 mm x 150 mm), com rolha1 eilindro graduado de 50 ml ou 100 ml3 eonla-golas1 fraseo eonlendo aproximadamenle 25 ml do poluenle X que, neslealividade, e uma solulfao de permanganalo de pOlassio, com eon-eenlralfao de 5 9 por lilro (0 permanganalo e eneonlrado em farma-eias)
a. Coloque agua na assadeira, ate cerca de metade daaltura. Essa assadeira representara 0 lago. Utilizandoclipes, divida 0 "Iago" em duas regioes.
Vamos usar um poluente colorido. Assim serafacil relacionar a intensidade da cor com a concentra-c;;ao.Quanto mais intensa for a cor, maior a concentra-<;:ao.
b. Coloque no tubo de ensaio 8 ml de agua e 2 ml dopoluenteX. Tampe 0 tubo e agite-o.
Vamos estabelecer que a cor dessa mistura re-presenta 0 Padrao de Qualidade do lago em relac;;aoao poluente X. Padrao de qualidade e a maior concen-trac;;ao que um poluente pode atingir em um ambiente,sem, contudo, polui-Io.
c. Coloque uma gota do Padrao de Qualidade sobre 0azulejo.
d. Usando 0 cilindro grauduado, meqa 20 ml do polu-ente X e despeje-o naregiao I. Naoagite aagua dolago.
e. Logo em seguida, utilizando dois conta-gotas lim-pos, retire ao mesmo tempo uma gota da regiao I (no-local do lanqamento) e uma gota da regiao II do lago(bem distante do local de lanqamento). Coloque essasgotas sobre 0 azulejo, pr6ximas a gota do padrao dequalidade e compare a cor das tres gotas.
(1) Logo ap6s 0 lanqamento, a concentraqao dopoluente estava mais alta na regiao I ou na regiao II?
(2) Em alguma dessas regioes, a concentraqaodo poJuente estava mais alta na regiao I ou na regiaoII?
(3) Ha alguma regiao poluida? Qual?o poluente X tende a espalhar-se natural mente
pelo lago. Em uma situac;;ao real, esse espalhamento efaci litado pela constante agitac;;ao das aguas. Eo quevoce simulara a seguir.
f. Agite a agua do lago e retire novas amostras dasregioes I e II. Coloque-as no azulejo e compare-as como padrao de qualidade.
(4) A concentrayao do poluente e, agpra, muitodiferente nas duas regioes
g. Compare a cor das gotas da primeira e da segundaamostragem.
(5) Em relayao a primeira amostragem, a concen-trayao do poluente X na regiao I aumentou ou dimi-nuiu? E na regiao II?
(6) Nessa segunda amostragem, ha regioes polui-das?
o poluente lanyado na regiao I espalhou-se, atin-gindo todo 0 lago. Esse espalhamentb trouxe umavantagem: a concentrayao do poluente nessa regiaodiminuiu, podendo ate ter-se tornado inferior ao pa-drao de qualidade.
Por outro lado, trouxe tambem uma desvanta-gem: a regiao II, mais distante do local de lanyamento,ficou contaminada com esse material, embora emconcentrayao inferior ao padrao de qualidade.
Um poluente sempre contamina um ambiente,mas s6 0 polui quando sua concentrayao ultrapassa 0padrao de qualidade.
Algumas considerac;oesAp6s a realizayao dessas atividades, convem
ressaltar para os alunos que as conclusoes obtidascom os ambientes simulados sac validas para todasas situayoes reais. Assim, um poluente sempre conta-mina 0 ambiente em que e lanyado e podera toma-Iopoluido quando sua concentrayao ultrapassar 0 pa-drao de qualidade. Este padrao tem val ores diferentesconforme 0 poluente e, para estabelece-Io, sac neces-sari as muitas pesquisas.
Outro aspecto importante e 0 espalhamento: umpoluente lanyado em uma regiao sempre atinge outrasregioes. E, como visto, esse espalhamento traz vanta-gens e desvantagens.
E tambem importante ressaltar que existe umarelayao continua entre a agua, 0 solo e 0 ar. Assim,por exemplo, poluentes lanyados ao ar sac levadospela chuva aos rios e ao solo. Poluentes lanyados nasaguas podem ser levados ao ar, pela evaporayao e aosolo, pela irrigayao. Poluentes lanyados ao solo po-dem chegar aos rios e destes ao mar. Em outras pala-vras, 0 processo de poluiyao e ciclico. Por essa razao,nao adianta controlar apenas a poluiyao do ar, ou dosolo ou da agua. 0 controle deve ser global e e funda-mental agir antes que a dispersao dos poluentes setorne incontrolavel.
Para ampliar um pouco os conhecimentos dosalunos sobre a poluiyao, sugerimos abordar os aspec-tos ressaltados no texto que segue, referente ao lan-yamento de materiais na agua.
A agua e um receptor de detritos. Seja atraves deredes de esgotos ou de lanyamentos diretos, os rios emares recebem continuamente fezes, urina, residuosindustriais, detergentes, inseticidas e outros mate-riais. Quando esses materiais atingem determinadaconcentrayao, eles poluem a agua e prejudicam os se-res que nela vivem ou que dela fazem uso. Podem, porexemplo, 'Ievar a morte todos os peixes, moluscos,crustaceos e outros animais, bem como as plantas quevivem num rio, transformando-o em rio morto.
Os materiais organicos levados pelos esgotos aum rio ou a um lago contribuem para a "morte" des-ses ambientes aquaticos, porque constituem alimentopara os microorganismos que ai vivem; quando 0 lan-yamento de excrementos se faz em larga escala, hamuito alimento para os microrganismos e 0 numerodeles aumenta rapidamente. Como muitos tipos de mi-crorganismos consomem oxigenio na respirayao, aquantidade desse gas, na agua, diminui e pode tor-nar-se insuficiente para a respirayao dos outros seresvivos do ambiente, que, entao, morrem.
Alem dos produtos de excreyao, chegam aos riose mares residuos industriais que podem tambem le-va-Ios a morte, quer a industria esteja pr6xima ouafastada. Peixes que passem pelos locais de descargadas industrias podem morrer imediatamente, depen-dendo do tipo de residuo lanyado, como acidos esubstancias causticas, por exemplo.
Muitas vezes 0 efeito de um poluente e cumulati-vo. Compostos de mercurio, por exemplo, utilizados
na fabricayao de plasticos, podem contaminar os pel-xes que vivem no local deseu lanyamento. Com a dis-persao do poluente, peixes de outras regioes tambemse contaminam. Peixes maiores, ao ingerirem peixesmenores contaminados, acumulam ainda mais mercu-rio em seus organismos. 0 efeito cumulativo do mer-curio acentua-se nas pessoas que se alimentam depeixes contaminados e, dependendo da concentrayaodesse poluente no organismo, elas podem sofrer dis-t~rbios da fala e da visao, paralisia e ate morte.
Todos os materiais lanyados aos rios, cedo outarde acabam chegando ao mar. Acrescente-se, ainda,que cidades litoraneas e as industrias nelas localiza-das lanyam esgoto, fixe e outros residuos ao mar. Co-mo 0 lanyamento de poluentes e continuo, muitas re-gioes litoraneas estao se tornando poluidas.
Um grande problema da poluiyao maritima e 0
petr6leo. Vazamentos de petr61eo em plataformas deperfurayao sac frequentes; navios petroleiros lanyamao mar a agua de lavagem de seus tanques, que levaconsigo uma quantidade consideravel de 6leo. Avioes,em certas situayoes, descarregam sobre 0 mar partede seu combustivel, antes de aterrisarem. Esses sacalguns dos fatores responsaveis pela poluiyao do marpelo petr61eo e seus derivados.
E praticamente impossivel retirar os poluentesdas aguas. Portanto, a melhor maneira de evitar agrande contaminayao e controlar a fonte de lanya-mento. onde os poluentes devem ficar retidos.