17
O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica Julho/2015 1 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica Raquel Mulinari [email protected] Atenção Farmacêutica e Farmacoterapia Clínica Instituto de Pós-Graduação - IPOG Porto Alegre, RS, 23 de Agosto de 2014 Resumo Atualmente, o número de obesos mórbidos no Brasil está aumentando, assim como vem acontecendo nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. A obesidade é considerada uma doença crônica, um problema de saúde pública e está associada à piora da qualidade de vida, à alta frequência de comorbidades, à redução da expectativa de vida e à grande probabilidade de fracasso dos tratamentos menos invasivos. A cirurgia bariátrica surge como uma ferramenta importante no tratamento da obesidade mórbida, promovendo perda de peso satisfatória a longo prazo. É importante conhecer as indicações, os benefícios e riscos para avaliar a real necessidade de ser submetido ao procedimento cirúrgico. O acompanhamento multiprofissional é essencial tanto em período pré quanto pós-operatório, para que o paciente seja assistido sob vários aspectos e tenha atenção integral. Para tanto, este estudo tem como objetivo analisar o papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. A metodologia escolhida foi a pesquisa bibliográfica. A partir daí, concluiu-se que é grande a necessidade de monitorização terapêutica dos pacientes bariátricos visando uma melhor resposta farmacológica e a presença do profissional farmacêutico, nas equipes multidisciplinares, é de suma importância. Palavras-chave: Farmacêutico hospitalar. Cirurgia bariátrica. Obesidade mórbida. 1. INTRODUÇÃO A obesidade é um grave problema de saúde que atinge praticamente o mundo todo, sobretudo os países desenvolvidos e em desenvolvimento (BAGATINI et al., 2006). Atinge homens e mulheres de todas as etnias e de todas as idades, reduz a qualidade de vida e tem elevadas taxas de morbidade e mortalidade (MELO & SÃO-PEDRO, 2012). Neste início de século, a obesidade tem crescido rapidamente e representa um dos principais desafios de saúde pública. Em 2008, 1,5 bilhão de pessoas no mundo sofriam de sobrepeso e aproximadamente 2,8 milhões morrem a cada ano como resultado dessa epidemia (NISSEN et al., 2012). Atualmente, há no mundo 2,1 bilhões de pessoas obesas ou com sobrepeso, o que representa 30% da população mundial (ZERO HORA, 2014). A obesidade é considerada uma doença crônica, de etiologia multifatorial, causada pelo acúmulo de gordura e é fator de risco para várias doenças, principalmente cardiovasculares e metabólicas (MORAES et al., 2013). O melhor tratamento para a obesidade é a prevenção. Entretanto, se já está instalada, é necessário a adesão a outros métodos, tais como reeducação nutricional, atividade física,

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório ... · Como o número de cirurgias bariátricas aumentou quase 90% nos últimos 5 anos, é indispensável ... Ausência

Embed Size (px)

Citation preview

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 1

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de

pacientes submetidos à cirurgia bariátrica

Raquel Mulinari – [email protected]

Atenção Farmacêutica e Farmacoterapia Clínica

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Porto Alegre, RS, 23 de Agosto de 2014

Resumo

Atualmente, o número de obesos mórbidos no Brasil está aumentando, assim como vem

acontecendo nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. A obesidade é considerada uma

doença crônica, um problema de saúde pública e está associada à piora da qualidade de

vida, à alta frequência de comorbidades, à redução da expectativa de vida e à grande

probabilidade de fracasso dos tratamentos menos invasivos. A cirurgia bariátrica surge como

uma ferramenta importante no tratamento da obesidade mórbida, promovendo perda de peso

satisfatória a longo prazo. É importante conhecer as indicações, os benefícios e riscos para

avaliar a real necessidade de ser submetido ao procedimento cirúrgico. O acompanhamento

multiprofissional é essencial tanto em período pré quanto pós-operatório, para que o

paciente seja assistido sob vários aspectos e tenha atenção integral. Para tanto, este estudo

tem como objetivo analisar o papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de

pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. A metodologia escolhida foi a pesquisa

bibliográfica. A partir daí, concluiu-se que é grande a necessidade de monitorização

terapêutica dos pacientes bariátricos visando uma melhor resposta farmacológica e a

presença do profissional farmacêutico, nas equipes multidisciplinares, é de suma

importância.

Palavras-chave: Farmacêutico hospitalar. Cirurgia bariátrica. Obesidade mórbida.

1. INTRODUÇÃO

A obesidade é um grave problema de saúde que atinge praticamente o mundo todo, sobretudo

os países desenvolvidos e em desenvolvimento (BAGATINI et al., 2006). Atinge homens e

mulheres de todas as etnias e de todas as idades, reduz a qualidade de vida e tem elevadas

taxas de morbidade e mortalidade (MELO & SÃO-PEDRO, 2012).

Neste início de século, a obesidade tem crescido rapidamente e representa um dos principais

desafios de saúde pública. Em 2008, 1,5 bilhão de pessoas no mundo sofriam de sobrepeso e

aproximadamente 2,8 milhões morrem a cada ano como resultado dessa epidemia (NISSEN et

al., 2012). Atualmente, há no mundo 2,1 bilhões de pessoas obesas ou com sobrepeso, o que

representa 30% da população mundial (ZERO HORA, 2014).

A obesidade é considerada uma doença crônica, de etiologia multifatorial, causada pelo

acúmulo de gordura e é fator de risco para várias doenças, principalmente cardiovasculares e

metabólicas (MORAES et al., 2013).

O melhor tratamento para a obesidade é a prevenção. Entretanto, se já está instalada, é

necessário a adesão a outros métodos, tais como reeducação nutricional, atividade física,

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 2

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

acompanhamento psicológico, medicamentos e cirurgia bariátrica (ROCHA, 2012). A escolha

do tratamento deve basear-se na gravidade do problema e na presença de complicações

associadas (NISSEN et al., 2012).

Existem vários graus de obesidade, sendo o foco da presente revisão bibliográfica a obesidade

grau III ou mórbida, quando o Índice de Massa Corporal (IMC) ultrapassa 40kg/m²

(LORENTZ, 2007). Para os pacientes com esse grau de obesidade, tratamentos

convencionais, como dietas e medicamentos antiobesidade, continuam produzindo resultados

insatisfatórios, com 95% dos pacientes recuperando seu peso inicial em até 2 anos (ROCHA,

2012).

Nos dias atuais, a intervenção mais eficaz na condução clínica de obesos mórbidos tem sido a

cirurgia bariátrica (ROCHA, 2012). Gordon et al. (2011) enfatizaram os benefícios clínicos

da cirurgia bariátrica, com significativas reduções na mortalidade associada a doenças

cardiovasculares, câncer e principalmente, diabetes.

Segundo Garrido (2000 apud Cruz & Morimoto, 2004), a cirurgia para obesidade grave vem

sendo empregada desde a década de 1950. Nesta época, eram comuns efeitos indesejáveis

graves e frequentes, tais como diarreia, desidratação, vômitos, dor abdominal, problemas

hepáticos e cirrose. Ao longo dos anos, as técnicas foram sendo aperfeiçoadas e vários

estudos têm sido realizados visando o pré e pós-operatório de pacientes bariátricos

(LORENTZ, 2007; ROCHA, 2012; LIMA et al., 2013). Nos últimos anos, algumas pesquisas

têm sido direcionadas a compreender a absorção e a biodisponibilidade de medicamentos e

nutrientes em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, visando uma melhor resposta

farmacológica (MILLER & SMITH, 2006; FERREIRA, 2012; ROCHA, 2012).

Como o número de cirurgias bariátricas aumentou quase 90% nos últimos 5 anos, é

indispensável uma equipe multidisciplinar capacitada no tratamento de pacientes com

obesidade mórbida (FERRAZ, 2007).

É de extrema importância, segundo Rocha (2012), buscar-se um acompanhamento duradouro,

para a obtenção de bons resultados e prevenção de possíveis deficiências nutricionais após a

cirurgia bariátrica. Esta deficiência ocorre principalmente pela limitação da ingestão e

absorção de diferentes nutrientes (BORDALO et al., 2011).

Lorentz (2007) demonstrou que o paciente obeso mórbido não é apenas um paciente com

excesso de peso é um paciente que apresenta uma série de alterações fisiopatológicas, além de

importantes comorbidades.

A abordagem coletiva interdisciplinar deve ajudar o paciente não só a emagrecer, mas acima

de tudo restabelecer um melhor padrão de vida, promovendo saúde física, mental e psíquica

(MORAES et al., 2013).

Este trabalho tem por objetivo analisar o papel do farmacêutico hospitalar no período pré e

pós-operatório de pacientes bariátricos, no que tange ao uso de medicamentos e nutrientes. O

profissional farmacêutico, interligado a outros profissionais da saúde, contribui para a

produção integrada do cuidado ao paciente submetido à cirurgia bariátrica.

Foi utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica, através de pesquisa em livros e

artigos científicos, tendo como base de dados Scielo, PubMed, Medline, Lilacs e Google

Acadêmico no período março de 2004 a julho de 2014.

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 3

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

2. FARMACÊUTICO HOSPITALAR

A profissão farmacêutica, do século XX até os dias de hoje, passou por vários momentos

difíceis. Com o início da prática da farmácia clínica nos anos 60, surgiu uma oportunidade

ímpar para o farmacêutico desempenhar o seu papel perante a sociedade (VIEIRA, 2007).

Como o objetivo principal da farmácia hospitalar é contribuir para a qualidade da assistência

prestada ao paciente, promovendo o uso seguro e racional de medicamentos, o foco de

atenção do farmacêutico deve estar no paciente e suas necessidades, tendo o medicamento

como instrumento e não mais como meio (GOMES et al., 2011).

O farmacêutico hospitalar é o profissional responsável pela orientação de pacientes internados

e ambulatoriais, visando sempre à eficácia terapêutica, racionalização dos custos e

promovendo o ensino e a pesquisa, sendo uma referência em tudo que cerca o medicamento

(CRF-SP, 2013).

O farmacêutico hospitalar deve fornecer informações sobre medicamentos a outros

profissionais de saúde, colaborando na seleção do tratamento farmacológico mais adequado,

detectando interações medicamentosas e reações adversas (GOMES et al., 2011).

Estudos reforçam a ideia que a intervenção farmacêutica, ao reduzir o número de eventos

adversos, aumenta a qualidade assistencial e diminui custos hospitalares. Entretanto, há

carência de relatos sobre esta atividade, sobretudo em grupos especiais de pacientes (NUNES

et al., 2008).

A abordagem do paciente com obesidade mórbida é um verdadeiro desafio para a equipe de

saúde no ambiente hospitalar, pois exige um planejamento minucioso que se inicia na seleção

dos pacientes, tem continuidade com o pré-operatório detalhado e se estende até o pós-

operatório (LORENTZ, 2007).

Para que os resultados sejam favoráveis, é extremamente importante o envolvimento de uma

equipe multidisciplinar que inclua médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos

(LORENTZ, 2007). De Moliner & Rabuske (2008), além dos profissionais já citados,

sugerem também o enfoque multiprofissional de farmacêuticos e profissionais da educação

física com abordagem do indivíduo e da família. Em estudo recente, Moraes et al. (2013),

sustentam a participação do cirurgião dentista na equipe multidisciplinar de atenção ao

paciente bariátrico.

Possamai & Dacoreggio (2008) ressaltam a necessidade de uma dimensão comunicativa da

atenção entre as equipes multiprofissionais, pois é impossível que um único profissional

detenha todo o conhecimento necessário ao diagnóstico e à terapêutica de situações de cada

indivíduo.

Varela et al. (2011) acreditam que há um interesse crescente entre os profissionais de saúde

em otimizar o atendimento ao paciente através de uma abordagem de trabalho em equipe,

sendo o papel desempenhado pelo farmacêutico de grande importância.

Suerland et al. (2005:419 apud Grans et al., 2012) defendem a ideia de que o

acompanhamento por uma equipe multidisciplinar é o padrão-ouro para o tratamento eficaz de

obesos mórbidos e sucesso da bariátrica.

No ambiente hospitalar, o farmacêutico tem uma excelente oportunidade de interagir com os

pacientes, médicos e enfermeiros, o que permite o estabelecimento de estratégias para

otimizar as terapias medicamentosas (VARELA et al., 2011).

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 4

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

3. OBESIDADE MÓRBIDA

Para Kathalian (1992:274 apud De Moliner & Rabuske, 2008) “a quantidade de tecido

adiposo conta uma estória que por vezes é intensa, grave, duradoura, removível ou eterna.

Mas, sem dúvida alguma, plena de frustrações”.

Nos casos de obesidade mórbida, os pacientes geralmente têm uma longa história de

tentativas de diminuição do peso, por meio de dietas e pelo uso de medicações, com as quais

não obtiveram o efeito desejável (DE MOLINER & RABUSKE, 2008).

Dentre as várias formas de mensuração da obesidade, o índice de massa corporal (IMC),

desenvolvido pelo matemático belga Lambert Quetelet em meados do século XIX, tornou-se

o padrão referencial para avaliação, tanto no âmbito individual como populacional (SANTO

& CECONELLO, 2008).

O IMC permitiu a classificação da obesidade em quatro níveis: graus I, II, III e super-

obesidade. A obesidade grau III ou mórbida (IMC ≥ 40 kg/m²) acarreta significativa

diminuição da expectativa de vida do paciente, e está associada a várias comorbidades

(LORENTZ, 2007). Dentre as principais destacam-se diabetes, hipertensão arterial e

dislipidemias, que constituem um conjunto de fatores de risco cardiovascular, relacionados à

deposição de gordura visceral e resistência à insulina, denominado de síndrome metabólica

(SANTO & CECONELLO, 2008).

4. CIRURGIA BARIÁTRICA

A cirurgia bariátrica é derivada da palavra grega barros que significa “peso” e iatrike, que

significa “tratamento” (ROCHA, 2012).

Os parâmetros estabelecidos para que o paciente seja submetido ao tratamento cirúrgico são:

1) IMC maior ou igual a 40 kg/m² ou maior que 35 kg/m² com a presença de

alguma doença associada, resultante ou agravada pela obesidade, como apneia

do sono, dificuldade de locomoção, diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia;

2) Paciente que não tenha obtido sucesso por meio de métodos conservadores de

emagrecimento (dietético, atividade física e medicamentoso);

3) Ausência de causas endócrinas de obesidade;

4) Avaliação favorável das condições psiquiátricas de suportar as transformações

radicais de comportamento impostas pela operação (ROCHA, 2012:83).

A faixa etária para cirurgia bariátrica no Brasil realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

mudou de 18 para 16 anos, e a idade máxima de 65 anos também foi alterada, agora não

existe mais limite de idade, desde que os requisitos estabelecidos sejam preenchidos

(MORAES et al., 2013).

A cirurgia bariátrica altera a anatomia e a fisiologia do trato digestório. As técnicas cirúrgicas

utilizadas dividem-se em restritivas e restritivas-disabsortivas (ROCHA, 2012). Nas

restritivas, o objetivo é a perda de peso por restrição do volume total do alimento ingerido e

nas restritivas-disabsortivas, existe uma parcela restritiva e uma diminuição da área absortiva

por derivação do intestino delgado (SANCHES et al., 2007).

Grupo Técnica Nome

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 5

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

Restritivas Balão Intragástrico (BIG) Balão

Banda gástrica ajustável (BGA) Banda

Gastroplastia vertical com bandagem

(GVB)

Cirurgia de Mason

Restritivas-disabsortivas Derivação gástrica em Y-de-Roux

(DGYR) ou bypass gátrico em Y-de

Roux (BGYR)

Fobi-Capella

Derivação biliopancreática com

gastrectomia horizontal (DBP)

Cirurgia de

Scopinaro

Derivação biliopancreática com

gastrectomia vertical e preservação de

piloro (DBP/DS)

Duodenal switch

Tabela 1: Técnicas cirúrgicas

Fonte: ROCHA (2012)

O principal tipo de cirurgia bariátrica realizada atualmente é o bypass gástrico em Y-de-Roux

(BGYR), aplicando-se a 75% dos casos. É uma técnica mista, que restringe o tamanho do

estômago e reduz a superfície intestinal em contato com o alimento (BORDALO et al., 2011).

4.1. Pré-operatório do paciente bariátrico

No histórico clínico do paciente com obesidade mórbida, que irá se submeter à cirurgia

bariátrica, o farmacêutico deve investigar os medicamentos utilizados e orientar para que

sejam suspensos nos dias que antecedem o procedimento, visando uma maior segurança

(LORENTZ, 2007).

Bittar et al. (2009) recomendam que a metformina seja suspensa 2 dias antes da cirurgia

bariátrica; ácido acetilsalicílico, clopidogrel, estatinas e fibratos, de 7 a 10 dias;

anticoncepcionais orais, 30 dias e medicamentos para terapia de reposição hormonal (TRH),

21 dias.

O profissional farmacêutico também deve orientar a equipe para que a profilaxia

antimicrobiana seja realizada de maneira eficaz, já que a incidência de infecção do sítio

operatório no tratamento da obesidade mórbida é alta, com significativa morbidade

(FERRAZ, 2007). Lorentz (2007) recomenda que os antibióticos devem ser iniciados 30

minutos antes da intervenção cirúrgica, para que as concentrações sejam máximas no

momento da incisão.

Além da profilaxia antimicrobiana, a antiemética é de extrema importância. Comparando-se

pacientes que não receberam profilaxia antiemética com os que receberam, é alta a incidência

de náuseas e vômitos no pós-operatório, variando de 70 a 80% (BENEVIDES et al., 2012).

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 6

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

Sabe-se que os pacientes candidatos à cirurgia bariátrica constituem um grupo de risco para

transtornos psíquicos e é interessante o farmacêutico investigar os pacientes sobre o histórico

de medicamentos utilizados, principalmente para distúrbios de ansiedade e de comportamento

(GORDON et al., 2011).

Ressalta-se a importância de medidas para favorecer a perda de peso na fase pré-operatória,

da ordem de 10%, com o intuito de minimizar a ocorrência de complicações pós-operatórias

(SANTO & CECONELLO, 2008). Para auxiliar nessa perda de peso, os métodos

farmacológicos atualmente empregados são a sibutramina e o orlistat, sendo que as

anfetaminas estão proibidas de serem comercializadas no Brasil desde outubro de 2011

(NISSEN et al., 2012). Dependendo do agente anestésico empregado, pode haver interação

com a sibutramina, sendo neste caso importante o farmacêutico investigar se o paciente está

fazendo uso deste fármaco, pois pode causar taquicardia e hipertensão e, no caso do orlistat,

foi observada a diminuição na absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) em 5% a

15% dos pacientes (LORENTZ, 2007).

Na tentativa de reduzir o volume do suco gástrico e aumentar o seu pH, a metoclopramida

deve ser administrada 30 minutos antes da anestesia. Bloqueadores dos receptores H2 da

histamina, como cimetidina e ranitidina também são recomendados, dando-se preferência a

ranitidina, por não interferir no metabolismo hepático de outros fármacos (BITTAR et al.,

2009).

Nos pacientes portadores de apneia do sono, deve ser omitida a medicação pré-anestésica.

Nos outros pacientes, os benzodiazepínicos devem ser utilizados em doses baixas e com

cautela, a fim de evitar depressão respiratória (LORENTZ, 2007).

É aconselhável verificar o nível sérico de fármacos de baixo índice terapêutico utilizados

antes da intervenção (anticonvulsivantes, moduladores do humor), no intuito de restabelecer

concentrações eficazes no pós-operatório (GORDON et al., 2011).

4.2. Pós-operatório do paciente bariátrico

O acompanhamento no pós-operatório de cirurgia bariátrica deve ser ininterrupto e, cabe aos

profissionais de saúde envolvidos na equipe de saúde, fazer com que o paciente entenda as

razões pelas quais ele precisa aderir rigorosamente ao tratamento (ROCHA, 2012).

Além de interferir na absorção de nutrientes, as alterações na fisiologia do

aparelho digestivo e as mudanças metabólicas consequentes à cirurgia bariátrica

são fatores que interferem nos aspectos farmacocinéticos e farmacodinâmicos

das medicações utilizadas pelos pacientes, em geral levando a uma menor

absorção do medicamento pelo aumento do pH do trato digestivo e diminuição

na absorção (GORDON et al., 2011).

Gordon et al. (2011) também documentou que deficiências nutricionais são frequentes após

cirurgias bariátricas e tem relação direta com a natureza do procedimento. A principal delas é

a vitamina B12, podendo levar a anemia grave e contribuir silenciosamente para problemas

cardíacos, neurológicos e até distúrbios psiquiátricos (ROCHA, 2012).

Muitos pacientes, entretanto, têm recuperação acentuada de peso, podendo estar relacionada

ao próprio método cirúrgico ou ao comportamento alimentar do paciente, influenciados por

fatores da saúde mental como ansiedade, depressão e a compulsão alimentar (PAJECKI et al.,

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 7

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

2012).

É importante que a equipe médica comunique o farmacêutico clínico no momento da alta do

paciente, para que esse vá até o leito prestar informações e fazer observações sobre a

prescrição que o mesmo levará para casa. Dessa forma, o farmacêutico contribui para que a

terapia medicamentosa seja bem compreendida e seguida corretamente (GHELER, 2010).

5. COMORBIDADES E CONSIDERAÇÕES SOBRE MEDICAMENTOS

Nos primeiros dias do pós-operatório, muitas comorbidades melhoram drasticamente,

enquanto outras têm evolução progressiva e gradual. O ajuste das doses dos medicamentos

deve ser frequente, sendo que algumas podem até ser suspensas (BITTAR et al., 2009).

O tamanho reduzido do estômago, aliado ao encurtamento do intestino após a cirurgia

bariátrica, pode colocar os doentes em risco de eventos adversos associados com alguns

medicamentos (MILLER & SMITH, 2006).

O uso correto de medicamentos, muitas vezes, implica na adequação de suas doses às funções

orgânicas dos pacientes, sendo muito comum a equipe médica não observar esses fatores e,

por causa disso, ocorrerem intoxicações medicamentosas em fármacos com janela terapêutica

estreita (GHELER, 2010).

É importante ressaltar a importância da escolha da forma farmacêutica no pós-operatório da

cirurgia bariátrica, visto que a diminuição do comprimento e a área de superfície intestinal

interferem na absorção dos fármacos, o que pode resultar em diminuição da eficácia ou em

toxicidade:

Optar por medicações de liberação imediata, pois medicações com liberação

gradual ou retardada (formulações retard) provavelmente terão uma redução

substancial na absorção e biodisponibilidade;

Comprimidos, cápsulas ou drágeas revestidos requerem ácido gástrico para

liberação do fármaco e, como após a gastroplastia há redução da secreção

gástrica, pode ser preferível romper ou triturar os comprimidos revestidos.

(GORDON et al., 2011:151).

Miller & Smith (2006) destacaram que as formas de liberação imediata devem ser preferidas

em substituição as de liberação prolongada, retardada ou de revestimento entérico, o que faz

com que haja, entretanto, um aumento da frequência de administração.

A mudança para fórmulas líquidas pode aumentar a absorção, pois não necessita da

dissolução do fármaco. Outras abordagens, incluindo a administração subcutânea,

intravenosa, retal, vaginal, intranasal e transdérmica também devem ser consideradas

(MILLER & SMITH, 2006).

5.1 Hipertensão arterial

Em estudo recente, Silva & Maia (2013) relataram que a hipertensão foi resolvida ou

melhorada em 66% de todos os pacientes tratados cirurgicamente. A melhora e/ou redução da

pressão arterial está relacionada com a redução da hiperinsulinemia, da resistência à insulina,

dos níveis de leptina e da pressão intra-abdominal (PEDROSA et al., 2009).

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 8

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

No entanto, há necessidade de monitorar continuamente os níveis pressóricos para ajustar as

doses. Deve-se atentar para o fato que no pós-operatório, os fármacos anti-hipertensivos são

reintroduzidos em doses menores dos que as utilizadas antes do procedimento (BITTAR et

al., 2009).

Fármaco Possível sítio de absorção CondutaConduta

enalapril Hidrolisado de forma ativa

(enaprilato) no estômago; absorvido

no intestino

Pode apresentar diminuição da

atividade; considerar outros

inibidores da ECA

tartarato

de

metroprolol

Absorvida rápida e completamente,

indicando estômago e duodeno

Monitorar pressão arterial;

perda de peso influencia na

dose do fármaco

ramipril Absorção diminuída e documentada

em pacientes com esteatorréia e má

absorção

Considerar outros agentes;

monitorar a pressão no pós-

operatório; perda de peso

relacionado com fármaco

administrado

Tabela 2: Fármacos com potencial de absorção diminuída em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica

Fonte: Adaptada de MILLER & SMITH (2006)

Por outro lado, o farmacêutico deve estar atento que no pós-operatório imediato pode haver

hipotensão na presença de vômitos. Neste caso, para minimizar o desconforto, o paciente é

tratado com terapia antiemética, com ondansetrona, metoclopramida ou bromoprida (BITTAR

et al., 2009). Entretanto, alguns pacientes são refratários a essa terapia habitual e possuem

como alternativa o tratamento com mirtazapina, um antidepressivo que apresenta efeito

antiemético através do bloqueio de receptores para a serotonina (5-HT3), no centro do vômito

no tronco cerebral (FREITAS & COELHO, 2008). Em estudo recente, Benevides et al.

(2012), constataram que a associação de três drogas antieméticas (haloperidol, dexametasona

e ondansetrona), com diferentes mecanismos de ação, promoveu redução nas náuseas e

vômitos no pós-operatório.

5.2 Diabetes

A cirurgia bariátrica constitui-se em método eficaz para melhora e até mesmo reversão do

diabetes melito tipo 2. Branco-Filho et al. (2011) concluíram que após 3 meses da cirurgia,

92% dos medicamentos antidiabéticos, como metformina, glibenclamida e insulina foram

descontinuados. Silva & Maia (2013) observaram que dois anos após a cirurgia bariátrica,

73% dos pacientes não sofriam mais de diabetes melito tipo 2.

No pós-operatório imediato do BGYR é utilizado esquema de insulina rápida conforme

glicemia capilar. A maioria dos pacientes sofre uma queda brusca nas necessidades de

insulina. Sulfoniluréias e glinidas devem ser evitadas, devido ao risco de hipoglicemia, o que

não ocorre com a metformina e glitazonas (BITTAR et al., 2009). No caso da metformina,

Miller & Smith (2006) relataram que este é um fármaco com potencial de absorção diminuída

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 9

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica e a perda de peso influencia na dose do fármaco.

Em pacientes que fazem uso deste fármaco, a glicemia deve ser monitorada.

Pajecki et al. (2012) demonstraram que o liraglutide, um análogo sintético do GLP-1

(glucagon-like peptide 1), utilizado no tratamento do diabetes tipo II, pode ser uma alternativa

para o reganho de peso após a cirurgia bariátrica em alguns pacientes, com uso off label.

5.3 Refluxo gastroesofágico e úlceras

É provável que pacientes tabagistas e/ou usuários de antiinflamatórios não-esteroidais

apresentem ulceração após o procedimento bariátrico e respondem bem ao tratamento com

inibidores da bomba protônica-IBP (BITTAR et al., 2009).

Alguns autores, como Ettinger (2009) recomendam o uso profilático de IBP, como o

pantoprazol ou esomeprazol. Entretanto, em função do procedimento bariátrico ocorre

diminuição da secreção de ácido clorídrico e, a utilização de IBPs, diminuirá ainda mais a

quantidade de ácido, o que pode vir a interferir na absorção de vitaminas e nutrientes

(BITTAR et al., 2009).

Ferreira (2012) demonstrou, através de um estudo, a necessidade da realização de

monitorização terapêutica visando uma melhor resposta farmacológica, pois encontrou

diferenças significativas entre as concentrações de omeprazol antes e após os pacientes serem

submetidos à cirurgia bariátrica.

Pacientes que apresentaram refluxo gastroesofágico após procedimento bariátrico, tendem a

apresentar maior incidência de erosão dentária, aftas, ardência bucal, sensibilidade dentária e

gosto azedo. Devem ser evitados, ácido acetilsalicílico e vitamina C, para não agravar os

sintomas (MOURA-GREC et al., 2012).

5.4 Doenças Psiquiátricas

Pacientes com obesidade mórbida candidatos à cirurgia bariátrica constituem um grupo de

risco para várias psicopatologias, tais como ansiedade, transtornos de humor e

comportamentos impulsivos. Um ano após a cirurgia, há relatos de menos angústia e

desconforto psicológico nestes pacientes (SILVA & MAIA, 2013).

Estudos envolvendo medicamentos para distúrbios psiquiátricos, após procedimentos

bariátricos, revelaram diminuição nos níveis séricos de fenitoína. Entretanto, com o lítio, há

um aumento da biodisponibilidade, podendo levar à intoxicação (GORDON et al., 2011).

Fármaco Possível sítio de absorção Conduta

lamotrigina Provavelmente estômago e intestino

delgado proximal, devido à rápida e

completa absorção

Monitorar os pacientes, pois

pode apresentar diminuição da

eficácia

olanzapina Estômago Monitorar por causa da

diminuição da eficácia, a troca

por comprimido orodispersível

não aumenta absorção

quetiapina Provavelmente estômago e duodeno, Monitorar por causa da

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 10

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

devido a rápida absorção diminuição da eficácia

zolpidem Absorvido rápida e

complementamente, sofre influência

de alimentos

Tomar com estômago vazio,

tempo de absorção pode

aumentar, resultando em atraso

para efeito

Tabela 3: Fármacos com potencial de absorção diminuída em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica

Fonte: Adaptado de MILLER & SMITH (2006)

Os medicamentos antidepressivos em uso antes da cirurgia devem ser reiniciados o mais

rápido possível após o procedimento, pois é frequente haver instabilidade emocional em um

momento de tantas mudanças corporais e comportamentais. Episódios depressivos geralmente

requerem manutenção do tratamento a longo prazo, ainda que haja melhora da auto-estima

com a perda de peso (BITTAR et al., 2009).

A literatura relata a xerostomia (hipossalivação ou boca seca) após a intervenção bariátrica.

Esta condição é resultante da diminuição do pH salivar, mas pode também ser ocasionada

pela ingestão de medicamentos ansiolíticos, já que é alto o índice de ansiedade em pacientes

obesos mórbidos (MORAES et al., 2013).

5.5 Doenças osteoarticulares

O estudo de Melo & São-Pedro (2012) demonstrou que indivíduos obesos submetidos à

cirurgia bariátrica apresentaram acentuada redução tanto na frequência quanto na intensidade

das dores musculoesqueléticas localizadas no quadril, pé, tornozelo e joelho.

Medicamentos antiinflamatórios não-esteróides após a cirurgia não são recomendados, pois

podem causar úlceras, principalmente nas cirurgias de grampeamento (ETTINGER, 2009).

Neste caso, a opção inclui acetaminofeno, opióides e tramadol (MILLER & SMITH, 2006).

É importante que o profissional da saúde saiba que a absorção e a biodisponibilidade de

bifosfatos orais, prescritos principalmente a pacientes com osteoporose, podem ficar

comprometidos em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica (MOURA-GREC et al., 2012).

Outros fatores devem servir de alerta, como os pacientes que utilizam anticonvulsivantes,

glicocorticoides, heparina ou colestiramina e apresentam maior risco para doenças ósseas

(BORDALO et al., 2011).

6. SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL

Investigações têm demonstrado alterações no estado nutricional de pacientes submetidos à

cirurgia bariátrica, as quais podem acontecer após semanas e/ou anos. Os distúrbios vão desde

carências vitamínicos-minerais até manifestações de desnutrição energético-proteica

(PEDROSA et al., 2009). Em razão disso, todos os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica

devem fazer suplementação de vitaminas e minerais diariamente, embora não exista consenso

em relação às doses necessárias para evitar tais deficiências (TOREZAN, 2013).

Dependendo da técnica utilizada, algumas deficiências são mais frequentes e estão

diretamente relacionadas com o sítio de absorção de cada nutriente:

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 11

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

Técnica Deficiência nutricional Sítio de absorção

BGYR Ferro,cálcio, tiamina(B1) Duodeno

Vitamina B12 Íleo

Ácido fólico Duodeno e íleo

Vitamina D Íleo e jejuno

DPB/DS Vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) Jejuno

Ferro, cálcio, tiamina (B1) Duodeno

Vitamina B12 Íleo

Ácido fólico Duodeno e íleo

BGA Tiamina (B1) Duodeno

Ácido fólico Duodeno e íleo

Tabela 4: Deficiências nutricionais mais comuns em cada técnica e o respectivo sítio de absorção

Fonte: Adaptada de BORDALO et al., (2011); ROCHA (2012)

A preocupação com a biodisponibilidade dos micronutrientes influencia na eficácia da

suplementação. Nesse sentido, é importante considerar as formas de apresentação das

suplementações disponíveis comercialmente (BORDALO et al., 2011).

6.1 Vitamina B12

A alimentação, por si só, não recupera a deficiência de vitamina B12 em pacientes após

cirurgia bariátrica. A melhor escolha de tratamento é o combinado, ou seja, a orientação

dietética e o tratamento medicamentoso (ROCHA, 2012).

A vitamina B12 participa como coenzima nas reações enzimáticas necessárias para a

hematopoese, na função neural, no metabolismo do ácido fólico, na síntese adequada de DNA

e no metabolismo dos ácidos graxos (GHELER, 2010).

A vitamina B12 está ligada às proteínas dos alimentos e necessita do ácido clorídrico e da

pepsina para ser liberada, quando então se liga ao fator intrínseco para ser absorvida. Após o

bypass gástrico, tanto o ácido clorídrico como o fator intrínseco são secretados em

quantidades mínimas (BITTAR et al., 2009).

Na ausência do fator intrínseco, a vitamina B12 não pode ser absorvida, levando à anemia

perniciosa, indutora de complicações neurológicas com parestesias nas extremidades

(GHELER, 2010).

A deficiência de vitamina B12 pode ocorrer em 1/3 dos pacientes bariátricos. Considerando a

via intramuscular a que possui melhor absorção da vitamina B12, Ettinger (2009) sugere as

formas comerciais Citoneurin® ou Rubranova® 5000, para reposição a cada três meses.

Bittar et al. (2009) sugere 1000 mcg de vitamina B12, mensalmente ou 5000 mcg,

trimestralmente, em forma de solução injetável.

Miller & Smith (2006) recomendam a suplementação oral de 1000 mcg diariamente, evitando

o inconveniente de dor associada com as injeções e a procura de um profissional habilitado

para aplicá-las.

A suplementação de vitamina B12 também pode ser feita na forma de spray, aplicado na

forma sublingual, de nano partículas, aumentando com isso a absorção e a biodisponibilidade

do nutriente (BORDALO et al., 2011).

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 12

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

6.2 Vitamina B1 ou Tiamina

Em estudo recente, Lima et al. (2013) concluíram que 15,5% das mulheres obesas

apresentaram baixos níveis de tiamina no pré-operatório. Este fato é extremamente

preocupante, pois pode levar a déficits nutricionais graves quando associados com as

restrições e má-absorção no período do pós-operatório tardio.

A deficiência de tiamina pode ocorrer de forma aguda após qualquer tipo de cirurgia

bariátrica em pacientes que apresentam vômitos prolongados e está associada a sintomas

neurológicos graves, que podem ser irreversíveis (BORDALO et al., 2011). Há relatos de

casos graves de encefalopatia de Wernicke já a partir do segundo mês do pós-operatório

(BITTAR et al., 2009).

Para pacientes com vômitos persistentes, Bittar et al. (2009) sugerem 50mg de tiamina como

ingestão diária.

6.3 Ferro

A deficiência de ferro ocorre, após a gastroplastia, pois é no estômago que o ácido clorídrico

converte o ferro da forma ferrosa em férrica e é no duodeno que ocorre a sua absorção

(SANCHES et al., 2007).

É importante considerar as características de absorção dos diversos tipos de suplementação de

ferro: fumarato ferroso, 33% de ferro elementar e boa absorção do mineral; sulfato ferroso,

apenas 20% de ferro elementar e efeitos gastrointestinais e ferronil, 98% de ferro elementar,

com partículas reduzidas (BORDALO et al., 2011).

O ideal é que o suplemento de ferro seja acompanhado de vitamina C, pois há melhora na

absorção, sendo recomendado 640mg diários de ferro elementar (BITTAR et al., 2009).

Os frutooligossacarídeos, se ingeridos juntamente com ferro, ajudam a prevenir a constipação,

melhorar a flora intestinal e proporcionar melhor absorção deste mineral (BORDALO et al.,

2011).

6.4 Ácido fólico

A deficiência de vitamina B12 pode resultar em deficiência de ácido fólico, pois é necessária

para a conversão do ácido metiltetrahidrofólico (inativo) em ácido tetrahidrofólico (ativo).

Geralmente é feita suplementação oral de 1000 µg/dia durante um a dois meses (BORDALO

et al., 2011).

A deficiência de ácido fólico pode atingir 40% dos pacientes no pós-operatório da cirurgia

bariátrica. Possui a vantagem de ser absorvido ao longo de todo o intestino delgado e de ser

sintetizado pelas bactérias do intestino proximal, o que compensa a diminuição do ácido

clorídrico (BITTAR et al., 2009).

6.5 Cálcio e vitamina D

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 13

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

Como a absorção do cálcio se faz no intestino sob influência da vitamina D, a suplementação

destes dois nutrientes tem sido recomendada aos pacientes bariátricos (BORDALO et al.,

2011).

Ettinger (2009) sugere a suplementação da forma comercial Miocalven D®, de 1 a 2 sachets

ao dia. A composição de cada sachê é de 200UI de vitamina D e 500mg de citrato de cálcio.

Já Bittar et al. (2009) sugerem uma reposição diária de pelo menos 800UI de vitamina D e

1200 mg de cálcio.

Tendo em vista que a quantidade de ácido clorídrico está diminuída após a cirurgia bariátrica

e que o citrato de cálcio não depende deste ácido para a sua absorção, é preferível utilizá-lo,

embora seja mais caro que o carbonato de cálcio (MILLER & SMITH, 2006). Bittar et al.

(2009) e Bordalo et al. (2011) também recomendam a utilização do citrato ao carbonato de

cálcio, por ser de 22 a 27% mais biodisponível que o carbonato de cálcio e por possuir melhor

absorção após bypass gástrico.

6.6 Vitaminas A, E e K

Após procedimentos de bypass gástrico, os pacientes são propensos a deficiências de

vitaminas lipossolúveis, sendo recomendado um monitoramento anual desses micronutrientes

(MILLER & SMITH, 2006).

Bordalo et al. (2011) recomendam 50.000 UI de vitamina A a cada duas semanas para corrigir

a maioria dos casos de deficiências e de 100 a 400 UI/dia de vitamina E. No caso da vitamina

K, há relatos de baixos níveis séricos desta vitamina K após três anos de BGYR, sendo

recomendada uma suplementação adicional de 25mcg/dia (TOREZAN, 2013).

7. CONCLUSÃO

A partir da revisão bibliográfica efetuada, verificou-se que o manejo do paciente bariátrico é

complexo e exige uma equipe multidisciplinar capacitada para atendê-lo. As pesquisas

envolvendo o profissional farmacêutico são escassas, embora a grande maioria aborde

tratamentos medicamentosos antes e após a cirurgia bariátrica. Nesse sentido, é de suma

importância que o farmacêutico hospitalar integre a equipe multidisciplinar envolvida no

controle bariátrico da obesidade, contribuindo para o cuidado integrado desse paciente, visto

que a obesidade mórbida constitui uma condição grave e de consequências nefastas tanto para

a saúde física do indivíduo quanto para o seu bem-estar psicossocial. O farmacêutico, que se

dispõe a trabalhar com pacientes bariátricos, deve conhecer as particularidades desse grupo,

as comorbidades mais comuns e seus respectivos tratamentos, tanto na avaliação pré-

operatória quanto no seguimento pós-operatório, contribuindo na melhora da qualidade de

vida através da otimização de terapias medicamentosas.

REFERÊNCIAS

BAGATINI, A. et al. Anestesia para cirurgia bariátrica: avaliação retrospectiva e revisão

da literatura. Rev Bras de Anestesiol 56(3), Maio-Junho, 2006. Disponível em:

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 14

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003470942006000300001&lang=pt

- Acesso em: 27 jun. 2014

BENEVIDES, M. L. et al. A associação de haloperidol, dexametasona e ondansetrona

reduz a intensidade de náusea, dor e consumo de morfina após gastrectomia vertical

laparoscópica. Rev. Bras. Anestesiol. 63(5):404-409, Sept./Oct. 2013. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003470942013000500006&lng=en

&nrm=iso - Acesso em: 12 mar. 2014

BITTAR, T. et al. Avaliação clínica pré e pós-operatória na cirurgia bariátrica. Ache

Farmacêutica. São Paulo, 2009, 136p.

BORDALO, L. A. et al. Cirurgia bariátrica: como e por que suplementar. Rev Assoc Med

Bras, 57(1):113-120, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-

42302011000100025&script=sci_arttext - Acesso em: 12 mar. 2014

BRANCO-FILHO, A. C. et al. Gastroplastia como tratamento do diabete melito tipo 2.

ABCD, arq. bras. cir. dig. vol.24 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2011 Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010267202011000400008&lang=pt

- Acesso em: 16 jul. 2014.

CRF-SP (site) Cartilha Comissão Farmácia Hospitalar Disponível em:

http://portal.crfsp.org.br/publicacoes-2/cartilhas-por-area.html - Acesso em: 01 jul. 2014

CRUZ, M. R. R.; MORIMOTO, I. M. I. Intervenção nutricional no tratamento cirúrgico

na obesidade mórbida: resultados de um protocolo diferenciado. Rev.Nutr. 17(2):263-

272, abr./jun.2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=

S141552732004000200013&lang=pt - Acesso em: 27 jun. 2014

DE MOLINER, J.; RABUSKE, M.M. Fatores biopsicossociais envolvidos na decisão de

realização da cirurgia bariátrica. Psicol. teor. prat. v.10 n.2 São Paulo dez. 2008.

Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-

36872008000200004 - Acesso em: 03 jul. 2014.

ETTINGER, J. Cirurgia da obesidade: manual do paciente. 2009. Disponível em:

http://www.ettinger.med.br/wp-content/uploads/2009/06/Manual-do-paciente-Cirurgia-

bariatrica-Ettinger.pdf - Acesso em: 10 jul.2014.

FERRAZ, A. A. B. Profilaxia antimicrobiana na cirurgia bariátrica. Rev. Col. Bras. Cir.,

34(2):73-77, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=

S010069912007000200002&lang=pt - Acesso em: 12 mar. 2014

FERREIRA, S. R. A. Metodologia analítica para quantificação de omeprazol no pré e

pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Dissertação de Mestrado.

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 15

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, USP, 2012. Disponível em:

www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60134/.../Dissertacao_original.pdf - Acesso em: 5 jun.

2014

FREITAS, A. C. T.; COELHO, J. C. U. Uso da mirtazapina no tratamento da náusea e

vômito refratários a terapia habitual após derivação em Y de Roux. ABCD Arq. Bras.

Cir. Dig. 21(1):41-3,2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext

&pid=S010267202008000100009&lang=pt - Acesso em: 27 jun. 2014

GHELER, F. V. Manual de farmácia clínica hospitalar. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.

123 p.

GOMES, M. J. V. M et al. Ciências Farmacêuticas: uma abordagem em farmácia

hospitalar – 1. Ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2011. 559 p.

GORDON, P. C. et al. Aspectos do acompanhamento psiquiátrico de pacientes obeso sob

tratamento bariátrico: revisão. Rev. Psiq. Clín. 38(4):148-54; 2011. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832011000400007 - Acesso

em: 22 abr. 2014

GRANS, R. et al. Qualidade de vida e prevalência de dor osteoaricular em pacientes

submetidos à cirurgia bariátrica. einstein. 2012;10(4):415-21. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167945082012000400004&lang=pt

- Acesso em: 27 jun. 2014

LIMA, K. V. G. et al. Deficiências de micronutrientes no pré-operatório de cirurgia

bariátrica. ABCD Arq. Bras. Cir. Dig. 26(Suplemento 1):63-66, 2013. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010267202013000600014&lang=pt

- Acesso em: 27 jun. 2014

LORENTZ, M. N. Anestesia para obesidade mórbida. Rev Bras Anestesiol. 57:2: 199-213,

2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-

70942007000200010&lang=pt - Acesso em: 22 abr. 2014

MELO, I. T.; SÃO-PEDRO, M. Dor musculoesquelética em membros inferiores de

pacientes obesos antes e depois da cirurgia bariátrica. ABDC Arq Bras Cir Dig. 25(1):29-

32, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

67202012000100007&lang=pt - Acesso em: 27 jun. 2014

MILLER, A. D.; SMITH, K. M. Medication and nutrient administration considerations

after bariatric surgery. Am J Health-Syst Pharm vol. 63 Oct.1, 2006. Disponível em:

http://www.ajhp.org/content/63/19/1852.full.pdf+html - Acesso em: 30 jun. 2014

MORAES, A. B. et al. Cirurgia bariátrica e fatores relacionados à saúde bucal. Brazilian

Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR Vol.5,n.1.,pp.05-13 (Dez 2013 – Fev

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 16

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

2014) Disponível em: http://www.mastereditora.com.br/periodico/20131130_151948.pdf -

Acesso em: 20 jun. 2014

MOURA-GREC, P. G. et al. Consequências sistêmicas da cirurgia bariátrica e suas

repercussões na saúde bucal. ABCD Arq. Bras. Cir. Dig. 25(3):173-177, 2012. Disponível

em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010267202012000300008&lang

=pt - Acesso em: 27 jun. 2014

NISSEN, L.P. et al. Intervenções para tratamento da obesidade: revisão sistemática. Rev

Bras Med Fam Comunidade,7(24):184-90, Florianópolis, Jul./Set 2012. Disponível em:

http://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/472 - Acesso em: 29 mai. 2014.

NUNES, P. H. C. et al. Intervenção farmacêutica e prevenção de eventos adversos.

Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. 44(4):691-699, out./dez.2008. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151693322008000400016&lang=P

T - Acesso em: 07 jul. 2014

PAJECKI, D. et al. Tratamento de curto prazo com liraglutide no reganho de peso após

cirurgia bariátrica. Rev. Col. Bras. Cir. 40(3):191-195, 2012. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010069912013000300005&lang=pt

- Acesso em: 12 mar. 2014

PEDROSA, I. V. et al. Aspectos nutricionais em obesos antes e após a cirurgia bariátrica.

Rev Col Bras Cir 36(4):316-322, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script

=sci_arttext&pid=S010069912009000400008&lang=pt - Acesso em: 12 mar. 2014

POSSAMAI, F. P; DACOREGGIO, M.S. A habilidade de comunicação com o paciente no

processo de atenção farmacêutica. Trab. Educ. Saúde, v. 5 n. 3, p. 473-490,

nov.2007/fev.2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=

S198177462007000300008&lang=pt - Acesso em: 20 jun. 2014

ROCHA, J. C. G. Deficiência de vitamina B12 no pós-operatório de cirurgia bariátrica.

International Journal of Nutrology, v.5, n.2, p. 82-89, mai/ago 2012. Disponível em:

http://www.abran.org.br/RevistaE/index.php/IJNutrology/issue/view/12/showToc - Acesso

em: 31 jan. 2014.

SANCHES, G. D. et. al. Cuidados intensivos para pacientes em pós-operatório de

cirurgia bariátrica. Revista Brasileira Terapia Intensiva, 19(2):205-209, 2007. Disponível

em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103507X2007000200011&

lang=pt - Acesso em: 12 mar. 2014

SANTO, M. A.; CECCONELLO, I. Obesidade mórbida: controle dos riscos. Arq.

Gastroenterol 45(1)-jan./mar. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=

S0004-28032008000100001&script=sci_arttext - Acesso em: 2 jul. 2014

O papel do farmacêutico hospitalar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia

bariátrica Julho/2015 17

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015

SILVA, S. S. P; MAIA, A. C. Psychological and health comorbidities before and after

bariatric surgery: a longitudinal study. Trends Psychiatry Psychother. 35(4) – 264-271,

2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2237-60892013000400264

&script=sci_arttext - Acesso em: 12 mar. 2014.

TOREZAN, E. F. G. Revisão das principais deficiências de micronutrientes no pós-

operatório do bypass gástrico em Y de Roux. International Journal of Nutrology, v.6, n.1,

p.37-42, Jan/Abr2013. Disponível em: http://www.abran.org.br/RevistaE/index.php/

IJNutrology/article/view/93 - Acesso em: 09 jul. 2014.

VARELA, M. N. D et al. What is the role of the pharmacist? Physicians' and nurses'

perspectives in community and hospital settings of Santiago de Cuba. Braz J Pharm Sci.

47(4), São Paulo Oct./Dezembro 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script

=sci_arttext&pid=S198482502011000400007&lang=pt - Acesso em: 09 jul. 2014

VIEIRA, F.S. Possibilidades de contribuição do farmacêutico na promoção da saúde.

Ciência & Saúde Coletiva, 12(1): 213-220, 2007. Disponível em: http://www.scielosp.org/

scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141381232007000100024&lang=PT - Acesso em: 29

mai. 2014

ZERO HORA (site) Cerca de 30% da população mundial está obesa ou acima do peso.

Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/bem-estar/noticia/2014/05/cerca-

de-30-da-populacao-mundial-esta-obesa-ou-acima-do-peso-4512855.html - Acesso em: 29

mai. 2014