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O PALÁCIO DE SÃO BENTO – ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA por João Aníbal Henriques Marcado por uma História longa que se iniciou no final do Século XVI, o Palácio de São Bento foi originalmente um Convento Beneditino, designado Convento de São Bento da Saúde, construído em estilo neoclássico com projecto de Afonso Álvares. O arquitecto, que foi também responsável pelos projectos das Sés de Leiria e Portalegre, bem como pela Igreja Lisboeta de São Roque e o Aqueduto da Amoreira, em Elvas, optou por vencer o desnível do terreno aproveitando de forma harmoniosa a localização privilegiada do edifício principal que, colocado centralmente, permitia reforçar o carácter cénico e monumental da sua enorme estrutura. Tendo sido dos poucos edifícios da Cidade de Lisboa que não sofreu ruína com o Terramoto de 1755, manteve-se em funções até à Extinção das Ordens Religiosas, em 1834, altura em que o Arquitecto Possidónio da Silva foi responsável pelas primeiras obras de adaptação do edifício, depois de o mesmo ter sido confiscado pelo Estado. O antigo convento funcionou como sede das cortes desde então, e ardeu por completo em 1895 como consequência de um incêndio que fez desaparecer todo o recheio e a estrutura interior. Foi nessa altura, num processo de obras moroso que o transformaram naquilo que hoje conhecemos, que o Arquitecto Ventura Terra projectou as enormes escadarias monumentais que enformam a fachada e que foram construídas somente em 1933, quando o espaço passou a ser conhecido como Assembleia Nacional. Sede do poder legislativo desde 1974, o Palácio de São Bento é hoje o coração da via política Portuguesa, sendo ali que funciona a Assembleia da República.

O Palácio de São Bento - Assembleia da República (Lisboa)

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Nota sobre a História do Palácio de São Bento - Assembleia da República, antigo Convento de São Bento da Saúde, da autoria de João Aníbal Henriques

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Page 1: O Palácio de São Bento - Assembleia da República (Lisboa)

O PALÁCIO DE SÃO BENTO – ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

por João Aníbal Henriques Marcado por uma História longa que se iniciou no final do Século XVI, o Palácio de São Bento foi originalmente um Convento Beneditino, designado Convento de São Bento da Saúde, construído em estilo neoclássico com projecto de Afonso Álvares. O arquitecto, que foi também responsável pelos projectos das Sés de Leiria e Portalegre, bem como pela Igreja Lisboeta de São Roque e o Aqueduto da Amoreira, em Elvas, optou por vencer o desnível do terreno aproveitando de forma harmoniosa a localização privilegiada do edifício principal que, colocado centralmente, permitia reforçar o carácter cénico e monumental da sua enorme estrutura. Tendo sido dos poucos edifícios da Cidade de Lisboa que não sofreu ruína com o Terramoto de 1755, manteve-se em funções até à Extinção das Ordens Religiosas, em 1834, altura em que o Arquitecto Possidónio da Silva foi responsável pelas primeiras obras de adaptação do edifício, depois de o mesmo ter sido confiscado pelo Estado. O antigo convento funcionou como sede das cortes desde então, e ardeu por completo em 1895 como consequência de um incêndio que fez desaparecer todo o recheio e a estrutura interior. Foi nessa altura, num processo de obras moroso que o transformaram naquilo que hoje conhecemos, que o Arquitecto Ventura Terra projectou as enormes escadarias monumentais que enformam a fachada e que foram construídas somente em 1933, quando o espaço passou a ser conhecido como Assembleia Nacional. Sede do poder legislativo desde 1974, o Palácio de São Bento é hoje o coração da via política Portuguesa, sendo ali que funciona a Assembleia da República.