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O mercado brasileiro e as políticas públicas para o desenvolvimento da atividade audiovisual

O mercado brasileiro e as políticas públicas para o ... · Taxa de crescimento das receitas publicitárias (2010, em % sobre 2009) 16,0 17,4 19,0 21,4 22,3 26,2 Evolução das receitas

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O mercado brasileiro e as políticas públicas

para o desenvolvimento da atividade audiovisual

• As receitas do mercado publicitário cresceram mais de 180% em uma década.

• Os serviços de comunicação audiovisual dão sustentabilidade a esse crescimento.

A PUBLICIDADE É A PRINCIPAL FONTE DE FINANCIAMENTO DA ATIVIDADE AUDIOVISUAL.

22% 23%

28%

18%

Taxa de crescimento das receitas publicitárias (2010, em % sobre 2009)

16,017,4

19,021,4

22,3

26,2

Evolução das receitas do mercado publicitário brasileiro (em R$ bilhões)

Fonte: Projeto InterMeios/Grupo Meio&Mensagem.

3% 11%15% 16%

-8%12%

18%

Jorn

al

Rád

io

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ista

TV a

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Inte

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Cin

ema

TOTA

L

• Em 2011 até agosto, esse mercado acumulou alta de 5,86% sobre igual período de 2010:

• internet (19,25%) e TV por assinatura (15,4%) lideram o crescimento; TV aberta cresceu 5,45%;

• em 2011, a TV por assinatura deverá superar o rádio na distribuição das receitas publicitárias;

• desde 2001, a participação das mídias impressas caiu de 34,4% para 21,8%.

9,611,1

13,916,0

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

• As subscrições de TV por assinatura dobraram em três anos.

A PARTICIPAÇÃO DOS USUÁRIOS TÊM CRESCIDO EM PROPORÇÃO AINDA MAIOR,...

6,327,47

9,77

11,89

1,4%6,9% 8,6% 9,6%

16,8% 18,1% 18,2%

30,8%

0,1

0,2

0,3

0,4

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

Evolução da TV por assinatura (milhões de assinantes e % de crescimento)

Fonte: ANATEL. Consolidação dos serviços de TV por assinatura. (*) 2011 até setembro.

3,61 3,55 3,60 3,85 4,18 4,58 5,356,32

-1,7%

1,4%

-0,1

0

0,00

2,00

4,00

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011*

Assinantes TV paga Crescimento da base de assinantes

• A base de assinantes deverá chegar, ao final de 2011 com 12,5 milhões de subscrições. Estima-se que dobre novamente nos próximos três anos, chegando a 25 milhões, em 2014.

• Em 2011, os acessos à internet serão cinco vezes os de 2008.

... ESPECIALMENTE NA INTERNET.

0,7 1,2 2,3 3,9 5,7 7,7 10,0 11,4 13,8 16,02,17,0

20,6

37,6

0,0

20,0

40,0

60,0

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011*

Evolução da banda larga no Brasil (em milhões de acessos)

Banda larga fixa Banda larga móvelBanda larga fixa Banda larga móvel

Fonte: ANATEL e site www.teleco.com (*) 2011- banda larga móvel: 3º trimestre; banda larga fixa: setembro.

• E o comércio eletrônico terá crescido 34% ao ano, em média, desde 2006.

4,4 6,4

8,2 10,6

14,8

18,7

2006 2007 2008 2009 2010 2011*

Vendas comércio eletrônico (em R$ bilhões)

79,5

13,2

17,6

23

32

2006 2007 2008 2009 2010 2011*

Número de e-consumidores (em milhões)

Fonte: e-bit – www.e-commerce.org.br. 2011: estimativas.

• 2010 foi um ano de recordes para o cinema brasileiro, ampliados pelo desempenho excepcional de Tropa de Elite 2.

NO CASO DO CINEMA, OS ESPECTADORES TAMBÉM RESPONDEM POSITIVAMENTE.

644.145.666 701.376.000 702.061.111 729.522.782

969.793.968

1.256.550.704

33%

88%68%

40%

60%

80%

100%

800.000.000

1.000.000.000

1.200.000.000

1.400.000.000

Evolução da Receita Bruta de Bilheteria (em reais)

• Em novembro, a receita bruta de bilheteria de 2011 já superou a renda total de 2010.

• A bilheteria total deve fechar 2011 com pouco menos de 850 milhões de dólares e mais de 140 milhões de bilhetes vendidos.

Fontes: 2005: Database Filme B; 2006: Filme B, SEDCMRJ e SAM/ANCINE; 2007: Filme B e SEDCMRJ; 2008: Filme B, SEDCMRJ e SADIS/ANCINE; 2009 e 2010: SADIS/ANCINE. Pesquisa: SAM/ANCINE. Obs.: Percentuais de crescimento calculados sobre o resultado do ano anterior.

644.145.666

73.854.761 74.195.298 79.095.892 70.244.803 131.922.809 222.169.100

9%

0%

4% 30%

0%

7%

-11%

-40%

-20%

0%

20%

-

200.000.000

400.000.000

600.000.000

2005 2006 2007 2008 2009 2010

RBB total RBB filmes brasileiros Crescimento RBB total Crescimento RBB filmes brasileiros

• Há uma concentração geográfica dos recursos de publicidade, desproporcional à distribuição da população, do PIB e do potencial de consumo.

PORÉM, A DISTRIBUIÇÃO DESSES RECURSOS FINANCEIROS APRESENTA DESEQUILÍBRIOS.

12,9%

3,7%

28,7%

Distribuição do bolo publicitário em TV aberta por região (2009)

Sul

C-Oeste

Nordeste 4,6%

4,2%

3,9%2,9% 1,3%

0,4%

Distribuição das receitas do mercado publicitário por mídia (2010, em %)

TV aberta

Jornal

Revista

Internet

14,4%

8,5%

12,9% 28,7%

12,4%

8,4%

11,1%

60,6%

Nordeste

Norte

Grande SP

Interior SP

MG e ES

Rio

Fonte: Projeto InterMeios/Grupo Meio&Mensagem.

62,9%12,4%

7,5%

4,6% Internet

Rádio

TV por assinatura

Mídia exterior

Guias e listas

Cinema

• Diferentemente da maioria dos países, os investimentos em publicidade permanecem concentrados na TV aberta, apesar do crescimento da TV por assinatura e internet.

• O mercado publicitário brasileiro é o sexto do mundo em investimentos em propaganda, mas está nas últimas posições em percentual de publicidade na internet.

• Há barreiras ao acesso de novas programadoras a esse mercado.

• Apenas cinco programadoras são responsáveis por 41 canais comerciais dentre os 50 com maior número de assinantes. A maioria é estrangeira.

POUCAS PROGRAMADORAS DETÊM A MAIOR PARTE DAS ASSINATURAS.

13.826.480

2.899.501

2.823.784

Viacom

TV Cultura

Bloomberg

Programadoras dos 50 principais canais por número de assinantes (2010)

Fonte: Mídia Dados Brasil 2011. Grupo de Mídia São Paulo.

• Mais da metade dos canais comerciais têm menos de 2 milhões de assinantes, fato que também afeta suas receitas de publicidade.

• Além disso, apesar do crescimento da base de assinantes, a penetração da TV por assinatura ainda é uma das mais baixas do mundo: cerca de 20% dos domicílios.

63.325.190

35.443.542

34.128.387

31.123.879

30.395.320

16.870.161

13.826.480

GloboSat

Discovery

Sony/Warner

Turner

Fox

Disney/ESPN Brasil

Viacom

• O comércio de CDs e DVDs, que há 10 anos representavam 40% de todas as vendas na internet, caiu para 4% em 2010.

• Foram substituídos por downloads e streaming de filmes e música. No Brasil, somente em 2011 esse negócio começou a receber investimentos mais expressivos dos varejistas eletrônicos.

O COMÉRCIO ELETRÔNICO DE AUDIOVISUAL AINDA NÃO SE DESENVOLVEU NO BRASIL.

Comércio eletrônico: produtos mais vendidos

Fonte: www.ebitempresa.com.br.

27%

22%

16%

4%

22%

12%10%

7%7%

12%11%

6%

14%

2004 2005 2006 2010

CD's, DVD's e Vídeos

Livros,Jornais e Revistas

Eletrônicos

Saúde e Beleza

Informática

Eletrodomésticos

• O modelo de negócios dominante nas principais televisões ainda está baseado na produção própria.

• Isso restringe o campo de financiamento da produção independente, alienando-a do seu principal mercado e sobrecarregando a função do financiamento público.

E A PRODUÇÃO INDEPENDENTE TAMBÉM ENFRENTA DESAFIOS IMPORTANTES.

1,25%

Obras seriadas exibidas em TV por assinatura (canais monitorados 2009)

1,35%

Longas exibidos em TV por assinatura (canais monitorados -2009)

• O mercado de cinema para filmes brasileiros é restrito, com um número de salas insuficiente.

• O reinvestimento das receitas de bilheteria na produção é pouco expressivo.

1,25%

98,75%

Obras seriadas brasileiras

Outras origens

1,35%

98,65%

Longas brasileiros

Outras origens

Fonte: SAM/ANCINE. Obs.: (1) 11 canais com programação predominantemente de longas-metragens: 5 TeleCine, 4 HBO, Cinemax e TNT. (2) Longas-metragens por número de títulos; obras seriadas por horas de exibição. (3) Foram exibidos 4.670 longas estrangeiros e 64 brasileiros. (3) Foram exibidas 2.719,2 horas de minisséries e seriados estrangeiros e 34,5 horas de duas minisséries brasileiras.

• Benefícios tributários: imunidade de ICMS sobre os serviços de radiodifusão, isenções para importação de equipamentos, créditos fiscais pela veiculação de programas políticos obrigatórios,...;

• Compras públicas: aquisição de espaços para publicidade institucional;

• Investimentos nas TVs públicas;

• Investimentos dos orçamentos públicos e incentivos fiscais ao investimento e patrocínio privado à produção independente.

O FINANCIAMENTO PÚBLICO PARTICIPA DESSA INDÚSTRIA DE MÚLTIPLAS FORMAS.

89,4123,6

168,0146,3

184,3 173,9 181,2 179,6

265,8

30,540,3 57,5 60,2

84,6 89,2 98,5 89,8

151,0

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Recursos públicos diretos e incentivados disponíveis para o audiovisual

Em milhões de Reais Em milhões de dólares

Fontes: ANCINE e Banco Central do Brasil (cotação média anual do dólar americano)Obs.: (1) apenas mecanismos de incentivo fiscal administrados pela ANCINE; (2) recursos incentivados: data de captação; FSA: data de anúncio dos investimentos.

• Até 2003, o financiamento público ao audiovisual praticamente restringia-se à produção de obras para cinema e a três mecanismos de incentivo fiscal:

1. Art. 1º da Lei do Audiovisual: incentivo ao investimento das empresas e pessoas físicas em cotas de projetos cinematográficos, com renúncia integral do valor no Imposto de Renda e dedução do valor na base de cálculo do imposto;

2. Art. 3º da Lei do Audiovisual: incentivo às distribuidoras internacionais para coprodução de filmes brasileiros, com redução de 70% do IRPJ incidente na remessa de lucros ao exterior e renúncia integral de Condecine (11% sobre a remessa);

A POLÍTICA DE INCENTIVOS FISCAIS: RESULTADOS CONTRADITÓRIOS.

renúncia integral de Condecine (11% sobre a remessa);

3. Lei Rouanet: incentivo ao patrocínio de projetos audiovisuais, com renúncia fiscal de até 100% do valor no Imposto de Renda devido.

• Esses mecanismos surgiram como resposta à extinção das estruturas de financiamento ao cinema, em 1990.

• Houve resultados importantes:

• A produção de longas-metragens recuperou-se e cresceu de um patamar de 20 a 30 filmes da retomada até 2003 para 70 a 80 filmes de 2006 a 2010.

• Porém, os mecanismos não conseguiram incentivar o investimento privado, um objetivo expresso do modelo; e o cinema embora tenha se aproximado da televisão brasileira, não a tem como elemento de viabilização econômica.

• Com o processo de instituição da ANCINE, foram agregados dois novos mecanismos: um específico para a produção para televisão; outro para a captação de recursos privados no mercado de títulos mobiliários:

4. Art. 39, X, da MP 2.228-1: incentivo às programadoras internacionais para coprodução de obras brasileiras, com isenção da CONDECINE incidente nas remessas ao exterior;

5. FUNCINES: fundos, administrados por instituições financeiras, de investimento em projetos audiovisuais aprovados pela ANCINE (produção para cinema, TV, distribuição, construção de salas de exibição, infraestrutura, aquisição de ações de empresas audiovisuais); com redução fiscal de

A IMPLANTAÇÃO DA ANCINE AMPLIOU AS ALTERNATIVAS.

de exibição, infraestrutura, aquisição de ações de empresas audiovisuais); com redução fiscal de aproximadamente 68% do valor de aquisição das cotas (100% a partir de 2007).

• Um mercado ainda incipiente de produtos independentes para televisão começou a surgir.

• No caso dos FUNCINES, a novidade do modelo e a concorrência dos sobre-incentivos do art.1º dificultaram a captação de recursos junto às empresas privadas.

• Desde 2005, e especialmente a partir de 2007, a ANCINE passou a trabalhar com um modelo de financiamento mais complexo:

• Optou-se pela ampliação da política de incentivos, com estímulos aos investimentos das

televisões na produção independente.

• A participação direta do orçamento federal passou a ser mais valorizada, reduzindo o peso proporcional dos incentivos fiscais no financiamento ao audiovisual.

• Novos agentes e atividades passaram a ser focalizados, como a produção para televisão, a distribuição de filmes e a exibição de cinema.

AMPLIARAM-SE O ESCOPO E OS INSTRUMENTOS FINANCEIROS DA ANCINE.

24,5 19,7

50,2

2008 2009 2010

Financiamento público à produção para televisão (em R$ milhões)

Fonte: ANCINE. Obs.: (1) apenas mecanismos administrados pela ANCINE; (2) para recursos incentivados, datas de captação; editais do FSA, data de anúncio do investimento.

• Linha de investimento e crédito para a implantação de salas de cinema;• Desoneração tributária de equipamentos e materiais para modernização e abertura de salas;• Linha de crédito para a digitalização das salas;• Projeto de implantação de salas municipais.

• Vários instrumentos novos foram instituídos ou implementados:

6. Art. 3ºA da Lei do Audiovisual: incentivo ao investimento em produção independente, com redução de 70% do IRPJ incidente sobre a remessa ao exterior pela aquisição de direitos de transmissão em televisão de obras e eventos, inclusive esportivos.

7. Art. 1ºA da Lei do Audiovisual: incentivo ao patrocínio de projetos audiovisuais, com renúncia fiscal de até 100% do valor no Imposto de Renda devido. Substituiu a incidência da Lei Rouanet em alguns casos.

8. Programas Especiais de Fomento - PEFs: permite a captação e aplicação centralizada de

OS INSTRUMENTOS FINANCEIROS DIVERSIFICARAM-SE.

8. Programas Especiais de Fomento - PEFs: permite a captação e aplicação centralizada de recursos incentivados pelo art. 1ºA em programas com múltiplos projetos.

9. Prêmio Adicional de Renda – PAR: mecanismo de apoio automático que premia produtoras, distribuidoras e exibidoras, pelo desempenho comercial da produção independente e a exibição de filmes brasileiros.

10. Prêmio ANCINE de Incentivo à Qualidade – PAQ: apoio automático às produtoras pela participação dos filmes em festivais e mostras de cinema.

11. Fundo Setorial do Audiovisual – FSA: categoria de programação específica do Fundo Nacional da Cultura dedicada ao audiovisual. Recebe recursos da Condecine e 5% do FISTEL. A Condecine é uma CIDE cobrada sobre três grupos de fatos geradores: a veiculação de obras audiovisuais nos diversos segmentos de mercado, a remessa ao exterior de rendimentos dessa exploração e, com a Lei 12.485, a partir de 2012, os serviços de telecomunicações

• O FSA dispõe de cinco modalidades de aplicação de recursos: crédito, investimento em

projetos com participação nos resultados, participação minoritária em empresas, equalização de encargos financeiros e apoio financeiro.

• Até o momento, foram implementadas cinco linhas de ação:

1. Produção de longas-metragens: investimento em projetos destinado a produtoras de cinema;

2. Produção para televisão: investimento em projetos destinado a produtoras de TV;

O FSA CONSOLIDA-SE COMO O PRINCIPAL INSTRUMENTO FINANCEIRO DO AUDIOVISUAL.

2. Produção para televisão: investimento em projetos destinado a produtoras de TV;

3. Aquisição de direitos de distribuição: investimento em projetos destinado a distribuidoras; os recursos são aplicados na produção de longas;

4. Comercialização de longas-metragens: investimento em projetos destinado a distribuidoras, financia P&A;

5. Implantação de salas de cinema: destinada a exibidores e outros empreendedores, conjuga as modalidades investimento em projetos e crédito.

• As quatro primeiras linhas são operadas pela FINEP. Desde o final de 2008, têm sido replicadas anualmente com recursos crescentes, R$85 milhões em 2010.

• A linha de investimento e crédito para salas de cinema é operada pelo BNDES. Foi planejada disponibilidade de R$300 milhões até 2015.

• Duas novas operações do Programa Cinema Perto de Você estão em formatação:

6. Digitalização de salas de cinema: crédito destinado a propostas de empresas integradoras para

O FSA CONSOLIDA-SE COMO O PRINCIPAL INSTRUMENTO FINANCEIRO DO AUDIOVISUAL.

6. Digitalização de salas de cinema: crédito destinado a propostas de empresas integradoras para a instalação de projetores digitais nas salas de exibidores brasileiros;

7. Implantação de salas municipais: ação de apoio financeiro destinado à implantação do primeiro complexo de municípios fluminenses com 20 mil a 100 mil habitantes; viabilizada por Emenda Parlamentar e convênio com a Secretaria Estadual da Cultura do RJ.

• Os reflexos dessas mudanças, especialmente a instituição do Fundo Setorial do Audiovisual, podem ser percebidos na evolução da composição do financiamento público nos últimos anos.

ESSES INSTRUMENTOS MUDARAM O MODELO DE FINANCIAMENTO DO AUDIOVISUAL.

Composição do financiamento público ao audiovisual (em % do total de recursos)

Fontes: SALIC/SFO, Relatório de Acompanhamento Financeiro FSA/SDE, Relatório Fomento Direto CFD/SFO, Relatório 2010 DECULT/BNDES.

• Entre os principais resultados, consolidou-se um patamar mais alto de produção de longas-metragens.

E OS RESULTADOS TÊM SIDO BASTANTE POSITIVOS.

29 30

49 45

72 78 79 8475

96

Longas-metragens lançados

13,416,2

19,0 21,125,3

36,2

0,6 1,6 3,5 1,65,9

17,6

10,7 9,9 10,3 9,1

16,1

25,2

Quantidade de bilhetes vendidos (em milhões)

Fontes: 2002 a 2005: Database Filme B; 2006 e 2007: Filme B e Sedcmrj; 2008: Filme B, Sedcmrj e SADIS/ANCINE; 2009 e 2010: SADIS/ANCINE. Pesquisa: SAM/ANCINE. *2011: estimativa ANCINE.

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Filmes distribuidoras BR Filmes BR distribuidoras BRFilmes BR total

• Ampliou-se a distribuição de filmes brasileiros por distribuidoras brasileiras. Algumas delas têm planejado seus lançamentos para vários anos.

• A produção independente para televisão, mesmo incipiente, tem multiplicado projetos com obras exibidas por canais nacionais e internacionais.

• Até o final de 2011, prevê-se a contratação acumulada de financiamento de nove complexos de exibição com 56 salas e 12.170 poltronas.

• A Lei 12.485 estabelece um novo marco regulatório para a comunicação audiovisual de

acesso condicionado. A ANCINE passa a regular o mercado de conteúdos audiovisuais, destacadamente as atividades de produção de conteúdos e de programação e empacotamento dos canais.

• A Lei representa um ponto de inflexão das políticas audiovisuais e de comunicação. A sua aprovação gera múltiplas expectativas na população e nos agentes econômicos pelo represamento de demandas e pelo histórico de não regulação da televisão.

EM 2011, A LEI 12.485 TROUXE UMA NOVA SITUAÇÃO.

represamento de demandas e pelo histórico de não regulação da televisão.

• O novo marco legal mira o desenvolvimento com a conjugação de políticas de regulação e de financiamento:

• cotas para promover a diversidade e gerar demanda por conteúdo brasileiro e independente;

• base conceitual consistente, contemporânea e aberta;

• nova hipótese de incidência para a Condecine, os serviços de telecomunicações, como o de telefonia móvel celular;

• novos recursos para o FSA: a estimativa para o orçamento de 2012 é de R$400 milhões.

• Para as políticas de desenvolvimento do audiovisual, os desafios podem ser resumidos numa questão: como induzir a construção de uma indústria brasileira de conteúdos

audiovisuais para televisão no Brasil?

• O modelo de negócios dominante na televisão conquistou resultados contraditórios:

• universalização do serviço de TV aberta, organização em redes nacionais e regionais e produção de alguns formatos e obras de referência;

• distanciamento da produção independente, fortes barreiras à entrada de competidores, atrofia da TV por assinatura e pouca penetração no mercado externo.

UMA SITUAÇÃO DESAFIADORA...

atrofia da TV por assinatura e pouca penetração no mercado externo.

• Esse modelo já não responde às exigências de desenvolvimento do país. Há novos agentes e necessidades mais complexas de serviços de comunicação.

• Há, porém, uma fragilidade institucional das atividades de produção e programação. Fortes barreiras financeiras e comerciais dificultam a entrada de novas programadoras, com obstáculos na composição dos pacotes e no acesso ao mercado publicitário.

• Em conexão com as medidas regulatórias, o financiamento público planeja sua atuação sobre esse cenário, com atenção para o impacto de suas ações e a viabilidade operacional

de seus procedimentos.

• O âmbito da ação de financiamento envolve as atividades de produção de conteúdos e programação de canais. As duas atividades devem ter sua autonomia preservada.

• As cotas para a produção nacional e independente na televisão, embora não tenham relação direta com o financiamento público, tendem a produzir efeitos expressivos sobre a demanda de conteúdos.

PARA ESSE PLANEJAMENTO, HÁ ALGUMAS PREMISSAS IMPORTANTES A MENCIONAR.

• A definição de espaço qualificado dá a referência do que financiar: os conteúdos de

estoque com capacidade para circular pelos diversos segmentos do mercado. Porém, deve-se perseguir uma visão sistêmica para atender os gargalos das cadeias produtivas.

• A atenção à viabilidade operacional exige a busca de um modelo que não hipertrofie as funções e a estrutura da ANCINE. Isso implica:

• a transferência de algumas funções de planejamento e gestão para agentes descentralizados;

• o fortalecimento do papel das empresas produtoras e programadoras com o reforço dos

mecanismos de suporte automático.

• A posição prevalente do financiamento público para a produção independente recomenda prioridade para operações reembolsáveis e atenção ao retorno financeiro para o FSA.

• A gestão dos direitos patrimoniais sobre os conteúdos deve estar centrada na promoção da sua mais ampla e livre circulação, inclusive para que seja possível a formação de um mercado de licenciamentos na atividade audiovisual.

PARA ESSE PLANEJAMENTO, HÁ ALGUMAS PREMISSAS IMPORTANTES A MENCIONAR.

• A abrangência dos serviços e o princípio da diversidade requerem atenção ao desenvolvimento regional. Isso demanda planejar a constituição de núcleos produtivos articulados, em que governos, televisões e escolas têm papeis importantes.

• Na Lei 12.485, há também um destaque para a produção audiovisual veiculada pelas TVs

universitárias e comunitárias, que exigem atenção e planejamento especiais.

• A promoção e defesa da concorrência é outro aspecto que requer tratamento, o que significa atenção às empresas com posição dominante nos diversos mercados. Além disso, há necessidade de suprir a autoridade regulatória com informações consistentes sobre o setor.

• Há uma associação mais estreita com as políticas regulatórias.

• Os investimentos com base em incentivos fiscais tendem a perder força como referência de financiamento público para os produtores.

• A gestão dos direitos sobre as obras ganham mais relevância tanto para a autoridade audiovisual, quanto para os agentes econômicos.

• A ação de financiamento passa a ser mais proativa: indicadores, informações e conhecimentos mais detalhados e abrangentes são demandados.

COM O NOVO FSA, O FINANCIAMENTO PÚBLICO REDEFINE SEUS FUNDAMENTOS.

conhecimentos mais detalhados e abrangentes são demandados.

• Surgem recursos privados através da constituição de fundos de investimento interessados em aproveitar as oportunidades do mercado audiovisual.

• É preciso gerenciar o desenvolvimento dos segmentos de cinema e televisão em suas especificidades, sem perder de vista a interface entre os dois e os novos serviços providos sobre banda larga.

• Desenvolvimento em larga escala exige investimento em capacitação para dramaturgia, economia do audiovisual e empreendedorismo.

• A ocupação do mercado interno é um fim em si mesmo e alavanca para a presença no mercado internacional. Modelo de sinergia entre empresas grandes e pequenas.

Obrigado!Obrigado!

[email protected] de Janeiro, 28 de novembro de 2011