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O MOSSOROENSEMossoró - RN, 14 de março de 2008

ESPECIAL

Arte literária que recria a rea-lidade, a poesia tem a capacida-de de tornar o mundo "mais bo-nito ou mais intenso ou mais sig-nificativo ou mais ordenado - porcima da realidade imediata", deacordo com definição do poetaFerreira Gullar.

A partir disso, todo dia é diade poesia, mas hoje, em home-nagem ao nascimento do poetaCastro Alves, é comemorado o DiaNacional da Poesia.

Nascido em 1847, no sertãobaiano, Castro Alves foi um dosprincipais poetas românticos do

Brasil. Movido pelos anseios de li-berdade e justiça, foi defensor fer-renho do fim da escravidão. Mor-reu com apenas 24 anos, de tuber-culose, e deixou um legado de o-bras consideradas hoje referên-cias na literatura brasileira.

A poesia tem como característi-ca o ritmo, a rima, os versos (linhas),as estrofes (conjuntos de versos) ea métrica (numeração das sílabaspoéticas, identificadas por sua so-noridade). No entanto, isso não éobrigatório. Os poetas modernistasintroduziram o verso livre, despreo-cupado com essas regras e este es-

tilo é seguido por grande parte dosautores contemporâneos.

De acordo com o escritor As-sis Brasil, poesia é "uma manifes-tação cultural, criativa, expressi-va do homem. Não se trata de um‘estado emotivo’, do deslumbre deum pôr-do-sol ou de uma dor-de-cotovelo; é muito mais do que is-so, é uma forma de conhecimen-to intuitivo, nunca podendo serconfundido o termo poesia comoutro correlato: o poema".

Para ele, "Poema é o 'objeto'poético, o texto onde a poesia serealiza, é uma forma, como o so-

neto que tem dois quartetos e doistercetos, ou quatorze versos jun-tos, como é conhecido o soneto in-glês. Um poema seria distinto deum texto ou estrofes".

Diferenças estruturais à parte,"A poesia seria o espírito criadorque se encontra por trás de todasas artes literárias, sejam estas rea-lizadas através da prosa ou do ver-so", segundo Ariano Suassuna.

Neste 14 de março, O Mosso-roense renova sua parceria coma POEMA - Poetas e Prosadores deMossoró e, mais uma vez, home-nageia os poetas potiguares.

DIA NACIONAL DA POESIA

ALCOVACaio César Muniz e Eloísa HelenaMossoró-RN

É na camaQue eu te enroloDesenroloFaço um roloPerco o choroPerco o prumoDesarrumoTeu cabeloTiro inteiroTeu vestidoMe sacioEm teu gemidoEstremeçoFaço um laçoNo teu corpoMe embaraçoE descubroA alegriaAcordando Todo diaCom teu cheiroPreso em mim.

AMOR EU PRECISOÂngela Rodrigues [email protected]ó/RN

... lhe beijar...mergulhar em sua saliva,e com sua língua me deliciar...... lhe abraçar...misturar meu corpo ao seusaciar todo desejo que há no meu;... lhe falar...dizer o quanto amo vocêe que nunca vou lhe esquecer;... lhe escutar...ouvir sua voz dizer que me amae em seguida me levar pra cama...eu preciso de você... apenas para viver!

O 'DIA' DA POESIALoui VoltaireNatal/RN

Pé de poetaNinguém pega E vai-se chegando o diaQue dizem ser o da poesiaPara mim não há diferençaO dia da poesia é aquele O qual se quer aparentaQuando minha poeta anunciaSeu gosto em melodiaE em ritmo que nem se pensa.

EU SOUCíntia GushikenNatal/RN

Eu sou aquilo que souMesmo que os outros neguemEu sou tudo aquilo que pensoQue reflito ou imaginoPois não sou do tamanho do que me vêem,sou da altura do que eu transmito

NÃO SOU POETAFátima [email protected]ó-RN

Não tenho a audáciaDe dizer que sou poetaApenas rabisco papéisMuitas vezes linhas incertas.

O poeta é aqueleQue tem vocabulário ricoQuando leio algo assimTão admirada fico.

Não tenho invejaDa sabedoria de ninguémMas bem que eu gostariaDe saber escrever bonito também.

Como sei não ser possívelVou fazendo meus alinhavosAinda bem que não preciso delesPra ganhar alguns centavos.

Senão estaria ferradaMas hoje 14 de março Quero homenagear os poetasPessoas sensíveis, meu abraço.

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POEMA A QUEM FICOUAmanda [email protected] residente em Mossoró

Eis que aqui vos deixo escritoUns versos pr'um grande amorQue deixou de ser bem-quisto Por isso que vos dou

Minh'alma se entristecePor ele não sentirEle nem se compadeceDe não me ver sorrir

Achei que valia à penaTornar-me sua pequenaEntregar-lhe minha vida

Mergulhei entre seus braçosExcluí meus próprios traçosQue paixão ensandecida!

A VIDA Silvana AlvesMossoró/RN

A vida é maravilhosaQuando se ama e é amadaDo contrario, a vidaNão vale nada.Viver sem amorÈ uma noite de terrorTodos têm o direitoDe ter um grande amor

Andar, brincar, cantarMas nada preencheUm coração que quer amar.

Se você não é amadoO melhor é procurarPois a solidãoDá vontade de chorar

Ser feliz é ser amada,Ser feliz é não faltar nada,Ser feliz é não chorar,Ser feliz é só sonhar,É ter com quem compartilharÉ também dar e receber.

RENDIÇÃOLeilton LimaNatal/RN

Passa o tempo, o vento escorreNas alamedas de sonhos apagadosE a cada passo, meu canto mudo morreBusca em vão vultos passados

Toca a cítara em meus ouvidos moucosTriste melodia de antigos prantosE eu me alistando à nau dos loucosInsisto em navegar em teus encantos

Bebi em tua boca essa magia, E, como o antídoto minha dor amplia,Dessa liberdade fúnebre desisti

Por que tudo que se sinta ou possa ver,Tudo o que já tive ou posso terAinda é menor que meu amor por ti.

CARTA À SAUDADEJuliana Ré[email protected]/RN

Fecho a porta pra me sentir menos só.Agora te conheço, Saudade.Quando perco o sentido,Perco parte de mim.Tento encontrar sua voltaNas melodias e letras das canções.Não existe euforia ou loucuras.Sem você estou, somente!Não há verdades somente:Existe a solidão!E não estou assim tão só,Porque vejo que é dessa formaQue encontro o que ficouDe você dentro de mim.E hoje eu não preciso mais nadaSenão me alimentar dessas lembranças.Preciso apenas saberQue você acontece e existe em algum lugar,Senão ao meu lado mas preso no tempo...No tempo não em que nos pertencíamos,Ou que precisamente encontramos o amor,Mas no tempo em que nos fizemos felizes.

SÚPLICALindemberg [email protected]ís/RN

Se dependesse de mimNão existiria fome,Miséria, nem violênciaNão existiria drogas.

Se dependesse de mimNão existiria desempregoO analfabetismo sumiaO povo era saciado

Se dependesse de mimOs governantesErma sensibilizadosA fim de uma melhora

Do que adianta minha súplicaSe o nosso país é corruptoAqui não se valorizam as boas gentesSó são valorizados aqueles que nos afundam.

Sexta-feira, 14 de março de 2008 3www.omossoroense.com.br O MOSSOROENSEESPECIAL

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O CATADOR DE ESPUMAS IIMário [email protected]ó/RN

Caminho - o mundo é minha plena solidão,Do que imaginei um dia ser minha salvação.Catador de espumas - meu ser pleno de alegria -É hoje silêncio e nostalgiaNaquilo em que acreditava - piamente minha almaSe rendia, ante esse deus em mim...

Cansado deste meu ser -Apenas um entre milhares -Passo a navalha na carne,E sangro-me o que já fui...Agora, pela rua, a solidão acumulada,

Meu ser se dilacera - mil fontes acabadas...Quantas pessoas, meu Deus, Quantos homens, agora, pela rua...Enquanto a madrugada em mim se avizinhaE quando milhares de exércitos já foram vencidosE milhares de bocas beijadas, daquilo que sonhei,Um dia, ser o irreparável instante.Eu mesmo - esse ser impregnado de nada -Já tive minhas ilusões perdidas, Já tive - oh, Eu inebriante -Um sonho além de mim!

Caminho pela rua,A solidão me sufoca.Quem sou, agora, depois da plenitude,Senão a fagulha do que nunca me alcançou?Sinto-me assim, desvairado, atento senhorDe Mim e nada mais.

Lá fora, meus eus se avizinham,Eu cato as ilusões dos bosques,Sou pleno e falho - secamente enluaradoPela idéia de si.

Meu coração pranteia sonhos perdidosE na escalada da noite - imensamente só -Apenas teu corpo de acrobata me vigiaAs pálpebras sem luz...Escalo teu corpo, teus poros me ultrapassam a carneEm despedida...Sou mesmo plenamente a feridaDo que me machuca a carne,Do que me calcula a mente,Do que me disseca os olhos...

Escalo teu corpo -Oh manhã! -Teu corpo cingido de silêncio,Teu corpo, sim, teu corpo além do virulentoAspecto marcial!Teu corpo - além das carnes e dos nervos -Teu corpo - além dos ossos e tendões -Teu corpo, minha Calipso isoladaEm sua ilha!

Teu corpo como névoa,Teu corpo como invernoDaquilo que sempre é cultivado;Daquilo que sempre é arrancado.Teu corpo uva - meu suco, meu vinho, meu devaneio...Teu corpo pólvora, que explode o bem em mim...Teu corpo em erupção - excêntrico ventreQue desmancha as horas sabidas!Sim, teu corpo de bailarinaQue desenha ilusões multiformes Em minhas pupilas de avestruz!

Oh, este coração que gelaSolidões aniquiladas,Que espreita os homens na esquina,As conversas miúdas das mulheres em flor...Sim, este coração que poderia não existir,Batendo como um martelo dentro do peito,Ferindo o que me restou da alma,Expurgando o silente momento de mim!Sim, este coração de pedra,De aço,De pó,De carne soprada da boca de Deus.Sim, este coração baila dentro de mim,Quer sair, quer viver, quer sentirO toque de tuas mãos pequenas,O suor do teu rosto de abóbora,O beijo de tua boca de avelã!

II

Sentir-te, em mim, entranhas ardentes.O corpo nostálgico de nada,Saudade de vizinhas solidões.Na esquina, uma mão me acenaMilhões de gestos inúteis.Sou mais que uno, agora com um deus que me segue,No corpo, na alma, no coração, na vida.Sou mais que uno, agora com um corpo que me segueEm dedos, e mãos, e pés, e vértebras...E tudo de um corpo pleno, corporal.

Aqui, os olhos em alerta -Vislumbro a carne (sensivelmente minha)Que clama exatidões incalculáveis.A matemática daquilo que já não souÉ apenas um sinal de que Deus esteve aqui!

Sim, este coração que pranteia momentos felizes,Morre, aos poucos, em mim, como a solidãoDos abrigos, a plena solidão dos velhos em fuga,Como aquele sinal na árvore e as expressõesNas faces dos que já não existem em plenitude!Sim, este coração desenterrado dos vales,Este coração maniqueísta, e sórdido, e só...Este coração, que me traiu, por muitas vezes...Este coração, que me fez sentir a solidão de tua voz,O momento da fuga quando os corpos - abertos -Se reconheciam nas calamidades noturnasE se doavam - cheios de si - numa luta inglória!Oh, meu corpo, como estás exausto de me ser!

4 Sexta-feira, 14 de março de 2008 www.omossoroense.com.brO MOSSOROENSEESPECIAL

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Sexta-feira, 14 de março de 2008 5www.omossoroense.com.br O MOSSOROENSEESPECIAL

ANA PAULA CADENGUEEditor Geral

"Ser poeta é ser mais alto, é sermaior/Do que os homens! Morder co-mo quem beija!/É ser mendigo e dar co-mo quem seja/Rei do Reino de Aquém ede Além Dor!". Os versos iniciais de "SerPoeta" da portuguesa Florbela Espancajá indicam que o poeta se não é espe-cial, ao menos é alguém diferente.

Mais sensível, triste, antenado, român-tico, verdadeiro, desiludido? Nada dis-so ou tudo isso, como bem mostram ver-sos e escritos de uma legião de autoresfamosos e anônimos.

Se para o também português Fernan-do Pessoa, "O poeta é um fingidor./ Fin-ge tão completamente/ Que chega a fin-gir que é dor/ A dor que deveras sente",para o mossoroense Antônio Franciscoa poesia é a única saída para o mundo e"ser poeta é navegar num rio de espe-rança, alcançar com a mente onde maisninguém alcança e viver como nasceu,eternamente criança".

Já o presidente da Poema - Poetas eProsadores de Mossoró, Caio César Mu-niz, acredita que não existe uma defini-ção exata para os poetas. Apenas, que sãoseres que têm uma visão mais aguçadado universo ao seu redor e que conse-guem ver o que os outros não vêem, e,às vezes, sofrem mais por causa disto. Vi-são compartilhada com Ricarte Balbi-no, que vai um pouco mais além: "Poetaé o ser que está além das aparências".

POESIADerivada do grego "poíesis", que sig-

nifica 'ação de fazer algo', a poesia é con-siderada uma arte literária e uma de suasfunções seria o de despertar o sentimen-

to do belo através do manejo das pala-vras, recriando ou não a realidade.

Mas, a definição de poesia não im-porta muito para quem se expressa poresta arte. Para a jornalista Mayara Amo-rim, a poesia "é meu psicólogo, meu de-sabafo".

As palavras de Mayara, ou a necessi-dade que ela sente de se expressar poe-ticamente, vão ao encontro do conselhodado em "Cartas a um jovem poeta" pe-lo grande Rainer Maria Rilke: "Procureentrar em si mesmo. Investigue o moti-vo que o manda escrever; examine seestende suas raízes pelos recantos maisprofundos de sua alma; confesse a si mes-mo: morreria, se lhe fosse vedado es-crever? Isto acima de tudo: pergunte asi mesmo na hora mais tranqüila de suanoite: 'Sou mesmo forçado a escrever?'

Escave dentro de si uma resposta profun-da. Se for afirmativa, se puder contestaràquela pergunta severa por um forte esimples 'sou', então construa a sua vidade acordo com esta necessidade".

É assim com o artista plástico Rogé-rio Dias, que não consegue escrever comalegria, mas também não consegue dei-xar de escrever. Para ele, a poesia é tris-teza, um estado de espírito em algunsmomentos da vida.

Tristeza para alguns, alegria para ou-tros. Ao ser indagado sobre o que é serpoeta, o cordelista Concriz verseja: "Serpoeta é se inspirar com as coisas da na-tureza/do peixe que sobe e desce lá naságuas da represa./ Ser poeta é cantar ver-sos para acabar a tristeza". E, aos risos,completa, "se eu não fosse poeta, seriacantador".

Poetas mossoroense visitam a redação do O Mossoroense

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6 Sexta-feira, 14 de março de 2008 www.omossoroense.com.brO MOSSOROENSEESPECIAL

PALAVRAConsiderado por muita gente um ser

alienado, que vive pensando em coisasetéreas, o poeta hoje está engajado emdiversas lutas sociais e usa como arma pa-ra mudar o mundo, a força da palavra.Amigo do papel e da caneta, os mais tra-dicionais, e do computador, os mais mo-dernos, o poeta consegue com sua arte,provocar, despertar, emocionar. Como jábem definiu o escritor José de Alencar:"O cidadão é o poeta do direito e da jus-tiça; o poeta é o cidadão do belo e da ar-te". São apenas formas distintas de se ex-pressar.

Alienado ou não, engajado ou não, ro-mântico ou não, a poesia é algo da almade cada Homem, sem se fixar a regras oufórmulas. Pura inspiração para uns, exer-cício literário para tantos, a poesia brotade uma forma quase mágica, por mais queseja uma atividade "suada". Muitas vezes,como diria Drummond, "A mão que escre-ve este poema/ não sabe que está escre-vendo".

Carlos Drummond de Andrade faziaversos de uma forma cotidiana, comoqualquer outra besteira, como se bebia ouxingava. Grandioso em todos os momen-tos, o poeta mineiro, mesmo sem neces-sidade, ainda tentou se explicar: ""Meuverso é minha consolação./ Meu verso éminha cachaça. Todo mundo tem sua ca-chaça. (...) Para louvar a Deus como pa-ra aliviar o peito, queixar o desprezo damorena, cantar minha vida e trabalhos éque faço meu verso. E meu verso me agra-da".

Transformar palavras em poemas nãoé uma arte fácil, agradar, então, é muitomais difícil. Mas, dizem que para ser poe-ta de verdade é preciso não se importarcom críticas e escrever sem pensar em nin-guém, apenas no sentimento que se querexpressar. Sendo um ser especial ou umser comum, com um olhar mais afiadoou seria com uma maior capacidade desentir, o poeta é quem consegue trans-formar as pequenas coisas em beleza.Como o eterno Paulo Leminski, para quem"vai vir o dia/ quando tudo que eu diga/seja poesia".

A POESIA POR PAULO LEMINSKI

POESIA: "words set to music"(Dante via Pound), "uma viagem ao desconhecido" (Maiakóvski), "cernes e medulas" (Ezra Pound), "a fala do infalável" (Goethe), "linguagem voltada para a sua própria materialidade" (Jakobson), "permanente hesitação entre som e sentido" (Paul Valery), "fundação do ser mediante a palavra" (Heidegger), "a religião original da humanidade" (Novalis), "as melhores palavras na melhor ordem" (Coleridge), "emoção relembrada na tranqüilidade" (Wordsworth), "ciência e paixão"

(Alfred de Vigny), "se faz com palavras, não com idéias" (Mallarmé), "música que se faz com idéias" (Ricardo Reis/Fernando Pessoa), "um fingimento deveras" (Fernando Pessoa), "criticismo of life" (Mathew Arnold), "palavra-coisa" (Sartre), "linguagem em estado de pureza selvagem" (Octavio Paz), "poetry is to inspire" (Bob Dylan), "design de linguagem" (Décio Pignatari), "lo impossible hecho possible" (Garcia Lorca), "aquilo que se perde na tradução (Robert Frost), "a liberdade da minha linguagem" (Paulo Leminski).

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Sexta-feira, 14 de março de 2008 7www.omossoroense.com.br O MOSSOROENSEESPECIAL

MANHÃ DE ARBUSTOS BRANCOS E HERÓISMariano TavaresMossoró/RN

No espaço imaculado em que entreisou fera, homem secoem plano escravo.Caminho por toda partee o sol renova meu cansaço.

Trago comigo a espada da nação futura(a batalha que chega)e me deito, antes que eu não tenha sombraou disfarce.

Já tenho as pétalas do bravoe a noção de que fabrico sonhos caros,antecipados por mim mesmo.

AINDA VOCÊLorena [email protected]/Ce

Uma sede dilacerante me consomeUma louca vontadeUm desejo ardenteRasga meus ossos bravamenteMata as memórias pretéritas Reacende em mim a Possibilidade de viver de novoAo teu ladoTe amando, te adorando, te aclamandoSendo amada, transportada,Deslumbrada, adorada e desejada!

PRIVILÉGIO DA MINORIALindemberg [email protected]ís/RN

De onde vim não negoOnde aprendi, reconheçoControlo sempre meu egoSe não me desobedeço.

A mente humana é fracaSempre nos traz uma surpresaDias se mostra ingrataE em raro uma proeza.

Postura não é pra todosÉ privilégio da minoriaMe agarro com meu pouquinhoEle é minha alegria.

GARÇAÉrico [email protected]/CE

Falo tudo mesmo antes que me dêA um luxo suficientemente bastanteÉ o que o grito dá-se antes de se verMe soltando livre num barbante

As palavras soltas são o vento rasoUm coração não é qualquer paixãoÉ a alma lá no fundo do marasmoÉ a confiança que tenho de então

Consciência é a insistência de fluirRugindo molhado, suado e contidoPara sentir aquela toda experiênciaPois a vista é somente sua, e a do outroQue sujeito, então? Vou viver!

Cedo, fumaça, pirraça, desgraçaEstou aqui em qualquer barulhoA brasa tanto arde como traçaQualquer medo em que me embrulho

Dedo aponta depressa para a asaEstou acima de qualquer barulhoTanto faça a brasa como arteQueimo logo o que me embarace

Embaralho os instintos de graçaNos esconderijos rijos do muroTarde tudo arte como escapaNas esquinas certas do meu muro

Muro de crepon ou de papel marcheTudo mesmo é só o que se vêPois a pressa enrijece os segundosTempo é plena dimensãoMas a vida é que é volumee qualidade é você

Densidade farta de tanta tensãoQuebra a corda que prende o muroSem sinais de falta ou opressãoFaço amor bem tarde em feitio de oração

Estou solto no mundo de granitoTodo ao avesso do que é descritoPois de nada adianta mais um gritoInstinto é somente mais um rito

Como falar da imensidãoTodo horizonte é planoSe vou falar da mansidãoA calmo, na vida, o coração

EsgarçaEm graçaA garçaViceja

Toda arte é a parte que não vêTudo o que nos fascinaTudo o que seduz é o que se faltaAusenta na alma das esquinas

E O MUNDORogério Dias [email protected]ó/RN

A ecologia e o mundoAssistiram sem entenderO homem, o Rei dos Mares,Da terra se desprender.Viajou pelas pesquisas,Pelas grutas e coraisPesquisou nas águas claras,Nos rios, nos manguezais.Embrenhou-se nas florestas,Descobriu mananciais;Pesquisou velhas culturas Que não se conheciam mais.Denunciou os desmandosFeitos por quem não devia,Defendeu teses e fórunsEm favor da ecologia.Construiu embarcações,Expedições... Viajar...Viajava pelos mares Como se fosse brincar.Preservava a naturezaPor amor, por afeição;Defendia a criança Como única geração.Apresentou à Unicef,Que outorgou com menções,Os Direitos das CriançasDas Futuras Gerações.Na Amazônia, pesquisando,Num trabalho acidental,Perdeu seu filho, um amigo,-- Pesquisador tão leal.E o mundo se curvou:A natureza sentiuLamento da ecologia,Adeus a Jacques Custeau.

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BACANAIS IMPERMEÁVEISJotta [email protected]\RN

Meu peito explode em desejoDe um jeito alucinadoAngustiado e anêmicoVívido e desenfreadoPranteia desfalece em dorAgonia finalTão ardente e inconseqüenteVadio cego e dementeNo estado minorarÉ como o último estágioDessa parcela de vida- Vida humanaMas é justo nesse instanteQue se descobre o contrárioQue a dor é apenas o inícioDo tudoDo nadaQu'ela vem da alegriaDo seu sorriso passadoFazendo por todo diaDesaferrolhar meu peitoA porta do sentimentoCaminho permanentePor onde você entra e saiSem se importar com nadaNem mesmo com meu quererÉ forte, inconstante e luzenteUm fanal incandescenteCom valor pós-fixadoCaro e desumanizadoMas com sabor de perdãoElétrons, tensão correnteCalor, suor, corpo ao chãoNa ausência de ornatosNa nuança da nudez Um conjunto organizadoComo a parte principal de uma idéiaLapsos e gemidosSussurros intermináveisBacanais impermeáveisPraticados por nós doisUm sopro sentido, cansaço.E um sorriso depois

FUGIRegiane CabralFortaleza\CE

Fugi do mel dos olhos teus,de tuas palavras gentisdo teu ar fascinante de poeta...Fugi do teu olhar encantadordo teu jeito meio tímido de ser,do sussurrar de tua voz...Fugi do que é platônicodo que é sublimedo que é utopia...Fugi do que não podia viver,do que não podia alimentar,do sonho, do que parecia ideal...Fugi do inatingível,já tenho demais cicatrizespor querer viver uma ilusão!Nessa fuga desmedida,topei-me com um abraço que não me fez tocar o céu,mas me deixou presa ao chão.E nesse balanço quero deixar-me envolver;chega de ilusãochega de sofrerabracei o que é reale nele eu quero viver.

VERSOS MALQUISTOS Amanda PaollaPoetisa assuense, radicada em Mossoró

Eis que aqui vos deixo escritoUns versos prum grande amorQue não soube recebê-losPor isso é que eu vos dou

Minha'lma se entristecePor ele não sentirEle nem se compadeceDe não me ver sorrir

Achei que valia a penaTornar-me sua pequenaEntregar-lhe minha vida

Mergulhei entre seus braçosExclui meus próprios traçosQue paixão ensandecida!

ASTROLÁBIOSSilvio AtanesSantos/SP

neste tremolo catre da alvorada atroz escotilhas mancham masmorras de pó soltam tênues amarras do banzo gonzo e dulcinéias escapam do arco-celeste dos olhos abissais dos porta-retratos

desde a foz da figueira até vigovascos amalgamados singram sóisgálatas galícios vibram vitupériose gélidas sereias louvam a virtudede garbosos cavaleiros de nanquim

girândolas giras desafiam quixotesdesde trôpegas taprobanas até asocidentais praias da memória algoztrovas de rotos lábios astrais vertemjacobinos caminhos de tanta luz anil

a tênue tez da terra dos desterradosdestila o zinabre da pena gauche e vila escorrer as lágrimas da alma tortae a viola-marola marulha barulhosnas amuradas das velas levitantes

SUBSTANTIVO POÉTICOClauder [email protected]ó/RN

Eu quis lhe falar de versos,Ela nem me deu prosa.Eu lhe ofertei um adjetivo em rosas,Ela me tascou um escalafobético.Eu ruminei mágoas em advérbios,Ela, então, se espantou com a minha dor,E afagou-me com um substantivo poético.

8 Sexta-feira, 14 de março de 2008 www.omossoroense.com.brO MOSSOROENSEESPECIAL

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BRASIL SEM ABORTODeth [email protected]/RN

De onde vim não nego... Para que os brasileiros sejam mais fortes Depois de tantas injustiças enfrentadas Por transgressões impostas aos mais pobres Vem o congresso a incitar charadas...

Não para fazer rir, eles clamam mais mortes! Não bastasse a falta de respeito dos déspotas Com a infância dizimada por fome e pestes Projetam "descriminalizar" o aborto os idiotas!

Nunca se cansam de saquear os nossos cofres, Seguem hiantes os morticidas desta nação Não passará essa lei! Pra defender seus cobres,

Fomentando a indústria do desamor do cão Serão perseguidos no amanhã os homens torpes Vamos á luta brasileiros, sim a Vida é a missão!

PERMISSÃO CULPOSAHélia [email protected]ó/RN

Proíba-me de retomar ao prestígio líricobuscando nitidamente seus braços.Culpa-me por exteriorizar mediante açãoqualquer cruzamento que nos torne viciados,loucos, a sofrer uma sanção social.Nossa compreensão comum demonstraapenas a nudez da máxima emoçãoque revela-se um enigma já inseridona incompreensão do sangrado coração alheio.Remata-me a mantença da direção originárianum silencio que só os olhos e os corpos discutem,o sentir presente, gritante de reconhecimento.Nossa linguagem traduz a dimensãomais profunda e perfeita da conexão constituídapor isso, é legítimo o íntimo vibrare reclamar sua ausência ante o teu efeito vinculante em mim.

ALÉM DO QUE OS OLHOS PODEM VERFabio [email protected]ó/RN

Vida, sonho, realização o que será?Sentido, emoção é o que procuro.Quando calo, meu coração fala por min.Talvez o que sinto seja verdadeiroMais o que sou não é o que sinto.

Quando quero falar, eu escrevo.Quando amo não sou compreendido.Quando quero chorar, eu sofro,Meu olhar não conseguir passar o que sinto.Minha lastima é o meu espelho.

Vivo entre as linhas que escrevo.Mais não te insultarei poesia.Chamando-me de poetaSensível, inspirador, sonhador e quem te escreveramEu, apenas uma pagina de um poetastro.

Meu destino o meu coração já descreveu.Quando fecho os olhos sinto o que descrevo.Quem dera ser, o que meus olhos não podem ver.Abrir os olhos, e descobrir o que a de errado em mim.Adentrar pela poesia que pensei escrever.

TÚNEISThaïs Helena Fernandes [email protected]ó/RN

Já vivi esse momento...Em outro lugar..., num outro tempo...(terá sido n'outro pedaço?)memórias ancestrais, kundalínicas imagens

Eu já quis esse tormento...Por outro alguém, com outro intento(teria sido um lamento?)vontades insaciáveis, genésicas bobagens

Já voei esse caminhoCom outros olhos, outros espinhos(terão sido descaminhos?)passeios astrais, solares viagens

Já senti essa agoniaÀ meia noite, à luz do dia(terão sido só manias?)dores passionais, cardíacas passagens

Já ouvi essa cançãoAo pé do ouvido, na imensidão(teria sido uma ilusão?)antropofágicos versos, guturais mensagens

Já projetei esse filmeAlém do céu, aquém do chão(teria sido na televisão?)holísticas visões, frontais imagens

Já atravessei a escuridãoPassei por túneis, por sob o chão(teria sido um alçapão?)éticas luzes, coronárias miragens

Sexta-feira, 14 de março de 2008 9www.omossoroense.com.br O MOSSOROENSEESPECIAL

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E ASSIM CAMINHA A MINHA MENTEPaulo [email protected]ó/RN

Não sei mais o que levo pra vida,orquídeas, jasmim, o meu coraçãooferecidos em troca do bem viver.Tão bom quando encontramos receptorescapazes de atestar o amor, de recebê-losde braços bem abertos, ouvi-los com prazer,tapeá-los com carinho, se emocionar.Deixar cair dos olhos gotas de esperança,espontaneamente roladas, de forma humilde.Quero continuar levando o que não sei mais se é precisoo que passa a ficar em desuso,forçosamente,o que é pisoteado de forma cruel.Amanhece a vida molhada de sangue,desrespeitada por modismos, ruins de se ver e ouvirO que nos resta é vivermos de oásis de amor,encontrados, ainda, em redutos de bons corações.E assim caminha minha mentede cara com o bem e com o mal ferida e decepcionada, mas sobretudo,com uma grande esperança de dias mais justos para os justose de dias mais difíceis para os que não ouvem a voz do coração

PAIXÃO DE MULHERJosyanne [email protected]

Ela é vento, é luz e saborEla é aroma, tato e sedução.Neblina que corta caminhosPlanta audaciosa que não contem espinhos.

Olhar angelical, que revela sentimentos feridos.Sorriso primaveril e contagianteAlma de menina, coração apaixonante.

Ela é mar, ondas violentas que vem banhar.Ela é cor, amarelo, azul e amor.

Lágrimas clamejantes, sofrimento mudo e latejanteLúgubre a bela sombra, pombas voltejantes, sussur-ros moribundos a saturno.

Sedução inocente, sensualidade vivente,Ela é mulher, menina e sonho.Poetisa que mergulha no doce esplendor do amor.

Serás para sempre amada, oh belas poetisas da vida!Que sejam glorificadas em todos os dias,Em que tu'alma reluz o esplendor da feminilidade.

EPITÁFIO SOMBRIOÂngela [email protected]ó- RN

Meu sonho morreu simplórioNos ventos que o mar levava pedindo encarecidamente a mim que o abandonara

Na fria face do ventomeu sonho agonizava

E eu olhando ao relentoNão notei o que passava

Nas águas em que bate o ventoLá se foi meu sonho jogadoMandado talvez por mimNum lapso desordenado

Ao meu sonho escrevo agoraMeu pedido de perdão caladoAfoga-se nas azuis águas Meu sonho, sem meu chamado.

NÃO LAMENTELindomarcos [email protected]ó/Rn

Não lamente os erros do seu passadoPois o tempo não volta para você consertar,Não lamente por alguém que deixou seu coração magoadoPois sempre esteja disposto para perdoar.

Não lamente por não ter a comida que você mais queriaPois existem milhares de pessoas que não tem para reclamar,Não lamente por não ter um par de tênis que você mais desejariaPois existe alguém que não tem nem os pés para andar.

Não lamente por você pouco dinheiro está ganhandoPois quantos pais de família queriam está no seu lugar,Não lamente pela a casa que é pequena que você está morandoPois quantas pessoas que debaixo da ponte estar.

Não lamente por sua mãe lhe dar lição para você desempenharPois quantos por ai não pode nem mais ouvir sua voz gritando,Não lamente pelo calor que o sol fazendo estarPois quantos por ai ver seu brilho estão desejando.

Não lamente pela vida que não esteja como você está querendoPois quantos por ai que não teve nem o direito de nascer,Não lamente pela a situação ruim que você está vivendoPois sempre agradeça a Deus por tudo até morrer.

10 Sexta-feira, 14 de março de 2008 www.omossoroense.com.brO MOSSOROENSEESPECIAL

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COBIÇAGuethner Wirtzbiki [email protected]/Ce

O olhar inquieto da donzelaEstava a contemplar a bela estrelaNuma busca ingênua por entendê-laNo cosmo estampada em negra telaPintada no céu por trás da capelaNo alto da torre subia a vê-laQuerendo muito em seu íntimo tê-laMas o cosmo a essa vontade debelaPois o real motivo em querer sê-laEra roubar seu brilho para ela.

A BUSCAAnderson Ibsen Lopes de [email protected]/Ce

Lancei-me em alto mar, em busca de um destino.Minha vida, minha própria vida! Mundo afora...Tentando encontrar novos rumos, novos caminhos...Em busca daquilo que nunca tive.

Foram longos os dias que passei em alto-marMais longas, entretanto, foram as noites.Tempos em que eu egoísta pedia às estrelasQue uma delas caísse pra me guiar ou me exterminar.

Ah, como eu sofri naqueles tempos...Enfermidades que valeram por um século!Mas suportei, e cá estou eu, a narrar os fatosApesar de naquelas águas ter afogado o meu coração.

Oh, grande Vésper, que a todo marinheiro conduzPor que apagaste tua luz de mim?Logo eu, que nunca havia adentrado no marNem mesmo neste, de tentações povoado...

Sofri,como sofro, a dor da solidãoImensidão que percorria dias afins...Sem face amiga (ou inimiga) para verE trazer do passado memórias boas de menino.

Meu barco sumiu no meio das vagasGrão de areia jogado por entre o desertoAi de mim, ai de mim, que nesse barco tão grandeTenho que realizar todo o trabalho sozinho.

Mas a lacuna maior veio depoisEsta não sabia que seria tão grandeAbri meu peito pra receber brisa qualquerE acabei atracando num porto sem fim

Que vazio é esse, que tudo absorve, tudo consome,Mais desproporcional que as grandezas quânticas?Não quero e nem posso com isso viverOu assim logo, logo, acabarei com o mundo!

DECLARAÇÃORosenilda Praxedes [email protected] Mossoró/Rn

Eu preciso ter coragem pra falarE dizer tudo que eu sinto por vocêE se na hora as palavras me faltarVocê perceberá meus sentimentosNo brilho que existe em meu olhar.

Você descobrirá que eu te amoNo frio e no tremor de minhas mãosVocê encontrará cada palavraSe conseguir escutar meu coração.

Ele grita que te ama de paixãoEle fala que precisa de você Ele chora bem baixinho de emoçãoEle sabe que eu jamais vou te esquecer.

Ele vai te mostrar de qualquer jeitoQue eu te quero e necessito de você;Que você mora aqui dentro do meu peito;Que sem você, eu não preciso nem viver.

Se depois de escutar meu coraçãoVocê ainda não souber o que fazer,Venha me tirar da solidão,Saiba que eu amo só você.

QUEM ÉS, POESIA?Dedé do Sandubar [email protected]ó/RN

És bela, simples,Lua, estrelas, água do rio,Força da cachoeira.És a rosa, a abelha...Leve, ágil e colorida.O amor, a vida.És declamada, recitada...Um sonho, um viver.Tudo isso, poesia, é você!a

Sexta-feira, 14 de março de 2008 11www.omossoroense.com.br O MOSSOROENSEESPECIAL

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