O Papel Do Intérprete de Libras No Processo de Aprendizagem Do Aluno Surdo Nos Anos Iniciais Do Ensino Fundamental

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O PAPEL DO INTÉRPRETE DE LIBRAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ALUNO SURDO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

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  • O PAPEL DO INTRPRETE DE LIBRAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO

    ALUNO SURDO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

    Kely Cristiane da Silva*

    Adil Antonio Alves de Oliveira**

    RESUMO

    Este artigo tem com objetivo compreender como se d o trabalho do intrprete de

    LIBRAS na Escola Municipal Jurandir Liberino de Mesquita, em Sinop. A metodologia

    utilizada foi pesquisa qualitativa com observao participante por meio de entrevistas

    semiestruturadas. Buscou-se analisar a relao aluno/professor e intrprete em sala de aula, no

    processo de alfabetizao. Os fundamentos tericos de Carlos Skliar, Karin Strobel e Ronice

    Mller Quadros embasam o artigo. Os dados demonstraram que o profissional intrprete de

    Libras de fundamental importncia para o processo de ensino-aprendizagem na educao

    especial.

    Palavras-chave: Educao Especial. Intrprete de LIBRAS. Alunos e Professor.

    1 INTRODUO

    O presente trabalho tem incio com um breve relato histrico e educacional do Surdo

    nas principais sociedades da poca. A busca pelo reconhecimento e pela legitimidade da

    comunidade Surda passou de atos individualizados a direitos conquistados em leis.

    O atual momento que vivemos deu ao Surdo/deficiente auditivo o reconhecimento

    enquanto uma comunidade com ateno especial. O reconhecimento da lngua brasileira de

    sinais (LIBRAS) se tornou um marco para o processo educacional, assim com a oficializao

    profissional do tradutor intrprete de Libras.

    * Graduanda de Pedagogia. Pertence ao Grupo de Estudos do Professor Me. Adil Antonio Alves de Oliveira. ** Mestre em Educao pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Trabalho, Educao e Prticas Sociais (GEPTEPS).

    Revista Eventos Pedaggicos v.5, n.2 (11. ed.), nmero regular, p. 181 - 190, jun./jul. 2014

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    A pesquisa foi realizada com dois alunos Surdo/deficiente auditivo de 2 e 3 ano do

    ensino fundamental, duas intrprete e suas professoras. Os resultados encontrados atravs da

    pesquisa permitiram a avaliao de como se d o papel de intrprete de Libras no processo de

    aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental, assim como as dificuldades

    encontradas pelos alunos, intrpretes e professores.

    2 O DEFICIENTE AUDITIVO: Movimentos Sociais e Educativos

    Ao longo dos sculos a vida do D.A (deficiente auditivo) no foi diferente de qualquer

    outro deficiente, a busca pela perfeio humana muitas vezes levava a excluso de pessoas

    que no se enquadrasse dento dos padres de normalidade da sociedade na qual pertencia. Na

    antiguidade o conceito de normalidade assim como a concepo sobre o Surdo mudava

    consideravelmente de uma cultura para outra. No Egito os Surdos considerados criaturas

    privilegiadas, enviados por deuses a terra. Havia um forte sentimento humanitrio e respeito,

    protegiam e tributavam aos surdos adorao, no entanto, os surdos tinham vida inativa e no

    eram educados (STROBEL, 2009, p. 18). J nas sociedades grega e romana, o Surdo era visto

    como um entrave na sociedade, quando no era condenados a morte, aps seu nascimento

    eram rejeitados, ignorado vivia a margem do convvio social e familiar.

    Durante a idade mdia a igreja catlica dominava o cenrio religioso, possua uma

    grande influencia sobre a populao e seu comportamento. Os cristos acreditavam que os

    Surdos eram criaturas imortais, e que no possua alma, sendo seres incapazes de proferir os

    sacramentos da igreja.

    Considerados doentes membros de uma minoria lingustica, os surdos tinham seus

    direitos negados pela sociedade, eram privados de se casar, de adquirir ou herdar bens. J os

    surdos que conseguia se comunicar atravs da linguagem oral e da leitura labial tinha uma

    aceitao diferenciada na sociedade, esses poderia trabalhar, possuir negcios e se casar.

    Somente na idade moderna, no incio do sculo XVI comearam a surgi pedagogos

    que se interessaram ao ensino dos Surdos, atravs de mtodos pedaggicos variados como o

    ensino da fala, da escrita o alfabeto manual e sinais. O mdico e filsofo italiano Gerolamo

    Cardamo, considerado uns dos primeiros educadores de surdos, acreditava que a surdez, por si

    mesma, no afetava a capacidade de aprender, e que o melhor meio para essa aprendizagem

    era atravs da escrita.

    No final do sculo XVIII, dando incio a uma fase de mudanas, surgem s primeiras

    escolas para a educao do Surdo. Em diferentes pases da Europa, estudiosos deram incio a

    diferentes propostas de ensino, entre eles esto, Charles-Michel de LEpe na Frana e

  • O PAPEL DO INTRPRETE DE LIBRAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ALUNO SURDO... - Pgina 183

    Samuel Heinicke na Alemanha, ambos grandes mentores na educao dos Surdos. LEpe foi

    o fundador da primeira escola pblica para os surdos o Instituto para Jovens Surdos e Mudos

    de Paris, grande entusiasta da educao dos Surdos, apoiava a comunicao atravs dos sinais,

    acreditava na caridade humana, passava horas nas ruas de Paris instruindo Surdos moradores

    de rua a se comunicar atravs dos sinais. Samuel Heinicke considerado o pai do mtodo

    alemo oralismo puro acreditava que a fala era ferramenta mais apropriada para o ensino do

    Surdo, e que a lngua de sinais inibiria este processo.

    Em 1855 Edward Huet seguidor de LEpe chega ao Brasil com apoio de D. Pedro II,

    que impressionado com os bons resultados obtidos na educao dos surdos atravs da

    linguagem de sinais na Frana. Participou da fundao do Imperial Instituto de Surdos-Mudos

    na cidade de Rio de Janeiro no dia 26 de Setembro de 1856, onde cem anos aps sua fundao

    passou a funcionar o atual Instituto Nacional de Educao de Surdos (INES). Durante anos o

    instituto se tornou ponto de referncia para os Surdos de todo Brasil, abrindo caminho para

    outros centros, institutos e associaes de Surdos.

    Durante o II Congresso Internacional de Educao do Surdo, em Milo na Itlia, em

    1880, o mtodo oralista foi considerado o mais adequado e acreditando na superioridade da

    linguagem oral lngua de sinais que ento foi proibida oficialmente.

    Aps o congresso vrios pases pelo mundo adotaram o oralismo como principal

    mtodo de escolarizao dos Surdos, inclusivo o Imperial instituto de Surdo-Mudo no Brasil.

    O mtodo oral se tornou uma imposio, que limitava o Surdo a viver plenamente a sua

    identidade.

    Em meados de 1960 os resultados insatisfatrios obtidos pelo oralismo, estudos

    mostravam a superioridade educacional da criana surda filha de pais surdos se comparados

    s crianas surdas filha de pais ouvinte. Acreditando que a linguagem de sinais era

    corresponsvel por um melhor desenvolvimento da criana surda, a comunicao total passou

    a ser utilizada no Brasil, o mtodo defendia a comunicao e educao do Surdo atravs da

    linguagem oral, da leitura orofacial, da ampliao dos sinais e do alfabeto manual. Os

    resultados obtidos com a comunicao total so questionveis quando observamos as pessoas

    com surdez frente aos desafios da vida cotidiana.

    No final da dcada de 80 chega o bilinguismo ao Brasil. Visando o ensino de duas

    lnguas na escolarizao do aluno surdo, a primeira a linguagem de sinais (L1) e a segunda

    lngua portuguesa (L2) preferencialmente na modalidade escrita. Skliar (1997, p. 102) coloca

    que o bilinguismo, diante de todas as questes de linguagem, de supremacia cultural ocorrida

    no Brasil, vem a calhar com a reestruturao da autoimagem do surdo. Ousemos afirmar que

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    o bilinguismo resgata a identidade do surdo enquanto cidado consciente, atravs da

    valorizao da pratica da Lngua dos Sinais.

    2.1 EDUCAO INCLUSIVA O ATENDIMENTO DO ALUNO SURDO/DEFICIENTE

    AUDITIVO

    A histria educacional do Surdo/deficiente auditivo teve grandes avanos nas ltimas

    dcadas, porm ainda esta longe do ideal. Com o direito a uma escola inclusiva que promova

    uma educao bilngue e que oferea condies bsicas de aprendizado, o aluno teria um

    ambiente propcio para seu aprendizado. Apoiados na Declarao de Salamanca 1994 que

    estimula o aprendizado em conjunto independente de suas dificuldades e diferenas, as

    polticas para educao inclusiva atual visa complementao da formao e no mais a

    substituio do ensino regular por escolas especializada.

    E Para que o processo de incluso e aprendizado ocorra de maneira natural no

    ambiente escolar fundamental que todas as escolas se envolva no aprendizado da Libras,

    enquanto a segunda lngua da comunidade escolar e a interao entre aluno, professor e

    intrprete e fundamental para o aprendizado do aluno do aluno Surdo/deficiente auditivo.

    2.2 TRADUTOR E INTRPRETE: o trabalho em sala aula

    A trajetria do tradutor intrprete de lngua de sinais teve incio em vrios pases

    atravs de estudiosos e voluntrios que defendiam a lngua de sinais como forma mais

    apropriada para a comunicao do Surdo/deficiente auditivo. O trabalho do intrprete ganhou

    espao medida que os Surdo/deficientes auditivos foram conquistando o reconhecimento

    como pessoa participante de sua sociedade, juntamente com o reconhecimento lingustico da

    lngua brasileira de sinais e a oficializao profissional do tradutor e Intrprete de Libras. No

    Brasil acredita se que a presena do intrprete de Libras teve incio nos anos de 1980, com

    trabalhos religiosos.

    O papel do profissional intrprete de Libras em sala de aula sempre foi envolto a muita

    discusso, pois embora muitas vezes o papel do intrprete se confunda com o papel do

    professor, os dois profissionais desenvolvem papeis diferente em sala de aula. O professor a

    figura responsvel pelo ensino, assim como por seus alunos. O intrprete atua como mediador

    entre o professor e o aluno, fazendo a interpretao dos contedos trabalhados pelo professor

    para a linguagem de sinais. A conduta tica do interprete os impedem de se envolver alm do

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    necessrio, porm para o intrprete que atua na rea educacional algo impossvel j que

    normalmente os alunos da sala sempre veem a figura do intrprete como a de um professor e

    acaba dirigindo a ele questes e contedos trabalhados em sala.

    Outro ponto comum nesta relao a viso do professor que acaba delegando ao

    interprete a responsabilidade de assumir o seu ensino assim como a elaborao dos contedos

    ao aluno Surdo/deficiente auditivo. O intrprete por sua vez, se assumir todos os papeis

    delegados por parte dos professores e alunos, acaba sendo sobrecarregado e, tambm acaba

    por confundir o seu papel dentro do processo educacional, [...]. (QUADROS, 2004, p. 60).

    Acreditando que o papel do intrprete de Libras vai alm da pratica de traduo

    simultnea, temos a figura do intrprete educacional. O intrprete educacional ou intrprete

    especialista que segundo Quadros (2004, p.59) aquele que atua como profissional

    intrprete de lngua de sinais na educao [...], neste sentido o intrprete educacional deve

    ser uma pessoa que alm de ser fluente na lngua de sinais, deve estar preparado para trabalhar

    em diferentes reas de ensino, com formao em rea especificas o intrprete teria

    competncia para participar das adaptaes necessrias dos contedos pedaggicos, teria tanta

    responsabilidade quanto professora regente em relao ao aluno Surdo/deficiente auditivo.

    De modo geral, e sempre recomendado que os intrpretes que atuam em sala de aula repassem

    ao professor qualquer questionamento do aluno, esclarecendo a sua funo mesmo que

    ampliada. Para Damzio (2007, p. 16):

    absolutamente necessrio entender que o tradutor e intrprete apenas um mediador da comunicao e no um facilitador da aprendizagem e que esses papeis so absolutamente diferente e precisam ser devidamente distinguidos e respeitados nas escolas de nvel bsico e superior.

    A simples presena do intrprete de libras em sala de aula no garante o aprendizado

    do aluno. Mas garante a comunicao e a interao de ambos em sala de aula.

    3 METODOLOGIA DE TRABALHO

    A metodologia utilizada neste trabalho foi pesquisa qualitativa, com observao

    participante com entrevistas semiestruturadas, realizada durante o primeiro semestre de 2014.

    De acordo com Trivios (1987, p. 125):

    A pesquisa qualitativa tem suas razes nas prticas, desenvolvidas pelos antroplogos, e pelos socilogos em seus estudos sobre a vida em comunidade. O teor de qualquer mtodo qualitativo que se desenvolver ser dado pelo referncial terico no qual se apoie o pesquisador.

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    Trivios ainda afirma que a observao direta ou participante, ocorre por meio do

    contato, observao direta do sujeito pesquisador para com o observado, seja para recolher as

    aes e informaes objetivadas dos sujeitos em seu contexto natural diante de sua

    problemtica, a partir de suas perspectivas e seus pontos de vista.

    4 PESQUISA DE CAMPO

    As entrevistas foram, realizada com os intrpretes, os alunos e a professora de duas

    turmas diferentes uma de 2 ano vespertino e uma turma do 3 matutino, na Escola Municipal

    Jurandir Liberino de Mesquita, localizada na Rua das Violetas, n 2300 Jardim das Violetas.

    5 ANLISE DE DADOS

    Neste momento, ser apresentado os dados levantados e analisados durante a pesquisa

    devidamente fundamentada em autores estudiosos sobre o indivduo surdo/deficiente auditivo.

    Assim seguem os seguintes resultados.

    5.1 INTRPRETE DE LIBRAS

    Enquanto a formao e especializao dos intrpretes de Libras. O intrprete L1e

    formado em pedagogia com ps-graduao em psicopedagogia. O intrprete L2 e formado em

    letras/lngua inglesa. Ambos so certificados pelo exame ProLibras1.

    1- Quais so as dificuldades/facilidades existentes no processo de aprendizagem do aluno

    Surdo/deficiente auditivo?

    (01) Intrprete 1: As dificuldades so quando temos professores que no fazem adaptaes e

    Surdos que no se interessam em estudar, facilidades quando podemos conversas em Libras

    para explicar os contedos.

    (02) Intrprete 2: Dificuldades relacionadas adaptao de contedos principalmente nas

    series iniciais quando a criana surda ainda esta se apropriando da 1 lngua, a Libras.

    1 ProLibras um exame de proficincia que certificar, anualmente, docentes, e tradutores e intrpretes de Lngua Brasileira de Sinais Libras.

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    As intrpretes participam da mesma opinio, para a intrprete (L1) as dificuldades esta

    relacionadas falta de adaptaes dos contedos e materiais, pelos professores regentes, que

    em tese so os responsveis por todo o processo pedaggico do aluno, porm na maioria das

    vezes o professor acaba delegando ao intrprete essa responsabilidade; para a intrprete (L2),

    a falta de adaptaes ao contedo, principalmente nas sries iniciais, dificulta muito, tanto o

    aprendizado do aluno quanto o seu trabalho enquanto mediador, outra dificuldade est na falta

    de apropriao da criana com a Libras como sua lngua materna e a primeira a ser apendida

    pelo aluno, mas para que isso ocorra preciso que o aluno participe no horrio oposto do

    atendimento especializado realizado na sala de recursos com o ensino da Libras.

    5.2 ALUNOS SURDO/DEFICIENTE AUDITIVO

    O aluno A1 tem 10 anos e frequenta a 3 srie, o aluno A2 tem 7 anos e frequente a 2

    srie.

    1- Qual a importncia de ter um intrprete de LIBRAS na sala de aula?

    (03) Aluno 3: E muito importante, pois sem intrprete fica difcil acompanhar as matrias.

    (04) Aluno 4: E muito bom, pois assim eu aprendo mais e consigo me comunicar com os

    alunos e professores.

    Vimos que para ambos os alunos muito importante ter um intrprete junto a eles na

    sala de aula, que sem o mesmo ficaria difcil acompanha as matria. O segundo aluno coloca

    que o intrprete auxilia ele durante a comunicao com os professores e seus colegas de sala.

    Para Quadros (2004, p.60) As crianas mais novas tm mais dificuldades em entender que

    aquele que est passando a informao apenas um intrprete, apenas aquele que est

    intermediando a relao entre o professor e ela.

    5.3 PROFESSORES

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    Enquanto formao e especializao dos professores pesquisados. O professor P1 e

    formado em pedagogia com ps-graduao em didtica do ensino superior. A professora P2 e

    formada em pedagogia com ps-graduao em educao especial.

    1- Como voc explicaria o trabalho de intrprete de Libras na sala de aula?

    (05) Professora 5: E de extrema importncia, ela auxilia muito o meu trabalho em sala, o

    aluno surdo necessita de uma pessoa para ajuda-lo, fazendo a interpretao por portugus para

    a linguagem de sinais.

    (06) Professora 6: Muito importante para ns os professores, pois sem o intrprete no

    teramos como desenvolver um bom trabalho com o aluno surdo e nem com o restante da sala.

    Ambas as professoras concordam na importncia de ter um intrprete na sala de aula,

    diante das necessidades do aluno Surdo/deficiente auditivo, auxiliando o seu trabalho, o

    intrprete de libras agem com um tutor da criana que sem a sua presena possivelmente os

    professores no conseguiriam desenvolver e nem obter os mesmos resultados.

    Para Damzio o aprimoramento da intrprete e dos professores necessrio para o

    aperfeioamento da escola comum.

    Esta autora observa que os professore s precisam conhecer e usar a lngua de sinais, entretanto, deve-se considerar que a simples adoo dessa lngua no suficiente para escolarizar o aluno com surdez. Assim, a escola comum precisa implementar aes que tenha sentido para os alunos em geral e que esse sentido possa ser compartilhado com os alunos com surdez. (DAMZIO, 2007, p. 3).

    6 CONCLUSO

    Diante das novas leis sancionadas para atendimento e melhora da qualidade de vida do

    aluno Surdo/deficiente auditivo, o reconhecimento da LIBRAS enquanto lngua oficial da

    comunidade surda no Brasil se tornou a sua maior conquista, juntamente com a

    obrigatoriedade de um profissional intrprete de Libras nas salas de aula do ensino regular e o

    atendimento educacional especializado na sala de recursos.

    Apesar das recentes mudanas o atendimento ainda se encontra em fase de adaptaes.

    Para que aja um melhor desenvolvimento do aluno na sala de aula, os alunos deve ter total

    apropriao da Libras enquanto a sua lngua materna. Assim o trabalho realizado na sala de

    recurso com o aluno Surdo/deficiente auditivo e de extrema importncia para o aprendizado

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    da Libras. De igual importncia est o trabalho do intrprete de Libras, que em tese atuando

    como mediador entre o aluno e professor, proporciona ao aluno uma melhor compresso dos

    contedos trabalhados em sala. Por tanto, ficou claro que a atuao do intrprete vai alm de

    um tradutor. Os alunos veem neles uma figura essencial para sua incluso em sala de aula, j

    que a falta de professores capacitados em Libras acaba prejudicando a sua comunicao com

    o aluno.

    Apesar dos avanos ocorridos na histria de vida dos Surdos/deficientes auditivos, e

    diante dos resultados obtidos na pesquisa, pode-se perceber que apesar de algumas

    dificuldades enfrentados pelos alunos na sala de aula, a escola um espao efetivo e atuante

    em promover a incluso do aluno Surdo/deficiente auditivo na sociedade.

    THE ROLE OF INTERPRETER OF POUNDS IN THE PROCESS OF LEARNING IN

    THE YEARS INITIALS OF ELEMENTARY SCHOOL

    ABSTRAT2

    This article has in order to understand how the work of the interpreter pounds in the

    school hall Jurandir Liberino de Mesquita, in Sinop. The methodology used was qualitative

    research with participant observation by means of semi-structured interviews. Sought to

    analyze the relationship student/teacher and performer in the classroom, in the process of

    literacy. The theoretical fundaments of Carlos Skliar, Karin Strobel and Shana Mller

    Quadros Frames support the article. The data demonstrated that the professional interpreter

    pound is of fundamental importance to the teaching-learning process in special education.

    Keywords: Special Education. Interpreter pounds. Students and teachers.

    REFERNCIAS

    ALUNO A1. Aluno A1: depoimento [18 jun. 2013]. Entrevistadora: Kely Cristiande da Silva. Sinop, 2013. Entrevista concedida para Trabalho de Concluso de Curso sobre o aluno surdo e o intrprete na sala de aula. ALUNO A2. Aluno A2: depoimento [18 jun. 2013]. Entrevistadora: Kely Cristiande da Silva. Sinop, 2013. Entrevista concedida para Trabalho de Concluso de Curso sobre o aluno surdo e o intrprete na sala de aula.

    2 Traduo realizada pela Patrcia Aparecida da Silva (CRLE Revista Eventos Pedaggicos).

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    DAMZIO, Milene Ferreira Macedo. Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com Surdez. Braslia: MEC, 2007. INTRPRETE L1. Intrprete L1: depoimento [16 jun. 2013]. Entrevistadora: Kely Cristiande da Silva. Sinop, 2013. Entrevista concedida para Trabalho de Concluso de Curso sobre o aluno surdo e o intrprete na sala de aula. INTRPRETE L2. Intrprete L2: depoimento [16 jun. 2013]. Entrevistadora: Kely Cristiande da Silva. Sinop, 2013. Entrevista concedida para Trabalho de Concluso de Curso sobre o aluno surdo e o intrprete na sala de aula. BRASIL. MEC. O tradutor e intrprete de Lngua Brasileira de Sinais e Lngua Portuguesa. Secretaria de Educao Especial. Braslia: SEESP, 2004. SKILAR, Carlos (Org.). Educao e excluso: abordagens scias antropolgicas em educao. Porto Alegre: Mediao, 1997. ______ . A surdez: um olhar sobre as diferenas. Porto Alegre: Mediao, 1998. STROEBEL, Karin Lilian. Histria da educao dos surdos, apostila elaborada para disciplina de curso de licenciatura de Letras/LIBRAS, UFSC. Florianpolis, 2008. Disponvel em: http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/historiaDaEducacaoDeSurdos/assets/258/TextoBase_HistoriaEducacaoSurdos.pdf . Acesso em: 13 maio 2014. TRIVINOS, Augusto Nibaldo Silva. Introduo Pesquisa em Cincias Sociais: a Pesquisa Qualitativa em Educao. So Paulo: Atlas, 1987. PROFESSORA P1. Professora P1: depoimento [18 jun. 2013]. Entrevistadora: Kely Cristiande da Silva. Sinop, 2013. Entrevista concedida para Trabalho de Concluso de Curso sobre o aluno surdo e o intrprete na sala de aula. PROFESSORA P2. Professora P2: depoimento [18 jun. 2013]. Entrevistadora: Kely Cristiande da Silva. Sinop, 2013. Entrevista concedida para Trabalho de Concluso de Curso sobre o aluno surdo e o intrprete na sala de aula.