O Mito Da Felicidade

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    A pressao por ser feliz p od e atrap alh arseu cam inho para vlver me lho r. Novosestudos prop6em como cada u mp ode encontrar seu pr6prio bem -estarLeticia Sorg

    resposta de qualquer pai ou mae,questionado sobre 0 que deseja paraos filhos, esta sempre na ponta da lin-gua: "56 quero que sejam felizes" Afrase nao deixa duvidas de que, numasociedade moderna, livre de muitasdas restricoes morais e culturais do passado, a felicidadee vista como a maior realizacao de urn individuo. A t egovernos nacionais se viram na obrigacao de fazer algo

    a respeito. Neste ano, a China eo Reino Unido anun-ciaram a intencao de medir 0grau de felicidade de seushabitantes. Os governantes, espera-se, querem 0melhorpara seu pais, assim como os pais querem a melhor paraseus filhos.Mas a ambicao de sempre colocar urn sorrisono rosto pode ter urn efeito contrario, A pressao parserfeliz, condicao nada facil de ser definida, pode acabarreduzindo as chances de as pessoas viverem bern. ....

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    "Queto que meus filhos sejarn felizes,mas tambem que encontrern um pJOp6-sito e conquisrern seus objetivos", diz 0americano Martin Seligman, consideradoo mestre da psicologia positiva. Depois deestudar a busca da felicidade par mais de20anos ele afirrna ser tolice elege-la comoa unica arnbicao na vida. x-presidenteda As ociacao Americana de Psicologia,professor da Universidade da Pensilvania,pai de sete filhos e f:POCA, 23 de rha,o de 2011

    Comomegarla?Vlver bern nao e superar-se em todos

    os fatores, mas saber valorlzarseus pontos fortes. Nem todo mundoconsegue seralegre e extrovertldo,

    mas quem nao e para ermapode cornpensar em engajamento e

    propOslto de vida. Dependeda personalldade de cada um

    v ez es , d ec id im os fa ze r c ois as que nao me-lhoram exatamente nosso humor. Como,por e xe rn plo , t er f il ho s.Para casais estabelecidos, que sonhamcom uma familia, a otlcia de uma gra-videz costurna levar pai e mae a s nuvens,o nascirnento da crianca e motive de ce-Iebracao, com direito a video do parto eincontaveis fotos. Mas, segundo pesquisasde opiniao, a alegria dura pouco, e nossaper epcao de felicidade diminui nos pri-rneiros anos de vida das criancas, Urnap ro va ve l e xp lic aca o p ara 0 resultado seriaque, ao responder ao questionario, somasinfluenciados por fatores comezinhos,como as noites maldorrnidas e as fraldas

    -----IRealizaf;Aoo trajeto ate 0sucesso e a vit6riapode ser Ingl6rlo e duro, mas aspessoas contlnuam a trilh.Ho

    pela compensacao de atingir seusobJetlvos. A reallza"ao depende de

    engaJamento, traz ernocoes positivas epode dar um sentldo a vida

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    sujas. De qualquer forma, apesar disso,as pessoas continuarn a ter filhos porque,mais do que alegria, eles dao sentido anossa existencia,

    ideia de que a vida e rnais do que abusca de sensacoes positivas nao e no a.Ao escrever que a felicidade e 0 motivopor tras de todas as razoes humanas, Aris-t6teles nao defendia viver apenas em bus-ca de emocoes positivas e prazeres, Para 0filosofo grego, ser feliz era praticar a vir-tude. Mesmo Thomas Jefferson, que alcoua felicidade a urn direito na deciaracao deindependencia americana" em 1776, naod efe nd ia se r fe liz a cirn a de q ua lq ue r c oisa ,como queremos hoje. No livro A demo-cracia na America, Alexis de Tocquevilleafirma que, para Jefferson, a felicidade en-olvia center desejos para obter objerivosde longo prazo. 0 que muitos afobados deho je r es is te rn em fazer,A nocao de que a felicidade e urn ob -

    jetivo tangivel - e nao urn horizonteque norteia nossas acoes - 56 -e tornoudorninante na sociedade rnoderna. Suabase vern do iluminismo, que colocou 0individuo - e suas necessidades - no cen-tro das preocupa~6ef humanas. E des aepoca a teoria utili tarista, que defendia abusca da maior quantidade de felicidadepara 0 maier numero de pessoas. Para ajurista e filosofc ingles Jeremy Bentham,a felicidade era a vit6ria do prazer sobre ador. A partir do seculo XVIII, come~ou aganhar forca a ideia de que temos de evitaras sensacoes negatives. 0 principal pro-blema dessa filosofia de vida e basear-seem principio muito frageis e eferneros: asernocoes, "Os sentirnentos positives e ne-gativos nao podem ser entendidos comofin s em si m esrn os" , a firrn a a p esq uisa do ranorueguesa Ragnhild Bang Nes, do Insti-tuto de Saude Publica do pais.

    As ernocoes negativas, ernbora desa-gradaveis, podem servir de alerta para 0individuo de que ha urn problema queprecisa ser resolvido au prepara-lo paraexperiencias futuras, Como uma especiede teste, elas parecern desafiar !lOSSOS pla-nos de viver bern. A publicitaria rnineiraCristiana Guerra sabe como poucos 0quee enfrentar situacoes dificeis e ser obri-gada a supera-las. Aos 24 anos, perdeu amae e, aos 31, 0pai, ambos para 0cancer.Casada, chegou a engravidar duas vezes,mas peedell 0 .bebes, Aos 36, em uru novorelacionarnento, 0 sonho de ser 111'Ie foirealizado, mas 0 pai de Francisco nao che-gou a conhece-Io, Cuilherme Fraga, entaof I~h' ;: I~s.: Andrea Ebl !r 't ,Fo t o- Euqe -nl o S

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    interior. "Acabei criando urn sense de 50-brevivencia muito grande."A historia de Cristiana e um exernplode como e possfvel olhar a vida de uma

    perspectiva po itiva rnesmo em situacoesdificeis. Segundo especialistas, as otimis-tas, como ela, tern mais chance de viverum processo de crescirnento pos-traurna-tico - a versao positiva do trans torn 0 deestresse pos-traumarico de que tanto SffaJa. Nao que Cristiana nao tenha sofri-do e chcrado muito. Mas ela conseguiuencontrar no trauma uma fonte de forcapessoal, Pesquisas feitas com veteranosde guerra rno tram que a maioria - cercade 80% - e capa z, assim C01110 Cristia-na, de transformer em alga positive urnevento traumatico, Urn fator importantepara conseguir superar a dificuldade e 0otimismo. "Os otim istas sao mai espe-rancosos, resilientes, saudaveis e tern tundesempenho melhor do que 0 esperadono trabalho, na escola e nas relacoes" afir-rna Martin Seligman. "Elespensarn que osefeitos das dificuldades sao temporaries,e suas causas, especfficas, delimitadas, Eque a realidade e mutavel,"E consenso entre os pesquisadores quegrande parte da felicidade, assim como apersonalidade, e deterrninada j a no nasci-rnento, "A genetica explica quase metadeda variacao da felicidade", diz RagnhildBang Nes, do Instituto de Saude Publicada Noruega. Mas, se a felicidade ja estainscrita nos genes, nao podemos altera-la? Segundo Martin Seligman, e possivelaumentar a duracao e a inten idade daemocoes positivas, mas arnelhoria esbarranum teto: a personalidade de cada lUn. 0conformisrno, entao, eo que nos restarNao, responde Seligman. Para ele, a prin-cipal vantagem da teoria do bern-estar eperrnitir a qualquer um, independente-mente de sua per onalidade aLL con diva 0de vida, avancar para urna situacao me-lhor, Como viver bem dependeria nao s odas ernocoes positivas, mas tambern deoutros quatro fatores, cada urn pode en-contrar seu proprio caminho, "Minh a ra-zao para negar um Lugar priviiegiado paraa ernocao positiva e a libertacao", afirrna 0psic61ogo em seu livro, "A visao de que afelicidade esta ligada ao humor condena50% da populacao do rnundo, que e in-trovertida, ao inferno da infeliddade."Nateoria do bem-estar, ou do florescimenro,quem nao e "para ima" pode compensaradicionando propos ito e engajamentoa propria vida. Por e55 raciocinio, nem

    JoAoBaptistaBarbosa NetoZ9 anos,monge beneditino

    todo rnundo conseguiria ser exatarfeliz, mas todos podem viver bem.Saber isso tira urna tonelada de

    dade de nossos ornbros, Em vez dee adaptar a outro jeito de ser, de bubem-estar em terras longinquas, e paculrivar urn jeito proprio de viver beadrninistrador Leonardo Grespan etrou sell.bem-estar no trabalho diapara isso, abriu mao de prazeres imtos. Em fevereiro deste an0, completarras, mas nao pede comemorar. Nasexta-feira, chegou ao escritorio a sras, s o aiu a rneia-noite e no domenfreutou mais urn plantae de 15de trabalho, Tudo por causa da fu abancos Reale Santander, conduida nle tim de sernana, eu desejo de ceLimadata especial deu lugar a obrigprofission is, que implicavam defisico e ernocional, algo com que rse acosturnam ern nome de um obmaier. "Verum projeto a que voce de

    Nascido em Maceid. Jollo Baptistatinha ZO alios quando deixou para tTasa tamata e abra~u a vida religiosa emum convento em Galania. Hoie , viveem StJ Paulo, onde e responsavel pelabiblloteca do Mosteiro-de So Ben fa.Para ete. abdicar dos prazeres mundanospela clausura davida monilstica n < 1 ofal um peso: faz parte do prop6sftoque escolheu para sua emtenda

    oLetaa Integra da entrevistacornMartin Seligman ernepoca.com.br

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    mais de urn ano dar certo traz uma satisfa-f,-iioindescritfvel" diz G re sp an , g er en te deprojetos no Santander. ' 'Iern de realmentevestir a camisa do que voce faz. Senao, DaOfaz sentido," 0 trabalho em excesso podeter limitado as sensacoes de felicidade, mascerramente nao The faltaram realizacao eengajarnento, dois dos inco fatores que, deacordo com Martin Seligman, com poem acondicao plena de bem-estar.Enquanto trabalhava incansavelrnente

    para atlngir seus objetivos - e os de suaempresa -, Leonardo Grespan provavel-mente experirnentava aquilo que especia-listas charnam de "estado de Auxo", termocriado pelo psicologo hungaro MihalyCsikszentmihalyi, Nele, nos nos fundimoscom 0 que fazemos, Nao interessa a atrvi-dade,o importante e que ela desafie nossacapacidade enos mantenha ocupados, "Te-rnos tao pouco tempo qu.e a melhor coisa egasta-Io com coisas de que gostamos", dizo monge loao Baptista Barbosa Neto, de

    29 anos, urn dos 45 religiosos que vivernno Mosteiro de Sa o Bento, em Sao Paulo.Membro da ordern beneditina, Ioao Bap-tista adota a reclusao como forma de vida- e de prox:imidade com Deus - e segueuma rotina rigorosa e ponrual de rezas etrabalhos diaries dentro do mo teiro. Seuilia tern inicio a s 5 horas, com a primei-fa oracao, e se encerra a s 19 horas, com aU ltim a. E le ra mb ern aprendeu a convivercom a saudade da familia, que deixou emMacei6, quando, aos 20 alIOS, foi morarem urn convento em Goiania, Todos ossacrificios ficam Ieves porque fazern partede urn proposito - outro componente dobem-estar, segundo a teoria de Seligman -,o sentido que Joao Baptista da a sua vida."Tive de me adaptar a reclusao, mas estafoi a vida que busquei,"No caso do ex-nadador Ricardo Prado,

    por rnuitos anos 0 proposito maior fo i 0esporte. Para ele, a felicidade tinha a for-ma de uma medalha de ouro, em particu-lar a que guarda desde 1982, quando, aos17 anos, veneeu 0 Carnpeonato Mundialde Natacao, no Equador, Alem de chegarem primeiro, quebrou 0 recorde rnundialdos 400 metros medley, Nos dais arros se-guintes, ainda garantiria ao pills duas me-dalhas de ouro e duas de prata nos logosPan-American os de Caracas e urna de pratanas Olimpiadas de 1984, em Los Angeles."Nao sou competitivo. Mas ganhar da urna"sensacao de rnissao cumprida', diz,As conquistas nao vierarn de gra~a.

    Ricardo comecou a nadar aos 3 anos, noclube da cidade, 0 cacula de cinco filhosem urnafamllia simples de Andradina nointerior de Sao Paulo, No inicio da decadade 70, fazer algum esporte era urna formade conseguir bolsa de estudos em bonscolegios e, com sorte, viajar mundo afora,Aos 15 anos, 0 nadador rnudou-se para aCalifornia, onde, alern de cornpletar os es-tudes, passou a t reinar no time de MissionViejo. "As 5 horas da rnanhfi, eu co rnecavaa nadar, a s 8, ia para a aula, depois faziauma hora de musculacao e no lim do dianadava novamente. Praticarnente nao ti-nha vida social': diz, "Mas aquilo ja era afelicidade! Eu estava na California, entreos melhores nadadores do mundo, E euganhava de todos eles."A vida de competicoes e treinos pllxa-

    dos nao era facil, Diante das difirutdadesextras enfrentadas pelos atletas brasileirosnos anos 80,. Ricardo decidiu encerrar acarreira aos 23 3J10S d.e idade. "En estavacansado, Mas e uma transicao difi.cil,'"

    Cinco caminbospara0bem-estarOicas da New EconomicsFoundation para conquistaruma vida melhor

    (I]Conecte-seEstaneleca rela

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    voce deixa urna vida Lutein para tras e ternde se adaptar a outra," A nova vida de Ri-cardo Prado incluiu uma pos-graduacaoem economia, dar aulas particulares denatacao e treinar equipes, Hoje, faz parteda organiza ~aodas Olimpiadas do Rio deJaneiro e,aos 46 anos, arrisca a dizer que averdadeira felicidade talvez esteja fora daagua. "0momento mais feliz de minhavida? Talvez eu nao tenha vivido ainda,"Historias como a de Cristiana, Leonar-do, Ioao Baptista e Ricardo mostram queo bern-estar pode ser alcancado mesmodiante de privacoe , desgastes, rragedias

    e mudancas, nu na jornada que depende,essencialmente, de nos mesmos. Os bra-sileiros parecem concordat com a ideia,Uma pesquisa inedita ( le ia o s r es ulta do sna pagina 96) encornendada pela Federa-'fao das Industrias do Estado de Sao Paulo(Fiesp) reydon que 61% acreditarn quesua felicidade depende de si mesmos. Aopiniao e corroborada par estudos cienti-ficos, que mostram que a personalidade eo que mais influencia a felicidade. A cien-cia discorda, contudo, ciaimportancia queas brasileiros dao a alguns fatores exter-nos, como 0 dinheiro, especialmente paraquem ja tern uma boa situacao finance ira.N esse ea 0 estudos sugerem qu e 0 dinhei-ro so faz diferenca se a aumento de ren-da for so sell, e nao de todos a seu redor,"Para os m ais r icos, felicidade e estar m aisalto no ranking do que seus pares", dizopesquisador tailandes Nick Powdthavee,de Cingapura, e au tor de T h e h a pp in es sequation (it equ~lI;:i ioda fel ic idade), 2010.Mas Seligman alerta: "Quem se balizapela com paracao social e menos satisfeitocom a vida do qu.e aqueles que levam emconra valores individuals" E importantetarnbern saber como gastar seu dinheiro.Um estudo da Universidade de Chicagoanalisou nove categorias de p rodu to e viuq ue apenas um a, a. do lazer, estava Iig ada afelicidade. Seu efeito positive parece estarligado ao aumento do contato social. "0dinheiro tern lima relacao positive com afelicidade. mas esra e peguena se cornpa-rada co.111atores mio monetarios, como asrelacces sociais", afirrna Powdthavee.No livro Felicidade: li~oesde uma novac ienc ia (Bestseller, 2008), 0 econornistabritanico Richard Layard coloca as inte-

    racoes socials - de amizades ou arnorosas- como os fatores externos mais imp or-tarrtes de nossa vida. Em sua pesquisa, aspessoas que comecarn aver seus amigosquase todos os dia reportararn, ao final94) tpOCA. 23de ma.ode 2011

    Ricardo Prado46anos, ex-nadador de urn ano, urn nivel de felicidade 0,1r na is a lt o (num total de 7). 1S50 e m ais qo efeito do primeiro ano de casarnento

    responsavel par urn aurnento de 0,13na felicidade do casal 0 tipo de amizadtarnbem e importante, e e melhor que seamigos sejam bern-hurnorados. Segundo medico e soci61ogo icholas Chritakis, auror do Iivro a p od er d as c on ex ii(Campus, 2009), II felicidade e contagios- assirn como a depressao. Cada amigfeliz de nossa rede aumentaria em 9nosso proprio born humor - enquanturn amigo infeliz causaria uma queda7%. Mas a solucao nao seria sair correndo atras de muitos amigos. Em temposPacebook, Orkut e outras redes virtuaiem que alguns expoem orgulhosos listas

    Do s 3 aos 23 anos de idade, 0prindpalprop6sito da vida de Ricardo Prado erao esporte. Para efe,a le llddade t inha alonna de uma medafha. conquistadacom muitos sacrifidos. Mas a 16nnufaque fundonou por 20 anos seesgotou.eRlca.rdo decidtu buscar seu bem-estar lora das pisdnas. "0 momentomais feliz de mfnha vida? Talvez eunso tenha vivldo ainda. Mas five umavida de muitos moment os lelfzes

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    61lleto,34deu sios-;e ssa~oY otoIel-le.s ,~

    Martin SeligmanII "Todo mundo pode florescer

    o psic61ogo americano, criador da psicologia positiva, diz que uma vida be mais do que manter um sorriso no rosto e esta ao alcance de qualquer uU DOS PRINCIPAldefensores da importancia dafelicidade, 0 psicologo arne-ricano Martin Seligman esta revendoseus COD eitos. Em eu novo livro,F l ou r is h t Pt or e sc e n, que sera lanca-do no Brasil em outubro pela editorsObjetiva, ele afirma que as emocoespo itivas esrao supervalorizadas eque ha pelo menos cinco caminhospa ra viver bern - ou florescer, Se-ligman explica sua nova teoria.

    tpOCA. - A personalldade e 0 fator malsImportante para a fellcldade. Como elainfluencia nossa capacldade de tlorescer?Seligman - Urn de rneus principaisinteresses e a resiliencia, a capacidadede recuperacao quando algo deruim acontece, Descobrirnos que apersonalidade ajuda a preyer quem,diante de urn desafio, vai ficardeprimido ou crescer -,Em geral, osotimistas sao aqueles que superarnas dificuldades. Nao importarnos fatores extern os, mas quantovoce considera que a dificuldade eternporaria, e a realidade mutavel.tItocA - Quem e pesslmls-ta tarnbem pode florescer?5eUgm.n- Voce pode ser deprimido eflorescer, ter cancer, ser esquizofrenicoe florescer, Essas condicoes atrapalham,mas nao anularn a possibilidade, Essae a principal vantagern de olhar para

    os cinco fatores, em vez de s6 ver aemocoes positivas, Ha muitas mande aumentar seu engajamento, dernelhorar suas relacoes pessoais, dernais prop6sito e de se sentir realizE possivel aurnentar a duracao ea intensidade da felicidade, masapenas dentro dos Iimites biol6gicode quem voce e . Se 56 as ernocoesposirivas importassem, 0 maximopodedamos melhorar e de 5% a 15tItocA - Se a feUcidade nao e asslrnimportanle, por que govern oscomoRelno Unido estao comecando a medSellgman- He. quem diga que govedevem pensar em aumentar a felicde das pessoas, Eu digo que e precisaumentar os cinco elernento . PensMadre Teresa. Era solitaria, mas tevwna vida chela de sentido e flo escajudando os outros. Fazemos troca1550 que os governos tern de fazer,

    QUEM Nasc!do em 1em Albany. NYork, MartinSeligman temsete mhos equatro netosOQUEFEZEx-presidenteda Assoc lacacAmericanade Psicologia,e crJador dapslcoloqla poo Q UE P U BL ICMaisde20livros. entree tes FelJcidadeeutentk: (200e Florescer (20

    23 ce rnaro de 2011.tpOC

    EPocA - Flourish questiona 0papel dafelicldade que 0senhor antes defendla. 0senhor esta renegimdo sua pr6prla teoria?Martin Seligman - Minha ciencia semprefoi urn trabalho em construcao. Naoestou reuegando, apenas corrigindoe ampliando 0 que fiz antes. Rene-gar e urna palavra forte demais, jiique fazer ciencia e mudar de ideia.E PocA - Qual e a principal mudanca?Sellgman- Deixar de.entender afelicidade, as emocoes positivas, comoo objetivo final cornum, como ounicofator no qual as pessoas baseiarnsuas escolhas, Em vel. disso, hi! cincoobjetivos: felicidade, relacionamentos,proposito, engajamento e realizacoes.Se voce pensar num aviso, nao h,urn unico numero que diga comoell' estti. E precise checar altitude,velocidade, uivel de combustivel.temperatura. De maneira semelhante,os humanos sao muito complicadose nao dependern de um unico fator.EPocA - Nao e0caso, entao, de arnpliaro que entendemos por felicidade?5eligman- E precise restringir 0 concei-to de felicidade, Perseguir 56 a felicidadee enganoso, Nao que eu seja contraa carinha sorridente perpetuada parHollywood, mas as ernccoes positivassao 56 P rte do que m tiva as pes oas.

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    Como0brasileirove afeUcidadeUma pesquisa feita pela Fiesp em 2010 revela 0 nivel de felicidade nopars e 0que as pessoas acham que influencia sua satlsfacao com a vidaD E Q UEM D EPE ND E S UA F EL IC ID AD EAmalorla das pessoas ouvldas pela pesquisa acredita que ser feliz sodepende da postura do proprio individuo, e nao do momento ou dos outrosEm'"Dom.omento Das pessoas com quem (onlllveI Somente de 51mesmo61%

    consideramque 0Brasilemaisoumenosfeliz

    dosentrevistadosafirmaram queo Bra.sileurn pais feliz

    FATORES DA FELICIDADE ENTRE OS SEXOSOs fatores mals Importantes para se sentir feliz,segundo os entrevistados pela pesquisa

    Os homens brasileirosacredltam mals no dinheirocomo fonte de fellcidadeEm%QOO9) ~

    Homens~ 64%3O,ft

    MulheresZ8,ft 54%22.6% --...~. . . . ,,' . . . .~ .. .-.-.-20,6% Homens17,8% 55%16.7% Mulheres~ 48%i100%1

    Estar empregado r=;=====r::====:::Jler Ihos C=:::::::::r::=======:=J

    Ser rellgl.oso C:=:=:C=======::=:JSerc~doC:==:I========:=J

    ler bens materials __ __._ ---'ler plano de saude l=:=C=========:::1lerc:urso 5uperior C:;:::::;C========:::J

    Serjovem F::C==========l[0%

    o GRAU DE FELICIDADE ENTRE OS SEXOSEmgeral, os brasilelros entrevlstados se conslderammais felizes no momento atual do que no passado

    Media de pessoas que sedeclararam felizesEm%.mCOlllpa~COIII dnc:o anosatras,pon:entagem ciapopuIa(aoquesededara...

    2005

    HomensMalslellz a====:::::L=====:::J45% 45% 45%

    2010.gualmente feliz [:;:====::::1=======:::142%MenDsfeliz C3i, ---'Il]% Mulhe..es

    pek 48% 45%q uase " '~iio da