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JAQUELINE DE FATIMA RAFFS DO SiNDROME DE DOWN o PAPEL DA PSICOMOTRICIDADE NO DESENVOLVIMENTO CURITIBA 1999 Monografia apresentada ao Centro de Pas graduac:;ao, pesquisa e extensao da Universidade Tuiuti do Parana para obtenc:;ao do titulo de Especializac;ao em Deficiencia Mental. Orientador: Professor Ms. Ricardo B. Archer.

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JAQUELINE DE FATIMA RAFFS

DO SiNDROME DE DOWN

o PAPEL DA PSICOMOTRICIDADE NO DESENVOLVIMENTO

CURITIBA

1999

Monografia apresentada ao Centro de

Pas graduac:;ao, pesquisa e extensao da

Universidade Tuiuti do Parana para

obtenc:;ao do titulo de Especializac;ao

em Deficiencia Mental.

Orientador: Professor Ms. Ricardo B.

Archer.

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AGRADECIMENTOS

A ~Ele" que me deu forg8 para chegar ate aqui e concluir mais esta tarefa.

A meu esposo pelo arnor, compreensao e incentivD.

A minha familia que sempre com palavras me fortaleceram nesta

empreitada.

A meu irmao, Kleber que contribuiu no decorrer desta jornada.

A minha amiga, Cecilia que palavras nao teriarn para descrever a que fez e

faz par mim.

Ao meu orienta dar Ricardo B. Archer, que soube me estimular, e influenciou

enormemente pela escolha da educa~ao especial.

A minha querida, professora e orientadora de gradua~o Vilma Sueli Jenstch

que lam;ou sementes em meu carageo.

Aos amigos, colegas e professores da Universidade, do meu local de

trabalho, que de alguma forma, me ajudaram a concluir este trabalho.

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SUMARIO

INTRODUCAo

CAPiTULO I

. SiND ROME DE DOWN

2 . QUEM Eo A PESSOA SiNDROME DE DOWN

3 . ASPECTO PSICOMOTOR DA SiNDROME DE DOWN

CAPiTULO II

1 . HISTORICO DO TERMO PSICOMOTRICIDADE

2 . 0 QUE Eo PSICOMOTRICIDADE

3 . OBJETIVOS DA PSICOMOTRICIDADE

4 . ELEMENTOS BAslCO DA PSICOMOTRICIDADE

4 . 1 ESQUEMA CORPORAL

4 . 1 . 1 CORPO VIVIDO

4 1. 2 CONHECIMENTO DAS PARTES DO CORPO

4 1.3 ORIENTACAO ESPACO - CORPORAL

4 . 1 . 4 ORGANIZACAO ESPACO - CORPORAL

6. NoCAo ESPACIAl

6 . 1 CONHECIMENTO DAS NOCOES

6. ORIENTACAO ESPACIAL

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6 . 3 ORGANIZACAo ESPACIAL

6 . 4 COMPREENSAo DAS RELACOES ESPACIAIS

6 . 5 NoCAo TEMPORAL

6 . 5 ORDEM E SUCEssAo

6 . 2 DURACAO DOS INTERVALOS

6 5.3 RiTMO

7 . NOCAo TEMPORO - ESPACIAL

8. PRE - ESCRITA

9 . COORDENAc;:Ao MOTORA

9 . 1 COORDENACAo VISO - MOTORA

10 . EQUILiBRIO

11. FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR

1 . 1 . 1 DESENVOLVIMENTO FisICO E MOTOR

1.1 2 DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL E SOCIAL

1.1 3 DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL

12. CAMPOS DE ATUAc;:Ao

13 . AS CONTRIBUIC;:OES A WALLON E AJURIAGUERRA

14. 0 PRODESSOR E A PSICOMOTRICIDADE

15. SUGESTOES DE EXERCiCIOS PSICOMOTORES

16 . JOGOS E BRINCADEIRAS

17 . CONCLusAo

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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RESUMO

A educaC;:8o e urn processo infinito, pOis 0 homem e um pequeno mundo e

suas possibilidades de crescimento sao imensuraveis.

o desafio fundamental de nossa existemcia e lan,amo - nos na tarefa do

autoconhecimento; explorar este infinite que existe no Dutro de cada ser humano;

tomarmos posse desse territorio que ninguem pode desvendar como nos mesmas.

A educa~o dos movimentos e 0 veiculo mais eficaz para tingirrnos 0

autodominio. S6 seremas capazes de lidar com nassos instintos, naSSQS emoc;6es e

nossa pensamento S8 antes nos tornarmos "donos' de nossa corpo e dos nassos

gestos.

Este trabalho visualiza 0 sindrome de Down como elemento capaz do seu

proprio conhecimento, e a pro posta para isto e partir da psicomotricidade, visto que

atraves do corpo preserva - S8 as ideias, instrumentos ou brinquedos que Ihe sejam

uteis, pois a pessoa Sfndrome de Down necessita nao apenas reconhecer - se mas,

como qualquer humano, ser reconhecido e aceito pelos outros, este

reconhecimento pelo outro dos sentimentos expressos, bern como das a~oes

realizadas, e que permite ao sujeito diferenciar - se e, final mente, afirmar, sua

presenya.

Cantar, gesticular, pular, dan,ar, enfim, expressar - se com 0 corpo todo nao

deve ser atividades, complementares, nem somente para preencher 0 tempo, e por

que nao dizer cientifico por parte de todos que se dedicam a mais sublime e

importante das missoes: guiar 0 ser humano na busca do seu auto - conhecimento.

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A pSicomotricidade tern aqui urn papel importante de maneira geral, pelas

possibilidades que possui na formacao do hom em como ser integral e urn agente de

transforma~o social

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INTRODUCAO

Todas as func;oes do desenvolvimento total do Sind rome de Down devem ~

se a educa9iio psicomotora que representa 0 ponto de partida para analisar a

unificayao da imagem do corpo e 0 desenvolvimento da personalidade.

A funyao motara, 0 desenvolvimento intelectual sao intimamente ligados e a

psicomotricidade quer destacar a aborctagem global da criany8 par meio do hjdico,

da expressao livre.

A educayao psicomotora deve ser considerada como educayao basica pOis

e pre - aprendizagens mais complexas.

o trabalho a ser desenvolvido busca a efetiva9iio da qualidade de en sino,

para que 0 individuo sind rome de Down seja urn agente transformador na

sociedade . E preciso que a pessoa sind rome de Down tenha espar;o que permita

criar, interagir a fim de que consiga encontrar alternativDs para a construc;:aodo

conhecimento e assim sendo a psicomotricidade vem de encontro com isto

proporcionado que a mesmo desenvolva suas habilidades melhorando assim a sua

qualidade de vida.

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CAPiTULO I

1 - SiNDROME DE DOWN

Segundo Archer, ( 1996, p, 13 ). Muito mais que a utilizagao de uma

preposigao (com) ou mesmo um substantivo ( portador ), defendemos que 0

indivfduo sfndrome de Down sempre seja identificado como urn individuo. Apesar

de nao possuir qUDciente de inteligencia ( Q. 1 ) dentro dos pad roes estabelecidos

como "normais" e em consequemcia, possuir urn desenvolvimento intelectual

limitado ( Werneck, 1993, cit em Archer, 1996 p. 13 ), apresenta caracteristicas

pr6prias.

Neste trabalho colocamos uma preocupayao em estudar e analisar,

comegando por descrever: Segundo Giles ( 1993, p. 62 ) "as caracteristicas

intrinsecas dos fen6menos tais como eles S8 revelam a consciencia" e nao a visao

dos livros e tearia, au seja, a patologia.

Segundo Arch~r ( 1996, p. 13 ), cada individuo e unico no universe e esta

singularidade e 0 "ponto chave " no trabalho a ser desenvolvido com 0 indivfduo

Sindrome de Down.

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2 - QUEM E A PESSOA SiNDROME DE DOWN

As pessoas Sfndrome de Down apresentam 47 cromossomos em cada

celula urn fen6meno classificado como uma hiperdiploidia, au seja uma variac;ao

numerica a mais, aD inves de 46 cromossomos como as demais. Ocorre urn erro de

material genetico no inicio da formac;ao do embriao e esse erro e par ;S50, pode S8r

denominado de Trissomia do par 21. Sendo assim, a trissomia e resultada de urn

acidente na divisao da celula, sendo que 95% dos casos de Sindrome de Down

apresentam 47 cromossomos em todas as suas celulas, denomina - S8 assim de

trissomia simples. Enquanto que em 2 % ocorre uma mistura de ceiulas

normais (46 cromossomos ) com ce\ulas trissomicas, sendo denominado como

mosawiso considerada urn erro nas primeiras divis6es celulares. Em cerca de 3%

das pessoas Sind rome de Down ocorre um fen6meno denominado como

translocac;ao, onde 0 material cromoss6mico e disposto de forma desigual, 0

cromossomo 21 extra encontra - se aderido a urn outro crornossomo geralmente por

14.

Este erro genetico resulta em certo numero de caracterfsticas fisicas ( trac;os

tisionomicos ) e tambem, afetivo e tonico - postural. Isto leva a uma generalizac;ao

de pessoa que se retlete na antiga denominac;ao dada a eles: mongol6ides,

induzindo aos leigos que todos pensam e agem da mesma forma. Tais trac;os, como

foi colocado acirna aos leigos anularn toda e qualquer possibilidade de que cada

individuo seja unico.

Denomina<;:iioesta, mongol6ide, que originou - se da dedugiio de Jonh

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Longdon Down que as pessoas estudadas por ele estavam, de alguma forma

regredindo a urn tipo racial mais primitiv~, a que caracterizaria urn retrocesso

no caminho normal da evolu/y.3o dos seres vivos. Entao deu - Ihes 0 nome de

mongolian idiots, denomina~o que sofrendo muta90es lingGisticas chegou aD Brasil

como idiotas mongol6ides.

Segundo Puschel, (1993, cit em Archer 1996, p. 15), e necessario informar

a sociedade que ele, 0 Sind rome de Down apesar de viver no seu mundo e apenas

conviver com as demais membros da sociedade, e urn individuo com

potencialidades que naD sao desenvolvidas e chegam ate a ser menosprezados.

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3 - ASPECTO PSICOMOTOR DA SiNDROME DE DOWN

A hipotonia pode ser caracteristica marcante no desenvolvimento pSicomotor

da sfndrome de Down, presente desde 0 seu nascimento. Sendo que esta hipotonia

tern origem no sistema nervoso central, e afeta toda musculatura e a parte

ligamentar, com 0 passar do tempo a tendencia da hipotonia e diminuir

gradativamente, mas estara presente par toda vida em diferentes graus.

A criany8 sfndrome de Down vai controlar a cabe98 rodar, sentar, arrastar,

engatinhar, andar e COfrer, como toda crianc;a exceto S8 houver algum

comprometimento al8m da sindrome. Entretanto e necessaria urn acompanhamento

especial nos primeiros passos da crianya, para que este desenvolvimento nao seja

prejudicado em excesso sendo necessaria urn acompanhamento de especialistas

nos primeiros passos da crianya e necessario com enfase no equilibrio, postura, e

coordena9ao dos movimentos.

Nessa fase on de a crianya adquire uma maior independencia motora, sendo

necessario que a mesma tenha espa90 para correr, brincar e possa exercitar sua

motricidadeglobal. Eo atraves da ludicidade, da expresseo livre e, que a crianl'"

explora e internaliza conceitos, sempre aliados inicialmente a movimentac;ao do

corpo.

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CAPiTULO II

1 - HISTORIA DO TERMO PSICOMOTRICIDADE

Segundo Comus, 1986 (Cit. Em Archer 1995, p. 13),0 "adjetivo psicomolor

teria nascido pouco apos 1870, quando toi preciso dar urn nome a regi5es do cortex

cerebral situado alem das areas propriamente motoras ... e ande podia operar - S8 a

jun~o ainda bern misterioS8, entre imagem mental e movimento~.

Segundo Tissie, 1901 ( Cit. Em Comus 1986 ), 0 termo composto

"psicomotor" acompanhado do termo "centro" ao definir Educayao Fisica, quando

caloeDu que a mesma naD deveria ser entendida apensas como ~o exercicio

muscular do carpa, mas tambem e principalmente 0 treinamento dos centros

psicomotores"

Segundo Mello, ( 1989, p. 24 ), no decorrer de 1900, Wernick emprega pela

primeira vez 0 termo composto psicomotricidade.

2 - 0 QUE E PStCOMOTRICIDADE

Segundo Ajuriaguerra ( 1983 p. 5 ), Psicomotricidade e uma ciencia que tem

por objetivo 0 estudo do homem, atraves do seu corpo em movimento, nas relar;6es

com seu mundo interne e externo.

Segundo Hurtado (1983 p. 103), Psicomotricidade, ciencia da educa980 que

enfaca a unidade individual do hom em, educando 0 movimento ao mesmo

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tempo que em jogo as func;oes intelectivas.

- Contrale mental da expressao matara.

- Educac;ao dos movimentos de atraves dos movimentos, visando a uma

melhor utiliza980 das capacidades fisicas da crian~ e favorecendo 0 seu

desenvolvimento geral.

- Consiste na unidade dinamica das atividades dos geSt05, das atitudes e

posturas, enquanto sistema expressiv~, realizador e representativQ do $er em

situac;ao e da coexistencia com outrem.

- Relayao entre 0 pensamento e a ay80 englobando, portanto, funyoes

neurofisiol6gica e psiquicas.

A pSicomotricidade e 0 controle mental sobre a expressao motora e procura

alcanyar uma forma de organiza~o tal que permita suprir de maneira crescente, e

constante as necessidades para a desenvolvimento de urn organismo mental,

fisiol6gico, neurol6gico e afetivo.

Segundo Duarte, 1992 ( Cit. Em Boato, 1996, p. 8 ), de -Ser no mundo",

abordagem global que nao se limita a trabalhar sintomas, mas atuar sobre a

personalidade do individuo sobre sua unidade, tendo por base de sustenta~o

te6rica areas como a Psicologia Psicanijjise, Pedagogia, Antropologia, Fisiologia,

Sociologia entre outras areas do conhecimento que dizem respeito ao ser humano.

Segundo Loureiro ( 1983, p. 1 ), Definiu a Psicomotricidade como "a

realizac;ao atraves do ato motor preciso, econ6minco e harmonioso".

Segundo Velasco ( 1994 p. 43 ), e a realizay80 de um pensamento atraves

de um ato motor coeso, economico e harmonioso exigindo para isso uma

afetividade equilibrada.

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Segundo Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (Cit Em Mello, 1987, P.

31 ), uPsicomotricidade e uma ciemcia que tern par objetivo 0 estudo do homem

atraves do seu corpo em movimento, nas relac;oes com seu rnundo interno e

externo".

Concluimos atraves dos autores citados que a Psicomotricidade nao e a

soma e psi que e sim 0 individuo como urn todo, bern como 0 mundo que 0 rodeia.

3 - OBJETIVOS DA PSICOMOTRICIDADE

Segundo Ramos, 1979 ( Cit Em Archer, 1996, p. 28 ), os estudiosos da

Psicomotricidade naD trayam objetivDS comuns. Em funC;8o da linha/forma de

atua~o, cada urn determina as seus, mas podemos entretanto, observar que as

diferenr.;:as colocadas encontram urn denominador comum que eestimular/desenvolver 0 que denominou de "disponibilidade corporal~1 au seja, S8 0

corpo nao estiver disposto a introjetar as movimentac;6es propostas par

professoresfTerapeutas, nao havera urn aumento no seu "del equilibrio repertorioN

de movimentayees, persistindo em conseque!ncia, as dificuldades de

relacionamento consigo e com os que Ihe rodeiam.

Esta disponibilidade corporal sera aumentada na propor9iio exata em que

ocorrer.

Segundo Vayer, 1977, (Cit. EmArcher, 1996, p. 28).

- La consci€mcia del Cuerpo;

- EI dominio;

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- El control y mas tarde la eficacia de las diversas coordenaciones globales y

segmentares;

- EI control de la inhibicio voluntaria y de respiracion;

- La organizacion del esquema corporal y la orientacion en il espacio;

- Una correcta estructuracion espacio - temporal;

- Las mejores possibilidades deadaptacion al mundo exterior."

4 - ELEMENTOS BAslCOS DA PSICOMOTRICIDADE

A "fun98o matara, 0 desenvolvimento intelectual e afetivo interligam - S8

intima mente na crianc;a e a psicomotricidade procura justamente evidenciar a

globalidade da mesma",

A seguir serao abordados os elementos da psicomotricidade.

4 . 1 Esquema Corporal

Trata da formayao do "eu ", da personalidade da crianya, onde a propria

crian<;a percebe - S8 e percebe os seres e as eoisas que a cercam em fun980 de

sua pr6pria pessoa. 0 desenvolvimento de sua personalidade S8 dara com a

tamada de consciemcia de seu corpo e de suas possibilidades de mudar 0 mundo.

A crian981 a partir do momento que se conhece bem, sente - se disposta em

seu corpo e torna - se capaz de situar seus membros uns em relavao aos outros,

fazendo uma transposic;ao entre suas descobertas.

A forma como a crian9a se expressa com rela<;ao as coisas e as pessoas,

mostrando a importancia de se tornar mais precisas suas noc;6es corporais e

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fazendo com que adquiram gestos adequados, pais, ista possibilitara a melhora da

vida social e afetiva das crian~s. 0 esquema corporal e formado por quatro etapas

de desenvolvimento.

4 . 1 . 1 0 corpo Vivido

Aonde as crianc;:;as atraves de atividades expontaneas, conseguem dominar

seus movimentos poucos para atividades integradas, percebendo seu corpo

globalmente.

4. 1 . 2 Conhecimento das partes do Corpo ( esquema corporal)

Abrange a tamada de consciencia de cada segmento corporal, e a relac;ao

existente entre urn e outro tim de reunificar a imagem corporal, devendo tambem

conseguir localizar cada parte do corpo, com uma boa percep~ao tactil.

4 . 1 . 3 Orientaryao espar;:o - corporal

Baseia - S8 em tamadas de posic;:;6esdiversas e nao em movimentos,

devendo marcar para cada exercicio urn tempo de parada 5uficiente para que cada

crianc;:;asinta a POSic;:;80.

4 . 1 . 4 Organizar;:ao espar;:o - corporal

Onde a crianc;:;apod era exercitar as suas possibilidades corporais, devera

compreender e dominar 0 dialogo corporal.

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5 - LATERALIDADE

E a dominancia de urn lado em relayao aD Dutro, a nrvel da forc;a e da

precisao. E durante 0 cresci menta que S8 define uma dominanci8 lateral na crianc;:a,

S8 a mesma sera mais forte, mais a9i1 de urn dos lados ou nao. A lateralidade

corresponde a dados neurologicos, mas tambem pode ser influenciada por habitos

sociais.

·0 brincar oferece a possibilidade de experimentayao global do corpo da

crianc;:a com issa, ela torna - S8 mai5 livre e espontaneamente fara sua opc;:ao de

atuayao· (Velasco, 1996, p. 35).

6 - NOCAO ESPACIAL

E a possibilidade do individuo de organizar - S8 perante a rnundo que 0

cerea, de organizar - S8 perante 0 mundo que a cerea, de organizar as eoisas entre

si, de caloca - los em determinado lugar e de movimenta - las a qualquer instante.

Pode - S8 dizer que a estrutura~o espacial e parte integrante da vida, alias edificil dissociar os tres elementos basicos da psicomotricidade: carpa, espa~ e

tempo, pois eles se completam formando um todo, e portanto quando ocorre essa

dissociagao, limita - se a um aspecto bern precisa e restrito da realidade. Para se

tratar dos aspectos com maior clareza, seguem - se as eta pas da estruturagao

espacial.

6 . 1 Conhecimentos das no~oes

E quando solicitamos a crianya que a mesma se situe au situe objetos, e a

partir dai avaliamos e melhoramos seus conhecimentos de termas espaciais.

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6 . 2 Orienta~ao espacial

E quando a crianc;a jil domina as diversos termos espaciais e passamos

ensina - la e orientar - S8.

6 . 3 Organiza~ao espacial

E quando serao combinadas diversas situ8c;:oes, varias orientac;6es

permitindo a crian<;a dispor somente do esparyo oferecido.

6 . 4 Compreensao das rela.;6es espaciais

Saseia - S8 unicamente no raciocinio a partir de situ890es especiais bern

precisas.

6 . 5 No~iio Temporal

E a capacidade de situ8r - S8 em func;ao da sucessao dos acontecimentos. A

crianc;a somente podera organizar - S8 quando tiver adquirido noc;6es de durac;ao e

rapidez em rela~o a sua estruturac;ao temporal. Para uma melhor reflexao

seguem - S8 suas etapas.

6 . 5 . 1 Ordem e sucessiio

Aonde a crianC;8 ira perceber memorizar e classificar imagens segundo uma

ordem 16gica.

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6 . 5 . 2 Durac;ao dos intervalos

Dara a crian~ a no~o e tempo decorrido.

6.5.3 Ritmo

Abrange a no\'iio de ordem. ou sucessao. de dural'ao e de alternativa.

7 - NO<;AO TEMP ORO - ESPACIAL

E a orientavao a estruturayao do mundo exterior, abrangendo a si proprio e

80 mundo que 0 cerea, mantendo urna inter - relac;ao entre 0 tempo e 0 espac;o.

8 - PRE - ESCRITA

Tern finalidade fazer com que a crian'YC38tinja 0 dominic do ge5to e 80

instrumenta, a percepva,o e a compreensao da imagem ao reproduzir, sem reprimir

o trabalho expontaneo de expressao gr<3fica da crianc;a.

Como aconteee nas Qutras areas da educa~o, tambem no que diz respeito

a pSicomotricidade 0 educador deve conhecer e ter sempre em mente as aspectos

principais do desenvolvimento pSicomotor em cada fixa eta ria. Casa contrario, sera

muito dificil para ele detectar as variac;oes normais e s patol6gicas, que diferem

conforme a idade.

Urn professor da pre - escola tendo em conta a idade crono16gica de seus

alunos deve saber que pode esperar deles do ponto de vista da linguagem, da

inteligencia e do corpo. A partir dal ele tern condit;oes de dosar a estimulac;ao em

cada uma dessas areas, para que seus alunos possam amadurecer de uma fO~tt"'iiQ'~

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equilibrada em todos os aspectos ( intelectual, afetivo, corporal ). Urn desnivel na

estimula~o, com 0 consequente amadurecimento numa das areas em detrimento

das outras pode dar origem a desajustamentos, disfun,oes e disturbios

pSicomotores que iraa afetar 0 processo de integrayao do individuo na sociedade.

9 - COORDENACAO MOTORA

Segundo Boato ( 1996 p. 17 ). Eo a colocac;ao em ac;ao simultanea de grupos

museu lares diferentes, com vistas a execuc;:ao de movimentos amplos e voluntarios

au menes complexos.

A coordenaC;:8o dinamica gera! implica no desenvolvimento das diversas

partes corporais ( tronco, bra,os, pernas) agindo coordenadamente num espal'O

durante a execuyao de uma tarefa. Podemos visualiza - la facilmente nas crian~s,

quando elas estao brincando livremente.

Segundo Negrine, ( 1987, pag 42 ) diz que a coordenac;ao motora e a uniao

de movimentos harmonicas, que sup6e, a lntegridade e a maturayao do sistema

nervoso.

Esta afirmayao enfatiza urn aspecto importante, pois mostra como a

maturag80 do sistema nervoso influencia diretamente 0 desenvolvimento das

fungoes pSicomotoras. Compreender 0 desenvolvimento da coordenagao matora

com esquema corporal torn a - se fundamental para 0 born andamento do processo

ensina - aprendizagem, pois a grau de complexidade das tarefas planejadas devem

estar condizentes com 0 nivel de maturagao das criangas.

Segundo Le Bouech ( 1983 p. 65 ), afimna que os exercicios de coordenac;ao

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global uconsistem em colocar a crian<;a em situa9iio de busca diante de uma tarefa

global e atraves disso, encontrar urn modo - resposta par meio de ajustamento

progressivos permitindo assim a descoberta de uma nova praxian( sistema de

movimentos coordenados em funyao de urn objetivo a ser atingido ) .

9 . 1 Coordena~ao Viso - Motora

Segundo Negrine (1987, p. 29 ), a coordena~ao vise - motora e urn tipo de

coordena9ao que S8 da em urn movimento corporal que responde a urn estfmulo

visual e S8 ajusta positivamente a ele.

A importancia da vi sao e inquestionavel vista que atraves dela 0 individuo

recebe as informa90es do meio com mais precisao e elabora melhor sua expressao.

10 - EQUILiBRIO

Segundo Hurtado ( 1991, p. 50 ) equilibrio se constitui para habilidade da

criany8 de manter a controle do carpa, utilizando ambos as lados simultaneamente,

urn lado 56, au ambos alternadamente. 0 equilibrio se mantem pela internayao de

certo numero de estruturas neura - fisiol6gicas, sentidos e vias como a viseo a

excitayao lalrrintua e vestibular dos reflexes do pesco90, as sensagoes t8teis e

praprioceptivas.

11 - FASES DO DESENVOLVtMENTO PStCOMOTOR

No desenvolvimento humano neo existem momentos de ruptura radual. A

evoluyao e gradual e continua.

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Entretanto alguns momentos as mudan98s sao maiores em Qutros. Se for

considerado 0 crescimento fisico, a infancia e a adolescencia, sao as fases em

que as mudan98s sao mais acentuadas, pensando dessa forma a vida adulta e urn

periodo de maior estabilidade.

Mesma considerando que 0 desenvolvimento e continuo, 0 processo global

fOI dividido em cinco fases, que teriam, caracteristicas, pr6prias: vida, pre - natal,

infancia ( do nascimento aos doze anos ), adolescencia ( dos doze aos vinte e urn

anos ), idade adulta ( dos vinte urn aDs sessenta e cinco an os ), e velhice ( depois

dos sessenta e cinco anos ).

Segundo Guillarme ( 1983, p. 43) e Loureiro ( 1983 p. 37), alguns principio

basicos regem 0 desenvolvimento psicomotor sao eles: a) lei do desenvolvimento

cefalo - caudal; e b) lei do desenvolvimento proximo distaL

A primeira permite observar e preyer a evolu980 psicomotora na criantya da

cabe9a para as partes inferiores do corpo. Ja a lei do desenvolvimento proximo

distal responde pela sequencia evolutiva direcionada do eixo do corpo para as

extremidades dos membros e dos grades conjuntos para as menores unidades.

Guillarme ( 1983 p. 74 ), aponta outras leis gerais da evolul'3o psicomotora

que considera fundamentais para psicomotora que considera fundamentais para a

adequada eiabora9aO de um projelo de trabalho, sao elas:

a) lei da diferenciac;ao. Evidencia - se quando, a partir dos movimentos

generalizados do recem nascido, segue - se uma diferenciac;ao continua,

de forma mais localizada e fina, segundo um nivel mais complexo de

desenvolvimento.

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b) Lei da variabilidade. Responde par progressoes rapidas, estagnagoes e,

ate mesma regress6es que precedem grandes mudanyas no conjunto.

c) Fases de desenvolvimento. Partindo das duas leis anteriores,

descreveremos 0 conjunto de tres fases presentes a evolug8o dos

movimentos.

Fase da inovaC;8o:caracterizada pelo momento em que a crianya

experimenta suas possibilidades relacionadas com determinado momento.

Fase integrayao: constituindo por movimentos mais precisos sob urn

comando nervoso mais apuado, quando a crianC;8 possa integrar informa90es que

vao possibilitar urn desempenho mais complexo.

Fase do equilibria. Determinada palos perfodos de repousa, seguidos de

novas aquisic;oes e progreSSDS. Esses progressos, entretanto naD S8 sobrep6es

como comandos sedimentares as aquisic;6es anteriores, mas integram - se a elas.

o desenvolvrmento de um rndividuo nao ocorre como uma superposic;ao de

aquisic;6es e sim num processo continuo de transformac;6es e de reorganiza9so

psicomotora.

11 . 1 Desenvolvimento fisico e motor

o desenvolvimento fisico e motor, do qual constitui exemplo marcante a

capacidade de an dar, e a conquista fundamental nos dois primeiros anos, ao lado

ao desenvolvimento dos aspectos: emocionais, sociais e intelectuais da crianc;a.

o desenvolvimento motor varia de individuo para individuo e tem dais

momentos mars adequados: nos dais primeiros anos de vida e no pre -

adolescencia.

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Ao naseer a crianC;8 ja dispoe praticamente de todos os sentidos e de

comportamento reflexos. Andar e nadar sao comportamentos que depois vao

ressurgir com 0 treinamento e aprendizagem,

As habilidades motoras da crianc;a: movimentar - 5e, agarrar, andar

dependem do crescimento dos assos nao produz urn desenvolvimento mais n3pido

das habilidades motoras.

Ao contrario, 0 treinamento precoce pode ser prejudicado, pois produz

frustrac;:ao e experiemcias negativas para a crianc;a. Mas, por SI so, tambem naD esuficiente 0 crescimento dos musculos e dos assos e necessaria algum

treinamento, alguma pratica para que a crian<;8 desenvolva as habilidades.

11 . 2 Desenvolvimento emocional e social

As emoc;oes desenvolvem - S8 ap6s 0 nascimento, resultantes da maturayao

principal mente e tambem do treinamento da aprendizagem a partir de uma

excitagao geral, desenvolvem - se emogoes especificas, como repugnimcia, medo,

animayao, afeiyao. A liga~o afetiva e uma tendemcia natural da crianga em agarrar

- se a mae, durante as dois primeiros anos, sendo receptiva aso cuidados que a

mae Ihe dispensa e sentindo - se bem e sem medo junto a ela. A mae fala e

estimula 0 balbuciar do bebe, move 0 rosto e estimula a crianga a explora - 10

visual mente, permite que 0 bebe brinque com seu cabelo, favorecendo 0

aparecimento de respostas de manipulagao. E mais importante ainda, a mae alivia a

fome, 0 frio e a dor da crianga e ao desempenhar esses cuidados 0 bebe esta

estudando seu rosta balbuciando e eventual mente sorrindo.

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11. 3 Desenvolvimento intelectual

A func;ao motara, 0 desenvolvimento intelectual e desenvolvimento afetivD, e

saO intimamente ligados na Criany8, a psicomotricidade quer justamente destacar a

relayao existente entre a abordagem global da crianc;:a por meio de urn teeniea.

Nos dais primeiros anos, a crian<;:a realiza verdadeira revolu,.ao, quanta acompreensao de si mesma no mundo, do centro do universa, trazendo tude a seu

carpa, passando a ser urn corpo entre Qutros.

a) estagio dos reflexos de lunda hereditario;

b) estagio da organizagao das percepgiies e habitos motores;

c) estagio da inteligencia sensoria - motara propriamente dita.

12 - CAMPOS DE ATUACAO

Segundo Mello ( 1989, p. 33 - 35 ), sao apontados tres principais campos de

atua,.ao au formas de abordagem da Psicomotricidade; sao eles:

- Reeducava,o psicomotora,

- Terapia Psicomotora,

- Educa,.ao.

A reeducagao pSicomotora, procura corrigir as altera90es existente no

desenvolvimento pSicomotor, como: dispraxia, disturbio de postura, equilibria

eoordenayao, debilidade motora atraves de jogos e exercieios pSicomotores.

A Terapia Psicomotora ( Boato, 1996, p. 8 ), "refere - se, particularmente, a

todos os caos problemas, nos quais a dimensao afetiva ou relacional pareee

dominante na instalagao inicial do transtorno. Utilizando de forma global.

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A educa,ao Psicomotora ( Le Boulch, 1984, p. 13), concerne um forma9iio

de base indispensavel a toda crianl):a que seja normal au com problemas.

Responde a uma dupla finalidade: assegurar 0 desenvolvimento funcional

tendo em conta possibilidades da crianc;a e ajudar sua afetividade a expandir - S8

atraves do intercambio com 0 ambiente humano.

A Psicomotricidade nos tres campos de atua~o busca a unificacao do corpo

para uma melhor integrac;ao do individuo consigo, com os Qutros e com 0 mundo.

13 - AS CONTRIBUICOES DE WALLON E AJURIAGUERRA

Segundo Wallon ( 1970, p. 87 ), concebeu 0 desenvolvimento psicomotor

segundo uma organiza<;ao hierarquizada, desde os deslocamentos ex6genos,

passando pelos deslocamentos corporais coordenativos e construtivDs.

Nos deslocamentos ex6genos destaca a relayao diah§tica do

desenvolvimento humano, sublinhando que 0 social e biologico, au seja, realc;a 0

papel das praticas dos cuidados e das experiencias interativas intencionalmente

produzidas e imediatizadas pelos outros ( exemplo: pais, mae e outros mediadares),

caracterizando - as como situayaes para desenvolvimento global do bebe

reforc;ando a impartancia das vinculasses afetivas precoces na sua matura~o

neuropsicamotara inicial.

A totalidade da diade mae - filha que justifica em parte a sobrevivencia da

especie humana em termos filogeneticos e ontogeneticos, parece ilustrar a origem

social da motricidade, no seu todo. Semelhante a linguagem aproximando - se aqui

de ( Vygostki 1962 p. 41 ), uma vez que 0 bebe experimenta a gravidade e a

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satisfa9ao de suas necessidades biologicas atraves da motricidade afetiva e segura

da mae.

o confronto tatH, que consubstancia as puludios da sua estabilidade afetivo -

emocional e que esta na base da satisfa~o das SUBS necessidades basicas, retrata

nos primeiros meses, 0 muroenvolvimento familiar onde decorrem os primeiros

passos do desenvolvimento pSicomotof. Neste perlodo, a crian9a humana, ao

contra rio de Qutros vertebrados acusa uma regulayao tonus postural arcaica da

coluna, cuja hipotonia axial contrasta com a hipertonia das extremidades

apendiculares das maos e dos pes, onde emerge uma inseguranya gravitacional e

uma depend€mcia motopsiquica que tende a ser progressiva, superada ao langa de

sua experiencia social.

Segundo Wallon, ( 1970 p. 102 ), neste momento decorre uma matura('8o

interceptiva onde as funyoes da respiraC;80, da nutriyao da iluminayao, do sono,

dos reflexos intra e intersegmentares, atingem os eu periodo de interayao tonico

visceral mais significativ8, cujos substratos neurologicos se situam

preferencialmente ao nivel do tronco cerebral multicefalo, metencefalo e

mesencefalo). A dialetica necessidade . satisfaC;ao, choro - sorriso hipertonia ,

hipotonia, encerrra urn dialogo e uma sincronizayao tonico - emocional entre si e a

mae, sim paraleio em outra especies.

A criany8 nesta fase do desenvolvimento pSicomotor passa pelos estagios:

impulsivo ( recem - nascido) e tonica - emocionai (entre os 6 e os 12 meses).

Nos deslocamentos autogenos, a regulayao tonica postural e tonico - motora

transcende . S8 numa dualidade com os objetos 8 com 0 mundo exterior, onde 0

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conforto postural ( seguranya gravitacional) se elabora num microenvolvimento

mais amplo do que 0 espa~o familiar, ocorrendo ainda uma dependencia

psicomotora apesar da apropriacao de grandes conquistas da esplkie humana,

como a postura hipebe e a plaxi8 fina.

A matura,ao proprioceptiva, dupluando a interoceptiva, reline agora novos

substratos neurol6gicos como 0 cerebra e 0 sistema limbico, onde a no~o do corpo

emerge como resultado de padr6es locomotores e preensores, macro e

micromotores, agora mais ativQs, coordenados e complexos do que na fase

anterior.

A evolut;3o psicomotora, arrastando uma ontogenese polissensorial

concomitante com uma ontogenese pSicomotora, confunde - S8 com pad roes de

comunicar;ao emocional, uma verdadeira proto - linguagem indutora de novas

aquisi~es sens6ria - motoras. 0 desenvolvimento pSicomotor testemunho nesta

fase, a totalidade da vida psiquica da cri8n~ a 8980 sobre 0 mundo exterior

assume uma enormidade de competencias motoras linguisticas, cognitivas e sociais

que sao 0 refiexo da sua grande capacidade de aten<;iio, de imita<;iio e de

mediadores.

Estamos perante a criac;ao de uma n0980 do corpo mais voltado a n09ao

~eu", em que 0 "outro" e 0 seu parceiro perpetuo e inseparilvel, atingindo deste

modo os inseparavel, atingindo deste modo os estagios sens6rio - motor ( 1 - 2

anos ) e projetivo ( 2 - 3 anos ), onde a motricidade surge como "arquiteta" do

psiquismo e 0 jogo como "engenheiro" do simb6lico.

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Finalmente as deslocamentos corporais coordenativos e construtivDS, cnde a

parceria com as objetos e as brinquedos de lugar a diade oon5i90 mesma, cuja

incuba9ao e incorporaliz8<;80 estabilizada, induz a urn conforta intrapsfquico que

espelha urna motricidade mais planificada organizada e intencional, 56 passivel com

a represinlayao de urna unestesia personalizada e com a ernergEmciade urna

consciencia subjetiva.

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DESLOCAMENTOS

LOCOMO!,;AO

EPREENSAO

EXOGENOS

MATURACAO TONICADOS

MUSCUlOS DACOlUNA

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o dominic do universe espacial garante 8gora, a investigayao e explorayao

do desenvolvimento extra - familiar sin6nimo da independencia psicomotora e

psicolinguistica equivalente a maturat;8o extroceptiva, cujos substratos neurologico

que Ihes daD suporte, S8 situam obviamente nurn plano mais elevado e integrado,

isto e, no cortex onde se espera, a especializa<;8o de cada lado do corpo do

cerebra.

Oesta forma culmina 0 pensamento wallonia no, a perceptiva trifasica do

desenvolvimento pSicomotor na crian98, cujos ensinamentos para a aprendizagem

em qualquer area sao bastante decisivos.

Ja Ajuriaguerra ( 1976 p. 34 ), concebeu 0 desenvolvimento psicomotor

segundo uma Dutra, situando a evolut;ao da crianc;:a como sinonimo de

conscientiz898:0 e conhecimento cada vez mais profunda do seu carpa, realc;ando

que a crianc;a elabora todas as suas aprendizagens vita is com 0 seu corpo, 0 qual

se incorpora aD mundo exterior, pois e 0 verdadeiro instrumento de organizayao da

sua personalidade.

A crian~ e 0 seu corpo para este autor, dimensao antropol6gica de grande

transcendemcia para a compreens8o do papel do corpo, essencialmente da sua

imagem, integrada e construida, em qualquer tipo de aprendizagem.

o corpo, na linguagem Ajuriaguerra, nao e apenas um instrumento de a<;:80 e

de construryao, mas tambem, 0 meio concreto e ultimo de comunicaryao social, dai

a sua relevancia em qualquer processo de aprendizagem.

A imagem ( ou nO<;8o ) mental do corpo somatognosia - registrada ao nivel

cortual no individuo, compreende uma elabora9ao polissensorial e emocional

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muito complexa, lenta e demorada, na medida em que ela S8 estrutura a

partir da experi€mcia concreta nos varios envolvimentos, donde resulta uma

combinayao consciecializada de sens8c;oes, percep90es, imagens simboliz890es, e

mesma , conceptualiza¢es, que sustentam em termos de conduta, a planificayao

motora e a seqOencializa980 espa90 - temporal intencional de qualquer praxia.

Aprendo portando, subentende a tamada de consciencia do corpo na sua

totalidade vivida e convivida, com a realidade envolvente. Dadas proprieceptivDs e

exteroceptiivQs, ary6es e representayoes, proximas e gnosias, componentes

motores e componentes psiquicos entrelaQam S8 dialeticamente e

neurofuncionalmente, para traduzirem exteriormente a mudanya de comportamento,

ao mesma tempo que interiormente, se estrutura uma somatognosia especffica da

atividade aprendida.

Segundo Ajuriaguerra ( 1976 p. 76 ), situa a aprendizagem em tres de

corticalizayao somatognosica: corpo agldo, corpo atuante, e corpo transformador.

Na fase corpo agido, a crianc;a experimenta e apropria - se do meio

envolvente como espac;o subjetivo, atraves da interac;ao intencional e recfproca

com 0 "outro, perfodo de dependemcia que autove a independencia desejavel, onde

a crian<;a assume um papel de receptor, decorrendo dai urn momento crucial onde

se opera a organizac;ao do alicerce motor de qualquer aprendizagem, onde os

aspectos tonica - emocionais e posturais desempenham 0 primeiro degrau

integrado da somatognosia a ela inerente.

Na fase corpo atuante, a crianc;a aperfeic;oa os varios graus de liberdade

face ao "outr~" e ao meio exterior como espar;o pre - representado, assumindo urn

papel de expectador, onde 0 dialogo corporal com 0 meio e com os objetos, adquire

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urn autodominio mais diversificado e adaptavel. E 0 momento da organiz8C;8o do

plano motor de aprendizagem, que consubstancia a expressao duma melodia

cinetica que a materializa, onde deforma harmoniosa 0 corpo lateralizado explora

esp8yo - temporalmente 0 meio, ende a 16gica das operacy6es do corpo S8 integra

somatognosicamente.

Per ultimo a aprendizagem atinge a fase do corpo transformador, aqui

assumindo urn papel de realizador, de criador e de ser pr6ximo, onde 0 meio

emerge como espatyo objetivD, onde a integrayao do meio induz a sua pr6pria

tran5forma9ao pela qual se opera um dialogo consigo proprio, que da lugar ao

dominic do meiD e dos objetos, incorporando - os na sua propria somatognosia, a

tingindo consequentemente, a autonomia e a indepenctencia proctognosica na

aprendizagem.

1 4 - 0 PROFESSOR E A PSICOMOTRICIDADE

o desenvolvimento pSicomotor tanto de crianc;as normais quanto de

crianyas deficientes requer 0 auxHio constante do professor, atraves da estimulac;ao

e do encaminhamento quando se fizer necessario.

o professor pode ajudar e muito, em todos os nfveis, na estimulac;ao para 0

desenvolvimento cognitivo juntamente com 0 desenvolvimento de aptid6es e

habilidades, na formac;ao de atitudes atraves de uma relac;ao afetiva e estavel ( que

crie uma atmosfera de seguranC;8 e bem estar para a crian<;:a ) e sobreludo

respeitando e aceitando a crianya do jeito que ela e.

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No entanto, as atitudes do professor tern de estar relacionadas com a

orientagiio especifica do profissional especializado. Eo preciso mais do que vontade

e boas inten90e5: e necessaria intervir de forma adequada, no momento oportuno,

com tecnicas apropriadas.

Na area de educagiio, a psicomotricidade abrange urn campo preventivo e

corretivo e 0 ideal serla que todos as educandos tivesse conhecimentos basicos do

assunto.

Na epoca da alfabetizayao a crian~ tera de saber usar a mao para escrever

e os olhos para eles. Devera tambem dominar as atividades de vida diafi8 e as

movimentos adequados para estas habilidades. Aquela que naD tiver representac;:ao

interna de seu corpo e de suas partes necessitara de uma maior estimulac;8o.

A crianC;8 precisa executar movimentos amplos transportar objetos, exercitar

movimentos de pinC;8 com a polegar e 0 indicador. ela necessita movimentar ao

maximo os dedos, as articula~5es do bragn do pulsos e das maos, para perceber os

tipos de pressao, de resistemcia, de temperatura e as formas dos objetos. A pr6xima

fase e para atividade motora global. Neste estagio deve - se estimular a crian~a a

explorar objetos com urn tim especifico.

A afY30 educativa da escola consistira em desenvolver a espontaneidade

adptada ao ambiente. Para isso e necessario que 0 professor tenha conhecimento

do ritmo de desenvolvimenta da crian~a e erie condi~5es para seu progresso. 0 que

s6 e passlvel num ambiente em que ele pode se beneficiar do contato com outras

crianc;:as participando de atividades coletivas, altemadas com mais tarefas

individuais.

E importante ver na atividade ludica, 0 tipo de atividade criadora necessaria

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para a expressao da personalidade e a maturagao da imagem do corpo.

Essa atividade alias, adquire urn valor catartico na medida em que permite a

crian<;8 a libertayao de certas tens6es.

Mediante uma atitude nao diretiva, que garanta certa liberdade, 0 educador

permite a criany8 realizar sua experiencia do carpo, indispens8vel no

desenvolvimento das func;6es mentais e sociais.

Desenvolvendo - S8 neste clima, a criang8 vai adquirindo pouco a pouco a

confianc;:a em si mesma e melhor conhecimento de suas possibilidades e limites,

condic;oes necessarias para uma boa relayao com 0 mundo.

Par ser a expressiio verbal um prolongamento natural do trabalho

psicomotor, e interessante levar a crianC;8 a expor fates vivenciados, com a

finalidade de estabelecer uma ligagao entre 0 imaginario e 0 real.

E preciso tambem que 0 professor ajude a crianga a firmar ou afirmar sua

pr6pria lateralidade, permitindo - Ihe realizar livremente suas experiencias motoras.

Durante as atividades nao exercer nenhuma pressao na crianga nos sentido de

incita - la a usar a mao direita a tim de que a coordena~o ocula - manual ( aspecto

particular do ajustamento motor global ), corresponda , verdadeiramente, a urna

auto - organizag8o.

00 mesmo modo, e precipitado associar a dominancia lateral com a

verbalizada das nogoes de direita e esquerda. Essa etapa so e passlvel quando a

fungao de interiorizado e suficientemente trabalhada e quando a criatura tern

condigoes de apoiar - se em suas proprias sensagoes cinestesicas. Qualquer

tentativa muito precoce nesse sentida principalmente para as crian98s com

dificuldades pode desencadear inseguranga e frear a desenvolvimento.

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Na crianC;:8, a precisao no jogo das contrac;:oes musculares e passivel para as

coordenac;6es mais comuns. Mas perante uma situac;ao nova, seja ela uma

percepc;ao desconhecida au uma carga emocional intensa as descargas

energeticas S9 tornam difusas, 0 Tonus aumenta em resistemcia a elasticidade,

provocando paratonias e sincinesias. E necessaria que a crianc;a Nao S8 deve

pensar que 0 dominic da unidade espaC;o tempo seja facil para a criam;a pais ela

vai adquiri - 10 de forma gradual, aprendendo a dirigir acelerando OU freando seu

proprio ritmo.

A educac;:ao psicomotora deve ter como abjetivo inicial ensinar a crianya a

flear sentada, adquirir boa postura, ouvir. S6 depois de atingir esses abjetivos ela

executa tarefas do camego aD tim. 0 progresso pode ser lento, mas como todas as

outras areas, 0 grande principal objetivo e 0 nao deixar lacunas entre as eta pas.

Uma estimula9iio mal orientada confunde ainda mais, dar a importancia de 0

educador conhecer e perceber a gradua9aO necessaria das tecnicas a serem

realizada.

o desenho e em particular 0 grafismo sao muito importantes no

desenvolvimento da crian<;a. A evolu9aO do grafismo depende da evolu<;8o

perceptiva e da compreensao da atividade simb6lica. Na medida em que essa

etapa e alcan9CIda, a crianc;.a torna - se capaz de representar, atraves de signos

convencionais, figuras geometricas e letras e tambem de evoluir no dominio grafico.

o progresso do grafismo s6 e possivel com 0 desenvolvimento das

coordenayaes motoras, 0 controle distal tornar - se a proximal e os movimentos da

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mao e dos dedos liberar -S8 210,permitindo a miniaturizac;ao do tragado.

A educayao pSicomotora deve ser antes de tudo uma experiemcia ativa de

confrontac;8.o com 0 meio.

T odos as jog os e brincadeiras infantis que aprecem apenas passatempo, na

verdade preparam 0 terreno para urn aprendizado posterior.

No entante embora brincar seja natural para a crianc;a, nao convem dar - Ihe

liberdade total ( quando quer como quer, onde quer ), assim como econtraproducente dirigi - la sempre.

o movimento da crianC;8 melhora atrav8S do pensamento enriquecido pela

representac;ao interna da habilidade melhor desenvolvida e executada, pais

inteligencia - pensamento constituem urn circulo fechado.

Resta lembrar que 0 papel do professor e estimular fungoes pSicomotoras

necessarias para melhor qualidade de vida de nossos alunos. Atraves de seu

conhecimento, sensibilidade, criatividade ele pade dosar teo ria e pratica de maneira

gradual, combinando as estimulos adequados para cada tipo de aluno.

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15 - SUGESTOES DE EXERCiclOS PSICOMOTORES

Esquema Corporal

1 - Pular com as pes juntos;

2 - Pular alternando as pes;

3 - Mover a cabe,a;

4 - Levantar urn bravo;

5 - Inclinar - se para frente;

6 - Separar as bra,os, as pernas, as dedos;

7 - Apertar as pernas;

8 - Mostrar os olhos, nariz, testa, bochehas, boca, queixo;

9 - Abaixar e levantar a cabeya;

10 - virar a cabe98;

11 - Bater as maos de diferentes formas: com a palma com as dedos

fechados com 0 dorso da mao, com a extremidade dos dedos com cada dedo;

12 - Andar jogando uma bexiga, usanda cada vez uma parte do corpo;

13 - Brincadeira da est"tua,

Duro ( parada em pe ),

Mole ( abaixado de c6coras ),

14 - Musica com gestos imitativos;

Escravos de J6,

Foi na loja do Mestre Andre,

15 - Pular corda;

16 - Passar par dentro de urn bambole sem esbarrar nele.

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Lateralidade

1 - Delinear e recortar maos e pes. Coloca -los em lolha identificando direita e

esquerda;

2 - Trocar 0 contorno da mao dominante e nomea -la;

3 - Chutar a bola ate urn alva, com a direita, a esquerda;

4 - Erguer a mao direita, fechando e abrindo as dedos;

5 - Perna direita para frente, esquerda para tras;

6 - Bra.yo direito para cima, esquerdo para baixo;

7 - Saltar para direita, para frente, para esquerda;

8 - Equilibrando - S8 sobre 0 pe esquerdo, levantar 0 bra90 esquerdo fazer

outras combinagoes;

9 - Colocar - se a direita au a esquerda de objetos;

10 - Brincar de macaco Simao, utllizando nO~;Qesde direita e esquerda;

11 - Bater no chao com a mao direita e I ou esquerda.

Ritmo

1 - Permanecer na ponta dos pes, enquanto S8 conta ate dez;

2 - Permanecer nurn pe ate contar ate dez;

3 - Pular nurn 56 pe uma distancia determinada;

4 - Andar sobre linhas marcadas no chao: retas, quad rados, curvas sinuQ

sas, cfrculos, mistas;

5 - Levantar e abaixar na ponta dos pes;

6 - andar acorn pan hand a a ritmo dos palma res ( mais lento, rna is rapido ).

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7 - Bater mais rapido );

8 - Andar para frente quando 0 professor bater palmas, fortes, e para tras

quando bater palmas fracas;

9 - Pular linhas marcadas no chao num pi> s6;

10 - Mao esquerda fechada, mao direita aberta continuar a sequencia dos

movimentos;

11 - Pular sequencia de obstaculos.

Coordena~ao geral e orienta~ao espa~o - temporal

1 - Andar devagar ate 0 fim do patio, quadra;

2 - Andar depressa voltando ao ponto de partida;

3 - Bater bola e pular corda devagar e depressa;

4 - Correr, trepar, bater palmas com ritmo denlro de urn espal'o de tempo em

situ8c;:oes relacionados com:

Saltos e transposi"ao de obslaculos;

Saltos e transposi~o de obstaculos,

• Oeslocamentos de materiais: cadeiras, bancos, mesas, bolas;

• Marchas em equilibria ( em barras, bancos e linhas );

• Lanc;amentos de bolas pequenas e grandes em caixas de diversos

tamanhos, drculos desenhados no chao.

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Coordena~aovisomotora

1 - Abrir e fechar as maos;

2 - Fazer momentos de tesoura com os dedos;

3 - Fazer movimentos de pinrya com as dedas, com controlando a pressao;

4 - Separar quanta a especie OU tamanho as sementes au botoes de uma

caixa;

5 - Movimentar os olhos de cima para baixo, de baixo para cima, da esquerda

para direita, acompanhando com dedo indicador.

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16 - JOGOS E BRINCADEIRAS

Os jogos e brincadeiras sao instrumentos importantes para ajudar a

estirnulac;ao da crianc;:a e favorecem urna boa rela~o entre profissional e criany8,

pais trazem prazer e satisfac;ao. E aconselhavel manter urna certa distanci8 entre as

obriga~6ese 0 momento dos jogos, assim a crianc;:a comec;ara a perceber as limites.

Ofereg8 a criang8 urn numero de brinquedo razoavel, isto e a suficiente para

ela poder escolher e nao S8 confundir numa imensidao de brinquedos.

Eo bom seleeionar os bnnquedos antes da atividade prevista, se vai brinear de

empilhar, selecionar - S8 cubes, caixas e Qutras eoisas empilhaveis. E interessante

oferecer periodicamente algum objeto novo, isto estimula a curiosidade da crianc;:a.

Os brinquedos e objetos de uso da crianya devem ter um local definido e de

facti acesso, assim ela podera pegar as brinquedos e deve ser aos poucos

estimulada e tambem guarda -los, cuidando do que e seu.

T ambem 0 desenvolvimento social pode ser estimulado atraves de logos,

livros e atividades cotidianas

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CONCLUSAO

A psicomotricidade naD e apenas 0 desenvolvimento das habilidades

motoras, mas sim urn processo amplo e continuo de tamada de consciencia e

dominic do corpa, devendo proporcionar 0 acompanhamento global do sindrome de

Down visando a aproximac;ao do saber, a tingindo 0 individuo em sua totalidade.

Uma das metas e desenvolver as habilidades naturais da pessoa sfndrome de

Down da forma mais IDdica passlvel, uma criang8 que nao brinca nae desenvolve,

convenientemente 0 seu psiquismo e sera desastroso orienta - la e conduzi -la par

metodos anti - naturais.

A pessoa sfndrome de Down deve ser proporcionado 0 maximo de

experiemcias, pois com issa ela S8 sentira sempre estimulada, 0 que e mais

importante tamara consciencia do que foi planejado para ela e por que.

o comportamento fisico dos indivfduos revelam uma a uma as possiveis

dificuldades intelectuais e emocionais.

E importante que se desenhe um quadro do nivel de desenvolvimento da

pessoa sindrome de Down a ser trabalhada sob todos os seus aspectos, para que se

possa elaborar um trabalho psicomotor de acordo com suas necessldades

individuais.

Mas multo mais importante do que esta determinag:ao e 0 bem estar do

sindrome de Down como ser humano, eo procedimento deve ser 0 mesmo: Auxiliar

esta pessoa a alcanyar 0 seu melhor nivel de desenvolvimento e experiencia em

fung:ao de sua capacidade de aprendizagem, de acordo com seu pr6prio ritmo, a

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partir do seu nfvel de desenvolvimento.

Sabemos que 0 cerebra precisa do corpo e de seu movimento para S8

expressar e mostrar seus conhecimentos. Fiear parada em cima de uma cadeira

durante haras par diz nao e sinal de inteligencia, nem sinal que 0 corpo de

desenvolvera melhor. Expressao e movimento, movimento e expressao. Quem

melhor S8 movimenta, melhor S8 expressa.

Somas 0 nosso corpo. E com ele, e atraves dele que aprendemos e

descobrimos 0 mundo.

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