O Poder Da Cabala - Tecnologia Para a Alma - Yehuda Berg

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O Poder da Cabala Tecnologia para a AlmaAntes envolta em mistrio, a Cabala agora, pode ser descoberta por voc. Imagine sua vida plena de propsito, entendimento e um contentamento sem fim. Imagine seus dias impregnados com profundo insight e energia. Esse o Poder da Cabala, um poder que vem sendo negado ao mundo h cerca de dois mil anos! Seus desejos mais profundos deveriam ser sempre atendidos. Mas, o sistema e a frmula para despertar verdadeira plenitude estiveram perdidos durante sculos at agora. Enquanto que a maioria dos livros sobre Cabala lhe oferece uma enchente de informaes histricas e acadmicas, nmeros e fatos, o Poder da Cabala coloca em suas mos princpios genunos e prticos para viver na Luz!

Os antigos ensinamentos da Cabala esto baseados na perfeita unio entre as leis fsicas e espirituais que j esto vigorando em sua vida. a primeira vez na histria da humanidade que esses princpios podem ser aplicados por pessoas de qualquer origem ou f. O potencial para verdadeiramente mudar sua vida e este mundo se encontra em cada uma de suas pginas. Todos os objetos de nossos desejos so, de fato, apenas diferentes pacotes de plenitude. E so eles que nos colocam em movimento e moldam nossa vida. A maravilha e a sabedoria da Cabala tm influenciado as mais brilhantes mentes do mundo nas reas espiritual, filosfica e cientifica atravs da histria - de Moiss a Shakespeare, de Plato a Newton. At hoje, contudo, essa esteve escondida em textos antigos disponvel apenas a eruditos e historiadores Mas depois de incontveis sculos, O Poder est bem aqui, neste notvel e profundamente simples livro. Aqui, finalmente, se encontra o sistema completo e o caminho - as aes que voc pode realizar neste momento para transformar a si mesmo e criar a vida que deseja e merece. No espere nem aceite nada menos do que isso!

Yehuda Berg rabino e uma autoridade mundialmente reconhecida em Cabala professor do Kabbalah Centre ao redor do mundoTHE KABBALAH CENTRE BRASIL

learn transform connect Kabbalah Centre do Brasil So Paulo Alameda Itu 1561 Jardim Paulista So Paulo SP 01421-005 Tel: 11 3061 2307 Email: [email protected] Rio de Janeiro Rua Baro de Jaguaripe. 46 Ipanema Rio de Janeiro RJ 22421-000 Tel: 21 2526 3353 Email: [email protected] 0800 772 3272 http://portuguese.kabbalah.com/

Orelha esquerda e Direita do Livro Impresso, Nota do Clube do E-book

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Para Michal minha esposa e me de meus filhos, voc a luz da minha vida, o centro do meu universo e meu corao dos coraes.

Para meus pais cujo amor incondicional e orientao espiritual foram minha inspirao.

E para Michael voc no somente o melhor irmo que algum poderia ter, mas tambm meu melhor amigo.

Que a Luz do Criador possa prover aos meus pais, minha famlia e todo o Brasil: paz, sade, alegria e prosperidade. Que a Luz possa me mostrar como compartilhar incondicionalmente, me doar mais e amar alm daquilo que imaginei ser possvel. Que a Luz possa me guiar ao encontro de meus sonhos, me ensinar a seguir meu corao e acreditar na minha intuio. Que a Luz possa me ajudar a encontrar minha verdadeira alma gmea para que juntos possamos gerar filhos abenoados. Que esta famlia ande sempre no caminho da Luz e seja capaz de revelar todo o potencial de Luz e amor para todo o mundo.

May the Light of the Creator provide to my parents, my family and Brazil: peace, health, joy and prosperity.

May the Light show me how to give unconditionally, share of myself and love more than I thought was possible. May the Light guide me to seek my dreams, teach me to follow my heart and trust in my intuition. May the Light help me to find my true soulmate in a way that we together may bring blessed children. May this family walk always in the path of the Light and be able to reveal all of its potential of Light and love to the whole world.

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SumrioPARTE UM ..................................................................................................................................................................... 10 QUEM SOMOS NS?................................................................................................................................................. 10 PARTE DOIS ................................................................................................................................................................... 29 A CRIAO, O BIG BANG E A NATUREZA DE DEUS .................................................................................................... 29 PARTE TRS ................................................................................................................................................................... 43 O QUEBRA-CABEA DA CRIAO E A TEORIA DA REATIVIDADE ............................................................................... 43 PARTE QUATRO ............................................................................................................................................................ 66 O JOGO, O NOSSO ADVERSRIO E A ARTE DA TRANSFORMAO ESPIRITUAL ........................................................ 66 PARTE CINCO .............................................................................................................................................................. 114 O DNA DA ALMA ..................................................................................................................................................... 114

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Um aluno vai ao seu venerado mestre e pede a ele que lhe revele todos os segredos sublimes e todos os mistrios magnficos do cosmos no curto espao de tempo em que se equilibra numa perna s. O eminente mestre um dos maiores gigantes espirituais que j caminhou por esta terra. Ao escutar o pedido de seu vido aluno, considera a questo com muito cuidado. Seus olhos ento brilham com infinita sabedoria.

UM MANANCIAL DE SABEDORIASuponha que existisse uma sabedoria oculta que revelasse e unificasse as leis espirituais e as leis fsicas da vida... Suponha que essa sabedoria fosse a verdadeira fonte de todos os ensinamentos espirituais deste planeta, e fosse anterior religio, a Ado e Eva e at mesmo prpria Criao do mundo... Suponha que, ao longo da histria, suas vises tenham exercido uma influncia profunda sobre os maiores pensadores... Suponha que um pequeno crculo de sbios eminentes tenha h muito tempo compreendido essa sabedoria e a tenha registrado em livros que ficaram ocultos por dois milnios... Finalmente, suponha que essa sabedoria oculta revelasse todos os segredos do universo, todas as respostas para as suas perguntas, todas as solues para os seus problemas... Essa sabedoria existe, apesar de ter sido mantida encoberta durante grande parte da histria humana. A sabedoria se chama Cabala, e os visionrios que ousaram contemplar e expor seus mistrios so conhecidos como cabalistas. O principal texto de Cabala intitulado Zohar, e seus ensinamentos msticos influenciaram as mentes mais brilhantes do mundo nas reas espiritual, filosfica, religiosa e cientfica algo que desconhecido pela maior parte da humanidade.

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ACABOU O SEGREDO O processo de trazer esta sabedoria para pessoas como voc comeou h cerca de dois mil anos, com os livros do Zohar, o corpo de conhecimento legtimo sobre Cabala, e seu autor, o maior dos cabalistas, Rabi Shimon bar Yochai. Durante os sculos seguintes, houve uma longa linhagem de corajosos cabalistas, que foram rejeitados pelo establishment religioso por seus esforos para tornar a Cabala e os ensinamentos do Zohar disponveis e acessveis para todos os tipos de pessoas. Houve at mesmo derramamento de sangue, e vidas inteiras foram tragicamente arruinadas. Ironicamente, depois de falecidos, esses mesmos cabalistas passaram a receber a mais alta estima daqueles que os haviam repelido. Este padro vem perdurando h mais de vinte sculos. Voc agora pode ler este livro sobre uma sabedoria h muito perdida graas a principalmente trs homens. Eles so os verdadeiros cabalistas de nossa era: Cabalista Rav Ashlag Cabalista Rav Brandwein Cabalista Rav Berg Tenho orgulho em dizer que Rav Berg tambm meu pai, meu mestre, meu mentor e meu amigo. Rav Brandwein foi o mestre de meu pai e Rav Ashlag foi o amado mestre de Rav Brandwein. A verdadeira distino destes homens sua capacidade incomum de tornar inteligveis para a pessoa leiga ensinamentos esotricos e complexos. Ao longo da histria, cientistas, filsofos e mdicos secretamente investigaram a Cabala em busca de idias e noes que por fim ajudaram a dar forma s principais doutrinas filosficas e cientficas. Estudiosos exploraram a Cabala por motivos intelectuais e acadmicos. Mas embora algum possa ser um brilhante estudioso de msica clssica, somente um Mozart pode compor uma obra-prima sinfnica. Rav Berg, Rav Brandwein e Rav Ashlag so os verdadeiros virtuosos da Cabala dos dias modernos, os autnticos guardadores desta sabedoria. Sua linhagem parte de Abrao, e tem uma honrosa linha de descendentes que preservaram a sabedoria em sua forma[6]

original, no corrompida. A inteno destes homens no era um Prmio Nobel, prestgio acadmico ou o discurso filosfico interminvel; a meta destes cabalistas era simplesmente trazer felicidade, paz e plenitude para toda a humanidade.

POR FAVOR ESTEJA AVISADO Permanece em efeito um nico aviso, uma proibio estrita a respeito da sabedoria e das lies da Cabala. Este aviso data do segundo sculo e o primeiro de 14 Princpios Espirituais que sero apresentados neste livro: NO ACREDITE NUMA NICA PALAVRA DO QUE LER! Foi dito que a Cabala pode abordar e responder a todas as antigas perguntas, incluindo estas: Deus existe? Por que a vida to repleta de caos e de dor? Por que estamos aqui?

Como posso alcanar plenitude ininterrupta em minha vida? Alguns dizem que a Cabala no somente a luz no fim do tnel, mas que a Luz que queima e que elimina o prprio tnel, abrindo dimenses completamente novas de sentido e percepo.[7]

A Cabala pode nos dizer muitas coisas: como e por que o mundo comeou; por que sempre retornamos aos nossos velhos hbitos negativos; por que sempre evitamos atividades que sabemos serem boas e benficas para nossas vidas; como injetar sentido e poder espiritual a cada momento em que estamos despertos. Estas declaraes so de causar impresso mas no acredite nelas. Nem mesmo numa nica palavra. Nem por um segundo. Na verdade, um

princpio da Cabala no acreditar em nada do que se l ou se escuta. Porque a prpria idia de crena implica num resduo de dvida. Saber, porm, no permite que reste nenhum trao de ceticismo. Significa certeza. Convico completa. L no fundo. No seu corao. Na sua alma. Ento, por favor, teste cada lio deste livro. Aplique estes princpios em sua vida. Viva as lies, e veja se sua vida melhora. Respire as lies, e veja se o "ar" fica mais limpo. Muito sacrifcio e sofrimento se passaram para que em nossos dias um livro como este pudesse chegar a voc e ao resto da humanidade. , portanto, importante para todos ns atendermos ao preceito cabalstico que afirma: "No h coero na espiritualidade. Em outras palavras, a inteno deste livro no de pregar, mas de humildemente ensinar! Por este motivo, no aceite estas lies cegamente. Tem que haver resultados tangveis em sua experincia direta. Quando isto acontecer, voc sentir a verdade da Cabala em seu corpo e em sua alma, e vir a conhecer a sabedoria dos mestres em seu corao. A LINGUAGEM DA ANALOGIA O Poder da Cabala um livro alegre e profundamente srio ao mesmo tempo. Quando ler estes captulos com este mesmo esprito, voc encontrar ao mesmo tempo diverso e insight. A sabedoria no tem que ser complexa, enfadonha e pesada. Na Cabala, afinal, a sabedoria chamada de Luz![8]

CONCEPES EQUIVOCADAS SOBRE CABALAAqueles que danavam eram considerados totalmente insanos por aqueles que no conseguiam escutar a msica. - Angela Monet

Em tempos antigos, a palavra Cabala metia medo nos coraes da maioria dos lderes religiosos. Envolta em segredo e sculos frente de seu tempo em suas especulaes, a Cabala tornou-se sujeita a falsos rumores e suspeitas: imagine tentar explicar o que um telefone ou a Internet para pessoas dos sculos XV ou XVI. Voc seria rotulado como um mstico. A Cabala foi chamada de misticismo por esta mesma razo. Mas o que uma vez foi considerado misticismo agora se chama cincia como colocou o escritor Arthur C. Clarke: "Qualquer tecnologia suficientemente avanada indistinguvel da mgica. A Cabala era e continua sendo a tecnologia original da vida. a cincia da alma e a fsica (e metafsica) da plenitude. E por ser uma filosofia inovadora que apareceu em cena milhares de anos antes de seu tempo, foi engolfada pelo desentendimento incluindo o aviso de que a Cabala pode deixar algum louco. verdade! H muito tempo atrs se considerava que o estudo da Cabala poderia levar a pessoa loucura, ao que este livro responde... VAMOS FICAR LOUCOS! Se nossa sociedade considera que ataques cardacos, ataques de pnico, rachas no oznio, homicdio, genocdio, suicdio, acidentes areos, quebras na bolsa de valores, combates tnicos, tiroteios em colgios, contendas religiosas, recesso, depresso, sesses de terapia, planos de previdncia, guerra qumica, claustrofobia, xenofobia, desemprego, instalaes de msseis, perseguio, execues, polticos corruptos, demisses em massa, tablides, esterides, enfermidades, solido, terremotos, lagos envenenados, e ainda doenas, vcio em drogas e a morte so algo perfeitamente sadio --- ento sim, a Cabala pode deix-lo maluco![9]

Ento voc est pronto para ficar um pouco doido? timo!

QUEM SOMOS NS?COMPOSIO DA HUMANIDADE Quem somos ns? Qual a nossa composio bsica? Qual a nossa substncia, a nossa essncia, o centro de nosso ser? Qual o elemento essencial de que somos feitos? Alguma vez voc parou e contemplou esta questo? A Cabala nos define com uma palavra simples: DESEJO! DESEJO EM MOVIMENTO Quando a Cabala usa a palavra desejo para nos definir, no se trata de uma metfora. O desejo realmente a nossa qualidade essencial. O desejo aquilo de que somos feitos. a nossa essncia. O desejo o que nos move. o que mexe conosco. Somos todos desejos ambulantes, constantemente buscando preencher nossos prprios anseios. Seu corao bate, seu sangue circula, seu[10]

PARTE UM

corpo se move somente porque existe um desejo que busca ser preenchido. O cabalista Rav Ashlag escreveu uma vez que o ser humano no moveria um nico dedo se no fosse por algum desejo interno. DESEJO E DIVERSIDADE No fundo, nossos desejos humanos individuais nos fornecem nossas diferentes identidades: Algumas pessoas desejam satisfao sexual. Algumas desejam satisfao intelectual. Algumas querem satisfao religiosa. Outras buscam o tipo material. Alguns desejam a fama. Outros buscam a iluminao. Alguns buscam viagens e aventuras. Outros buscam a solido. De acordo com a Cabala, o desejo humano opera em trs nveis: NVEL UM Estes desejos tm raiz no desejo animal. As necessidades, os quereres e os comportamentos aprendidos pela pessoa existem unicamente para gratificar esses impulsos primais. Pessoas no Nvel Um podem fazer uso do pensamento racional, como o fazem todos os seres humanos, mas com o propsito de servir ao seu desejo animal. "Um servo nunca mais do que o seu mestre", afirma o cabalista Rav Ashlag. NVEL DOIS Estes desejos so dirigidos a preencher impulsos que no so encontrados no reino animal, como honra, poder, prestgio e domnio sobre outras pessoas. As necessidades, e conseqentemente, os pensamentos e aes dessas pessoas so dirigidos unicamente para a gratificao mxima desses desejos. NVEL TRS

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H ainda outros desejos que so dirigidos principalmente para assuntos racionais. So orientados para gratificar ao mximo um desejo impulsionado intelectualmente. "Estes trs tipos de desejo ,afirma Rav Ashlag, "so encontrados em todos os membros da espcie humana; no entanto, esto combinados em cada indivduo em propores diferentes, e isto que determina a diferena que existe entre um homem e outro. " UM RECIPIENTE Na linguagem da Cabala, faz-se referncia ao desejo como sendo um Recipiente. Um Recipiente como um copo vazio que procura se encher. Diferentemente de um copo fsico, entretanto, o Recipiente de nossos desejos no formado por nada material. Por exemplo, voc se lembra da vez em que comeu churrasco at praticamente explodir os botes de sua camisa? Voc no agentaria comer nem mais um pedao. Mas ento o carrinho das sobremesas passou pela sua mesa e voc viu uma bandeja de doces deliciosos. Apesar de seu estmago estar cheio, seu novo desejo por algo doce conseguiu criar um pequeno lugar. Um espao foi criado miraculosamente, e voc deu um jeito de devorar uma torta Floresta Negra. No h limite para o nosso desejo. E no existe nenhuma atividade neste mundo que no esteja baseada em algum anseio interno, grande ou pequeno, que deseje ser preenchido. como se no tivssemos livre arbtrio quanto a isto. Vivemos a vida no piloto automtico, movidos pela constante necessidade de nutrir todos os desejos que ardem em nossos coraes. O OBJETIVO DE NOSSO DESEJO O objetivo primrio de nosso desejo a felicidade ininterrupta. De fato, desejar felicidade contnua a ligao que unifica toda a humanidade. Voc no precisa convencer um criminoso, um advogado, um operrio de construo, um chefe executivo de uma companhia, uma pessoa m, uma pessoa bondosa, um ateu, uma pessoa religiosa, uma pessoa influente ou uma pessoa pobre a[12]

querer felicidade. Esta a nossa prpria essncia. Um cientista pode desejar verdade e compreenso. Possivelmente um poltico deseja ter influncia e uma posio na comunidade. Uma criana geralmente quer brincadeiras e prazer. Um comediante pode desejar gargalhadas, amor e aceitao. O chefe executivo de uma companhia geralmente almeja realizao financeira e poder. Um trabalhador de fbrica provavelmente quer frias e paz de esprito. Talvez um acadmico deseje conhecimento e aclamao. Na verdade, todos esses objetos de nossos desejos so de fato apenas diferentes pacotes de plenitude. Esses diferentes recipientes de contentamento so o que nos pe em movimento e o que molda nossas vidas. A Cabala resume todos estes diferentes pacotes de plenitude com uma palavra...

LUZ O termo Luz meramente uma palavra em cdigo, uma metfora criada pelos antigos cabalistas para exprimir o amplo espectro de plenitude pelo qual os seres humanos anseiam. Voc alguma vez olhou para um raio de sol depois de uma chuva fresca num dia quente de vero? Quando o raio de luz do sol se encontra com uma gota de gua no ar, a luz se refrata nas sete cores do arcoris. Assim como este nico raio de sol inclui todas as cores do espectro, a palavra Luz sugere todas as "cores" de alegria que as pessoas buscam em suas vidas. Mas a Luz no definida unicamente como felicidade e alegria. Cabalisticamente, a Luz denota felicidade ininterrupta, alegria constante. Esta a diferena entre prazer e plenitude. Na verdade no queremos realmente as alturas de um prazer momentneo. Nossos desejos mais profundos no se limitam a quinze minutos de fama. Ou a uma descarga temporria ao fechar um negcio. Ou elevao de curto prazo que provm das drogas. Ou o alvio[13]

temporrio proveniente de um analgsico. No queremos ser amados por nossos pares por um perodo apenas limitado de tempo. No queremos ser saudveis somente durante metade de nossas vidas. No queremos ter relaes sexuais apaixonadas com nossos parceiros s durante os dois primeiros meses de um relacionamento. Queremos que nossos desejos sejam constantemente preenchidos. Esta plenitude constante definida como a Luz. A Luz inclui tambm a fora que chamamos de intuio. O elo que sustenta uma relao e que a mantm forte. A magia que atrai as pessoas certas e as oportunidades certas para nossas vidas. A energia que cura um corte no brao. A fora que ativa os nossos sistemas imunolgicos. O esprito interno que desperta a esperana dentro de ns. O combustvel que gera nossa automotivao. A felicidade permanente e o fluxo constante de entusiasmo por viver. Tudo isto, e muito mais, o que a Cabala define como Luz.

A RAIZ DE NOSSA INFELICIDADE O fato de nossos desejos no serem constantemente infundidos de Luz a base de nossa infelicidade e ansiedade. Se h alegria em uma rea de nossas vidas durante cinco anos, isto significa que s havia Luz suficiente no "tanque" para durar por estes cinco anos. Ficarmos sem Luz ou melhor, nos desconectarmos da Luz o que nos tornou infelizes. Quanto mais Luz temos em nossas vidas, mais os nossos desejos permanecem preenchidos e mais felizes ns somos. Existe tambm um medo profundamente assentado e persistente de que nossa felicidade venha a terminar, por fim. Quando nos encontramos num raro estado de contentamento e serenidade, temos uma tendncia negativa a acreditar que isto bom demais para ser verdade. Preocupamo-nos com o amanh. E no momento em que estas dvidas penetram, no instante em que comeamos a nos preocupar com quanto tempo isto ir durar, simplesmente ficamos sem Luz. Perdemos a conexo. A Luz tambm definida, portanto, como o conforto, a segurana e a paz de esprito de saber que a felicidade ainda estar conosco amanh. Quando temos[14]

confiana na Luz, no existe medo, ansiedade ou insegurana quanto ao futuro. DESEJO LTIMO Os cabalistas nos dizem que o desejo ltimo do ser humano o desejo pela Luz. E os cabalistas nos dizem ainda que esta Luz est em toda parte. a substncia mais comum do nosso universo. Ela preenche o cosmos e satura a nossa realidade. Esta Luz infinita, ilimitada, estando sempre pronta para preencher mais do que podemos imaginar. O que forosamente nos leva a esta pergunta: Se a essncia das pessoas o desejo, e se o universo est coberto de Luz, o que se interpe no caminho de nossa felicidade permanente?

RESPOSTA: UMA CORTINA DOIS LADOS DA CORTINA: O 1 POR CENTO E O 99 POR CENTO De acordo com a Cabala, h de fato uma cortina que divide a nossa realidade em dois mbitos, que a Cabala identifica como o 1 por cento e o 99 por cento. O mbito do um por cento contm o nosso mundo fsico. Mas esta apenas uma frao minscula de toda a criao. apenas o que percebemos com os nossos cinco sentidos, aquilo que podemos cheirar, saborear, tocar, ver e ouvir. No outro lado da cortina est o 99 por cento, que contm a parte maior da realidade. No mbito do 1 por cento, a vida tem um irritante hbito de nos pegar fora de guarda. Somos afligidos com algo chamado de Sndrome do De Repente:[15]

De repente, apareceu um problema nos negcios. Ele teve um ataque cardaco repentino! Repentinamente, ele a abandonou. De repente, ficamos sem dinheiro. Houve um problema repentino no relacionamento. Ele caiu morto de repente. O acordo repentinamente no se realizou. Ela mudou de idia de repente. De repente os mdicos encontraram uma protuberncia. O acidente aconteceu to de repente. Os bons tempos acabaram repentinamente. De repente, o carro apareceu do nada. Estvamos to felizes e ento, de repente...

Mas ser que existe mesmo esse "de repente"? A Cabala diz que no. Absolutamente no! Existe sempre uma causa oculta, invisvel, que precedeu a qualquer acontecimento "repentino". Alguma vez voc acordou de manh e de repente encontrou uma mangueira plenamente crescida em seu quintal? claro que no. Em algum momento do passado uma semente foi plantada com cuidado. Quando um problema desagradvel repentinamente aparece e interrompe o fluxo de felicidade que preenchia um desejo particular seu, segundo a Cabala, no se trata simplesmente de um evento aleatrio, catico.[16]

Existe uma causa mais profunda. Em algum lugar do passado, uma semente foi plantada. TEORIA DO CAOS A Sndrome do De Repente se origina de nossa incapacidade de vermos atravs das iluses de nossa vida no mbito do 1 por cento. No conseguimos ver alm da confuso imediata, para poder compreender a figura mais ampla. No conseguimos ver o outro lado da cortina onde se encontra a realidade maior. Os meteorologistas enfrentaram este mesmo problema ao tentarem fazer a previso do tempo. Tempestades e outras flutuaes nas condies atmosfricas ocorriam sem aviso. Eles concluram que o tempo era uma seqncia catica, no-linear e aleatria de eventos. Estudos cientficos adicionais revelaram uma ordem misteriosa oculta dentro do caos. A cincia chama esse fenmeno de Efeito Borboleta. O EFEITO BORBOLETA Incrvel como possa parecer, a minscula turbulncia criada por uma borboleta agitando suas asas em Tquio pode no fim das contas se amplificar e se tornar um tornado no Kansas. Uma pessoa que bate a porta do carro em Iowa pode assim influenciar o tempo no Brasil. Tudo est conectado num nvel mais profundo da realidade. O tempo apenas parece ser aleatrio para os meteorologistas porque eles so incapazes de perceber e de medir todos os milhes de influncias que contriburam para a formao de um dia de tempestade como portas batendo e borboletas agitando as asas. A Cabala revelou este conceito h sculos. Nossas vidas, no importa o quanto possam parecer caticas, contm uma ordem oculta. O problema que uma cortina limita a nossa capacidade de localizar todas essas pequenas borboletas soprando os ventos do caos para nossas vidas pessoais. Mesmo assim, todas as tempestades e tornados que nos chicoteiam, ao longo de nossa existncia, tm suas prprias causas invisveis que esto escondidas por trs da cortina. Observamos efeitos, mas no o nvel de causa[17]

da realidade. Somos cegos para os 99 por cento restantes. De modo que, aqui estamos, em contato com uma poro microscpica da realidade, conforme vasculhamos desesperadamente em busca da satisfao de nossos desejos mais profundos. Alguns se voltam para a cincia, alguns para a religio tradicional, alguns para as drogas. Outros perseguem riqueza e poder. Mas o vazio interior permanece. Sentimo-nos insignificantes, desamparados e sem controle, famintos por sustento espiritual e por mudana positiva. Permaneceremos prisioneiros deste mbito do 1 por cento e perderemos os 99 por cento da realidade? Estaremos fadados ao caos e s trevas? Ser que a cortina dever permanecer fechada para sempre? De jeito nenhum.

O MUNDO DO 99 POR CENTOUm fsico tinha uma ferradura pendurada na porta de seu laboratrio. Seus colegas ficaram surpresos e perguntaram se ele acreditava que ela traria sorte para suas experincias. Ele respondeu: "No, eu no acredito em supersties. Mas me disseram que funciona mesmo se voc no acredita. - D e A Random Walk in Science, de R. L. Weber

A realidade familiar o mundo do 1 por cento em que vivemos; existe, porm, um outro lado desta cortina o 99 por cento e ele muito mais importante, em ltima instncia. De acordo com a Cabala, o mbito do 99 por cento a fonte de toda a plenitude duradoura. Todo conhecimento, sabedoria e alegria habitam este mbito. Este o domnio que os cabalistas chamam de Luz. Sempre que sentimos alegria, fizemos contato com este plano atravs de alguma ao que se passou no mbito do 1 por cento. Pode ter vindo da experincia de um abrao de seu filho ou de voc ter acabado de fechar um acordo importante nos negcios. De onde quer que tenha vindo, a alegria que voc sente flui do 99 por cento. NADA DE NOVO DEBAIXO DO SOL Antes de Thomas Edison, a civilizao vivia bem no escuro, em comparao com o mundo do non de hoje, aceso durante 24 horas com seu brilho[18]

florescente e com o arder do halognio. Ser que Edison realmente inventou algo novo quando produziu a primeira lmpada? Ou ser que a informao sobre como construir uma lmpada j existia? Em outras palavras, se algum tivesse a mesma informao e os mesmos materiais para construir a lmpada 100 anos antes de Edison, ser que a luz no podia ter sido acesa bem antes? Ser que Albert Einstein realmente descobriu algo novo com a sua Teoria da Relatividade, ou ser que ela sempre esteve presente? Ser que Isaac Newton inventou a gravidade quando descobriu as suas propriedades, ou ser que a gravidade sempre existiu? Edison, Einstein e Newton meramente revelaram algo que j existia. Ento onde estava escondida toda esta informao antes dessas grandes mentes terem retirado a sua cobertura? A resposta, de acordo com a Cabala, : no mundo do 99 por cento. SINFONIA ETERNA Mozart dizia ser capaz de conceber em sua mente sinfonias inteiras antes de escrever uma nica nota. Quando experimentava mentalmente uma hora de msica numa mera frao de segundo, Mozart sentia que estava acessando uma outra realidade. Transcendia as leis de tempo e espao e penetrava numa dimenso espiritual. Da mesma forma, grandes mentes cientficas do passado acreditavam que o insight espiritual desempenhara um papel em suas realizaes. Hoje, os cientistas esto comeando a reconhecer que a dimenso espiritual pode ser uma fonte de grande discernimento e inspirao. Considere o caso do qumico russo Dmitry Mendeleyev, que teve um sonho incomum em 1869. Disse Mendeleyev:Vi num sonho uma tabela em que todos os elementos caam no lugar conforme era exigido. Ao despertar, imediatamente a escrevi num pedao de papel[19]

O sonho de Mendeleyev resultou na Tabela Peridica de Elementos que todos ns aprendemos nas aulas de qumica do colgio. A insulina, usada para tratar diabetes, foi descoberta pelo mdico canadense Sir Frederick Banting. Banting teve um sonho que sugeria um mtodo para extrair a substncia de um pncreas no humano. Banting ganhou o Prmio Nobel e acabou sendo nomeado cavalheiro por suas descobertas. O inventor americano Elias Howe sonhou estar sendo perseguido por canibais com lanas. Enquanto os nativos sacudiam suas armas, ele percebeu que em todas as setas havia pequenos buracos. As lanas tambm balanavam para cima e para baixo. Depois deste sonho, Howe finalmente conseguiu completar sua inveno da mquina de costura automtica. Ele entendeu que tinha que mudar o buraco da agulha para a parte de baixo da agulha ao invs de coloclo no topo. O renomado cientista Niels Bohr afirmou que sonhara estar sentado em cima do sol, com todos os planetas zunindo ao redor em cordas pequeninas. Depois disso, Bohr desenvolveu o modelo do tomo. Robert Lou is Stevenson relatou que o assunto de sua histria clssica, Dr. Jekyll e Mr. Hyde, originou-se em um sonho, e o mesmo se deu com boa parte de sua melhor obra. Em seu livro, Sombras da Mente, o eminente fsico Roger Penrose escreveu:De acordo com Plato, conceitos matemticos e verdades matemticas habitam um mundo real prprio, que eterno e sem localizao fsica. O mundo de Plato um mundo ideal de formas perfeitas, diferente do mundo fsico, mas em termos do qual o mundo fsico deve ser compreendido.

O MOMENTO DA CONEXO Plato chamava a conexo com o 99 por cento de divina loucura. O conhecido filsofo Nicolas de Cusa a chamava de revelao divina ou de docta ignorantia.[20]

Mozart a descrevia como um ataque. O filsofo E. Husserl a chamava de intuio pura e de intuio. Nossas mes a chamavam de uma intuio de me. Sua Tia Rose a denominava de seu sexto sentido. Negociantes bem-sucedidos a chamam de instinto bsico. UM BREVE RESUMO DO 1 POR CENTO A realidade do 1 por cento o mundo de nossos cinco sentidos. um mbito de caos no qual: Reagimos a acontecimentos externos. A plenitude temporria e fugaz. Efeitos, sintomas e reaes nos preocupam. Somos vtimas, que aparentemente sofremos por causa das aes de outras pessoas e de circunstncias externas. No parece haver esperana de produzir mudana positiva e permanente porque qualquer mudana que ocorre temporria, e, assim sendo, ilusria. A maior parte de nossos desejos permanece insatisfeito. A Lei de Murphy governa o mbito do 1 por cento. Tudo o que puder dar errado dar errado. Mesmo quando as coisas vo bem, sabemos que elas iro mudar, pois vivemos num eterno ciclo de altos e baixos.

UM BREVE RESUMO DO 99 POR CENTO A realidade do 99 por cento encontra-se alm da percepo humana. : Um mundo de ordem e perfeio absoluta e de Luz espiritual.[21]

Um mbito de ao, ao invs de reao a acontecimentos externos. A fonte, a semente e a origem oculta do mundo fsico.

Um mundo de plenitude total, de conhecimento infinito e de alegria eterna. Uma dimenso na qual podemos iniciar mudana positiva e duradoura, mudana permanente que se manifesta tambm em nosso mundo do 1 por cento. No h vestgio da Lei de Murphy no mbito do 99 por cento! Isto nos conduz ao Segundo Princpio Cabalstico: Existem Duas Realidades Bsicas: Nosso Mundo do Um Por cento da Escurido e o mbito do Noventa e Nove Por cento da Luz! O PROBLEMA Existe um obstculo importuno - a nossa incapacidade de controlar os momentos de conexo com o mbito do 99 por cento. O acesso a esta dimenso de Luz , na melhor das hipteses, acidental e fortuito. O cabalista Rav Berg descreve a realidade do 99 por cento como algo que est danando na fronteira da conscincia, como um sonho encantador que no se consegue rememorar exatamente. Momentos antes de acordar, existe um instante crucial em que somente um fio solto conecta o sonhador ao sonho. Quanto mais forte o sonhador puxa a fibra delicada, mais rapidamente o tecido do sonho se desfaz e desaparece. Por mais que ele ou ela tente reconectar o fio, o sonho se apaga e o sonhador deve se resignar a uma realidade desperta imensamente inferior quela do sonho.[22]

Imagine se pudssemos acessar esse mbito vontade! Ganharamos a capacidade de controlar todos os acontecimentos de nossas vidas. Em vez de lidar com sintomas e com efeitos, descobriramos as foras ocultas que esto por trs das circunstncias caticas e dos eventos enlouquecedores que "de repente terminam com a nossa felicidade, deixando insatisfeitos os nossos desejos mais profundos. Pense nisto desta forma. Alterando um galho de uma rvore, voc altera o galho. Modifique uma folha, e voc muda a folha. Entretanto, se voc manipula a informao gentica dentro da semente, pode afetar a rvore inteira galhos, folhas, frutas, a coisa toda. O mbito do 99 por cento o nvel de DNA da realidade: a semente. A raiz. A causa de todas as causas. PERSEGUINDO NOSSAS PRPRIAS SOMBRAS Considere a seguinte analogia: sua sombra na calada representa uma verso severamente limitada do seu eu verdadeiro. Sua sombra no reflete a pele, o cabelo, o sangue, os ossos, as emoes, a imaginao, os sentimentos ou os desejos que o definem como um indivduo. Ela meramente um reflexo bidimensional da sua realidade tridimensional. Neste exemplo, a sombra corresponde ao mundo do 1 por cento. Seu eu verdadeiro corresponde dimenso que se encontra alm dos cinco sentidos isto , o 99 por cento. Voc conseguiria mover o brao de algum simplesmente empurrando sua sombra na parede? No. Voc precisa tocar na fonte, no prprio brao, no 99 por cento. Voc tem que ir para uma dimenso mais alta para efetuar mudana: mova o prprio brao, e a sombra automaticamente responde! Fomos condicionados a focar a nossa conscincia no plano de 1 por cento da existncia, o que semelhante a perseguirmos as nossas prprias sombras. A Cabala diz que no dar certo. um exerccio de futilidade.

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Aqui est uma experincia que voc pode tentar em casa, que exemplificar o ponto. Pegue um pedao de papel e um lpis, e escreva suas cinco primeiras respostas para a seguinte pergunta: O que um ser humano realmente deseja da vida? A LISTA DOS DEZ MAIS Quando esta pergunta foi feita a dezenas de milhares de pessoas que estavam aprendendo Cabala ao longo dos anos, estes foram os itens que apareceram com maior freqncia: Plenitude Pessoal Paz de Esprito Alvio do Medo e da Ansiedade Segurana Financeira Satisfao Amor Liberdade Controle Sabedoria Felicidade Sade

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O mais provvel que a sua lista tenha algo em comum com esta lista dos dez mais. Note que nenhum destes itens pode ser medido ou pode ser pesado em uma balana, nem pode ser segurado em suas mos, No podemos localizar fisicamente nenhum destes itens num mapa nem podemos chegar a eles definindo geograficamente as suas coordenadas. Curiosamente, nenhuma das coisas que mais queremos receber da vida de natureza fsica. No h nada em nossa lista que seja encontrado no mbito material do 1 por cento. Tudo aquilo que desejamos verdadeiramente de uma natureza etrea, encontrada unicamente na realidade do 99 por cento. Assim, nosso Terceiro Princpio Espiritual, declara: Tudo o que um ser humano realmente deseja da vida Luz espiritual! E ento, o que fazemos ao longo de nossas vidas? Perseguimos posses fsicas, em nossa busca pela felicidade. Para ver como este princpio opera, vamos olhar para algo que pode parecer ser um recurso bastante tangvel: dinheiro. Dinheiro, duro e frio. Considere um indivduo que possui um valor lquido de $20 milhes e que perde $15 milhes da noite para o dia numa queda da bolsa de valores. Compare isto com uma pessoa com um valor lquido de $20. 000 que subitamente ganha $80. 000 por causa de uma ao que simplesmente disparou. Qual dos dois vai dormir com uma maior paz de esprito financeira e com um senso de segurana mais forte? Aquele que ainda tem $5 milhes, ou o que tem apenas uma pequena frao dessa quantia? De acordo com a Cabala, objetos materiais no so o que realmente estamos buscando na vida. O que estamos realmente buscando a energia espiritual que preenche o mundo do 99 por cento.

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A RAZO DO NOSSO DESCONTENTAMENTO Encontramo-nos infelizes, insatisfeitos, descontentes, tristes, deprimidos, miserveis ou nervosos quando nossos desejos parecem ser ignorados pelo universo. Geralmente alguma forma de caos que precipita os nossos anseios no preenchidos. Problemas de sade. Adversidade financeira. Problemas no casamento. Presses sociais. Toda esta desordem acontece quando nos desconectamos, consciente ou inconscientemente, do mbito do 99 por cento. Quando, no entanto, aprendemos como nos conectar com esse mbito, podemos controlar os acontecimentos em nossas vidas. Podemos prevenir e erradicar o caos que causa a nossa infelicidade. Podemos acender a Luz e subjugar a escurido. O contato com o mbito do 99 por cento a chave secreta para a plenitude na vida. Mas isto no fcil de fazer. por causa disso que os antigos mestres espirituais da Cabala nos deram ferramentas e mtodos para alcanarmos alm de nossas vidas de todos os dias. Nas pginas seguintes, vamos explorar e explicar essas ferramentas em grande detalhe. VOC SE PERGUNTA.. Por que existe caos, sofrimento, dor e doena se h um outro mundo de ordem e de felicidade? Por que existem, para comeo de conversa, esses dois mbitos do 1 por cento e do 99 por cento? Quem construiu a realidade desta maneira? E por que motivo?

Por que outros sistemas espirituais nos ensinam sabedoria, mas assim mesmo a vida nunca muda realmente? Por que os nossos desejos e a plenitude que buscamos esto separados por algum tipo de cortina invisvel?[26]

Como ns inadvertidamente nos desconectamos do mbito do 99 por cento? De onde brotam os nossos desejos? Para que eles tm que existir? E finalmente, quem pendurou a cortina? O SABOR DO TEMPO Um ndio de uma tribo da Amaznia no ir acordar amanh de manh com um sbito desejo de um capuccino duplo ou de um Big Mac. Os desejos no aparecem por vontade prpria; o sabor precisa ter sido sentido antes. Voc no pode ter um desejo de assistir novamente a O Poderoso Chefo, pela ensima vez, se nunca antes conheceu ou teve a experincia de ver o filme. Um viciado em herona far praticamente qualquer coisa para conseguir mais uma dose. Um alcolatra dificilmente ir parar quando o anseio por bebida aparecer. A base para esses impulsos incessantes que a experincia das drogas ou do lcool j est no sangue. Alm disso, as pessoas que tm vcios sabem que esse mpeto pode ser preenchido, que o "alto" pode ser revivido. No interessante que, desde a aurora da humanidade, as pessoas tenham sido inexorveis em sua busca pela felicidade eterna? No importa quantas guerras, doenas, fomes, depresses e desastres naturais nos abatam, acabamos sempre nos recompondo, determinados em nossa busca por conforto duradouro, alegria interminvel e prazer permanente. razovel supor que devemos ter experimentado este mbito do 99 por cento antes. Em algum lugar, nos recessos de nossas almas, sabemos que possvel nos conectarmos com essa realidade de forma contnua. No simplesmente uma busca cega e sem sentido.

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MEMRIAS De acordo com a Cabala, a prpria matria de que o corpo humano composto os tomos em nosso sangue, os eltrons que estimulam os impulsos em nossos crebros, os produtos qumicos que formam os nossos tecidos e os nossos ossos tm razes que se estendem at bem antes da origem do nosso universo fsico. Os muitos desejos, mpetos, impulsos e anseios que penetram as nossas mentes existiam desde antes da alvorada do tempo. Quaisquer desejos que estejam rodopiando em seu corao neste exato momento so na verdade memrias que se remoem em sua alma, lembranas impregnadas no mago de seu ser. A busca da felicidade no est somente inscrita na Constituio como um direito inalienvel da cidadania dos EUA; est presente tambm no projeto de nosso universo. o direito de nascena herdado pela humanidade. Lembre-se: uma velha mangueira no brotou acidentalmente na frente de seu quintal, vinda de lugar nenhum. Havia uma semente oculta. De forma semelhante, h uma semente para os nossos desejos e para a plenitude que buscamos to desesperadamente. Identificaremos agora essa antiga semente, e descobriremos o propsito ltimo de nosso aparecimento "repentino" nos quintais deste mundo.

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PARTE DOISA CRIAO, O BIG BANG E A NATUREZA DE DEUSA CAUSA DE TODAS AS CAUSAS Por incontveis sculos, perguntas em torno das origens do cosmos foram contempladas por rabinos, padres, cientistas, xams, espiritualistas, filsofos e fsicos. Hoje, o establishment cientfico concorda em larga escala que h cerca de 15 bilhes de anos o universo fsico explodiu para a existncia no que chamado agora de Big Bang. Mas a cincia pra por a, deixando suspensa no vcuo do espao a pergunta primordial por que o Big Bang ocorreu, em primeiro lugar? O que o causou? E como o Big Bang se relaciona com a vida na cidade grande hoje? Por que deveramos nos preocupar com algo que aconteceu h 15 bilhes de anos, quando nem ao menos conseguimos entender o que deu errado nos ltimos 15 minutos? Os antigos cabalistas foram os nicos a ousar responder a essas perguntas essenciais da existncia. Eles viajaram a um lugar onde ningum mais tinha jamais se aventurado para o misterioso momento antes da Criao do nosso universo! SABEDORIA COMO LUZ A sabedoria espiritual e os conceitos que sero revelados nas pginas seguintes so mais antigos do que o prprio tempo. Estes so os segredos de todos os segredos referentes origem de nossas almas. So os mistrios de todos os mistrios. O benefcio que se deriva de aprender sobre nossas origens se estende alm de um maior conhecimento intelectual. Existe uma dimenso mstica ligada compreenso da raiz de nossa existncia. H um benefcio espiritual que vem de entender estes princpios originais. Esta sabedoria longamente oculta, de acordo com os cabalistas mais instrudos, tambm o material e a substncia da prpria Luz espiritual. Cada nova noo implantada em nossas mentes abre novas trilhas e portais para o 99 por cento, atravs dos[29]

quais a energia positiva preenche o nosso ser. Aprender Cabala liberta um potencial oculto, nos permitindo ver e perceber coisas que nunca vimos antes. As mentes mais brilhantes da histria, incluindo Pitgoras, Plato, Sir Isaac Newton e Gottfried Wilhelm Leibniz investigaram a sabedoria oculta da Cabala, e ela os influenciou de forma profunda. Lembre-se, Newton na verdade no inventou a gravidade. Sir Isaac simplesmente descobriu o que j estava L. A meta ao estudar Cabala e os mistrios de nossas origens no apenas ficar mais versado, mas tambm mais puro, mais iluminado e mais realizado. RETIRANDO A CORTINA Hoje, com a aceitao da mecnica quntica, da relatividade e de outras teorias cientficas de ponta, parece que finalmente a cincia est alcanando a Cabala. Conforme descobriremos nas pginas seguintes, estes pontos de vista cientficos apresentam semelhanas evidentes com as especulaes cosmolgicas dos antigos cabalistas. Entretanto, permanece uma diferena notvel: enquanto a cincia limita suas investigaes a como o mundo funciona, a Cabala faz a pergunta final: Por qu? Por que o mundo existe da forma que existe? Por que estamos aqui? Por que minha vida como ? Se alguma vez voc parou para se fazer estas perguntas quando a vida lhe apresentou desafios difceis, tem o seu porqu para ler este captulo. Vamos agora dar uma espiada por trs da cor-tina e descobrir o que realmente se encontra do outro lado da realidade. Pronto para dar uma olhada? Aqui vai: Antes do planeta Terra...[30]

Antes do universo... Antes do Big Bang... Antes do prprio tempo... De volta causa de todas as causas... Saiba que antes das emanaes serem emanadas e do criado ser criado, a Luz exaltada e simples preenchia toda a existncia, e no havia nenhum espao vazio. Cabalista R. Isaac Luria, sculo XVI. ENERGIA Antes do incio dos tempos, existia uma fora infinita de Energia. Essa fora atingia at o infinito, preenchendo a eternidade, se expandindo at a infinidade, alm de tempo, espao ou movimento. De acordo com a Cabala, esta Energia sem limites era a nica realidade. E a natureza dessa Energia era se expandir, transmitir, compartilhar e dar. A essncia e a substncia dessa Energia era a satisfao infinita, a alegria sem limites e a iluminao ilimitada.

Tudo o que sempre desejamos, e muito mais, est includo dentro dela: Plenitude... Paz de Esprito... Contentamento... Amor...[31]

Liberdade... Sabedoria... Felicidade! Tudo de positivo que vai contra a fora do caos, tudo o que for a anttese do sofrimento e da dor, qualquer coisa que gere plenitude, prazer e paixo... tudo isto estava includo dentro dessa fora de Energia ilimitada. Na Cabala, esta Energia de dar e de compartilhar que sempre se expande conhecida como a Primeira Causa. DOIS PARA O TANGO O conceito de dar e compartilhar requer o consentimento de duas partes. Afinal, se no h ningum com quem compartilhar, como pode o compartilhar ocorrer? Se no h ningum que deseje receber o presente, como o presente pode ser dado? Imagine uma senhora idosa numa esquina, num cruzamento agitado. Um transeunte tenta ajud-la a atravessar a rua com segurana. Ela educadamente recusa. Ele tenta de novo. Ela continua recusando, agora um pouco incomodada por sua insistncia. Por que ela se sente incomodada? Porque no tem desejo de atravessar a rua. Est simplesmente parada no cruzamento esperando o nibus. Embora o nosso transeunte quisesse dar, era impossvel dar, porque a senhora idosa no tinha um desejo de receber o que ele estava oferecendo. preciso que haja um recipiente, um receptor desejoso, um desejo de tomar posse da oferenda, para que o ato de compartilhar ou de dar ocorra.

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O RECEPTOR Para completar a sua natureza de dar, a fora de Energia infinita criou um recipiente a Cabala o chama de Receptor para o qual poderia compartilhar a sua essncia. Imagine um copo cheio de gua. A gua dentro do copo corresponde Energia. O copo corresponde ao Receptor que recebe e contm a Energia. O Receptor, entretanto, no era uma entidade fsica. Era, na verdade, uma fora, uma essncia inteligente, no material. A natureza do Receptor era um Desejo de Receber infinito. Em outras palavras, para todo tipo de satisfao e alegria que a Energia irradiava, havia por parte do Receptor um Desejo de Receber correspondente. Pelo fato de essa Energia incorporar uma variedade infinita de satisfao, o Receptor consistia de infinitos Desejos de Receber. Em termos simples, se desta fora de Energia irradiava energia sexual, um desejo voluptuoso por sexo era logo despertado no Receptor. Se fosse includa uma caixa de chocolates dentro dessa Energia, um gosto pelo doce e um desejo por chocolate eram logo expressos dentro do Receptor. Sendo que esta Energia definida como a Primeira Causa, o Receptor definido de forma adequada como o Primeiro Efeito. Temos agora ento uma Energia infinita e um Receptor infinito. Causa e efeito. Dar e receber. DEUS E A HUMANIDADE Fechemos a cortina apenas por um instante. A este ponto voc provavelmente compreendeu que o Receptor a nossa raiz, a nossa semente, a nossa origem, a nossa fonte. De fato, todas as almas da humanidade, no passado e no presente, estavam presentes dentro do Receptor. Ao longo dos tempos, a fora de Energia infinita recebeu a denominao de Deus, de Senhor do Universo, de Criador Divino, e muitos outros nomes. Os antigos cabalistas se referiam a esta fora de Energia com a palavra em hebraico Or. Em portugus, Or significa Luz.[33]

Assim como no lado de c da cortina, a luz do sol instantaneamente se expande e ilumina um quarto escuro, do outro lado da cortina a Luz se expande e ilumina a eternidade. Assim como um nico raio de luz contm todas as cores do arco-ris, a Luz contm todas as cores de plenitude. Essa Luz que brilha to claramente por trs da cortina a fonte e a substncia de toda a plenitude que buscamos. Todas as nossas atividades so, na verdade, uma busca pela Luz, que se manifesta numa diversidade de formas: recompensas, relacionamentos, carreiras prsperas, realizaes pessoais, vida familiar valiosa, contentamento emocional, segurana financeira, conhecimento e sabedoria, e todos os outros objetivos que aspiramos em busca da felicidade. A LUZ A Luz no Deus, mas uma Energia que vem de Deus. Considere a luz do sol. Os ftons que caem sobre a Terra no so a fonte e a essncia do corpo solar ardente que, a partir de uma distncia de 91 milhes de milhas, nos d vida. Semelhantemente, a Luz no propriamente o Criador, mas sim Seus atributos positivos e a energia espiritual que irradia de Seu centro. Em termos ainda mais simples, assim como no podemos tocar na fornalha nuclear que o nosso sol, a mente humana no consegue conceber a totalidade de Deus. Faz pouco sentido, portanto, ponderar sobre as origens da infinidade, quando no somos capazes de verdadeiramente compreender ou contemplar o prprio conceito de infinidade. suficiente saber que a alegria e a plenitude infinita da Luz preenchero de forma completa e absoluta a todos e quaisquer desejos humanos.

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A ESTRUTURA DO RECEPTOR O Receptor infinito era composto de dois aspectos uma energia masculina e uma energia feminina, como uma pilha simples que contm plos positivo e negativo. A Cabala ensina que essas duas energias do Receptor eram conhecidas pelos nomes em cdigo de Ado e Eva. Ado e Eva no eram apenas duas pessoas no Jardim do den. H cerca de 2.000 anos, o mestre cabalista Rabi Shimon bar Yochai disse que quem aceita a Bblia literalmente um idiota. (No se esquea, foram dele essas palavras!) Os cabalistas compreendem que a Bblia inteira um cdigo. E como qualquer cdigo complexo, preciso decifr-lo e compreend-lo de forma mais profunda. De certa forma, como a msica. Imagine tentar ouvir uma msica e sentir as emoes do compositor simplesmente olhando para a pauta musical. No d certo. preciso escutar a melodia e ouvir a letra para apreciar completamente a cano. A Cabala o instrumento do nosso universo que toca a cano da Criao. A Bblia a pauta musical. A cincia conta com idias semelhantes. Um fsico nunca iria depender da aparncia de uma pedra para apreender a natureza fundamental de sua realidade no nvel de tomos, prtons, eltrons e nutrons. A Bblia tambm tem um nvel subatmico bem mais abaixo do nvel superficial do texto. Na verdade, o principal motivo da hostilidade entre a cincia e a religio, e o motivo pelo qual a religio fracassou em satisfazer os desejos de todos, que estivemos lendo a Bblia literalmente. Permanecemos na Idade de Pedra no que diz respeito ao seu nvel subatmico. Este nvel subatmico se chama Cabala. Dessa forma, aprendemos que o termo em cdigo Ado e Eva na[35]

verdade est ligado ao Receptor que ele mesmo uma fora consciente conhecida como o Desejo de Receber. UM ATO DE CRIAO A criao do Receptor isto , do Desejo de Receber a nica criao verdadeira que jamais aconteceu. Foi s isto. Nenhuma outra entidade foi construda. Nenhum outro mundo foi fabricado a partir do nada. A nica coisa que alguma vez veio existncia - ex nihilo foi o desejo de receber tudo o que a Luz oferecia, Este ato nico de criao ocorreu antes da origem do nosso universo. Dentro deste ato nico de criao, entretanto, existem inmeras fases complexas, que os antigos textos cabalsticos tornaram conhecidas atravs de discurso, metfora, parbola, e de outras linguagens ocultas. O estudo dessas fases requer muitos anos, por isso aqui ser apresentada uma rendio abreviada. O compartilhar por parte da Luz de sua essncia com o Receptor levou a uma extraordinria unidade. Em termos cabalsticos, essa unidade profunda se chama... O MUNDO INFINITO Se pudssemos de fato perceber o Mundo Infinito espiando por trs da cortina, seria impossvel distinguir entre a Luz e o Receptor. Imagine esculpir um copo num bloco de gelo. Imagine ento jogar gua dentro desse copo. O copo o recipiente o Receptor. A gua o doador a Luz. A gua enche o copo assim como a Luz enche o Receptor. Em sua essncia bsica, entretanto, tanto a gua quanto o copo so H20. Uma nica essncia, mas duas formas. Os conceitos de compartilhar e de receber ocorrendo dentro de um nico domnio de H20. Uma nica realidade, mas duas inteligncias.[36]

O Mundo Infinito opera de maneira semelhante. Consiste na perfeio total a Luz compartilhando completamente com o Receptor. A manifestao ltima de compartilhar e receber. Unidade. Harmonia. Dar e receber, infinito de plenitude. A PERGUNTA QUE VALE UM MILHO Ento o que aconteceu? O que esse Mundo Infinito? Como viemos parar aqui, nesta existncia to problemtica? Por que estamos presos deste lado da cortina onde tudo escuro e perigoso? Se tudo estava unificado e perfeito no Mundo Infinito, por que estamos lendo este livro num mundo que fragmentado e falho? Se somos parte do Receptor, por que experimentamos tanta dor? Onde est a Luz, a alegria infinita e a felicidade permanente?

A NATUREZA DE DEUS Considere um copo vazio. O que acontece quando voc o enche com gua quente? O prprio copo se esquenta. Isto anlogo ao que aconteceu no Mundo Infinito. medida que a Luz enchia o Receptor, os atributos da Luz eram transmitidos. Podemos at dizer que o Receptor herdou a natureza do seu Criador. Essa natureza herdada o poder de criar plenitude, de dar[37]

plenitude, e de desempenhar um papel ativo e causal no processo em andamento da Criao.

O NASCIMENTO DE UM NOVO DESEJO O Receptor herdou a natureza da Luz e, por conseguinte, um novo desejo surgiu dentro do Receptor. Esse novo desejo era um anseio de expressar aquilo que pode ser chamado de o DNA do Criador. Especificamente, o Receptor queria: Ser a causa da sua prpria felicidade. Ser o criador de sua prpria plenitude. Compartilhar plenitude. Controlar os seus prprios assuntos.

A plenitude infinita foi a razo pela qual o Receptor foi criado, em primeiro lugar. No entanto, devido ao fato de que o Receptor no podia expressar os seus "genes do Criador", o Receptor no sentia mais plenitude infinita. Existia um nico desejo que permanecia insatisfeito, e isto era um grande problema. Para descobrir o que acontece nesta prxima fase da criao, fechemos a cortina sobre o mbito do 99 por cento e voltemos a nossa ateno para um jogo do campeonato infantil de baseball que est acontecendo num campo ensolarado durante uma tarde quente de primavera. CAMPO DE SONHOS Bobby tem nove anos de idade. Ele o lanador do seu time infantil de softball. Se Bobby pudesse ter um nico desejo realizado em todo o mundo[38]

hoje, este seria lanar no jogo de tal forma que enchesse os seus pais de orgulho e de alegria! Bobby est tendo a sua oportunidade hoje porque o seu treinador o escolheu para ser o lanador desde o incio da partida. O garotinho no desaponta; ele no permite que nenhuma rebatida acontea e estabelece um recorde para o maior nmero de eliminaes sem que o rebatedor atinja a bola. Depois da ltima eliminao, os jogadores do time de Bobby invadem o campo, levantam-no sobre os seus ombros e desfilam com ele ao redor do campo numa celebrao frentica. Bobby cruza os olhos com seus pais, que a este ponto esto radiantes de felicidade nas arquibancadas. As emoes sentidas por este garoto de nove anos so indescritveis. Depois do jogo, Bobby descobre uma coisa muito chocante. Parece que o seu pai tinha combinado antes com ambos os tcnicos e com ambos os times, arranjando o jogo em favor de seu filho. Era o aniversrio de Bobby, e o pai queria que seu filho se sentisse timo neste dia especial. O jogo todo tinha sido arranjado. Desde o primeiro lanamento at a ltima eliminao. Os abraos e as comemoraes de seus companheiros de time eram uma encenao. Tudo porque o Papai queria que seu filho vivesse esses sentimentos alegres de vitria e de realizao. Como Bobby se sente ento? Pense nisto por um instante. O PO DA VERGONHA Po da Vergonha o termo da Cabala para todos os terrveis sentimentos que o pequeno Bobby est sentindo. uma antiga expresso cabalstica que expressa todas as emoes negativas que acompanham um sucesso no merecido. Diz-se de um homem abandonado pela sorte, que se v obrigado a aceitar a caridade dos outros, que ele est comendo o Po da Vergonha. Ele possui um desejo profundamente enraizado de ganhar o dinheiro de que precisa para comprar o seu prprio po. Deseja desesperadamente estar numa situao em que possa alimentar e sustentar a si prprio.[39]

O RECEPTOR TINHA TUDO NO MUNDO INFINITO, EXCETO UMA COISA: A capacidade de fazer por merecer e de ser a causa de sua prpria satisfao! Desta forma, o Po da Vergonha impedia o Receptor de sentir uma felicidade absoluta. Esta situao certamente no era a inteno ou o pensamento por trs da Criao. Havia somente uma opo: Remover o Po da Vergonha. Mas como? O DILEMA Enquanto o Receptor no fizesse mais do que simplesmente receber, permaneceria infeliz. Ento, o que o Receptor podia fazer para eliminar todos esses sentimentos pssimos conhecidos como Po da Vergonha? Compartilhar no era uma opo, j que no havia nada com que compartilhar. Havia somente a Luz e o Receptor unificados no Mundo Infinito. Talvez o Receptor pudesse compartilhar com a Luz? Uma idia louvvel, porm a Luz no tinha desejo de receber. A Luz ela prpria uma fora infinita de compartilhar Energia. A Soluo:[40]

O Receptor parou de receber a Luz. O Receptor repeliu a Luz, resistiu Luz, e disse: "Chega! Neste exato momento ocorreu uma exploso espiritual uma exploso que continua reverberando at hoje. Os cientistas detectaram o eco csmico desta exploso e o batizaram... de Big Bang!!! RESISTNCIA Os antigos cabalistas chamaram o ato do Receptor de repelir a Luz de Resistncia. Esta palavra ir aparecer novamente, ento por favor lembre-se dela. No momento em que o Receptor resistiu a ser preenchido pela Luz, a Luz se retirou e criou um espao vazio. A Luz se constringiu, criando um ponto nico de escurido dentro do Mundo Infinito. O infinito tinha dado vida ao finito. O BIG BANG A idia de que os antigos cabalistas compreendiam que a exploso de um Big Bang tinha dado incio ao nosso universo no mnimo intrigante. Esse Bang foi de fato confirmado pelo satlite COBE da NASA h apenas poucos anos. Jornais e noticirios televisivos ao redor do mundo anunciaram a descoberta com grande entusiasmo. O fsico de renome mundial Stephen Hawking disse que era a descoberta do sculo. O astrofsico George Smoot disse que era como "Olhar para Deus". Na verdade, era mais como olhar para o primeiro esforo do Receptor para eliminar o Po da Vergonha. A cincia, concentrada no como da realidade fsica, carece de meios para entender a significncia espiritual de por que ocorreu o Big Bang. Ainda assim, interessante comparar como a antiga Cabala e a fsica do sculo XX descrevem o incio de nosso universo. As semelhanas so extraordinrias.[41]

CINCIA MODERNA H aproximadamente 15 bilhes de anos, antes de o universo vir existncia, no havia nada. No havia o tempo. No havia espao. O universo comeou num nico ponto. Este ponto era cercado pelo nada. No tinha largura. No tinha profundidade. No tinha comprimento. Este ponto irrompeu numa exploso de fora inimaginvel, expandindo-se velocidade da luz como uma bolha. Essa energia por fim se resfriou e se aglutinou, transformando-se em matria em estrelas, galxias e planetas.

CABALA Dos escritos do cabalista do sculo XVI, Rabi Isaac Luria O universo foi criado do nada a partir de um nico ponto de luz. Esse nada chamado de Mundo Infinito. O Mundo Infinito era preenchido com Luz infinita. A Luz foi ento restringida a um nico ponto, criando o espao primordial. Alm deste ponto nada conhecido. Sendo assim, o ponto chamado de incio. Depois da Resistncia, o Mundo Infinito emitiu um raio de Luz. Esse raio de Luz ento rapidamente se expandiu. Toda a matria emanou deste ponto. O NASCIMENTO DE UM UNIVERSO Ao resistir Luz, o Receptor deu um pequeno primeiro passo rumo eliminao do Po da Vergonha. Como um pai carinhoso que se afasta e permite que a criana caia para que, assim, ela aprenda a andar, a Luz se retirou no instante em que o Receptor disse: "Agradeo, mas no, obrigado. Eu gostaria de aprender por mim mesmo a criar e a compartilhar um pouco de Luz. "[42]

A Luz deu ao Receptor o tempo e o espao para que pudesse desenvolver a sua prpria natureza divina. O tempo e espao dado ao Receptor o nosso universo fsico.

O QUEBRA-CABEA DA CRIAO E A TEORIA DA REATIVIDADEO FAZEDOR DE QUEBRA-CABEAS Havia certa vez um bom e velho fazedor de quebra-cabeas que possua poderes mgicos. Seu maior prazer provinha de criar quebra-cabeas com figuras encantadoras para as crianas que viviam na vizinhana. Esses quebracabeas no eram quebra-cabeas comuns. Tinham propriedades mgicas quando a ltima pea era encaixada no lugar, raios de luz radiavam das imagens, enchendo as crianas de alegria. Tudo o que elas tinham que fazer era olhar para a figura. Mais nada. Para os pequeninos, era melhor do que comer 10.000 biscoitos de chocolate e beber 10.000 copos de leite. Um belo dia, o fazedor de quebra-cabeas realmente se superou. Ele pintou a mais encantadora de todas as suas pinturas, usando tintas mgicas salpicadas com poeira estelar e pincis especiais com cabos envoltos em ouro. O fazedor de quebra-cabeas ficou to entusiasmado com sua criao que decidiu no picotar a pintura em peas separadas de quebra-cabeas. Ao invs disto, ele queria que as crianas sentissem de imediato a mgica toda.

PARTE TRS

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Assim que terminou de embalar a pintura, um menininho entrou na loja esperando encontrar a ltima criao do fazedor de quebra-cabeas. Ele ento entregou o pacote com entusiasmo. O sorriso brilhante do menino de repente desapareceu. Seu rosto ficou um pouco triste. Claramente, ele estava desapontado com alguma coisa. "O que h de errado?" perguntou o fazedor de quebra-cabeas. O menininho explicou que montar e criar o quebra-cabea eram metade da diverso! O fazedor de quebra-cabeas imediatamente entendeu. Com o mesmo amor e carinho que investira em criar a imagem original, cortou e desmontou a pintura. Ele ento espalhou carinhosamente as peas separadas dentro da caixa. Ele dera s crianas o que elas realmente queriam mais do que qualquer outra coisa a alegria e a realizao de montar o quebra-cabea mgico desde o incio. Para proporcionar ao Receptor a oportunidade de criar sua prpria satisfao, o Mundo Infinito foi desmontado e transformado num quebra-cabea. Quando foi permitido ao Receptor que voltasse a montar o quebra-cabea da Criao, ns, o Receptor, nos tornamos co-criadores de nossa prpria plenitude e, desta forma, eliminamos o Po da Vergonha.

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UMA CORTINA DE DEZ DIMENSES Para ocultar a Luz flamejante do Mundo Infinito e para criar o pequeno ponto no qual o nosso universo viria a nascer uma srie de dez cortinas foram erigidas. Cada cortina sucessiva reduzia mais a emanao da Luz, transformando gradualmente o seu brilho, at quase chegar escurido. Essas dez cortinas criaram dez dimenses distintas. Em hebraico, elas so chamadas de Dez Sefirot, ou de rvore da Vida.

Keter, a dimenso superior, representa o nvel mais alto, mais prximo ao Mundo Infinito. Malchut, localizada na base, denota o nvel mais baixo, o nosso universo fsico.

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O PODER DA ESCURIDO

Uma vela acesa no emite luz nenhuma se ao fundo estiver um dia de sol brilhante. Mas num estdio de futebol escuro, at mesmo uma nica vela claramente visvel. Da mesma forma, o Receptor era incapaz de criar e de compartilhar num mbito que j irradiava Luz. Era essencial que uma rea de escurido viesse a existir para nos transformar de recebedores passivos em seres que genuinamente fizeram por merecer e criaram a sua Luz e a sua plenitude. Este o propsito das cortinas.

A nica Luz que resta em nosso universo obscurecido uma "luz piloto" que sustenta a nossa existncia. Esta "luz piloto" a fora de vida da humanidade; a fora que d vida a estrelas, que sustenta sis e coloca tudo em movimento desde coraes batendo, passando por galxias em redemoinho, at industriosos formigueiros.

DESMONTANDO O QUEBRA-CABEA

Um quebra-cabea s pode ser um quebra-cabea se existe espao separando as peas individuais e se existe um tempo dado para remont-lo. O Mundo Infinito um mbito sem tempo e espao; por isso a Luz tinha que criar esses conceitos. Isto ocorreu automaticamente quando a Luz foi ocultada pelas dez cortinas. Escurecer a Luz significava obscurecer seus verdadeiros atributos: Se existe Luz de um lado da cortina, a escurido deve se materializar do outro lado quando uma cortina bloqueia a Luz. Da mesma forma, se a ausncia de tempo a realidade de um lado da cortina, a iluso do tempo criada do outro lado. Se existe ordem perfeita de um lado da cortina, existe caos na outra dimenso. Se existe totalidade e unidade absoluta em um lado da cortina, h ento espao e as leis da fsica do outro lado. Se Deus uma realidade e[46]

verdade evidente de um lado da cortina, a ausncia de Deus e o atesmo so a realidade do outro lado. Sendo assim, num certo sentido, os ateus estariam corretos em seu ponto de vista de que no existe nenhum Deus. Entretanto, nosso objetivo singularmente humano neste mundo transcender o nosso mbito do 1 por cento e descobrir uma verdade mais elevada, e este o assunto deste livro. Voc comea a perceber a figura? Bem-vindo ao nosso mundo de escurido! Mas ganhe coragem, porque, na realidade, a Luz ainda est aqui. Cubra uma lmpada com muitas camadas de tecido e o quarto acabar ficando escuro. Mas a lmpada continua brilhando como sempre. A intensidade de luz no mudou. O que mudou foi o tecido que cobriu a luz. A Cabala nos ensina como remover as camadas de tecido, um pano de cada vez para remontar o quebra-cabea da Criao e trazer sempre mais Luz para as nossas vidas.

ADO E O TOMO: PARCEIROS NA CRIAO

Num processo cuja descrio est alm do escopo deste livro, o Receptor infinito se quebrou em duas foras de energia espiritual distintas: o princpio masculino, chamado Ado, separado do princpio feminino, chamado Eva.

Esses dois segmentos ento se despedaaram em inmeros pedaos. Esses pedaos so os fragmentos de matria e energia que perfazem o cosmos, desde tomos at zebras, desde micrbios at msicos. Tudo parte do Receptor original.

Ado havia se tornado tomo. Ou mais precisamente, Ado se tomara o prton num tomo, enquanto Eva incorporara o eltron. Eles so os princpios de energia masculino e feminino que animam o nosso universo.

[47]

As almas de todas as pessoas eram parte da primeira Alma, infinita, primordial, que se despedaou. Sendo assim, de acordo com a Cabala, tudo no universo est imbudo com a sua prpria fasca de Luz, com a sua prpria fora de vida. Isto por acaso significa que objetos inanimados tambm tm alma? Uma pedra tem alma? A resposta sim! A nica diferena entre a alma de uma pedra e a alma de um astro de rock o nvel e a intensidade de seu desejo de receber Luz.

Quanto mais Luz uma entidade deseja e recebe, maior a sua inteligncia e o seu autoconhecimento. Um ser humano mais inteligente e tem mais autoconhecimento do que uma formiga, e uma formiga mais inteligente e tem mais autoconhecimento do que uma pedra.

[48]

TRABALHO DE PARTO

No instante preciso da quebra do Receptor, as Dez Sefirot passaram por uma contrao sbita em preparao para o nascimento do nosso universo.

Seis das dez dimenses se enrolaram, tornando-se uma s, e so conhecidas coletivamente como o Mundo Superior.

Esta contrao, de acordo com o cabalista do sculo XII Moiss ben Nachman o segredo cabalstico por trs da frase, Seis dias da Criao. Por que, afinal, um Criador todo-poderoso necessitaria de uma quantidade qualquer de tempo para criar um universo? Deus deveria ser capaz de fazer surgir um universo em menos que um nanossegundo!

O cabalista Moiss ben Nachman concordava. H cerca de 800 anos, ele explicou que os seis dias da Criao no tinham absolutamente nada a ver com[49]

o conceito de tempo conforme ns o conhecemos. Trata-se de um cdigo para a unio de seis dimenses em uma.

No caso de voc no ter contado, ainda restam quatro das dez dimenses. Elas so as precursoras de nosso universo tridimensional, e da quarta dimenso do espao-tempo.

A CINCIA ALCANA A CABALA

Dois mil anos depois de os antigos cabalistas revelarem que a realidade existe em dez dimenses e que seis destas dimenses esto compactadas em uma os fsicos chegaram s mesmas concluses. Isto veio a ser chamado de Teoria das Supercordas.

De acordo com esta teoria, nosso universo formado de laos minsculos que vibram. Diferentes vibraes criam diferentes partculas de matria, assim como as vibraes da corda de uma guitarra produzem diferentes notas musicais.

Dr. Michio Kaku uma autoridade reconhecida internacionalmente em fsica terica e um dos principais proponentes da Teoria das Supercordas. Na revista New Scientist, Dr. Kaku escreveu:

O Universo uma sinfonia de cordas vibrando. E quando cordas se movem num espao-tempo de dez dimenses, elas distorcem o espao-tempo ao seu redor precisamente da maneira predita pela relatividade geral. Os fsicos resgatam o nosso Universo mais familiar de quatro dimenses assumindo que, durante o Big Bang, seis das dez dimenses se enrolaram (ou "compactaram") e se tornaram uma pequena bola,[50]

enquanto as quatro dimenses restantes se expandiram explosivamente, nos dando o Universo que observamos. Dr. Kaku, discutiu o impacto que esta nova (ou velha) idia teve sobre a comunidade cientfica. "Para seus defensores, a teoria de que o Universo originalmente comeou com dez dimenses introduz no mundo da fsica uma rea nova e impressionante de matemtica, algo de tirar o flego," escreveu o Dr. Kaku. "Para os seus crticos, ela margeia a fico cientfica.

Dr. Kaku, que escreveu um livro sobre Supercordas que se tornou um bestseller, intitulado Hiperespao, ficou surpreso com as semelhanas intrigantes entre a Cabala e a Teoria das Supercordas. " estranho", ele disse, "como os nmeros mgicos da fsica e a teoria do campo unificado so encontrados na Cabala!"

UMA CINCIA PRTICA

O que significa para ns, num nvel prtico, toda esta intrigante falao cientfica? Como os acontecimentos de nossas vidas se relacionam com uma exploso que aconteceu h uns 15 bilhes de anos? Por que deveria nos interessar se o universo tem dez dimenses, ou 50 dimenses, que seja? Muitos rabinos, estudiosos e cientistas reconheceram que existem profundas similaridades entre a Cabala, o Big Bang e a Teoria das Supercordas. Mas, e da?! Qual a relevncia disso para os nossos medos e fobias e para os nossos desejos de plenitude infinita? Qual a conexo com o nosso desejo interminvel por felicidade duradoura?

Nisto reside a genialidade do cabalista Rav Ashlag. Ele sintetizou esses conceitos, os trouxe para o nosso mundo, e derramou uma luz profunda sobre sua relevncia para a felicidade humana.[51]

Como foi dito anteriormente, aquelas seis dimenses que esto justamente acima de nossa percepo so conhecidas coletivamente como o Mundo Superior. O Mundo Superior o mbito do 99 por cento sobre o qual falamos nos captulos anteriores (ver a ilustrao na pgina 49).

1. este mbito de 99 por cento que tocamos durante aqueles raros momentos de claridade, de xtase, de percepo mstica, de conscincia expandida, de epifania ou de capacidade de escolher os nmeros premiados da loteria!

2. Quando Michael Jordan enterrou sua ltima cesta no fim do jogo e de sua carreira, a alegria que ele vivenciou emergiu deste mbito.

3. Quando seu corao bate como um tambor e a paixo o ataca, no momento em que voc v pela primeira vez a sua alma gmea, voc est tocando no 99 por cento.

4. Quando voc est deitado numa praia com o sol se derramando sobre voc, sem nenhuma preocupao no mundo, esta serenidade quase sobrenatural flui dos mundos acima.

5. Toda vez que voc sentiu prazer, felicidade, tranqilidade, paz interior, harmonia, e o tipo de confiana de que poderia conquistar qualquer coisa, estava tocando um dos nveis altos das Dez Sefirot.

6. Este o mbito sobre o qual Plato escreveu o mundo eterno de Idias ou Formas que existe "alm" do mundo fsico dos cinco sentidos.

[52]

Notavelmente, Sir Isaac Newton, o grande cientista que veio a ser visto como a prpria personificao do mtodo cientfico, concordava com esta afirmao. Matt Goldish, em seu livro O Judasmo na Teologia de Sir Isaac Newton, cita de um dos manuscritos teolgicos de Newton:

Plato, ao viajar para o Egito quando os judeus eram numerosos naquele pas, aprendeu ali suas opinies metafsicas sobre os seres superiores e sobre as causas formais de todas as coisas, que ns chamamos de Idias e que os cabalistas chamam de Sefirot... (MS. Yahuda, 15. 7, p. 137v)

Quando nos elevamos e compreendemos este mundo mais elevado, trazemos mudana permanente e positiva para nossas vidas. Lembre-se, mova o brao que cria a sombra na parede e a sombra na parede automaticamente responde.

Quantas vezes voc se indagou: "Onde est Deus quando eu mais preciso Dele?" Quantas vezes perguntamos a ns mesmos por que to difcil se conectar com o Criador? A chave para nos conectarmos com o Criador e termos as nossas preces respondidas saber como nos conectarmos com o Mundo Superior, conhecido como o mbito do 99 por cento. Voc aprender como fazer isto nas pginas seguintes.

[53]

A TEORIA DA REATIVIDADE

Todos pensam em mudar o mundo, mas ningum pensa em mudar a si mesmo. - Leo Tolstoi

Eu queria mudar o mundo. Mas descobri que a nica coisa que algum pode ter certeza de mudar a si mesmo. - Aldous Huxley

Quando olhamos para o mbito do 99 por cento, descobrimos quatro atributos chaves que herdamos da Luz e que precisamos expressar em nosso mundo para eliminar o Po da Vergonha.

So:

1. Ser a Causa

2. Ser Criador

3. Estar em Controle

4. Compartilhar

Em nosso mundo fsico, essas quatro qualidades se unem numa nica caracterstica. Meu pai, o cabalista Rav Berg, a expressa elegantemente em[54]

uma palavra, diretamente relacionada com o comportamento humano: PROATIVO! Alm disso, todas as caractersticas do Receptor isto , da humanidade podem ser expressas com uma nica palavra: REATIVO! Reativo significa:

1. Ser o Efeito

2. Ser uma Entidade Criada

3. Ser Controlado por Tudo

4. Receber

Em termos bem simples, a misso do Receptor se transformar de uma fora reativa em uma fora proativa. Agora, veja s:

Este objetivo final da vida;

A razo de nossa existncia;

O sentido de nossas vidas;

Este o caminho de volta para casa;[55]

A rota para a plenitude infinita;

O segredo para eliminar o Po da Vergonha;

E a verdadeira definio do termo transformao espiritual.

Desvelamos agora o Quarto Princpio da Cabala:

O objetivo da vida a transformao espiritual, passado de reativo para proativo.

ANALISANDO A TEORIA DA REATIVIDADE

Quando reagimos a qualquer situao e eventos externos em nossas vidas, somos meramente um efeito, e no a causa; somos reativos, no proativos.

Se vivemos nossas vidas sem qualquer crescimento pessoal ou mudana de natureza, no criamos novos nveis de existncia espiritual para ns mesmos.

Quando permitimos que foras exteriores influenciem nossos sentimentos, positivos ou negativos, abrimos mo do controle.

[56]

Quando exibimos comportamento egocntrico ou autocentrado, no estamos compartilhando, mas, ao contrrio, estamos recebendo gratificao para o ego.

Reflita bem sobre isto antes de seguir para a prxima pgina!

UM BIG BANG ESPIRITUAL

Toda vez que reagimos na vida, seja com raiva ou com prazer, a energia que sentimos uma perigosa conexo direta com o 99 por cento. Esta a Luz que o Receptor recebia inicialmente no Mundo Infinito. Esta Luz nos d uma carga de energia. Uma exploso de prazer. Um sentimento de gratificao. No entanto, foi este brilho inicial de Luz que tambm fez surgir o Po da Vergonha! O Receptor recusou essa Luz porque ela era recebida deforma reativa.

Toda vez que nos comportamos reativamente, negamos a natureza divina que herdamos. Nossa alma repete ento o ato original de Resistncia e pra o fluxo de Luz. Uma verso espiritual do Big Bang mais uma vez executada. Metaforicamente, mais um pano lanado sobre a lmpada. A vida fica mais escura. E neste ponto que o prazer se esgota. O entusiasmo nos deixa. A carga se vai. por isso que nos sentimos to mal depois que reagimos e explodimos com raiva contra nossos esposos. por isso que camos depois de experimentar o "alto" das drogas. por isso que nossa excitao acaba se dissipando depois que compramos um carro novo ou roupas novas. A gratificao ou o prazer que recebemos no foi criado atravs de nossos prprios esforos proativos. Alguma coisa externa foi responsvel por nossa satisfao.

[57]

Da mesma forma, se algum nos faz um elogio e isto nos faz sentir melhor a respeito de ns mesmos, a outra pessoa a causa, e ns somos apenas o efeito. Nossa felicidade ser apenas temporria. Nossa alma obrigada a reprisar o ato de Resistncia e cortar a Luz para evitar o Po da Vergonha. O resultado final a escurido.

UMA ALTERNATIVA ESPIRITUAL H uma outra opo disponvel para ns, que previne o acontecimento de "big bangs espirituais" em nossa vida. A Cabala chama essa opo de Resistncia, termo que significa parar todos os nossos impulsos reativos atravs de nossas prprias escolhas.

Embora isto possa ser expresso com uma frase curta, colocar a Resistncia em prtica requer uma fora de vontade e um autodomnio quase sobre-humanos. Em breve, vamos descobrir o porqu do ditado falar fcil, fazer que so elas. Tente o seguinte exerccio para aprofundar seu entendimento da Resistncia e aprender o que realmente significa a transformao.

O JOGO DOS $100. 000

Cenrio Nmero Um: Cem mil dlares em notas pequenas esto em cima de uma escrivaninha num escritrio. Um homem entra e v o montante. Ele se certifica de que no tem ningum olhando, embolsa o dinheiro e foge como um ladro.

Cenrio Nmero Dois: Um homem entra e v o dinheiro. Ele comea a tremer, amedrontado at mesmo com a possibilidade de tocar na quantia, quanto mais de roub-la. Ele foge do prdio como um coelho assustado.

[58]

Cenrio Nmero Trs: Um homem entra e v o dinheiro. Ele averigua para ver se no tem ningum olhando. Ele ento embolsa o dinheiro e comea a fugir, mas pra. Sofre por um momento e decide devolver tudo escrivaninha.

Cenrio Nmero Quatro: Um homem entra e v o dinheiro. Recolhe o dinheiro e o coloca numa maleta. Tranca a maleta e a entrega para a chefia da segurana. No local, ele deixa uma nota, informando a quem tiver colocado num lugar errado uma larga soma em dinheiro que entre em contato, e ele, ento, dirigir a pessoa s autoridades para que o dinheiro seja devolvido.

Qual cenrio revela mais Luz espiritual em nosso mundo? Qual pessoa expressa mais Luz espiritual em sua prpria vida? Baseado em tudo o que aprendemos, vamos examinar brevemente cada cenrio para descobrir a resposta.

Cenrio Nmero Um: Neste caso o homem dominado por seu desejo de receber reativo, instintivo, que lhe diz para pegar o dinheiro e fugir. Comportamento reativo no produz Luz alguma.

Cenrio Nmero Dois: Este homem est meramente reagindo ao seu desejo instintivo de ficar amedrontado pelo simples impulso de roubar o dinheiro. Reagir a seus instintos naturais no produz Luz alguma. O homem entra e sai do prdio com a sua natureza inalterada.

[59]

Cenrio Nmero Trs: O homem inicialmente reage ao seu desejo de roubar o dinheiro. Mas ele ento pra sua reao. Ele a fecha, proativamente. Ento, indo contra o seu instinto inicial, transforma a sua natureza neste nico instante e devolve o dinheiro. Sua transformao de reativo para proativo revela Luz espiritual.

Cenrio Nmero Quatro: Aqui o homem meramente reage ao seu desejo instintivo de fazer a coisa certa. Ele j estava num estado mental proativo com respeito a roubar o dinheiro. No acontece nenhuma mudana de natureza. Ele continua sendo a mesma pessoa ao longo da situao. Este tipo de comportamento no produz Luz alguma.

O homem honrado deste cenrio ainda pode revelar Luz, porm. Depois de devolver o dinheiro, ele no deve reagir a seu ego, que lhe diz que ele bom e virtuoso. Ele deve resistir ao seu desejo de receber que, neste caso, significa o seu desejo de receber elogios por sua boa ao. Ele tem que perceber que a grande oportunidade no o ato fsico de devolver o dinheiro; manter a boa ao em segredo e no louvar a si mesmo.

A LONGA FILA DE SUPERMERCADO DA VIDA

Na prxima vez em que voc se encontrar preso em uma longa fila do caixa eletrnico, do engarrafamento ou na caixa de um supermercado, resista ao seu mpeto de reagir. No fique frustrado. No fique impaciente. No fique zangado. A fila est ali para test-lo, e para lhe dar a oportunidade de no reagir. Mas se por acaso voc reagir, a situao o controla. A situao se torna a causa, e voc o efeito.[60]

Lembre-se sempre que a razo para no reagir longa fila no supermercado, ao motorista louco que lhe d uma fechada na estrada, ou ao cunhado que lhe provoca grande irritao, no tem nada a ver com ser educado. Nem tem a ver com moral, tica ou qualquer outro princpio altrustico. Tem a ver com voc, como quando se diz, e o que voc leva nisto?

Historicamente, a moral nunca levou paz e unidade. A moralidade pode ser um conceito nobre, mas jamais mudar a natureza da fera. Nunca o fez, nunca o far. Somos uma espcie de recebedores, como diz a expresso, e o que eu levo nisto? E tudo bem. Esta foi a inteno do Criador.

Para estarem motivadas a atuar, as pessoas devem receber algo em troca. O propsito da Resistncia conduzir para mais prximo da Luz, a fim de que se possa receber. Ento, pare seu desejo reativo de pensar constantemente em si mesmo no por isto ser moralmente bom, mas porque a transformao serve ao seu prprio interesse.

Cada um de ns tem o poder de trazer plenitude para a prpria vida, transformando a sua natureza. Quando um nmero suficiente de pessoas atingir este nvel, o mundo ser inundado com uma infuso inimaginvel de Luz.

[61]

O MOMENTO DA TRANSFORMAO

Temos duas escolhas na vida:

1. Reagir situao, caso no qual nossas almas iro por fim resistir Luz, nos deixando na escurido do mbito do 1 por cento.

2. Proativamente, resistir ao nosso desejo de reagir, nos conectando assim com a realidade do 99 por cento.

A opo nmero dois remove o Po da Vergonha, abrindo assim caminho para que a Luz preencha as nossas vidas numa circunstncia particular. Colocando de outra maneira, no instante em que reagimos reao, transformamos um aspecto particular de nosso ser o que vem a ser o objetivo de nossa existncia. Automaticamente nos ligamos com o 99 por cento e a medida apropriada de Luz irradia. Por isto, nosso Quinto Princpio Espiritual afirma:

No momento de nossa transformao, fazemos contato com o mbito do 99 por cento!

[62]

A FRMULA DA TRANSFORMAO

Transformar a reao em proao funciona da seguinte maneira:

1. Um obstculo aparece.

2. Perceba que a sua reao e no o obstculo o verdadeiro inimigo.

3. Feche o seu sistema reativo para permitir que a Luz entre.

4. Expresse sua natureza proativa.

O momento da transformao tem lugar durante os passos trs e quatro.

ento que voc impe sua alma a dimenso iluminada da Luz o mbito do 99 por cento.

APLICANDO A FRMULA DA TRANSFORMAO

Considere este cenrio da vida e observe como funciona a frmula:

1. Acontece uma situao difcil. Seu amigo explode com voc.

[63]

2. Sua reao emocional. Voc fica abalado, zangado e magoado.

3. Sua reao comportamental. Voc grita de volta com seu amigo.

ANALISANDO A FRMULA DE TRANSFORMAO

1. Um obstculo aparece. Seu melhor amigo explode com voc.

2. Perceba que a sua reao o verdadeiro inimigo. Seus sentimentos de estar abalado, zangado e magoado so o seu verdadeiro inimigo - no o seu amigo.

3. Feche o seu sistema reativo para permitir que a Luz entre. Ponha de lado todas as suas reaes emocionais. Ao invs de gritar de volta, deixe que entre tudo. Mesmo que voc no tenha culpa, simplesmente deixe o seu amigo descarregar. O que importa no quem est certo ou errado. O que importa a sua deciso de no reagir.

4. Expresse a sua natureza proativa. Agora voc est em contato com o 99 por cento. As emoes que voc ir sentir agora e seu prximo conjunto de aes tero raiz na Luz. Automaticamente, sentimentos e comportamento positivos iro surgir. Voc ver uma mudana positiva surpreendente na situao externa que estava confrontando. Seu amigo responder de uma maneira que voc nunca sonhou ser possvel. Ou alguma informao iluminadora acerca de seu relacionamento subitamente aparecer.

Com grande freqncia, nossa ateno fica focada em circunstncias externas. Algum de quem gostamos nos magoa. Um negcio no se realiza. Ns discordamos da opinio de outra pessoa. Algum nos insulta. Um colega[64]

recebe a promoo que ns merecamos. Acontecimentos externos despertam reaes dentro de ns o dia inteiro. Ao invs de reagir, aplique a frmula. Voc ver acontecer verdadeiros milagres.

INDO ADIANTE COM A DEFINIO DE COMPORTAMENTO REATIVO

O comportamento reativo tem por fundamento o Desejo de Receber humano: este o desejo original que foi criado no Mundo Infinito. O comportamento reativo inclui a ambio, o egosmo, a auto-indulgncia, o ego e coisas desse tipo. O comportamento reativo qualquer reao que temos a situaes externas. Esse comportamento pode incluir a raiva, a inveja, o excesso de confiana, a auto-estima baixa, a vingana e a animosidade. Tome um momento e reflita sobre essas reaes. Relembre as vezes em que essas emoes foram provocadas dentro de voc. Pense nas situaes que fizeram com que esses sentimentos aparecessem.

Na verdade, 99 por cento de nosso comportamento so reativos. Mas este o plano. Lembre-se, nossa essncia o desejo de receber, de receber satisfao.

Nossa conscincia construda com base em desejos reativos, impulsivos, instintivos. Elevar-se acima dessa conscincia constitui a transformao espiritual genuna.

Vamos examinar agora como todos esses conceitos cabalsticos se desenvolvem em nosso mundo real.

[65]

O JOGO, O NOSSO ADVERSRIO E A ARTE DA TRANSFORMAO ESPIRITUALO JOGO MAIS ANTIGO

PARTE QUATRO

Imagine 22 pessoas reunidas num campo de futebol. Todas so dotadas de um talento atltico extraordinrio, no nvel de Pel, Garrincha, Rivelino e Didi. Recebem todo o equipamento necessrio para jogar futebol: a bola, chuteiras, uniformes, as traves. Tem at torcida.

Mas suponha que lhes falte um ingrediente vital as regras do jogo. Essas 22 pessoas nunca ouviram falar de futebol e no tm absolutamente a mnima idia do que seja. O que aconteceria se fosse dito a todos esses jogadores que jogassem um jogo chamado futebol, e no lhes fosse permitido deixar o campo at serem to capazes quanto campees de uma Copa do Mundo?

Imagine o caos! Brigas. Discusses. Frustrao. Desistncias. Alguns jogadores talvez faam suas prprias regras. Embora dotados com os atributos de craques do futebol, s o que conseguem produzir um pandemnio.[66]

De acordo com a Cabala, no importa quanto talento possumos. Sem as regras do jogo, o resultado o caos. O que nos leva a um jogo bem mais antigo que o futebol, e bem mais misterioso. O livro de regras deste jogo to desafiante foi registrado num antigo manuscrito cabalstico h cerca de 2.000 anos. O livro se chama o Zohar, e ele contm todos os segredos espirituais que dirigem o Jogo da Vida.

Segundo a sabedoria do Zohar, cada um de ns um Pel em potencial no jogo da vida. Cada um de ns nasce neste mundo com um enorme talento. Mas para a maioria de ns, esse talento acaba no sendo aproveitado porque temos jogado o jogo sem saber como ele deve realmente ser conduzido.

A Cabala definitivamente nos d regras, mas sem impor constrangimentos para nossa experincia diria do mundo. Em vez disso, ela apresenta um conjunto de leis espirituais universais que nos liberam e nos do poder, em corpo e em alma. Essas leis so os 14 Princpios Espirituais que esto sendo apresentados ao longo deste livro.

Antes de podermos comear a entender os princpios espirituais da Cabala num nvel mais profundo, contudo, temos que superar um obstculo. Aquelas pessoas talentosas no campo de futebol agora tm um livro de regras, mas suponha que tivessem os olhos vendados antes de entrarem em campo. Apesar de saberem as regras, no podem enxergar. E assim, permanece o