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Entre 1750 e1777, Portugal foi governado pelo rei dom José I. Nesse período, a produção aurífera brasileira atingiu o auge, mas logo depois começou a declinar. Com a mineração, toda a sociedade colonial passou por profundas transformações. Enquanto, isso Portugal mantinha uma política de dependência em relação às principais potenciais europeias, sobretudo a Inglaterra. Ao assumir o governo, dom José I nomeou como ministro dos Negócios Estrangeiros Sebastião José de Carvalho e Melo futuro marquês de Pombal. Conhecido diplomata, com o tempo ele se tornaria uma espécie de primeiro-ministro e a principal figura do governo português. Em sua gestão, Pombal pôs em prática um vasto programa de reformas, cujo objetivo era racionalizar a administração sem enfraquecer o poder real. Para atingir essa meta, o ministro incorporou as novas ideias divulgadas na Europa pelos iluministas, mas ao mesmo tempo conservou aspectos do absolutismo e da política mercantilista.
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O NOVO MAPA DO BRASIL
Entre 1750 e1777, Portugal foi governado pelo rei dom José I. Nesse
período, a produção aurífera brasileira atingiu o auge, mas logo depois
começou a declinar. Com a mineração, toda a sociedade colonial passou por
profundas transformações. Enquanto, isso Portugal mantinha uma política de
dependência em relação às principais potenciais europeias, sobretudo a
Inglaterra. Ao assumir o governo, dom José I nomeou como ministro dos
Negócios Estrangeiros Sebastião José de Carvalho e Melo futuro marquês de
Pombal. Conhecido diplomata, com o tempo ele se tornaria uma espécie de
primeiro-ministro e a principal figura do governo português.
Em sua gestão, Pombal pôs em prática um vasto programa de reformas,
cujo objetivo era racionalizar a administração sem enfraquecer o poder real.
Para atingir essa meta, o ministro incorporou as novas ideias divulgadas na
Europa pelos iluministas, mas ao mesmo tempo conservou aspectos do
absolutismo e da política mercantilista.
1. AS REFORMAS DE POMBAL.
Como primeiro-ministro, o marques de pombal cuidou de toda a
administração do Estado português. Trabalhou para fortalecer o poder real,
racionalizar a administração, a libertar Portugal da dependência da Inglaterra e
desenvolver a administração colonial. Durante seu governo, Pombal enfrentou
muitas dificuldades, como a reconstrução de Lisboa, quase destruída em 1755
por um terremoto que deixou um saldo de 40 mil mortos.
Precisou enfrentar também o declínio da produção de ouro e a queda
nos preços dos principais produtos agrícolas exportados pela colônia
americana, como o açúcar e o tabaco. A pesar dos problemas, Pombal levou a
cabo um ambicioso programa de reformas. Entre outras realizações, seu
governo procurou fortalecer o produtor nacional em relação à concorrência
estrangeira, incrementar o comércio colonial e incentivar o desenvolvimento
das manufaturas. No âmbito dessa política, em 1756 foi criada a Companhia
para a Agricultura das Vinhas do Alto Douro, à qual o ministro concedeu
isenção de impostos nas exportações e no comércio com a colônia.
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Em 1773, surgia a Companhia Geral das Reais Pescas do Reino do
Algarve, destinada a controlar a pesca no sul de Portugal. Ao mesmo tempo,
Pombal criou estímulos fiscais para a instalação de pequenas manufaturas
voltadas ao mercado interno português, do qual faziam parte também as
colônias. Essa política protecionista englobava medidas que favoreceu a
importação de matérias-primas e encareciam os produtos importados similares
aos de fabricação portuguesa. Como resultado, surgiram no reino centenas de
pequenas manufaturas produtoras dos mais diversos bens.
O ministro fundou também o Banco Real em 1751, e estabeleceu uma
nova estrutura para administrar a cobrança de impostos, centralizada pela Real
Fazenda de Lisboa, sob seu controle direto. A ação reformadora de Pombal
estendeu-se ainda ao âmbito da política e do Estado. Nesse campo, o primeiro-
ministro empenhou-se no fortalecimento do absolutismo do rei e no combate a
setores e instituições que poderiam enfraquecê-lo. Diminuiu o poder da Igreja,
subordinando o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) ao Estado e, em 1759,
expulsou os jesuítas da metrópole e da colônia, confiscando seus bens, sob a
alegação de que a Companhia de Jesus agia como um poder autônomo dentro
do Estado português. A política repressora e centralizadora de pombal fez com
que setores da nobreza reagissem, tentando assassinar o rei. O atentado não
chegou a se consumar, mas serviu de pretexto para Pombal prender grande
número de aristocratas, alguns dos quais foram condenados à morte. Na esfera
da educação, Pombal introduziu importantes mudanças no sistema de ensino
do reino e da colônia, que até essa época estava sob a responsabilidade da
Igreja, passando-o ao controle do Estado. A Universidade de Évora, por
exemplo, pertencente aos jesuítas, foi extinta, e a Universidade de Coimbra
sofreu profunda reforma, sendo totalmente modernizada.
Pombal e o Brasil:
Na visão do governo português, a administração da colônia devia ter
sempre como meta a geração de riquezas para o reino. Esse princípio não
mudou sob a administração de pombal. O regime de monopólio comercial, por
exemplo, não só se manteve como foi acentuado para se obter maior eficiência
na administração colonial. Em 1755 e 1759, foram criadas, respectivamente, a
Companhia Geral e Comércio do Grão-Pará e Maranhã e a Companhia Geral
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de Comércio de Pernambuco e Paraíba, empresas monopolistas destinadas a
dinamizar as atividades econômicas no Norte e Nordeste da colônia.
Na região mineira, Pombal instituiu a derrama em1765, com a finalidade
de obrigar os mineradores a pagarem os impostos atrasados. As maiores
alterações, porém, ocorreram na esfera político-administrativa e na
Educação. Em 1759, o regime de capitanias hereditárias foi definitivamente
extinto, com a incorporação de todas elas aos domínios da Coroa portuguesa.
Quatro anos depois, em 1763, a sede do governo-geral da colônia foi
transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, cujo crescimento sinalizava o
deslocamento do eixo econômico do Nordeste para a região Centro-sul.
Com a expulsão dos jesuítas do Império Português, Pombal determinou
que a educação na colônia passasse, a ser, transmitida por leigos nas
chamadas aulas régias. Até então, o ensino formal estivera a cargo da Igreja. O
ministro regulamentou ainda o funcionamento das missões, afastando os
padres de sua administração, e criou, em 1757, o Diretório, órgão composto de
homens de confiança do governo português, cuja função era gerir os antigos
aldeamentos. Complementando esse “pacote” de medidas, Pombal procurou
dar maior uniformidade cultural à colônia, proibindo a utilização da língua geral
(uma mistura das línguas nativas com o português) e tronando obrigatória o
uso do idioma português.
Depois de Pombal:
Em 1777, com a morte de dom José I, subiu ao trono dona Maria I, que
afastou Pombal do governo. A queda do ministro foi comemorada por todos os
opositores, que finalmente podiam voltar ao poder: os ingleses, os
comerciantes portugueses que não tinham acesso aos monopólios, à nobreza
e o clero. Como o retorno desses grupos, muitas das medidas tomadas por
Pombal foram anuladas. Na colônia portuguesa da América, por exemplo, o
governo da metrópole suspendeu o monopólio das duas companhias de
comércio. Em 1785, baixou também um alvará proibindo a produção
manufatureira na colônia, com exceção do fabrico de tecidos grosseiros para
uso dos escravos. Essa decisão, ao lado de outras de caráter restritivo, tornava
a política colonial ainda mais rigorosa, o que aumentou o descontentamento
dos luso-brasileiros ante a dominação da Coroa Portuguesa.
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2. O RENASCIMENTO AGRÍCOLA.
As medidas de Pombal favoreceram o crescimento e a diversificação
das exportações agrícolas da colônia portuguesa, estimuladas também por
uma conjuntura mundial favorável. Com o inicio da Revolução Industrial, era
cada vez maior a demanda de matérias-primas na Europa. E, favorecendo a
situação dos colonos luso-brasileiros, as treze colônias inglesas da América do
Norte e o Haiti lutavam pela Independência. Com isso, suas exportações de
algodão e açúcar para os mercados europeus ficaram momentaneamente
prejudicadas, o que propiciava a venda dos dois produtos pela colônia
portuguesa. Diante desse quadro no final do século XVIII, houve uma
revalorização das atividades agrícolas, fenômeno conhecido como
renascimento agrícola, que levou a colônia a deter 61% das exportações do
reino. Entre os produtos mais vendidos destacavam-se açúcar, o fumo e o
algodão. A partir do final da década de 1780, com o aumento do consumo
internacional, as exportações de açúcar cresceram de forma significativa.
Só para ter uma ideia, entre 1790 e 1807, as vendas do produto no
mercado externo dobraram, passando de cerca de 12 mil toneladas para
aproximadamente 24 mil toneladas. Já as exportações de fumo saltaram de 1,6
para 3 toneladas entre os anos de 1770 e 1800. Fenômeno semelhante
ocorreu com o algodão, matéria-prima essencial para a indústria têxtil, em
plena expansão na Inglaterra. Por volta de 1800, o algodão brasileiro chegou a
representar 28% das exportações portuguesas para Europa, contra 54%
atribuídos ao açúcar e 4% ao fumo.
3. O TRATADOS DE LIMITES: A COLONIA DEFINE SEU TERRITÓRIO.
Durante mais de duzentos anos, a América foi colonizada por diversos
países europeus, apesar de o Tratado de Tordesilhas ter estabelecido no
século XV a divisão do continente entre Portugal e Espanha. A partir do fim do
século XVI, a linha demarcatória desse tratado foi constantemente rompida,
com os portugueses se expandindo por áreas espanholas, sobretudo durante o
período da União Ibérica. Ao longo do século XVIII, porém, por meio da
assinatura de vários acordos, procurou-se fixar os limites entre as colônias
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europeias na América do sul. Em 1713, foi negociado o primeiro tratado de
Utrecht, ao final da Sucessão da Espanha.
Pelo acordo, a França abriu mão de suas pretensões no norte da
América portuguesa. Dois anos depois, o segundo acordo de Utrecht
determinou que a Espanha entregasse a Colônia do Sacramento aos
portugueses. Apesar desse acordo, os dois reinos ibéricos continuaram a
disputar o domínio da margem oriental do rio da Prata. Em 1746, Fernando Vi
tornou-se rei da Espanha e, como era casado com a infanta portuguesa dona
Maria Bárbara, foi possível chegar a um consenso que levou os dois reinos a
assinar, em 1750, o Tratado de Madri. Do lado português, o diplomata
Alexandre de Gusmão se encarregou de conduzir as negociações, e seus
argumentos acabaram prevalecendo. Segundo ele, deviam ser aceitas como
legitimas as terras ocupadas efetivamente tanto por Portugal quanto pela
Espanha. Esse era o princípio do uti possidetis, ita possideatis, que significa “
quem possui de fato, deve possuir de direito”.
O tratado de Madri concedeu à Espanha o domínio do rio da Prata. Em
compensação, Portugal recebeu o território dos Setes Povos das Missões,
localizado a leste do rio Uruguai, no atual Rio Grande do Sul; além disso, teve
reconhecidos seus direitos sobre as regiões da Amazônia e do Centro-Oeste.
As decisões do tratado, porém, encontravam forte resistência dos guaranis,
que se levantaram em armas na Guerra Guaranítica. Diante da resistência dos
guaranis em desocupar os Sete Povos das Missões, Portugal se recusou a
tomar a posse do território e se negou a devolver a Colônia do Sacramento à
Espanha.
Em 1761, o Tratado de Madri acabou sendo anulado pelo Tratado do
Pardo. Para que as fronteiras que as fronteiras da região tomassem contornos
definitivos foram necessários dois outros acordos: o Tratado de Santo
Ildefonso, assinado em 1777, pelo qual Portugal cedeu a Colônia do
Sacramento e os Sete Povos das Missões à Espanha, recebendo em
contrapartida parte do atual Rio Grande do Sul e a ilha de Santa Catarina; e
finalmente, o Tratado de Badajoz, firmado em 1801, segundo o qual foram
confirmadas a posse definitiva da Colônia do Sacramento pela Espanha e o
domínio português sobre os Sete Povos das Missões.
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SISTEMATIZAR OS ESTUDOS1
1. Entre 1750 e 1777, o marques de pombal desenvolveu uma administração
inovadora em muitos aspectos. Indique e comente os principais objetivos da
administração de Pombal.
2. O renascimento agrícola do final do século XVIII foi possibilitado pelo
aumento das exportações de alguns produtos agrícolas. Indique quais eram
esses produtos e a conjuntura internacional daquele momento que favoreceu
esse fato.
3. Elabore um quadro com os principais tratados que definiram as fronteiras da
colônia brasileira.
4. Os jesuítas mantinham, no Brasil, mas de 300 colégios. Com a sua expulsão,
ocorreu uma grande mudança educacional. Que mudanças o marques de
Pombal introduziu na Educação no Brasil?
5. Quais foram os dois lados que se enfrentaram na Guerra Guaranítica e por
quê? Qual foi o resultado do embate?
6. “Reforma”: por que o conjunto de medidas tomadas por Pombal pode ser
englobada neste conceito? Por que e em que circunstancia, em sua opinião,
governantes fazem reformas?
Material elaborado pelo Prof. Elicio Lima para sistematizar situações de ensino-aprendizagem na sala de aula. A intertextualidade desse trabalho se estabelece no dialogo entre as obras: História: Volume único: Divalte Garcia Figueiredo. 1. ed. São Paulo: Ática, 2005. História global volume único: Gilberto Cotrim. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. História Sociedade & Cidadania: Alfredo Boulos Júnior. 1ª ed. São Paulo: FTD 2013. Material referenciado pelos Parâmetros curriculares Nacionais e proposta curricular do Estado de São Paulo (Feitas algumas adaptações e grifos para facilidade o processo didático ensino aprendizagem - 2016). Sequencia didática, 15. Segundo ano do Ensino Médio.
O OURO DAS GERAIS Situação de aprendizagem 15 – História - Prof. Elicio Lima
Nº Série Data
NOME: