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O agregador da advocacia 16 Janeiro de 2012 www.advocatus.pt “Eu sabia que queria tentar ser jornalista, ainda que soubesse que é uma profissão de desgaste rápido” Passeio Público Francisco Teixeira é um jornalista convicto. Com uma experiência diversificada nos diversos meios, começou na rádio e num semanário ao mesmo tempo, transitou depois para um diário. Conhece agora, no Económico TV, a magia da televisão. Com o director do Advocatus, faz semanalmente o retrato dos temas mais actuais da Justiça portuguesa O jornalista convicto mento e terminou o secundário. Em muitos casos, estas famílias são mais do que de acolhimento e foi o que aconteceu com Fran- cisco, que mantém contacto com a sua “família americana”. Ainda recentemente lá regressou. Recorda que foi uma experiência “muito rica”, principalmente do ponto de vista pessoal, pois, aos Esta foi a primeira grande experi- ência fora de casa. Rapidamente outra se sucedeu. Aos 17, decorria o ano de 1996, Francisco partici- pou no programa American Field Service (AFS, em Portugal gerido pela Intercultura): mudou-se para Albuquerque, no Novo México, nos EUA, onde viveu durante um ano com uma família de acolhi- Ramon de Melo Pai, jornalista e sportinguista “ferrenho” – estas são, provavel- mente, as palavras que melhor definem Francisco Teixeira. Filho de um madeirense, passou toda a infância em Sintra. Mas o gos- to pelas viagens manifestou-se cedo e levou-o, aos 14 anos, até ao Canadá, para melhorar o inglês e trabalhar. Ana Duarte

O jornalista convicto

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O jornalista convicto

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O agregador da advocacia16 Janeiro de 2012

www.advocatus.pt

“eu sabia que queria tentar ser jornalista, ainda que soubesse que é uma profissão de desgaste rápido”

Passeio Público

Francisco teixeira é um jornalista convicto. Com uma experiência diversificada nos diversos meios, começou na rádio e num semanário ao mesmo tempo, transitou depois para um diário. Conhece agora, no Económico TV, a magia da televisão. Com o director do Advocatus, faz semanalmente o retrato dos temas mais actuais da Justiça portuguesa

O jornalista convicto

mento e terminou o secundário. Em muitos casos, estas famílias são mais do que de acolhimento e foi o que aconteceu com Fran-cisco, que mantém contacto com a sua “família americana”. Ainda recentemente lá regressou.Recorda que foi uma experiência “muito rica”, principalmente do ponto de vista pessoal, pois, aos

Esta foi a primeira grande experi-ência fora de casa. Rapidamente outra se sucedeu. Aos 17, decorria o ano de 1996, Francisco partici-pou no programa American Field Service (AFS, em Portugal gerido pela Intercultura): mudou-se para Albuquerque, no Novo México, nos EUA, onde viveu durante um ano com uma família de acolhi-

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Pai, jornalista e sportinguista “ferrenho” – estas são, provavel-mente, as palavras que melhor definem Francisco Teixeira. Filho de um madeirense, passou toda a infância em Sintra. Mas o gos-to pelas viagens manifestou-se cedo e levou-o, aos 14 anos, até ao Canadá, para melhorar o inglês e trabalhar.

ana Duarte

Janeiro de 2012 17O agregador da advocacia

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cimento de projectos jornalísticos como o Público. Ingressou então no Instituto Supe-rior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), em Lisboa, onde cursou Comunicação Social. No final do 3.º ano decidiu que gostava de fazer o último ano da licenciatura fora do País, desta feita em Ma-drid, na Universidade Compluten-se. Na altura, estava cada vez mais interessado pela ciência política e foi precisamente nessa área que cumpriu o último ano do curso.Quando regressou a Lisboa, es-tava pronto a entrar no mundo do trabalho. No entanto, o País atra-vessava “uma espécie de mini--crise”, tinha-se dado a bolha das “.com”, o que resultou na queda dos níveis de publicidade e numa diminuição no número de contra-tações. Ainda assim, Francisco conseguiu um estágio na Rádio Renascença (RR) e posteriormente outro no semanário Independente. Acabou por aceitar os dois. No fi-nal de ambos foi convidado a ficar e acumulou os dois empregos.O dia começava bem cedo. En-trava na rádio entre as 5h00 e as 6h00 e fazia os noticiários na Mega FM, RR e na RFM informa-

ção. Por volta das 13h00 trocava a rádio pelo jornal, onde trabalhava até às 21h00. Durante três anos e meio esta foi a sua rotina diária. Reconhece que foram anos muito desgastantes, mas também muito ricos, pois conseguia trabalhar em “dois mundos completamente dis-tintos”.Em 2005 decidiu frequentar a pós--graduação em Marketing Político, também no ISCSP, e saiu do Inde-pendente, pois muito dificilmente conseguiria conciliar as três tare-fas. Mas continuou na RR.No ano seguinte resolveu dar mais um passo na carreira e in-tegrou o Diário Económico, onde assumiu o cargo de coordenador de política. Posteriormente, as-cendeu a editor, funções que de-sempenhou durante quatro anos, época em que acompanhou de perto a actualidade sobre políti-cas públicas, educação, saúde, justiça, entre outras áreas. Foram quatro anos muito intensos, mas também muito enriquecedores. Para Francisco, “um jornal diá-rio dá de facto muita pica, é uma coisa muito envolvente porque as notícias são vividas naquela ló-gica diária, embora seja desgas-

a advocacia é “um sector distinto face

aos sectores médios do País”, um sector

de uma “competência extraordinária, bastante

dinâmico e que conseguiu aceder

a grandes negócios”

17 anos, teve de entrar “num país novo, com uma língua nova, uma escola nova e um sistema comple-tamente diferente”. O gosto pelas viagens levou-o no-vamente a partir aos 18 anos: na companhia de um amigo, colocou a mochila às costas e embarcou à aventura num interrail pela Euro-pa. “Foi uma excelente experiên-cia, muito concentrada na Europa Central e na Europa do Sul”. Du-rante um mês viajou mais de 150 horas em comboios. Foi, sem dú-vida, “um mês muito intenso”. Mas como experiência mais mar-cante elege, sem hesitar, o ano que passou nos Estados Unidos. Ainda ponderou por lá ficar, mas acabou por regressar a Portugal. Tinha terminado o 12.º ano e tinha de decidir que área seguir. Pensou em Direito, mas optou por jorna-lismo: “Eu sabia que queria tentar ser jornalista, ainda que soubesse que é uma profissão de desgaste rápido”.Francisco sempre viveu muito próximo do “frenesim” das redac-ções. O facto de ter dois tios jor-nalistas permitiu que conhecesse bem o ambiente de uma redacção e que assistisse de perto ao nas-

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A primeira vez que Francisco foi ao Parlamento tinha nove anos

Durante o ano de Erasmus, na neve, em Espanha No dia da graduação com os colegas em Albuquerque – Novo México, EUA

O agregador da advocacia18 Janeiro de 2012

www.advocatus.ptPasseio Público

“se recuarmos a 2006, chegamos à

conclusão de que os problemas persistem e são exactamente os mesmos, as terapias

vão mudando, mas não têm sido conseguidos grandes resultados”

Francisco enfrenta neste momento um novo de-safio profissional no Económico TV, onde conduz o programa “Direito a Falar”. Semanalmente, juntamente com o director do Advocatus, João Teives, recebe convidados para comentarem as questões mais actuais do Direito e da Justiça. Esta é a primeira vez que Francisco tem uma ex-periência televisiva, apesar de ter feito um curso no CENJOR depois de terminada a faculdade. Mas é um meio que lhe agrada bastante e que lhe suscitava alguma curiosidade.O programa, com cerca de dois meses, tem sido

um êxito. A ideia central é “dar direito a falar a quem fala sobre Direito” e, com o auxílio de espe-cialistas, perceber e analisar o que acontece nos grandes escritórios de advogados, na advocacia em si, nas magistraturas, no Governo e em todo o sistema judicial, mas, principalmente, perceber qual a realidade da Justiça nos dias que correm. Até agora, Francisco crê que a missão tem sido cumprida. O programa tem sabido conquistar. As propostas de temas e convidados têm sido constantes, a dificuldade que se coloca é a de escolher entre tantas propostas…

No ETV com o AdvocatusDesaFio

Ser pai é “a única coisa na vida que repetida mil vezes não perde importância”

tante é um trabalho muito rico”. Foi exactamente enquanto editor de política que se aproximou da área da Justiça, mais especifica-mente da advocacia. O Diário Eco-nómico produzia um suplemento sobre advogados, cuja elaboração lhe abriu a porta ao conhecimento das principais tendências do mun-do da advocacia. E que lhe permi-tiu concluir que a advocacia é “um sector distinto face aos sectores médios do País”, um sector de uma “competência extraordinária, bastante dinâmico e que conse-guiu aceder a grandes negócios.” Quanto à Justiça, é, em sua opi-nião, dos sectores onde há mais tempo se houve falar de reformas, principalmente depois do pacto de Justiça, que foi inclusive nego-ciado pela actual ministra, Paula Teixeira da Cruz. No entanto, “se recuarmos a 2006, chegamos à conclusão de que os problemas persistem e são exactamente os mesmos, as terapias vão mudan-do, mas não têm sido consegui-dos grandes resultados”…Francisco Teixeira não tem a cer-teza se será jornalista até ao res-

to da vida, mas por agora é a sua profissão e sente-se feliz com ela. “Não sei se me vejo jornalista para sempre. Mas tenho muito orgulho tanto de ter sido, como de conti-nuar a ser jornalista”. O que não o impede de reconhecer que a pro-fissão é muito desgastante, prin-cipalmente nos dias de hoje, em que há um imediatismo noticioso. Cada vez mais – comenta - “se sente que o indivíduo não se pode cingir, do ponto de vista tanto téc-nico como prático, ao meio”. Mas, além do trabalho, Francis-co tem outra “profissão”, que é a mais importante - ser pai. De Pi-lar, dois anos, e de Vicente, três anos. É com eles que tenta passar o tempo livre. Diz que é “facílimo gerir o tempo”, mas confessa que tem algumas ajudas. O facto de as crianças destas idades terem de dormir a sesta dá-lhe alguma “margem de manobra” quando necessita de trabalhar, por exem-plo, na tese de mestrado que está a terminar. E afirma, com convic-ção, que ser pai é “a única coisa na vida que repetida mil vezes não perde importância”.

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