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1 CASAMENTOS FELIZES Um amigo 2.012

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CASAMENTOS

FELIZES

Um amigo

2.012

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Amai uns aos outros como Eu vos amei.

(Jesus Cristo)

Autorreformar-se moralmente antes de procurar uma

companhia para a convivência conjugal.

(Joanna de Ângelis)

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ÍNDICE

Introdução

1 – Permanecer solteiro ou casar

1.1 – Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco e

José Raul Teixeira

1.2 – Allan Kardec

1.3 – A sexualidade sem responsabilidade

1.4 – Mediunidade e sexualidade

1.5 – O trabalho voluntário nos Centros Espíritas

1.6 – O equilíbrio espiritual

1.7 – A escolha da sintonia espiritual

1.8 – A autorreforma moral

2 – A opção pelo divórcio

2.1 – O aumento do número de divorciados

2.2 – A escolha de novo parceiro

2.3 – A opção de não mais consorciar-se

2.4 – O emprego da energia espiritual

3 – Almas gêmeas

4 – Romeu e Julieta

5 – Paixões obsidentes e Amor construtivo

6 – Egoísmo a dois

7 – União para o Bem

8 – Divaldo Pereira Franco e Nilson de Souza Pereira

Conclusões

Notas

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INTRODUÇÃO

A distância que vai dos casamentos que, em tempos

remotos se realizavam, sobretudo, pela imposição dos pais,

para satisfação dos seus interesses financeiros, até as uniões

formais ou informais da atualidade, onde predominam a

irreflexão e a sexualidade sem responsabilidade, é tão grande

quanto aquela que deverá ser a tônica dos casamentos do

mundo de regeneração em que se converterá a Terra, onde a

afinidade espiritual, baseada na autorreforma moral, deverá

ser a característica predominante.

Enquanto não chegamos, como coletividade, a tal nível

ético-moral, exemplos esparsos de uniões felizes aparecem

aqui e ali, tais como Allan Kardec e Amélie Boudet [1];

Mohandas e Kasturba Gandhi [2]; os personagens Laura e

Ricardo, mencionados no livro “Nosso Lar”, de André Luiz,

psicografado por Francisco Cândido Xavier; Abigail e Sílvio;

Violeta e Mozart; Adriana e Wesley; Elaine e Ronaldo; Ana

Paula e Adriano; adeptos idealistas da Causa Espírita em Juiz

de Fora, dentre outros.

O sonho da felicidade conjugal esbarra na qualificação

ético-moral dos seres humanos, pois, enquanto predominarem

os defeitos morais do orgulho, egoísmo e vaidade, as escolhas

se basearão nos interesses materiais e a harmonia estará

prejudicada pelos referidos defectivos do pensar, sentir e agir.

Joanna de Ângelis aconselha que cada um somente

procure a companhia afetiva de um parceiro depois de

realizar a autorreforma moral, ou autoencontro, pois, em caso

contrário, estaremos sobrecarregando o outro com nossas

idiossincrasias ou vice-versa.

Estar em companhia de um parceiro simplesmente para

fugir à solidão representa repetir os padrões ultrapassados

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dos tempos em que tínhamos como referenciais apenas os

objetivos materiais, sem consideração ao fato de que somos

Espíritos e que nossa pátria definitiva é o mundo espiritual,

sendo que nossas encarnações representam apenas incursões

rápidas em um corpo de carne, visando nosso adestramento

para vivermos melhor no mundo extracorpóreo, onde o

pensamento é a principal força do Espírito, que deve estar

habilitado para comandá-lo, tudo dependendo do seu

aperfeiçoamento ético-moral.

Propor-se a uma vida de encarnado sem

responsabilidades espirituais significa empreender uma

viagem sem rumo certo, estando sujeito a diversos tipos de

intempéries e desastres, cujo final pode ser o pior possível,

sendo que, no grau evolutivo que já atingimos

individualmente e como coletividade, tal não se justifica mais.

Sabendo, como dito, da realidade espiritual e da

fugacidade da vivência como encarnados, faz-se mister que

estejamos aproveitando bem a oportunidade reencarnatória,

incluindo nesse planejamento a escolha daquele ou daquela

que estará ao nosso lado nessa vivência idealista e direcionada

aos objetivos intelecto-morais que nos levarão adiante na

escalada evolutiva.

Se é verdade que todos somos irmãos em humanidade,

não é menos certo que, para uma convivência tão estreita

como a que deve existir entre os cônjuges, o ideal é que

predomine a afinidade espiritual, visando o enobrecimento

individual, com o apoio recíproco.

Sócrates pode ser considerado como exemplo típico de

um homem cujo casamento se caracterizava pela grande

distância de nível intelecto-moral entre ele e a esposa,

Xantipa, voltada exclusivamente para os interesses materiais.

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As razões que levaram àquela união somente podem ser

explicadas pela superiodade daquele Espírito iluminado, que

se constituiu em um dos mais importantes preparadores do

terreno para a pregação de Jesus na Terra.

Todavia, por outro lado, no extremo oposto, verificou-se

a união sublimemente harmoniosa entre Kardec e Amélie,

visando a implantação da Terceira Revelação no mundo

terreno.

São duas realidades totamente diferentes, pois, se

Xantipa contribuiu simplesmente para cobrar mais da

humildade, desapego e simplicidade de Sócrates, Amélie

trabalhou junto com seu marido na Codificação e continuou

nessa missão lumunosa mesmo após a desencarnação dele.

Se há aqueles e aquelas que escolhem a companhia de

personalidades díspares para conviver, por alguma razão

somente compreensível por eles próprios, há outros que

optam pela companhia de almas afins da sua, com resultados

talvez muito mais produtivos para a própria Causa que

abraçaram de mensageiros do Bem.

Pretendemos, neste modesto estudo, abordar as duas

realidades, sem querer convencer os prezados Leitores a

mudarem seu ponto de vista, mas apenas contribuir para a

reflexão sobre o assunto, cada qual estando livre para suas

escolhas.

Que Deus abençoe a nós todos, para que possamos

evoluir na inteligência e na moralidade, sob o signo da

autorreforma interior.

O autor

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1 – PERMANECER SOLTEIRO OU CASAR

Até há pouco tempo atrás havia uma cobrança aos

homens para casarem, sob pena de se duvidar da sua

masculinidade e, igualmente, quanto às mulheres, que

ficavam sob suspeita de algum desvio da sua normalidade.

Todavia, com a globalização, que provocou o nivelamento

cultural da humanidade pelos padrões dos povos mais

desenvolvidos intelectualmente, o fato de alguém preferir

permanecer solteiro não causa mais a estranheza que

provocava antes e assim é que muitos homens e mulheres

vivem em regime de celibato.

Muitas pessoas dedicadas ao ideal de servir à

humanidade e outras, por não terem encontrarado quem lhes

corresponda à afetividade no nível ideal que pretendem,

optam por não casar, suportando as naturais dificuldades que

esse estilo de vida acarreta, mas, por outro lado, ficam livres

dos inconvenientes de conviver estreitamente com alguém que

lhes dificulte a dedicação aos seus projetos mais caros ao

coração ou à inteligência.

Realmente, “é melhor estar só a estar mal

acompanhado”, conforme afirma a sabedoria popular, porque

um cônjuge que nada tem em comum com nossos ideais

costuma representar uma fonte de incompreensões para nós

tanto quanto deixamos de atender-lhe as expectativas.

Se não há suficiente afinidade espiritual, o resultado da

convivência costuma ser a deterioração do relacionamento,

redundando no divórcio ou em uma convivência sacrificial

para ambos.

Viver em regime de celibato é, portanto, a melhor opção

para cada vez maior número de pessoas, principalmente

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aquelas que se conscientizam de que as escolhas devem ser

feitas com base na afinidade espiritual.

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1.1 – FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, DIVALDO

PEREIRA FRANCO E JOSÉ RAUL TEIXEIRA

Quando perguntado sobre porque não tinha casado até

então, Francisco Xavier respondia sempre que nunca teve

tempo para namorar, porque, tendo de trabalhar desde a

adolescência para sustentar-se e aos familiares, além da tarefa

mediúnica, concentrava-se nessas atividades e nunca

procurou ninguém com vistas ao consórcio conjugal. Na

verdade, como se pode calcular, sabedor da sua

responsabilidade, sobretudo na missão mediúnica, que lhe

cobrava dedicação total e absoluta, não estava o casamento

previsto para aquela encarnação.

O mesmo se pode deduzir quanto a Divaldo Pereira

Franco e José Raul Teixeira, além de Yvonne do Amaral

Pereira e outros missionários da mediunidade com Jesus.

Não somente acontece essa opção no meio espírita, mas

em outras correntes religiosas, evidentemente, tanto quanto

com aqueles que optam por tarefas nas áreas da Cultura.

Missionários de alta envergadura espiritual, já adquiram

grande controle sobre a sexualidade, o que lhes possibilita

canalizar suas energias para as tarefas que representam

utilidade para as coletividades em lugar da mera satisfação

pessoal através da cópula.

Divaldo Franco conta que Francisco Xavier lhe ensinou

como desviar energia para a potencialização vocal, para

dedicar-se, com sucesso, à sua missão de orador notável, que

percorreria o mundo divulgando a Mensagem do Cristo sob

as cores da Terceira Revelação.

A sexualidade, para esses missionários, não deixa de

existir, mas passa a se exteriorizar sob formas úteis à

coletividade ao invés da comum manifestação com utilidade

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apenas pessoal e do outro cônjuge, diferente do que acontece

com a maioria da humanidade terrena, formada de Espíritos

de evolução intelecto-moral mediana.

No opúsculo “Reflexões Espíritas sobre a Sexualidade”,

publicado na Internet, detalha-se melhor sobre as várias

formas de utilização da energia do Espírito, obra que pode ser

consultada pelos eventuais interessados.

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1.2 – ALLAN KARDEC

Se o luminoso Espírito que encarnou com a missão de

coletar e apresentar didaticamente os Ensinos dos Espíritos

Superiores trouxe o casamento na sua programação de vida,

tal fato se deve, naturalmente, à importância que sua caroável

companheira desempenharia naquele trabalho, o que se pode

testificar pela sua atuação inclusive depois da desencarnação

do missionário.

Amélie Boudet continuou na campanha de divulgação da

Doutrina Espírita, o que pode ser verificado através do livro

“O Processo dos Espíritas”, onde se retrata a firmeza da

viúva Rivail na defesa da Terceira Revelação.

Não se deve duvidar de que o valoroso e experiente

Espírito que foi Allan Kardec teria condições plenas para

optar pelo celibato, mas a presença da companheira lhe

representava a certeza da continuidade na missão

propagadora da Doutrina dos Espíritos.

Casamento feliz entre duas almas de elevadíssima

hierarquia, escolhidas pelo próprio Divino Mestre para o

trabalho de implantação do Consolador prometido no mundo

terreno.

A vida de Amélie Boudet deveria ser objeto de estudo

detalhado e carinhoso, pois não foi mera companheira de

Rivail nos padrões corriqueiros da época, mas sim verdadeira

missionária da Terceira Revelação.

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1.3 – A SEXUALIDADE SEM RESPONSABILIDADE

Mohandas Gandhi considerava, com razão, a

sexualidade sem responsabilidade um dos mais graves

equívocos que o ser humano pode cometer, pois representa a

escravização aos atavismos que não se justificam no atual

estágio evolutivo intelecto-moral da humanidade, às portas do

ingresso da Terra na categoria de mundo de regeneração,

onde prevalecerão as virtudes e a inteligência voltada para o

Bem.

Quantas criaturas, todavia, depois de séculos de

repressão castradora imposta pelas correntes religiosas

obscurantistas, agora optam pela sexualidade sem

responsabilidade, crendo, com isso, estar exercitando a

Liberdade, que, todavia, não deve ser encarada como mero

desbordamento da indisciplina interior, mas sim como

autonomia do pensamento, com utilidade para si e para a

coletividade, representada nos surtos progressistas!

Ser livre é uma das propostas que o Divino Mestre

trouxe para a humanidade terrena, séculos depois inscrita no

lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, o que não deixa

de caber no dístico “Amor a Deus sobre todas as coisas e ao

próximo como a nós mesmos”.

A sexualidade representa uma força da alma, que cada

um tem a opção de emprega através das formas mais

variadas, de acordo com seu próprio nível intelecto-moral,

prejudicando a si próprio e aos seus irmãos e irmãs em

humanidade ou sublimando-se e influenciando positivamente

os que lhe acompanham a trajetória evolutiva.

Autoconhecer-se, atendendo a proposta socrática, que

não é outra que a de Jesus e Kardec, inclui estudar sobre a

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sexualidade, para evoluir e contribuir para a evolução das

coletividades.

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1.4 – MEDIUNIDADE E SEXUALIDADE

A mediunidade tem ligação direta com o tipo de sintonia

que mantemos com os Espíritos desencarnados, consequência

do nível de evolução intelecto-moral, onde está inserida

inclusive nossa postura diante da sexualidade.

Somos um monobloco intelecto-moral, representado pelo

conjunto de pensamentos, sentimentos e ações que nos

caracterizam.

Emmanuel afirmava que, para avaliarmos quem

realmente somos, devemos verificar o que pensamos quando

estamos a sós, pois, nessas oportunidades, nossa realidade

interior se revela.

A autoanálise é importante para o atoconhecimento, sem

o qual não evoluímos, sendo que a partir daí devemos ir

retificando nossos defeitos morais, substituindo-os pelas

virtudes.

A mediunidade não representa somente o esforço mental

durante o tempo em que se está presente nas reuniões

mediúnicas, mas sim a adoção de um estilo de vida o mais

possível consentâneo com as Leis de Deus.

No caso de alguém ter de escolher entre a mediunidade e

a sexualidade com determinado parceiro, a consciência deve

ser convocada para indicar a melhor forma de proceder,

podendo-se lembrar o caso de uma amiga de José Raul

Teixeira, que dispensou um candidato a namorado que lhe

declarou sua aversão às tarefas mediúnicas que ela tinha

como programa reencarnatório, ficando evidente que não

havia afinidade espiritual entre ambos, requisito para que não

só a convivência conjugal no seu geral não fosse gratificante

quanto o próprio intercurso sexual estaria sendo, no máximo,

um paliativo para a ausência de afinidade espiritual.

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Devemos preservar nossa intimidade pessoal,

permitindo-a somente em relação a quem tenha verdadeira

afinidade espiritual conosco, sob pena de prejuízos morais

graves para nós e para nosso parceiro.

Ser médium não impede ninguém de conviver com seu

parceiro, dentro, evidentemente, dos limites recomendados

pela consciência, sabendo-se sempre que seremos responsáveis

pelas imagens que criarmos na mente do nosso semelhante,

conforme afirmava Francisco Cândido Xavier.

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1.5 – O TRABALHO VOLUNTÁRIO NOS CENTROS

ESPÍRITAS

Uma das formas atuais de beneficiar as pessoas em geral

é participar das atividades voluntárias nos Centros Espíritas,

que nada mais são do que a revivescência das antigas Igrejas

dos tempos apostólicos do Cristianismo, sendo que aí se

exercitam os mandamentos da Lei Divina do “Amor a Deus

sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.”

Os casais que atuam unidos no ideal de estudar a

Doutrina Espírita e praticá-la nos recintos dos Centros

Espíritas, estendendo sua vivência à vida comum de relação

na sociedade onde vivem, mais se unem na sua vida conjugal,

pois que sua sintonia com os Espíritos Superiores abençoa sua

união e os faz felizes, ao mesmo tempo que trabalham pela

felicidade alheia, pois que é da Lei que “é dando que se

recebe.”

Infelizmente, não são tantos os casais que desempenham

atividades religiosas unidos, sendo que, normalmente, quando

um dos cônjuges é entusiasta da religiosidade, o outro é

indiferente a esse ideal ou avesso a qualquer trabalho

voluntário no Bem. Tal fato se deve ao atraso ético-moral da

humanidade terrena e, principalmente, às escolhas

equivocadas feitas pela maioria, que, na época do seu

consórcio, não levaram em conta a afinidade espiritual, mas

sim outros fatores como os arroubos da juventude, a atração

sexual etc. Depois de consorciados é que muitos começam a

enxergar a distância ético-moral existente entre eles.

Os exemplos de casais realmente unidos em torno do

voluntariado no Bem são relativamente raros e, por isso

mesmo, mencionamos poucas duplas na Introdução deste

modesto estudo. Esse fato pode ser encarado como alerta para

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as novas gerações, a fim de que escolham melhor seus

parceiros, para que encontrarem a felicidade conjugal e não

escolherem para si uma vida sofrida por conta das

divergências ideológicas dentro do próprio lar.

No mundo de regeneração, como dito, as atuais exceções

serão a regra, pois a maioria das pessoas já terá realizado a

autorreforma moral, dedicar-se-á aos interesses espirituais e

as uniões conjugais pautar-se-ão pela afinidade espiritual.

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1.6 – O EQUILÍBRIO ESPIRITUAL

Por mais que as circunstâncias exteriores sejam

turbulentas, devemos manter o equilíbrio interior, não se

justificando nenhuma preocupação de natureza

perturbadora, conforme ensina Divaldo Pereira Franco.

Além da prática permanente do Bem, devemos exercitar

nosso pensar, sentir e agir na constância do equilíbrio, tal

como os Espíritos Superiores, que nunca se deixam abalar

pelo que lhes ocorre no dia a dia de suas vidas.

Jesus, o Modelo Máximo de Perfeição para os habitantes

da Terra, nunca se deixou perturbar por qualquer situação ou

pessoa que fosse, mesmo quando condenado à morte, a qual se

efetivou com requintes de crueldade.

Sócrates igualmente viveu e desencarnou com serenidade

constante, o mesmo se dizendo de Allan Kardec, Francisco

Cândido Xavier e outros Espíritos Superiores em suas

encarnações missionárias. Não que sejam frios e indiferentes

às agruras da vida material e aos sofrimentos dos irmãos e

irmãs em humanidade, mas, na verdade, condoer-se com os

sofrimentos alheios e suportar os próprios sofrimentos não

nos devem levar ao desequilíbrio, ao pânico e atitudes

intempestivas e desarrazoadas, pois tudo significa

aprendizado, aperfeiçoamento intelecto-moral, desde que

encarado como tal, a fim de consolidar as aquisições já

iniciadas ou inaugurar as que ainda não tínhamos senão em

germem.

Quando ambos os cônjuges investem nesse estilo

adequado de vida, nada os desune, mas, pelo contrário, o elo

que os irmana somente tem a ganhar; porém, ao contrário,

quando não realizaram a autorreforma moral, perdem

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facilmente o ponto de equilíbrio interior e passam a

desestabilizar a própria convivência conjugal.

Felizes os casais que aprenderam essa lição,

imprescindível para sua felicidade.

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1.7 – A ESCOLHA DA SINTONIA ESPIRITUAL

A conquista mais importante dos seres humanos é sua

autorreforma moral, pois lhe possibilita a sintonia com os

Espíritos Superiores e, naturalmente, com aqueles que,

mesmo não estando ainda nesse nível evolutivo, são

classificados como bons Espíritos, dentre os quais muitos

entes queridos que atualmente habitam no mundo espiritual.

Mesmo estando um dos cônjuges encarnado e o outro

desencarnado, quando sintonizam na mesma faixa de Amor

Universal, estarão sempre juntos no cumprimento de uma

obra construtiva no Bem.

A distância não existe para o pensamento e o sentimento.

Há casais nessas condições e grande é sua felicidade,

inacessível aos que ainda gravitam em torno dos interesses

puramente materiais.

A sintonia nas correntes mentais do Bem leva à

felicidade, que é toda interior, independente das

circunstâncias externas, como a saúde corporal e a situação

financeira.

Por outro lado, a sintonia com o Mal provoca a

infelicidade, mesmo que todas as benesses materiais se

instalem ao nosso redor.

Infelizmente, muitos irmãos e irmãs em humanidade não

despertaram ainda para o reconhecimento dessa realidade e

vivem como crianças correndo atrás de novos brinquedos, dos

quais rapidamente se entediam.

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1.8 – A AUTORREFORMA MORAL

A aquisição das virtudes da humildade, desapego e

simplicidade representa o investimento mais significativo da

vida de um Espírito, que, a partir de então, passa a ser

verdadeiramente feliz e contribuir mais decisivamente para a

felicidade alheia.

Sem essa conquista, o ser humano oscila entre o Bem e o

Mal como frágil arbusto, que verga para todos os lados sob a

fúria dos vendavais, sujeito a ser arrancado do solo ou ter seu

tronco e galhos quebrados e danificados.

Quem adquire a humildade não sofre mais com a posição

que reconhece desempenhar de mera peça na imensa

engrenagem da coletividade humana, imperturbável com os

altos e baixos da vida, tanto lhe fazendo ocupar postos de

comando quanto os de subordinação.

Aqueles que se desapegam não se sentem infelizes pelas

perdas aparentes nem se agarram aos ganhos materiais,

sabendo que tudo pertence ao Pai Celestial.

Os que conquistaram a simplicidade não se envaidecem e

nem procuram a evidência inútil.

Considerando que o que realmente importa para o

Espírito é aquilo que traz dentro de si, investe no seu

autoaprimoramento sobretudo moral, sendo que até a

intelectualidade passa a subordinar-se à Ética, sem a qual não

passa de enfeite de utilidade questionável.

Os casais autorreformados moralmente, como Kardec e

Amélie, vivem no eterno Éden, mesmo quando lhes tenham

sido destinadas a pobreza, uma saúde precária, a pouca

instrução e as agruras materiais que assustam a maioria dos

seres humanos.

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2 – A OPÇÃO PELO DIVÓRCIO

O Espírito André Luiz afirma que as leis humanas

deveriam dificultar o divórcio, porque grande parte dos

Espíritos ainda transitam nas faixas do primitivismo moral e,

se fossem facilitadas as sucessivas uniões conjugais, muitos

abusariam desse estado de coisas para mais se complicarem

moralmente. Todavia, é de se ponderar que o objetivo

principal das encarnações é o desenvolvimento intelecto-

moral, sendo que há casos em que a diferença de objetivos

entre os cônjuges é tão grande que um deles poderá ser

prejudicado no cumprimento dos seus compromissos

espirituais, arriscando-se a falhar nas suas tarefas.

Cada pessoa deve analisar seu próprio caso com

honestidade, pois que sua consciência lhe cobrará caro se

simplesmente quiser ficar livre de uma convivência por

motivos insignificantes ou segundas intenções.

Há, inclusive, nas hostes espíritas, muitos casos de

trabalhadores do Bem que se divorciaram para terem

condições de continuar nas tarefas a que se propuseram,

principalmente quando o outro cônjuge lhes é avesso aos

propósitos e tarefas nobilitantes. Mesmo enfrentando as

dificuldades iniciais de adaptação à nova realidade da

separação, preferem investir no seu programa espiritual a

viverem uma conjugalidade distante da harmonia que poderia

existir, caso se afinassem espiritualmente.

É de se ponderar que ninguém é propriedade de outrem

e cada um responde perante a própria consciência e a Justiça

Divina pelas suas reais intenções: para o Bem ou para o Mal.

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2.1 – O AUMENTO DO NÚMERO DE DIVORCIADOS

Se alguns enxergam no aumento do número de

divorciados uma grave crise no instituto sócio-jurídico da

família tradicional terrena, nós, por outro lado, vemos nesse

quadro o reflexo de uma importante mudança de paradigmas,

pois, de instituição predominantemente patrimonialista, em

que se visa a garantia da convivência sexual, com a

perpetuação da espécie, gradativamente a família vai

assumindo os contornos de uma pequena sociedade

caracterizada pela união com finalidades muito mais nobres,

quando Espíritos encarnados optam pela convivência com

base na afinidade espiritual, depois de autorreformados

moralmente, visando a realização de tarefas significativas nas

mais variadas áreas da atividade humana, voltados para a

evolução intelecto-moral própria e das coletividades.

No mundo de regeneração em que se transformará a

Terra, as uniões serão baseadas nessa tábua de valores, mas,

enquanto essa fase não chega, muitas pessoas descobrem o

equívoco na escolha do seu parceiro, quando levaram em

conta outros valores (ou desvalores) e preferem desvincular-

se.

O importante é que tanto as escolhas quanto as eventuais

desvinculações sejam aprovadas pela consciência, a qual

analisa imparcialmente nossos mais secretos propósitos.

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2.2 – A ESCOLHA DE NOVO PARCEIRO

Escolher alguém simplesmente para espantar a solidão

não representa a melhor forma de resolver esse problema,

pois, como ensina Joanna de Ângelis: “Quem é solidário

nunca está solitário.” Se, todavia, o propósito é de natureza

simplesmente sexual, a questão passa a merecer uma reflexão

mais acurada, que passa pela necessidade da autorreforma

moral, pois o barateamento da sexualidade traz resultados

danosos. Aliás, por isso mesmo é que, em face da

promiscuidade que muitos adotam, surgem na sua

individualidade transtornos psicológicos, que merecem

tratamento adequado, para sua cura, a qual somente acontece

com a autorreforma moral. [4]

Entre optar por alguém com quem não se tem

verdadeira afinidade espiritual, baseada nos valores

consubstanciados nas Leis Divinas, e viver aparentemente

sozinho, a segunda opção é muito mais gratificante, contanto

que se preencha o vazio afetivo com a prática da boa

convivência com as demais pessoas, principalmente através de

trabalhos voluntários nas inúmeras entidades filantrópicas

existentes, inclusive nos Centros Espíritas.

Escolher novo parceiro é tarefa que se pode empreender,

caso a consciência sinalize nesse sentido, todavia com calma e

ponderação, sem se pensar que seja a realização mais

importante da encarnação, esta que é realmente representada

nosso aprimoramento intelecto-moral, pois é o principal

objetivo tanto no mundo material quanto na nossa verdadeira

pátria, que é o mundo espiritual.

Vejam-se os exemplos de André Luiz e Lísias, não

constando que não se ocupassem em procurar uma

namorada, mas sim em aperfeiçoar-se na inteligência e na

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moralidade, tanto quanto Laura, que não saiu em busca de

um namorado enquanto se preparava para reencarnar...

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2.3 – A OPÇÃO DE NÃO MAIS CONSORCIAR-SE

Há casos em que a afinidade espiritual é tão intensa

entre os que se consorciam que, por exemplo, em um deles

desencarnando, passa a ser Orientador Espiritual do outro,

continuando o intercâmbio energético entre ambos, agora em

moldes diferentes.

No caso dos médiuns costuma acontecer esse tipo de

situação e, assim, o encarnado não se interessa em procurar

outro parceiro, pois lhe basta a felicidade da convivência

psíquica com o desencarnado que lhe preenche o coração.

Felizes dos que alcançaram esse grau de realização

afetiva, pois que a plentitude possível no mundo terreno lhes é

proporcionada, em benefício deles próprio e das tarefas que

desempenham.

Neste tópico homenageamos nossos amigos Ronaldo e

Elaine e Mozart e Violeta.

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2.4 – O EMPREGO DA ENERGIA ESPIRITUAL

Se é verdade que a energia do Espírito pode ser utilizada

para o Bem ou para o Mal, cada um colhe os resultados

daquilo que realizou através do pensar, sentir e agir.

Quem investe seus “talentos” no Bem, recebe, em troca,

bons frutos, representados pela aprovação da consciência, que

redunda na paz interior.

Os casais que se mantêm unidos em função de obras

beneméritas, como Kardec e Amélie, vêem multiplicados os

resultados, com grande utilidade para si próprios e as pessoas

a que se destinam seus empreendimentos.

No mundo de regeneração, como dito anteriormente, as

uniões obedecerão ao critério da afinidade espiritual com

vistas à realização de projetos em favor das coletividades,

todavia, é importante mostrarmos sobretudo aos adolescentes

e jovens essa realidade, a fim de que já passem a adotar esse

critério para a escolha dos seus parceiros e deixem para trás a

forma antiquada, que leva em conta outros dados,

prejudiciais à própria evolução.

Aprender o que fazer de si próprio é uma das mais

importantes conquistas que o ser humano pode almejar, pois

a cota de energia que cada um recebe com o corpo de carne é

limitada à própria programação, o tempo passa rápido no

relógio das encarnações e muita gente, quando dá conta de si,

já esgotou grande parte da própria saúde sem nenhuma

utilidade real e se vê com o corpo alquebrado às portas da

passagem para o mundo espiritual, carregando na consciência

o remorço, o qual detona o mecanismo da autopunição

através dos distúrbios psicossomáticos.

Quem não realizou a autorreforma moral vive correndo

atrás de fantasias, que levam ao desencanto e à conclusão de

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que a vida não tem sentido, quando, na verdade, ela somente

alcança sua verdadeira finalidade se transcorre dentro dos

parâmetros traçados pelas Leis Divinas, que Jesus resumiu no

“Amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós

mesmos.”

Aprendamos essa lição básica, que, assim, tudo

adquirirá um significado e uma beleza incomparáveis! Por

isso Jesus disse que o Pai Celestial somente revela a Verdade

aos simples de coração, que são, em outras palavras, os que se

despiram do orgulho, egoísmo e vaidade.

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3 – ALMAS GÊMEAS

No seu livro “O Consolador”, psicografado por

Francisco Cândido Xavier, Emmanuel é explícito no sentido

de que não existem almas gêmeas no significado comum que

se dá à expressão, pois que o destino de cada um é adquirir o

Amor Universal, guardando no próprio coração um grande

afeto por todas as criaturas de Deus.

É preciso nos compenetrarmos da “função social do

Amor”, ou seja, de que toda união entre duas pessoas deve

trazer benefícios para as demais, transpondo os estreitos

limites do egoísmo e gerando progresso para todos os que com

elas convivem ou podem receber sua influenciação benéfica.

Deus não criou nenhum ser com destinação de viver

egocentricamente, tendo sido Jesus o mais significativo

exemplo do universalismo em todos os sentidos, pois Ele não

falou apenas para um grupo e uma época, mas para todos os

seres da Terra, da qual é o Sublime Governador, por força

das Suas Virtudes, que representam a Perfeição relativa

máxima para o nosso nível de compreensão.

O mito das “almas gêmeas” produz maus resultados,

uma vez que induz ao egoísmo.

Sabendo que a realidade do mundo material representa

uma cópia imperfeita do mundo espiritual, devemos observar

como funcionam as relações interpessoais naquela esfera e

procurarmos agir segundo aqueles padrões, aperfeiçoando o

mundo terreno.

O Espírito André Luiz foi quem mais informações

forneceu sobre o mundo espiritual, por isso sendo conveniente

estudar, e não apenas ler, suas obras, psicografadas por

Francisco Cândido Xavier, iniciando pelo livro “Nosso Lar”.

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4 – ROMEU E JULIETA [5]

Percebe-se claramente que a intenção de Shakespeare

era muito mais esclarecer as pessoas e as famílias sobre a

necessidade da boa convivência do que simplesmente narrar a

história de uma paixão juvenil.

Todavia, muitas pessoas se deixaram e ainda há quem se

deixe influenciar pela paixão descontrolada e irracional por

outra pessoa, fenômeno caracterizado por um distúrbio

psicológico, muitas vezes agravado pela obsessão, porque

desencarnados em estado de desalinho espiritual costumam

estar presentes nesses quadros dolororos.

É importante alertarmos as pessoas para não se

deixarem dominar pela paixão dessa natureza, que nada tem

a ver com o Amor, o qual sempre se traduz em equilíbrio e

paz.

Infelizmente, não se apresenta esse tipo de desajuste

apenas nos adolescentes e jovens, mas até em adultos que

ainda não realizaram a autorreforma moral, pois somente os

defeitos morais do orguho, egoísmo e vaidade justificam as

chamadas “paixões arrebatadoras”, as quais costumam levar

a péssimos resultados.

A afinidade entre os Espíritos Superiores nunca gera

desequilíbrio, mas sim serenidade!

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5 – PAIXÕES OBSIDENTES E AMOR CONSTRUTIVO

Há inúmeros exemplos de pessoas que se

desequilibraram na vivência da paixão, terminando, muitas

vezes, em desastres morais, sob o pretexto de muito amarem.

As Artes, de uma forma irresponsável - através de sonhadores

nem sempre comprometidos realmente com o Bem -

incentivam esse tipo de distúrbio psicológico, sendo de se

lembrar, em contrapartida, o alerta de Francisco Cândido

Xavier: “Cada um é responsável pelas imagens que cria na

mente dos semelhantes.”, pois tanto quem escreve, compõe

músicas ou, de qualquer forma, induz alguém a situações de

descompasso em relação às Leis Divinas, chama para si a

responsabilidade pelos maus resultados daí decorrentes,

sendo, por isso, que, por exemplo, em épocas posteriores,

muitos de nós vêm a receber como filhos aqueles que

induzimos ao Mal, de alguma forma, cumprindo-nos agora o

dever de orientá-los para o reajuste necessário.

O Amor nada tem a ver com as paixões, onde a

impulsividade e o egoísmo predominam, pois o Amor somente

soma em favor do ser amado, aliás, tendendo sempre para o

Amor Universal, tal como exemplificaram Kardec e Amélie,

Francisco e Clara de Assis e outros homens e mulheres que já

realizaram a autorreforma moral.

Na verdade, o Amor é apanágio dos Espíritos

Superiores, que pensam, sentem e agem em função do Bem,

sem nenhuma intenção de escravizarem pessoas, mas sim de

doarem de si mesmos em favor delas, sobretudo da

humanidade inteira, em que reconhecem o conjunto de

irmãos e irmãs a quem beneficiam no dia a dia de sua vida e

em todos os lugares por onde transitam, como verdadeiros

focos de luz, que iluminam a escuridão.

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O Amor é um referencial elevado, que devemos exercitar

na nossa vida, para que se automatize em pensamentos,

sentimentos e atitudes em que prevaleçam o idealismo,

começando pelo Amor a Deus e passando pelo Amor ao

próximo, mas, para tanto, sendo necessário o Autoamor, que

começa com a autorreforma moral.

Como se vê, essa proposta é muito diferente daquilo que

muitos de nós, encarnados, consagramos enquanto habitantes

de um mundo de provas e expiações, mas que será natural e

rotineira para os que viverão na Terra da Era da

Regeneração.

A mudança de paradigmas se faz necessária, devendo

começar pela conscientização de cada um, individualmente,

sem nos preocuparmos se o número desses “homens novos” e

“mulheres novas” aparentemente é pequeno, pois a tendência

é sua multiplicação, inclusive porque a encarnação de

missionários de grande evolução intelecto-moral irá acelerar

essa conscientização, como é o caso de Emmanuel, já presente

no mundo terreno há mais de uma década e Joanna de

Ângelis, que irá reencarnar por volta de 2.015, sem contar

outros Espíritos Superiores, como Sathya Sai Baba, que,

antes de desencarnar, afirmou que retornaria daqui a 8 anos,

fornecendo os dados que possibilitarão sua identificação.

Os casais que se unem pela afinidade espiritual superior

têm uma importante contribuição a dar, inclusive a de

servirem de modelo para as pessoas em geral, para a

mudança dos referenciais ético-morais que vigoravam no

passado.

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6 – EGOÍSMO A DOIS

Muitos casais são realmente almas afins, que pensam,

sentem a agem sintonizados nos mesmos objetivos de vida,

todavia, grande parte deles, infelizmente, têm como metas os

interesses puramente materiais, trabalhando em função de si

próprios e, no máximo, em benefício do seu grupo de

simpatizantes, ao invés de adotarem a regra do “Amor a Deus

sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmos.”

Viver juntos em função de si próprios é iludir-se com o

narcisismo a dois, aparentando a consagração do Amor, mas

apenas aparentando.

Sem a autorreforma moral não passamos de egoístas que

se associam nas empreitadas em grupos maiores ou menores,

com vistas à dominação sobre as outras pessoas, para

satisfação de sonhos que se transformam em pesadelos,

porque desatendem aos padrões ético-morais traçados pelo

Pai Celestial, consubstanciados nas Suas Leis, que

determinam a vivência do Amor Universal.

É importante verificarmos sempre se estamos vivendo o

egoísmo a dois ou se já adotamos o Amor verdadeiro na nossa

vida conjugal!

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7 – UNIÃO PARA O BEM

Tomando como referência sempre a destinação de todos

os seres para a perfeição relativa - baseando-nos na afirmação

de Jesus: “Vós sois deuses; vós podeis fazer tudo que Eu faço

e muito mais ainda.” – todas as uniões, sejam elas a conjugal

sejam todas as demais, devem ter como meta o Bem,

considerado como tudo que coincide com as Leis Divinas.

O que fizermos para adequarmo-nos a esses padrões

representará evolução intelecto-moral, que nos dará a

felicidade, que se estenderá aos nossos irmãos e irmãs em

humanidade.

Nada deve justificar qualquer associação para trazer à

nossa vida e à das outras pessoas o desequilíbrio, as atitudes

anticristãs, a imoralidade e os defeitos morais.

A união de pessoas multiplica a potencialidade de cada

uma e, se direcionada para o Bem, recebe o apoio dos

Espíritos Superiores, que inspirarão seus membros e os

protegerão contra as investidas dos adversários do Bem, para

que os objetivos nobres pretendidos sejam alcançados.

Sempre lembraremos como referência a união de Kardec

e Amélie, ao mesmo tempo pedindo sua bênção para todos os

que se associam para o Bem, abaixo da proteção de Deus e

Jesus, nosso Divino Mestre, a quem tomamos como referência

mais elevada para nortearmos nossa vida!

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8 – DIVALDO PEREIRA FRANCO E NILSON DE SOUZA

PEREIRA

Enquanto que a maioria dos encarnados procura um

cônjuge, inclusive para garantir a vivência da sexualidade

com segurança e a troca afetiva, há alguns poucos Espíritos

Superiores que encarnam para o cumprimento de elevadas

missões em que esse tipo de convivência está fora de

cogitação, pois a energia deverá ser canalizada, sobretudo,

para a realização da obra programada. No seu planejamento

reencarnatório vêm traçados aspectos diferenciados, como

aconteceu com Divaldo Franco e seu primo Nilson,

incumbidos de viverem no ambiente da Mansão do Caminho,

que fundaram em Salvador/BA, sob a orientação direta do

Espírito Joanna de Ângelis. Celibatários, habitam em

companhia de muitas pessoas, mais ou menos nos moldes das

tradicionais congregações católicas, apenas que com as

diferenças adequadas ao estilo da Doutrina Espírita.

Sublimaram sua sexualidade em diversas vidas dedicadas ao

Bem, transformando-se em exemplos vivos de convivência

baseada na afinidade espiritual como forma de apoio

recíproco para a realização da excepcional obra filantrópica

acima referida, além do trabalho mediúnico de Divaldo como

orador e médium psicógrafo.

Tanto quanto André Luiz foi morar na casa de Laura,

em “Nosso Lar”, na qualidade de irmãos pelo coração,

Divaldo e Nilson habitam na Mansão do Caminho,

iluminando a vida de milhares de pessoas, inclusive

exemplificando a união espiritual entre afins, o que, por si só,

lhes proporciona a felicidade possível no mundo encarnado e

a multiplicação das suas energias, o que se faz necessário para

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os grandes cometimentos em favor do Progresso da

humanidade encarnada.

Como se sabe, na Seara Espírita não há congregações,

como no Catolicismo, todavia, a convivência sublimada dos

dois irmãos pelos laços espirituais tem um significado e uma

utilidade muito mais do que qualquer tradição terrena pode

conceber, materializando no mundo material uma célula do

imenso organismo que é comum nas esferas elevadas do

mundo espiritual.

Devemos agradecer a Deus pela bênção de Divaldo e

Nilson estarem encarnados, pois somos alguns dos milhares de

beneficiários da sua dedicação ao Bem com Jesus e Kardec!

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CONCLUSÕES

1) Todas as formas de associações entre seres humanos têm

alguma finalidade, mas nem todas são construtivas e úteis ao

seu progresso intelecto-moral;

2) É importante analisarmos o móvel que nos conduz a nos

associarmos às outras pessoas ou a alguma pessoa em

particular, neste último caso, por exemplo, através do

casamento;

3) Em sendo o nosso objetivo idealista e conforme as Leis

Divinas, reflexo da autorreforma moral que já tivermos

realizado, os resultados tenderão a ser construtivos em nosso

favor e das outras pessoas;

4) O modelo consubstanciado na realidade do mundo

espiritual deve ser gradativamente implantado no mundo

material, através da atuação dos missionários do Bem, em

cujo número devemos nos inscrever, mesmo na categoria dos

menos qualificados intelecto-moralmente, para alcançarmos a

felicidade possível na condição de encarnados;

5) Jesus é o referencial máximo da Ética Divina e o casal

Allan Kardec-Amélie Boudet é o casal que podemos tomar

como referência para a conjugalidade superior.

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NOTAS

[1] Madame Rivail (Sra. Allan Kardec) nasceu em Thiais, cidade

do menor e mais populoso Departamento francês – o Sena, aos

2 do Frimário do ano IV, segundo o Calendário Republicano

então vigente na França, e que corresponde a 23 de Novembro

de 1795.

Filha de Julien-Louis Boudet, proprietário e antigo tabelião,

homem portanto bem colocado na vida, e de Julie-Louise

Seigneat de Lacombe, recebeu, na pia batismal o nome de

Amélie-Gabrielle Boudet.

A menina Amélie, filha única, aliando desde cedo grande

vivacidade e forte interesse pelos estudos, não foi um

problema para os pais, que, a par de fina educação moral, lhe

proporcionaram apurados dotes intelectuais.

Após cursar o colégio primário, estabeleceu-se em Paris com a

família, ingressando numa Escola Normal, de onde saiu

diplomada em professora de 1a. classe.

Revela-nos o Dr. Canuto de Abreu que a senhorinha Amélie

também foi professora de Letras e Belas Artes, trazendo de

encarnações passadas a tendência inata, por assim dizer, para

a poesia e o desenho. Culta e inteligente, chegou a dar à luz

três obras, assim nomeadas: “Contos Primaveris”, 1825;

“Noções de Desenho”, 1826; “O Essencial em Belas Artes”,

1828.

Vivendo em Paris, no mundo das letras e do ensino, quis o

Destino que um dia a Srta. Amélie Boudet deparasse com o

Professor Hippolyte Denizard Rivail.

De estatura baixa, mas bem proporcionada, de olhos pardos e

serenos, gentil e graciosa, vivaz nos gestos e na palavra,

denunciando inteligência admirável, Amélie Boudet, aliando

ainda a todos esses predicados um sorriso terno e bondoso,

logo se fez notar pelo circunspecto Prof. Rivail, em quem

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reconheceu, de imediato, um homem verdadeiramente

superior, culto, polido e reto.

Em 6 de Fevereiro de 1832, firmava-se o contrato de

casamento. Amélie Boudet, tinha nove anos mais que o Prof.

Rivail, mas tal era a sua jovialidade física e espiritual, que a

olhos vistos aparentava a mesma idade do marido. Jamais

essa diferença constituiu entrave à felicidade de ambos.

Pouco tempo depois de concluir seus estudos com Pestalozzi,

no famoso castelo suíço de Zahringen (Yverdun), o Prof. Rivail

fundara em Paris um Instituto Técnico, com orientação

baseada nos métodos pestalozzianos. Madame Rivail associou-

se ao esposo na afanosa tarefa educacional que ele vinha

desempenhando no referido Instituto havia mais de um lustro.

Grandemente louvável era essa iniciativa humana e patriótica

do Prof. Rivail, pois, não obstante as leis sucessivas

decretadas após a Revolução Francesa em prol do ensino, a

instrução pública vivia descurada do Governo, tanto que só em

1833, pela lei Guizot, é que oficial e definitivamente ficaria

estabelecido o ensino primário na França.

Em 1835, o casal sofreu doloroso revés. Aquele

estabelecimento de ensino foi obrigado a cerrar suas portas e a

entrar em liquidação. Possuindo, porém, esposa altamente

compreensiva, resignada e corajosa, fácil lhe foi sobrepor-se a

esses infaustos acontecimentos. Amparando-se mutuamente,

ambos se lançaram a maiores trabalhos. Durante o dia,

enquanto Rivail se encarregava da contabilidade de casas

comerciais, sua esposa colaborava de alguma forma na

preparação dos cursos gratuitos que haviam organizado na

própria residência, e que funcionaram de 1835 a 1840.

À noite, novamente juntos, não se davam a descanso justo e

merecido, mas improdutivo. O problema da instrução às

crianças e aos jovens tornara-se para Prof. Rivail, como o fora

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para seu mestre Pestalozzi, sempre digno da maior atenção.

Por isso, até mesmo as horas da noite ele as dividia para

diferentes misteres relacionados com aquele problema,

recebendo em todos a cooperação talentosa e espontânea de

sua esposa. Além de escrever novas obras de ensino, que,

aliás, tiveram grande aceitação, o Prof. Rivail realizava

traduções de obras clássicas, preparava para os cursos de

Lévi-Alvarès, freqüentados por toda a juventude parisiense do

bairro de São Germano, e se dedicava ainda, em dias certos da

semana, juntamente com sua esposa, a professorar as

matérias estatuídas para os já referidos cursos gratuitos.

“Aquele que encontrar uma mulher boa, encontrará o bem e

achará gozo no Senhor” - disse Salomão. Amélie Boudet era

dessas mulheres boas, nobres e puras, e que, despojadas das

vaidades mundanas, descobrem no matrimônio missões

nobilitantes a serem desempenhadas.

Nos cursos públicos de Matemáticas e Astronomia que o Prof.

Rivail bi-semanalmente lecionou, de 1843 a 1848, e aos quais

assistiram não só alunos, que também professores, no “Liceu

Polimático” que fundou e dirigiu até 1850, não faltou em tempo

algum o auxilio eficiente e constante de sua dedicada

consorte.

Todas essas realizações e outras mais, a bem do povo, se

originaram das palestras costumeiras entre os dois cônjuges,

mas, como salientou a Condessa de Ségur, deve-se

principalmente à mulher, as inspirações que os homens

concretizam. No que toca à Madame Rivail, acreditamos que

em muitas ocasiões, além de conselheira, foi ela a inspiradora

de vários projetos que o marido pôs em execução. Aliás, é o

que nos confirma o Sr. P. J. Leymarie (que com ambos privara)

ao declarar que Kardec tinha em grande consideração as

opiniões de sua esposa.

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Graças principalmente às obras pedagógicas do professor

Rivail, adotadas pela própria Universidade de França, e que

tiveram sucessivas edições, ele e senhora alcançaram uma

posição financeira satisfatória.

O nome Denizard Rivail tornou-se conhecido nos meios cultos

e além do mais bastante respeitado. Estava aberto para ele o

caminho da riqueza e da glória, no terreno da Pedagogia.

Sobrar-lhe-ia, agora, mais tempo para dedicar-se à esposa, que

na sua humildade e elevação de espírito jamais reclamara coisa

alguma.

A ambos, porém, estava reservada uma missão, grandiosa pela

sua importância universal, mas plena de exaustivos trabalhos e

dolorosos espinhos.

O primeiro toque de chamada verificou-se em 1854, quando o

Prof. Rivail foi atraído para os curiosos fenômenos das “mesas

girantes”, então em voga no Mundo todo. Outros convites do

Além se seguiram, e vemos, em meados de 1855, na casa da

Família Baudin, o Prof. Rivail iniciar os seus primeiros estudos

sérios sobre os citados fenômenos, entrevendo, ali, a chave do

problema que durante milênios viveu na obscuridade.

Acompanhando o esposo nessas investigações, era de se ver a

alegria emotiva com que ela tomava conhecimento dos fatos

que descerravam para a Humanidade novos horizontes de

felicidade. Após observações e experiências inúmeras, o

professor Rivail pôs mãos à maravilhosa obra da Codificação,

e é ainda de sua cara consorte, então com 60 anos, que ele

recebe todo o apoio moral nesse cometimento. Tornou-se ela

verdadeira secretária do esposo, secundando-o nos novos e

bem mais árduos trabalhos que agora lhe tomavam todo o

tempo, estimulando-o, incentivando-o no cumprimento de sua

missão.

Sem dúvida, os espíritas, muito devemos a Amélie Boudet e

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estamos de acordo com o que acertadamente escreveu Samuel

Smiles: os supremos atos da mulher geralmente permanecem

ignorados, não saem à luz da admiração do mundo, porque são

feitos na vida privada, longe dos olhos do público, pelo único

amor do bem.

O nome de Madame Rivail enfileira-se assim, com muita justiça,

entre os de inúmeras mulheres que a História registrou como

dedicadas e fiéis colaboradoras dos seus esposos, sem as

quais talvez eles não levassem a termo as suas missões. Tais

foram, por exemplo, as valorosas esposas de Lavoisier, de

Buckland, de Flaxman, de Huber, de Sir William Hamilton, de

Stuart Mill, de Faraday, de Tom Hood, de Sir Napier, de

Pestalozzi, de Lutero, e de tantos outros homens de gênio. A

todas essas Grandes Mulheres, além daquelas muito

esquecidas pela História, a Humanidade é devedora eterna!

Lançado O Livro dos Espíritos, da lavra de Allan Kardec,

pseudônimo que tomou o Prof. Rivail, este, meses depois, a 1o.

de Janeiro de 1858, com o apoio tão somente de sua esposa,

deu a lume o primeiro número da “Revue Spirite”, periódico

que alcançou mais de um século de existência grandemente

benéfica ao Espiritismo.

Havia cerca de seis meses que na residência do casal Rivail,

então situada à Rua dos Mártires n. 8, se efetuavam sessões

bastante concorridas, exigindo da parte de Madame Rivail uma

série de cuidados e atenções, que por vezes a deixavam

extenuada. O local chegou a se tornar apertado para o elevado

número de pessoas que ali compareciam, de sorte que em Abril

de 1858 Allan Kardec fundava, fora do seu lar, a “Sociedade

Parisiense de Estudos Espíritas”. Mais uma obra de grave

responsabilidade!

Tomar tais iniciativas naquela recuada época, em que o

despotismo clerical ainda constituía uma força, não era tarefa

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para muitos. Havia necessidade de larga dose de devotamento,

firmeza de vistas e verdadeiro espírito de sacrifício.

Ao casal Rivail é que coube, apesar de todos os escolhos e

perigos que se lhe deparariam em a nova estrada, empreender,

com a assistência e proteção do Alto, a maior revolução de

idéias de que se teve notícia nos meados do século XIX.

Allan Kardec foi alvo do ódio, da injúria, da calúnia, da inveja,

do ciúme e do despeito de inimigos gratuitos, que a todo custo

queriam conservar a luz sob o alqueire.

Intrigas, traições, insultos, ingratidões, tudo de mal cercou o

ilustre reformador, mas em todos os momentos de provas e

dificuldades sempre encontrou, no terno afeto de sua nobre

esposa, amparo e consolação, confirmando-se essas palavras

de Simalen: “A mulher é a estrela de bonança nos temporais da

vida.”

Com vasta correspondência epistolar, proveniente da França e

de vários outros países, não fosse a ajuda de sua esposa

nesse setor, sem dúvida não sobraria tempo para Allan Kardec

se dedicar ao preparo dos livros da Codificação e de sua

revista.

Uma série de viagens ( em 1860, 1861, 1862, 1864 etc.) realizou

Kardec, percorrendo mais de vinte cidades francesas, além de

várias outras da Suíça e da Bélgica, em todas semeando as

idéias espíritas. Sua veneranda consorte, sempre que suas

forças lhe permitiam, acompanhou-o em muitas dessas

viagens, cujas despesas, cumpre informar, corriam por conta

do próprio casal. Parafraseando o escritor Carlyle, poder-se-ia

dizer que Madame Allan Kardec, pelo espaço de quase

quarenta anos, foi a companheira amante e fiel do seu marido,

e com seus atos e suas palavras sempre o ajudou em tudo

quanto ele empreendeu de digno e de bom.

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Aos 31 de Março de 1869, com 65 anos de idade, desencarnava,

subitamente, Allan Kardec, quando ultimava os preparativos

para a mudança de residência. Foi uma perda irreparável para o

mundo espiritista, lançando em consternação a todos quantos

o amaram. Madame Allan Kardec, quer partilhara com

admirável resignação as desilusões e os infortúnios do

esposo, agora, com os cabelos nevados pelos seus 74 anos de

existência e a alma sublimada pelos ensinos dos Espíritos do

Senhor, suportaria qualquer realidade mais dura. Ante a partida

do querido companheiro para a Espiritualidade, portou-se

como verdadeira espírita, cheia de fé e estoicismo, conquanto,

como é natural, abalada no profundo do ser.

No cemitério de Montmartre, onde, com simplicidade, aos 2 de

Abril se realizou o sepultamento dos despojos do mestre,

comparecia uma multidão de mais de mil pessoas.

Discursaram diversos oradores, discípulos dedicados de

Kardec, e por último o Sr. E. Muller, que logo no princípio do

seu elogio fúnebre ao querido extinto assim se expressou:

“Falo em nome de sua viúva, da qual lhe foi companheira fiel e

ditosa durante trinta e sete anos de felicidade sem nuvens nem

desgostos, daquela que lhe compartiu as crenças e os

trabalhos, as vicissitudes e as alegrias, e que se orgulhava da

pureza dos costumes, da honestidade absoluta e do

desinteresse sublime do esposo; hoje, sozinha, é ela quem nos

dá a todos o exemplo de coragem, de tolerância, do perdão das

injúrias e do dever escrupulosamente cumprido.”

Madame Allan Kardec recebeu da França e do estrangeiro,

numerosas e efusivas manifestações de simpatia e

encorajamento, o que lhe trouxe novas forças para o

prosseguimento da obra do seu amado esposo.

Desejando os espiritistas franceses perpetuar num monumento

o seu testemunho de profundo reconhecimento à memória do

inesquecível mestre, consultaram nesse sentido a viúva, que,

sensibilizada com aqueles desejos humanos mas sinceros,

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anuiu, encarregando desde logo uma comissão para tomar as

necessárias providências. Obedecendo a um desenho do Sr.

Sebille, foi então levantado no cemitério do Père-Lachaise um

dólmen, constituído de três pedras de granito puro, em posição

vertical, sobre as quais se colocou uma quarta pedra, tabular,

ligeiramente inclinada, e pesando seis toneladas. No interior

deste dólmen, sobre uma coluna também de pedra, fixou-se um

busto, em bronze, de Kardec.

Esta nova morada dos despojos mortais do Codificador foi

inaugurada em 31 de Março de 1870 , e nessa ocasião o Sr.

Levent, vice-presidente da “Sociedade Parisiense de Estudos

Espíritas”, discursou, a pedido de Madame Allan Kardec, em

nome dela e dos amigos.

Cerca de dois meses após o decesso do excelso missionário

de Lyon, sua esposa, no desejo louvável de contribuir para a

realização dos plano futuros que ele tivera em mente, e de

cujas obras, revista e Livraria passou a ser a única proprietária

legal, houve por bem, no interesse da Doutrina, conceder todos

os anos certa verba para uma “Caixa Geral do Espiritismo”,

cujos fundos seriam aplicados na aquisição de propriedades, a

fim de que pudessem ser remediadas quaisquer

eventualidades futuras.

Outras sábias decisões foram por ela tomadas no sentido de

salvaguardar a propaganda do Espiritismo, sendo, por isso,

bastante apreciado pelos espíritas de todo o Mundo o seu

nobre desinteresse e devotamento.

Apesar de sua avançada idade, Madame Allan Kardec

demonstrava um espírito de trabalho fora do comum, fazendo

questão de tudo gerir pessoalmente, cuidando de assuntos

diversos, que demandariam várias cabeças. Além de

comparecer à reuniões, para as quais era convidada, todos os

anos presidia à belíssima sessão em que se comemorava o Dia

dos Mortos, e na qual, após vários oradores mostrarem o que

em verdade significa a morte à luz do Espiritismo, expressivas

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comunicações de Espíritos Superiores eram recebidas por

diversos médiuns.

Se Madame Allan Kardec – conforme se lê em Revue Spirite de

1869 – se entregasse ao seu interesse pessoal, deixando que

as coisas andassem por si mesmas e sem preocupação de sua

parte, ela facilmente poderia assegurar tranqüilidade e repouso

à sua velhice. Mas, colocando-se num ponto de vista superior,

e guiada, além disso, pela certeza de que Allan Kardec com ela

contava para prosseguir, no rumo já traçado, a obra

moralizadora que lhe foi objeto de toda a solicitude durante os

últimos anos de vida, Madame Allan Kardec não hesitou um só

instante. Profundamente convencida da verdade dos ensinos

espíritas, ela buscou garantir a vitalidade do Espiritismo no

futuro, e, conforme ela mesma o disse, melhor não saberia

aplicar o tempo que ainda lhe restava na Terra, antes de reunir-

se ao esposo.

Esforçando-se por concretizar os planos expostos por Allan

Kardec em “Revue Spirite” de 1868, ela conseguiu, depois de

cuidadosos estudos feitos conjuntamente com alguns dos

velhos discípulos de Kardec, fundar a “Sociedade Anônima do

Espiritismo”.

Destinada à vulgarização do Espiritismo por todos os meios

permitidos pelas leis, a referida sociedade tinha, contudo,

como fito principal, a continuação da “Revue Spirite”, a

publicação das obras de Kardec e bem assim de todos os

livros que tratassem do Espiritismo.

Graças, pois, à visão, ao empenho, ao devotamento sem limites

de Madame Allan Kardec, o Espiritismo cresceu a passos de

gigante, não só na França, que também no Mundo todo.

Estafantes eram os afazeres dessa admirável mulher, cuja

idade já lhe exigia repouso físico e sossego de espírito. Bem

cedo, entretanto, os Céus a socorreram. O Sr. P. G. Leymarie,

um dos mais fervorosos discípulos de Kardec desde 1858,

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médium, homem honesto e trabalhador incansável, assumiu

em 1871 a gerência da Revue Spirite e da Livraria, e logo

depois, com a renúncia dos companheiros de administração da

sociedade anônima, sozinho tomou sob os ombros os pesados

encargos da direção. Daí por diante, foi ele o braço direito de

Madame Allan Kardec, sempre acatando com respeito as

instruções emanadas da venerável anciã, permitindo que ela

terminasse seus dias em paz e confiante no progresso

contínuo do Espiritismo.

Parecendo muito comercial, aos olhos de alguns espíritas

puritanos, o título dado à Sociedade, Madame Allan Kardec,

que também nunca simpatizara com esse título, mas que o

aceitara por causa de certas conveniências, resolveu, na

assembléia geral de 18 de Outubro de 1873, dar-lhe novo nome:

“Sociedade para a Continuação das Obras Espíritas de Allan

Kardec”, satisfazendo com isso a gregos e troianos.

Muito ainda fez essa extraordinária mulher a prol do

Espiritismo e de todos quantos lhe pediam um conselho ou

uma palavra de consolo, até que em 21 de Janeiro de 1883, às 5

horas da madrugada, docemente, com rara lucidez der espírito,

com aquele mesmo gracioso e meigo sorriso que sempre lhe

brincava nos lábios, desatou-se dos últimos laços que a

prendiam à matéria.

A querida velhinha tinha então 87 anos, e nessa idade, contam

os que a conheceram, ainda lia sem precisar de óculos e

escrevia ao mesmo tempo corretamente e com letra firme.

Aplicando-lhe as expressões de célebre escritor, pode-se dizer,

sem nenhum excesso, que “sua existência inteira foi um

poema cheio de coragem, perseverança, caridade e sabedoria”.

Compreensível, pois, era a consternação que atingiu a família

espírita em todos os quadrantes do globo. De acordo com o

seus próprios desejos, o enterro de Madame Allan Kardec foi

simples e espiriticamente realizado, saindo o féretro de sua

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residência, na Avenida e Vila Ségur n. 39, para o Père-Lachaise,

a 12 quilômetros de distância.

Grande multidão, composta de pessoas humildes e de

destaque, compareceu em 23 de Janeiro às exéquias junto ao

dólmen de Kardec, onde os despojos da velhinha foram

inumados e onde todos os anos, até à sua desencarnação, ela

compareceu às solenidades de 31 de março.

Na coluna que suporta o busto do Codificador foram depois

gravados, à esquerda, esses dizeres em letras maiúsculas:

AMÈLIE GABRIELLE BOUDET – VEUVE ALLAN KARDEC – 21

NOVEMBRE 1795 – 21 JANVIER 1883.

No ato do sepultamento falaram os Srs. P.G. Leymarie, em

nome de todos os espíritas e da “Sociedade para a

Continuação das Obras Espíritas de Allan Kardec”, Charles

Fauvety, ilustre escritor e presidente da “Sociedade Científica

de Estudos Psicológicos”, e bem assim representantes de

outras Instituições e amigos, como Gabriel Delanne, Cot,

Carrier, J. Camille Chaigneau, poeta e escritor, Lecoq, Georges

Cochet, Louis Vignon, que dedicou delicados versos à querida

extinta, o Dr. Josset e a distinta escritora, a Sra. Sofia Rosen-

Dufaure, todos fazendo sobressair os reais méritos daquela

digna sucessora de Kardec. Por fim, com uma prece feita pelo

Sr. Warroquier, os presentes se dispersaram em silêncio.

A nota mais tocante daquelas homenagens póstumas foi dada

pelo Sr. Lecoq. Leu ele, para alegria de todos, bela

comunicação mediúnica de Antonio de Pádua, recebida em 22

de Janeiro, na qual esse iluminado Espírito descrevia a

brilhante recepção com que elevados Amigos do Espaço,

juntamente com Allan Kardec, acolheram aquele ser bem

aventurado.

No improviso do Sr. P.G. Leymarie, este relembrou, em traços

rápidos, algo da vida operosa da veneranda extinta, da sua

nobreza d'alma, afirmando, entre outras coisas, que a

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publicação tanto de O Livro dos Espíritos, quanto da Revue

Spirite, se deveu em grande parte à firmeza de ânimo, à

insistência, à perseverança de Madame Allan Kardec.

Não deixando herdeiros diretos, pois que não teve filhos, por

testamento fez ela sua legatária universal a “Sociedade para

Continuação das Obras Espíritas de Allan Kardec”. Embora

uma parenta sua, já bem idosa, e os filhos desta intentassem

anular essas disposições testamentárias, alegando que ela não

estava em perfeito juízo, nada, entretanto, conseguiram, pois

as provas em contrário foram esmagadoras.

Em 26 de Janeiro de 1883, o conceituado médium parisiense

Sr. E. Cordurié recebia espontaneamente uma mensagem

assinada pelo Espírito de Madame Allan Kardec, logo seguida

de outra, da autoria de seu esposo. Singelas na forma, belas

nos conceitos, tinham ainda um sopro de imortalidade e

comprovavam que a vida continua...

(http://www.espiritismogi.com.br/biografias/amelie.htm)

[2] Kastürbā Gāndhi (11 de abril de 1869 — 22 de fevereiro de

1944), também chamada por Ba, foi esposa de Mahatma

Gandhi.

Kasturba juntou-se ao marido num protesto político. De 1904 à

1914, foi ativa no estabelecimento de Phoenix próximo a

Durban. Durante um protesto em 1913, pelas condições de

trabalho dos indianos na África do Sul, Kasturba foi presa e

sentenciada a três meses de trabalho duro na prisão. Mais

tarde, na Índia, ficou várias vezes no lugar do marido, enquanto

este esteve preso. Em 1915, quando Gandhi retornou à Índia,

Kasturba o acompanhou. Ensinou a higiene, a disciplina, a

leitura e a escrita às mulheres e às crianças. Kasturba sofreu

de bronquite crônica, que quase evoluiu para uma pneumonia.

Ela morreu na prisão, de um ataque cardíaco severo em 22 de

fevereiro de 1944.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Kasturba_Gandhi)

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[3] A Mansão do Caminho é a obra social do Centro Espírita

Caminho da Redenção, situada em Salvador, no estado da

Bahia, tendo sido fundada em 15 de agosto de 1952 pelo

médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco e seu primo

Nilson de Souza Pereira, seu atual presidente.

Segundo relato disponível na página da instituição, no ano de

1948, Divaldo e seu primo Nilson viajavam de trem quando, em

dado instante, o médium teve uma visão psíquica olhando pela

janela. Ele teria visto um lugar arborizado, com muitas

construções, adultos e crianças e onde havia um homem de

costas, homem este que, ao se virar de frente, para surpresa de

Divaldo, era ele mesmo, porém, mais velho. A visão teria

causado a Divaldo um impacto. Tendo ele contado o ocorrido a

Nilson, ambos ficaram sem compreender o fato. Ele teria,

então, escutado uma voz a lhe dizer: "Isto é o que farás de tua

vida. Educarás".

Prossegue o relato dizendo que, um ano depois, numa reunião

mediúnica, um espírito ter-se-ía manifestado por Divaldo,

dizendo que havia um programa espiritual para que fosse

construída, em Salvador, uma obra de educação, baseada em

lares substitutos e que eles poderiam ter a honra de realizar

essa empreitada. Divaldo e Nilson aceitaram a tarefa e, com

ajuda de um grupo de colaboradores, arremataram, em 1951,

um casarão numa hasta pública, vindo a fundar, em 15 de

agosto de 1952, a Mansão do Caminho.

Situada na Rua Jayme Vieira Lima, 104, no bairro de Pau da

Lima, em Salvador, a Mansão do Caminho começou

funcionando com lares para crianças órfãs ou socialmente

órfãs, objetivando reconstruir o ambiente familiar. Com o

tempo, os lares foram sendo substituídos por grupos

escolares, oficinas de capacitação profissional e outras

atividades sociais de promoção social, apoiando crianças,

jovens e adultos carentes provenientes de bairros de baixa

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renda próximos, fornecendo a eles educação integral. A

Instituição atende, gratuitamente, cerca de 3.200 crianças e

adolescentes por dia, além de adultos e idosos carentes. Para

os alunos das escolas, crianças da Creche A Manjedoura,

albergados da Caravana Auta de Souza e funcionários, a

Mansão do Caminho fornece cerca de 5.000 refeições por dia.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Mans%C3%A3o_do_Caminho)

[4] Vide, a respeito, a obra “Psicologia Espírita baeada na

Reforma Moral”, assinada por Luiz Guilherme Marques, cujo

download pode ser feito a partir do seguinte endereço:

http://luizguilhermemarques.com.br

[5] Romeu e Julieta (no original em inglês Romeo and Juliet) é

uma tragédia escrita entre 1591 e 1595, nos primórdios da

carreira literária de William Shakespeare, sobre dois

adolescentes cuja morte acaba unindo suas famílias, outrora

em pé de guerra. A peça ficou entre as mais populares na

época de Shakespeare e, ao lado de Hamlet, é uma das suas

obras mais levadas aos palcos do mundo inteiro. Hoje, o

relacionamento dos dois jovens é considerado como o

arquétipo do amor juvenil.

Romeu e Julieta pertence a uma tradição de romances trágicos que remonta à antiguidade. Seu enredo é baseado em um conto da Itália, traduzido em versos como A Trágica História de Romeu e Julieta por Arthur Brooke em 1562, e retomado em prosa como Palácio do Prazer por William Painter em 1582. Shakespeare baseou-se em ambos, mas reforçou a ação de personagens secundários, especialmente Mercúcio e Páris, a fim de expandir o enredo. O texto foi publicado pela primeira vez em um quarto[a] de 1597 mas essa versão foi considerada como de péssima qualidade, o que estimulou muitas outras edições posteriores que trouxeram consonância com o texto original shakespeariano.

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A estrutura dramática usada por Shakespeare—especialmente os efeitos de gêneros como a comutação entre comédia e tragédia para aumentar a tensão; o foco em personagens mais secundários e a utilização de sub-enredos para embelezar a história—tem sido elogiada como um sinal precoce de sua habilidade dramática e maturidade artística. Além disso, a peça atribui distintas formas poéticas aos personagens para mostrar que eles evoluem; Romeu, por exemplo, fica mais versado nos sonetos a medida que a trama segue.

Em mais de cinco séculos de realização, Romeu e Julieta tem sido adaptada nos infinitos campos e áreas do teatro, cinema, música e literatura. Enquanto William Davenant tentava revigorá-la durante a Restauração Inglesa, e David Garrick modificava cenas e removia materiais considerados indecentes no século XVIII, Charlotte Cushman, no século XIX, apresentava ao público uma versão que preservava o texto de Shakespeare. A peça tornou-se memorável nos palcos brasileiros com a interpretação de Paulo Porto e Sônia Oiticica nos papéis principais, e serviu de influência para o Visconde de Taunay em seu Inocência, também baseado em Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, considerado o "Romeu e Julieta lusitano". Além de se mostrar influente no ultrarromantismo português e no naturalismo brasileiro, Romeu e Julieta mantém-se famosa nas produções cinematográficas atuais, notavelmente na versão de 1968 de Zeffirelli, indicado como melhor filme, e no mais recente Romeu + Julieta, de Luhrmann, que traz seu enredo para a atualidade.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Romeu_e_Julieta)