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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O ORIENTADOR EDUCACIONAL COMO UM FACILITADOR E COLABORADOR DAS RELAÇÕES DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM Por:SORAIA DIAS DE SÃO PEDRO Orientador: PROF. Dr. VILSON SÉRGIO DE CARVALHO Rio de Janeiro 2010

O ORIENTADOR EDUCACIONAL COMO UM FACILITADOR E … · dos Orientadores Educacionais (ASFOE): ASSOCIAÇÃO FLUMINENSE DOS . 9 9 ORIENTADORES EDUCACIONAIS, tomando-o como base, no capítulo

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O ORIENTADOR EDUCACIONAL COMO UM FACILITADOR E COLABORADOR DAS RELAÇÕES DO

PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

Por:SORAIA DIAS DE SÃO PEDRO

Orientador: PROF. Dr. VILSON SÉRGIO DE CARVALHO

Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O ORIENTADOR EDUCACIONAL COMO UM FACILITADOR E COLABORADOR DAS RELAÇÕES DO

PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção de grau de especialista em Orientação Educacional e Pedagógica. Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho Por: Soraia Dias de São Pedro

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por esta oportunidade,

a minha mãe em especial, que esteve comigo

todos esses anos e ainda encontra forças

para me incentivar a nunca desistir. Obrigada

D.Darci.

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DEDICATÓRIA

A minha mãe, (dona Darci), pois sempre que

eu sentia o desejo de desistir, ela não

deixava. Apoiava-me e continua me apoiando.

Aproveito para oferecer todo este conteúdo

aos colegas e as mães deste Brasil.

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RESUMO

A presente pesquisa vem tratar de um assunto comum dentro das

escolas que é o descaso com o profissional de orientação

educacional. Através de livro as e artigos vem ressaltar a

importância deste profissional dentro da unidade escolar como um

canal de diálogo,um pacificador e formador de opiniões.

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METODOLOGIA

A metodologia para esta pesquisa foi além de tudo, entre livros e artigos, uma visão e observação ao longo dos anos.Tendo em vista que o orientador

educacional vem sendo apagado dos planos escolares a cada dia que passa. O código da Associação Fluminense dos Orientadores Educacionais vem

mostrar o valor e as atribuições deste profissional par que reviva a quem lê esta pesquisa.

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SUMÁRIO Introdução 2 Agradecimentos 4 Dedicatória 5 Capítulo I 6 Capítulo II 10 Capítulo III 13 Conclusão 26 Bibliografia 27 Anexos

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INTRODUÇÃO

É de conhecimento de muitos que as instituições familiares são de

estrema relevância no desenvolvimento do ser humano. Quando faz-se uma

retrospectiva histórica da família,observa-se uma grande metamorfose

que,engloba vários fatores;dentre eles, a emancipação da mulher e sua efetiva

atuação no mercado de trabalho,dissolução de uniões estáveis que vem de

uma forma clara contribuindo intimamente para essas transformações que

refletem no ambiente escolar e fora dele.

Na Educação Formal, os educandos deveriam ser assistidos de uma

forma mais específica pelo Orientador Educacional,no que diz respeito ao

processo de ensino aprendizagem, não de forma isolada;mas com a

participação do corpo docente,pais e gestor.

A presente pesquisa tem como objetivo conhecer e estudar as múltiplas

funções do Orientador Educacional tendo como foco a aproximação deste

profissional com a escola e sua importância na melhoria das relações entre

professor e aluno, para refletir no processo de aprendizagem e interesse.

Será dividida em três capítulos: no primeiro, apresenta o código de ética

dos Orientadores Educacionais (ASFOE): ASSOCIAÇÃO FLUMINENSE DOS

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ORIENTADORES EDUCACIONAIS, tomando-o como base, no capítulo II, o

Orientador e suas ações na escola, tratando das diversas atuações na

mesma,no capítulo III aborda as ações do Orientador Educacional e sua

relação com o alunado de forma a contribuir para um parecer positivo dentro da

educação de forma menos densa.

A importância da abordagem deste tema da área de

educação,especificamente Orientação Educacional,permite uma visão para

ação do profissional e o quanto este, pode colaborar junto aos

professores,corpo docente e parentela para caminhar rumo as expectativas e

necessidades de todos envolvidos no processo de educar.

CAPÍTULO I

ASFOE – ASSOCIAÇÃO FLUMINENSE DOS

ORIENTADORES EDUCACIONAIS

“O Código de Ética dos Orientadores Educacionais estabelece normas

de conduta profissional para os Orientadores Educacionais fluminenses (e para

os Orientadores Educacionais dos demais estados que brasileiros, se assim o

desejarem).Somente pode intitular-se Orientador Educacional, como tal,exercer

a profissão,no Brasil, quem for legalmente habilitado com de acordo com a lei

5564/68, que “Provê” sobre o exercício da profissão de Orientador Educacional,

e o Decreto 72846/73,que regulamenta a Lei 5564/68”.

Como são inúmeras as atribuições do O.E dentro e fora do âmbito

escolar, é mais sensato ser conciso para que não se perca o foco da pesquisa.

Algumas atribuições do Orientador Educacional:

A Orientação Educacional é entendida como um processo dinâmico e

sistêmico estando integrada em todo o currículo escolar sempre encarando o

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aluno como um ser global que deve desenvolver-se harmoniosa e

equilibradamente em todos os aspectos:intelectual,físico,social,moral

estético,político, educacional e vocacional.

Integrada com a Orientação Pedagógica e docente, a O.E. Deverá ser

um processo cooperativo devendo:

- mobilizar a escola, a família e a criança para investigação coletiva da

realidade na qual todos estão inseridos;

- cooperar com o professor, estando sempre em contato com ele, auxiliando-o

na tarefa de compreender o comportamento das classes e dos alunos em

particular.

- manter os professores informados quanto às atitudes do SOE junto aos

alunos, principalmente quando esta atitude tiver sido solicitada pelo professor;

- esclarecer a família quanto ás finalidades e funcionamento do SOE;

- atrair os pais para escola a fim de que nela participem como força viva e ativa;

- Desenvolver trabalhos de integração: pais X escola, professores X pais X

filhos;

- Pressupor que a educação não é maturação espontânea, mas intervenção

direta ou indireta que possibilita a conquista da disciplina intelectual e moral;

- trabalhar preventivamente em relação a situações e dificuldades, promovendo

condições que favoreçam o desenvolvimento do educando;

- organizar dados referentes aos alunos; - procurar captar a confiança e

cooperação dos educandos, ouvindo-os com paciência e atenção;

- ser firme quando necessário, sem intimidação, criando um clima de

cooperação na escola;

- desenvolver atividades de hábitos de estudos e organização;

- tratar de assuntos atuais e de interesse dos alunos fazendo integração junto

às disciplinas;

OFERECER SUBSÍDIOS QUANTO A:

- Coleta e registro de dados de alunos através de observações, questionários,

entrevistas, reuniões de pais, alunos, alunos com os pais.

- desenvolver um trabalho de prevenção;

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- estudo sobre o rendimento dos alunos por profissionais especializados a pais,

alunos e professores.

- avaliação dos resultados do processo de ensino-aprendizagem, adequando-

os aos objetivos educacionais, assessorando e decidindo junto com o professor

e Conselho de Classe os casos de aprovação e reprovação do aluno.

A Orientação Educacional se propõe em ser um processo educacional

organizado, dinâmico e contínuo. Atua no educando, através de técnicas

Adequadas às diferentes faixas etárias, com a finalidade de orientá-lo na sua

formação integral, levando-o ao conhecimento de si mesmo, de suas

capacidades e dificuldades oferecendo-lhe elementos para um ajustamento

harmonioso ao meio escolar e social em que vive.

ATIVIDADES JUNTO AOS PROFESSORES

- Divulgação do perfil das classes;

- organização de arquivos e fichas cumulativas;

- proposição de estratégias comuns entre os professores, coordenação e

orientação;

- análise junto a coordenação dos planejamentos das diversas disciplinas;

- realização de atendimentos individuais e/ ou em grupo nas reuniões de curso

para receber informações necessárias dos alunos;

- realização de atendimentos individuais na O.E para receber ou fornecer

informações necessárias dos alunos;

- análise e avaliação dos recursos quantitativos e qualitativos dos alunos, das

classes junto à coordenação para posteriores encaminhamentos;

- participação nas reuniões de curso;

- participação nas reuniões de equipe técnicas pedagógica;

- participação na preparação e realização dos conselhos de classe;

- participação nos eventos da escola;

- organização e participação junto à coordenação das atividades

extracurriculares.

Estes tópicos e regras acima citados são apenas algumas ações que o O.E,

necessita para realizar suas tarefas.

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Alguns autores e seus pensamentos sobre as ações do O.E.

“O Orientador Educacional quando leva para a escola a realidade do

aluno, para ser trabalhada contextualizada com os conteúdos do currículo,

contribui para a promoção do aluno e o desenvolvimento de sua aprendizagem.

Uma vez que a Orientação Educacional não existe para padronizar os

educandos nos conceitos escolhidos como ajustados, disciplinados e

responsáveis “o importante é a singularidade dentro da pluralidade, do

coletivo.” (GRISPUN, 2003, p.29)

Uma das atribuições que o Orientador Educacional deveria assumir

segundo Garcia (1992), é a identificação da filosofia educacional da escola,

para poder

entender esta filosofia tanto para equipe escolar, assim como para tentar

associar forças para definir melhor o Projeto Pedagógico da Escola (PPE),

buscar mudanças para melhor atender aos alunos e oferecer suporte para os

educandos em seu desenvolvimento.

A participação efetiva e de forma constante do O.E. na unidade escolar

possui um caráter de formação continuada do desenvolvimento do aluno.

Se cumprida suas atribuições, certamente a formação do cidadão será

de mais satisfatória; não retirando os méritos dos outros profissionais de

Educação, mas sim acrescentado saberes, experiências, trocas de materiais

que, geralmente devem ser abordados em reuniões para que haja uma

integração maior, até porque não dizer, estreitamento de laços entre todos os

profissionais da unidade escolar em prol do aluno; pois quando uma

experiência, um caso ou uma ação em sala é compartilhado em reuniões,

resulta em alguma mudança.

Certamente, não é uma receita de bolo, embora colabore com a

dificuldade do outro e até mesmo, serve de suporte para a intervenção da

equipe dentro de suas competências e limitações. O que não pode ocorrer é a

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omissão de informações para equipe técnico-pedagógica em relação ao

andamento de cada aluno.

O Orientador Educacional deve estar sempre atualizado nos

acontecimentos da escola em que atua.

Na grade curricular de algumas escolas o orientador educacional vê-se

perdido, pelo fato de o gestor não criar um espaço para que ele mostre seus

projetos, execute e colha os frutos.

Em sua maioria, ficam estagnados e esquecidos numa sala apertada

preenchendo relatórios que, são passados ao invés de estarem em alguma

sala de aula conversando com alunos ou quaisquer pessoas que componha a

escola sempre com um objetivo de estreitar vínculos, tão importantes nestes

tempos.

CAPÍTULO II

O PROFESSOR E O ALUNO

Quando algum aluno apresenta um problema em turma, neste caso, o

professor manda para o Orientador Educacional. Dependendo do caso, não

resolver-se-á com apenas uma conversa; mas sim, muitas e envolvendo uma

gama de profissionais se fizer necessário: psicólogos, neurologistas

,oftalmologistas etc...tudo de caso a caso.

O papel do Orientador é justamente evitar que alguns problemas surjam

e ajude tanto ao professor quanto ao aluno. Não se pode negligenciar esta

classe que tanto tem a oferecer para o crescimento e desenvolvimento do

processo-ensino- aprendizagem junto aos professores e alunos.

A Orientação vocacional também é de competência deste profissional e

de suma importância para toda instituição escolar; pois o aluno precisa não

somente ver; mas experimentar.

Logicamente, que toda unidade escolar que tem preocupação com o

profissional que colocará no mercado de trabalho, valoriza o projeto do O.E e

investe na orientação vocacional desde o 6º ano de escolaridade, preparando o

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aluno, apresentando as diversas profissões, não somente com aulas

expositivas e cansativas, mas com palestras, feiras integradas, visitações,

pesquisas na internet. Este trabalho de conhecimento de profissões, também

permite que o educando passe a conhecer-se simultaneamente propiciando ao

orientador, engajar também a orientação sexual.

É sabido que nem todos os alunos recebem orientação sexual em seus

lares; muitas vezes devido a credos e outras por ignorância mesmo. Dessa

forma, podemos já ter uma idéia geral de quanto é importante o trabalho com a

equipe técnico-pedagógica para fazer suas escolhas; sejam elas de que

categoria forem: profissional, sexual,política ou social pois a conversa e a

informação caminham para o progresso intelectual, moral e social.

EXPERIÊNCIA DE SUCESSO

“A orientadora educacional Joseane da Costa Mafra Souza, desenvolveu

no ano passado, varias ações como orientadora educacional no Centro de

Ensino Médio Bom Jesus, em Gurupi. Seus projetos foram tão positivos, que

este ano, ela passou a ser Coordenadora de Pólo da Região Sul e Sudeste do

Estado, dando suporte a três Delegacias Regionais de Ensino: Arraias,Gurupi e

Dianópolis.

Na escola, como experiência de trabalho, Joseane ajudou os alunos e

criarem o Grêmio Estudantil, organizando os estudantes numa entidade, para

que se sintam mais responsáveis pela escola e pelo o que se ensinam.

Joseane auxiliou na elaboração dos planos de aula doas professores,

sugeriu exercícios e dinâmicas e criou até músicas para tornar as aulas de

Matemática e Química mais agradáveis, por exemplo, fez uma paródia para

ensinar a tabela periódica.

Ela foi responsável também pelo mutirão de visitas domiciliares para

conversar com os alunos que estavam faltando às aulas.

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Um dos projetos de maior repercussão na escola foi à parceria que Joseane

conseguiu firmar com algumas empresas para viabilizar os estágios

supervisionados. Da iniciativa, atualmente, vinte e cinco alunos estão fazendo

estágios remunerados. Para que esse projeto desse certo, Joseane elaborou

um cadastro com o perfil de cada aluno, principalmente do 3º ano do ensino

médio, para conhecer em que emprego ele se encaixaria.

“Também foram com os alunos do 3º ano, que Joseane promoveu uma

visita as faculdades de Gurupi, para esses estudantes identificassem com mais

facilidade as suas vocações profissionais.”

É disso que precisamos! Orientadores em ação, que acreditam em seu

potencial.

Orientar , semanticamente falando, significa mostrar o caminho, ou

melhor, caminho ou oferecer mais opções; e este profissional é quem pode

fazê-lo com propriedade.

Em muitas escolas as orientações são distorcidas. Pensa-se que o

orientador é o profissional que pune o aluno.

É muito comum nas escolas, que as crianças cheguem com algum tipo

de transtorno ou violências; fala-se no plural devido as diversas formas de

violência que temos.

Segundo Maria Tereza Maldonado,temos a violência doméstica que é o

abuso do poder exercido pelos pais ou responsáveis pela criança ou

adolescentes.Procuram firmar seu poder de dominação pela força física.Como

diz Renato,15 anos:” Meu pai é muito nervoso, por qualquer coisinha ele

explode, e aí grita, xinga e bate na gente. Meu irmão menor, outro dia,levou

uma surra de cinto porque deixou o material da escola espalhado em cima da

cama.Só que,em outros dias, ele fez a mesma coisa e meu pai nem ligou.O

pior é isso: a gente não sabe o que causa a explosão, ele é

imprevisível.Quando está calmo, é ótimo, conversa com a gente, brinca ,ri.Mas

de repente, vem a raiva e ele fica violento.Moral da história: gosto muito do

meu pai, mas tenho medo dele.Lá em casa é como na guerra: estou andando

em um campo minado,sem saber onde pisar, porque a qualquer momento pode

acontecer uma explosão.”

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Este é um caso comum encontrado nas escolas. Toda esta turbulência

doméstica interfere nos diversos campos da aprendizagem e relacionamentos

interpessoais.O professor deve estar atento para estes casos e passá-los

imediatamente para equipe pedagógica da unidade;pois o quanto antes for

diagnosticado melhores resultados pode-se obter.

CAPÍTULO III

A FAMÍLIA, O ALUNO E O ORIENTADOR.

A letra da música do compositor e cantor Gabriel o Pensador, vem

ilustrar e mostrar de forma mais reflexiva e, numa linguagem bem coloquial,

como vem sendo tratado o ensino e as relações entre família e escola.

Estudo Errado

Gabriel Pensador

Composição: Gabriel, O Pensador

Estudo Errado - Gabriel O Pensador

Eu tô aqui Pra quê?

Será que é pra aprender?

Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?

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Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater

Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever

A professora já tá de marcação porque sempre me pega

Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas

E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo

E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo

Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude

Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"

Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi

Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde

Ou quem sabe aumentar minha mesada

Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)

Não. De mulher pelada

A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada

E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)

A rua é perigosa então eu vejo televisão

(Tá lá mais um corpo estendido no chão)

Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação

- Ué não te ensinaram?

- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil

Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..

Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio

(Vai pro colégio!!)

Então eu fui relendo tudo até a prova começar

Voltei louco pra contar:

Manhê! Tirei um dez na prova

Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova

Decorei toda lição

Não errei nenhuma questão

Não aprendi nada de bom

Mas tirei dez (boa filhão!)

Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci

Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi

Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci

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Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi

Decoreba: esse é o método de ensino

Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino

Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos

Desse jeito até história fica chato

Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo

Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo

Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente

Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente

E sei que o estudo é uma coisa boa

O problema é que sem motivação a gente enjoa

O sistema bota um monte de abobrinha no programa

Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)

Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)

Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre

Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste

- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?

Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!

Ou que a minhoca é hermafrodita

Ou sobre a tênia solitária.

Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)

Vamos fugir dessa jaula!

"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)

Não. A aula

Matei a aula porque num dava

Eu não agüentava mais

E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais

Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam

(Esse num é o valor que um aluno merecia!)

Íííh... Sujô (Hein?)

O inspetor!

(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)

Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar

E me disseram que a escola era meu segundo lar

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E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente

Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!

Então eu vou passar de ano

Não tenho outra saída

Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida

Discutindo e ensinando os problemas atuais

E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais

Com matérias das quais eles não lembram mais nada

E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada

Refrão

Encarem as crianças com mais seriedade

Pois na escola é onde formamos nossa personalidade

Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a

indiferença são sócios

Quem devia lucrar só é prejudicado

Assim vocês vão criar uma geração de revoltados

Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio

Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...

Juquinha você tá falando demais assim eu vou ter que lhe deixar sem recreio!

Mas é só a verdade professora!

Eu sei, mas colabora se não eu perco o meu emprego

Hoje, o que mais se vê infelizmente é um estudante tentando alcançar

os pontos que faltam para passar de uma série para outra ou como a própria

música denuncia, a negligência quanto aos métodos de ensino e os conflitos de

relações entre as famílias.

Não se pode negar que as turmas estão cheias de problemas a serem

resolvidos;mas o que mais intriga é que, o profissional não consegue,na

maioria das vezes passar estes casos para a equipe.

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É de suma importância e da competência do professor de sala estar

atento para determinados casos e solicitar a ajuda da equip0e que compõe a

sua unidade escolar e cobrar as devidas providências para que o ensino não

caia no caos da “decoreba” e muito menos que, o educando saia de sala, sem

compreender o que foi passado.

Caso aconteça de cada um não fazer seu papel dentro de uma estrutura

educacional, teremos mais e mais problemas sociais.

Uma aprendizagem significativa é para toda vida. Parece que cada vez

mais escolas e famílias trabalham separadamente. Isso não pode ocorrer.

Segundo Sônia das Graças Oliveira Silva, “a escola não deveria viver sem a

família e a família e nem a família deveria viver sem a escola”. Uma depende

da outra na tentativa de alcançar o maior objetivo, qual seja, o melhor futuro

para o filho o educando e, automaticamente, para toda sociedade.

“Um do ponto que faz a maior diferença nos resultados da educação nas

escolas é a proximidade doa pais no esforço diário dos professores.

Infelizmente, são poucas as escolas que podem se orgulhar de ter uma

aproximação maior com os pais, ou de realizarem algumas ações neste

sentido. Entretanto, estas ações concretas, visando atrair os pais para a

escola,podem ser uma ótima saída para formar melhor os alunos dentro dos

padrões de estudos esperados e no sentido de cidadania.”

“Os pais devem estar cada vez mais atentos aos filhos, as suas atitudes

e comportamentos. E apesar de ser difícil, a escola também precisa estar

atenta. Eles se comunicam conosco de várias formas: através de sua ausência,

de sua rebeldia, seu afastamento, recolhimento, choro, silêncio. Outras vezes, grito, zanga por pouca coisa, fugas, notas baixas na escola, mudanças na

maneira de se vestir, nos gestos e atitudes.”

“Por vezes, os jovens estão tentando pedir ajuda e,mesmo achando que

o filhos ultimamente está meio estranho, muitos pais consideram isso normal,”

coisa de adolescente”,vai passar, é só uma fase.Há que se observar estes

sinais.””Ainda diz: Aí sim, entra a parceria família/escola.Uma conversa franca

dos professores com os pais, em reuniões simples, organizadas, onde é

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permitido aos pais falarem e opinarem sobre todos os assuntos, será de grande

valia na tentativa de entender melhor os filhos/alunos.”

Para ilustrar melhor este trabalho,busca-se textos e exemplos

verídicos,que possam nos nortear em relação a família/escol / orientador

educacional.O artigo, retirado da ASFOE de autoria de Ângela Paiva, nos dá

idéia de família:

1.1 A Orientação educacional faz pulsar o coração da escola

Uma estória (dessas que nos fazem refletir) conta que dois amigos

desejavam viver intensamente a estrada de suas vidas... Combinaram se

reencontrar num ponto da estrada. Chegar significaria ter encontrado o Ideal.

A estrada era longa e cada um seguiu com seu passo. O tempo passou e um

dia o primeiro caminhante , cumprindo sua caminhada , chegou ao Ideal e

aguardou seu amigo. De quando em quando olhava para estrada desejando

vê-lo ao longe. Já considerava que algum atalho afastara seu amigo do

caminho. Eis que, numa tarde o avistou. Seu passo era firme apesar da idade,

seu sorriso moldava sua face apesar do cansaço e vestia-se de emoção.

- Porque demoraste tanto ? Perguntou-lhe o amigo.

- Há muito chegaste?!(admirou-se) Caminhei em minha estrada e vivi

intensamente cada passo em direção a este Ideal. Viste por ventura aquele

botão de rosa que desabrochava, parei um pouco para esperar a flor que dele

brotou; juntei-me aos transeuntes para retirar da estrada um tronco que

impedia a passagem de tantos; aguardei o momento de uma mulher dar a luz ,

e descobri a beleza do mistério da vida ; reuni forças para compreender uma

cultura diferente da nossa e manifestei meu respeito: tive saudades , voltei um

pouco para abraçar; construí laços de amizades e demorou um pouco até que

decidisse deixá-los; fiz....

Cada estória que ouvia o homem lembrava um pouco do que virá na

estrada e deixara para traz . Percebeu que teve pressa e não viveu a

caminhada... chegara mas sua vida empurrada, se resumira em alcançar o

Ideal.

Esta história me remete ao Orientador Educacional na Escola. Como

profissional das relações interpessoais , da ajuda na tomada de decisões, sua

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presença parece ser farol, seta, fonte de água fresca, porto, ouvido e coração

.

Vemos jovens perdidos em seus sonhos , em seus desejos de vida.

Vemos dicotomias entre os valores apregoados e os vividos . A estrada se

oferece à caminhada , indiferente do ser que a percorre. Os atalhos despontam

atrativos sem a parada obrigatória para pensá-los ou sobre a decisão de

escolhê-lo. Mais triste que admitir que não pensamos nossas escolhas é

admitirmos a falta de consciência para onde os caminhos nos levam.

Nossos jovens precisam de espaços de reflexão e ação sobre as

relações necessárias, que não brotam das intenções , mas de ações concretas.

Nossas escolas refletem a compreensão dos saberes , na construção dos

valores humanos necessários. È nesta visão que surge a importância da

presença e do papel da Orientação Educacional : questionando posturas

engessadas, construindo propostas de convivências e dando espaço para o

pensamento dos jovens. Não se trata de ouvi-los apenas ou deixa-los falar , tão

pouco diz respeito a dialógica construção do passo a ser dado. Trata-se de

espaço de reflexão, mas também de tomada de decisão consciente;

Ângela Paiva

1.3 FAMÍLIA EXTINTA

Há muito não se vê este tipo de família que está contido na letra da música do

grupo Titãs: Família.

O texto acima nos remete a uma realidade da qual não gostaríamos de

fazer parte. Mas a todo o momento, temos pedidos e mais pedidos de divórcio

consensual ou litigioso. Os pais perderam a noção de sua importância na vida

dos filhos. Precisa-se resgatar esta família que trata a música acima; pois hoje,

raramente, vemos uma família sentada à mesa ou mesmo conversando sobre

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como foi o dia de cada um. Esse estreitamento é necessário para que não

tenhamos mais problemas sociais.

“Os pais sabem em que erram e em que acertam” como diz Marina

Colasanti: “ Eu Sei Mas não devia” pode ser uma postura adotada em relação

aos filhos.

Eu sei, mas não devia

Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra

vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a

não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir

de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a

acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol,

esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.

A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque

não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para

almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está

cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

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A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a

guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os

números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas

negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa

duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso

ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado

quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a

lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa.

E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber

que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais

dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver

anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir

publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável

catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e

cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos

levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do

mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter

galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a

não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas,

tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma

revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um

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pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua

no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim

de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir

cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se

acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e

baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que

aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

(1972)

Não é recomendável acostumar-se com situações que podem nos causar dor,

amargura e sentimento de perda em relação à família.

• Não negligenciar

• Não abandonar

• Estar atento a qualquer mudança de comportamento

• Conversar

• Ir á escola dos filhos

São pequenos grandes gestos.

Ser cúmplice e não o dono da verdade.

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CONCLUSÃO

O presente trabalho vem tornar mais visível à importância da aliança

entre família/escola no processo de ensino-aprendizagem r formação da

cidadania.

Quando se juntam pais e escola, os resultados podem ser

surpreendentes. Por isso a importância desta união. Principalmente, para não

termos mais problemas com jovens do que já vemos na TV ou assistimos nas

ruas.

A família precisa urgentemente fazer seu papel. De assistir suas proles e

juntar-se a escola para conduzir de forma melhor possível, a construção de

valores, condutas, exercício de cidadania, escolha de profissões, resolução de

problemas de relações familiares que estejam refletindo na escola.Em fim,

orientação educacional não tem bons resultados trabalhando sozinha;por isso

a ênfase na união de família e escola para um trabalho que dê bons frutos.Não

hoje;mas pelo menos, algumas flores.

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Não adianta correr.É preciso ter paciência e andar passo a passo com a

escola para que o aluno sinta-se seguro

. Pois a inconstância do relógio é que traz toda problemática para vida em

família.Ser como relógio, não é adequado;mas ser pontual é essencial dentro

da família.

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BIBLIOGRAFIA

ASFOE – Associação Fluminense dos Orientadores

Educacionais;

Web

Artigos.com.

Gadotti – Uma bibliografia de Paulo Freire.

Maldonado,Tereza Maria- Os construtores da paz.

www.artigonal.com .br – A relação família e escola

Um projeto de releituras (Marina Colasanti)

Pensador, Gabriel – Estudo errado (you tube)

Titãs _ Família (you tube

Charges (Argex)

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ANEXOS

http://www.scielo.br/img/revistas/paideia/v16n34/a03fig02.jpg

http://www.angra.rj.gov.br/sapo/_uploads/sig/fotos/Escola.jpg

http://www3.uma.pt/nunosilvafraga/wp-content/uploads/2008/04/02-

slovenia.jpg

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http://www3.uma.pt/nunosilvafraga/wp-content/uploads/2008/04/02-

slovenia.jpg

Compositor: Arnaldo Antunes / Tony Bellotto

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Família, família

Papai, mamãe, titia,

Almoça junto todo dia,

Nunca perde essa mania.

Mas quando a filha quer fujir de casa

Precisava descolar um ganha-pão

Filha de família se não casa

Papai, mamãe, não dão nem um tostão,

Família ê,

Família a

Família

Família, família,

Vovô, vovó, sobrinha.

Família, família

Janta junto todo dia.

Nunca perde essa mania

Mas quando o nenê fica doente

Procura uma farmácia de plantão

O choro do nenê é estridente

Assim não dá pra ver televisão.

Família ê

Família a

Família

Família, família

Cachorro, gato, galinha

Família, família

Vivi junto todo dia

Nunca perde essa mania

A mãe morre de medo de barata,

O pai vive com medo de ladrão,

Jogaram inseticida pela casa,

Botaram cadeado no portão.

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Família ê

Família a

Família.