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Este trabalho tem por objetivo a identificação e a construção do perfil do gestor no contexto da escola privada, procurando relacionar a teoria aos dados coletados e mensurados através de uma pesquisa em uma instituição de ensino particular da cidade do Natal – RN. Bem como relatar os tipos de gestão, enfatizando a democrática-participativa como a gestão ideal para o âmbito escolar, tanto privado como público. Para a realização deste trabalho foi essencial discutir teoricamente a luz de autores como Barbosa (2010), Campos (2009) e Dutra (2006). Chegando, portanto, a conclusão de que o gestor escolar deve ter em seu perfil características e atribuições bem definidas para garantir aos discentes um ensino de qualidade, assim como, um espaço digno para a convivência e/ou o relacionamento entre os docentes, alunos, colaboradores, gestor, pais e comunidade escolar.
Citation preview
IMES INSTITUTO MENDES DE ENSINO SUPERIOR
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR
EVANDRO CALAFANGE DE ANDRADE
O PAPEL DA GESTÃO NO ÂMBITO ESCOLAR
NATAL
2012
EVANDRO CALAFANGE DE ANDRADE
O PAPEL DA GESTÃO NO ÂMBITO ESCOLAR
Monografia apresentada ao Instituto Mendes de Ensino Superior - IMES, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gestão Escolar.
ORIENTADORA: Profª Esp. Karla Geane De Oliveira
NATAL 2012
EVANDRO CALAFANGE DE ANDRADE
O PAPEL DA GESTÃO NO ÂMBITO ESCOLAR
Monografia apresentado ao Instituto Mendes de Ensino Superior - IMES, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialização em Gestão Escolar.
Aprovado em: ___/____/____
BANCA EXAMINADORA
___________________________________
Profª Esp. Karla Geane de Oliveira
Orientadora
Instituto Mendes de Ensino Superior - IMES
__________________________________
Profª Esp. Rosilene Costa Dantas Mendes
Coordenadora do curso
Instituto Mendes de Ensino Superior - IMES
Dedicatória
Dedico este trabalho a minha família, amigos e em
especial a Deus, por ter me iluminado e guiado do
início ao fim na realização desta tarefa. Também
aos meus professores, que durante o curso
contribuíram para o meu crescimento pessoal e
profissional, assim como, a minha orientadora Karla
Geane que acreditou no meu projeto e se tornou
uma peça fundamental para o desenvolvimento do
mesmo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por minha existência, a minha família e aos meus amigos de
curso, que tanto me apoiaram.
“Quem quiser ser Líder deve
ser primeiro servidor. Se quiser
liderar, deve servir.”
Jesus Cristo
Lista de quadros, gráficos, organogramas e funcionogramas
QUADRO 1: Diferenças entre a verdadeira administração participativa da
pseudo-administração participativa....................................................................... 19
QUADRO 2: Características do modelo de gestão de pessoas.......................... 27
QUADRO 3: Os processos de apoio do modelo de gestão de pessoas............ 28
GRÁFICO 01 – Nível de satisfação dos discentes com a gestão pedagógica.. 51
GRÁFICO 02 – Nível de satisfação dos docentes e colaboradores com a
gestão pedagógica................................................................................................ 52
FUNCIONOGRAMA 1 – Gestão escolar.............................................................. 53
ORGANOGRAMA 1 - Perfil do Gestor Escolar..................................................... 54
RESUNO
Este trabalho tem por objetivo a identificação e a construção do perfil do gestor no contexto da escola privada, procurando relacionar a teoria aos dados coletados e mensurados através de uma pesquisa em uma instituição de ensino particular da cidade do Natal – RN. Bem como relatar os tipos de gestão, enfatizando a democrática-participativa como a gestão ideal para o âmbito escolar, tanto privado como público. Para a realização deste trabalho foi essencial discutir teoricamente a luz de autores como Barbosa (2010), Campos (2009) e Dutra (2006). Chegando, portanto, a conclusão de que o gestor escolar deve ter em seu perfil características e atribuições bem definidas para garantir aos discentes um ensino de qualidade, assim como, um espaço digno para a convivência e/ou o relacionamento entre os docentes, alunos, colaboradores, gestor, pais e comunidade escolar.
Palavras-chave: Perfil do gestor escolar, gestão democrática, relação interpessoal.
ABSTRACT
This study aims to identify and build the profile manager in the context of private
school, trying to relate the theory to the data collected and measured through a
survey in a private educational institution in the city of Natal - RN. As well as
reporting types of management, emphasizing the democratic-participative
management as it ideal for schools, both private and public. For this work was
essential to discuss theoretically the light of authors like Barbosa (2010), Campos
(2009) and Dutra (2006). Arriving thus the conclusion that the school manager should
have in your profile features and functions well defined to guarantee students a
quality education, as well as a place fit for living and/or the relationship between
teachers, students, employees, managers, parents and the school community.
Keywords: Profile of school management, democratic management, interpersonal
relationship.
SUMÁRIO
1 O PROBLEMA.................................................................................................... 11
1.1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 11
1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 13
1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.......................................................................... 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 14
2.1 GESTÃO........................................................................................................ .. 14
2.1.1 Gestão democrática...................................................................................... 20
2.2 GESTÃO DE PESSOAS.................................................................................. 25
2.2.1 Gestão estratégica de pessoas……………………………………............... 25
2.2.2 Gestão estratégica de recursos humanos – RH.......................................... 31
2.2.3 O papel da gestão de pessoas..................................................................... 33
2.3 LIDERANÇA.................................................................................................... 34
2.3.1 Situações de Conflitos.................................................................................. 36
2.3.1.1 Como Fortalecer A Liderança Organizacional Junto Aos Colaboradores .37
2.4 EDUCAÇÃO CORPORATIVA E AS ORGANIZAÇÕES INTELIGENTES... 38
2.5 PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL................................................................. 39
2.6 O PAPEL DA GESTÃO NO ÂMBITO ESCOLAR............................................ 41
3 METODOLOGIA................................................................................................. 46
3.1 NATUREZA DA PESQUISA............................................................................ 46
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.............................. 47
4.2 ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................... 47
5 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................... 55
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 57
ANEXOS.............................................................................................................. .. 60
QUESTIONÁRIO (Colaboradores / docentes)....................................................61
QUESTIONÁRIO (Discentes)........................................................................... .... 63
QUESTIONÁRIO (Gestor).................................................................................... 64
ENTREVISTA COM A GESTORA DA ESCOLA.................................................. 65
11
1 O PROBLEMA
Nossa problemática parte da perspectiva de que não se tem um perfil definido
da figura do gestor escolar, oscilando entre as esferas públicas e privadas. Assim,
nossos questionamentos são: Qual o perfil e/ou funções do gestor no âmbito
escolar? Porque se observa nas instituições particulares de ensino uma distorção
das reais funções do gestor escolar? Será que essa distorção faz parte das
características do gestor? O perfil profissional interfere nas atribuições do gestor nas
escolas? Deve haver divergência entre as atribuições do gestor da escola pública e
do gestor da escola privada?
A partir de então sentimos a necessidade de verificar como se desenvolve a
gestão em uma escola particular e discutir, a luz das propostas para a gestão na
escola, como deve ser o perfil do profissional GESTOR ESCOLAR, independente da
esfera administrativa que represente.
1.1 INTRODUÇÃO
A escolha do tema “O papel da gestão no âmbito escolar” foi estimulada pela
necessidade de compreensão do perfil, das características e das atribuições do
gestor educacional no ambiente escolar.
Com o intuito de aprofundamento nos seguintes campos: o papel do gestor
educacional no âmbito escolar e a gestão democrática-participativa, gestão de
pessoas X gestão estratégica de pessoas, buscou-se uma visão mais ampla
baseada em alguns conceitos de gestão, liderança e as características e atribuições
do gestor escolar, colocados em foco nas escolas.
Um dos focos da pesquisa se dá na elaboração de um funcionograma e
organograma do gestor educacional, já que é fundamental essa definição para que o
gestor possa atuar com eficiência e eficácia. Sabe-se que o gestor escolar além de
gerenciar pessoas e conflitos, gerencia também os recursos financeiros e materiais,
assim como, as ações dos setores administrativo e pedagógico.
A abordagem teórica ficou focalizada tanto na visão organizacional como em
uma visão da atuação do gestor no universo escolar. Partindo do princípio da
empregabilidade dos tipos de gestão, como: a de pessoa, a estratégica de pessoas,
a de recursos humanos, a democrática, a participativa e a gestão do conhecimento.
12
Outros pontos abordados sobre a teoria de gestão foram: a liderança, a
educação corporativa, as organizações inteligentes, a psicologia organizacional e o
papel do gestor empresarial e escolar. Conceitos que nos levaram a afetivação dos
objetivos desta pesquisa bibliográfica e de campo.
A respeito da pesquisa de campo, efetuada em uma escola particular da
cidade do Natal - RN, o que pretendíamos verificar era se o acúmulo de funções do
gestor educacional prejudica a qualidade do serviço oferecido pela instituição, assim
como, os efeitos causados pelo acúmulo de função pelo gestor.
Sabe-se que o acúmulo de funções de um único funcionário em uma
organização sobrecarrega o mesmo e causa resultados negativos para quem
precisa ser beneficiado pelo serviço oferecido. As ações do gestor, no caso da
nossa análise, são consideradas satisfatórias em um aspecto e insatisfatórias em
outros. Afinal, a dedicação em uma função leva a consequência do abandono das
outras.
Todo e qualquer profissional que atua no mercado de trabalho devem ter suas
funções definidas claramente. No caso de uma gestão escolar isso fica mais crítico.
Sabe-se que um gestor de uma instituição privada de ensino pode atuar tanto nos
setores financeiro, administrativo e pedagógico; ou se dedicar apenas a um desses.
O perfil do gestor é um fator que pode definir como as atribuições são
efetuadas e que características essenciais o gestor deve ter. Afinal, a escola sempre
tem “a cara do seu gestor”, e saber definir claramente os seus objetivos é de suma
importância para o planejamento de metas e da oferta de um ensino de qualidade
para os discentes, assim como, um ambiente saudável para os colaboradores
trabalharem.
Portanto, o estudo tem a importância de esclarecer a necessidade da
aplicabilidade de uma gestão voltada para a participação de todos os envolvidos no
ambiente escolar, assim como, para o desenvolvimento humano a partir de uma
gestão democrática/participativa e da definição do papel do gestor educacional nas
instituições privadas, como também, nas públicas.
1.2 JUSTIFICATIVA
13
Estudar e investigar sobre o perfil do gestor na escola privada é importante
porque propicia o fortalecimento da teorização adquirida no curso de gestão escolar
pelo Instituto Mendes de Ensino Superior – IMES. Portanto, observar e pesquisar os
procedimentos desenvolvidos no processo de gerenciar recursos humanos,
financeiros e administrativos atribuindo a uma gestão de descentralização de poder
e dividindo responsabilidades, propiciam o aprofundamento conceitual e amplia o
ensino-aprendizagem. No entanto, a vivência profissional conduz-nos a um conceito
de gestão diferente da teorização. Por mais que a atuação seja a docência, as ações
do gestor nos envolvem, o que nos leva a observação, comparações dos métodos
de gestão utilizados por ele no âmbito escolar.
Sabe-se que a prática é um aprendizado que agrega muito valor ao
conhecimento adquirido e para se tornar um profissional eficiente e eficaz, assim
como, ter o conhecimento do melhor modelo de gestão, das atribuições e
características de um gestor devem ser bem definidas. A pesquisa para a
elaboração desse trabalho foi a ferramenta metodológica essencial para o
aprofundamento teórico.
Por mais que a instituição de ensino seja privada, a gestão
democrática/participativa deve ser implementada para que todos os envolvidos no
ambiente escolar possam fazer parte dos procedimentos que deverão ser postos em
prática, assim como, participar do planejamento estratégico para cada ano letivo a
se iniciar.
1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O estudo está centrado na definição do perfil do gestor escolar, fazendo um
comparativo entre as atribuições da escola pública e privada. Assim como,
especificando as suas atribuições e características. Também serão abordados os
tipos de gestões e a resolução de conflitos e sobre a liderança do gestor. Entretanto,
a coleta de dados através de uma pesquisa in loco, será de suma importância para a
elaboração do funciograma das funções que o gestor da escola pesquisada deve
desempenhar, para acabar com o acumulo de atribuições, assim como, a
elaboração do organograma do perfil do gestor.
14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 GESTÃO
A gestão é definida por Barbosa (2010), como sinônimo de administração.
Portanto, gerir, assim como administrar, tem a ver com todo o controle e ações
propostas, envolvendo um conjunto que pode envolver pessoas, empresa, produtos,
serviços, clientes. De certa forma, gerir é conseguir controlar com eficiência, ou a
busca disso.
Complementa, ainda, afirmando que gestão faz parte das ciências humanas
porque trata com grupo de pessoas, procurando manter a sinergia entre elas, a
estrutura da empresa e os recursos existentes. Além da técnica de administrar, ainda
se utiliza de outros ramos como o direito, a contabilidade, economia, psicologia,
matemática e estatística, a sociologia, a informática entre outras.
Sobre a figura do gestor, ele tem como funções a fixação de metas a alcançar
através do planejamento, analisar e conhecer os problemas a enfrentar, solucionar
os problemas, organizar recursos financeiros, tecnológicos, ser um comunicador, um
líder, ao dirigir e motivar as pessoas, tomar decisões precisas e avaliar, controlar o
conjunto todo.
Barbosa (Op. Cit), afirma ainda que a gestão é simultaneamente arte e
ciência. É a arte de fazer as pessoas mais eficazes do que teriam sido sem você. A
ciência está em como iremos fazer isso. Existem quatro pilares básicos da gestão
que devem ser aplicados sempre quando assumimos um cargo de gestão: planejar,
organizar, dirigir e controlar. A gestão atua através dessas atividades para atingir os
objetivos organizacionais pré-determinados. Contudo, conclui-se que a gestão pode
ser considerada uma ciência na medida em que comporta uma acentuada
composição cientifica.
Assim sendo, é possível dividir a gestão em diversos segmentos, podendo ser
por competências. A definição de competência está baseada no conhecimento,
habilidade e atitude que uma pessoa possui. O primeiro tem relação com a formação
acadêmica, a teoria. A habilidade está ligada ao prático, a vivência e ao domínio do
conhecimento. A última representa as emoções, os valores e sentimentos das
pessoas, isto é, o comportamento humano. Portanto, gestão por competência é um
conjunto de ferramentas capazes de promover o contínuo aperfeiçoamento dos
15
conhecimentos, habilidades e atitudes de cada colaborador das organizações.
Atrelados aos subsistemas como: mapeamento do perfil de competências
organizacionais, mapeamento e mensuração por competências de cargos e funções,
seleção por competências, avaliação por competências, plano de desenvolvimento
por competências, avaliação de eficiência das competências a serem desenvolvidas
e remuneração por competências.
De acordo com Barbosa (2010), já que o universo vem passando por
mudança na dinâmica mercadológica, isto é, antes se baseava principalmente em
processo, linhas de produção em massa e as maiores organizações eram aquelas
que possuíam grande volume de ativos tangíveis (espaço físico, quantidade alta de
produtos estocados, qualidade dos produtos, etc.). Hoje, a época é outra, ou seja, as
exigências mudaram, há uma mudança significativa no comportamento das
organizações e dos indivíduos nelas inseridos. Todavia, a informação passou a
permear os dias do mundo corporativo. Entretanto, apenas com a informação não se
gera conhecimento; não basta só produzir ou prestar serviços, mas selecionar as
informações de fontes fidedignas e comprometidas, a fim de gerar conhecimento
com base e fundamento. Contudo, devemos estar apto a ter uma compreensão do
que está por trás dessa era do conhecimento e usar o conceito de capital intelectual,
novos tipos de relacionamento, os meios de aprendizagem inovadora e, ainda, listar-
se de variáveis que poderão ser muito úteis a toda essa mudança de cultura.
Obtendo assim, a gestão na era do conhecimento, a qual investe em capital
intelectual, afinal, o maior capital que a empresa possui é o conhecimento de seus
colaboradores. Estes quando são ouvidos e podem dividir suas opiniões, se sentem
valorizados e trabalham com paixão. Dessa forma, o trabalho flui com maior
eficiência, qualidade e dedicação.
Segundo Angeloni (2003, Apud. BARBOSA, 2010), a construção de uma
organização do conhecimento é composta por três dimensões, que interagem e são
interdependentes, a saber: a infraestrutura organizacional, pessoas e a tecnológica.
Sobre a dimensão de pessoas no contexto das organizações, são os seres
humanos, os agentes fundamentais pela transformação. Eles são os responsáveis
pelas tomadas de decisões e realizam as mudanças necessárias que afetam as
esferas individual e coletiva, assim como ocorre nas outras duas dimensões.
Contudo, podemos enfatizar que a autonomia das ações desses indivíduos nas
corporações está inscrita em certos limites impostos pela racionalização e
16
organização dos fatores de produção e contingências, assim como, as demandas
ambientais. Todavia, a faculdade de livres escolhas confere as pessoas em poder de
transformação singular do espaço de produção.
Em suma, o capital intelectual é o catalisador e o fator fundamental ao
desenvolvimento de novos negócios, bem como a base sólida para o crescimento de
negócios já existentes. Sabe-se, portanto, que este capital é o conhecimento, a
experiência, o poder de inovação e a habilidade dos empregados de uma companhia
para realizar as tarefas diárias. Assim como, os valores, a cultura e a filosofia da
empresa. O capital humano não pode ser propriedade das corporações. Pois é
intangível. Todavia, compõe toda capacidade, conhecimento, habilidade e
experiência individuais dos colaboradores e gerentes. Com tudo, deve-se, de
preferência, captar igualmente a dinâmica de uma organização inteligente em um
ambiente competitivo em mudança. Também, aperfeiçoar-se e adquirir novas
habilidades e a inovação corporativa.
O conhecimento administrativo, conforme Barbosa (2010), aumenta com a
formação de redes, como: economistas, planejadores, sociólogos, analistas e
estratégias externas, jurídicos, contáveis, financeiros, etc. Essa prática tende a
elevar significativamente o conhecimento executivo das organizações. Contudo,
temos que articular os novos procedimentos, a fim de diminuir os riscos e saber
como lidar com as variáveis impostas no processo, como: gerar a informação
requerida; superar posições políticas firmemente enraizadas; obter compreensão
genuína e empenho organizacional; redistribuir recursos para quaisquer mudanças
estratégicas importantes.
Em suma, os indivíduos, os valores e as crenças, princípios, condutas e
éticas, como também, tecnologias utilizadas e várias formas de ação; assim como, a
infraestrutura organizacional; são fatores fundamentais que compõem o ambiente
corporativo.
A respeito da competência, Barbosa (Op. Cit), afirma que existem alguns
elementos que se relacionam, como:
A. Conhecimento explícito
B. Habilidade
C. Experiência
D. Julgamentos de valor
17
E. Rede social
Estes fatores envolvem o conhecimento que é adquirido através de
informações, quase sempre pela educação formal, como também, o conhecimento
de regras de procedimentos e habilidades de comunicação, as relações do indivíduo
com outros seres humanos dentro de um ambiente e uma cultura transmitidos pela
tradição. Mas são de suma importância as percepções do que o homem acredita
estar certo, assim como, adquirir experiências a partir da reflexão sobre os erros e
dos sucessos passados.
De acordo com Barbosa (2010), podemos observar variáveis importantes da
gestão na era do conhecimento:
a) Estruturas administrativas mais delgadas e de maior qualidade;
b) Conhecimento administrativo aumentado;
c) Impactos da administração intermediária;
d) Iniciação gradual da nova gestão;
e) Formação da credibilidade;
f) Formação da consciência inicial;
g) Mudanças táticas e soluções parciais;
h) Tolerância ao caos;
i) Cristalização do foco: implantando a visão;
j) Foco em pessoas e processo.
Na gestão da era do conhecimento o tipo de gerenciamento de pessoas está
ligado a várias disciplinas, entre as quais, a gestão estratégica, a teoria das
organizações, os sistemas de informações, a gestão da tecnologia e inovação, o
marketing, a economia, a psicologia, a sociologia, dentre outra (GEORG VAN
KROGH, 2002 Apud. BARBOSA, 2010).
O objetivo é buscar a melhoria de desempenho das organizações através de
condições organizacionais favoráveis, processos de localização, extração, partilha e
criação do conhecimento, assim como através das ferramentas e tecnologias de
informação e comunicação. Assim também, controlar, facilitar o acesso e manter em
gerenciamento sobre as informações em seus diversos meios. Entende-se por
conhecimento a informação interpretada, ou seja, o que cada informação significa e
18
que impactos no meio cada informação pode causar de modo que essa possa ser
utilizada para importantes ações e tomadas de decisões. Entretanto, pode-se dizer
que Gestão do Conhecimento é um processo sistemático, articulado e intencional,
apoiado na geração, codificação, disseminação e apropriação de conhecimento,
com o propósito de atingir a excelência organizacional.
A gestão do conhecimento, segundo Barbosa (2010), tem como objetivos. No
entanto, vamos citar as mais significativas:
A. Tornar acessíveis grandes quantidades de informação organizacional,
compartilhando as melhores práticas e tecnologias;
B. Apoiar a geração de novos conhecimentos, propiciando o
estabelecimento de vantagens competitivas;
C. Dar vida aos dados tornando-os utilizáveis ao nosso desenvolvimento
pessoal e comunitário.
Em suma, a gestão é subdividida em diversas ramificações. Partindo da
gestão de pessoas, por competências, do conhecimento, a gestão escolar que é
subdividida em democrática e participativa, que “é um processo que visa ao
desenvolvimento da organização sem deixar de lado a participação do indivíduo.
Dessa forma, passa a existir verdadeiro compromisso e cumplicidade. O gestor e
seus colaboradores dividem responsabilidades, participam do estabelecimento de
objetivos e metas, debatem decisões e traçam os rumos do negócio. Prevalece a
discussão de ideias, o respeito pela opinião alheia, a aceitação de experiências
vivenciadas pelos outros, tudo baseado em diálogo aberto, franco, cristalino.” De tal
forma que “no processo participativo, é possível aprender, modificar, aperfeiçoar,
evoluir, pensar e agir – coletivamente ou não. Assim, surge a inovação, a
engenhosidade, a pró-atividade, fazendo com que os objetivos, se sobreponham aos
interesses individuais. Os relacionamentos se fortalecem e o espírito de cooperação
torna-se imperioso.” (BARBOSA, 2010, p. 61 - 62).
Ainda de acordo com Barbosa (op. Cit), a administrar de forma participativa é
envolver o maior número possível de indivíduos no processo decisório. Quando isso
acontece, a organização colhe uma série de benefícios.
Esses processos se tornam significativos quando pessoas de áreas diferentes
refletem sobre o problema. Dessa forma, elas passam a fazer parte do processo
19
decisório e se sentem corresponsáveis pelo sucesso de um determinado projeto.
Despertando, portanto, o reconhecimento, por parte dos colaboradores, das suas
habilidades, impactando diretamente na moral e na motivação dos mesmos. Ou
seja, a administração participativa desencadeia um estado de espírito de elevada
interação e de confiança mútua. Isso incentiva a cooperação e a transparência,
dinamizando a inovação, o surgimento de novas ideias e o processo de criatividade
organizacional.
A seguir veja o quadro 1 sobre o que é verdade e o que é falso na
administração participativa, segundo Barbosa (2010):
QUADRO 1: Diferenças entre a verdadeira administração participativa da pseudo-
administração participativa.
Verdadeira Falsa
Envolvimento mental e emocional de
pessoas.
Mera simulação e uma profunda farsa
que traz uma série de malefícios para a
organização.
Proposição democrática e legítima. Imposição disfarçada, o gestor convida
as pessoas para o processo decisório,
ouve-as, mas sempre toma, de maneira
imperativa, a decisão final.
Preocupação com o desenvolvimento
organizacional.
Procura enganar as pessoas e fazer com
que elas pensem que estão participando
de um processo de democracia
organizacional.
FONTE: Souza-Silva (2006, Apud. BARBOSA, 2010, 63).
Também há outros tipos de gestões, como a gestão estratégica de pessoas
que iremos tratar no tópico 2.2. Ela não diferencia totalmente das citadas
anteriormente. Contempla também a aprendizagem, a competência, assim como, a
dimensões da pessoa. Ou seja, focada na integração da estratégia da empresa ou
do negócio. Considerando as pessoas fundamentais para o desenvolvimento da
organização.
20
2.1.1 Gestão democrática
Rodrigues (2011), afirma que na gestão escolar o que é de extrema
relevância é a participação da comunidade escolar. O trabalho na escola é uma
ação de caráter coletivo, realizado a partir da participação conjunta e integrada dos
membros de todos os segmentos da comunidade escolar. Assim, o envolvimento de
todos os que fazem parte, direta ou indiretamente, do processo educacional no
estabelecimento de objetivos, na solução de problemas, na tomada de decisões, na
proposição da implementação, monitoramento e avaliação de planos de ação,
visando os melhores resultados do processo educacional, é imprescindível para o
sucesso da gestão escolar participativa.
A participação dá às pessoas a oportunidade de controlar o próprio trabalho,
sentirem-se autores e responsáveis pelos seus resultados, portanto, sua autonomia.
Ao mesmo tempo, sentem-se parte da realidade escolar e não apenas instrumento
para realizar objetivos institucionais. Mediante a prática participativa, é possível
superar o exercício do poder individual e de referência e promover a construção do
poder da competência, centrado na unidade social escolar como um todo. Todavia,
deve ser estendida como processo dinâmico e interativo que vai muito além da
tomada de decisão, pois é caracterizada pelo inter-apoio na convivência do cotidiano
da escola, na busca, pelos seus agentes, da superação das dificuldades e limitações
e do bom cumprimento da sua finalidade social.
Em suma, ainda na visão de Rodrigues (2011), a participação da comunidade
no âmbito escolar é de fundamental importância para verificar o quanto a gestão
democrática está ou não presente na unidade escolar. Para isso é preciso primeiro
entender o que é comunidade escolar, já que para a maioria dos gestores,
comunidade escolar é entendida como sendo o espaço onde a escola está inserida
juntamente com diretores, coordenadores, professores, alunos, pais e funcionários.
São, portanto, todas as pessoas que compõem a escola e seus segmentos que
acompanham de perto os avanços e as dificuldades da instituição e ajudam a
solucionar as mesmas.
Segundo Libâneo (2009), o objetivo das escolas de ensinar e educar se
cumpre pelas atividades pedagógicas, curriculares e docentes, viabilizadas pelas
formas de organização e de gestão. Contudo, a escola constitui-se num patrimônio
21
da sociedade, é o lugar de formação cultural e científica, pela qual se promove o
desenvolvimento mental e a formação da personalidade dos alunos e, para alcançar
seus objetivos, necessita de procedimentos e meios organizacionais. Assim, uma
escola bem organizada e gerida é aquela que cria e assegura condições
organizacionais, operacionais e pedagógico-didáticas, para o bom desempenho de
professores e alunos em sala de aula, de modo a se obter sucesso na
aprendizagem.
Libâneo (2009), esclarece ainda que, para a perspectiva que compreende a
escola apenas como organização administrativa, também conhecida como
perspectiva técnico-racional, a organização e gestão da escola diz respeito,
comumente, à estrutura de funcionamento, às formas de coordenação e gestão do
trabalho, ao estabelecimento de normas administrativas, ao provimento e utilização
dos recursos materiais e financeiros, aos procedimentos administrativos, etc., que
formam o conjunto de condições e meios de garantir o funcionamento da instituição.
A concepção técnico-racional reduz as formas de organização apenas a esses
aspectos, prevalecendo uma visão burocrática de organização, decisões
centralizadas, baixo grau de participação, separação entre o administrativo e o
pedagógico.
No entanto, Libâneo (op. cit), frisa que a escola deve-se ser entendida como
espaço de compartilhamento de ideias, práticas socioculturais e institucionais,
valores, atividades de modos de agir, assim sendo, justificadas por diferentes
definições: comunidade de aprendizagem, comunidade prática, comunidade
aprendente, organizações aprendentes, aprendizagem colaborativa, entre outras.
Contudo, a denominação ideal seria: atividade situada em contexto. Conforme a
teoria histórico-cultural a atividade humana mediatiza a relação entre o ser humano
e o meio físico e social. Isto é, ela depende das práticas sociais anteriores, de modo
que a atividade conjunta acumulada historicamente influencia o presente das
pessoas. Ao mesmo tempo, o ser humano, ao pôr-se em contato com o mundo dos
objetos e fenômenos, atua sobre essa realidade modificando-a e transformando-se a
si mesmo.
Sendo assim, os contextos socioculturais e institucionais atuam na formação
do pensamento conceitual o que significa dizer que as práticas sociais em que uma
pessoa está envolvida influenciam o modo de pensar dessa pessoa. Assim, a teoria
da atividade possibilita compreender a influência das práticas socioculturais e
22
institucionais nas aprendizagens e o papel dos indivíduos em modificar essas
práticas. Quanto ao contexto mais próximo, por exemplo, a comunidade em que está
inserida a escola, as práticas de organização e gestão, o tipo de relacionamento
entre as pessoas da escola, as atitudes dos professores, as rotinas cotidianas, o
clima organizacional, o material didático, o espaço físico, o edifício escolar, etc. De
certa forma, as práticas ocorrem em vários espaços, ou seja, são mediações
culturais, que atuam na aprendizagem das pessoas envolvidas no âmbito escolar.
Luck (2008), acredita que o gestor escolar é o responsável pela liderança,
organização, monitoramento e avaliação de tudo que acontece na escola. Porém,
faltam aos gestores visão de conjunto, articulação entre os vários segmentos de
atuação da escola e o empenho em enfrentar os desafios da gestão de
comunidades escolares que apresentam, naturalmente, tensões, conflitos,
dificuldades e limitações.
Dentre outros fatores internos, a respeito da atuação deste profissional, ele é
responsável por tudo que acontece na escola e muitas vezes até, à revelia, ou
desconsiderando o que foi determinado pela rede ou sistema de ensino que se
subordina. Portanto, preparar-se para esse exercício e estar atendo às
oportunidades diárias de sistematização de conhecimento específicos desse
trabalho e desenvolvimento de competências. Todavia, podemos indicar algumas
questões cruciais:
Em primeiro lugar, o entendimento de que enfrentar problemas é a questão
mais natural do trabalho educacional com pessoas. Em segundo, o seu papel
pessoal no conjunto e as especificidades desse processo. Como respeitar a clareza
do foco do trabalho que é a aprendizagem e formação dos alunos. Outro fator é o
processo contínuo de organização da escola, monitoramento e avaliação contínua
de seu plano de ação, de modo a promover seu aprimoramento sequencial.
Podemos também enfatizar que democracia pressupõe ordem e organização e é o
seu estabelecimento no interior da escola, voltado para a formação da cidadania e
aprendizagem, que é o foco do trabalho do diretor escolar.
Não podemos falar em gestão sem se deter a formação e a aprendizagem de
pessoas. Remete-nos, logo, ao gerenciamento de recursos humanos através de
uma gestão do conhecimento. E conforme Oliveira [S. l.: s. n.], pode-se entender
como um processo de recuperação, disseminação e utilização do conhecimento
para se atingir metas da organização. A gestão do conhecimento pode ser usada
23
para tomada de decisões e ações, como o objetivo de obter vantagens, antever
cenários e formular propostas, dentre outras.
Pois, o gerenciamento através da era do conhecimento é uma estratégia que
transforma bens intelectuais da organização – informações registradas e o talento de
seus membros – em maior produtividade, novos valores e aumento de
competitividade. Ou seja, é um meio de estimulo onde as pessoas que trabalham
nas organizações possam produzir informações e também usufruírem delas. Com
isso, o conhecimento se torna ferramenta essencial e indispensável ao crescimento
das empresas e das pessoas.
Tanto o conhecimento adquirido (aprendizado) quanto à disseminação da
informação (aplicação), são apropriações das pessoas, assim como, permeadas por
elas. Em suma, o aprendizado é importante tanto para se adaptar às rápidas
mudanças nos mercados e nas condições, como para gerar inovações em produtos,
processos e formas organizacionais. Disso decorre que o conhecimento é o principal
recurso e o aprendizado o processo central dessa fase. A contribuição do
aprendizado no processo de conhecimento aplicável por pessoas é essencial para
determinar o sucesso de uma organização. Pessoas com maior nível intelectual e
tempo de ensino possibilitam retorno competitivo para as empresas.
É acerca das formas conservadoras de organização e gestão que Libâneo
(2001), defende a educação escolar como o princípio e a característica de gestão a
promoção da apropriação de saberes, procedimentos, atitudes e valores por parte
dos alunos, pela ação mediadora dos professores e pela organização e gestão da
escola. O encargo de assegurar o desenvolvimento das capacidades cognitivas,
sociais e morais pelo seu empenho na dinamização do currículo, no
desenvolvimento dos processos do pensar, na formação da cidadania participativa e
na formação ética.
A escola, para Libâneo (op. Cit), é o lugar de aprender conhecimentos,
desenvolver capacidades intelectuais, sociais, afetivas, éticas, estéticas. Mas é
também lugar de formação de competências para a participação na vida social,
econômica e cultural. Por meio de canais de participação da comunidade, a escola
deixa de ser uma redoma, um lugar fechado e separado da realidade, para
conquistar o status de uma comunidade educativa que interage com a sociedade
civil. Vivendo a prática da participação nos órgãos deliberativos da escola, os pais,
24
os professores, os alunos, vão aprendendo a sentirem-se responsáveis pelas
decisões que os afetam num âmbito mais amplo da sociedade.
Segundo Paro (1988, apud LIBÂNEO, 2001), “os elementos materiais e
conceituais não cumprem sua função no processo se não estiverem associados ao
espaço humano coletivo; da mesma forma, o espaço humano coletivo necessita dos
elementos materiais e conceituais para ser aplicados racionalmente”. Afirma ainda
que uma escola comprometida com a transformação social precisa lançar mão de
princípios, métodos e técnicas adequadas à especificidade dos seus objetivos e à do
processo pedagógico escolar. Dessa forma, considerando a natureza dos fins
buscados pela escola, são imprescindíveis os conhecimentos, as técnicas e
instrumentos que assegurem a utilização racional de recursos materiais e
conceituais.
Acerca dos métodos e princípios, Libâneo (2001), esclarece que é importante
saber que uma nova administração, está identificada com os interesses da classe
trabalhadora. Com base nesses procedimentos que a viabilização do trabalho
escolar, referentes especialmente à coordenação pedagógica e aos professores,
visaram o aprimoramento das práticas de organização e gestão da escola: reuniões
de professores, entrevistas, seminários, conselhos de classe, modelo clínico de
formação continuada e etapas para a elaboração de projetos.
Portanto, para Alarcão (2003), um modelo democrático de gestão se coaduna
com o conceito de escola reflexiva. Gerir uma escola reflexiva é nortear-se pelo
projeto de escola, em constante desenvolvimento e tomar as decisões adequadas
no momento certo. Implica, assim, uma gestão de alunos, professores, funcionários,
espaços, equipamentos, horários, recursos e, sobretudo, gestão de aprendizagem.
Ou seja, a reflexão leva-nos de novo às cinco dimensões identificadas como
instituições aprendentes: liderança, modelo mental, visão partilhada, aprendizagem
em grupo e pensamento sistêmico. O resultado, portanto, é a satisfação de saber
que a sua instituição tem rosto próprio e é respeitada por isso mesmo com nome
próprio, identidade.
25
2.2 GESTÃO DE PESSOAS
2.2.1 Gestão estratégica de pessoas
A gestão de pessoa na visão de França:
A gestão de pessoas deve ocorrer a partir da visão integrada das pessoas e de questões fundamentais como: as expectativas sobre as relações de trabalho, o contrato psicológico entre o que a pessoa quer da empresa e o que esta quer de seu pessoal, perfil e tipo de personalidade, grupos, equipes, lideranças, processos de cooperação, competição, apatia, cultura organizacional, valores, questões éticas, entre outros aspectos ligados à vida social. (França, 2008: 4 – 6.)
Segundo Madruga et al (2006), a gestão de pessoa é o controle sobre os
indivíduos, ainda nos dias atuais. Todavia, algumas mudanças no contexto externo
estão impulsionando as empresas a reverem a maneira de gerenciar os
colaboradores, agregando novas formas de organização do trabalho, sendo mais
flexíveis e ágeis.
Campos (2009), considera a gestão estratégica de pessoas como uma forma
de acrescentar novos elementos de reflexão e ação sistemática e continuar, a fim de
avaliar a situação, elaborar projetos de mudanças estratégicas e acompanhar e
gerenciar os passos de implementação. É uma forma de gerir toda uma
organização, com foco em ações estratégicas em todas as áreas.
Para Dutra (2006), as novas formas de gerir pessoas vêm gerando grande
pressão nas maneiras de gerenciar. A gestão de pessoas deve ser integrada, e o
conjunto de políticas e práticas que a formam deve, a um só tempo, atender aos
interesses e expectativas da empresa e das pessoas. Somente dessa maneira será
possível dar sustentação a uma relação produtiva entre ambas: a gestão de pessoas
deve oferecer à empresa uma visão clara sobre o nível de contribuição de cada
pessoa e às pessoas, uma visão do que a empresa pode oferecer em retribuição no
tempo: as pessoas abrangidas pelas práticas de gestão da empresa não são apenas
as que estabelecem um vínculo formal de emprego com a organização, mas todas
as que mantêm algum tipo de relação com a organização.
Diante disso tudo, Dutra (op. Cit.), caracteriza a gestão de pessoa como “Um
conjunto de políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a
organização e as pessoas para que ambos possam realizá-las ao longo do tempo.”
26
Ele ainda afirma que para se obter uma comparação clara da realidade
organizacional em relação a gestão de pessoas, deve-se analisar a visão
funcionalista e à visão sistemática a do desenvolvimento humano. Com base nelas,
abordaremos e analisaremos o processo pelo qual a pessoa agrega valor para a
organização e esta à pessoa. As bases dessa visão vêm de várias direções: a
aprendizagem, dimensões da pessoa e competência.
1) Aprendizagem
A aprendizagem das pessoas na organização se dá por meio da sua relação
com as organizações forma um dos pilares dessa visão. A criação dessa cultura nas
empresas dá respostas a uns ambientes exigentes, complexos e dinâmicos. Ela vai
se basear no comprometimento mútuo, entre pessoas e organização, na gestão
participativa e na busca de renovação contínua.
Para Senge (2006), o processo de aprendizagem na organização dá-se
oferecendo-se condições para que as pessoas aprendam a criar sua própria
realidade, auxiliando-as e compreender o contexto em que vivem e com ele interagir
por elas próprias.
2) Dimensões da pessoa
Na visão de Dutra (2006), esse pilar é, simplesmente, a pessoa como um ser
integral e único.
A gestão tem como desafio encarar cada pessoa considerando sua
individualidade e como gerenciá-la nesse ambiente de diversidade.
3) Competência
A competência não é um estado ou um conhecimento que se tem e, sim, a
prática em determinado contexto, o que se sabe. O qual é marcado pelas relações
de trabalho, cultura da empresa, imprevistos, limitações de tempo e recursos, etc.
A competência, para Dutra (Op. Cit.), ainda pode ser vista como a capacidade
de entrega da pessoa e, também, como o conjunto de qualificações que a pessoa
possui para entregar.
27
Dutra (2006), aborda alguns processos de gestão que serve de base na
sustentação do equilíbrio como no próprio processo. O qual chama de bases
estruturais da gestão de pessoa.
a. Processos de gestão;
b. Pessoas ↔ empresas;
c. Bases estruturais ↔ processos de apoio.
Dentro deste modelo de gestão de pessoas o papel das pessoas; o papel das
empresas; os processos de gestão de pessoas; as bases estruturais; os processos
de apoio. Todos são fundamentais na representação do contínuo equilíbrio que deve
ser perseguido entre empresa e pessoas, e ambos têm papéis importantes no
equilíbrio do processo de gestão.
Na análise de Dutra (2006: 48 – 51), cada parte desse modelo de gestão de
pessoas tem as seguintes características. A seguir Veja o quadro 2:
QUADRO 2: Características do modelo de gestão de pessoas.
Características Conceito
Papel das pessoas
Cabe às pessoas a gestão de seu desenvolvimento, de sua
competitividade profissional e de sua carreira. As pessoas
estão adquirindo consciência de seu papel e passam a cobrar
de si mesmas a gestão de sua carreira, e da empresa as
condições objetivas de desenvolvimento profissional.
Papel das
empresas
Cabe às empresas criar espaço, estimular o desenvolvimento
e oferecer o suporte e as condições para uma relação de
alavancagem mútua das expectativas e necessidades. A
empresa não conseguirá fazê-la sem estar em contínua
interação com as pessoas e, ao fazê-lo, conseguirá alavancar
sua competitividade por meio das pessoas.
28
Processos de
gestão de pessoas
O processo é definido como um termo emprestado da
Biologia e pode significar a transição ou uma série de
transições de uma condição para outra; quando adaptado
para a Sociologia, agrega a ideia de interação entre
elementos diferentes associados à ideia de movimento,
mudança e fluxo. Esses processos podem induzi-los,
aprimorá-los, inibi-los, etc.. Processos de gestão são
interações entre partes com um objetivo e dentro de
parâmetros previamente definidos.
Bases estruturais
É o conjunto de compromissos mútuos estabelecidos entre a
empresa e as pessoas. Esses compromissos são traduzidos
no conjunto de políticas e práticas existentes na organização
que orientam o comportamento.
Processos de apoio
Compreendem interações não ligadas unicamente à gestão
de pessoas, mas que são fundamentais para que ela possa
ser efetiva ou que tendem a influenciá-la fortemente.
FONTE: Adaptado de Dutra, 2006: 48 – 51.
Dutra (2006), subdivide os processos de apoio, uma das características do
modelo de gestão de pessoas, em quatro processos. A seguir veja o quadro 3:
QUADRO 3: Os processos de apoio do modelo de gestão de pessoas.
Processos Conceito
De informação
Compreendem todo o fluxo de informação, estrutura ou não,
que flui da empresa para a pessoa e da pessoa para a
empresa.
De comunicação
Englobam os canais e veículos de comunicação entre
empresa e pessoas, entre pessoas e empresas, entre
pessoas da empresa e entre pessoas, empresa e
comunicação.
29
As relações
sindicais
São processos que tratam da relação entre empresa,
pessoas e sindicatos representativos dos trabalhadores.
As relações com a
comunicação
Compreendem o conjunto de políticas que balizam as
relações entre empresa, pessoas e comunidades.
FONTE: Adaptado de Dutra, 2006: 48 – 51.
Em relação ao modelo de gestão Dutra (2006: 57), ainda afirma que:
O ambiente onde nos inserimos exige um modelo de gestão de pessoas que
estimule e ofereça suporte ao desenvolvimento mútuo da empresa e das pessoas e
que ofereça a ambas as orientações para esse desenvolvimento de forma clara,
simples e flexível.
Em relação ao modelo de gestão de pessoas. A autoridade, obediência,
liderança, disciplina e autonomia, de acordo com França (2008), são combinações
necessárias para influenciar o comportamento das pessoas nas famílias, grupos,
organizações e sociedade. Portanto, há dois modelos básicos de administração que
utiliza desses ingredientes: o modelo diretivo (ou diretivo – autoritário) e o modelo
participativo (ou consultivo – participativo); eles são pontos opostos da mesma
escala.
O modelo diretivo utiliza a autoridade formal e a burocracia e seus
mecanismos, para obter a obediência. As organizações que tem esse modelo de
administração são consideradas mecanicistas (e outros tipos e imagens similares
são relacionados a ela).
Enquanto, o modelo participativo, predomina a liderança, a disciplina e a
autoridade. Nas organizações que utilizam desse modelo administrativo, as pessoas
são responsáveis por seu próprio comportamento e desenvolvimento.
França (2008), esclarece que as organizações podem adotar os dois modelos
de administração; ou seja, mais ou menos diretivas e mais ou menos participativas e
conservadoras (diretivas) ao mesmo tempo.
4) Gestão Estratégica de Pessoas
30
A gestão estratégica de pessoas, para Dutra (2006), está integrada à
estratégia da empresa ou do negócio. Na prática elas influenciam-se mutualmente
em diversas dimensões. Na estratégia da empresa estabelece-se uma função da
forma como se inseri no contexto de atuação ou onde vai atuar e qual a função do
conhecimento formado desde sua gênese até o presente. Esses dois aspectos
misturam-se no posicionamento estratégico da organização.
As influencias das pessoas na estratégia da empresa geram uma estratégia
organizacional pensada com base na percepção que a mesma tem no contexto em
que está inserido, na capacidade de interação com esse contexto e dos propósitos
relativos à sua sobrevivência, seu desenvolvimento e sua perenidade.
A importância das pessoas na estratégia da empresa dá-se a partir da
formulação e a implementação da estratégia nas quais ambas se confundem, uma
vez que nos movimentos da organização a premeditação e a ação influenciam-se
mutuamente. Portanto, gestão estratégica de pessoas tem como definição a forma
como orienta as pessoas a alcançar os objetivos organizacionais e, ao mesmo
tempo, no de seus próprios. Todavia, ela se encontra vinculada ao pensar e ao fazer
estratégico da organização.
A gestão estratégica de pessoas não deve ser, simplesmente, considerada
como uma parte das pessoas do negócio ou da empresa, mas como algo mais
abrangente, ou seja, que envolve a todos. Contudo, pode-se afirmar que ela
contempla todas as pessoas que mantêm qualquer tipo de relação de trabalho com
a empresa, sem importar com o vínculo contratual dos envolvidos.
Ainda podendo definir a gestão estratégica de pessoas, segundo Dutra
(2006), como um processo estruturado de interação das pessoas, as quais têm
algum tipo de relação de trabalho com a empresa, entre si e com a organização e/ou
negócio de forma a construir em projeto coletivo de desenvolvimento.
Para Dutra (Op. Cit.), a gestão estratégica de pessoas tem afetividade
relacionada com que a empresa espera das pessoas, dividida nos seguintes
aspectos:
a. Definição das necessidades e das políticas de movimentação de pessoas;
b. Posicionamento em relação ao mercado de trabalho;
c. Políticas práticas salariais;
d. Desenho e gestão de carreiras;
31
e. Processos de avaliação e orientação das pessoas;
f. Definição das ações e sistemas de gestão do desenvolvimento da
empresa e das pessoas.
França (2008), afirma que a gestão integrada à estratégia no âmbito da
gestão de pessoas é uma representação evolutiva na administração de Recursos
Humanos, resultados na sintonia entre as ações das organizações nas metas do
negócio e o comprometimento das pessoas para o sucesso destes resultados.
Albuquerque (apud França 2008: 24), afirma que nesse nível de gestão “as
pessoas são consideradas parceiras no trabalho”. E relata ainda a necessidade de
evolução nos modelos de gestão, para que haja por parte das pessoas:
engajamento nas mudanças; transformação de interações em ações efetivas;
vantagens competitivas sustentáveis.
Em suma, os modelos de gestão implementados nas organizações devem
estar apoiados em estratégias de gerenciamento de pessoas. Dessa forma
desenvolvendo métodos que proporcione motivação dos indivíduos e o
comprometimento de todos os envolvidos no processo para atingir as metas e
alcançar o sucesso dos resultados almejados pela organização. O gestor deve
deixar claro que as pessoas que estão inseridas no âmbito da gestão organizacional
são consideradas parceiras e de suma importância para o crescimento da empresa.
E que o gestor organizacional também deve acreditar que é capaz de garantir o
sucesso profissional dos seus colaboradores através de uma gestão baseada na
motivação, na valorização do outro e em ações afetivas, dentre outras.
2.2.2 Gestão estratégica de recursos humanos – RH.
Segundo França (2008), a gestão de pessoas contribui para a valorização do
profissional de RH, e a participação da área de Recursos Humanos na estratégia da
organização gerando os seguintes benefícios:
a) Justificar os recursos necessários para os investimentos em gestão de
pessoas;
32
b) Facilidade maior em dar foco às atividades mais importantes da gestão de
pessoas;
c) Deixar claras as expectativas dos gestores quanto aos resultados da gestão
de pessoas;
d) Envolver, motivar e aumentar a criatividade dos profissionais de RH, e fazer
com que eles se aproximem das demais áreas da empresa.
Para Vasconcelos (2009), não tem como gerir uma empresa sem desenvolver
uma Gestão Estratégica específica para a área de Recursos Humanos é,
simplesmente, condenar e comprometer a sobrevivência e a competência da
Organização.
Vasconcelos (op. Cit.), afirma, ainda, que a falta de um departamento de RH
eficaz, impossibilita que haja um processo de seleção de novos colaboradores a
partir de uma definição clara e coerente em relação ao perfil destes profissionais em
processo de contratação. Isto se dá através da falta de “parâmetros e critérios claros
e bem definidos, desconhecedor das ferramentas e técnicas características de um
bom processo de recrutamento e seleção”. Por parte dos profissionais encarregados
do processo de contratação de novos colaboradores para atuar em diversos setores.
Portanto, as deficiências no processo de seleção de profissionais gerarão
consequências para as empresas como, por exemplo: faltas do colaborador,
atestados médicos, incapacidades de lidar com a tecnologia, etc.
Gimenez e Silva (2006), afirmam que o mercado de trabalho, assim como, a
produção de produtos e ofertas de serviços e o mercado de negócio interno e
externo atuais fizeram com que as organizações desenvolvessem os seus
Departamentos de Recursos Humanos. Na necessidade de adequá-los à tecnologia
em desenvolvimento e à nova consciência, adquirida devido à formação e
desenvolvimentos de avaliação, contratação, dispensas, motivação, promoção,
remuneração, seleção, transformação e treinamento.
Ribeiro (2008), aborda a importância do profissional de pedagogia
empresarial como um dos aspectos importantes na conquista do sucesso
empresarial, junto ao desenvolvimento de Recursos Humanos, vinculado ao uso
criativo da “energia humana e ao envolvimento das pessoas na canalização e no
aproveitamento dessa energia”. Utilizando métodos e ferramentas adequadas para o
33
desenvolvimento da qualificação profissional como a relação intra/interpessoal dos
colaboradores.
2.2.3 O papel da gestão de pessoas
No que se refere à Gestão de Pessoas, para Hipólito et al. (2000), fica clara
a necessidade de acompanhamento das demais mudanças, pelos Gestores das
organizações como um das suas competências, que vêm ocorrendo na organização,
de forma a dar suporte e consistência aos processos de transformação existentes na
empresa, e dar condições para a concretização de uma gestão de pessoas
descentralizadas, integrada e compartilhada. Transparecendo, no entanto, a
ausência de instrumentos e de um sistema de gestão de pessoas que
possibilitassem a integração das diversas ações de Recursos Humanos, uma vez
que tentativas anteriores de estabelecê-los falharam. Este contexto leva a
organização a optar por um sistema de gestão por competências, tendo como
principais objetivos, segundo levantamento com gestores de organizações, os
seguintes pontos:
1. Produzir um sentimento de justiça e coerência na gestão das pessoas,
homogeneizando os critérios utilizados por cada gestor;
2. Oferecer instrumentos que facilitassem a orientação dos subordinados quanto
às possibilidades de desenvolvimento na organização e permitissem uma
gestão do quadro de pessoal mais eficiente;
3. Incentivar a busca contínua por capacitação por parte dos colaboradores e a
sua aplicação no contexto organizacional;
4. Estabelecer critérios para as diferenciações salariais, em alinhamento com os
níveis remuneratórios praticados pelo mercado;
5. Finalmente, que o sistema possibilitasse uma integração das diversas práticas
de Recursos Humanos da organização, de forma que apontasse para uma
mesma direção e se apresentasse como flexível, assimilando rapidamente
mudanças organizacionais e ambientais.
34
Para obter esses resultados enfatizou-se a importância de se trabalhar com
um sistema simples, claro e de fácil compreensão para gestores e colaboradores. As
experiências negativas anteriores apontavam para as necessidades de
transparência no processo e de se trabalhar com parâmetros objetivos, que
trouxessem resultados positivos e concretos para a organização e para as pessoas.
Deveria, também, romper com algumas práticas culturais existentes, como ascensão
compulsória por tempo de casa e dificuldade de demissão, embora grande parte dos
colaboradores não goze de estabilidade. Outro aspecto que deve ser considerado
crítico para o sucesso do sistema consiste no acompanhamento do processo de
desregulamentação do setor e das possíveis consequências para a organização
que, ao mesmo em que gera um sentimento coletivo em torno da necessidade de
mudança, acaba provocando ansiedade. (HIPÓLOTO et al., 2000).
2.3 LIDERANÇA
Não tenha medo de ter sucesso, mas lembre: o atleta treina mais do que compete. Com o Líder empreendedor acontece o contrário; ele compete mais do que treina, ou seja, há aqui uma inversão de polos. Portanto, treine, treine e treine. (CARVALHO, 2008.)
Abrantes (2009), define a liderança como a maneira de conduzir uma pessoa
a executar um ou diversos objetivos por meio do conhecimento da motivação
humana e que um dos papéis do Líder nas organizações é trabalhar e canalizar a
motivação das pessoas. Afirma que a motivação é algo que vem de dentro de cada
indivíduo e que o Líder pode facilitar para que cada um possa utilizá-la da melhor
forma. E destaca também um dos fatores que facilita a motivação. Esse fator é um
bom ambiente de trabalho, como também, uma liderança de expressão, sentimento
e criatividade.
A liderança só é reconhecida como tal na medida em que consegue manter a autoridade legitimada pelos liderados e a equipe sob controle. Atualmente experimentam-se mudanças nas formas de legitimar o poder e de controlar equipe, tornando-as mais participativas. (MACÊDO et al, 2007: 42).
Definições de liderança por Macêdo et al. (2007: 110 – 111):
35
“Liderança é um processo de influencias das atividades individuais e grupais,
no estabelecimento e atingimento de metas.” (MEGGINSON, MOSLEY & PIETRI,
1998: 377).
“Liderança é como a beleza: difícil de definir, mas fácil de reconhecer.”
(BENNIS, apud VERGARA, 2003: 74).
Para Weich (apud MACÊDO et al, 2007), a definição de liderança ou a
atuação do Líder na organização:
O Líder eficaz é alguém que procura pela melhor pergunta, aceita a inexperiência, mantém-se em movimento, canaliza as decisões para aqueles que têm à mão o melhor conhecimento sobre soluções com arte, é obcecado pela atualização, encoraja a improvisação, e é profundamente consciente da ignorância pessoal. (WEICH, apud BENNIS et al., 2001 – Fonte: MACÊDO et al, 2007).
Segundo Hunter (2004), um Gestor de pessoas tem que ser um Líder nato.
Ter a habilidade de influenciar as pessoas para trabalharem com entusiasmo e
sempre visando atingir aos objetivos identificados a priori como sendo para o bem
comum; despertar a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por
causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa tivesse a preferência de não o
fazer; desenvolver a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que
você quer por causa de sua influência pessoal.
Após tudo que foi dito anteriormente, Hunter (2004), ainda afirma, que se
deve dizer que um bom Gestor de pessoas tem o dever de gerenciar os
colaboradores com liderança, poder e autoridade. E, além disso, deixar visivelmente
suas qualidades de caráter. Fluindo três pontos principais: comportamento, escolha
e hábitos. Tudo isso para que os colaboradores apreciem suas características como
Líder: honestidade, confiabilidade, bom exemplo, cuidado, compromisso, bom
ouvinte, conquistar a confiança das pessoas, tratar as pessoas com respeito,
encorajar as pessoas, atitude positiva e entusiástica e, principalmente, deixar claro
aos seus liderados que um bom Líder gosta das pessoas em sua volta.
Não é só dizer ou agir dessa forma, algumas vezes. Essas atitudes devem
fazer parte do corpo, da alma, da vida profissional de cada Gestor. Sabe-se que a
36
chave da liderança é a execução das tarefas enquanto se constroem os
relacionamentos entre:
GESTORES ↔ COLABORADORES ↔ GESTORES
Fonte: Hunter (2004)
Hoje a gestão de pessoas está sendo desenvolvida em cima dos novos
paradigmas, ou seja, a concorrência global; a administração descentralizada; o
Japão com produtos de boa qualidade; liderança; causa e efeito, melhoria contínua;
lucro a curto e longo prazo; sócios; a mudança como uma constante e o defeito zero.
No novo paradigma definido por Hunter (Op. Cit.), afirma que: quem está no
topo da pirâmide é o CLIENTE. E os mais próximos deles, os clientes, estão os
colaboradores, estão os associados ou os empregados, apoiados pela linha da
frente dos seus supervisores e a seguir todo o resto como os vice-presidentes e o
presidente. O qual estava sempre no TOPO no antigo paradigma.
Lideres são capazes de viabilizar grandes realizações por meio de equipes, compreender e explorar o que existe de melhor em cada pessoa, reduzir a distância entre objetivo e resultado. Enfim, eles têm seguidores que os seguem, porque percebem que eles promoverão o que as pessoas mais procuram: alternativas para sua jornada pessoas e profissional. Administradores trabalham com pessoas, os Lideres mexem com as emoções. (CARVALHO, 2008).
Portanto, um Líder é alguém que tem a capacidade de identificar e satisfazer
todas e quaisquer necessidades legítimas de seus nobres liderados e remover as
barreiras prejudiciais e assim possibilitando-os servir ao cliente com mais
capacidade. Contudo, para liderar deve-se servir.
2.3.1 Situações de conflitos
Liderar, segundo Galafassi (2008), é saber conviver com pessoas de estilos
diversificados. Às vezes o liderado pode se dirigir ao Líder com desrespeito,
agressividade ou desconfiança. Então, como lidar com essas situações?
O gestor tem que ouvir de forma parcial; identificar o item da quebra de
contrato; encerrar a discussão no caso da outra parte não conseguir se comunicar
37
de forma efetiva. O Líder tem que saber que a responsabilidade de
resolver/administrar o conflito é exclusivamente dele.
2.3.1.1 Como Fortalecer A Liderança Organizacional Junto Aos
Colaboradores
Primeiramente Galafassi (2008), afirma que o Líder deve saber que uma boa
gestão se dá através do exemplo. Devendo ter algumas das competências
essenciais para se obter e a adesão dos colaboradores como: capacitação de
administrar conflitos, relacionamento interpessoal, comunicação assertiva e
habilidade de coaching, incluindo o “saber ouvir”.
Um bom Líder, para Galafassi (op. Cit.), na resolução de conflitos tem que
praticar os 20 itens a seguir em sua liderança:
a) Atuar como mediador nas situações que envolvem interesses divergentes;
b) Acreditar na força e no potencial de sua equipe e demonstrar tal fato;
c) Os liderados devem falar que seu Líder é imparcial;
d) O Líder deve ter o respeito dos seus liderados e que os mesmos se sintam
confortáveis para procurar os seus conselhos;
e) Conseguir identificar quando um conflito está no ar;
f) Conseguir identificar situações que exigem intervenção como mediador;
g) Demonstrar tranquilidade em situação de conflito;
h) Dar valor à manutenção de clima de trabalho harmonioso;
i) Durante um impasse, conseguir tratar a outra parte com respeito;
j) Em situações de impasse conseguir deter resultados que atendem as partes
envolvidas;
k) Gostar de trabalhar em um ambiente saudável;
l) Gostar de trabalhar onde o clima de trabalho é harmonioso e respeitoso;
m) Gostar de participar de reuniões e contribuir para resolver situações com
impasses;
n) Procurar conhecer e ler sobre o tema Administração de Conflitos;
o) Ser imparcial nas ações de intermediação de conflitos;
p) Ser paciente;
38
q) Ter facilidade para auxiliar as partes na decisão por um acordo;
r) Ter conhecimento de técnicos em Administração de Conflitos;
s) Ter a competência de atuar como conselheiro nas situações de conflitos;
t) Ser uma pessoa disponível.
Se o Líder é capaz de gerenciar de 11 a 15 itens ou 16 a 20 itens abordados
anteriormente. Ele demonstra possuir boa capacidade para a Administração de
Conflitos ou se destaca pela forma como os resolvem em sua equipe: obtendo
ótimos resultados para sua gestão e para a organização.
2.4 EDUCAÇÃO CORPORATIVA E AS ORGANIZAÇÕES
INTELIGENTES
Senge (2006), afirma que as organizações só podem aprender através de
indivíduos que aprendem. A aprendizagem de caráter individual não garante a
aprendizagem da organização.
Esse novo tempo que as organizações estão vivenciando, traz um novo
desafio para os Líderes. O seu novo trabalho gerado pelas as organizações que
aprendem exigir dos Líderes uma nova visão de liderança. A qual está centrada em
tarefas mais sutis e mais importantes. Nelas os Líderes são projetistas, regentes e
professores. Eles são responsáveis por construir organizações onde as pessoas
expandem continuamente suas capacidades de entender complexidades, esclarecer
visões, e aperfeiçoar modelos mentais compartilhados, ou seja, eles são
responsáveis pela aprendizagem.
As organizações são formadas por pessoas: são elas que atendem ao
público, despacham documentos, recebem recados, fazem pagamentos, tomam
decisões, etc. há uma mútua simbiose entre pessoas e organizações: pessoas
dependem das organizações e estas dependem das pessoas. Dentro dessa
interdependência e do novo paradigma de competitividade em mercados globais, o
treinamento e o aprendizado são imprescindíveis para o aproveitamento das
oportunidades pessoais e organizacionais e para a neutralização das ameaças
ambientais. Os indicadores propulsores da aprendizagem organização são a
criatividade e a inovação.
39
Para Senge (2006), ainda hoje, em pleno século XXI, há muitos
Empresários/Gestores que teme em resistir em reconhecer os seres humanos como
capitais de maior valor em sua organização. Contudo, gera-se uma zona de conforto
escravista de executivos, diretores e gerentes. O que se evidencia uma crise na
linha tênue entre o que é profissional e pessoal colaborador das organizações.
Sabe-se que a inteligência organizacional além de ser uma organização
lucrativa, também deve cumprir o seu papel social prestando serviços de ótima
qualidade a seus clientes, satisfazer necessidades dos colaboradores e atender
demandas dentro de um contexto de responsabilidade social.
Só que no cotidiano da racionalidade dos tempos atuais os sistemas estão
pedindo mais reflexão para organizar sustentavelmente a produtividade
organizacional (sistema e pessoas). Portanto, mais percepção e bom senso entre os
envolvidos, logo se deixa, o caráter implícito nestes quesitos.
Em suma, há itens indispensáveis para quem quer vencer na vida pessoal ou
num empreendimento: a confiança, a humanidade, a empatia, o comportamento, a
liderança, entre outras valiosas atribuições que se encontram adormecidas pelo
desuso e falta de conscientização. Contudo, deve-se aprender a aplicá-las no
cotidiano de um Líder que se almeja alcançar.
2.5 PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
A Psicologia Organizacional, na definição de Nei Silva (2008), inicialmente
denomina como Psicologia Industrial, estuda os fenômenos psicológicos presentes
nas organizações. Mais especificamente, atua sobre os problemas organizacionais
ligados à gestão de Recursos Humanos (ou Gestão de Pessoas). A psicologia,
atualmente, está ligada as empresas, seja no bem-estar de cada um dos
colaboradores, até nas emoções geradas num ambiente de trabalho.
Tradicionalmente, as principais áreas da psicologia organizacional são:
recrutamento, seleção de pessoal, treinamento e diagnóstico organizacional.
Principais atividades do psicólogo organizacional:
1. Analisar cargos e salários;
2. Realizar pesquisa sobre os sentimentos e as emoções dos funcionários;
40
3. Projetar sistema de avaliação de desempenho;
4. Avaliar a eficácia de uma prática específica.
Nei Silva (2008), relata que o psicólogo organizacional deve buscar alcançar
níveis de excelência de qualidade por toda a organização. A atuação do psicólogo
nas empresas é diversa, especialmente organizações de trabalho, buscando uma
pluralidade e diversidade nas informações e uma perspectiva crítica, visando à boa
aplicação da psicologia, especialmente da psicologia social, às relações de trabalho
e aos problemas organizacionais, tendo em vista a saúde humana no trabalho, a
eficiência e a produtividade das organizações.
De acordo com o CATÁLOGO BRASILEIRO DE OCUPAÇÃO (CBO), o
psicólogo do trabalho é um profissional que “exerce atividades no campo da
psicologia aplicada ao trabalho, como recrutamento, seleção, orientação,
aconselhamento e treinamento profissional, realizando a identificação e análise das
funções, tarefas e ocupação, organizando e aplicando testes e provas, realizando
entrevistas, sondagens de aptidões e de capacidade profissional e no
acompanhamento e avaliação de desenvolvimento de pessoal, para assegurar às
empresas ou por quem quer que se deem as relações laboratoriais, a aquisição de
pessoal dotado das habilidades necessárias, e ao indivíduo satisfação no trabalho”.
Diante do contexto acredita-se que a Psicologia é uma ciência em movimento,
ou seja, a teoria psicológica procura desempenhar diante das mudanças sociais,
uma prática capaz de lidar com problemas emergentes das mudanças sociais e
econômicas. Tendo em vista a importância da atuação do psicólogo nas
organizações de trabalho, bem como a necessidade de o profissional compreender a
organização como um fenômeno, social e cultural, também, procura-se enfatizar
questões pertinentes ligadas à organização na qual está sendo desenvolvido o
estágio – Projeto de Consultoria. Com isso entende-se que é de fundamental
importância que o profissional compreenda a formação da Identidade Humana, os
impactos da subjetividade na organização, os processos grupais, os mecanismos de
aprendizagem individual e coletiva, a reestruturação produtiva, os avanços
tecnológicos etc.; como propõe Zanelli et al (2004).
As relações intra/interpessoal no ponto de vista de Admin (2008):
41
Autoconhecimento, autoimagem, automotivação, percepção são conceitos
importantes para os relacionamentos intra/interpessoais no que se refere à
Psicologia das Organizações e Processos Grupais desenvolvidos nas empresas. As
relações inter/intrapessoais estão relacionadas à qualidade de vida no trabalho. O
ambiente profissional influencia no comportamento das pessoas e, por conseguinte
influencia nas relações interpessoais e no resultado das empresas em todos os
sentidos. As pessoas são produtos do meio em que vivem – como também o meio é
produto das pessoas –, tem emoções, sentimentos e agem de acordo com o
conjunto que as cercam, sejam os espaços físicos ou sociais. As relações
interpessoais direcionam-se para que as pessoas colaborem para a construção de
um clima organizacional agradável e produtivo.
Referindo-se ao autoconhecimento, ele possibilita um profissional gerenciar
sua própria carreira com inteligência emocional, identificação e desenvolvendo
competências na realização de escolhas e na busca do seu próprio “Conhecer”.
Então, com o autoconhecimento desenvolvido fica mais fácil para gerenciar a
automotivação, a autoimagem profissional como a pessoal.
Portanto, esses fatores trabalhados, percebidos, gerenciados para o indivíduo
se sentir bem ao seu respeito são fatores de suma relevância para as relações
interpessoais entre uma pessoa e outra, membros de um grupo ou de uma
organização e da comunidade interior. Enquanto que as relações intrapessoais
possibilitam que o indivíduo se relacione com ele mesmo.
2.6 O PAPEL DA GESTÃO NO ÂMBITO ESCOLAR
Segundo Parente & Conceição (2011), o gestor escolar sofre várias
interferências no desenvolvimento de suas atribuições. Essas são agrupadas em
duas dimensões: interferência de organismos externos (públicos ou privados) que
influenciam direta ou indiretamente na gestão, assim como, pela administração de
conflitos, pelos procedimentos administrativos e pedagógicos no interior da escola.
Ou seja, a administração da escola deve partir destes dois pressupostos básicos, de
tal forma, criando mecanismos que possibilitam atuar nestas frentes
simultaneamente.
42
Portanto, a gestão educacional está centrada em um controle do fazer
operacional financeiro, quase que dissociado de uma preocupação de um construir e
fazer pedagógico, que resulte na esperada ampliação da qualidade do ensino. O que
ocasionam equívocos, tanto por a educação está vinculada ao aspecto financeiro
como na constituição de recursos destinados, o que são insuficientes. (PARENTE &
CONCEIÇÃO, 2011).
Em suma, o gestor tem um papel fundamental nessa qualidade do ensino.
Porém, é preciso que esse desempenhe adequadamente suas funções. E que haja
uma preparação tanto na formação inicial como a continuada, assim como, a
abrangência das especificidades da atuação do gestor.
De acordo com Souza (2006), o gestor escolar deve dá atenção adequada
aos aspectos relacionados com a aprendizagem dos alunos, as normas
administrativas e da manutenção da escola. Assim sendo, funções desempenhadas
pelo gestor no âmbito escolar. Portanto, ele é uma figura central, pois define não
apenas os rumos da instituição, como também, em parte, modifica o das carreiras
profissionais das pessoas que colaboram na escola e, em especial, o rumo das
vidas escolares dos alunos que estão inseridos nesse sistema de gestão e na
política escolar.
Contudo, o gestor tem a função de coordenar a instituição educacional e
dessa decorrem consequências pedagógicas, institucionais, sociais e especialmente
políticas locais. No entanto, essas funções são desempenhadas de forma
significativamente diferente por parte dos gestores masculinos e femininos,
principalmente, no que se refere à existência e funcionamento do Conselho de
Escola. Pois elas são mais colaborativas que eles.
Souza (2006), aponta algumas características do gestor escolar. A seguir
veja-as:
1. Ter pré-disposição para trabalho coletivo;
2. Ser articulador e mediador dos segmentos internos e externos;
3. Ter iniciativa e firmeza de propósito para realização de ações;
4. Ser conhecedor dos assuntos técnicos, pedagógicos, administrativos,
financeiros e legislativos;
5. Ser conhecedor da realidade da escola;
6. Ter credibilidade na comunicação;
43
7. Ser um defensor da educação;
8. Ter liderança democrática e capacidade de mediação;
9. Ser capaz de auto-avaliar-se e promover a avaliação do grupo, ou seja,
que ele nem sempre está certo e que nem sempre tem razão, nem ele e
muitas vezes o grupo.
10. Ter a capacidade de resolver problemas;
11. Ser transparente e coerente nas ações.
Há, portanto, segundo Souza (2006), outros aspectos do trabalho do gestor
escolar, o que é chamado de papéis ou atribuições. O primeiro papel é que o gestor
é o responsável legal da Secretaria Estadual de Educação; o segundo é representar
os alunos, a sua equipe e a comunidade; o terceiro papel, a escola deve ter a “cara
do diretor”. E, por conseguinte, vem as suas atribuições que são:
1. Elaborar e apresentar plano de trabalho no início de cada ano letivo;
2. Coordenar a elaboração e a implantação do Projeto Político Pedagógico,
ou Proposta Pedagógica e do Regimento Escolar, junto com o vice-diretor
e com o coordenador pedagógico;
3. Coordenar as atividades pedagógicas de acordo com as orientações do
conselho escolar e da Secretaria Estadual de Educação;
4. Executar as determinações dos órgãos aos quais a unidade escolar está
subordinada;
5. Cumprir e fazer cumprir a legislação vigente e os convênios propostos no
projeto pedagógico da unidade escolar;
6. Representar a unidade escolar, responsabilizando-se juntamente com o
Conselho Escolar pelo seu funcionamento;
7. Elaborar o plano de aplicação dos recursos financeiros para avaliação e
aprovação;
8. Manter atualizado o inventário dos bens públicos, zelando por sua
conservação;
9. Apresentar à comunidade, dentro dos prazos estabelecidos, os resultados
da avaliação de desempenho e a movimentação financeira da unidade
escolar;
10. Propor ações que visem à melhoria da qualidade dos serviços prestados;
44
11. Submeter à apreciação do Conselho Escolar as transgressões
disciplinares dos alunos, ouvida a coordenação pedagógica e o Conselho
Escolar;
12. Cumprir e fazer cumprir o estatuto do magistério;
13. Coordenar o processo pedagógico, articulando as ações entre os turnos
de funcionários da unidade escolar;
14. Participar de programas de formação propostos para os coordenadores
pedagógicos.
Santos (2009), afirma que uma pessoa que está em situação de comando
deve agir com liderança extraindo dos colaboradores sempre o melhor.
E enfatiza as competências do gestor escolar na parte administrativa:
1. Organização e articulação de todas as unidades competentes da escola;
2. Controle dos aspectos materiais e financeiros da escola;
3. Articulação e controle dos recursos humanos;
4. Articulação escola-comunidade;
5. Articulação com o nível superior de administração do sistema educacional;
6. Formulação de normas, regulamentos e adoção de medidas condizentes
com os objetivos e princípios propostos;
7. Obedecer às leis.
De acordo com Souza (2011), o gestor escolar age como líder pedagógico,
apoia o estabelecimento das prioridades, avalia os programas pedagógicos,
organiza e participa dos programas de desenvolvimento de funcionários e também
enfatiza a importância de resultados alcançados pelos discentes.
O seu papel no âmbito escolar inclui também estabelecer objetivos claros,
propiciar a visão do que é uma boa escola e encorajar os professores, de modo a
auxiliá-los nas descobertas dos recursos necessários para que realize
adequadamente o seu trabalho, assim como, a criação de um ambiente positivo com
ações voltadas para metas objetivas, realizáveis e relevantes, disciplinas em sala de
aula garantida pelos professores, capacitação em serviço voltada para questões
pedagógicas e acompanhamento contínuo das atividades escolares.
45
O gestor, também, precisa saber acompanhar as inovações e tentar ampliar
a capacidade de realizar a organização escolar, levando-a a atingir seu potencial
pleno e a tornar-se uma instituição que traga orgulho profissional a seus integrantes
assim a função do gestor escolar os esforços no sentido de que a instituição, como
um todo, produza os melhores resultados possíveis no sentido de atendimento às
necessidades dos educandos e a promoção do seu desenvolvimento.
Mattos (2009), afirma que o gestor escolar tem que ser um líder e
democrático, ser capaz de socializar as decisões, descentralizar as ações, ou seja,
delegar responsabilidades, acatar e encaminhar as deliberações da maioria. E acima
de tudo, tem que ter compromisso claro com a educação.
Silvia (2009), por sua vez, enfatiza o delegar, o ouvir, o coordenar, o respeitar
o próximo, ter boa expressão, manter sempre metas como características essenciais
para o perfil do gestor. Assim como, ter a responsabilidade de liderar, reunir
esforços, motivar a equipe para que todos encontrem no ambiente de trabalho a
motivação necessária para a prática cotidiana.
46
3. METODOLOGIA
3.1 NATUREZA DA PESQUISA
Utilizamos pesquisa bibliográfica; pois, de acordo com Severino (2000), ela dá
suporte a todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na
definição do problema, na determinação dos objetos, na construção de hipótese, na
fundamentação da justificativa, da escolha do tema e na elaboração do relatório
final. Também, fizemos pesquisa de campo com uma abordagem qualitativa
(perguntas abertas) e quantitativa (perguntas fechadas). A pesquisa em formato de
questionários com perguntas abertas e fechadas, segundo Franco (1985), procede à
observação como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos,
objetivando compreender e explicar o problema. Foi, também, aplicada e realizada
uma entrevista semiestruturada, pois ela tem como característica permitir uma maior
liberdade ao pesquisador, segundo Dencker (2000). Portanto, os questionamentos
foram apoiados em teorias e hipóteses relacionados ao tema deste trabalho. Os
questionários com perguntas fechadas e abertas foram aplicados com os alunos, os
colaboradores, os docentes e a gestora escolar; já a entrevista semiestruturada foi
especifica para a gestora, para que pudéssemos ter o maior número possível de
informações sobre a atuação e como a gestora se posiciona nesse ambiente
escolar, como também, obtermos respostas significativas para traçarmos o perfil de
um gestor de uma instituição educacional particular em paralelo a do sistema
público.
47
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O primeiro passo da análise da gestão escolar em uma instituição de
educação particular foi a aplicação de uma entrevista que nos levou a seguinte
análise:
Segundo a gestora entrevistada a participação de todos os membros que
compõem os segmentos da comunidade escolar é de fundamental importância para
o processo da qualidade do ensino e da aprendizagem dos discentes do ensino
fundamental e médio. Portanto, o trabalho escolar é uma ação de caráter coletivo,
através da participação e da integração de todos os envolvidos nesse processo.
Apesar da realidade ser outra, pois não há a participação dos pais e dos alunos nas
tomadas de decisões no decorrer do ano letivo e no planejamento do ano
subsequente. Essa ainda é determinada parcialmente em conjunto com os docentes
e equipe pedagógica. E algumas, extremamente, decididas pela gestão pedagógica
ou determinadas pela a administrativa.
De acordo com a teoria, quando a instituição programa uma gestão
democrática faz-se necessário a participação da comunidade escolar. No entanto, o
gestor deve entender que comunidade escolar não é o espaço onde a escola está
inserida justamente com os membros envolvidos nesse universo (gestor,
professores, coordenadores, etc.); são, portanto, todas as pessoas que compõem a
escola e seus segmentos que acompanham de perto os avanços e as dificuldades
do âmbito escolar e ajudam a solucionar as mesmas, segundo Rodrigues (2011).
Um ponto interessante na entrevista é a consciência da gestora, ao apontar
os pontos fracos e fortes de sua instituição e/ou gestão. Atrelados às características
do que é ser um bom gerenciador de pessoas, suas funções e de como articulá-las;
além do que já desenvolveu e o que ainda precisa ser feito.
Toda essa análise exposta pela gestora são nortes para que as ações da
gestão sejam avaliadas e desenvolvidas de tal forma que possam alcançar o
objetivo traçado previamente com a participação de todos os envolvidos,
professores, alunos, pais, colaboradores, equipe pedagógica, responsável pelo setor
financeiro e direção. O que seria o ideal.
48
Sabe-se, no entanto, que o objetivo de uma gestão é “assegurar condições
organizacionais, operacionais e pedagógica-didáticos para o bom desenvolvimento
de professores e alunos em sala de aula, de modo a se obter sucesso nas
aprendizagens.” (LIBÂNEO, 2009). Por mais que a instituição educacional seja
particular (privada) a implementação de uma gestão participativa e/ou democrática é
de suma importância, assim como, construir e executar as propostas que
contemplam o PPP (Projeto Político Pedagógico).
Para aprofundar mais nesse campo, foi aplicado um questionário com a
mesma gestora. Pois, este recurso possibilitou um aprofundamento das atividades
realizadas e as ações tomadas por ela durante o ano, assim como, os planos para o
próximo.
Sabe-se, portanto, que as funções de um gestor são ações pedagógicas,
assim como, administrativas e financeiras. De acordo com as que ela, gestora,
desempenha atualmente, são mais voltadas para o setor pedagógico e parcialmente
administrativo. Mas no momento essas funções estão sendo “sufocadas” por outras
que são de responsabilidades da supervisão e coordenação, hoje também
realizadas por ela. Apesar de haver um coordenador disciplinar.
A administração do setor pedagógico é algo que deve ser pensado com muita
antecedência antes do ano letivo iniciar-se. O primeiro passo é a elaboração do
calendário escolar, definir o processo de avaliação, o que será abordado na semana
pedagógica, avaliar o que deu certo e errado no ano anterior e quais são as metas
que serão desenvolvidas para o ano seguinte. Além de outras ações para que a
escola possa oferecer um ensino/aprendizagem de qualidade, além dos resultados
quantitativos.
Planejar é essencial, tanto para a gestão como para os docentes e outros
profissionais. Não dá para traçar objetivos, metas sem planejamento estratégico. Por
mais que seja uma coisa simples como uma agenda anual eficiente ou um plano que
contemple todas as áreas da escola/empresa. Planejar é o norte para o
desenvolvimento de atividades com eficiência e eficácia.
Gerenciar pessoas não é nada fácil. Cada profissional tem suas crenças,
convicções, seu modo de pensar e agir. Então, conflitos sempre vão surgir em um
grande grupo, principalmente quando esse ultrapassa uma margem de trinta (30)
pessoas, o caso da escola pesquisada. As ações que foram desenvolvidas nessa
escola, principalmente, durantes os três anos, de 2010 a 2012, segundo a gestora,
49
foram para conscientizar o profissional de que ele não trabalha sozinho, que ele
deve fazer parte de um grupo e ter responsabilidades e dedicação com as suas
atividades e com as dos outros. Que o sucesso dele e do colega depende de ambos,
de todo o grupo. Para exemplificar melhor o que está sendo relatado na instituição, o
que mais gera conflito na escola é a falta de profissionalismo, por parte de alguns
professores, e desrespeito na hora da aplicação de atividades avaliativas do colega.
De acordo com a gestora, um professor destina tempo do seu dia para
elaborar uma avaliação que tem como característica mensurar o que os seus alunos
aprenderam ou que dificuldades eles ainda apresentam sobre certo conteúdo. Mas
na hora da aplicação, o colega, responsável por essa função, deixa a turma à
vontade. Logo, aparecem questões com respostas iguais numa margem de mais de
três alunos, chegando a um número alarmante de vinte discentes com o mesmo
pensamento errôneo. Portanto, o que cabe a gestão a piore é conversar com esse
profissional, mostrar o que houve de errado e como deve ser sua postura perante os
alunos nessa hora, assim como, ele quer ser respeitado pelos colegas, os demais
também querem que ele seja compromissado com as ações coletivas.
E acerca dos pontos positivos que influenciam na gestão foram citados: o
comprometimento dos docentes e colaboradores, o relacionamento interpessoal
entre os profissionais e os recursos didático e de expedientes, fora outros pontos.
Porém, alguns pontos negativos são relevantes como à falta de autonomia financeira
e administrativa, assim como, a falta de uma equipe pedagógica para dar o suporte
necessário à gestão.
Os docentes e colaboradores avaliaram a gestão através de uma pesquisa
com perguntas abertas e de múltipla escolha. Na qual obtivemos os seguintes
resultados:
Quando questionados sobre os métodos utilizados pela gestão que
contribuem para a qualidade da realização das funções dos profissionais, foram
citados: a organização do mural de informações, o apoio aos mesmos, o bom
desempenho no gerenciamento dos recursos da instituição, a agilidade na resolução
de problemas voltados para os recursos didático-pedagógicos.
E sobre os pontos significativos da gestão o que ficou em evidencia foram as
práticas de apoio e incentivos ao profissional, a democracia, a participação e a
humanização, assim como, a comunicação interna e a relação interpessoal. Porém,
os pontos negativos contradiz o abordado anteriormente. Pois, o que mais foi citado
50
por eles foram: a demora na resolução de problemas, a falta de desempenho sobre
os recursos audiovisuais, a falta de um planejamento estratégico e a definição dos
reais métodos pedagógicos da instituição.
Na ótica dos discentes tivemos outros resultados significativos sobre a
avaliação da gestão escolar. Dois pontos foram abordados. O primeiro era sobre a
garantia da qualidade do serviço, o ensino e a aprendizagem de qualidade. O outro
foi se a gestão deixou de cumprir alguma ação para garantir esse serviço oferecido
pela escola.
E o resultado da coleta foi que a gestora deveria tem mais conhecimento dos
problemas sobre a relação professor-alunos, que a qualidade da educação da
instituição deve ser pensada na hora da seleção dos professores, sendo, portanto,
mais rigorosa, que os profissionais devem ser capacitados em cima dos seguintes
problemas: metodologia inovadora; na relação interpessoal, pois respeito gera
respeito; domínio de sala de aula.
Outro ponto a ser pensado é sobre as aulas extraclasses, ações pedagógicas
que contribuem para a aprendizagem. Afinal, uma aula de campo não é uma mera
viagem. Sabe-se que a aprendizagem se dá em diversos momentos do dia a dia e
em espaços diversos. E o que é mais negativo na ótica dos alunos entrevistados é a
falta de compromisso por parte dos agentes de serviços gerais. Pois, iniciar o dia em
uma sala de aula sem limpeza é muito desmotivador. Como também, materiais
necessários nos banheiros para que os usuários possam ter conforto e se sentirem a
vontade para utilizar o espaço de uso coletivo, e enfatizaram a higienização do local.
São pontos que a gestão deveria ter ciência e traçar ações corretivas a curto prazo.
Todavia, ser gestor não é só gerenciar pessoas, é também gerenciar os
recursos materiais, as atividades desenvolvidas pelos colaboradores, o espaço físico
e ambiental da escola, dentre outros. Todavia, a falta de compromisso com as ações
desenvolvidas pelos profissionais da escola, tais como as faltas de professores e
suas atitudes em sala de aula, assim como, os seus métodos, são fatores que
influenciam negativamente na qualidade do ensino/aprendizagem. Outros pontos
foram abordados, mas compete a gestão financeira. Setor que a gestora pedagógica
não atua. Como já foi enfatizado anteriormente, dos três setores que competem à
gestão, estamos avaliando apenas o pedagógico.
Afinal, uma gestão de excelência influencia na qualidade da metodologia dos
discentes, nas atividades dos colaboradores, no atendimento ao público, na relação
51
interpessoal entre todos os envolvidos na instituição e na aprendizagem dos
discentes. Segundo os dados mensurados na pesquisa aberta e de múltipla escolha.
Podemos então, traçar um perfil e as funções de um gestor pedagógico como um
gerenciador de pessoas e de ações que contribuem para a qualidade profissional da
sua equipe como para satisfação dos clientes acerca da qualidade do serviço
ofertado pela instituição de ensino.
A seguir veja o gráfico 1 dos resultados sobre os itens: compromisso,
resolução de problemas, relacionamento interpessoal, atendimento ao público e
administração pedagógica; que avaliavam a gestão da escola em estudo na visão
dos docentes, colaboradores e discentes. Portanto, são fatores significativos para
aperfeiçoar as funções do gestor:
GRÁFICO 01 – Nível de satisfação dos discentes com a gestão pedagógica.
Analisando os dados de maior relevância temos os seguintes percentuais
sobre o nível de satisfação com a gestão escolar na ótica dos discentes da
instituição pesquisada, 56% dos alunos consideraram bom o compromisso da
gestão com a qualidade do serviço oferecido; 26% acharam ruim a forma como a
gestora resolve os problemas ou atribuíram essa insatisfação a falta de solução
imediata dos entraves surgidos no dia a dia dos discentes no âmbito escolar; 36%
consideram regular a relação interpessoal da gestora com os entrevistados; 36%
CompromissoResolução de problemas
Relacionamento interpessoalAtendimento ao públicoAdministração pedagógica
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Compromisso
Resolução deproblemas
Relacionamentointerpessoal
Atendimento aopúblico
Administraçãopedagógica
52
atribuíram como bom ao atendimento com o público e 27% acham regular a
administração da diretora pedagógica. Portanto, pode-se concluir que os indicativos
de alguns itens devem ser levados em consideração e entrar na pauta do
planejamento estratégico para 2013, como forma de solucionar essa avaliação
negativa e, assim como, outros pontos analisados, ou seja, têm que ser
aperfeiçoados para que atinjam um nível maior de satisfação.
A seguir veja os resultados do nível de satisfação acerca dos mesmos itens
analisandos anteriormente sobre a gestão escolar, segundo os docentes e
colaboradores entrevistados:
GRÁFICO 02 – Nível de satisfação dos docentes e colaboradores com a gestão
pedagógica.
Percebe-se que entre os profissionais os percentuais sobre os níveis de
satisfação destes com a gestão estão bem nivelados. Os resultados obtidos foram
os seguintes: 20% dos entrevistados consideram o compromisso e o atendimento ao
público, por parte da gestão, bom; 15% apontaram como ótimo o relacionamento
interpessoal entre a gestão e eles; 16% afirmaram que a administração da gestora é
boa e 12% dos docentes e colaboradores consideram o nível de satisfação como
regular, acerca das resoluções de problemas eventuais durantes o ano letivo por
intermédio da gestão pedagógica.
Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo
Compromisso 5% 20% 1% 1% 1%
Resolução de problemas 1% 8% 12% 1% 1%
Relacionamento 15% 8% 3% 1% 1%
Atendimento ao público 1% 20% 1% 1% 1%
Administração pedagógica 10% 16% 1% 1% 1%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
per
cen
tuai
s
Níveis de satisfação
53
Após coletar e analisar todos esses dados, partimos para a elaboração de
ações que solucionassem esses níveis baixos de satisfação e outros problemas
levantados. E o primeiro passo foi traçar um funcionograma da gestão. Este recurso
serve para que a gestora saiba quais as suas devidas funções e quais os
procedimentos deveriam ser efetuados para garantir a satisfação dos clientes e dos
profissionais da instituição educacional. A seguir veja o funcionograma da gestão:
FUNCIONOGRAMA 1 – Gestão escolar
As funções de um gestor estão mais voltadas para os setores administrativo,
financeiro e pedagógico. No caso da escola privada, este profissional pode está
mais dedicado a um desses setores. Acerca da escola em estudo, a gestora está
desempenhando mais o pedagógico. Portanto, o planejamento, conhecer e
solucionar os problemas, organizar os recursos didáticos e tecnológicos, comunicar-
se com o outro, liderar, motivar e dirigir os recursos humanos, tomar as decisões
certas e avaliar o desempenho e as metas atingidas durante o ano letivo são fatores
fundamentais para uma gestão de excelência, preocupada no desempenho
satisfatório dos docentes e colaboradores, assim como, na qualidade do ensino-
aprendizagem, serviço oferecido pelo colégio.
No entanto, não podemos descartar os dados obtidos pela pesquisa feita com
os alunos. Eles apontaram problemas que aparentemente não são considerados
Gestor escolar
Planejar Analisar Conhecer os problemas
Comunicar Organizar os recursos Solucionar os problemas
Liderar Financeiros Tecnológicos
Dirigir Motivar Tomar decisões Avaliar
Controlar o conjunto todo
54
fatores que competem à gestão pedagógica, mas o que se evidenciou é que este
profissional deve está ciente de todos os fatos que estejam ocorrendo no âmbito
escolar. Por mais que não compete a esse solucionar, mas o gestor deve dirigir,
liderar o profissional responsável, se o mesmo não for capaz de resolver o problema,
o gestor deve tomar as decisões cabíveis para que dessa forma o conflito seja
sanado e a harmonia volte predominar no ambiente.
De acordo com as teorias apresentadas nesse trabalho e na pesquisa
efetuada em uma das escolas privadas da cidade do Natal, foi possível a criação de
um organograma sobre o perfil do gestor escolar. Esse perfil não é específico para o
profissional que trabalha na gestão da escola particular, mas também daquele que
atua no sistema público de ensino. Afinal, o intuito da gestão
democrática/participativa é envolver todos os membros que estão direta ou
indiretamente envolvidos no ambiente escolar, com o objetivo de que a instituição
educacional oferte um ensino de qualidade e seja capaz de ofertar um espaço
saudável tanto para a convivência dos discente como dos docentes e colaboradores
que atuam na escola diariamente.
A seguir veja o organograma do perfil do gestor, ou seja, as características
que o gestor escolar precisa ter:
ORGANOGRAMA 1 - Perfil do Gestor Escolar
Gestor Escolar
Articulador Mediador Defensor
Líder Democrático Encorajador
Capaz
Socializador de decisões Delegar responsabilidade
Motivador
Transparente
Coerente
Coordenador
Propiciador
Formador
Controlador
Inovador
Organizador Ouvidor
Respeitador
Descentralizador
55
5 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES
Foi a partir dos conceitos dos tipos de gestão, assim como, das teorias
voltadas para o papel do gestor escolar como organizacional e das análises dos
dados coletados na pesquisa in loco, que foi possível chegar ao alcance dos
objetivos pré-definidos nesta pesquisa bibliográfica e de campo.
O que se buscou identificar através destas pesquisas foi a importância da
gestão democrática/participativa para o âmbito escolar privado, passando pelo papel
do Líder, enfatizando a liderança como um norte para a resolução de conflitos, bem
como, para que haja um ambiente de trabalho apropriado e agradável, como
também, a necessidade de definir o perfil, as características e as atribuições do
gestor escolar como pontos essenciais para uma gestão eficaz e eficiente.
Desse modo, verificou-se o papel do gestor educacional no contexto da
gestão de pessoas e democrática, como também, a identificação da contribuição dos
demais tipos de gestão na melhoria das instituições escolares e das organizações.
Para tanto, foi necessário abordar os conceitos da psicologia, da gestão de
Recursos Humanos e as organizações inteligentes e corporativas. Assuntos que
estão presentes no novo modelo de gestão e é de suma importância para o
desenvolvimento escolar contemporâneo.
As estratégias sugeridas neste trabalho, como contribuição da atuação do
gestor de uma escola privada, foram desenvolvidas a partir dos resultados
mensurados na pesquisa de campo em uma instituição de ensino privado da cidade
do Natal- RN, os quais apontaram a importância de definir as atribuições, assim
como, o perfil e as características do gestor, como também, o tipo de gestão
desempenhado pelo gestor educacional. Frisando, assim, a importância de
implementar e desenvolver uma gestão mais voltada para a participação de todos os
envolvidos no universo escolar.
Afinal, uma gestão democrática-participativa requer o envolvimento da
comunidade nas ações desenvolvidas na escola. Através de estratégias que
motivem as pessoas a participar da escola.
O desenvolvimento da pesquisa deixou em evidencia que a gestão da escola
pesquisada ainda tem muito que fazer para que pais, professores, alunos e
colaboradores realmente estejam envolvidos em uma gestão democrática e
participativa. Que nos procedimentos pedagógicos, principalmente, possam ter a
56
contribuição de todos para que a escola possa garantir aos discentes um ensino-
aprendizagem de qualidade e aos docentes e colaboradores um espaço propício
para se trabalhar com motivação e uma convivência saudável entre todos.
Em suma, traçar métodos, ter definido o planejamento estratégico, por em
prática as propostas do Projeto Político Pedagógico da escola, criar o Conselho
Escolar e definir seu perfil, suas características e quais as suas atribuições dentro do
ambiente escolar, assim como, o tipo de gestão desempenhada no âmbito escolar,
que é fundamental para que o gestor educacional e seus atos sejam conhecidos
claramente pelos seus colaboradores e por todos os envolvidos na escola, como
definir qual é o seu papel dentro dessa instituição: pedagógico, administrativo e/ou
financeiro; assim como, ser líder, descentralizar as funções e saber delegar, motivar
e resolver os conflitos são pontos importantíssimos para uma boa gestão. Afinal, a
escola deve ter a cara de seu gestor.
57
REFERÊNCIAS
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58
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Sites
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60
ANEXOS
61
QUESTIONÁRIO (Colaboradores / Docentes)
Este questionário tem como objetivo levantar dados que serão utilizados no
Relatório de Estágio Supervisionado do Curso de Especialização em Gestão Escolar
pelo Instituto Mendes de Ensino Superior – IMES, com o foco na definição do perfil
do Gestor Escolar na rede privada de ensino Fundamental e Médio.
1. Quais os métodos utilizados pela gestão que contribuem para a qualidade da
realização das suas funções diárias?
___________________________________________________________________
2. Cite pontos significativos da gestão pedagógica do Colégio.
___________________________________________________________________
3. Cite ações da gestão pedagógica que influenciam negativamente nas suas
funções?
___________________________________________________________________
4. Avalie a relação interpessoal:
a. Docentes / colaboradores:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( )
péssimo
b. Gestor / colaboradores:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( )
péssimo
c. Gestor / docentes:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( )
péssimo
d. Coordenação disciplinar / colaboradores:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( )
péssimo
e. Coordenação disciplinar / docentes:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( )
péssimo
f. Docentes / docentes:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( )
péssimo
5. Avalie os recursos didáticos da instituição que contribuem para o desenvolvimento
das suas funções diárias em:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( )
péssimo
6. Número de 01 a 05 de acordo com sua satisfação com a gestão pedagógica:
62
ITENS ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO
Comprometimento
Resolução de problemas
Relacionamento interpessoal
Atendimento ao público
Administração pedagógica
7. Número de 01 a 05 de acordo com sua opinião nos seguintes itens do Colégio:
ITENS ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO
Localização
Acesso / visibilidade
Estacionamento
Climatização
Serviços oferecidos
Atendimento
Estrutura física
63
QUESTIONÁRIO (discentes)
Este questionário tem como objetivo levantar dados que serão utilizados no Relatório de Estágio Supervisionado do Curso de Especialização em Gestão Escolar pelo Instituto Mendes de Ensino Superior – IMES, com o foco na definição do perfil do Gestor Escolar na rede privada de ensino Fundamental e Médio. 1. Qual é a sua visão da gestão pedagógica em relação à garantia da qualidade do serviço prestado pela instituição de ensino em questão? ___________________________________________________________________ 2. Em sua opinião, que compromissos não são cumpridos pela gestão pedagógica na contribuição do ensino/aprendizagem? ___________________________________________________________________ 3. Uma gestão de excelência influencia na qualidade do ensino/aprendizagem dos discentes? ( ) sim ( ) não ( ) parcialmente 4. Número de 01 a 05 de acordo com sua satisfação com a gestão pedagógica:
5. Número de 01 a 05 de acordo com sua opinião nos seguintes itens do Colégio Hipócrates Centro:
ITENS ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO
Localização
Acesso / visibilidade
Estacionamento
Climatização
Serviços oferecidos
Atendimento
Estrutura física
ITENS ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO
Comprometimento
Resolução de problemas
Relacionamento interpessoal
Atendimento ao público
Administração pedagógica
64
QUESTIONÁRIO (Gestor)
Este questionário tem como objetivo levantar dados que serão utilizados no
Relatório de Estágio Supervisionado do Curso de Especialização em Gestão Escolar
pelo Instituto Mendes de Ensino Superior – IMES, com o foco na definição do perfil
do Gestor Escolar na rede privada de ensino Fundamental e Médio.
1. Quais são as funções do gestor escolar de acordo com a sua vivência
profissional?
___________________________________________________________________
2. Você tem excesso de funções?
( ) sim ( ) não
3. Se a resposta da questão anterior foi positiva, cite as funções em excesso.
___________________________________________________________________
4. Como você administra o setor pedagógico?
___________________________________________________________________
5. Como você administra o setor financeiro?
___________________________________________________________________
6. E o setor administrativo?
___________________________________________________________________
7. Qual é a importância do planejamento estratégico para a sua gestão?
___________________________________________________________________
8. Quais são os métodos utilizados por você na resolução de conflitos?
___________________________________________________________________
9. Cite os pontos positivos que contribuem para a sua gestão.
___________________________________________________________________
10. Agora, cite os pontos negativos que influenciam na sua gestão.
___________________________________________________________________
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ENTREVISTA COM A GESTORA DA ESCOLA
1. O que entende por gestão democrática e participativa? 2. O que garante a gestão democrática? 3. Quais as características de um bom gestor? 4. Quais as principais forças da sua escola? 5. Quais as principais fraquezas? 6. Qual o seu maior desafio enquanto gestor? 7. Qual a importância do PPP? 8. Como procura articular as ações pedagógicas, administrativas e financeiras? 9. O que já conseguiu construir em seu processo de gestão?
10. Qual a principal meta da sua gestão?