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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pedagogia Alexandre Lopes Alves O MUSEU NA FORMAÇÃO CULTURAL DO EDUCADOR LINS – SP 2013

O MUSEU NA FORMAÇÃO CULTURAL DO EDUCADOR · virtual, e criaram uma ... Logo após a escolha do tema do TCC ‘O museu na formação cultural do educador’, desse último curso

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pedagogia

Alexandre Lopes Alves

O MUSEU NA FORMAÇÃO CULTURAL DO EDUCADOR

LINS – SP

2013

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ALEXANDRE LOPES ALVES

O MUSEU NA FORMAÇÃO CULTURAL DO EDUCADOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob orientação da Profª. Ma. Elaine Cristina Moreira da Silva e da Profª. Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner.

LINS – SP

2013

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Alexandre Lopes Alves

O Museu na Formação Cultural do Educador

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium para obtenção do título de Licenciado em Pedagogia.

Aprovado em :_____/_____/_____

Banca examinadora:

Profª. Orientador: Ma. Elaine Cristina Moreira da Silva

Titulação: Mestre em Educação, pelo Centro Universitário UNISAL - SP, São

Paulo

Assinatura:__________________

1º Prof.: Me. Thiago Flávio de Souza

Titulação: Mestre em Administração - UNIMEP - Piracicaba/SP

Assinatura:__________________

2º Prof.: Esp. Paola de Carvalho Buvolini

Titulação: Especialista em Formação do Professor de Línguas - UNITOLEDO -

Araçatuba/SP

Assinatura:__________________

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DEDICATÓRIA

Dedico esse estudo aos que se esforçam para fazer um mundo mais

justo.

Especialmente ao meu padrinho Dr. Joaquim Mendes Santi (in

memorian).

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos que contribuíram direta ou indiretamente para o sucesso

do www.netmuseu.com:

Coordenação do Curso de Pedagogia do Unisalesiano;

Colegas de Estudo;

Companheiros de Trabalho;

E a todos que prestigiam o projeto.

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O melhor profeta do futuro é o passado.

Lord Byron

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RESUMO

Os museus dos moldes atuais que datam por volta de três séculos, sempre foram instituições conservadoras e geradoras de cultura e do ponto de vista pedagógico um valoroso ambiente de conhecimentos e cultura, logicamente essencial para o enriquecimento da formação cultural do Educador que antes de qualquer coisa trata-se de um mediador cultural e de formação de cidadãos. No Brasil, de uma maneira geral, não existe uma média igual de números de museus de grande importância por habitante como em muitos países do primeiro mundo, nas grandes capitais de alguns estados brasileiros, até que possuem quantidades razoáveis dessas instituições, mas para quem não reside nessas grandes cidades, o convívio aos museus torna-se muito difícil, devido aos custos financeiros e de tempo gerados pela distância, excluindo muitas pessoas dessa vivência, e muitas dessas pessoas são educadores, ou seja, uma ferramenta a menos à cultura e ao desenvolvimento da cidadania. Felizmente há alguns anos, muitos museus entraram na era virtual, e criaram uma maneira alternativa para o convívio dessas instituições, os museus virtuais hospedados em seus sites na internet. Para auxiliar nessa aproximação alternativa ao convívio de museus que é a visitação virtual e atingir o verdadeiro objetivo desse trabalho, foi criado um site de caráter acadêmico e sem fins lucrativos, o ‘www.netmuseu.com’ uma cuidadosa coletânea on-line dos melhores ‘links’ de museus virtuais e de monumentos históricos de grande importância, poupando muito tempo dos educadores para a pesquisa e busca para selecionar os melhores serviços disponíveis on-line. Esse estudo explicita embasamento teórico sobre os museus relacionando a importância para a formação dos educadores e pesquisas junto aos educadores sobre a frequência de convivência de museus e seus entraves a essa convivência, o grau de importância dada aos museus como ferramenta formadora de cultura e a opinião sobre a utilidade do ‘www.netmuseu.com’.

Palavras-chave: 1. Museu. 2. Educador. 3. Cultura. 4. Museu Virtual.

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ABSTRACT

The museums of current patterns dating back about three centuries, have always been conservative institutions and generating culture and pedagogical point of view a worthy environment knowledge and culture, logically essential to the enrichment of the cultural background of the educator that before anything it is a cultural mediator and training of citizens. In Brazil, in general, there is an average equal number of museums per capita of great importance as in many first world countries, the great capitals of some Brazilian states, until they have reasonable amounts of these institutions, but for those who do not reside in these large cities, the museums socializing becomes difficult, due to financial and time costs generated by the distance, excluding many people of this experience, and many of these people are educators, a tool within the culture and development of citizenship. Fortunately a few years ago, many museums entered the virtual era, and created an alternative way for the meeting of these institutions, virtual museums hosted on their websites. To aid in this alternative approach to living museum that is virtual visitation and achieve true purpose of this study, a site was created as an academic and nonprofit, the 'www.netmuseu.com' careful compilation of the best online 'links' to virtual museums and monuments of great historical importance, saving lots of time educators to search and search to select the best services available online. This study clarifies theoretical about museums relating to the importance of training teachers and research with educators about the frequency of coexistence of museums and their barriers to this interaction, the degree of importance given to museums as a tool for shaping culture and opinion the usefulness of 'www.netmuseu.com'.

Keywords: 1. Museum. 2. Educator. 3. Culture. 4. Virtual Museum.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 10

CAPÍTULO I - HISTÓRIA DO MUSEU............................................................ 12

1 CONCEITO SOBRE MUSEU............................................................... 12

1.1 Retrospectiva do olhar no museu........................................................ 15

1.2 Definição de museu por diferentes autores......................................... 18

1.3 A história resumida do museu moderno.............................................. 19

CAPÍTULO II - MUSEU E FUNÇÃO SOCIAL................................................. 21 2 A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA NA FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO

HOJE....................................................................................................

21

2.1 Museu x cidadão x educador............................................................... 21

2.2 Aprendizagem e a importância de espaços pedagógicos................... 24

2.3 O papel dos integrantes do museu no encaminhamento e na

utilização destes espaços pedagógicos...............................................

25

CAPÍTULO III - MUSEU VIRTUAL X WWW.NETMUSEU.COM.....................

28

3 A ERA DOS MUSEUS VIRTUAIS E O CONSEQUENTE

‘WWW.NETMUSEU.COM’..................................................................

28

CAPÍTULO IV - A PESQUISA......................................................................... 33 4 PESQUISA DE CAMPO COM PROFESSORES (EDUCADORES)... 33

4.1 Você já foi em algum Museu de renome?........................................... 34

4.2 Quando você não vai a um museu famoso é porque.......................... 34

4.3 Você acha importante para a formação cultural e pessoal do

professor ter acesso a museus?..........................................................

35

4.4 Qual o tipo temático que mais te atrai ou atrairia em um museu?...... 36

4.5 Se fosse apresentado a você uma alternativa virtual de acesso a

museus importantes do Brasil e do mundo, que seja fácil, objetivo e

gratuito, provavelmente sua reação seria............................................

36

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4.6 Parecer das respostas do 1º questionário........................................... 37

4.7 Ao ser apresentado o www.netmuseu.com, você visitou.................... 38

4.8 Quanto a facilidade de navegação e entendimento do site, você

achou...................................................................................................

39

4.9 A classificação que foi utilizada para agrupar os museus foi:

‘Tour’ para visitações virtuais, dentre eles ‘Religioso’ para lugares

históricos ligados a religião (Igrejas antigas), ‘Brasil’ museus

brasileiros que oferecem esse serviço, ‘Mundo’ museus

internacionais que também oferecem esse serviço.............................

39

4.10 Você achou que o www.netmuseu.com pode ser considerado uma

ferramenta alternativa de boa qualidade para aproximar a uma

realidade virtual de cultura e conhecimento para qualquer pessoa....

40

4.11 Agora, você acha importante para a sua formação cultural como

professor ter tido esse tipo de acesso a museus?...............................

41

4.12 Quanto à sala de aula, o www.netmuseu.com serviria para trabalhar

na exploração de seus links com os alunos........................................

42

4.13 Parecer final sobre a pesquisa............................................................ 42

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.................................................................... 44 CONCLUSÃO.................................................................................................. 45

REFERÊNCIAS............................................................................................... 46 ANEXOS.......................................................................................................... 49 APÊNDICES.................................................................................................... 53

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INTRODUÇÃO

A lembrança de visitas a museus paulistanos durante a infância, nunca

saíram da cabeça, pode ser esse o motivo que gerou interesse pela história e

cultura, ou pode também, ser o contrário, o gosto pelo conhecimento fez gostar

ainda mais de museus.

Ao longo da caminhada profissional e de estudos, primeiramente com a

Informática, seguido simultaneamente entre a Educação Artística, Computação

Gráfica e Linguagem do Marketing, e, finalizando com a Pedagogia;

proporcionou uma bagagem de conhecimentos para que pudesse fazer algo

que unisse esses saberes para desenvolver algo utilizando-se da tecnologia

em prol da Educação.

Logo após a escolha do tema do TCC ‘O museu na formação cultural do

educador’, desse último curso de Graduação em Pedagogia do Unisalesiano,

veio de imediato, o sentimento de responsabilidade sobre o que tentar fazer

para o resgate e valorização da cultura, ainda mais num quadro negativo em

que a educação pública se encontra nos dias atuais, e a determinação de fazer

algo a respeito disso tornou-se uma missão.

Há mais de 300 anos o museu continua sendo um enriquecedor

ambiente de cultura, mas infelizmente no Brasil não existe uma média de

números de museus por habitante como nos países do primeiro mundo. Nas

grandes capitais de alguns estados, possuem quantidades razoáveis dessas

instituições, mas para quem não reside nessas grandes cidades, o convívio aos

museus torna-se muito difícil, excluindo muitas pessoas dessa vivência, muitas

dessas pessoas são educadores e alunos, ou seja, uma ferramenta a menos

para a cultura e ao desenvolvimento da cidadania.

Para tentar preencher essa lacuna vazia de educadores ao convívio de

museus importantes, surgiu a ideia da criação de uma ferramenta virtual

pedagogicamente elaborada que pode aproximar e auxiliar os educadores a

ampliar sua visão de mundo e potencializar sua atuação profissional e pessoal

tendo maior contato com museus e bens culturais da humanidade. A

ferramenta consiste na criação do site ‘www.netmuseu.com’, uma coletânea

on-line de links de museus de renomes do Brasil e do mundo. Ligando esses

educadores as instituições que já ofereciam visitações virtuais gratuitas e de

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qualidade, mas que não eram conhecidas pela maioria absoluta dos

educadores.

Portanto, a pesquisa teve como objetivo geral: apresentar um caminho

alternativo, prático e viável de aproximação dos educadores com os museus,

através dos links do ‘www.netmuseu.com’ e como objetivos específicos:

verificar junto aos educadores se possui contato com museus de grandes e

importantes acervos da nação e da humanidade; qual freqüência desses

contatos; identificar o grau de importância dada pelos professores a esse

contato para suas próprias formações.

A presente pesquisa é formada por quatro capítulos:

O Capítulo I – apresenta a definição de museu por vários autores e a

história do museu.

O Capítulo II – a importância da história na formação do indivíduo hoje.

O Capítulo III – Museu virtual x www.netmuseu.com O Capítulo IV – pesquisa de Campo com Educadores.

Finalizando com a proposta de intervenção e conclusão.

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CAPÍTULO I

HISTÓRIA DO MUSEU

1 CONCEITO SOBRE MUSEU

O educador antes de qualquer coisa é um mediador cultural dos seus

alunos e para tal é necessário um considerável repertório de conhecimentos e,

o museu é um magnífico ambiente de cultura, daí a necessidade de incentivar

o educador a procurar e ter acesso a esse ambiente seja físico ou virtual.

O mouseion, ou casa das musas, na Grécia, misturava templo e

instituição de pesquisa, objetivando o saber filosófico, ao mesmo tempo em

que propiciava um local para que os homens esquecessem a ansiedade e a

tristeza, sendo o museu inicialmente um local de descanso, reflexão e lazer.

No século II antes de Cristo (a.C.) no Egito, Alexandria, formou seu

grande mouseion, cuja preocupação era o saber enciclopédico, e que buscava

ensinar e discutir todo o saber existente ao mesmo tempo em que possuía

estátuas, obras de arte, instrumentos cirúrgicos e astronômicos, peles de

animais raros, presas de elefantes, pedras preciosas, etc.

Com o correr do tempo, a idéia de compilação exaustiva, quase

completa, sobre um tema ficou ligada à palavra ‘museu’, dispensando mesmo

as instalações físicas. (SUANO, 1986, p. 11)

No século III a.C, todos os governantes tinham uma coleção de saques,

que muitas vezes envolvia até o próprio vencido, uma maneira de se expor e

comprovar sua superioridade diante dos outros que não dispunham de

riquezas, tanta era a preocupação em acumular riquezas que com o passar dos

anos, gastava-se de modo exorbitante em objetos de arte a ponto de se iniciar

as cópias em série de centenas de obras, sendo poucos os que distinguiam as

cópias das verdadeiras.

No Renascimento, séculos XV e XVI, a antiguidade grega e romana

passou a chamar mais atenção, iniciando uma procura contínua de objetos

antigos, e para tanto começou a esburacar a esmo em busca de tesouros.

Buscavam-se antiguidades de todo o mundo, e peças do novo mundo, que

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eram os países que descobriam ao mesmo tempo em que se investia em

artistas europeus como Leonardo da Vinci, entre outros, aumentando ainda

mais as coleções européias.

As revoluções burguesas, que ocorriam por toda a Europa, e ainda mais

agravada com a Revolução Francesa, deixaram o clima entre os nobres e o

povo bastante tenso, a ponto de ser proibido ao povo ter acesso aos museus

com a desculpa da desrespeitosa algazarra que faziam. Com o tempo os

museus pararam de ser de propriedade particular, e os nobres se ressentiram

de não poderem mais possuir os objetos de arte, ao mesmo tempo em que os

burgueses utilizavam os museus como palcos de suas conquistas.

Os museus tiveram e ainda têm várias versões, sendo importante

enfatizar que sua função varia de acordo com a sociedade em que se encontra,

e o tempo histórico em que está inserido, ele é interpretado de acordo com as

exigências sociais da época. O museu já foi utilizado tanto como imposição de

poder, quanto para exaltar o caráter nacional, sendo de qualquer forma uma

demonstração de luxo e exaltação da classe dominante.

Retornando aos primórdios do museu público, vemos que ele chegou até a metade do século XIX como uma mistura de conceitos mal compreendidos, abarcando desde ideias de contemplação, de templo do saber, até as de representante do ‘caráter nacional’, sob cuja égide foi criada a esmagadora maioria dos museus em países recém-independentes, sobretudo no Terceiro Mundo. (SUANO, 1986, p. 34)

O museu foi utilizado em várias versões, como o museu estilhaçado que

mostra o passado de uma sociedade e seu significado para os dias atuais; o

museu ao ar livre que é um conjunto de edifícios que ilustra uma sociedade e

podem inclusive se utilizar de pessoas a caráter durante as apresentações;

museu comunitário ou de vizinato que busca uma reflexão sobre o presente em

prol de modificar uma situação prejudicial a população; museu de cidade com

foco no fenômeno urbano e história da cidade, sendo aberto a discussões

sobre problemas enfrentados na cidade e como modificá-los; museu e a praça

com objetos fixos, ao ar livre, e museu e pesquisa científica que acaba por

deixar as visitações de lado em prol da pesquisa e da instituição que a financia.

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Atualmente ocorre a preocupação com a formação do profissional que

irá trabalhar no museu, pois, ainda não existe nada específico, mesmo que

esta preocupação já fora demonstrada na contratação de pessoal por volta de

1870. “[...] quanto mais museus conhecesse a pessoa, mais indicada ela seria

para trabalhar em um.” (SUANO, 1986, p. 45)

A função educativa do museu é o que está em pauta, uma função que já

havia sido incorporada a sua criação, mas não recebia a devida atenção. A

sociedade atual mudou a maneira como via a educação e o simples contemplar

não é satisfatório, necessitando de uma interação com o público, deixar que

façam sua própria interpretação da arte para depois compartilhá-la, e perceber

que todos os conflitos passados foram decisivos para a formação da sociedade

vigente.

Em poucas palavras, o museu deveria abandonar seu silêncio diante da

sociedade que o mantém e abordar o movimento, sobretudo o conflito,

deixando de ser templo para ser fórum (...). (SUANO, 1986, p. 90)

De acordo com Barbosa (1989), o artigo teoriza a formação do professor

de educação artística voltado para o museu, e sua importância na exposição

dos artefatos, de maneira a instigar a livre interpretação da arte sem se prender

ao que foi estipulado como intenção do autor, uma abordagem educacional que

faz muita falta nos museus atuais.

O museu Lasar Segall talvez seja o único, em São Paulo, conhecido principalmente pela abordagem educacional que impregna todas as suas atividades, desde a museologia, especificamente, até o funcionamento da biblioteca. (BARBOSA, 1989, p. 129)

O museu precisa abraçar o seu caráter educativo e ser mais flexível, de

maneira a alcançar todas as pessoas, e não somente o público universitário.

[...] à noite, no Museu, tivemos visitantes raros: Office boys, empregadas

domésticas, faxineiros, bancários, comerciários, etc. Alguns tem voltado aos

domingos. (BARBOSA, 1989, p. 132)

A escola deve trabalhar integrada aos museus e utilizá-los como

ferramentas pedagógicas e significativas, porém, esse trabalho deve ser feito

de modo a despertar a vontade de conhecer o que será exposto. Para tanto, o

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professor deve direcionar o trabalho que será desenvolvido, para que haja uma

relação entre o trabalho feito em sala e o que verão no museu, propiciar

discussões em sala sobre o roteiro do passeio e permitir que levantem

questões e troquem informações e pontos de vista.

De acordo com Barros (2012, p. 62), “a escola é uma instituição social

que deve promover situações de aprendizagens que permanecem por toda a

vida.”

Qual seria um incentivo possível e realizável dentro das condições

gerais dos educadores para aproximá-los aos melhores museus do Brasil e do

mundo?

1.1 Retrospectiva do olhar no museu

No Brasil, os anos 40 foram anos de mudanças no campo político e

econômico. Em 1930 Getúlio Vargas ascendeu ao poder, aconteceu o final do

liberalismo e uma influência mais concisa do Estado no cotidiano financeiro da

nação, com a queda da época do café e juntamente com outras interferências

mundiais da época, auxiliaram no crescimento repentino das indústrias,

impulsionando para uma base concreta o desenvolvimento das cidades e o

favorecimento da cultura de um modo amplo em todo o Brasil. Mas,

especificamente na cidade de São Paulo, o desevolvimento das indústrias foi

imensamente superior aos demais lugares do país, deixando o estado do Rio

de Janeiro em segundo lugar no fator desenvolvimento industrial e finaneiro.

A capital paulista prosseguia em sua trajetória de extraordinário crescimento populacional. Atraindo inúmeras indústrias e concentrando uma expressiva e poderosa elite, abandonava progressivamente o aspecto de cidade provinciana. (MILANI, 2008, p. 54).

Dentro ainda desse período, a famosa e reconhecida Semana de Arte

Moderna de 1922 continuava sendo o evento cultural e artístico de maior

importância da cidade, possibilitou espaços de evidências para os artistas

modernistas. Apesar desse notável evento, culturalmente, São Paulo ainda não

era o grande centro nacional, Rio de Janeiro continuava com tal destaque, pois

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ainda era a capital do Brasil e a aproximidade com o poder continuava

facilitando a fluência de correntes internacionais artísticas e culturais na vida da

cidade.

A cidade contava com uma casa de ópera de prestígio e com uma grande quantia de cine-teatros, de programação bastante diversificada, mas havia um único museu voltado à arte, a Pinacoteca do Estado, dedicada quase exclusivamente à arte acadêmica. A Escola de Belas Artes seguia a mesma orientação e eram poucas as galerias comerciais abertas às tendências modernas. (CANNABRAVA FILHO, 2004, p. 143-144)

Para alavancar o desenvolvimento cultural e artístico da cidade de São

Paulo e dar o destaque que essa cidade merecia, pela nobre influência do

ilustre paraibano Assis Chateaubriand foi inaugurado em 2 de outubro de 1947,

o MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, que mais tarde

tornou-se o melhor museu do Brasil, pela quantidade, variedade e qualidade de

itens de seu acervo e como pólo de difusão de arte e cultura através de seus

eventos culturais-didáticos.

Além da pinacoteca, contava com uma sala de exposição didática sobre a história da arte, duas salas para exposições temporárias e um auditório com 100 lugares. Essa divisão refletia o interesse dos fundadores em conceber a nova instituição como centro difusor de conhecimento e cultura, opondo-se à ideia de museu como simples depósito de obras de arte. (DURAND, 2008, p. 39)

No começo, o museu operou no Edifício Guilherme Guinle, localizado na

região central da cidade, consistia em uma sala de apenas mil metros

quadrados do segundo andar, endereçado na rua Sete de Abril. No primeiro

andar desse mesmo edifício, foi projetado auditório com cem lugares,

pinacoteca e espaço para exposições com foco pedagógico de história da arte,

marcando assim como um museu com olhar inovador de incentivador de

cultura, e não apenas de depósito de acervos. Apesar da importância

recohecida para esse novo museu por celebridades artísticas, políticas e

integrantes ilustres de toda sociedade, o seu primeiro acervo possuia poucas

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peças para exibir, e dentre delas destacavam-se as obras Busto de atleta, de

Pablo Picasso e o Autorretrato com barba nascente, de Rembrandt.

Figura 1: Busto de Atleta – Pablo Picasso

Fonte: BARDI, 1992, p. 36 .

Figura 2: Autorretrato com barba nascente - Rembrandt

Fonte: BARDI, 1992, p. 38 .

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Logo em seguida, esses espaços do museu promoveriam cursos sobre a

história da arte, exposições de inúmeras manifestações das linguagens da arte,

beneficiando uma grande quantidades de artistas do Brasil e do mundo,

fazendo esse museu como um centro de difusão de arte e cultura e lugar nato

de trocas de ideias de intelectuais, estudantes e artistas. E cada vez mais o

MASP foi adquirindo mais e mais obras importantes e promovendo seus nobres

eventos pela cultura, mudou-se de endereço definitivamente e continua até

hoje sendo um grande difusor e provedor de cultura em um prédio que se

tornou um ícone paulistano pela sua bela arquitetura, que demorou dez anos

para ficar pronto e foi construído especificamente para esse fim, localizado na

avenida Paulista e inaugurado em 8 de novembro de 1968.

1.2 Definição de museu por diferentes autores

De acordo com o Dicionário Aurélio Junior (2011), museu é: lugar

destinado ao estudo, reunião e exposição de obras de arte, de peças e

coleções científicas, ou de objetos antigos.

A definição pelo Sistema Brasileiro de Museus - Departamento de

Museus e Centros Culturais – IPHAN/MinC (2005):

O museu é uma instituição com personalidade jurídica própria ou vinculada a outra instituição com personalidade jurídica, aberta ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento e que apresenta as seguintes características: I – o trabalho permanente com o patrimônio cultural, em suas diversas manifestações; II – a presença de acervos e exposições colocados a serviço da sociedade com o objetivo de propiciar a ampliação do campo de possibilidades de construção identitária, a percepção crítica da realidade, a produção de conhecimentos e oportunidades de lazer; III – a utilização do patrimônio cultural como recurso educacional, turístico e de inclusão social; IV – a vocação para a comunicação, a exposição, a documentação, a investigação, a interpretação e a preservação de bens culturais em suas diversas manifestações; V – a democratização do acesso, uso e produção de bens culturais para a promoção da dignidade da pessoa humana; VI – a constituição de espaços democráticos e diversificados de relação e mediação cultural, sejam eles físicos ou virtuais.

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Sendo assim, são considerados museus, independentemente de sua denominação, as instituições ou processos museológicos que apresentem as características acima indicadas e cumpram as funções museológicas.

Conforme o Comitê Internacional de Museus – ICOM – a definição

considerada em 1956 (Sistema Brasileiro de Museus):

Museu é um estabelecimento de caráter permanente, administrado para interesse geral, com a finalidade de conservar, estudar, valorizar de diversas maneiras o conjunto de elementos de valor cultural: coleções de objetos artísticos, históricos, científicos e técnicos, jardins botânicos, zoológicos e aquários.

Já a definição aprovada pela 20ª Assembléia Geral em Barcelona na

Espanha em 6 de julho de 2001 (Sistema Brasileiro de Museus) Museu é:

Instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade.

Não esquecendo o Estatuto dos Museus na Lei 11.904 criada em 2008

que mostra seguinte definição (Sistema Brasileiro de Museus):

Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento.

1.3 A história resumida do museu moderno

O termo Museu oriundo da antiga Grécia é uma palavra cujo significado

adaptado aos dias atuais seria ‘templo das musas’, e na Alexandria de dois

milênios atrás, esse termo já era utilizado para referir aos espaços reservados

aos estudos, tanto de arte como de ciências.

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O órgão internacional responsável pela conservação de coleções obras

e artigos artísticos ou científicos para exibições públicas ou mesmo para

preservar os mesmos, é o International Concil of Museums.

A origem dos museus modernos datam em torno dos séculos XVII ao

XVIII, com coleções particulares que geralmente após a morte de seus

proprietários acabam sendo doados a instituições como Universidades ou

Governos, como foi o caso da coleção de Grimani para a cidade de Veneza ou

a coleção de Hans Sloane que originou o famoso Museu Britânico com a

iniciativa do governo Inglês. Mas o primeiro museu a ser considerado moderno

foi o Ashmolean Museum da cidade de Oxford na Inglaterra, a coleção foi

doada para a Universidade de Oxford por intermédio de Elias Ashmolean, pois

na verdade era a coleção do aventureiro e botânico inglês John Tradescant,

essa coleção antes mesmo do museu já era famosa, pois era procurada e

visitada por pessoas cultas e curiosas para conhecer a coleção conhecida

como a ‘Arca Tradescant’, uma fabulosa coletânea de artigos exóticos

resultada de inúmeras viagens de Tradescant.

O Museu do Louvre fundado no ano de 1793 na França foi um dos

primeiros museus públicos, instituído pelo Governo Revolucionário, seus

acervos eram exibidos para todos que quisessem ver, e seus idealizadores já

eram preocupados em promover a recreação cultural para o povo, e

atualmente é o museu mais visitado de todo o mundo.

A partir do século XIX, começam a surgir inúmeros museus de grande

importância e as origens geralmente são sempre as mesmas, notáveis

coleções particulares sendo doadas para instituições acadêmicas ou

governamentais, como o Museu Mauritshuis dos Países Baixos e o espanhol

Museu do Prado. E no novo mundo é criado m Nova York o Museu

Metropolitano de Arte. Ainda nessa época, o primeiro museu brasileiro é

fundado em 1862, o Museu do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico

Pernambucano. Os demais museus do Brasil foram criados a partir do século

XX, tendo destaque de maior importância, o Museu de Arte de São Paulo Assis

Chateaubriand, inaugurado em 1947, considerado assim pelo seu serviço de

museu a favor da difusão de cultura a população e pela sua quantidade e

qualidade dos diversos tipos de obras artísticas, literárias e até arqueológicas.

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CAPÍTULO II

MUSEU E FUNÇÃO SOCIAL

2 A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA NA FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO HOJE

2.1 Museu x cidadão x educador

Para Libâneo (2005), a pedagogia configura-se como o campo de estudo

sistemático das práticas educativas realizadas na sociedade, que não ocorrem

isoladas das relações sociais e políticas, e nem culturais e econômicas, pois as

práticas educativas não são restritivas apenas a escola e a família. Lisita

(2007) em sua resenha afirma que essas práticas educativas ocorrem em todos

os contextos, de maneira institucionalizada ou não, o que pode caracterizar a

educação não formal. Educação que pode ser vivenciada no âmbito dos

Museus, com organização e intencionalidade.

Escola é um espaço e um tempo de produção de conhecimentos, cuja base é a prática da linguagem por sujeitos caracterizados por uma historicidade, subjetividade e individualidade. Portanto, é o lugar onde se produzem interações e, como tal, não é neutro, denota características políticas (FERREIRA, 2007, p. 36)

Inspirar-se na seguinte alegação é coerente, ‘quem não conhece o

passado não entende o presente e muito menos preverá os rumos do futuro’.

O conhecimento de fatos ocorridos, pensamentos e os produtos das

várias sociedades do passado, conduzem a uma melhor percepção da

sociedade de hoje. Isso engloba os aspectos antropológico, histórico, científico,

tecnológico, social, político, literário, bélico, filosófico e todos os outros

existentes; e isso não é exagero, pessoas que possuem essa ‘visão’

constituem uma consciência de entendimento de mundo mais amplo,

característica essa que coopera para ser um cidadão verdadeiramente pleno.

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22

A escola de hoje que é considerada um estabelecimento em que o seu

maior objetivo é ajudar transformar alunos em cidadãos ativos, através do qual

propiciando situações de aprendizagens desafiadoras para despertar a

curiosidade do saber, o senso crítico, interpretar leitura de contextos e

autonomia para construir o seu próprio conhecimento e capacidade de

pesquisa para buscar as informações eficientemente onde quer que elas

estejam; logo, para a escola cumprir esse objetivo, existe o personagem que

assume a mediação instigadora dessa construção que é o Educador-Professor,

e como tal para possuir essa competência de ajudar na jornada dos alunos a

se tornarem cidadãos plenos, nada mais lógico que no mínimo esse educador

seja uma pessoa instruída, ativa, capaz de fazer leitura de mundo, ou seja, um

cidadão pleno.

[...] ao falar sobre educação afirma que o ato de ensinar exige do educador uma disponibilidade para o diálogo, uma pré-disposição para as mudanças e o respeito e a aceitação pelas diferenças. Pois cada escola compõe-se do resultado do desenvolvimento de suas contradições (FREIRE, 2002, p. 78)

Como já foi dito em outras palavras, o entendimento do passado é

quesito de um cidadão pleno, esse entendimento não fica recluso apenas no

âmbito histórico, e sim transcende num âmbito tão extenso como a sociedade

em si, o entendimento do passado engloba naturalmente o artístico, científico,

filosófico, literário, enfim todos os aspectos da sociedade, um entendimento

amplo de mundo.

Desde os primórdios da humanidade, a cultura da sociedade é criada,

transmitida e reinterpretada pelos integrantes das gerações humanas que se

sucedem, uma após a outra, por milhares e milhares de anos até chegar em

nós. No princípio, antes mesmo da fala desenvolvida, os seres humanos

ensinavam uns aos outros pela demonstração do fazer de coisas e de atitudes

comportamentais (temos a certeza disso após inúmeras pesquisas realizadas

com grandes primatas, como bonobos, chimpanzés, orangotangos e gorilas).

Com a fala desenvolvida, a cultura irradiou-se mais intensamente pela

tradição oral, logo ou juntamente apareceram os primeiros indícios

incontestáveis de cultura de homo sapiens (nós) com a arte rupestre (desenhos

encontrados nas cavernas). O próximo passo foi com o início da formação das

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aldeias neolíticas com as primeiras construções simples de grandes blocos de

pedras distribuídas em fileiras ou círculos ou ainda sobrepostos uns sobre os

outros na tentativa de criar abrigos ou prováveis monumentos para fins

religiosos. Mas a civilização e sua cultura começaram a ter complexidade com

o início da formação das cidades, onde fez uma enorme diferença a invenção

do tijolo e da escrita. E com essa organização social, deu-se início as

atividades intelectuais mais apuradas, então a cultura e o conhecimento

passaram a ter uma forma eficiente de transmissão e principalmente de

armazenamento de conhecimentos, a escrita. Com a utilização da escrita para

registrar fatos e conhecimentos houve o armazenamento dessas escritas, ou

seja, as primeiras bibliotecas, obviamente que não havia o papel ou livros como

os atuais, e sim tabletes de argila, madeira, pedra, peles e o acesso a essas

escritas não era pública, mas mesmo assim podemos considerar bibliotecas.

Mas não foi só isso que passaram a guardar e zelar, sempre houve pessoas

com mais posses e poder, e essas pessoas tinham mais posses de utensílios,

vasos, lanças, ornamentos e outros. Onde começou acumular esses pertences,

por suas belezas, prazer ou mesmo para garantir que a outra geração pudesse

continuar usufruindo os mesmos. Essa percepção de necessidade de guardar e

zelar para manter a estética, utilidade e o contexto que foi produzido algo,

origina o pensamento que irá formar os futuros museus. E assim, foram

descobertas várias coleções, em todo o mundo e de todas as épocas. Mas o

primeiro museu moderno, assim considerado próximo aos moldes atuais é o

Ashmolean Museum de Oxford Inglaterra (séc. XVII), fruto de uma grande e

exótica coleção do jardineiro real e botânico John Tradescant.

A partir do século XVIII, as bibliotecas não são apenas as grandes

fontes de conhecimentos confiáveis, os museus também assumiram esse

papel, incentivando e mantendo a cultura com o zelo de guardar produtos mais

diversos e importantes oriundos de todo o mundo, revelando e trazendo para

nós outras culturas, aprofundando a nossa própria cultura e inclusive

incentivando o contato com as novas ciências. É óbvio que a partir do século

XX, com as comunicações radiofônicas e televisivas ouve muitas mudanças,

apesar de publicarem ou transmitirem algum conhecimento, mas no âmbito

geral esses instrumentos são para informar e entreter, assim como já era antes

os jornais impressos. E no final deste mesmo século, com o advento da

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internet, as mudanças aceleram-se intensamente, mas essa nova rede

tecnológica que já dominou todo o mundo, não tem um fim em si mesmo, por

mais útil que seja, é uma maravilhosa ferramenta, mas nada mais. Infelizmente

a grande maioria de sites e acessos da internet é completamente fútil, mas

para as pessoas interessadas em cultura e conhecimento através dela

usufruem um excelente veículo para o acesso da luz do saber, acessando

instituições que já forneciam esse tipo de oferta ou instituições que nasceram

nessa nova concepção de tecnologia que tem como o objetivo o acesso ao

conhecimento.

Apesar de todas as mudanças, os museus ainda não perderam o seu

‘reinado’ de local que proporciona acesso a cultura e de grande experiência

para qualquer pessoa, ao entrar em um museu, bem em sua frente está para

conhecer e admirar parte do contexto de uma cultura. E não é só do passado

que vive os museus, muitos deles são mantidos por universidades, que

pesquisam as mais variadas áreas e focos, mantendo os conhecimentos

passados e desenvolvendo e descobrindo novos saberes, trazendo o resultado

dessas inovações para a disposição das pessoas que visitam o museu.

Portanto, os museus são ambientes que transcendem áreas de

conhecimentos e épocas, descrevendo para o pedagógico, um ambiente

transdisciplinar de valorosa vivência e gerador de saberes, consequentemente,

uma excelente ferramenta para o auxílio do desenvolvimento cultural de uma

pessoa para um cidadão pleno. E como personagem mediador de formação de

cidadão que é o Educador, torna-se fundamental para a sua formação cultural

o convívio aos museus, para o seu próprio conhecer e para melhor

desempenhar sua missão.

2.2 Aprendizagem e a importância de espaços pedagógicos

Os museus têm um papel social muito importante, além dessa função,

com o passar do tempo foi estreitando a sua relação pedagógica com o seu

público, incentivado pela evolução da sociedade, tende a não ser apenas mais

um espaço onde somente valoriza a beleza, mas tem como responsabilidade

tornar um lugar de caráter passivo em um lugar de caráter ativo de influência

para o público.

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Desenvolver um programa de ação educativa em museus não é tarefa

fácil, perpassa inúmeros desafios, todavia é tão difícil fazer quanto possível, já

que “... o mundo não é. O mundo está sendo” (FREIRE, 1996, p. 76)

Também são através dos museus que é possível despertarem nas

pessoas suas próprias opiniões, reflexões, curiosidades, idéias para que isso

venha agregar valores no seu dia a dia.

Não existe assim discurso neutro, a expografia que o museu apresenta, resultado de uma pesquisa previa e as ações educativas desempenhadas pela instituição são permeadas de intenção, tudo foi baseado em pressupostos mesmo que isso não fique totalmente explicitado em um primeiro momento. (RAMOS, 2004, p. 73)

Organizar um roteiro de aprendizagem utilizando-se como contexto

visitas em museus torna-se necessário para tal organização, à capacidade

eficaz de educadores especialistas tanto em currículos interdisciplinares como

em museus, somente desse modo atingiria o objetivo de transformar o museu

em lugar de entreter o público e ao mesmo tempo formador de cultura, assim o

público pode usufruir ao máximo do que o museu tem a oferecer, porém

infelizmente esta não é a realidade no Brasil e em alguns lugares no mundo,

pois o quadro de funcionários na maioria das vezes não possui os atributos

citados acima e ainda muitos deles são atribuídas várias obrigações

profissionais dentro da instituição, sobrecarregando o funcionário, que

automaticamente influência na qualidade de atendimento ao público.

Os museus estão inseridos em um contexto de organização social, ou

seja, não é uma instituição a parte da sociedade, e sim uma instituição reflexiva

da cultura de onde está inserido, portanto faz-se necessário refletir como

melhor expor e que tipo exposição o museu deve realizar, e também seus

eventos educativos que rumos devem tomar para melhor atender a

comunidade.

2.3 O papel dos integrantes do museu no encaminhamento e na utilização

destes espaços pedagógicos

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26

As práticas educacionais de museus de qualquer natureza podem ser entendidas como formas de mediação que proporcionam ao público a possibilidade de interpretar objetos e o discurso expositivo sob várias perspectivas (GRINSPUM, 2000, p 54).

Para uma ação educativa de sucesso ocorrer, os integrantes do museu

deve conhecer o público alvo de acordo com os objetos pré-estabelecidos,

portanto um olhar cuidadoso do livro de registros de visitantes pode servir de

uma ferramenta valiosa de informação, principalmente se for bem elaborada e

coletar várias informações sobre o público que visitou e compará-las aos

eventos ligados as ações do museu, como números de visitantes, o que mais

gostaram e demais opiniões. Transformando simples informações em dados

tão reveladores como numa pesquisa de opinião. Os museus que não fazem

essa interpretação dos dados da visitação, infelizmente é a maioria, desperdiça

uma grande chance de conhecer melhor o público, e respectivamente a chance

de atendê-los de uma forma mais construtiva.

Os museus, para ensinar, poderiam explorar mais a materialidade dos

objetos. Muitas pessoas têm dificuldade de associar abstratamente o que foi

apresentado, em forma de texto ou narração. O objeto serve assim como uma

ilustração, uma constatação de determinado fato ou história. Sabemos que os

objetos são polissêmicos, tem significados diferentes para cada pessoa, o local

onde se encontrava, a época em que foi utilizado, a quem pertenceu, são

informações importantes que não podem ser perdidas, e que trazem um aporte

simbólico às peças que é muito importante. Não se trata de resgatar um

passado, mais sim de mostrá-lo no presente através de um suporte material.

(MENESES, 2000 p. 38)

A interação da cultura e integração social ao visitante deve ser o

enfoque do museu, sem a preocupação de impor uma tentativa de sensação de

uma determinada época, pois seria ilusório achar que a verdadeira

aprendizagem poderia ser imposta.

Induzir não pode ser sinônimo de aprendizagem, desrespeitando a livre

escolha e a construção do conhecimento pelo o público dos museus. No

entanto, o museu pode, assim como um professor deveria instigar ainda mais a

vontade de aprender e conhecer do visitante, ajudar no despertar da

imaginação e curiosidade, através dos sentidos que podem estar interagindo

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com o público, num movimento de reflexão de todo o contexto, de idas e vindas

da formação cultural que o visitante faz, e evitar ao máximo o ‘monopólio’ do

saber das instituições passadas que acarreta a apatia de interação.

Na visão ‘bancária’ da educação, o ‘saber’ é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber... Na concepção bancária [...], para a qual a educação é o ato de depositar, de transferir, de transmitir valores e conhecimentos, não se verifica nem pode verificar-se a superação. Pelo contrário, refletindo a sociedade opressora, sendo dimensão da ‘cultura do silêncio’, a educação bancária mantém e estimula a contradição... Não pode haver conhecimento, pois os educandos não são chamados a conhecer, mas a memorizar [...]. Não realizam nenhum ato cognitivo, uma vez que o objeto que deveria ser posto como incidência de seu ato cognoscente é pose do educador e não mediatizador da reflexão crítica de ambos. (FREIRE, 1987, p. 67)

Na visão atual, a capacidade de alternar opiniões ou modificá-las,

demonstra preocupação de evoluir, sem medo de assumir os erros, as opiniões

de verdades absolutas do passado devem ficar apenas no passado, e os

integrantes dos museus que ainda não se adaptaram a esse pensamento,

precisam rever seus conceitos. Pois todo evento educativo dentro de um

museu faz parte de um grande processo social e cultural da aprendizagem,

onde o acesso a esse conhecimento é de direito a qualquer cidadão.

E dentro de todo esse importante processo, o museu assume uma

função coerente, através de sua capacidade de instigação da curiosidade do

saber levando a construção do conhecimento do próprio ser, sempre através

do diálogo direto ou indireto. Lembrando que todo museu assim como qualquer

instituição pertencente à sociedade, possui a sua individualidade perante

outros museus, e um contexto não serve de ‘cartilha’ para outro, portanto, faz-

se necessário que cada museu ache o seu caminho de trabalho juntamente

com a comunidade onde está inserido.

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CAPÍTULO III

MUSEU VIRTUAL X WWW.NETMUSEU.COM

3 A ERA DOS MUSEUS VIRTUAIS E O CONSEQUENTE ‘WWW.NETMUSEU.COM’

Como já mencionado e citado durante todo esse estudo, os museus que

são uma fonte clássica de conhecimentos, onde nunca perderam sua

magnificiência na concepção de cultura e tão óbvios como espaços de

aprendizagens. Logicamente muitas dessas instituições de todo o mundo,

acompanharam as mudanças requeridas da era digital – virtual. Desde meados

dos anos 90, onde a difusão da internet foi rápida e dominante no cenário

mundial, muitos museus seguiram essa nova necessidade social e

inauguraram seus ‘sites’, normalmente como uma espécie de forma básica de

divulgação da própria instituição, como localização, quais as temáticas dos

acervos, história do próprio museu, contatos para reserva de entradas, e assim

por diante. Mas algumas instituições foram mais além do que essa forma

básica de divulgação, e tiveram o bom senso de colocar partes consideráveis

de seus acervos (com fotos digitais) para exposição on-line através dos seus

‘sites’, lançando uma nova era na veiculação da museologia, as galerias

virtuais, pois os mentores dessa evolução tinham o sábio entendimento que

essa nova categoria de visitação não iria prejudicar a visitação ‘física’

convencional aos museus, já que a visita convencional é insubstituível, por

suas sensações e experiências únicas do contato real com a cultura. Para

aumentar a sensação de realidade nas visitas virtuais, alguns museus

atualmente contam com um sistema de visitação virtual mais evoluído com

câmeras panorâmicas de 360° e/ou digitalização de todo o ambiente do museu

e não apenas os acervos como eram no início, batizado comumente com o

nome de ‘tour virtual’, criando assim uma sensação mais ‘real’ da visita, e isso

só foi possível, graças aos curadores, colaboradores e outros órgãos

governamentais ou privados que financiaram esse tipo de projeto, conscientes

dos direitos dos cidadãos ao convívio de museus, e tecnologicamente

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mencionando, só foram possíveis devidos a algumas inovações, novas

câmeras digitais de imagens que cada vez com mais e melhores recursos e

com preços acessíveis, e, a maior capacidade de tráfico da internet desde

alguns anos, nos anos 90, não seria funcional esse tipo de acesso ‘tour virtual’

através de modems telefônicos com capacidade de 56kbps de transmissão

(antiga internet discada) de imagens de câmeras de 360° ou digitalização

completa do ambiente, nessa época era apenas funcional a exposição de fotos

de acervos, as galerias virtuais.

Vivemos em uma sociedade de informação e ensinar utilizando a internet pressupõe um professor diferente, sobrecarregado de informações advindas tanto da sua própria experiência pessoal como dos seus alunos, tendo um perfil animador e coordenador de atividades e integrador. A própria escola deve ser um local de debates, discussões e interpretações críticas dos saberes em mutação preocupando-se com a construção do sujeito do saber significativo, constituindo-se em escola ao longo da vida (WISSMANN, 2002, p. 35).

O museu é uma instituição essencialmente sem fins lucrativos, que

possui em seu âmago, a missão de conservação e difusão de cultura da

sociedade para a própria sociedade, ou seja, os cidadãos têm o direito de ter

acesso irrestrito à cultura dos museus, preferencialmente sem cobranças

monetárias para o acesso.

Essa nova forma de acesso virtual aos acervos de museus, veio para

aumentar as possibilidades de contato das instituições às pessoas, apesar de

não ser a visitação real com o seu rol de vivências, a visitação virtual tornou-se

uma solução alternativa altamente viável de considerável qualidade, uma

verdadeira ‘luz no fim do tunel’ para quem gostaria de visitar um bom museu,

mas não possui tempo disponível e/ou condições financeiras para tal, pois

imaginem um brasileiro de média ou baixa renda querendo visitar um museu da

Holanda, ou um brasileiro do estado de Roraima com vontade de visitar um

museu histórico de Ouro Preto em Minas Gerais, portanto, oferecer atualmente

uma boa opção virtual de visitação tornou-se uma obrigação de consciência

social de cada museu.

Diante de todo esse contexto, surge o site ‘www.netmuseu.com’, pois

esse site não é um museu virtual ou físico e nem um projeto financiado por

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alguma instituição que digitaliza museus reais para acessos virtuais, e sim,

uma ideia simples, mas autêntica, objetiva e funcional que auxilia qualquer

pessoa disposta a conhecer um bom museu virtual.

(...) é preciso que a diretores e professores seja dada a oportunidade de conhecer, compreender e, portanto escolher as formas de uso da informática a serviço do ensino... é preciso que o professor saiba avaliar esses programas a fim de poder selecioná-los para o uso em aula, adequando-os à sua programação metodológica(...) (COX, 2003, p. 43)

Trata-se de um projeto sem fins lucrativos, uma espécie de guia de fácil

navegação, gratuito e on-line de museus, uma coletânea mundial minuciosa de

links de museus virtuais, nos quais os museus relacionados que fazem parte

dessa coletânea apresentam as seguintes características:

Acervos de notável importância;

Quantidade razoável ou grande de imagens dos acervos para

exposição;

Tour virtual que possibilita a sensação de estar dentro de algum

museu, monumentos históricos e/ou religiosos de grande

importância para a humanidade;

Ter acesso gratuito e não complicado.

Logo, ‘www.netmuseu.com’ é um site de função benéfica em duplo

sentido, como divulgador gratuito de museus, prestigiando-os pelos serviços

gratuitos e de qualidade que já eram oferecidos por essas magníficas

instituições através da divulgação dos mesmos, e ao mesmo tempo

incentivando e auxiliando pessoas a aproximá-las aos museus virtuais. Como

uma minuciosa seleção de museus virtuais da internet mundial, essa coletânea

é fruto de muitas e muitas horas de pesquisa, horas essas de pesquisas que

são poupadas para quem acessa o ‘www.netmuseu.com’ e está interessado

em visitar os mais diversos museus virtuais de qualidade do Brasil e do mundo.

O conhecimento através do computador tem sido denominado por Papert de construcionismo. Ele usou esse termo para mostrar outro nível de construção do conhecimento, a construção do conhecimento que acontece quando o aluno

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constrói um objeto de seu interesse, como uma obra de arte, um relato de experiência ou um programa de computador (PAPERT, 1986, p. 33)

Como já mencionado, ‘www.netmuseu.com’ não criou nenhum museu e

não é proprietário de direitos sobre os museus citados na coletânea, está

apenas divulgando gratuitamente e sem fins lucrativos o belíssimo trabalho

dessas instituições, pois elas possuem seus próprios ‘sites’, e os seus acessos

virtuais ao público são completamente independentes de existir ou não o site

‘netmuseu.com’, o que faz o ‘www.netmuseu.com’ é citar o nome museu e

‘linkar’ o visitante (quando acionado) ao site oficial do museu (direcioná-lo) para

o internauta aproveite dos serviços oferecidos pelo site oficial do museu

escolhido. A intenção não é e nunca foi do ‘www.netmuseu.com’ de usurpar os

serviços virtuais dos museus, finalidade de lucro ou qualquer outro tipo de má

fé, para afirmar a boa intenção acadêmica para com os museus e a todos foi

registrado em novembro de 2012 no cartório oficial da cidade de Lins-SP essa

iniciativa e suas intenções acadêmicas sem fins lucrativos comprometidas

somente com a Educação gratuita, que é direito de qualquer cidadão.

Para Valente, o que contribui para a diferença entre essas duas maneiras de construir o conhecimento é a presença do computador, o fato de o aprendiz estar construindo algo através do computador (computador como ferramenta). O uso do computador requer certas ações que são bastante efetivas no processo de construção do conhecimento. Quando o aprendiz está interagindo com o computador ele está manipulando conceitos e isso contribui para o seu desenvolvimento mental (VALENTE, 1999, p. 73)

Apesar de já existir as ofertas citadas de visitação virtuais dos museus

ou monumentos históricos muito antes de existir o ‘www.netmuseu.com’, ele foi

criado justamente pelo notado não conhecimento dos cidadãos por esses tipos

de ofertas de benefícios culturais, e principalmente e mais alarmante pelo

desconhecimento dos Educadores, que justamente são mediadores de cultura

e conhecimento para a formação de cidadãos, que se encontravam

‘desconectados’ dessa inclusão virtual de cultura. Portanto, para incentivar o

convívio de museus aos Educadores, para nada serviria um discurso teórico

vazio, e sim algo que fosse apresentado a eles, que realmente facilitassem

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suas buscas e pesquisas para tais instituições que já fossem selecionadas

virtualmente pela suas boas qualidades, centralizadas num único lugar, sem

perder tempo com sites que não trouxessem nada de importante, e, ao mesmo

tempo tudo também selecionado pelos quesitos facilidade de navegação e sem

necessidade de pagamentos, abreviando muitas horas de pesquisas, já que o

tempo é um bem precioso que a maioria dos Educadores cada vez tem menos,

devido ao seu cotidiano agitado.

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CAPÍTULO IV

A PESQUISA

4 PESQUISA DE CAMPO COM PROFESSORES (EDUCADORES)

Para a realização da pesquisa foram entrevistados Educadores de duas

grandes escolas estaduais da cidade de Lins, sendo: EE. Prof. Jorge

Americano e EE. Fernando Costa, que apresentam o seguinte perfil:

Escola um: EE. Fernando Costa.

Fundamental Ciclo II e Ensino Médio.

Localização: Lins-SP – Região central.

Números de alunos matriculados: 1.053 alunos,

509 de Ensino Fundamental e 544 de Ensino Médio.

Períodos de funcionamentos: manhã, tarde e noite.

Escola 2: EE. Prof. Jorge Americano

Fundamental Ciclo I.

Localização: Lins-SP – Região central.

Números de alunos matriculados: 714 alunos.

Períodos de funcionamentos: manhã e tarde.

Perfazendo um total de 68 Professores entrevistados, através desses

profissionais representando todas as áreas de disciplinas existentes na

Educação Básica de escolas públicas do estado de São Paulo.

A pesquisa ocorreu durante o mês de abril de 2013, utilizando de dois

momentos: no primeiro momento no início do mês, em um dia de reunião

pedagógica, onde todos os professores encontravam-se presentes, e, através

de um questionário de cinco perguntas, os educadores responderam sobre a

importância dos museus, a frequência de contato aos museus e os empecilhos

que atrapalham o convívio de tais instituições.

Os resultados dessa pesquisa foram convertidos em porcentagem

conforme representam os gráficos abaixo juntamente com as respectivas

perguntas:

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4.1 Você já foi em algum Museu de renome?

Gráfico 1: Visita a museu de renome

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

Dos professores entrevistados, infelizmente somente 4,5% já visitaram e

continuam a visita frequentemente. Nunca foram a um museu 31% dos

entrevistados, poucas vezes 51,5% e finalmente, 13% responderam às vezes.

4.2 Quando você não vai a um museu famoso é porque...

Gráfico 2: Motivo por não visitar museu famoso

1,5% Não Gosto

13% Posso pagar, masnão vou por falta detempo.

85,5% Pela falta deoportunidade geradapela grande distânciae custo elevado.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

31% Nunca

51,5% Poucasvezes13% Às vezes

4,5%Frequentemente

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Conforme mostra o gráfico acima nessa questão pode-se perceber que

85,5% dos entrevistados gostariam de frequentar um museu, não fazem por

falta de oportunidade, distância e alto custo. Pode pagar, ma não tem tempo

somente 13% e somente 1,5% responderam não gostar.

4.3 Você acha importante para a formação cultural e pessoal do professor

ter acesso a museus?

Gráfico 3: Importância da formação cultural e pessoal

88% Muito Importante.

12% MediamenteImportante.0% Pouco importante.

0% Não é importante.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

Quanto a importância do museu para a formação cultural e pessoal do

professor 88% dos entrevistados responderam ser muito importante e 12% dos

professores julgaram ser mediamente importante.

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4.4 Qual o tipo temático que mais te atrai ou atrairia em um museu?

Gráfico 4: Tipo temático que atrai ou atrairia em um museu

05

10152025303540

38 A

rte

34 H

istó

rico

25A

rque

olog

ia

19 S

ocia

isH

uman

os

19 C

iênc

ias

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

Por ser uma questão a qual os professores puderam optar por várias

opções ao mesmo tempo, como demonstra o gráfico 4, primeiramente aparece

a Arte, em seguida Histórico, Arqueologia, Sociais Humanos e Ciências

sucessivamente. Esses foram os tipos temáticos de museus mais votados.

4.5 Se fosse apresentada a você uma alternativa virtual de acesso a museus

importantes do Brasil e do mundo, que seja fácil, objetivo e gratuito,

provavelmente sua reação seria...

Gráfico 5: Alternativa virtual de acesso a museus importantes do Brasil e

do mundo

1,5% Ignorar.

10% Apenasexperimentar.

31% Experimentar afundo.

57,5% Tornar-se umfrequentador.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

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Nesta questão um número elevado de professores disseram que

tornariam um freqüentador 57,5%, seguido de 31% dos professores que

experimentariam a fundo, 10% apenas experimentariam e somente 1,5% iriam

ignorar.

4.6 Parecer das respostas do 1º questionário

Através das respostas obtidas desse primeiro questionário percebe-se

que:

A média de quantidades de visitas a museus importantes é muito

baixa.

Os grandes obstáculos ao convívio de museus são as grandes

distâncias e os custos elevados.

Todos os Educadores entrevistados possuem a plena consciência de

que museus são importantes para a sua formação cultural, mesmo

aqueles que alegaram não gostar de museu.

Os Educadores possuem interesses específicos em algum tipo de

área de museus.

98,5% dos Educadores estão dispostos a utilizarem uma ferramenta

virtual que possibilite o convívio alternativo de museus.

Em seguida dos educadores responderem esse primeiro questionário,

foi apresentado a eles, o ‘www.netmuseu.com’, o site desenvolvido para

facilitar e incentivar o convívio dos educadores aos museus virtuais, através de

uma coletânea de alta qualidade de sites de museus e monumentos históricos

de todo o mundo que oferecem visitações gratuitas de seus acervos e

dependências. Classificando e organizando os links de museus virtuais de

acordo com o tipo de visitação que os sites oficiais dos museus oferecem e não

de suas temáticas, em ‘Tour’ onde há sensação de estar caminhando dentro

das dependências dos museus através de câmeras panorâmicas de imagens

de 360° do ambiente, dentre eles, o ‘Tour Religioso’ para monumentos

religiosos históricos, ‘Tour Mundo’ para museus e monumentos históricos

internacionais e para os nacionais ‘Tour Brasil’; e para os museus que

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oferecem pelo menos uma parte considerável dos seus acervos para exposição

on-line através de fotos, foram classificados como ‘Galerias’, ‘Galerias Brasil’

para museus nacionais e ‘Galerias Mundo’ para os museus internacionais.

Passado dez a quinze dias foram procurados os mesmos educadores

que foram entrevistados na primeira pesquisa, dos encontrados, responderam

a segunda parte da pesquisa, concluindo o ciclo de pesquisa.

Esse segundo questionário consiste em seis perguntas, onde foi

perguntado se os educadores visitaram o site apresentado, o que acharam

sobre a organização, facilidade e clareza dos itens, e, se acharam esse site

uma ferramenta pedagógica para ser utilizado em sala de aula e também como

facilitadora para a formação cultural dos mesmos.

Os resultados dessa pesquisa foram convertidos em porcentagem

conforme representam os gráficos abaixo juntamente com as respectivas

perguntas:

4.7 Ao ser apresentado o www.netmuseu.com, você visitou:

Gráfico 6: Visita ao saber do conhecimento do netmuseu

20% Várias vezes evai continuarvisitando.55% Uma vez mas irávisitar mais vezes.

0% Uma vez e nãovisitará mais vezes.

20% Nenhuma vez,mas irá visitar.

5% Nenhuma vez enão tenho interesse.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

Sobre esta questão, 75% visitaram o site pelo menos uma vez e

continuaram visitando, 20% declararam que ainda não houve tempo suficiente

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para visitar o site, mas irá visitar, e apenas 5% não visitaram e não tem

interesse de visitar.

4.8 Quanto a facilidade de navegação e entendimento do site, você achou:

Gráfico 7: Facilidade de navegação e entendimento do site

86,5% De fácilentendimento enavegação.

13,5 Dificuldade média deentendimento enavegação.

0% Difícil entendimento enavegação.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

Dos educadores entrevistados, 86,5% dos entrevistados acharam o site

de fácil entendimento e navegação, enquanto 13,5% em vez de fácil,

classificaram como ‘mediana’ o entendimento e facilidade.

4.9 A classificação que foi utilizada para agrupar os museus foi:

‘Tour’ para visitações virtuais, dentre eles ‘Religioso’ para lugares

históricos ligados a religião (Igrejas antigas), ‘Brasil’ museus brasileiros

que oferecem esse serviço, ‘Mundo’ museus internacionais que também

oferecem esse serviço.

‘Galerias’ onde o acervo é mostrado através de fotos das obras e peças,

dentre eles ‘Brasil’ de museus brasileiros e ‘Mundo’ de museus internacionais.

Dessa classificação do site citada acima você achou:

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Gráfico 8: Classificação de galerias

80% Clara e objetiva.

20% Mediamenteorganizado, comobjetivos que precisãoser melhorados.0% Completamentedesorganizado.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

A organização dos itens internos do site foi julgada nessa questão, no

qual 80% acharam claras e objetivas e 20% acharam mediamente organizado

e precisam ser melhorados.

4.10 Você achou que o www.netmuseu.com pode ser considerado uma

ferramenta alternativa de boa qualidade para aproximar a uma realidade

virtual de cultura e conhecimento para qualquer pessoa:

Gráfico 9: Ferramenta alternativa de boa qualidade

95% Sim.

0% Mais ou menos.

5% Não.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

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Nessa questão foi perguntado aos educadores se eles acharam o site

como uma ferramenta alternativa de aproximação de uma cultura virtual para

qualquer pessoa, independente de idade, profissão, escolaridade, etc. 95% dos

educadores entrevistados confirmaram o site como uma boa alternativa, e

apenas 5% negaram.

4.11 Agora, você acha importante para a sua formação cultural como

professor ter tido esse tipo de acesso a museus?

Gráfico 10: Importância para a formação cultural

86,5% Muito importante.

13,5% Mediamenteimportante.

0% Pouco importante.

0% Não é importante.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

De todas as perguntas dos questionários, essa é a que elucida

diretamente ao maior propósito de todo esse trabalho, perguntando

objetivamente se esse tipo de acesso a museus (virtual) torna-se importante a

própria formação cultural de quem foi perguntado, desses 86,5% consideraram

muito importante enquanto 13,5% mediamente importante e nenhum educador

considerou pouco importante ou que não seja importante.

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4.12 Quanto à sala de aula, o www.netmuseu.com serviria para trabalhar na

exploração de seus links com os alunos:

Gráfico 11: Utilidade do netmuseu para ser explorado em sala de aula

86,5% Sim.

13,5% Mais ou menos.

0% Não.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

Nessa pergunta, foi questionado se os links do site serviriam como uma

ferramenta pedagógica para os alunos no processo ensino-aprendizagem, dos

educadores entrevistados 86,5% consideraram que sim, enquanto 13,5%

acharam que ‘mais ou menos’ e nenhum negou essa possibilidade de

utilização.

4.13 Parecer final sobre a pesquisa

Ao terminar o segundo momento de pesquisa conclui-se que:

Após a apresentação do site, a maioria absoluta dos educadores

visitaram o site uma ou mais vezes, gostaram e continuarão visitando. Um

quinto dos educadores ainda não visitou por falta de tempo, mas alegaram

interesse pelo site, e, apenas 1 em cada 20 educadores alegaram não estar

interessado em conhecer o site.

A organização dos itens do site, a clareza de objetivos e facilidade de

navegação foram consideradas ideal por mais de 80% dos educadores

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entrevistados, apenas menos de 20% alegaram essa organização mediana e

que precisam ser melhorados.

O ‘www.netmuseu.com’ foi considerado por 95% dos educadores

entrevistados que visitam o site como uma ferramenta alternativa de boa

qualidade para aproximar a uma realidade virtual de cultura e conhecimento

para qualquer pessoa, independente da idade, profissão e escolaridade.

86,5% dos entrevistados consideraram o tipo de serviço que oferece o

netmuseu.com importante para a própria formação cultural, o restante da

porcentagem dos educadores acham razoavelmente importante, mas nenhum

achou pouco ou nada importante. E essa mesma divisão de porcentagem de

educadores, consideraram o serviço oferecido pelo site como uma ferramenta

pedagógica válida para o processo ensino-aprendizagem dos alunos em quase

todos os níveis e áreas da escolarização.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Esse estudo teve como base uma pesquisa sobre o tema Museu na

formação do Educador, a proposta foi produzir uma ferramenta alternativa para

atender o objetivo geral, ou seja, uma tentativa real de ajudar na solução da

situação problema do estudo, nada mais do que uma Proposta de Intervenção.

Portanto, o ‘www.netmuseu.com’ é uma intervenção dinâmica e autêntica, mas,

para sua eficácia, percebeu-se durante todo o estudo, que não basta apenas

estar pronto e operante, e sim fará muita diferença a divulgação entre os

Educadores, afinal, seria improvável aos mesmos utilizarem uma ferramenta

que não conhecem, mesmo sendo uma ferramenta gratuita.

Portanto, a Proposta de Intervenção desse estudo, trata-se de uma

situação atípica, que é a divulgação do site do projeto entre a sociedade e

principalmente entre os Educadores que é o público alvo. Pois como constou,

os resultados das pesquisas que revelaram que todos dos Educadores têm

plena consciência da importância dos museus em suas formações culturais, ou

seja, basta apresentar-lhes uma ferramenta de fácil acesso, gratuito e de

qualidade para que todos possam ser beneficiados, sendo assim, ocasionando

naturalmente o convívio de museus virtuais e consequentemente toda a sua

gama de benefícios.

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CONCLUSÃO

O presente estudo possibilitou uma visão mais aprofundada sobre o

convívio de Educadores aos museus de renomes, antemão já era perceptível o

grande entrave a esse convívio, altos custos financeiros e de tempo gerado

pela distância a essas instituições da maioria dos Educadores, confirmado esse

entrave pela pesquisa de campo e as consequentes poucas visitas aos

museus. De acordo com a pesquisa, foi revelado que os Educadores possuem

o entendimento de que os museus são uma grande fonte de cultura e cidadania

e que constituem ou deveriam constituir uma fonte para sua formação, logo,

descartando estrategicamente a necessidade de um insistente discurso de

convencimento nesse específico aspecto. Já a selecionada coletânea on-line

de links de sites de museus virtuais de todo o mundo, organizadas numa

concepção pedagógica objetiva, mas sem descartar o caráter acadêmico e

uma ‘roupagem’ profissional, o site: ‘netmuseu.com’. Criado justamente para

atender o objetivo geral desse estudo, que segundo a pesquisa, foi aceito e

confirmado pela grande maioria entrevistada como uma ferramenta pedagógica

alternativa de facilitar a aproximação dos Educadores ao convívio de museus

virtuais, paralelamente reforçando naturalmente a importância dos museus da

formação cultural e a uma melhor formação cultural.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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ANEXO 1- Questionário sobre o tema Museu

Dirigido aos Educadores de Ensino Fundamental e Médio

1. Você já foi em algum Museu de renome?

( ) Nunca. ( ) Poucas vezes. ( ) Às vezes. ( ) Frequentemente.

2. Quando você não vai a um museu famoso é porque...

( ) Não gosto. ( ) Posso pagar, mas não vou por falta de tempo.

( ) Pela falta de oportunidade gerada pela grande distância e custo elevado.

3. Você acha importante para a formação cultural e pessoal do professor ter acesso a

museus?

( ) Não é importante. ( ) Pouco importante.

( ) Mediamente importante. ( ) Muito importante.

4. Qual tipo temático que mais te atrai ou atrairia em um Museu ?

( ) Arte. ( ) Arqueologia. ( ) Bélico. ( ) Ciências. ( ) Equipamentos e

Utensílios em Geral. ( ) Esportes. ( ) Histórico. ( ) Literário.

( ) Sociais e Humanos. ( ) Transportes. ( ) Zoologia.

( ) Nenhum. ( ) Outros / cite:__________________ .

5. Se fosse apresentado a você uma alternativa virtual de acesso a museus

importantes do Brasil e do mundo, que seja fácil, objetivo e gratuito, provavelmente

sua reação seria...

( ) Ignorar. ( ) Apenas experimentar. ( ) Experimentar a fundo.

( ) Torna-se um freqüentador.

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ANEXO 2 - Questionário sobre o netmuseu.com

1. Ao ser apresentado o netmuseu.com, você visitou:

( ) Várias vezes e vai continuar visitando.

( ) Uma vez mas irá visitar mais vezes.

( ) Uma vez e não visitará mais vezes.

( ) Nenhuma vez, mas irá visitar.

( ) Nenhuma vez e não tenho interesse.

2. Quando a facilidade de navegação e entendimento do site, você achou:

( ) De fácil entendimento e navegação.

( ) Dificuldade média de entendimento e navegação.

( ) Difícil de entendimento e navegação.

3. A classificação que foi utilizada para agrupar os museus foi:

“Tour” para visitações virtuais, dentre eles “Religioso” para lugares históricos ligados a

religião (Igrejas antigas), “Brasil” museus brasileiros que oferecem esse serviço,

“Mundo” museus internacionais que também oferecem esse serviço.

“Galerias” onde o acervo é mostrado através de fotos das obras e peças, dentre eles

“Brasil” de museus brasileiros e “Mundo” de museus internacionais.

Dessa classificação do site citada acima você achou:

( ) Clara e objetiva.

( ) Mediamente organizado, com objetivos que precisão ser melhorados.

( ) Completamente desorganizado.

4. Você achou que o netmuseu.com pode ser considerado uma ferramenta

alternativa de boa qualidade para aproximar a uma realidade virtual de cultura e

conhecimento para qualquer pessoa:

( ) Sim. ( ) Mais ou menos. ( ) Não.

5. Agora, Você acha importante para a sua formação cultural como professor ter tido

esse tipo de acesso a museus?

( ) Não é importante. ( ) Pouco importante.

( ) Mediamente importante. ( ) Muito importante.

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6. Quanto a sala de aula, o netmuseu.com serviria para trabalhar na exploração de

seus links com os alunos:

( ) Sim. ( ) Mais ou menos. ( ) Não.

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APÊNDICES

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Figura 3: Ashmolean Museum – Oxford - Inglaterra

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Oxford_-_Ashmolean_Museum_-_columns.jpg

Foto postada por Remi Mathis - acessado em 14/04/2013

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Figura 4: Museu do Louvre - Paris - França

http://m.publico.pt/Detail/1572739

Foto da Redação Público Comunicação Social (P m.publico.pt) - acessado em 14/04/2013

Figura 5: Museu de Arte de São Paulo (MASP) / SP - Capital

http://vivabem.band.uol.com.br/turismo/?page=2

da Redação da Viva Bem – Turismo - Foto: Antônio Milena/AE - acessado em 13/04/2013

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Figura 6: Museu do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano – Recife - PE

http://www.institutoarqueologico.com.br

Foto: arquivo de fotos do museu de 1918 - acessado em 14/04/2013

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Figura 7: Imagem do ‘www.netmuseu.com’, o site que foi desenvolvido para atender o objetivo de auxiliar na aproximação do Educador aos museus virtuais, uma verdadeira coletânea de links de museus virtuais nacionais e internacionais.

http://www.netmuseu.com

acessado em 14/04/2013