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Yara Pinheiro da Silva O LÚDICO NA REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA Rio de janeiro 2004

O LÚDICO NA REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA - avm.edu.br PINHEIRO DA SILVA.pdf · No III capítulo entramos diretamente nas perturbações psicomotoras e a descrição de cada uma delas,

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Yara Pinheiro da Silva

O LÚDICO NA REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA

Rio de janeiro

2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

O LÚDICO NA REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA

Yara Pinheiro da Silva

Orientador Celso Sanchez

Rio de Janeiro

2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

O LÚDICO NA REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA

OBJETIVOS:

Mostrar que através do lúdico pode ser desen-

volvido um trabalho de reeducação psicomotora

objetivando não só a reeducação, mas também a

descoberta de habilidades; criando assim um o-

lhar lúdico na reeducação que facilitará o traba-

lho harmonioso do educador sobre as bases psi-

comotoras.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me mostrar a cada dia, que

Ele está sempre a meu lado colocando esta

pessoa maravilhosa em minha vida chama-

da Elvira (minha sogra) que tanto me ajuda

para que eu possa estudar.

Ao meu marido, Francisco, e meus fi-

lhos Yck e Thiago, pela força, compreensão,

carinho e amor, elementos decisivos para

construção de um futuro melhor para todos

nós.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho de monografia a to-

dos que necessitam de um novo olhar sobre seu

desenvolvimento psicomotor, procurando através

do lúdico facilitar e tornar prazeroso o ato de ree-

ducar o corpo descobrindo assim ,também novas

habilidades.

Yara Pinheiro da Silva

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RESUMO

Esta monografia se propõe a mostrar como o lúdico pode ajudar na

reeducação das perturbações psicomotoras.

O lúdico na reeducação psicomotora tem como objetivo principal,

transformar a prática tradicional de uma reeducação, em momentos não só de

reeducação, mas também de descobertas de habilidades, seja esta reeducação

voltada para a coordenação dinâmica global ou para coordenação motora fina.

O trabalho com o lúdico transforma os momentos pela variedade de

opções que ele oferece, trazendo com isto uma diversidade ao trabalho do

psicomotricista, facilitando a integração do sujeito com o educador e com a

reeducação.

Podemos notar que o lúdico se faz cada vez mais necessário no dia-a-dia

de cada um de nós, e é justamente por isso, que as atividades voltadas para este

contexto se tornam cada vez mais presentes, e a psicomotricidade por ela mesma

nos leva até o lúdico, mostrando que não só a prática psicomotora tradicional

reeduca, mas que com a interferência do lúdico tudo se transforma e fica mais

fácil,mostrando também que tudo que é feito com prazer é bom para o corpo e a

alma.

Por isso se faz necessário e é de grande importância, que o

psicomotricista saiba adeguar as atividades lúdicas a cada processo de

reeducação, facilitando com isto, a harmonia deste encontro.

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METODOLOGIA

A metodologia a ser aplicada para a reeducação psicomotora é baseada

em métodos e técnicas lúdicas através do conhecimento e manuseio das artes

(pintura, escultura,dança, dramatização,histórias, etc...).

Os métodos e técnicas devem ser adaptados as necessidades e serem

desenvolvidas, tanto por idade, como por interesse da criança, para que os

objetivos sejam alcançados e o conhecimento de novas habilidades surjam.

Através de pesquisa de campo realizada durante seis meses com uma

criança com dificuldade de aprendizagem por hiperatividade e com transtornos

psicomotores por carência de uma educação pré-escolar, e por trabalhar com

artes há 25 anos, desenvolvi um processo para esta reeducação, partindo só do

lúdico, pois o momento para a reeducação deveria ser de prazer.Deu certo e vi

que através do lúdico pode haver a transformação necessária para uma boa

reeducação.

Toda a prática de exercícios psicomotores foi adaptada para a forma

lúdica, apenas recorri a livros sobre reeducação para saber quais exercícios

deveriam ser aplicados, direcionando-os para chegar ao objetivo desejado.

Transforma-los em lúdicos foi de certa forma prazeroso pois através de

brincadeiras a reeducação se realizou num ambiente de camaradagem e

descobertas .

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I 11

O LÚDICO E SUAS FORMAS DE MANIFESTAÇÃO 12

CAPÍTULO II 15

A REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA 16

CAPÍTULO III 18

AS PERTURBAÇÕES PSICOMOTORAS 19

CAPÍTULO IV 26

O PAPEL REEDUCADOR DAS ATIVIDADES LÚDICAS 27

CAPÍTULO V 34

PRÁTICAS DE REEDUCAÇÃO E SUGESTÕES LÚDICAS 35

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 41

ANEXOS 43

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INTRODUÇÃO

A psicomotricidade atua sobre o sujeito unindo o seu lado psíquico ao

motor e mostrando que quando algo esta errado com um dos dois, o sujeito sofre

interferências significativas em sua vida diária, interferências estas que abalam

suas bases neurológicas e que as vezes partem de uma infância com carências

afetivas e emocionais, trazendo assim distúrbios motores.

A educação psicomotora torna-se necessária na infância, atuando

também como base para um bom desenvolvimento psicomotor, e caso se

descubra alguma falha, ou algo que esteja interferindo neste processo, o

direcionamento desta educação passa para uma reeducação psicomotora, que

trabalhará na descoberta das causas ajudando a criança a se estabelecer como

sujeito em sua auto imagem.

A reeducação psicomotora através de atividades lúdicas, não só cria

vínculos entre a criança e o psicomotricista, como também tem por objetivos tornar

os encontros para reeducação mais prazerosos, facilitando assim o trabalho a ser

realizado.

A atividade lúdica e suas variadas formas de apresentação faz parecer

tudo uma brincadeira, e brincando a criança trabalha com seu imaginário

desenvolvendo sua capacidade criativa, facilitando o olhar do psicomotricista

sobre seu desenvolvimento, suas carências e seus afetos e é a partir do capítulo

I,que podemos ver onde o lúdico e suas formas de manifestação são

apresentadas descrevendo a importância de cada manifestação lúdica.

O II capítulo fala da reeducação psicomotora propriamente dita, e os

elementos das bases psicomotoras a serem trabalhados dentro da imagem

corporal e do esquema corporal da criança.

No III capítulo entramos diretamente nas perturbações psicomotoras e a

descrição de cada uma delas, com seus sintomas e causas que interferem no

corpo a ser reeducado.

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Passando para o IV capítulo vamos ver a atuação do lúdico através do

reeducador, sendo este o principal agente de transformação e criatividade para

uma boa reeducação através do lúdico. Ele é peça fundamental para que a

criança goste deste momento de reeducação, pois este momento deve ser

prazeroso.

Por último, no capítulo V, veremos algumas práticas de reeducação e

sugestões lúdicas para desenvolvê-las e sendo apenas sugestões , tais atividades

devem ser mais enriquecidas e diversificadas pelo reeducador, possibilitando com

isto, maior integração entre a criança, a reeducação e o psicomotricista.

Partindo da necessidade de uma boa reeducação e do trabalho com a

mesma através do lúdico é que nos conscientizamos que a transformação sofrida

pela criança acontecerá de forma plena, levando-a ao auto-conhecimento e a

descobertas de suas habilidades, tornando-a capaz para enfrentar novas

situações.

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CAPÍTULO I

O LÚDICO E SUAS FORMAS DE MANIFESTAÇÃO

“Era uma vez”, “Num certo país”, Há mil a-

anos atrás”,”Numa época em que os animais

ainda falavam”,“Era uma vez num velho caste-

lo em uma floresta densa e grande “ – estes

inícios sugerem que o que se segue não per-

tence ao aqui e agora que nós conhecemos.

Esta indefinição deliberada do início dos com-

tos simboliza que estamos deixando o mun-

do concreto da realidade comum ( Bettelhein,

1980:78).

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O LÚDICO E SUAS FORMAS DE MANIFESTAÇÃO

Podemos chamar de atividades lúdicas, a todas as atividades que são

espontâneas da criança, que lhes dão prazer, que pertencem ao seu mundo.

Sendo assim podemos perceber que o lúdico atua constantemente no dia-a-dia da

criança, cabendo ao reeducador aproveitar melhor as oportunidades que surgem

no cotidiano, incentivando, motivando, coordenando e direcionando as atividades

para uma boa reeducação através do lúdico.

“É no brincar, e somente no brincar, que o

indivíduo, criança ou adulto, pode ser cria-

tivo e utilizar sua personalidade integral : e

é somente sendo criativo que o indivíduo

descobre o seu eu (self)”. (WINNICOTT,

1975, p.80)

Winnicott nos mostra que quando brincamos, esquecemos quem somos e

a fantasia passa a fazer parte daquele momento, e é por isto que a criatividade

nos aflora nestes momentos e tudo fica mais fácil.

As atividades lúdicas podem se manifestar através de:

1. Jogos;

2. Histórias;

3. Dramatizações;

4. Músicas, danças e canções;

5. Artes plásticas.

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Os jogos estabelecem a relação social, e a integração. Por isso, a

participação em jogos constitui para a formação de atitudes sociais: respeito

mútuo, solidariedade, cooperação, obediência às regras, senso de

responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal. Ë jogando que a criança aprende o

valor do grupo como força integradora e o sentido da competição salutar e da

colaboração consciente e espontânea.

A história leva a criança ao imaginário de sua criatividade fazendo com

que ela consiga dar exemplos concretos de situação abstratas como a auto-estima

e o reconhecimento das próprias potencialidades, valorizando a junção dos três

componentes: coragem, amor e inteligência, para a obtenção do sucesso.A

história traz, também, razões para acreditarmos que: O melhor lugar do mundo é a

nossa casa!

A dramatização faz com que a criança mostre que o seu corpo é um

instrumento de representação, transmitindo as emoções através de posturas,

gestos e entonamentos de voz.

Para que o corpo seja expressivo e transmita emoção, são necessários

três elementos: relaxamento, concentração e expressão.

Estes elementos necessitam ser trabalhados com as crianças, para a

produção de um efeito reeducador satisfatório.

As músicas, danças e canções são usadas como meio de expressão,

como um elemento que propicia momentos lúdicos e como este aspecto

proporciona o desenvolvimento individual e o convívio em grupo, como a

socialização, desinibição, criatividade, descoberta e formação da auto-estima.

As artes plásticas possuem um leque de opções a serem trabalhadas e

diversas maneiras de utilizá-las tais como; o desenho, a modelagem, o recorte e

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colagem, as dobraduras, pintura, tecelagem com fios diversos e até trabalhos com

sucatas.

O fazer, pintar, esculpir e criar por si só, dão tanto prazer à criança que já

constitui uma atividade completa.

Trabalhando com as artes plásticas a criança vê uma série de

ferramentas ou objetos que inicialmente não representam nada, mas com a sua

interferência se transformam em algo bonito, com expressão própria e,

geralmente, com uma utilidade específica. Isto é um exemplo de que ela pode

construir, é capaz de fazer e, dentre outros benefícios, isto colabora com a sua

autoconfiança e disposição de realizar.

“Segundo Huizinga, o lúdico é uma espécie de “bolha”que se abre no

cotidiano e as pessoas lá entram sabendo que irão fazer não tem compromissos

futuros e as conseguências de seus atos estão limitados ao espaço de tempo que

encerra a atividade lúdica

Sim, é isto mesmo, o lúdico atua em nosso cotidiano desta forma, pois

sabemos que com ele não há cobranças, apenas fazemos o que temos que fazer

naquele momento, independente de qualquer obrigação ou compromisso em

acertar ou errar, apenas fazemos e terminamos quando chegar o fim.

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CAPÍTULO II

A REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA

“O Outro não é nem um estímulo nem um

estimulante, mas a instância que, desde o

seu olhar, organiza na criança sua auto-ima-

gem corporal e, desde seu discurso, recorta,

no olho, na boca, em cada “buraco” da crian-

ça, a sombra de um objeto inexistente que,

por isso, será incessantemente buscado”.

( JERUSALINSKY,1989,p.64.)

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A REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA

Dar início a uma reeducação constitui um desafio que nos introduz na

busca, da qual o próprio sujeito ( a criança ) participa, nos solicitando um olhar

diferenciado, para poder lê-lo e escutá-lo em seu registro simbólico.

A reeducação é urgente sobretudo para os problemas afetivos, é a

criança com seu sofrimento em jogo, escondido em seu sistema psicomotor, quem

inaugura e da lugar a este espaço de reeducação. Ë ela quem impulsiona

perguntas que geram novos labirintos, conduzindo-nos continuamente a

reformulações teóricas-reeducadoras, e é através desta reformulação que o uso

do lúdico se faz presente, ajudando a resgatar, em sua singularidade o sujeito.

Podemos dizer que a ausência de reeducação é um abandono da criança

em sua dificuldade de viver, de perceber uma imagem valorizante de si, de

corresponder convenientemente à expectativa dos que a cercam ( rendimento

escolar insatisfatório, falta de habilidade ). Uma reeducação bem dirigida através

do lúdico, ajuda a criança a resolver seu problema a partir do momento em que

surge, a perder menos tempo para se desenvolver, afetiva e intelectualmente,

enfim, a torná-la feliz na escola e consigo mesma.

A reeducação tem por elementos básicos para seu trabalho:

I – Perturbações Motoras;

II – Perturbações Intelectuais;

III – Perturbações do Esquema Corporal;

IV – Perturbações da Lateralidade;

V – Perturbações da Estrutura Espacial;

VI – Perturbações da Orientação Espacial;

VII – Perturbações do Grafismo;

VIII – Perturbações Afetivas.

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“Em todo transtorno psicomotor há uma

perturbação do esquema corporal, do tô-

nus muscular e da imagem corporal, o que

determina simultaneamente confusões es-

paciais ( por exemplo na lateralidade) e rít-

micas ( em relação aos movimentos, às

coordenações e ao equilíbrio da criança ).

( LEVIN, 2003; P.154)

O que Levin diz é que todo transtorno psicomotor, como nos é clara a

palavra, interfere de forma geral e global no sujeito, trazendo graves alterações

psíquicas e motoras.

O ambiente em que a criança vive é muito importante, tanto na casa e na

escola quanto durante uma reeducação, a criança deve sentir-se apoiada, ajudada

e não- julgada.

“A meta de uma terapia (psicomotora) não

é a de transformar uma criança em um re-

tador, e sim em um ator: o corpo tem uma

posição, ou, caso contrário, está ausente.

E, para faze r isto, o terapeuta deve manter

sua posição e não se colocar no lugar da

criança”. (BERGÉS,1982; p.43)

Bergés coloca a importância do terapeuta na terapia, que ele não deve se

colocar no lugar da criança e sim fazê-la ver do que é capaz.

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CAPÍTULO III

AS PERTURBAÇÕES PSICOMOTORAS

“Não há perseguição mais sinistra que a do

próprio corpo: dessa não há saída”. ( ROSSÍ,

1984; p. 65)

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AS PERTURBAÇÕES PSICOMOTORAS

Perturbações psicomotoras é o mesmo que “perturbações instrumentais”,

e são assim chamadas por interferirem nas bases psicomotoras do sujeito,

levando-o a desordens em todo o seu esquema corporal e sua imagem corporal.

A criança que passa por perturbações psicomotoras, deve ser o mais

cedo possóvel analisada para que o processo de reeducação comece rápido, pois

quanto mais tempo passa, mais a criança se bloqueia em um tipo de reação,

sente-se mais angustiada, e as punições ou as observações de seus familiares só

agravam esta angústia. A reeducação a ajudará a adotar um outro comportamento

e, pouco a pouco, os que a cercam a veram de forma mais positiva.

Podemos classificar as perturbações psicomotoras ou instrumentais

como:

I – Perturbações Motoras:

1 – Atrasos do desenvolvimento motor;

Sintoma:uma criança que não consegue subir uma escada ou andar para

trás.

Causa: - debilidade intelectual por um atraso no nível motor;

- problema de ordem psicológica por ocasião de nascimento de

um irmão, crianças superprotegidas, crianças que sofrem choques afetivos por

partida,falecimento ou presença em acidente, que bloqueiam e inibem toda

progressão.

2 – Grandes Déficits Motores;

Sintoma: hemiplegia ou paralisia de um dos lados do corpo.

Causa:- as origens freguentemente remontam ao nascimento.

3 – Perturbações do Equilíbrio;

Sintomas subjetivos: a criança que cai com regularidade, que choca-se

contra seus colegas, anda com pés afastados,corre com o tronco para frente.

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Sintomas objetivos: o teste de ROMBERG permite encontrá-los, pois

mostra que a criança estando sentada o seu corpo inclina-se lentamente e

fechando os olhos isto se acentuará, e também a prova do andar cego, onde a

criança de olhos vendados, da alternadamente alguns passos para frente e para

trás, caso haja perturbação, o trajeto percorrido desenhará uma estrêla.

Causas: - Motoras – a falta de equilíbrio pode encontrar sua origem no

vestíbulo da orelha interna ou no cerebelo; vindo acompanhada de perturbações

da coordenação ou pode provir da sensebilidade proprioceptiva.

- Psicológicas – crianças que sofrem com a ausência de confi

ança em si mesmas, em suas possibilidades, que vem a traduzir uma falta de

equilíbrio estático ou dinâmico, e também as crianças instáveis do ponto de vista

psicomotor ( hiperativas) conhecem também um problema de equilíbrio devido à

sua impossibilidade de concentrarem naquilo que fazem.

4 – Perturbações da Coordenação;

Sintomas subjetivos: a criança não consegue ter um gesto harmonioso,

suas habilidades manuais são inadequadas.

Sintomas objetivos:- a discronometria – atraso no desenvolvimento do

movimento e em sua parada ( A.Thomas).

- a dismetria – a não-localização do movimento

(A.Thomas). Quando pede-se a criança para colocar o dedo sobre o joelho, ou de

pé sobre a cadeira e se a criança ultrapassar o ponto fixado, trata-se de

hipermetria; se não chegar ao ponto, temos hipometria.

- a assinergia – deficiência de coordenação entre os

diversos componentes musculares dos movimentos. A criança tem movimentos

bruscos e não harmoniosos para realizar qualquer atividade.

- a adiadococinesia – e a dificuldade de executar

rapidamente movimentos alternados.

Causas: - perturbações vestibulares ou cerebelosas;

- perturbações da sensibilidade superficial ou profunda;

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- perturbações psicológicas ou afetivas; a criança não se

concentra em seu trabalho, fica ansiosa, insegura.

5 – Perturbações da Sensibilidade:

Sintomas subjetivos: a criança não faz os mesmos gestos que lhe

demonstramos, exceto diante de um espelho; deixa cair das mãos objetos que

segura ou frequentemente torce os tornozelos; é relativamente sensível ao

contato, ao calor.

Sintomas objetivos: - a criança tem dificuldade ou a impossibilidade de

manter uma posição , uma postura, quando os olhos estão fechados;

- de perceber com olhos fechados, uma posição que

fazemos com um de seus membros;

- de perceber um movimento com olhos fechados

(dizer se levantamos ou abaixamos o seu braço);

- de executar movimentos finalizados ( de olhos

fechados colocar o dedo sobre o seu nariz );

- de avaliar a força a ser dada ao movimento (

quando se trata de levantar um saco pesado ou leve ).

Há crianças que possuem também perturbações da sensibilidade

superficial e profunda:

- quando não conseguem localizar uma sensação tátil,ao tocarmos em

suas costas;

- quandonão conseguem reconhecer uma forma geométrica ou uma letra

desenhada em sua mão;

- quando não conseguem reconhecer um objeto desenhado em sua mão.

Causas: - frequentemente de ordem motora e neurológica.

II – Perturbações Intelectuais:

1 – O Atraso Intelectual;

Sintomas: a debilidade pode ser leve, moderada ou profunda. As

realizações da criança são de uma idade inferior à sua idade real.

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Causas:- neonatais como, mongolismo,alcolismo, moléstias ( encefalite,

meningite, hemorragia cerebral).

III – Perturbações do Esquema Corporal:

Sintoma ʋ1: a criança não conhece as partes de seu corpo ( seu

desenho é bem pobre para a sua idade e não tem disposição para as partes do

corpo ao desenhá-las ) e revela-se incapaz de construir um boneco articulado,

pois ignora o vocabulário corporal.

Sintoma ʋ2: a criança não situa bem seus menbros ao gesticular, pois

não percebe bem a posição dos mesmos, ou por falta de concentração, ou porque

ainda não descobriu todas as possibilidades espaciais de seu corpo, pois também

não imita bem um exercício apresentado e seus gestos do dia-a-dia não são

harmoniosos.

Sintoma ʋ3: a criança não coordena bem seus movimentos, embora não

apresente realmente problemas motores, mas é muito lenta precisando refletir

para executar seu gesto, não dominando seu corpo emações, às vezes agindo

rapidamente, outras vezes inicia bem o seu movimento, mas sem perceber se

distrai.

Causa : nos problemas motores ou intelectuais, todas as perturbações na

definição do esquema corporal são de origem afetiva.

IV – Perturbações da Lateralidade:

Sintomas: a criança não sabe qual mão escolher, é desajeitada,

“recorta”com a mão direita, mas brinca com a esquerda , quando os exercícios de

precisão são executados com uma mão e os de força com a outra mão e também

quando a lateralidade não é homogênea: a criança escolhe bem a mão ou o pé

dominante, mas nunca está segura de saber qual é o lado direito e qual é o lado

esquerdo.

Causas:- Motoras ou neurológicas – quando a criança é destra do pé e

canhota da mão; é ambidestra.

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- Sociais – quando a criança é canhota, mas, na vida social

organizada pelos destros, a forçamos a utilizar sua mão direita para desenhar ou

quando a criança é destra mas sua mãe canhota, ela a imita inconscientemente.

- Psicológicas – quando a criança mal consegue unificar seu

corpo, tendo dificuldade para perceber o eixo vertical, como consequência de uma

inquietação, de uma angústia de origem afetiva.

Consequências: as crianças tem dificuldades de reconhecimento

esquerda-direita, não adquirem direção gráfica, forma suas letras ou seus

números ëm espelho”, e tem dificuldade de discriminação visual.

V – Perturbações da Estrutura Espacial:

Sintoma ʋ1: a criança ignora os termos espaciais, não sabendo se

colocar ou colocar os objetos no lugar certo, tendo dificuldades na discriminação

visual, incapacidade de orientar-se para estabelecer uma progressão de

grandezas e dificilmente encontra suas coisas, pois sua noção de lugar não é

nítida.

Sintoma ʋ2: a criança conhece os termos espaciais mas mal percebe as

posições que os mesmos ocupam na direção em cima- embaixo, na direção

esquerda-direita.

Sintoma ʋ3: a criança percebe bem o espaço que a circunda, mas

orienta-se com dificuldade, temendo os espaços grandes, não encontrando o seu

lugar em uma fila se estiver em lugar diferente do habitual e quando seus pontos

de referência mudam, perde-se.

Sintoma ʋ4: a criança orienta-se bem mas não tem memória espacial,

pois é capaz de copiar uma frase sem erro, mas está muito despreparada para

ditados e embora não tenha nenhuma deficiência de percepção na direção em

cima- embaixo, esquerda- direita, ela nunca sabe distinguir com segurança o b do

d: simplismente esqueceu a que corresponde o símbolo.

Sintoma ʋ5: a criança não tem organização espacial, pois choca-se

contra seua colegas, não sabendo se vai passar pela direita ou pela esquerda. Em

seus desenhos, os primeiros ocupam todo o espaço, os seguintes terão

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dimensões cada vez menores “por falta de lugar”e precisará de mais tempo do

que uma outra para adquirir noção de obliquidade, o que acarretará atrasos na

aprendizagem da leitura e da escrita.

Sintoma ʋ6: a criança não assimila a reversibilidade e a transposição,

podendo esta dificuldade vir de um problema de lateralidade e de percepção

esqueda-direita, mas só devem ser considerados apenas a partir de 6 anos, e só

há anormalidade a partir de 8 anos.

Sintoma ʋ7: a criança tem dificuldades para compreender relações

espaciais, não conseguindo perceber nenhuma ligação entre o que aprendeu

ontem e sua utilização no que aprendeu hoje. Mais tarde sintetizará seus cursos

com dificuldade.

Causas: - má integração do esuema corporal com perturbações da

lateralidade, tendo também causa psicológicas como instabilidade em seu

raciocínio, má distinção entre sonho e a realidade e o tolhimento em suas

experiências.

VI – Perturbações da Orientação Espacial:

Sintoma ʋ1: a criança é incapaz de descobrir a ordem e a sucessão dos

acontecimentos, misturando os fatos, não sabendo o que é primeiro e último, não

se situando em “ante”e “depois “,não se organizando bem a direção esqueda –

direita e engana-se na ordem das palavras escritas, não conseguindo construir

frases.

Sintoma ʋ2: a criança não percebe os intervalos na escrita entre

palavras, nas frases e não percebe o que dura mais ou menos tempo, o que vai

depressa e quando há uma parada, em calculo, não percebe os números que

faltam e na leitura coletiva, nunca está no mesmo ponto que os outros.

Sintoma ʋ3: a criança não tem um rítmo regular ao correr,sua corrida é

de passos muito compridos e muito curtos, sua leitura é de forma desencadeada,

não faz associação do gesto com a leitura expressiva e não compreende certos

cálculos baseados no rítmo.

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Sintoma ʋ4: a criança não tem noção da hora, não consegue organizar

seu tempo poi gastou todo seu tempo para escrever uma linha, depois escreve

muito mal a continuação do texto, pressionada pelo pouco tempo que lhe resta

antes de entregar seu caderno.

Causas: - Motoras – perturbações ligadas ao rítmo irregular da respiração

do sujeito ou a um problema auditivo.

- Psicomotoras – falta de orientação e de organização espaciais.

- Psicológicas – a criança sofreu um choque afetivo ou vive em

ambiente inseguro, onde não existem pontos de referência suficientes.

VII – Perturbações do Grafismo:

Causas: - má coordenação motora, rigidez ou crispação dos dedos e

problemas psicológicos, como instabilidade da criança é quando ela quer terminar

bem depressa o que faz.

VIII – Perturbações Afetivas:

A maioria delas já foram apresentadas conjuntamente com outras

perturbações psicomotoras e suas causas estão ligadas ao ambiente familiar.

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CAPÍTULO IV

O PAPEL REEDUCADOR DAS ATIVIDADES LÚDICAS

“Cantar de mãos dadas com os companhei-

ros movimentando-se ao som da música, dá

muito prazer à criança, talvez pelo sentido

de união. A roda é o princípio do grupo

( NICOLAU,1987: 247 ).

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O PAPEL REEDUCADOR DAS ATIVIDADES LÚDICAS

1-Jogos:

O jogo é a maneira natural de as crianças interagirem entre si,

vivenciando situações, manifestando indagações, formulando estratégias e

verificando seus acertos e erros, e poderem, através dele, reformularem, sem

qualquer punição, seu planejamento e as novas ações.

“O jogo ao ocorrer em situação sem pres-

são, em atmosfera de famíliaridade, segu-

rança emocional e ausência de tensão ou

perigo, proporciona condição para apren-

dizagem das normas sociasis em situação

de menor risco. A conduta lúdica oferece

oportunidades para experimentar compor-

tamentos que, em situações normais, ja-

mais seriam tentados pelo medo do erro

ou punição ( KISHIMOTO, 1998: 140 ).

Kishimoto mostra que o medo de errar é bem trabalhado quando o jogo

ocorre sem pressão, em forma de brincadeiras alegres e familiares, facilitando

com isto a experiência de condutas não realizadas diáriamente.

Piaget fez um detalhado estudo da relação da criança com a regra,

através da análise de depoimentos de diversas crianças entre um e doze anos

sobre o jogo de bolinhas de gude. Estas experiências o levaram a afirmar que:

“Os jogos infantis constituem admiráveis

instituições sociais. O jogo de bolinhas,

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entre os meninos, comporta, por exemplo,

um sistema muito complexo de regras, is-

to é, todo um código e toda uma jurispru-

dência ( PIAGET, 1994: 23).

Com isto, Piaget mostrou que as crianças sabem, através do jogo de

bolinhas, como lidar com as regras sociais.

2- Histórias:

As histórias transportam o ouvinte para outro mundo, o mundo da fantasia

e a sua narrativa cuidadosa permite que o ouvinte sinta novas e diferentes

emoções. Isto amplia a sua visão, que sai da limitação do que pode perceber ao

seu redor no dia-a-dia, para ter contato com outras emoções e sensações que a

fantasia desperta.

O exercício da fantasia e da imaginação leva a criança à elaboração do

pensamento e a quantidade de conhecimentos adquiridos através das histórias se

converte em referências, que agrupadas com referências adquiridas

anteriormente, por meio de processos similares, agregan-se à cultura do ouvinte e

provocam combinações novas. O processo que leva à conclusão de um projeto

novo e acabado é um exercício da criatividade.

O convívio com a fantasia proporcionado pelas atividades lúdicas, leva a

criança a construir uma cultura própria, que vem a ser o produto da interpretação

das propostas culturais fornecidas pela sociedade de adultos.

“Para que uma estória realmente prenda a

atenção da criança, deve entretê-la e des-

pertar a sua curiosidade. Mas para enri-

quecer a sua vida, deve estimular-lhe a i-

maginação; ajudá-la a desenvolver seu in-

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telecto e a tornar clara suas aspirações;

reconhecer plenamente suas dificuldades

e, ao mesmo tempo, sugerir solução para

os problemas que a perturbam. Resumin-

do, deve de uma só vez relacionar-se com

todos os aspectos de sua personalidade”.

( BETTELHEIM, 1998: 13 )

A criança deve de certa forma, identificar-se com a história, para que a

mesma possa prender a sua atenção, ajudando-a a construir soluções para seus

problemas do dia-a-dia.

3- Dramatizações:

A criança necessita expressar aquilo que deseja, dentro do contexto que

se encontra, e nos primeiros anos de vida a função de representar é uma

manifestação espontânea, importante para a compreenção do mundo e para o seu

desenvolvimento. Ë a forma que ela encontra de interagir, promovendo o equilíbrio

com o meio ambiente.

“O ato de dramatizar está potencialmente

contido em cada um, como uma necessi-

dade de compreender e representar uma

realidade. Ao observar uma criança em su-

as primeiras manifestações dramatizadas,

o jogo simbólico, percebe-se a procura na

organização de seu conhecimento do

mundo de forma integradora”. ( BRASIL,

2000: 83 )

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Brasil fala que a todo instante a criança está dramatizando, basta

prestarmos atenção nelas e observaremos que ela procura se organizar dentro de

seu simbolismo dramatizador.

No livro “A formação do símbolo na criança”, Jean Piaget aborda a

importância da imitação, da representação e do jogo de regras no

desenvolvimento cognitivo das crianças.

“O símbolo repousa numa simples seme-

lhança entre o objeto presente, que de-

sempenha o papel de “significante”, e o

objeto ausente por ele “significado” sim-

bolicamente, e é nisso que podemos dizer

que existe a representação; uma situação

não dada é evocada mentalmente e não a-

penas antecipada praticamente como um

todo, em função de uma das partes”.

( PIAGET, 1978: 129 )

Piaget fala da importância também que a criança da ao que quer

simbolizar naquele momento em que dramatiza uma situação, seja ela ja vivida ou

por vir em sua imaginação.

Dentre os mais importantes fatores do uso da dramatização, estão a

desinibição e a construção da auto-estima. O convite que a ludicidade de uma

dramatização encerra terá muita chance de vencer uma timidez inicial, o exercício

de apresentações constantes no seio do pequeno grupo de sua classe, irá

contribuir com uma estabilidade capaz de enfrentar “públicos maiores”em

oportunidades futuras, que certamente acontecerão em sua vida profissional e

social.

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Trabalhar com dramatização irá possibilitar a visão de sentimentos e

situações, a aquisição de novas formas de expressão e vocabulário e de

experiências estéticas e culturais.

“O teatro tem como fundamento a experi-

ência de vida: idéias, conhecimentos e

sentimentos. A sua ação é a organização

desses conteúdos individuais e grupais”.

( BRASIL, 2000: 85 )

Brasil quer dizer com estas palavras que,o teatro ajuda não só a criança,

mas a todos que dele participam a uma maior integração social.

4- Músicas, danças e canções:

O objetivo específico da música é tornar o indivíduo sensível e receptivo

ao fenômeno sonoro, promovendo nele, ao mesmo tempo, respostas de índole

musical.

Assim, levando em conta somente as características lúdicas da música,

como ela colabora com o desenvolvimento das crianças?

“Em primeiro lugar na música, tomada aqui

como o canto, o uso de instrumentos ou a

dança é capaz de “proporcionar o desen-

volvimento harmonioso de seus alunos

dentro do âmbito de uma educação per-

manente”. ( GAINZA, 1988: 19 )

Gainza no texto declara que é o canto juntamente com a música que

torna o aprendizado mais harmonioso entre os alunos, trazendo através da dança

interações entre todos os participantes.

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A alegria da música convida à participação, rompendo as barreiras da

timidez ou da falta de confiança, fazendo surgir habilidades que poderiamnão ser

conhecidas por estarem latentes.

O trabalho com música desenvolve a concentração, e o que é melhor,

não aquela vinda da disciplina, de uma obrigação de “fora para dentro”mas, ao

contrário, de “dentro para fora”, pois a criança deseja se sair bem, tem interesse

em apresentar o resultado, está motivada por algo que gosta. Para isto, é

necessário que o tipo de canção seja adequado à faixa etária da criança.

A motivação em fazer algo aliado a um resultado conclusivo, satisfatório,

fecha um círculo que contribui com a auto-estima.

A música trabalha com o interior humano, suscita emoções, exercita o

pensamento que dá asas à imaginação e o convite à dança e à fantasia.

“O processamento de materais sonoros e

musicais se dá no interior do sujeito, de

tal forma que a energia proveniente da

música absorvida metaboliza-se em ex-

pressão corporal, sonora e verbal, engen-

drando diferentes sentimentos, estimulan-

do a imaginação e a fantasia,promovendo,

enfim, uma intensa atividade mental”.

( GAINZA, 1988: 30 )

A sonoridade de cada instrumento, como fala Gainza, quando absorvida

dentro de cada sujeito,faz com que ele se transforme de dentro para fora deixando

fluir todo um potêncial de emoções que são mostradas em sua expressão

corporal, sonora e verbal através de sua criatividade e imaginação.

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5-Artes Plásticas:

O trabalho com arte oferece às crianças uma oportunidade de auto-

expressão, que vai enriquecendo as suas habilidades manuais, estéticas e

desnvolvendo cada vez mais a criatividade.

O manuseio de pincéis, fios e massa, permitirá não só a a prendizagem

do uso desses diversos materiais,mas o modo como eles podemser combinados e

usados com uma característica própria de cada um, junto de sua criatividade e de

sua noção estética.

Ë importante que sejam oferecidos às crianças as mais diversas

modalidades de expressão das artes plásticas, pois isto irá suscitar diversos

requesitos e também irá dar oportunidade para que cada uma encontre as suas

habilidades, colaborando com uma visão de que cada qual, dentro de suas

diferenças, tem o seu valor, sendo o mais importante encontrá-lo.

As artes também controlam os sentimentos de tensão e de impaciência.

Neste interessante processo, a confiança em si mesmo é uma

conseguência e poderá significar também o rompimento de bloqueios e a

descoberta de aptidões.

“Os desenhos, pinturas e realizações ex-

pressivas das crianças não apenas repre-

sentam os seus conceitos, percepsões e

sentimentos em relação ao meio, como

também possibilitam ao adulto sensível e

consciênte uma melhor compreensão da

criança”. ( NICOLAU, 1987: 14 )

Com esta citação, Nicolau, nos faz ver que ao olharmos para o que uma

criança desenha, não devemos logo interferir com o que achamos e vemos neste

desenho, e sim procurarmos entender e sermos sensíveis para reconhecer em

cada traço um pouco da criança que o fez.

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CAPÍTULO V

PRÁTICAS DE REEDUCAÇÃO E SUGESTÕES LÚDICAS

“... quase todos os esquemas sensório-moto-

res dão lugar a um exercício lúdico”.(PIAGET,

1971: 145 )

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PRÁTICAS DE REEDUCAÇÃO E SUGESTÕES LÚDICAS

As práticas reeducadoras, ou melhor, os exercícios para reeducação

psicomotoras, são essenciais para uma boa reeducação.

A seguir teremos algumas sugestões para a reeducação de acordo com

cada perturbação psicomotora sofrida pela criança, e juntamente uma sugestão de

como transformá-la para prática lúdica.

I – Reeducação para perturbações motoras:

1 – Atrasos do desenvolvimento motor;

- exercícios motores e sensoriais;

- jogos de bola, jogos de destreza;

- percepção do esquema corporal;

Sugestões lúdicas: músicas, fantoches, quebra-cabeças com figuras

humanas, brincar de circo (equilíbrio ).

2 – Grandes déficits moteres;

2.1-Do ponto de vista motor;

- exercícios de destreza;

- exercícios de coordenação.

2.2- Do ponto de vista do esquema corporal;

- exercícios de conhecimentos das partes do corpo;

- exercícios organizadores da lateralidade;

- exercícios perceptomotores.

2.3- Do ponto de vista da lateralidade;

- exercícios com recurso do espelho;

- exercícios do conhecimento esquerda-direita.

2.4- Do ponto de vista da estruturação espacial;

- jogos de estruturação espacial.

Sugestões lúdicas: dramatizações, músicas e canções que trabalhem o

corpo, artes plásticas( modelagem com argila, esculturas, massinha).

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3 – Perturbações do equilíbrio;

- exercícios de reconhecimento proprioceptivo;

- exercícios de impulso;

- exercícios de equilíbrio.

Sugestões lúdicas: músicas ( brincar de estátua), amarelinha, brincar de

se equilibrar sobre linhas no chão, jogar boliche.

4- Perturbações da coordenação;

- exercícios de grande motricidade;

- exercícios de destreza;

- exercícios de coordenação dinâmica;

- exercícios de motricidade delicada;

- exercícios motores de pré-escrita.

Sugestões lúdicas: jogos de boliche, bola ao cesto, bola de gude, jogos

com tacos, brincar de passar por baixo de cadeiras sem encostar nelas, brincar de

trem. Canções com trabalho corporal e dramatizações com fantoches.

5 – Perturbações da sensibilidade;

- exercícios de reconhecimento interno e tátil;

- exercícios de tomada de posição;

- exercícios de coordenação;

- exercícios de equilíbrio;

- exercícios de destreza;

- exercícios com olhos vendados.

Sugestões lúdicas : brincar de cabra-cega, brincar de adivinhar o quem

tem dentro de um saco só pelo tato, brincar com”.domonós táteis”, dramatizações,

andar sobre banco( brincar de desfile de moda).

II – Reeducação para perturbações intelectuais:

- exercícios motores;

- exercícios de memória;

- exercícios de reconhecimento;

- exercícios correspondentes à sua idade mental.

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Sugestões lúdicas: pintura, jogos da memória, jogos de

adivinhações,dramatizações através de canções, brincar de teatro, contos e

histórias .

III – Reeducação para perturbações do esquema corporal:

- exercícios de grande motricidade;

- exercícios de orientação espaço- temporal;

- exercícios de aperfeiçoamento dos movimentos.

Sugestões lúdicas: brincar com músicas e danças, de estátua, artes

plásticas, brincar de roda, cabra-cega, canções com trabalho corporal, escravo-de-

jó, brincar de se vestir com os olhos vendados, dublar canções dramatizando,

brincar de morto-vivo.

IV – Reeducação para perturbações da lateralidade:

- exercícios de percepção do lado domonante;

- exercícios de eixo simétrico do corpo;

- exercícios de formação de bonecos;

- exercícios de reconhecimento esquerda- direita;

- exercícios de discriminação visual;

- exercícios de educação gráfica.

Sugestões lúdicas: artes plásticas ( colagens, recorte, trabalho com

miçangas), brincar de roda com canções que falam de direita e esquerda, brincar

de gato e rato, brincar com espelho,brincar de macaco mandou.

V – Reeducação para perturbações da estrutura espacial:

- exercícios de estrutura espacial;

- exercícios de discriminação visual;

- exercícios de educação da direção gráfica;

- exercícios de topologia.

Sugestões lúdicas: jogos cantados, dança das cadeiras, boliche, brincar

de se rastejar, jogo de loto, jogos de encaixe, quebra-cabeças, loto de posições,

jogo da velha, resta um, artes plásticas (dobraduras).

VI – Reeducação para perturbações da orientação espacial:

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- exercícios de duração dos intervalos;

- exdrcícios de rítmos;

- exercícios com noção de distância.

Sugestões lúdicas: adivinhar algo através de mímicas, brincadeiras com

músicas ( dança da cadeira, estátua), dona galinha e seus pintinhos, amarelinha,

pai Francisco entrou na roda (cantigas de roda e suas representações

dramáticas).

VII- Reeducação para perturbações do grafismo:

- os mesmos exercícios da coordenação.

Sugestões lúdicas: artes plásticas ( pintura, argila,massinha,trabalho com

moçangas, rasgar papel,colagens).

VIII – Reeducação para perturbações afetivas:

Sugestões lúdicas: dramatizações com fantoches, artes plásticas,

histórias, músicas que trabalhem o movimento.

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CONCLUSÃO

Partindo que o brincar é uma forma prazerosa de aprender, senti a

necesidade compartilhar a experiência de usar o lúdica na reeducação

psicomotora.

Concluí isto após um trabalho feito com uma criança de 8 anos com

deficiências psicomotoras, pois estava com sua auto-estima baixa e a sua imagem

corporal não era bem aceita.

Trabalhei só com o lúdico, apenas transformando os exercícios

psicomotores tradicionais para as atividades lúdicas que os representavam e tudo

começou a se transformar, pois a auto-estima foi valorizada e a imagem corporal

tomou sua forma definida, com isto pude comprovar que um trabalho de

reeducação através do lúdico da certo, basta sentir as necessidades e os desejos

que através do lúdico podem ajudar na reeducação para que o trabalho chegue

aos objetivos desejados.

No último capítulo mostro algumas sugestões para transformar os

exercícios psicomotores em brincadeiras, facilitando com isto a reeducação e a

integração do psicomotricista com a criança, mas isto não basta, tem que se

desejar a mudança e para isto a criatividade é fundamental.

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BIBLIOGRAFIA

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PIAGET,Jean,O Raciocínio na Criança. Rio de Janeiro;distribuidora Record,1967.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO.........................................................................................................9

CAPÍTULO I............................................................................................................11

1.1 O LÚDICO E SUAS FORMAS DE MANIFESTAÇÃO.......................................12

CAPÍTULO II...........................................................................................................15

2.1 A REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA.................................................................16

CAPÍTULO III..........................................................................................................18

3.1 AS PERTURBAÇÕES PSICOMOTORAS........................................................19

3.1.1 Perturbações Motoras.................................................................................19

3.1.2 Perturbações Intelectuais...........................................................................21

3.1.3 Perturbações do Esquema Corporal......................................................... 22

3.1.4 Perturbações da Lateralidade....................................................................22

3.1.5 Perturbações da Estrutura Espacial...........................................................23

3.1.6 Perturbações da Orientação Espacial........................................................24

3.1.7 Perturbações do Grafismo..........................................................................25

3.1.8 Perturbações Afetivas.................................................................................25

CAPÍTULO IV..........................................................................................................26

4.1 O PAPEL REEDUCADOR DAS ATIVIDADES LÚDICAS.................................27

4.1.1 Jogos..........................................................................................................27

4.1.2 Histórias......................................................................................................28

4.1.3 Dramatização..............................................................................................29

4.1.4 Músicas, Danças e Canções......................................................................31

4.1.5 Artes Plásticas............................................................................................33

CAPÍTULO V..........................................................................................................34

5.1 PRÁTICAS DE REEDUCAÇÃO E SUGESTÕES LÚDICAS.............................35

5.1.1Reeducação para Perturbações Motoras....................................................35

5.1.2 Reeducação para Perturbações Intelectuais..............................................36

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5.1.3 Reeducação para Perturbações do Esquema Corporal.............................37

5.1.4 Reeducação para Perturbações da Lateralidade.......................................37

5.1.5 Reeducação para Perturbações da Estrutura Espacial..............................37

5.1.6 Reeducação para Perturbações da Orientação Espacial...........................37

5.1.7 Reeducação para Perturbações do Grafismo............................................38

5.1.8 Reeducação para Perturbações Afetivas...................................................38

CONCLUSÃO.........................................................................................................39

BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................40

ÍNDICE....................................................................................................................41

ANEXOS.................................................................................................................43

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ANEXOS

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