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UNIVERS CENTRO DE ENSINO, PESQU I CONGRESSO NACIONAL Realização: O OLHAR DOS Resumo: Este trabalho discu cultura e as relações sociais c identidade nos estudos de Ca Strobel (2008) além de outro surda, propomos algumas ref gravados espontaneamente po compartilhados via canais do como recurso metodológico f alcançando respostas e novas são mutuamente representado cultura, e identidades, inserido Palavras-chave: Surdos, Inté Introdução O interesse desse artigo con que reconhece a cultura identidades. Nos interessa construções indentitárias. Tradutores/ Intérpretes de estabelecem relações de po nestas relações. Seria idea imbricadas nessas relações 1 Mestre em Educação Especial grupo de pesquisa “Surdez e a Tradução e Interpretação de Lib Libras - Português e Guia-Intérp SIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU UISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPEC L DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂND I CONALIBRAS-UFU ISSN 2 S SURDOS SOBRE OS INTÉRPRETES D ALTERIDADE E IDENTIDADE EIXO: 3.4 Relação Tradutor Interprete Vânia de Aquino Albres, SANTIAGO, ute sobre identidade em uma perspectiva socio como decisivas para a construção das identidades astells (1999) e Hall (2014), na visão das autora os importantes pesquisadores na área tentamos so flexões. Escolhemos fazer uma leitura de enunc or surdos adultos sobre o profissional tradutor o YouTube, entre 2010 e 2015, nesse sentido a a flexível de leitura de texto que tem como objet perguntas para a área de pesquisa. Identificamos os e interpelados por inusitadas situações que d os em uma relação perene de alteridade. érpretes de Libras, cultura, identidade, alteridade. nsiste em debater sobre identidade em uma p e as relações sociais como decisivas pa também pensar sobre como as relações de p Nesse sentido, elegemos dois atores soc Libras, que convivem e compartilham líng oder, tênues disputas, hostilidades veladas e d alista achar que um texto dá conta de acla s, contudo trata-se de um passo no sentido pela UFSCar. MBA em Gestão de Pessoas pela UniA abordagem bilíngue” CNPQ. Coordenadora do cu bras/ Português do Instituto Singularidades – São Pau rete para Surdocegos. CIAL – CEPAE DIA 2447-4959 DE LIBRAS: / professor / aluno surdo Instituto Singularidades 1 ológica que reconhece a s. Sob a compreensão de as surdas Perlin (2006) e obre cultura e identidade ciados em Libras, vídeos e intérprete de Libras e análise do discurso vem to de estudo o discurso, que Intérpretes e Surdos determinam sua história, perspectiva sociológica ara a construção das poder interferem nestas ciais os Surdos e os gua, cultura e entre si dependências cunhadas arar todas as questões de refletir mais sobre A Educacional. Membro do urso de Pós-graduação em ulo. Tradutora Intérprete da

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UNIVERSI CENTRO DE ENSINO, PESQU I CONGRESSO NACIONAL

Realização:

O OLHAR DOS S

Resumo: Este trabalho discutcultura e as relações sociais coidentidade nos estudos de CastStrobel (2008) além de outros surda, propomos algumas reflegravados espontaneamente porcompartilhados via canais do Ycomo recurso metodológico flalcançando respostas e novas psão mutuamente representadoscultura, e identidades, inseridos

Palavras-chave: Surdos, Intérp

Introdução

O interesse desse artigo cons

que reconhece a cultura e

identidades. Nos interessa ta

construções indentitárias. N

Tradutores/ Intérpretes de L

estabelecem relações de pod

nestas relações. Seria ideali

imbricadas nessas relações,

1 Mestre em Educação Especial pgrupo de pesquisa “Surdez e abTradução e Interpretação de LibraLibras - Português e Guia-Intérpre

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ISSN 24

DOS SURDOS SOBRE OS INTÉRPRETES DE

ALTERIDADE E IDENTIDADE

EIXO: 3.4 Relação Tradutor Interprete /

Vânia de Aquino Albres, SANTIAGO,

discute sobre identidade em uma perspectiva sociolóiais como decisivas para a construção das identidades. e Castells (1999) e Hall (2014), na visão das autoras utros importantes pesquisadores na área tentamos sobs reflexões. Escolhemos fazer uma leitura de enunciate por surdos adultos sobre o profissional tradutor e is do YouTube, entre 2010 e 2015, nesse sentido a an

flexível de leitura de texto que tem como objetoovas perguntas para a área de pesquisa. Identificamos qntados e interpelados por inusitadas situações que deeridos em uma relação perene de alteridade.

, Intérpretes de Libras, cultura, identidade, alteridade.

o consiste em debater sobre identidade em uma pe

tura e as relações sociais como decisivas par

essa também pensar sobre como as relações de pod

ias. Nesse sentido, elegemos dois atores socia

s de Libras, que convivem e compartilham língu

e poder, tênues disputas, hostilidades veladas e de

idealista achar que um texto dá conta de aclara

ções, contudo trata-se de um passo no sentido d

cial pela UFSCar. MBA em Gestão de Pessoas pela UniA e abordagem bilíngue” – CNPQ. Coordenadora do curs Libras/ Português do Instituto Singularidades – São Paulotérprete para Surdocegos.

PECIAL – CEPAE ÂNDIA

SN 2447-4959

S DE LIBRAS:

rete / professor / aluno surdo

, Instituto Singularidades1

sociológica que reconhece a ades. Sob a compreensão de

utoras surdas Perlin (2006) e os sobre cultura e identidade nunciados em Libras, vídeos utor e intérprete de Libras e o a análise do discurso vem objeto de estudo o discurso, mos que Intérpretes e Surdos ue determinam sua história,

ma perspectiva sociológica

s para a construção das

de poder interferem nestas

sociais os Surdos e os

língua, cultura e entre si

e dependências cunhadas

aclarar todas as questões

tido de refletir mais sobre

UniA Educacional. Membro do o curso de Pós-graduação em Paulo. Tradutora Intérprete da

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Realização:

essa temática. Portanto, noss

suas concepções sobre os

identidades.

O Surdo é um ser sociolin

minoritária caracterizada po

culturais, hábitos e modos d

identificatório dos surdos, c

construção de sua identidade

faculdade da linguagem, ine

sujeito surdo, na sua trajetóri

se defronta com a presença

um mundo de informações e

Kotaki e Lacerda (2011) r

adquiridas, o histórico geral

para construção de uma det

seu modo de atuação e inte

concepções elaboradas pelo

delicada e verdadeira celeum

do intérprete e portanto na su

Santiago (2013) explica que

realiza um ato social e ideo

relações de poder e constitu

sofrem intervenção e são d

produzem, implicando em di

Dentro de uma infinita rede

dois atores, Surdos e Traduto

desenvolvidas no seu cotidia

Construção Social da Ident

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, nosso objetivo neste artigo é entender nos discur

re os intérpretes de Libras envolvendo relaçõ

ociolinguístico diferente, pertencente a uma com

da por compartilhar o uso de uma Língua de

odos de socialização., a Língua de Sinais é um ele

rdos, constituindo seu modo de apropriação do

tidade, sendo que por meio dela é que o surdo põe

m, inerente a sua condição humana (SKLIAR, 199

ajetória de vida, seja na educação, no trabalho ou e

sença do Tradutor/Intérprete de Libras, uma nece

ções e conhecimentos que não lhe são acessíveis de

011) revelam que o tipo de formação profissio

geral de cada intérprete, formam um conjunto de

a determinada identidade profissional, e que aca

e interação com os surdos. Sendo assim, é essen

s pelos tradutores/intérpretes de Libras sobre os

eleuma de pensamentos, estereótipos e crenças qu

o na sua identidade.

ca que o intérprete ao tomar a palavra, que não é

e ideológico, os sujeitos iniciam um processo ma

onstituição de identidades, e desta forma, os sent

são determinados pela posição social ocupada

em diferentes interpretações.

rede de interações que constitui a nossa sociedad

radutores/Intérpretes de Libras, suas identidades e

otidiano.

Identidade

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discursos de alguns surdos

relações de alteridade e

a comunidade linguística

a de Sinais e de valores

um elemento aglutinante e

o do mundo, a base para

o põe em funcionamento a

R, 1995). Nesse sentido, o

o ou em atividades sociais

a necessidade para acessar

eis de outra forma.

fissional, as experiências

to de fatores que colabora

e acabam interferindo em

essencial refletir sobre as

re os Surdos, essa é uma

ças que interferem no fazer

não é sua, mas do outro,

sso marcado por conflitos,

s sentidos dos enunciados

upada por aqueles que o

ciedade, nos interessa estes

ades e as relações de poder

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Realização:

No tocante à essa temática, i

estudos de Castells (1999) q

que a construção social da id

poder. Pare ele, do ponto d

sua construção “se vale d

instituições produtivas e rep

aparatos de poder e revelaçõe

três formas e origens de cons

IdentiintuitoIdentiposiçõconstrprincíIdentimatersua posocial(CAS

Em consonância com Caste

posição de destaque, no que

que se defende da ideologia

autor, estas identidades não p

sociais e de poder, os sujeito

a passar de uma forma de ide

Hora reverberamos as crença

simbólicas diferenciadas do

organização social em que

comunidades vivem a comb

sentido, observamos a seguin

“dentr

tal mo

A ide

(HAL

Partindo do pressuposto de

conta suas batalhas, perdas e

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tica, iniciamos com a compreensão de identidade e

999) que enfoca a discussão na identidade coletiv

l da identidade ocorre sempre em um contexto mar

onto de vista sociológico, “toda e qualquer identid

ale da matéria-prima fornecida pela história,

e reprodutivas, pela memória coletiva e por fan

elações de cunho religioso” (CASTELLS, 1999, p

e construção de identidade:

Identidade Legitimadora: introduzida pelas instituições domintuito de expandir e racionalizar sua dominação em relaçãoIdentidades de resistência: criada por atores quposições/condições desvalorizadas e/ou estigmatizadas peconstruindo, assim, trincheiras de resistência e sobreprincípios diferentes dos que permeiam as instituições da soIdentidade de projeto: quando os atores sociais, utilizandmaterial cultural ao seu alcance, constroem uma nova idensua posição na sociedade e, ao fazê-lo, de buscar a transformsocial [...]. (CASTELLS, 1999, p. 24, grifo nosso).

Castells, observamos que a “identidade de resist

o que tange a discussão de identidade e relações

logia dominante e reforça os limites da resistência

s não permanecem da mesma forma no decorrer do

ujeitos se transformam, transformam seu pensar e

de identidade para outra.

crenças e ideologias dominantes, hora nos identific

as do construto social dominante. Isso acontec

que vivemos, ocidental e capitalista, globalizad

combater a exclusão de natureza política, econôm

seguinte explicação de Stuart Hall:

“dentro de nós há identidades contraditórias, empurrando e

tal modo que que nossas identificações estão sendo constan

A identidade plenamente unificada, completa, segura e c

(HALL, 2014, p.12)

to de uma comunidade imaginada que compartilh

erdas e conquistas dentro da compreensão de iden

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idade e suas facetas, sob os

oletiva e na concepção de

to marcado por relações de

identidade é construída”, e

tória, geografia, biologia,

or fantasias sociais, pelos

999, p. 22). Castells aponta

es dominantes da sociedade no elação aos atores sociais [...]. s que se encontram em das pela lógica da dominação, sobrevivência com base em

s da sociedade [...]. lizando-se de qualquer tipo de a identidade capaz de redefinir ansformação de toda a estrutura

resistência” se coloca em

ações de poder, no sentido

tência. Todavia, segundo o

rrer do tempo, nas relações

sar e seu agir, e podem vir

entificamos com estruturas

contece principalmente na

balizada, onde minorias e

econômica e social. Nesse

ando em diferentes direções, de

onstantemente deslocadas. [...]

ra e coerente é uma fantasia”

partilha de experiências e

e identidade espaço-tempo

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Realização:

apresentado por Hall (2014

Castells (1999), iniciamos

contradições e suas lutas.

identidade dos Tradutores/ I

comunidade surda, e criam

Sociedade.

Identidade e Cultura Surda

Dada a introdução da temáti

aproximar as questões inde

Tradutores/ Intérpretes que

dessa mesma comunidade p

relação de “simbiose”, por a

o outro, sobretudo, na sua d

exercer sua profissão.

Na visão da autora surda Str

existência da cultura surda”

cultura ouvinte e hegemôni

autora explica ainda que ex

normas hegemônicas, pensa

esse é um pensamento impos

Cabe aqui uma ressalva sob

simples de se alcançar, qu

caracterizados como cultura

com cultura em si. O enten

2 A crença de que crianças su

ouvintismo consiste em uma

resistindo ao modelo oralista e

clínicas para a cura da surd

comunidade surda é um pro

eficácia em proporcionar ao su

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(2014). E da compreensão de identidade de resis

amos a reflexão sobre a comunidade surda e s

lutas. Dessa base, tentamos decifrar o processo

ores/ Intérpretes de língua de sinais que se coloca

criam novas representações do seu “eu” no ol

Surda na relação entre Surdos e Intérpretes de

temática e com base nos estudos de Castells e Hal

s indenitárias inerentes à comunidade surda e

s que servem à essa comunidade e se servem do

dade para construir sua identidade, de certa form

, por assim dizendo, uma relação alteritária, que o

sua diferença, entendimento esse que habilita o T

da Strobel (2008, p.79) “há grande dificuldade da

surda”, para ela os ouvintes julgam a cultura sur

emônica, baseiam-se num “universalismo”, nega

que existem surdos que se acomodam e se subm

pensando que desta forma é mais fácil obter suc

imposto pela sociedade ouvintista2.

va sobre o conceito de cultura surda, destacamos

ar, que muitos traços de personalidade dos su

ultura em um entendimento raso e desatinado, entr

entendimento de cultura deve estar relacionado

surdas que se passam por ouvintes, se tornam ac

a forma de opressão à comunidade surda que por

sta e lutando pela existência de sua língua; e mais re

urdez, que envolve desde terapias até o implan

procedimento extremamente invasivo questionáv

o surdo a completude, dita pelos ouvintes, de forma

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e resistência colocada por

a e suas narrativas, suas

rocesso de construção de

olocam em contato com a

no olhar do Surdo e da

es de Libras

e Hall, temos o intuito de

da e sua relação com os

em dos artefatos culturais

a forma por meio de uma

que o possibilita apreender

ita o Tradutor/ intérprete a

de da sociedade entender a

ra surda com base na sua

, negando a diferença. A

submetem aos valores e

er sucesso social, para ela

amos que este não é algo

os surdos são facilmente

o, entretanto não tem a ver

onado a história, condição

aceitáveis socialmente. O

por mais de 100 anos vem

is recentemente às soluções

lante coclear, que para a

nável no que tange a sua

ma equivocada.

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Realização:

social, língua e práticas socia

relações de alteridade e pode

A maioria das narrativas des

de sinais, no entanto por ess

Strobel (ibd), a identidade s

precisa narrar sua cultura, c

opressão. Percebemos aqui

identidade de resistência colo

Entretanto, há que se estab

prevista nas discussões dos a

se renda às representações h

dominante, continuará não o

científicos e médicos que bu

reflete a cultura ouvinte majo

na construção de identidade e

A identidade e cultura das p

ambiente bilíngue e multicu

visual, de uma comunidade

considerada uma comunidad

sociedade nacional, com um

ouvintes de seu país (SUTTO

Bueno (1998) relata que não

exploratórias pelas quais a m

de dominação de classe, de

também da problemática soc

injusta aceita, mas não tende

Perlin, autora surda, indica q

sujeito (surdo e ouvinte), a

adentram como questões nec

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s sociais do povo surdo, em uma perspectiva mais p

e poder, e dimensões ideológicas.

as descrevem a identidade surda com base unicame

por esse viés os surdos podem ser vistos de form

dade surda precisa ser vista da ótica dos surdos,

tura, com o desafio, dentre outros, de emancipar o

s aqui, um posicionamento que se encaixa n

ia colocada por Castells.

estabelecer uma diferenciação na questão da s

s dos autores apresentados. Por mais que o sujeito

ções hegemônicas, que identifique-se com o modo

não ouvindo. Render-se não o fará ouvinte, a d

que buscam a cura da surdez, a surdez é uma cond

e majoritária, há um impeditivo natural e real, que

idade e na história do povo surdo.

das pessoas surdas apresentam complexidade, poi

ulticultural. Por um lado as pessoas surdas fazem

nidade surda que pode se estender para além d

unidade que atravessa fronteiras. Por outro lado,

m uma língua de sinais própria e com culturas part

UTTON-SPENCE e QUADROS, 2006).

ue não se leva em consideração as formas conflituo

ais a moderna sociedade industrial se constituiu, q

se, de raça e de gênero que resultam numa visão

ica social da surdez. Hoje a diferença é aceita, no

tende a compreender de que diferença se trata.

dica que a diferença, a língua de sinais, a compree

te), a poesia e a escrita da língua de sinais, dentr

es necessárias à tradução da alteridade do sujeito s

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mais profunda envolvendo

nicamente no uso da língua

forma estereotipada, para

dos, o povo surdo é quem

cipar os sujeitos surdos da

ixa na caracterização de

da surdez que não está

ujeito surdo, que não ouve,

modo de vida e a cultura

te, a despeito dos avanços

a condição social, que não

l, que interfere diretamente

de, pois elas vivem em um

fazem parte de um grupo

lém da esfera nacional, é

lado, fazem parte de uma

as partilhadas com pessoas

nflituosas, contraditórias e

ituiu, que envolve relações

visão abstrata e superficial

ta, no entanto, a sociedade

mpreensão das posições do

, dentre outros aspectos se

jeito surdo.

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Realização:

MuitaSomoda culdesenp. 137

Na visão dos surdos, na cons

diferença e identidade, e ess

cultura em contraposição

QUADROS, 2006). Cabe res

narrativas de normalidade, de

anormalidade no uso da língu

Apreciados os discursos qu

resistência, tal como colocad

com esse “outro ouvinte”, o

pois interage e se constitui ta

surdos.

A atuação do intérprete env

intenso de alteridade. A ati

linguístico, a possibilidade

conhecimentos, culturas e d

confortável, a sua língua de s

A discussão a respeito do co

reconhecimento como prime

resistência desta comunidade

sujeito surdo; a resistência

atuação do intérprete corrob

intérprete não é forçado a agi

Nesse sentido, o conforto lin

interagir com o mundo por

condições de entender e

produzir sentido nos enuncia

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Muitas e produtivas abordagens são feitas hoje com os espaSomos artífices dessas trajetórias, identidades e territórios da cultura na pós-modernidade. Sentimos necessidade permdesenvolvemos a experiência humana. Este é o horizonte dap. 137)

a construção da sua identidade, o ouvinte é o outro

, e esse outro mobiliza o esforço de busca das or

sição ao colonialismo vivenciado em outras é

abe ressaltar que o colonialismo a que nos referimo

ade, de maior prestígio da língua oral e principalme

a língua de sinais.

sos que mais uma vez se externam aspectos de

olocada por Castells, passamos a nos debruçar nas

te”, o Intérprete de língua de sinais, que pertence

titui também a partir dela, contudo, não deixa de s

te envolve, língua, cultura e identidade, em um p

A atividade do Intérprete abrange proporcionar

idade de tomar conhecimento integral dos mais

as e discursos por meio de uma língua que lhe

ua de sinais.

do conforto linguístico por meio da Libras adquire

primeira língua para comunidade surda e sobretu

nidade à imposição de padrões e dos estereótipos

ência empodera e permite aos surdos contar e f

corrobora para esta resistência, já que o surdo,

o a agir como ouvinte.

rto linguístico compreende a situação de uma pesso

o por meio de uma língua que lhe é natural, lín

interpretar o mundo de maneira completa e

nunciados nessa língua (SANTIAGO e ANDRADE

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s espaços da produção cultural. tórios que envolvem os sujeitos e permanente de horizonte onde onte da cultura (PERLIN, 2006,

o outro com sua alteridade,

das origens da sua própria

tras épocas (PERLIN E

ferimos está relacionado as

ipalmente da concepção de

tos de uma identidade de

ar nas relações dos surdos

tence à comunidade surda,

xa de ser o “outro” para os

um processo de interação

ionar ao surdo o conforto

s mais variados assuntos,

e lhe é de fato acessível,

dquire força a partir do seu

obretudo como alicerce na

ótipos criados em torno do

ar e fazer sua história. A

surdo, com a presença do

a pessoa comunicar-se e de

al, língua essa que lhe dá

pleta e significativa, e de

RADE, 2013).

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Realização:

Dentre as questões que envo

aqui a discussão sobre profi

(no Português e na Libras)

interessante ressaltar que a

primeira língua será sempre

que para os intérpretes de Lib

constante objetivando uma d

Já sobre os outros aspectos,

Quadros (2006), ao discorr

intérpretes são ouvintes, pod

cultura híbrida, na relação de

Silva (2012) coloca que o i

como a conversa entre surd

veículo de comunicação en

guardas, advogados, juízes

percorreram diferentes trajet

se irradia para diversos out

trajetória, hoje não relatam fa

O autor também explicita qu

Integração dos Surdos) e se

surdez como particularidade

expressam em outra língua q

torna a sua marca distintiva

podem prescindir da atuação

Este ator social e político,

religiosa, sobretudo como p

excluir da história da sua c

histórico acadêmico-científic

Nesse sentido, podemos inf

paulatinamente apagada a m

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e envolvem a atuação do intéprete de libras aponta

proficiência na língua, tendo em vista que o con

ibras) é impressindível para a atuação desse pr

que ao tratar de duas modalidades tão distinta

empre superior à da segunda para qualquer indiví

de Libras ouvintes, a busca e o estudo da língua de

uma das competências que sua atuação exige.

ectos, cultura e identidade, nos debruçaremos com

iscorrer sobre representações do “outro ouvinte

s, podem transitar entre as culturas ouvintes e su

ção de alteridade com os surdos.

ue o intérprete faz intermediações entre as conve

e surdo e seus familiares ouvintes, entre outras in

ção entre surdo e autoridades oficiais, como pr

juízes políticos e intelectuais. Segundo o autor

trajetórias, muitos deles iniciaram sua atuação no

os outros domínio. Apesar disso, muitos intérpret

tam fazer parte de uma comunidade religiosa.

cita que na luta política, a FENEIS (Federação Nac

e seus membros, atuantes em múltiplos domíni

ridade étnico-linguística, e portanto, em sua atuaçã

gua que não a Libras, mesmo que saibam falar o p

tintiva. Portanto, para que suas falas sinalizadas

tuação de intérpretes de Libras (SILVA, 2012).

lítico, não se define neste momento como intér

omo profissional. Isso se dá pelo fato de a própr

sua criação a presença de agentes religiosos cat

entífico na sua constituição.

os inferir que a formação do intérprete em con

a a medida em que ele se insira em outros context

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apontadas acima, não cabe

o conhecimento linguísto

sse profissional. Porém, é

istintas, a proficiência da

indivíduo. O que significa

gua de sinais deva ser uma

s com mais afinco. Perlin e

uvinte”, explicam que os

s e surdas, formando uma

conversas de foro íntimo,

tras interações. É também

mo professores, policiais,

autor, estes profissionais

ção no contexto religioso e

térpretes que tiveram essa

ão Nacional de Educação e

omínios, performatizam a

atuação pública, jamais se

lar o português, a Libras se

izadas sejam ouvidas, não

intérprete com trajetória

própria instituição Feneis

os católicos, e enfatizar o

m contexto religioso seja

extos, como o político e

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Realização:

o acadêmico. Por meio da

profissional relata fazer part

surdos não serem considerad

Contudo, devemos observar

vários momentos, e, portanto

horário de trabalho remuner

mútua que se constitui n

estranhamento nas relações

sentimento de ingratidão, pel

o apoio dos surdos. Dessa

voluntariamente a comunida

continuar sendo benquisto na

Observamos que essa é um

garantem a acessibilidade, n

interpretação e remunerar

cotidiano para o exercício cid

Nesse sentido, merecem se

militantes em defesa da Lí

prestígio na comunidade sur

desejos do povo surdo. Sob

constrói uma identidade de p

em uma relação de alteridade

constrói uma nova identida

comunidade surda.

Em contraponto, há també

legitimadoras, que conscien

normalização do surdo, que

ouvinte, que mesmo conhece

povo surdo. Este é o outro l

e que mantém uma hostilida

(2006) explica que “as iden

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io da comunidade surda também há uma certa h

er parte de comunidade religiosa, pelo fato de por

iderados capazes e autônomos.

ervar que, como dito, o surdo não consegue prescin

ortanto, é corriqueiro o surdo procurar o apoio do i

munerado, em uma relação de troca e, porque não

itui no cotidiano. A resposta negativa do in

lações estabelecidas dentro da comunidade surd

ão, pelo fato de ser aceito pelos surdos, e de se con

essa forma, é mais comum a resposta positiva,

unidade surda, também na relação de dependência

isto na comunidade surda, e manter o seu prestígio.

é uma questão em voga em países onde as po

ade, no Brasil o Estado não se organiza para o

erar o profissional para atuação comunitária, s

ício cidadania pelos surdos.

em ser lembrados os intérpretes de Libras qu

da Língua Brasileira de Sinais e das causas do

de surda por se engajarem, sobretudo por internali

o. Sobre as identidades descritas por Castells, o

e de projeto, ele não é o oprimido mas se coloca n

ridade. Ele é um ator social que se apropria da cult

entidade capaz de redefinir sua posição na soc

também “intérpretes de Libras”, que se aproxim

nscientemente ou inconscientemente objetivam

, que ainda veem sobre sua responsabilidade mold

onhecendo a língua de sinais não entende a cultura

utro lado da moeda, que reforça a identidade de re

stilidade e tênues disputas nas relações entre estes

s identidades dos ILS não preenchem muitas das

PECIAL – CEPAE ÂNDIA

SN 2447-4959

erta hostilidade quando o

de por estas instituições os

prescindir do intérprete em

io do intérprete fora do seu

ue não dizer, dependência

do intérprete causa um

e surda, e traz à tona o

onstituir intérprete com

sitiva, o intérprete atender

ência, pela necessidade de

stígio.

as políticas públicas não

ara oferecer o serviço de

ia, serviço necessário e

ras que são considerados

sas dos surdos. Estes têm

ternalizarem as angústias e

lls, o intérprete de Libras

loca no lugar do oprimido

da cultura ao seu alcance, e

na sociedade e perante a

proximam de identidades

ivam com seu trabalho a

e moldar o surdo à cultura

ultura surda e a história do

e de resistência dos surdos,

estes atores sociais. Perlin

as das exigências culturais

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UNIVERSI CENTRO DE ENSINO, PESQU I CONGRESSO NACIONAL

Realização:

dos surdos. Questões de per

em relação à cultura”.

Metodologia

A tecnologia, mídias

veiculação de informação p

Libras e o compartilhamento

Para além do estudo

enunciados em Libras, víd

profissional tradutor e intérp

postados entre 2010 e 2015.

entanto o os critérios para e

que de alguma forma em

intérprete de Libras. Para fin

foram traduzidos para o portu

No campo da pesqu

instrumento de coleta de dad

[...] pinternconsoda pmetodinsipi

Diante dessa nova realidade,

da sociedade, elencamos est

circula espontaneamente, e,

(2004) não há objeto científ

qualquer domínio, o objeto

texto no seu sentido mais am

A análise do discurso vem c

como objeto de estudo o

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ISSN 24

de pertença e de vínculo são frequentemente conte

ídias e redes sociais têm se constituído um exce

ção para e pelos surdos, possibilitando o registr

mento destes registros.

studo do arcabouço teórico, o nosso trabalho cons

s, vídeos gravados espontaneamente por surd

intérprete de Libras e compartilhados via canais

2015. Não fazendo restrição de raça, cor, credo, r

para escolha dos vídeos, inclui sujeitos surdos ad

a em seus enunciados deixam claro serem usuá

ara fins de análise e apresentação no artigo, os re

o português.

pesquisa, as imagens e vídeos como objeto d

de dados vem ganhando recentemente credibilidade

[...] podemos afirmar que os usos da videogravaçãinternet vêm ganhando um espaço cada vez mconsolidando praticas culturais e criando novos hábitoda pesquisa, embora ganhando crescente credibmetodológicas sobre o uso desses aparatos técniinsipientes (SOUZA, 2007, p. 81).

idade, o uso das mídias e das redes sociais por ond

os esta via de coleta de dados, onde o pensamen

nte, e, portanto, uma valiosa fonte textos e discu

científico que não seja discursivo, isto é, mediati

o de pesquisa é objeto falado. O objeto das c

ais amplo e mais específico, pronto para ser interpr

vem como recurso metodológico flexível de leitu

o o discurso, essa metodologia cobre uma la

PECIAL – CEPAE ÂNDIA

SN 2447-4959

e contestadas pelos surdos,

excelente instrumento de

registro de enunciação em

o consiste na leitura destes

surdos adultos sobre o

anais do YouTube, vídeos

redo, religião profissão, no

dos adultos sinalizadores e

usuários do serviço do

, os recortes dos discursos

jeto de análise ou como

ilidade científica.

ravação, da fotografia e da ez maior na vida social,

hábitos, por outro, no campo redibilidade, as discussões técnicos são ainda muito

or onde circulam os dizeres

samento e o conhecimento

e discursos. Para Amorim

ediatizado pelo texto. Em

das ciências humanas é o

nterpretado.

e leitura de texto que tem

ma larga amplitude a de

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Realização:

abordagens de deferentes

perguntas para o fazer as ciên

Resultados e discussão

Apresentamos alguns recorte

artigo, optamos em trazer ap

discurso se desenrola nas tram

Contextualizando os primeir

vídeo foi postado no YouT

uma discussão entre surdos

partiu da reclamação de um

em discussão o pensamento d

[...] E

eu ve

que n

bem.

tem q

Daniel se posiciona em relaç

tem que dar apoio. Esta dis

intérprete educacional e o alu

dependência, de alteridade. E

social a expectativa de que

intérprete por vezes se sente

o aluno. Há que se levar em

vários momentos, mas a reci

surdo, essa é uma relação de

educacional, e que institui di

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ntes origens teóricas, que busca no discurso

as ciências humanas.

recortes com dizeres de surdos sobre os intérpretes

zer apenas os dizeres dos surdos, mas a pesquisa

as tramas dos ditos e dos não ditos.

rimeiros recortes são do enunciador que chamare

YouTube e compartilhado nas redes sociais sobre

urdos sobre como deve ser a postura dos interpre

e um surdo nas redes sociais, e da resposta de ou

ento dos surdos sobre os intérpretes.

...] Eu estudei cinco anos em uma universidade e se

u vejo os surdos de outras salas, em outros espaços e

ue não consegue ir bem na prova a conta do intérpre

em. _!me desculpe! o intérprete não tem que dar a

em que dar cola [...]

relação à discussão em voga, diz que se apoiar é

sta discussão parece simples e superada, mas é p

e o aluno surdo. E nessas situações evidenciamos r

ade. Existem expectativas da interação com o outr

e que com a presença do intérprete o aluno vá b

sente o único responsável, o que pode influenciar a

ar em consideração que o surdo não pode prescin

a reciproca é mais que verdadeira, o intérprete nã

ção de dependência que se constitui o cotidiano da

itui diferentes identidades, legitimadoras, de resistê

PECIAL – CEPAE ÂNDIA

SN 2447-4959

curso respostas ou novas

rpretes de Libras. Para este

quisa dentro da análise do

amaremos de Daniel, esse

sobre ética, em resposta à

nterpretes na universidade,

de outro surdo que coloca

e sempre tive intérprete e

ços e os surdos reclamando

rprete de que não trabalha

ar apoio na resposta, não

poiar é dar cola, então não

as é perene na relação do

amos relações de poder, de

o outro. Há no imaginário

vá bem nos estudos, e o

nciar a postura de “ajudar”

rescindir do intérprete em

ete não pode prescindir do

no da atuação do intérprete

resistência, e não obstante,

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Realização:

identidades de projeto, onde

estruturas sociais.

Daniel continua seu discurso

determinadas posturas tanto

facilitar a vida dos surdos

atenção dos seus interlocutor

[...] o

causa

profis

[...] O

com

éticos

dessa

ele n

conse

[...]

Dentre outras ricas colocaçõe

de atenção para surdos e in

para suas posturas, deixa s

enunciação reverbera entre o

YouTube, ele manda seu rec

Agora analisaremos outro ví

encontra na meia idade, ou s

ele também fala sobre o intér

se observamos o discurso a

discurso.

[...] E

não e

esforç

apren

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, onde estes atores sociais estabelecem novas postu

iscurso em uma reflexão interessante, pensando n

tanto dos surdos quanto dos intérpretes. Ele ind

rdos hoje, pode se reverter em uma barreira no

ocutores para isso, surdos e intérpretes.

...] o intérprete indica as respostas da prova, o surd

ausa da “ajuda” do intérprete, e depois, lá fora

rofissional? Vai saber o que fazer? _!Isso é uma incó

...] Os surdos estão criando confusão, tomem cuida

om as reclamações. E os intérpretes, tenha fidelida

ticos, façam um bom trabalho. Eu tenho visto vária

essas um intérprete me disse: coitado do surdo, eu

le não consegue passar. _ !Surdo não é coitado!

onseguir com seu esforço, arregaçar as mangas e su

...]

ocações em torno do tema, Daniel finaliza seu disc

s e intérpretes, denuncia suas percepções e alerta

eixa seu recado assumindo a identidade de pro

entre os vários comentários e mais de 1500 visua

seu recado para os intérpretes !Surdo não é coitado

tro vídeo a mensagem de um surdo de uma outra

e, ou seja, com um pouco mais experiência, iremo

o intérprete de Libras, mas seu discurso se apresen

urso analisado anteriormente. Então vejamos o qu

...] Eu conheço vários intérpretes, uns mais outros m

ão existe as vezes é bom as vezes é mais ou menos, o

sforçar para estar junto com surdo aprendendo co

prendendo língua de sinais e conversação. Eu

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posturas transformando as

ndo nas consequências de

le indica que o que pode

ira no amanhã e chama a

surdo acaba passando por

fora ele vai ser um bom

incógnita![...]

uidados com o que dizem,

elidade ao discurso, sejam

árias situações, mas numa

, eu preciso ajudar, se não

ado! _ !Surdo é capaz de

e superar as dificuldades!

u discurso com a chamada

alerta estes atores sociais

de projeto, enuncia e sua

visualizações somente no

oitado!

outra geração, que hoje se

iremos chama-lo de Jonas,

presenta de forma diferente

s o que Jonas trás no seu

os menos. Interprete 100%

os, o intérprete precisa é se

o convivendo com surdos,

Eu não quero saber de

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Realização:

intérp

intérp

conhe

[...]

[...]

intérp

certif

robô,

poder

que é

exper

pales

saúde

expre

Jonas inicia sua fala, dizend

critica interpretes que tem f

Defende que os surdos dev

Libras usa um classificador

surdo”, que adquire e usa a lí

Nos remetemos aqui ao in

inserem de tal forma que i

surdos têm sobre diferentes

intérprete 100%, mas deixa d

apenas uma reflexão sobre

replicados e que reverberam

número de comentários é

mais de 6.000 pessoas, e des

nos comentários. Jonas reit

surda:

[...]

expre

tem

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ntérprete que não me faz entender claramente, eu

ntérprete falso. !Eu não quero saber! eu só qu

onheça, se é meu amigo se eu confio, se conheço a m

...]

...] O que não quero é que surdo perca tempo,

ntérprete entender para depois passar a informação.

ertificado do Letras Libras, mas por exemplo vai

obô, não tem expressão, usa apenas as mãos, pa

oder escutar e não tem expressão facial, parece qu

ue é um robô, chega disso o que o surdo que

xperiência que interprete de verdade que é que most

alestra é interessante e importante para o surdo, co

aúde do surdo por exemplo, e que o surdo entenda

xpressão corporal.[...]

dizendo que só aceita intérpretes que já têm exper

tem formação (diploma) e mesmo assim não são

s devem estar inseridos na comunidade surda, e

icador que indica que o bom intérprete é aquele

sa a língua de sinais como os surdos.

ao intérprete citado anteriormente, os intérprete

que incorporam a identidade de resistência e as

entes assuntos. No entanto no seu discurso Jonas r

deixa dúvida sobre o que quer dizer com 100%. N

sobre os pensamentos que se formam ideolo

beram o desejo de um grupo social. Falo isso, porq

consideravelmente maior do que o anterior, e

desta forma a fala “não tem intérprete 100%” fic

as reiteradamente fala do contato dos intérpretes

...] Intérprete deve se aproximar do surdo, ad

xpressividade, conviver na comunidade surda, ir em

em língua de sinais, não pode ir somente onde

PECIAL – CEPAE ÂNDIA

SN 2447-4959

e, eu não quero saber de

quero intérprete que eu

o a mais tempo aí sim OK!

po, fique lá esperando o

ção. Tem intérpret que tem

vai sinalizar e parece um

, para de interpretar pra

e que está morto, parece

quer é o intérprete com

mostre o quanto assunto da

o, com informação sobre a

nda com expressão facial e

experiência e em seguida

ão são fluentes em Libras.

urda, em seu discurso em

quele que está “colado no

érpretes militantes que se

a e as concepções que os

onas revela que não existe

0%. Não trago uma crítica,

ideologicamente, que são

o, porque para este vídeo o

rior, e foi visualizado por

%” ficou marcada também

pretes com a comunidade

, adquirir a Libras com

ir em vários lugares onde

nde a Feneis te mandar

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Realização:

interp

pedin

Quer

gosto

Perlin (2006), localiza o

territorialidade cultural. E ex

do que outros no meio do po

a cultura surda, isso emerge

O intérprete de língua de

referencialmente política. P

concepções que os intérprete

O trâ

romp

surda

sociai

Nesse sentido, devemos pen

espero que esperem de mim?

São relações dialógicas que

construção de identidades, du

Breves considerações

O Tradutor/ intérprete de lín

perene de alteridade, e sobr

compreende a cultura surda,

debruça sobre a língua de sin

Voltamos então ao questiona

demandas em torno da su

dependências estabelecidas n

que se estabelecem nas bases

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nterpretar, e ficar um tempão se contato com os

edindo desculpas que esqueceu os sinais. !Eu nã

uero intérpretes que possam interpretar tudo, qu

ostoso de ver [...]

za o intérprete sob três perspectivas: a trajetóri

l. E explica que alguns intérpretes de língua de sin

do povo surdo, reconhecidos como identidades m

erge de certas relações políticas de discursos refe

a de sinais na figura de cúmplice, passa pela

tica. Para a autora estas relações políticas es

rpretes ouvintes têm sobre os surdos.

trânsito do ILS nas fronteiras culturais exige que se

romper com uma série de artefatos coloniais como a

surda vista ainda figura subalterna, ou como inexisten

sociais (PERLIN, 2006, P. 144).

os pensar as relações sempre como uma via de m

mim? Como posso ajudar na transformação se nã

s que interferem nas posturas assumidas por surdo

des, durante o desenrolar dessas relações.

de língua de sinais se constitui sua identidade por

e sobretudo de poder, determinada na medida em

surda, vivencia experiências visuais, revive a hist

de sinais.

estionamento inicial, a presença dos intérpretes de

da sua atuação envolvem tênues disputas, hos

cidas na interação entre o sujeito surdo e o Intérpret

bases dessa relação de alteridade.

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os surdos, e depois ficar

u não quero saber disso!

, qualquer tema, que seja

ajetória, a identidade e a

de sinais são mais aceitos

des mais compatíveis com

s referentes à essa cultura.

pela reinscrição cultural

as estão imbricadas nas

que se esteja preparado para

omo a enunciação da cultura

xistente em algumas frações

a de mão dupla: O que eu

se não sou transformado?

r surdos e intérpretes. E na

por meio de uma relação

da em que ele se insere e

a história dos surdos e se

tes de língua de sinais e as

s, hostilidades veladas e

térprete, dois atores sociais

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Realização:

Para os surdos há diferent

diferentes culturas para os o

sujeitos de maior contato co

pelo reconhecimento linguís

Sendo assim, a atitude do in

suas concepções e a as direçõ

A identidade do Tradutor/ in

verdadeiramente contraditó

contexto social em que viv

relacionam. Os Intérpretes

inusitadas situações que dete

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ferentes tipos de ouvintes, o que indica para e

a os ouvintes, e existem também grupos seletos n

ato com os surdos, como por exemplo os intérpret

linguístico dentro dessa comunidade (PERLIM e

do intérprete de língua de sinais em relação ao su

direções da construção de sua identidade.

tor/ intérprete de língua de sinais não é singular, ab

raditória, “pré-conceituosa” e “preconceituosa”

e vivem, pela comunidade e especificamente po

pretes e surdos são mutuamente representados

e determinam sua história, cultura, e identidades.

pesquisador e seu outro: Bakhtin nas ciências h

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PECIAL – CEPAE ÂNDIA

SN 2447-4959

para eles que há também

letos nos quais incluem os

térpretes que atuam na luta

IM e QUADROS, 2006).

ao sujeito surdo denuncia

lar, abrangente, coerente, é

tuosa”, influenciada pelo

nte por cada surdo que se

tados e interpelados por

cias humanas. São Paulo:

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