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O livro Apocalipse 29 A visão da nova Jerusalém (21.9-22.5) Jörg Garbers – Ms. de Teologia

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O livro Apocalipse29 A visão da nova Jerusalém

(21.9-22.5)

Jörg Garbers – Ms. de Teologia

assuntos

Introdução 21.9-22.5

• O trecho se baseia em Ez 40-48, mas com significativas diferenças.

• Toda a visão transmite uma certa calma um descanso depois doscapítulos de agitação.

• A cidade é uma metáfora. O texto mesmo excede os limites daimaginação. Não há nenhuma dúvida que João não está descrevendouma cidade real.assuntosuma cidade real.

• A cidade é o contraste da visão do cap. 17. Babel – Nova Jerusalém.

• A linguagem por vezes parece contradizer o texto anterior, mas comofiguras de linguagem eles não representam uma realidade, masdescrevem a partir da percepção do visionário a nova realidade.

Estrutura 21.9-22.5

• 21.9-10 Introdução

• 21.11-14 Visão completa da cidade

• 21.15-17 As formas e medidas da cidade

• 21.18-21 Os materiais

• 21.22-23 O interior da cidade

• 21.24-27 A vida dos povos na luz da cidade

• 22.1-5 O trono de Deus no meio da cidade

21.9-10 Introdução

• 9 Um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas setepragas aproximou-se e me disse: “Venha, eu lhe mostrarei a noiva, aesposa do Cordeiro”. 10 Ele me levou no Espírito a um grande e altomonte e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que descia doscéus, da parte de Deus.

• Um dos sete anjos: a introdução é a mesma como em 17.1. Dessa• Um dos sete anjos: a introdução é a mesma como em 17.1. Dessaforma João está colocando os dois textos em contraste e o contrastenão podia ser maior.

• A noiva, esposa do cordeiro: nos evangelhos a expressão sempreestá se referindo a IGREJA, como corpo de Cristo. Não há motivo derejeitar essa interpretação nesse texto. Tem autores que partem, commaior ou menor grau de literalidade, do pressuposto que é descritouma cidade da nova criação.

• No espírito: em extâse

21.9-10 Introdução

• 9 Um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas setepragas aproximou-se e me disse: “Venha, eu lhe mostrarei a noiva, aesposa do Cordeiro”. 10 Ele me levou no Espírito a um grande e altomonte e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que descia doscéus, da parte de Deus.

• Alto monte: sublinha o tamanho enorme da cidade, que na sua• Alto monte: sublinha o tamanho enorme da cidade, que na suatotalidade somente pode ser visto do alto.

• Cidade: existe uma tendência na teologia de ver as cidades apenasde forma negativa. O texto que segue contradiz a essespensamentos.

• Descia: sublinha o fato que ela parte de Deus e é a sua criação.

21.11-14 Visão completa da cidade

• 11 Ela resplandecia com a glória de Deus, e o seu brilho era como o deuma joia muito preciosa, como jaspe, clara como cristal. 12 Tinha umgrande e alto muro com doze portas e doze anjos junto às portas. Nasportas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel. 13 Haviatrês portas ao oriente, três ao norte, três ao sul e três ao ocidente. 14O muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam osO muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam osnomes dos doze apóstolos do Cordeiro.

• Brilho: nos textos bíblicos do AT e NT um sinal da presença deDeus.

• Jaspe: é usado na antiguidade para referir se a todas as pedraspreciosas que brilham de forma cristalina e transparente.

• Muro: faz parte de qualquer cidade no imaginário daquela época.Pensar ou interpretar ela como proteção etc. não faz sentido edeturpa o texto.

21.11-14 Visão completa da cidade

• 11 Ela resplandecia com a glória de Deus, e o seu brilho era como o deuma joia muito preciosa, como jaspe, clara como cristal. 12 Tinha umgrande e alto muro com doze portas e doze anjos junto às portas. Nasportas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel. 13 Haviatrês portas ao oriente, três ao norte, três ao sul e três ao ocidente. 14O muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam osO muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam osnomes dos doze apóstolos do Cordeiro.

• Portas: Israel era a entrada da promessa e do plano salvífico de Deusno textos bíblicos. O povo dele começa com o povo de Israel.Conforme Paulo Israel é a oliveira e os gentios são ramos enxertados.

• Fundamentos: o fundamento da IGREJA antiga era a tradiçãoapostólica. Os doze discípulos de Jesus transmitem o fundamento daIGREJA.

21.15-17 As formas e medidas da cidade

• 15 O anjo que falava comigo tinha como medida uma vara feita deouro, para medir a cidade, suas portas e seus muros. 16 A cidade eraquadrangular, de comprimento e largura iguais. Ele mediu a cidadecom a vara; tinha dois mil e duzentos quilômetros de comprimento;a largura e a altura eram iguais ao comprimento. 17 Ele mediu omuro, e deu sessenta e cinco metros de espessura, segundo a medidamuro, e deu sessenta e cinco metros de espessura, segundo a medidahumana que o anjo estava usando.

• Medir: nesse contexto não é um ato de julgamento ou preservação,mas quer expressar a grandeza da cidade e que nada falta.

• Quadrangular, cúbico: formas de perfeição na antiguidade

• 1200 estádios, 144 côvados: João escolheu os números por suasimbologia e ligação com o número 12. No mesmo tempo osnúmeros expressam um tamanho inimaginável.

• Espessura ou altitude?: a discussão na literatura é fútil, pois omuro não é descrito pela sua função, mas para completar a imagem.

21.18-21 Os materiais

• 18 O muro era feito de jaspe e a cidade era de ouro puro, semelhanteao vidro puro. 19 Os fundamentos dos muros da cidade eramornamentados com toda sorte de pedras preciosas. O primeirofundamento era ornamentado com jaspe; o segundo com safira; oterceiro com calcedônia; o quarto com esmeralda; 20 o quinto comsardônio; o sexto com sárdio; o sétimo com crisólito; o oitavo comsardônio; o sexto com sárdio; o sétimo com crisólito; o oitavo comberilo; o nono com topázio; o décimo com crisópraso; o décimoprimeiro com jacinto; e o décimo segundo com ametista. 21 As dozeportas eram doze pérolas, cada porta feita de uma única pérola. Arua principal da cidade era de ouro puro, como vidro transparente.

• Materiais: não faz muito sentido de descrever e detalhar todos osmateriais. Não toda pedra tem uma função singular. Muitossignificados nem nos são conhecidos. Em geral é descrito aexuberante beleza e grandeza da IGREJA.

21.22-23 O interior da cidade

• 22 Não vi templo algum na cidade, pois o Senhor Deus todo-poderoso e o Cordeiro são o seu templo. 23 A cidade não precisa desol nem de lua para brilharem sobre ela, pois a glória de Deus ailumina, e o Cordeiro é a sua candeia.

• Não tem templo: é algo que já se cumpriu também na comunidadeterrestre. Os membros da IGREJA são descritos como tempo doterrestre. Os membros da IGREJA são descritos como tempo doEspírito Santo. O serviço do templo em todos os seus aspectos écancelado. Nessa linha de pensamento a “igreja” precisa ser muitocautelosa para não criar um novo templo para a IGREJA. Porenquanto isso é uma realidade crida, no texto de João ela é vista.

• Não precisa sol e lua: fonte de luz, mas símbolos também deidolatria. Deus é tudo para sua comunidade.

21.24-27 A vida dos povos na luz da cidade

• 24 As nações andarão em sua luz, e os reis da terra lhe trarão a suaglória. 25 Suas portas jamais se fecharão de dia, pois ali não haveránoite. 26 A glória e a honra das nações lhe serão trazidas. 27 Nelajamais entrará algo impuro, nem ninguém que pratique o que évergonhoso ou enganoso, mas unicamente aqueles cujos nomesestão escritos no livro da vida do Cordeiro.estão escritos no livro da vida do Cordeiro.

• Nações e reis: a nova terra é povoada. A imagem da nova criaçãotambém nesse aspecto é muito “imanente”.

• Trarão a sua glória: dádivas, presentes, etc. Uma figura delinguagem para descrever a gratidão e alegria.

• Portas não fecham: não há mais maldade.

21.24-27 A vida dos povos na luz da cidade

• 24 As nações andarão em sua luz, e os reis da terra lhe trarão a suaglória. 25 Suas portas jamais se fecharão de dia, pois ali não haveránoite. 26 A glória e a honra das nações lhe serão trazidas. 27 Nelajamais entrará algo impuro, nem ninguém que pratique o que évergonhoso ou enganoso, mas unicamente aqueles cujos nomesestão escritos no livro da vida do Cordeiro.estão escritos no livro da vida do Cordeiro.

• Não tem noite: A noite sempre é vista nos textos bíblicos como umpedaço do caos inicial. Luz é escuridão são figuras de linguagem quetransmitem a oposição entre bem e mal.

• Algo impuro, etc.: não refere se ao fato da existência disso, masdescreve a perfeição da cidade.

22.1-5 O trono de Deus no meio da cidade

• 1 Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro comocristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro, 2 no meio da ruaprincipal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, quefrutifica doze vezes por ano, uma por mês. As folhas da árvoreservem para a cura das nações. 3 Já não haverá maldição nenhuma.O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos oO trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos oservirão. 4 Eles verão a sua face, e o seu nome estará em suas testas. 5Não haverá mais noite. Eles não precisarão de luz de candeia, nemda luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará; e eles reinarão paratodo o sempre.

• Rio da água: veja o comentário para 21.6

• No meio: na descrição do rio e das margens há dificuldades paracompreender o grego e por isso os comentaristas discutem sobre aaparência da cidade. Já que ela é metafórica e esse detalhe não éessencial não vou aprofundar isso.

22.1-5 O trono de Deus no meio da cidade

• 1 Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro comocristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro, 2 no meio da ruaprincipal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, quefrutifica doze vezes por ano, uma por mês. As folhas da árvoreservem para a cura das nações. 3 Já não haverá maldição nenhuma.O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos oO trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos oservirão. 4 Eles verão a sua face, e o seu nome estará em suas testas. 5Não haverá mais noite. Eles não precisarão de luz de candeia, nemda luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará; e eles reinarão paratodo o sempre.

• Árvore/madeira da vida: clara alusão ao texto de Gn 3. Agora oacesso a árvore da vida está livre novamente.

• Cura, maldição etc.: veja o comentário de 21.27

22.1-5 O trono de Deus no meio da cidade

• 1 Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro comocristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro, 2 no meio da ruaprincipal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, quefrutifica doze vezes por ano, uma por mês. As folhas da árvoreservem para a cura das nações. 3 Já não haverá maldição nenhuma.O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos oO trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos oservirão. 4 Eles verão a sua face, e o seu nome estará em suas testas. 5Não haverá mais noite. Eles não precisarão de luz de candeia, nemda luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará; e eles reinarão paratodo o sempre.

• Servir, verão, testas: o oposto dos seguidores da besta.

• Reinar: a questão não é: sobre quem vão reinar? A palavra reinardescreve a nobreza da IGREJA. A palavra até pode ser interligadacom Gn 1.26ss. Agora o dominar vai ser dar em paz.

• Para sempre: veja o comentário para 20.10

Resumo e lição

• A visão da nova Jerusalém e o grande final do livro.

• Durante todo o livro a comunidade do cordeiro, o povo de Deus émotivado de manter-se firme nas promessas e na presença de Cristo.Esse capítulo não poupa palavras para descrever a coroa prometida aessas pessoas.

• A imagem ganha a sua vivacidade em contraste com os julgamentos• A imagem ganha a sua vivacidade em contraste com os julgamentose visões anteriores. A guerra, a iniquidade, a ansiedade, o medo, opavor, o sofrimento, a dor, o terror, a crueldade, a violência, etc. estãosumindo dando espaço para a paz, tranquilidade, calma, descanso,esplendor, segurança, alegria, etc.

• A descrição da IGREJA, do povo resgatado e salvo e bálsamo.

• O grande desafio do texto para o leitor é crer essa realidade e ver essarealidade no seu presente. A “igreja”, as comunidades, os grupos deestudo, os encontros entre pessoas de fé refletem ou podem refletiralgo disso.

Resumo e lição

• Precisamos olhar atrás da cortina (apocalipse tem o significado detirar a cortina e mostrar o escondido).

• O texto de Paulo em 1Co 13.8ss pode nós nortear: O amor nuncaperece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, oconhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parteprofetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeitoprofetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeitodesaparecerá. Quando eu era menino, falava como menino, pensavacomo menino e raciocinava como menino. Quando me torneihomem, deixei para trás as coisas de menino. Agora, pois, vemosapenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremosface a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente,da mesma forma como sou plenamente conhecido. Assim,permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maiordeles, porém, é o amor.

O Apocalipse