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0 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS- GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM PSICOMOTRICIDADE PROJETO VEZ DO MESTRE O PROCEDIMENTO CORRETO PARA O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DO EQUILÍBRIO NA GINÁSTICA RÍTMICA DESPORTIVA Por: Michelle Linhares Orientador: Prof. MS. Nilson Guedes Freitas Coorientador (a): Prof. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS- GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM PSICOMOTRICIDADE

PROJETO VEZ DO MESTRE

O PROCEDIMENTO CORRETO PARA O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DO EQUILÍBRIO NA

GINÁSTICA RÍTMICA DESPORTIVA

Por: Michelle Linhares

Orientador: Prof. MS. Nilson Guedes Freitas

Coorientador (a): Prof. Fabiane Muniz

Rio de Janeiro 2003

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MICHELLE LINHARES

O PROCEDIMENTO CORRETO PARA O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DO EQUILÍBRIO NA

GINÁSTICA RÍTMICA DESPORTIVA

Dissertação apresentada à coordenação do Curso

de Pós – Graduação em Psicomotricidade, da

Universidade Candido Mendes, sob orientação do

Professor Nilson Guedes Freitas e coorientação da

Professora Fabiane Muniz como requisito parcial

para obtenção do grau de Pós – Graduada.

Rio de Janeiro

2003

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço à Jesus Cristo que pela

intercessão de Maria Santíssima permitiu com certa

tranqüilidade o êxito deste trabalho científico. Aos meus pais

que sempre me motivaram no estudo, ao meu noivo Roberto

Leandro e ao professor Nilson Guedes Freitas pela orientação

paciente e compreensiva ao longo desta caminhada.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia à todos os profissionais de

Educação Física e Psicomotricista que ardentemente procuram

se aperfeiçoar.

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RESUMO

O equilíbrio é fundamental para que qualquer indivíduo se mantenha de pé, ao nos locomovermos estamos em constante equilíbrio agindo contra a força da gravidade. Diante de tal importância o equilíbrio ganha uma dimensão ainda maior quando o analisamos na Ginástica Rítmica Desportiva, pois seus praticantes além de terem que equilibrar o seu próprio corpo, devem também equilibrar igualmente os objetos característicos desta modalidade. Esse equilíbrio que é uma habilidade psicomotora pode ser desenvolvido mediante à exercícios. Para que aconteça um desenvolvimento psicomotor do equilíbrio na Ginástica Rítmica Desportiva, o(a) professor(a) deve contribuir aplicando um procedimento correto. Esse procedimento correto é estudado através de uma pesquisa bibliográfica, buscando-se a visão do psicomotricista dentro da educação psicomotora. Esse estudo abrange crianças de 4 a 11 anos e parte do princípio que essas estão com as vestimentas apropriadas, não possuem deficiência física e mental, o material utilizado está em perfeita condição de uso e o espaço é suficiente para a realização dos exercícios. Ao encontrarmos vários exercícios psicomotores que desenvolvem o equilíbrio, são identificados e separados por capítulos os exercícios de equilíbrio estático, dinâmico, combinado (neste se encontra uma combinação do equilíbrio estático e dinâmico), recuperado e exterior sendo finalizado esse estudo por uma análise da atuação do professor. Alguns exercícios podem ser vistos através de desenhos em anexo. Jack Capon, Marta Shinca, Daisy Barros e Giurga T. Nedialcova, dentre outros foram os principais autores desta monografia. Palavras – chave: Equilíbrio. Ginástica rítmica. Psicomotor. Exercício.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................06

1. EQUILÍBRIO ESTÁTICO........................................................................................09

2. EQUILÍBRIO DINÂMICO........................................................................................15

2.1. Exercícios............................................................................................................15

2.2. Jogos...................................................................................................................23

3. EQUILÍBRIO COMBINADO E RECUPERADO......................................................27

3.1. Equilíbrio combinado (estático + dinâmico).........................................................27

3.2. Equilíbrio recuperado..........................................................................................28

4. EQUILÍBRIO EXTERIOR........................................................................................31

5. ANÁLISE DA ATUAÇÃO DO PROFESSOR..........................................................39

5.1. Ambiente.............................................................................................................40

5.2. Material................................................................................................................40

5.3. Segurança...........................................................................................................41

5.4. Processo ensino- aprendizagem.........................................................................41

5.5. Características do docente.................................................................................43

CONCLUSÃO............................................................................................................44

BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................45

ANEXO 1....................................................................................................................47

ANEXO 2....................................................................................................................50

FOLHA DE AVALIAÇÃO............................................................................................51

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INTRODUÇÃO

O equilíbrio é uma importante habilidade psicomotora utilizada nos diversos

movimentos da Ginástica Rítmica Desportiva (G.R.D.), partindo deste fato a autora

elabora uma monografia que possibilita a descoberta dos procedimentos utilizados

para desenvolver o equilíbrio, numa visão psicomotricista. Sabendo que o ser

humano não é só corpo, mas mente, afeto e social, o olhar psicomotricista deve ser

levado em consideração, pois o mesmo facilitará o desenvolvimento do indivíduo

como um todo, favorecendo uma inter-relação ativa e positiva na sociedade.

Assim a partir das experiências de movimento, a criança vai construir a sua motricidade, evoluindo dos exercícios mais simples aos mais complexos, dos mais suaves para os mais intensos e assim sucessivamente, numa equilibrada dinâmica do desenvolvimento psicomotor. (ATHAYDE, 1999, pág.22)

Para que haja um domínio integral do ser, o praticante e neste caso

crianças, devem primeiramente realizar atividades lúdicas corporais como o brincar

que embora aparentemente seja simples, na verdade possui uma grande riqueza, ao

possibilitar a participação ativa e coordenada do corpo e da mente, a sensibilidade

individual e a imaginação psicossomática, evitando assim a mecanização de

exercícios físicos. O brincar é ainda uma atividade cultural como a arte, não se limita

apenas na realidade, é dotada de uma significação social que necessita de

aprendizagem, sendo uma cultura rica, complexa e diversificada. É o olhar

psicomotricista que irá fazer a grande diferença neste trabalho.

Esse estudo pretende facilitar aos profissionais de Educação Física e

Psicomotricistas a um aprofundamento no que se refere ao procedimento correto

para o desenvolvimento do equilíbrio. Para os profissionais da área permitirá um

esclarecimento mais profundo dos exercícios e fatores importantes para desenvolver

o equilíbrio na G.R.D. numa visão psicomotricista, visto que nesta modalidade

desportiva é indispensável esta habilidade e a precisão dos movimentos.

Há uma proposta inovadora nesta pesquisa contribuindo intensamente para

a atual realidade da G.R.D. ao dar oportunidades para crianças do sexo masculino,

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pois se no ballet é permitido meninos e meninas, porque na G.R.D. é exclusividade

do sexo feminino? A Federação Internacional de Ginástica (FIG) deveria rever essa

possibilidade, já que estamos vivendo num século que procura a extinção da

discriminação.

O presente trabalho apresenta, através de uma pesquisa bibliográfica,

exercícios de equilíbrio estático, dinâmico, combinado e recuperado, exterior e uma

análise da atuação do professor. Nos capítulos 1, 2, 3 e 4 encontramos vários

exercícios que são colocados em ordem de acordo com o grau de dificuldade,

partindo assim do mais fácil para o mais difícil.

No 1o capítulo foram identificados os exercícios que desenvolvem o

equilíbrio estático na G.R.D., nele encontramos a definição do equilíbrio estático, a

importância da boa postura, exercícios de posições básicas apontado por Barros e

Nedialcova, exercícios segundo Marta Shinca e exercícios segundo Jack Capon.

No 2o capítulo foram identificados vários exercícios que desenvolvem o

equilíbrio dinâmico na G.R.D., nele encontramos a definição do equilíbrio dinâmico

feita por Barbante, exercícios segundo Marta Shinca, segundo Jack Capon utilizando

materiais como corda, caixa de saltos, colchão, arco, prancha, sacos de feijão,

escada, tábua e cama elástica, finalizando o capítulo com jogos lúdicos citados por

Barros, Nedialcova, Silva, Conceição e Guedes.

No 3o capítulo foram identificados os exercícios que desenvolvem o

equilíbrio combinado e recuperado na G.R.D. O equilíbrio combinado foi chamado

assim devido a presença do equilíbrio estático e dinâmico num único exercício, estes

são apresentados por Jack Capon. O equilíbrio recuperado é definido por Sissi

Martins e são descritos por Jack Capon.

No 4o capítulo foram identificados os exercícios que desenvolvem o

equilíbrio exterior na G.R.D., nele encontramos exercícios de Marta Shinca, Jack

Capon, onde há utilização da barra, da bola dentre outros materiais citados

anteriormente, exercícios de Guilherme Moreno finalizando com um exercício de

Ricardo Batista Conceição.

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No 5o capítulo há uma análise da atuação do professor para favorecer a

aprendizagem dos alunos. Os principais pontos para que a aprendizagem de fato

aconteça, como o ambiente adequado, o material, a segurança, o processo ensino-

aprendizagem, finalizando com as características do docente.

Ao esclarecer e orientar como o(a) professor(a) deve proceder nas suas

aulas, faz com que a comunidade perceba a importância da atuação do(a) mesmo(a)

dentro do seu ambiente de trabalho.

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1. EQUILÍBRIO ESTÁTICO

Sabendo que segundo Barros e Nedialcova (1998) o equilíbrio estático é o

equilíbrio do corpo na posição ortoestática, sem oscilação, durante uma parcela de

tempo, neste capítulo veremos os exercícios psicomotores que desenvolvem esse

equilíbrio na G.R.D. Procurou-se colocar os exercícios em ordem de acordo com o

grau de dificuldade, ou seja do mais simples ao mais complexo.

Ao nos locomovermos necessitamos do equilíbrio, pois devido a atuação da

força gravitacional precisamos estar em constante equilíbrio. Os músculos ante

gravitacionais atuam para nos levar a uma boa postura.

Assim, a boa postura é aquela em que se chega à posição equilibrada das diferentes partes do corpo, mas com uma “tonicidade normal”, isto é, com um esforço muscular mínimo, sem desgaste inútil de energia e evitando contrações falsas ou rigidez. (SHINCA, 1991, pág.51).

A boa postura deve estar sempre presente em todas as formas de

exercícios. Barros e Nedialcova (1998) também cita a importância do ajustamento

postural tanto nas posições sentada, deitada, ajoelhada, ou em deslocamento, pois

estas posições do corpo no espaço depende exclusivamente da boa postura.

Os exercícios de posições básicas sem locomoção que veremos a seguir,

apresentadas por Barros e Nedialcova (1998), não mostram muita dificuldade,

permitindo que crianças de 4 anos executem com certa facilidade, pois na verdade

são movimentos familiares:

1º Posição em pé - Com o corpo ereto, calcanhares juntos e ponta dos pés

um pouco afastados;

2º Posição ajoelhada - Tronco ereto, os braços acompanham o

prolongamento do corpo, pernas unidas, joelhos e o dorsos dos pés apoiados no

solo;

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O espelho na sala de aula ajuda a criança a uma observação mais detalhada

dos seus movimentos.

3º Posição de quatro apoios - Joelhos, dorsos dos pés e mãos com os

dedos voltados para frente apoiados no solo. Os braços e as pernas formam um

ângulo de 90º com o tronco, a cabeça deve ficar elevada de modo que a criança

olhe para frente;

Essa 3a posição pode ser colocada para as crianças de forma lúdica

transformando-se em animais, por exemplo em um gato.

4º Posição assentada - Tronco ereto formando um ângulo de 90º com as

pernas unidas e estendidas, mãos apoiadas no solo, braços estendidos, dedos

voltados para frente;

Ilustrações na aula com essas posições, também colaboram para uma

aprendizagem do movimento.

5º Posição assentada sobre os calcanhares - Pés em dorso extensão

apoiados no solo, tronco ereto, glúteos apoiados nos calcâneos, braços estendidos

ao longo do corpo;

6º Posição em decúbito ventral - Igual a posição de pé com o corpo

estendido e apoiado no solo, sobre o ventre, braços ao longo do corpo, cabeça

voltada para o lado e calcanhares unidos;

7º Posição em decúbito dorsal - Idêntica à posição anterior com as

costas e glúteos apoiados no solo;

8º Posição em decúbito lateral - Idem anterior com apoio lateral do corpo

no solo.

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Os exercícios que desenvolvem o equilíbrio podem variar de acordo com a

faixa etária e o(a) professor(a) deve ficar atento(a) para atender as necessidades de

cada idade, Marta Shinca (1991, pág. 52) especifica dizendo:

Para trabalhar sobre este tema com crianças de oito anos ou mais, é preciso despertar primeiramente as sensações de equilíbrio. Com crianças menores, serão propostos os mesmos exercícios ou com ligeira variantes, mais sem dar tanta importância à busca de sensações e à racionalização.

O primeiro exercício é apontado pôr Marta Shinca (1991), levando as

crianças a sentirem claramente o contato do pé com o solo, a importância da

articulação do tornozelo durante o equilíbrio estático e dinâmico, procurando adotar

a boa postura.

• 2º exercício – As crianças observam o arco que se forma quando as

pernas estão estendidas. Ao flexionar um pouco os joelhos, o arco deforma- se,

aplana-se. Depois torna a colocar os joelhos voltados para frente com os pés

paralelos, procurando sentir a força na articulação do tornozelo;

• 3º exercício - As crianças ficam de pé com os olhos fechados,

estas deverão passar o peso do corpo para os dedos dos pés sem levantar os

calcanhares, procurando sentir a tensão, na parte posterior das pernas. A

seguir, passar o peso para os calcanhares, sentindo a pressão atrás e as

contrações musculares na parte anterior das pernas.

Depois o peso do corpo será passado para uma perna e a seguir para a

outra. Tomar logo após as comprovações, a posição mais “equilibrada” ou seja,

aquela em que a sensação de peso se reparte entre os pés;

Ao mesmo tempo que trabalha-se o equilíbrio também outras valências

psicomotoras são trabalhadas, nos exercícios anteriores podemos perceber a

participação da percepção corporal.

Os exercícios realizados na barra de “ballet” também são indicados, com

esse auxílio aumenta-se o grau de dificuldade, porém com segurança, pois as

crianças estarão o tempo todo segurando na barra.

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• 4º exercício – As crianças elevam os calcanhares e mantêm-se em

equilíbrio, com um pequeno apoio das mãos sobre uma barra;

• 5º exercício - De pé, com o peso do corpo sobre uma perna, elevam

a outra e realizam com ela diversos movimentos. Depois pode-se variar as

posições de diferentes partes do corpo em relação à linha de gravidade, criando-

se compensação do tônus muscular e de movimento em outras zonas, para

evitar o desequilíbrio;

• 6º exercício - Todas as crianças devem imitar uma outra criança

que estará de costas para as mesmas em desequilíbrio sobre uma perna. Ao

adotar a mesma posição, não poderão omitir nenhum detalhe, o modelo mudará

várias vezes de movimento e também a perna sobre a qual se sustenta.

(SHINCA, 1991).

O lúdico tem um papel essencial para as crianças, é através dele que o

ambiente de aprendizagem torna-se mais dinâmico e motivante.

Utilizando material de fácil aquisição Jack Capon (1974) sugere alguns

exercícios motivantes que desenvolvem o equilíbrio estático. Nesta fase o aluno já

possui um certo domínio corporal.

• Exercício 1 - Equilíbrio do caracol. O aluno senta-se no colchão e

rola para trás sobre o ombro. As mãos são posicionadas contra as costas

(próximas aos quadris), para a sustentação do corpo. Os anti- braços e ombros

ficam apoiados no colchão. Com os pés tocando o colchão, as pernas estão

estendidas para trás;

• Exercício 2 - Bicicleta invertida. A posição inicial é idêntica a do

exercício anterior, sendo que as pernas ficam estendidas, retas, com os pés para

cima, após a obtenção e estabelecimento do equilíbrio sobre os ombros, os

alunos tentarão pedalar com as pernas.

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• Exercício 3 - Equilíbrio em três pontos. O aluno ajoelha-se no

colchão e apoia as mãos e a testa formando um triângulo, sabendo que a testa

fica apoiada mais adiante. Os braços devem estar confortavelmente apoiados

sobre o colchão, afastados mais ou menos 30 cm. Os joelhos são elevados para

frente, posicionando-se no alto dos cotovelos flexionados, enquanto a testa

continua sobre o colchão. Deve-se procurar equilibrar seu corpo nessa posição,

com os pés fora do colchão.

Os exercícios 1, 2 e 3 necessitam de força muscular nos braços, sendo

assim é indicado que os alunos realizem essas atividades depois de uma

observação assistemática do(a) professor(a).

Ao sair do solo e realizar exercícios na tábua de caminhar, o aluno deve se

sentir seguro até que sua auto confiança seja estabelecida.

• Exercício 4 - Sobre uma tábua baixa de caminhar, os alunos

efetuam a postura do avião, ao ficarem nesta posição, eles se equilibram para

frente flexionando o tronco e estendendo os braços lateralmente. Os alunos

equilibram-se somente sobre um dos pés;

Podemos perceber que é possível trabalhar o equilíbrio estático de forma

vaiada e lúdica, saindo da mecanização e da monotonia.

Daisy Barros e Giurga T. Nedialcova (1998) resumem os exercícios de

equilíbrio estático dizendo que sua execução possibilita diferentes posições iniciais

de pernas e braços como pôr exemplo semi- ajoelhada ou em apoio sobre um dos

joelhos e na posição de pé, apoio na perna direita ou esquerda.

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2. EQUILÍBRIO DINÂMICO

Sabendo que segundo Valdir J. Barbante (1994), o equilíbrio dinâmico é

aquele em que o indivíduo apresenta a capacidade de manter o equilíbrio enquanto

se move, neste capítulo veremos os exercícios psicomotores que desenvolvem esse

equilíbrio na G.R.D. Assim como no capítulo anterior, os exercícios serão

apresentados de acordo com o grau de dificuldade.

2.1. Exercícios

O primeiro exercício apontado por Marta Shinca (1991) sugere que o aluno

ande bem lentamente, constituindo uma boa exercitação do equilíbrio, pelo fato de

que o corpo é sustentado por um longo tempo sobre uma perna.

Durante todo estudo podemos perceber que para se chegar a um bom

equilíbrio é necessário estabelecer muscularmente, por esforço, a luta contra a

gravidade.

Exercício 2 – Caminhar em linha reta em diferentes passadas:

• Com passos curtos;

• Com passos largos;

• Combinações de passos curtos e longos.

Ao pedir para as crianças realizarem esses passos, pode-se associar os

passos curtos aos passos de formiga e os passos largos aos passos de elefante.

Essa comparação faz com que a criança execute com mais facilidade o exercício.

Jack Capon (1974) faz uma sugestão semelhante realizando este andar

sobre a corda. Colocando a corda no chão, o aluno deve andar para frente, para trás

e tocar o calcanhar de um dos pés com os dedos do outro, durante a caminhada na

corda.

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O aluno ao dominar esse exercício, pode andar lentamente com a cabeça

ereta e olhos olhando firmemente para a frente, e não para os pés. Para tanto, é

muito importante que o aluno esteja descalço para uma maior percepção tátil do

mesmo.

A música é um grande agente de motivação e de fundamental importância

na G.R.D., pois os seus praticantes devem desenvolver o movimento sempre em

harmonia com a música. Uma sugestão interessante é durante toda aula tocar

músicas clássicas para crianças e sempre que possível fazer com que os

movimentos sejam de acordo com o ritmo, com isso há um estímulo a musicalidade,

sabendo que na G.R.D. as músicas instrumentais são uma de suas caraterísticas.

Marta Schinca (1991) sugere combinações de movimentos de braços, sobre

unidades sonoras.

Exercício 3 – Caminhar ao som de um pandeiro. Divide-se a turma em dois

grupos: O grupo A, move-se com passos largos, enquanto o B faz com passos

curtos. Ao sinal, muda-se os passos dos grupos.

Os exercícios em grupo, assim como os jogos em grupo, ajudam a criança a

superar o seu egocentrismo, permitindo a sociabilidade entre os membros da turma.

Exercício 4 – O aluno deve ir de um extremo a outro da sala pulando sobre

uma só perna.

É importante que o aluno realize a contração muscular ao longo da coluna e

entre as escápulas, pois o corpo deve sentir-se sustentado e não apoiado com todo

seu peso em cada perna.

Exercício 5 – Correndo, dar três passos, cada um correspondendo a um som

do instrumento de percussão; no último, frear o movimento, ficando sobre uma

perna. Manter-se assim, imóvel, durante a execução de dois sons; voltar iniciando a

série com a outra perna.

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O professor, por exemplo, pode produzir padrões rítmicos simples que as crianças tentam acompanhar enquanto se movimentam ao redor da sala, ou o professor pode tocar um disco e deixar as crianças acompanharem a música enquanto se movem mais ou menos à vontade. O piano bem tocado pelo professor proporciona o impulso e o estímulo e assim inspira e motiva a resposta - movimento natural da criança à música. (Denis R. Patrocínio, w. w. w. ginasticas. com. br/ginasticas/gin-ritmica.html, 2003)

O exercício 3, 5 e a sugestão anterior além de desenvolverem o equilíbrio

dinâmico, percebe-se que também contribuem para o aprendizado das noções

rítmicas.

Daisy Barros e Giurga T. Nedialcova (1998, pág. 24) resumem os exercícios

de equilíbrio dinâmico dizendo:

_Giros sobre os dois pés em meia ponta: executar um giro com pernas unidas, seguido de passos; _Em meia ponta ou relevé, cruzar uma perna à frente ou atrás do corpo. Girar o corpo sobre os dois pés a 90o ou 180o . Finalizar com pernas estendidas e unidas, ainda em relevé.

Existem várias maneiras de se aplicar os exercícios psicomotores, Jack

Capon (1974) recorre ao lúdico, comparando o movimento ao de animais. Ao imitar

animais a criança usa sua criatividade, através da expressividade e vivência, pois se

ela tiver por exemplo um gato em casa, naturalmente ela procurará imitá-lo.

Exercício 1 – Passo do gorila – O aluno segura os tornozelos, inclinando o

corpo para frente e então move uma perna de cada vez, procurando mantê-las

estendidas.

Exercício 2 – Pulo do sapo – O aluno deve ficar agachado e colocar as

palmas das mãos sobre o colchão, entre as pernas. Com impulso dos dedos, o

aluno lança-se e pula com as mãos, deixando o colchão um pouco antes dos pés. A

aterrissagem é em posição agachada sobre os pés. OBS: Os braços devem se

manter estendidos e as mãos unidas. O aluno deve usar a parte anterior dos pés

para a “decolagem” e a “aterrissagem”.

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Exercício 3 – Passo do urso – Sobre os membros (mãos e pés), o aluno

movimenta um dos lados do corpo e depois o outro.

Quanto mais lúdico for o exercício, mais alegria e prazer a criança sentirá,

principalmente crianças de 4 a 7 anos, onde seus interesses são imaginativos.

Desse modo elas conseguem expressar aquilo que tem significado para ela.

Exercício 4 – Pião – O aluno mantém o corpo ereto, pés afastados (25cm) e

mãos nos quadris. Ele salta do colchão, gira o corpo e aterrissa de frente para uma

direção determinada ( ¼ , ½ , ¾ de giro, ou giro completo). Os braços são

necessários para auxiliar no giro do corpo, no ¾ de giro e no giro completo.

Um sinal sonoro (apito, palmas, etc.) pode ser usado para que os alunos

respondam com o movimento.

Somente depois que o aluno possui uma certa segurança para realizar os

exercícios anteriores no solo é que recomenda-se faze-los num plano mais elevado.

Exercício 5 – Saltar e aterrissar – O aluno deve saltar de uma caixa de

saltos (altura 45 a 50cm), com os pés um pouco afastados. Pode ser usada uma

cadeira ou banco. O aluno salta e aterrissa no colchão ou dentro de um arco. O

aluno é instruído a aterrissar suavemente sobre ambos os pés simultaneamente,

sem perder o equilíbrio.

Existem algumas variações do exercício anterior, como 5.1- Correr pela

prancha inclinada sobre a caixa de saltos e desempenhar a mesma tarefa anterior;

5.2- Idem anterior, batendo palmas sobre a cabeça e aterrissar, retornando os

braços; 5.3- Estala os dedos acima do nível da cabeça, retornando os braços; 5.4-

Dar tapas no joelho e aterrissar; 5.5- Saltar “de lado “ e aterrissar e 5.6- Efetuar ½

giro ainda no ar e aterrissar de frente para a caixa de saltos.

Na G.R.D. a coreografia é formada por associações de movimentos, diante

desta realidade exercícios como o exercício 5, possuem um grande valor para se

chegar ao resultado final, ou seja, a coreografia.

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O próprio material oficial da G.R.D. auxilia na prática dos exercícios como

veremos a seguir a participação do arco e da corda.

Exercício 6 – Começar com os pés dentro do arco e andar ao longo da

corda com passos cruzados, até chegar ao arco oposto. Variação: 6.1 – Coloca-se

sacos de feijão ao lado direito e esquerdo da corda. Conta-se para o aluno que a

corda representa uma corrente de água e os sacos de feijão, pedras. O aluno não

pode molhar os pés. Ele terá que manter o equilíbrio e pensar nos movimentos

antes de executá-los.

Esse faz-de-conta como o exercício 6.1 apresenta, permite que crianças de

4 a 7 anos se sintam motivadas, pois nesta etapa elas possuem um pensamento

mágico- simbólico e representações pré –operatórias. Quando há motivação, existe

um empenho maior nas atividades pelo praticante.

Exercício 7 – Saltar sobre a barra transversal e aterrissar no arco; a seguir,

dar saltos longos em mais 4 arcos, com o salto final sobre a segunda barra

transversal. Variação: 7.1 – Alterar o espaçamento dos arcos e a altura das barras

transversais.

Ao elevar o nível de dificuldade, os alunos devem estar mais concentrados

nos exercícios, estas atividades que exigem maior concentração, preparam também

psicologicamente para execução futura de elementos mais difíceis que valem mais

pontos e que também requerem mais esforço e treino.

Exercício 8 – Saltar sobre a corda ( “riacho”) e aterrissar dentro do arco,

realizar esta seqüência até terminar os arcos.

Exercício 9 – Saltar num esquema “para frente – para o lado”, dentro dos

espaços criados por uma corda dividindo 3 arcos colocados em fila.

Ao saltar em diversas posições, exige-se do aluno noções de orientação

espacial.

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Exercício 10 – 1a parte: Começando dentro do arco, o aluno salta para trás e

para o lado oposto da corda, alternando os lados até chegar no 2o arco; 2a parte:

Caminhar sobre a corda de costa até o 3o arco; 3a parte: Saltar sobre um dos pés

para trás e para o lado oposto da corda até o 4o arco.

Paralelo ao desenvolvimento do equilíbrio, também acontece o

desenvolvimento da coordenação motora geral, pois nestes exercícios há

participação das grandes massas musculares. Quanto maior o equilíbrio, mais

coordenadas serão as ações das crianças.

Exercício 11 – Escada de coordenação – Andar para a frente pisando entre

os degraus da escada. OBS: Colocar a escada sobre um carpete ou colchão, por

medida de segurança. Variações: 11.1 – Correr entre os degraus da escada; andar

se equilibrando sobre a barra lateral da escada; 11.2 – Saltar com os dois pés, com

um pé só, de lado entre os degraus da escada; andar de 4 apoios, entre os degraus

da escada; 11.3 – Pulo do coelho – o aluno pode colocar as mãos onde achar mais

fácil, porém os pés tocam o solo nos espaços entre os degraus, realizando assim o

pulo do coelho; 11.4 – Criando seu próprio esquema corporal, o aluno deve

responder as seguintes perguntas:

• Você pode avançar pela escada usando apenas 2 partes do corpo? Com

3 partes? Com 4 partes?

11.5 – Colocando 2 suportes intermediários para tábua de caminhar sob o

último degrau da escada, com a finalidade desta ficar inclinada, pedir ao aluno andar

para frente sobre os degraus e depois andar em 4 apoios, usando as mãos nas

laterais e os pés nos degraus. A tarefa só termina com a subida e descida da

escada e 11.6 – Passo do caranguejo – O aluno em decúbito dorsal se locomove

nos degraus da escada;

Conforme vai dificultando para o aluno, a atenção do(a) professor(a) deve

aumentar, ficando este sempre próximo do executante.

Exercício 12 – Tábua de caminhar - O aluno anda para frente pela tábua

baixa, com os olhos focalizados na mão do professor que fica de pé no lado oposto

da tábua.

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Existem algumas variações deste exercício, como 12.1 - Idem anterior,

ficando sobre um dos pés no centro da tábua (equilíbrio da cegonha); a seguir,

continuar andando; 12.2 – Colocando 4 sacos de feijão espaçados regularmente

sobre a tábua, o aluno caminha sem olhar os pés, porém pode-se olhar para os

sacos de feijão; 12.3 – Andar de lado, avançando com o pé direito até o fim da tábua

e voltar avançando com o pé esquerdo;

No exercício 12.3, além do desenvolvimento do equilíbrio também reforça-se

a lateralidade que é de fundamental importância, contribuindo para a definição da

mesma, principalmente em crianças abaixo de 6 anos.

12.4 – Andar para frente, o aluno tenta pisar nos espaços deixados pela

corda enrolada em torno da tábua (“cobrinha dorminhoca”); 12.5 – Andar para

frente, até o meio da tábua e faz um meio - giro e anda para trás até o final; 12.6 –

Andar de costas; 12.7 – Andar para frente, acompanhando com os olhos a bola

oscilante, esta é mantida ao nível dos olhos. A cabeça não se move, apenas os

olhos. A bola pode ser de plástico ou de espuma, suspensa por um cordão; 12.8 –

Passo do gato – equilibrar-se sobre as mãos e os pés, até chegar ao final da tábua;

12.9 – Colocar uma barra transversal no centro da tábua e andar lentamente para

frente, passando sobre a barra. OBS: A barra transversal é feita com 2 cones de

trânsito, com um tubo transversal preso a eles; 12.10 – Andar para frente, tocar com

o joelho no primeiro saco de feijão na tábua; continuar andando e tocar com o outro

joelho sobre o segundo saco de feijão; 12.11 – Dois alunos começam a andar

lentamente em cada extremidade da tábua, um na direção do outro. Eles devem

tentar passar na metade da tábua sem pisar fora dela, continuando até o final e

12.12 – Andar para frente, passar sobre a barra transversal, fazer um giro completo

lentamente no meio da tábua e passar por dentro do arco sem tocá-lo. OBS: O arco

será seguro por um auxiliar ou participante.

Nesta fase o aluno já possui um domínio corporal e um certo grau de

equilíbrio dinâmico, servindo assim para o aprimoramento do mesmo.

Exercício 13 – Cama elástica – Quartos de giro - O aluno salta 2 vezes sem

olhar para os pés, a seguir gira o corpo em ¼ de volta. O aluno usa a contagem

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rítmica “1-2-3-vira”, ou então o(a) professor(a) pode ajudar verbalizando essa

contagem. OBS: 4 quartos de giro farão com que o aluno retorne a posição de início.

Os braços auxiliam no momento do giro.

Para desenvolver o equilíbrio, é necessário criar meios diferentes que

causem um certo desequilíbrio como a cama elástica, exigindo uma nova postura, a

fim de que desenvolva a valência psicomotora estudada.

Existem algumas variações do exercício 13 na cama elástica, como 13.1 –

Meios - giros – Saltar 2 vezes e girando o corpo em ½ volta, de maneira que o aluno

aterrissa voltando para a direção oposta. Realiza novamente os saltos, fazendo com

que volte a posição inicial; 13.2 – Saltos com as pernas afastadas – O aluno começa

com os pés juntos no centro da cama elástica. As mãos apoiadas no quadril. No

momento do salto, o aluno afasta os pés para os lados, e retorna a posição anterior.

Repete-se 5 a 10 vezes. OBS: O aluno deve manter a cabeça elevada e os ombros

para trás, mantendo o alinhamento corporal satisfatório e praticar no chão, antes de

realizá-lo na cama elástica; 13.3 – Polichinelos – com os pés unidos e os braços

estendidos ao longo do corpo, o aluno salta com as mãos e os braços

movimentando-se para fora e para cima da cabeça, com os pés simultaneamente

afastando-se lateralmente, depois retorna a posição inicial, completando o

“polichinelo”. OBS: Praticar primeiro no chão, essa prática pode ser feita em

pequenos grupos;

13.4 – Combinações de saltos com afastamento, com quartos de giro –

Saltar com afastamento 2 vezes, a seguir realizar um quarto de giro. Repetir 4

vezes, trazendo o aluno à posição inicial. 13.5 – Saltos laterais – O aluno com os

pés e pernas unidas saltam com pequenos movimentos laterais. As mãos devem

ficar confortável e ajudar no equilíbrio do corpo; 13.6 – “Chutes laterais” – O aluno

salta alternando um pé e o outro, enquanto a perna “livre” chuta para o lado. Posição

inicial: pés ligeiramente afastados para o lado e o peso sustentado num dos pés.

13.7 – Salto num dos pés – com a cabeça ereta e os ombros “para trás” olhando

para a frente, o aluno começa com o peso sobre um dos pés, realizando o salto.

Depois faz a mesma tarefa com o outro pé e 13.8 – Idem anterior, com alternância

de pés.

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Ricardo Batista Conceição (1995) descreve um exercício simples e

interessante que desenvolvem o equilíbrio e exalta a psicomotricidade dizendo que é

importante que professores, educadores ou monitores a tome como base.

Exercício 14 – Andar sobre a linha, 1o na ponta dos pés; 2o com a sola dos

pés e 3o com a parte lateral dos pés;

No exercício 14, ao mesmo tempo que há um desenvolvimento do equilíbrio

nas diversas partes dos pés, acontece também uma percepção clara de como o

corpo deve se posicionar no espaço em cada parte do pé, exigindo um esforço do

corpo diferenciado.

2.2. Jogos

O desenvolvimento psicomotor do equilíbrio torna-se muito atraente para as

crianças, através do jogo. Vejamos agora alguns exemplos:

Jogo 1 – Briga de galo

“Crianças frente à frente, agachadas. Saltitar com as mãos e braços

empurrando o companheiro. O vencedor será aquele que permanecer sem cair.”

(BARROS e NEDIALCOVA, 1998, pág. 30) A assimilação e o respeito às regras do

jogo são importantes, pois segundo Piaget até chegar a codificação, as regras

passam de uma condição inicial motora e individual, depois egocêntrica, de

cooperação e finalmente a codificação.

Jogo 2 – Dono da arena

A turma é dividida em duas equipes. É traçado um círculo no chão com 1 a

1,50 metros de diâmetro. Dentro do círculo, ficará dois jogadores com seus braços

cruzados sobre o peito, apoiando-se em um dos pés, enquanto a outra perna fica

suspensa com o pé elevado.

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Ao sinal do(a) professor(a), começarão a pular, empurrando o adversário

com o ombro, forçando-o a sair do círculo ou pisar na linha. O vencedor será

aquele que permanecer mais tempo dentro do círculo. (SILVA, 1996)

É necessário ensinar ao aluno a respeitar quem vence e quem perde no

jogo, pois embora o objetivo seja ganhar, o mais importante é saber competir.

Jogo 3 – A turma fica sentada em círculo, o(a) professor(a) desenha um

círculo por fora, cada aluno deverá correr sobre a linha equilibrando-se até chegar

aonde estava sentado. Encosta a mão no amigo ao lado que deverá fazer o mesmo

e assim sucessivamente.

Jogo 4 – A turma é dividida em 3 fileiras, os primeiros de cada fileira

deverão correr e ao som do apito, estes deverão parar equilibrando em um apoio,

imitando um avião. Ganha o aluno que ficar mais tempo se equilibrando.

O jogo 4 reforça a persistência, qualidade importantíssima que todo

praticante de G.R.D. deve ter, a fim de superar os desafios lançados por essa

modalidade.

Jogo 5 – Com a turma dispersa e vários desenhos de círculos no chão, ao

som do apito, os alunos deverão correr e parar sobre os círculos em posição de um

apoio.

Pode-se tornar o jogo 5 competitivo, adaptando-o para o coelhinho na toca

com um pé só, distribuindo arcos no solo deixando um a menos em relação ao

número da turma. Quem ficar de fora observa e torce para o colega.

Jogo 6 – A turma dividida em 5 fileiras, atrás das linhas paralelas uma da

outra. Dado o início os primeiros deverão correr sobre a linha até o final da mesma

e termina quando todos já tiverem ido.

Os exercícios cooperativos são excelentes para o desenvolvimento do

trabalho em equipe, porém a competição na G.R.D. não deve ser descartada, isso

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porque é uma realidade deste desporto. Crianças de 7 a 11 anos conseguem

compreender melhor por possuir uma dominância de conhecimentos dos fatos.

Jogo 7 – Pique equilíbrio

Os alunos deverão se deslocar com um pé só até o pegador e este deverá

pegar um aluno, aquele que for pego será o novo pegador.

Alguns jogos comuns podem ser transformados, direcionando- os para o

objetivo estudado, ou seja o desenvolvimento psicomotor do equilíbrio dinâmico,

como podemos ver a seguir:

Jogo 8 – Batatinha frita com um pé só

Um aluno ficará mais à frente, de costa para os outros e em voz alta deverá

falar: “batatinha frita um, dois, três!” e virará de frente. Os outros deverão se deslocar

aproximando-se com um pé só, enquanto o primeiro fica de costas, ao virar de

frente, todos deverão ficar parados. Aquele que se mexer, deverá voltar a posição

inicial. O aluno da frente só sairá, quando um outro aluno conseguir encostar nele.

(CONCEIÇÃO,1995)

O jogo sapinhos na lagoa foi apresentado por último, devido a uma

quantidade maior de informação(regras) que os anteriores.

Jogo 9 – Sapinhos na lagoa

Risca-se no chão dois círculos concêntricos, sendo o menor (“a lagoa”) com

5 a 6 metros de diâmetro e o maior (“zona de caça”) com 9 metros. Nesta última

zona, ficam 2 ou 3 crianças (“as garças”), igualmente distanciadas umas das outras,

colocando-se as demais (“os sapos”), dentro da lagoa. As garças mantêm-se num

pé só, enquanto os sapos permanecem agachados, com as mãos na cintura.

Dado o início, os sapos tentam atravessar, aos saltos, a zona de caça,

sendo perseguidos pelas garças. O sapo apanhado troca de lugar com o seu

perseguidor, transformando-se em garça, enquanto o pegador vai para a lagoa ser

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sapinho. Pode descansar, desde que se mantenha parado em algum lugar. Se os

sapos não se movimentarem, o(a) professor(a) pode gritar: “A lagoa secou!”

OBS: Quando os sapos e as garças se deslocam, devem ficar na posição

exigida, ou seja, garças num pé só e sapos agachados com as mãos na cintura.

(GUEDES,1998)

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3. Equilíbrio combinado e recuperado

Este capítulo surgiu, diante de alguns exercícios que não puderam ser

identificados apenas como equilíbrio estático ou dinâmico, devido a presença desses

dois num único exercício e pelo fato de haver exercícios que apresentavam o

equilíbrio recuperado.

3.1. Equilíbrio combinado (estático + dinâmico)

Exercício 1 – Saltar – O aluno deve inicialmente ficar 3 segundos

suportando o seu peso sobre um dos pés e somente depois saltar para a frente 3

vezes em sucessão, sobre o mesmo pé. O aluno então, volta-se, realizando o

mesmo exercício sobre o outro pé. Jack Capon (1974).

Enquanto o aluno fica suportando o peso do seu corpo sobre um dos pés

acontece o equilíbrio estático, depois quando começa a saltar passa a atuar o

equilíbrio dinâmico.

No 2o exercício há uma exploração de movimento com arcos. Acontece uma

seqüência de perguntas que têm também como objetivo o aluno descobrir as

respostas fazendo uso do movimento do seu corpo.

Exercício 2 - Cada aluno deverá estar com um arco no chão, ficando de pé

no centro do mesmo. OBS: Os arcos devem estar distantes uns dos outros para que

um aluno não atrapalhem o outro.

Propostas: 1) Você pode equilibrar-se num dos pés no centro de seu arco? 2) A que altura mínima você pode continuar mantendo o seu peso

nesse mesmo pé? 3) Mostre-me a que altura mínima você pode ficar, enquanto se

equilibra sobre o outro pé. 4) Quem pode equilibrar-se num dos pés e numa das mãos? Você pode

juntar a outra mão, de modo que você estará se equilibrando em 3 partes do corpo?

5) Ache um modo de equilibrar-se dentro de seu arco, usando 5 partes do corpo.

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6) Como você poderia equilibrar seu corpo com 2 partes dele tocando o interior do arco e 2 tocando o exterior? (JACK CAPON,1974, pág. 19).

Nas propostas de 1 a 6, a autora desta monografia identifica como sendo

atividades que contribuem para o desenvolvimento psicomotor do equilíbrio estático.

7)Quem pode saltar para cima e para baixo 10 vezes no centro do arco? 8)Dessa vez, tente saltar 5 vezes no centro do seu arco, mas cada salto deverá ser um pouco mais elevado que o salto anterior. 9)Você pode saltar para a frente e para fora do seu arco, e a seguir para trás e para dentro do arco? 10)Agora tente saltar para trás e para fora do seu arco, e a seguir saltar para frente e para dentro dele.(combine as propostas 9 e 10). 11)Ache outro modo de saltar para fora de seu arco, e a seguir de volta ao arco. ( Por exemplo, de lado, saltar e girar, etc.) (JACK CAPON,1974, pág. 19)

As propostas de 7 a 11, são identificadas como atividades que contribuem

para o desenvolvimento psicomotor do equilíbrio dinâmico. Ao final de várias

propostas, Jack Capon (1974) sugere que o aluno ache um modo diferente de

deslocamento com o arco, permitindo ao aluno usar sua criatividade.

3. 2 . Equilíbrio recuperado

Segundo Sissi Martins (2000) o equilíbrio recuperado é a recuperação do

equilíbrio após um movimento que é característico no final dos saltos.

Os exercícios abaixo são citações de Jack Capon (1974):

Exercício 1 - O aluno salta sobre uma barra transversal, pára no interior do

arco vermelho (“congele”), continuando saltando dentro do esquema definido ( 2

cones com um tubo transversal e 4 arcos). Variações: 1.1 – Saltar sobre dois arcos

e sobre a barra transversal, sustentar o peso (“congele”) e continuar saltando sobre

os 2 arcos seguintes. 1.2 – Saltar sobre a barra transversal e “congelar” no arco

vermelho, seguir saltando ora com as pernas afastadas, ora unidas.

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O exercício a seguir, poderia ser incluído como variação do exercício 1, isto

porque apresenta movimentos semelhantes, porém ao utilizar mais material será

colocado como um segundo exercício.

Exercício 2 – Saltar dentro do arco e sobre a 1a barra transversal, “congelar”

no arco vermelho, saltar dentro de outro arco e sobre a 2a barra transversal,

“congelar” no arco vermelho.

Tanto no exercício 1 quanto no exercício 2 o aluno assimila que sempre que

aparecer o arco vermelho ele deve parar, assim como as luzes de um tráfego. Neste

momento acontece um trabalho de controle corporal intenso.

Exercício 3 – Trote translateral - O aluno trota (corrida leve) sobre o centro

da cama elástica, e “congela” (pára) ao comando verbal do(a) professor(a).

A criança deve apresentar uma boa coordenação motora global para realizar

os exercícios na cama elástica.

Exercício 4 – Saltos controlados – Sobre o centro da cama elástica, o aluno

salta 5 a 10 vezes, mantendo o corpo ereto e sem inclinar para frente. Ao comando

“congele”, o aluno deverá parar no lugar, deixando que os joelhos se flexionem.

OBS: Os braços ajudam a elevar o corpo e a manter o equilíbrio. O aluno

não deve olhar para os pés e em hipótese alguma saltar da cama elástica até o

chão.

Quando o aluno salta, ele está realizando o equilíbrio dinâmico, ao parar

imediatamente fazendo um controle muscular do seu corpo, ele realiza o equilíbrio

recuperado. Este equilíbrio é de grande importância para que o aluno não caia após

o salto.

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4. EQUILÍBRIO EXTERIOR

O equilíbrio exterior é o equilíbrio de objetos com o corpo ou suas

extremidades. Na G.R.D. o equilíbrio exterior é de grande importância por estar

sempre presente nas coreografias, pois é preciso equilibrar e coordenar os

aparelhos utilizados na G.R.D. com o movimento do corpo.

Exercício 1 – “Caminhar em linha reta, mantendo um objeto sobre a cabeça

ou sobre a mão, com o braço estendido”. Shinca (1991, pág.54).

Ao caminhar com um objeto na cabeça, exercita-se a boa postura

procurando desenvolver a elegância e a beleza no andar que é uma qualidade

necessária nos movimentos e que garantem uma boa pontuação.

Os exercícios de 2 a 17 são apresentados por Jack Capon(1974, págs.

19,22,27,44,48,49,51,53,62,63 e 66):

Exercício 2 - Barra de equilíbrio – Segurando uma barra de equilíbrio com a

cabeça ereta, andar lentamente para frente sobre uma tábua de caminhar com as

palmas das mãos voltadas para baixo e colocadas na distância da largura dos

ombros. OBS: Para a barra de equilíbrio pode ser utilizado um cabo de vassoura.

A barra de equilíbrio também pode ser substituída pelo arco, permitindo que

a criança tenha cada vez mais intimidade com o material oficial da G.R.D. Além do

arco, são materiais oficiais da G.R.D. : a bola, a fita, a corda e a massa.

Exercício 3 – Andar para a frente até o meio da tábua; abaixar o corpo;

recolher o saco de feijão, colocá-lo sobre a cabeça e andar até a extremidade da

tábua.

O(a) professor(a) deve sempre estar lembrando ao aluno da boa postura na

realização dos exercícios, principalmente quando o mesmo se locomove

transportando um objeto sobre a cabeça.

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Exercício 4 – Na escada de coordenação, segurando uma bola, o aluno

anda com um pé sobre cada lado da escada, quica e pega a bola nos espaços entre

os degraus.

No exercício 4 há também um desenvolvimento da coordenação viso-

motora, especificamente a óculo- manual, ou seja, há um trabalho de coordenar a

visão com os movimentos do corpo.

Exercício 5 – Pulo do canguru. Com a bola presa entre os joelhos, o aluno

salta entre os degraus da escada, tentando não perder o controle da bola.

Exercício 6 – Sobre a tábua de caminhar, o aluno anda para frente,

equilibrando um saco de feijão no dorso de cada mão, até o fim da tábua.

No exercício 5, o aluno exercita o controle muscular dos membros

inferiores, fortalecendo os músculos da parte interna da coxa. Já no exercício 6,

esse fortalecimento acontece nos membros superiores.

Exercício 7 – Andar para a frente até o meio da tábua, carregando uma bola

de 18 cm de diâmetro; quica e segura alternando os lados da tábua, até o final da

mesma.

Há uma exploração do espaço alternando os lados, podendo reforçar a

lateralidade, pedindo para que ora quique a bola para o lado direito, ora para o lado

esquerdo.

Exercício 8 – O aluno começa em um arco andando para frente ao longo de

uma corda, fazendo passos cruzados, quica e recebe a bola após cada passo e

termina no arco oposto. OBS: A bola é quicada ao lado da corda, onde está

posicionado o pé que está à frente.

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O exercício 8 exige coordenação e concentração. A concentração é de

grande importância para a realização de qualquer exercício, evita-se com ela que

o(a) atleta se machuque.

Exercício 9 - Andar para a frente carregando uma bola; passar sobre a 1a

barra transversal, andar até o meio da tábua, quicar a bola dentro dos arcos

colocados no chão, em ambos os lados da tábua e pegá-la; andar à frente e passar

pela 2a barra.

No exercício 9 aumenta-se o grau de dificuldade, em um único exercício o

aluno realiza vários movimentos que exige o equilíbrio sem que solte a bola. Neste

exercício exige-se também a precisão ao ter que quicar a bola dentro do arco. A

precisão deve ser estimulada por proporcionar uma perfeita harmonia entre o objeto

e o corpo.

Exercício 10 – Andar para a frente, carregando uma bola, quicar e pegá-la

em 4 arcos colocados no chão em ambos os lados da tábua (arco direito, arco

esquerdo etc.).

No exercício 10, novamente aparece o reforço da lateralidade.

Exercício 11 – O aluno sobe pelo plano inclinado, salta da caixa de saltos e

segura uma bola, que é lançada pelo(a) professor(a).

O aluno ao saltar da caixa desenvolve a superação do medo, autoconfiança

e o limite.

Exercício 12 - Andar sobre os degraus da escada de coordenação

equilibrando um saco de feijão sobre a cabeça.

A criança deve ser estimulada pelo(a) professor(a) até que realize com

sucesso o exercício. Essa estimulação é importante para que a mesma não

desanime no caso de insucesso na atividade.

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Exercício 13 – Andar sobre a tábua carregando uma bola que deverá

arremessá-la e recebê-la do(a) professor(a). OBS: Os olhos acompanham a bola.

No exercício 13, a criança já possui facilidade andando sobre a tábua,

podendo deste modo passar a sua concentração para o arremesso e recepção da

bola.

Exercício 14 - Saltos com recepção da bola – O aluno salta na cama

elástica, recebe a bola lançada pelo(a) professor(a) com as palmas das mãos

voltadas para cima e em seguida arremessa a bola de volta.

Para que o aluno receba a bola e faça o arremesso da mesma de acordo

com o exercício 14, este precisa da orientação espaço- temporal, ou seja, a

percepção que envolve o relacionamento do corpo e das coisas com o espaço e

tempo.

Exercício 15 - Andar para a frente, pegar o saco de feijão, colocá-lo na

cabeça, passar sobre a barra transversal e andar até o final da tábua.

Para uma maior exploração do desenvolvimento psicomotor do equilíbrio,

o(a) professor(a) faz algumas perguntas, utilizando o ensino por descoberta

orientada:

a) Quem pode equilibrar o saco de feijão na cabeça, seguir lentamente e

sentar, sem que o deixe cair?

b) Agora, veja se pode levantar-se?

c) Tente girar, sem deixá-lo cair

d) Tente equilibrar em outras partes do corpo. (joelho, punho, queixo, ombro

etc.)

e) Mostre-me como você se desloca como um caranguejo com o saco de

feijão no abdome.

Com o bastão e outros materiais semelhantes, também pode-se fazer uma

descoberta orientada.

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a)Quem pode equilibrar o bastão sobre a cabeça sem que ele caia?

b)Quem pode ficar em pé sobre um dos pés, e ainda equilibrar o bastão no

alto da cabeça?

c)Agora tente equilibrar seu bastão em 4 dedos, 3 dedos, 2 dedos e 1dedo.

d)Quem consegue colocar o bastão sobre os dedos de ambas mãos, e então

faze-lo rolar por seus braços até os ombros, e de volta aos dedos?

e)Segurando o bastão com uma das mãos você pode “virá -lo” no ar apenas

1 vez e pegá-lo usando a mesma mão?

f) Como proposta final, equilibre o bastão sobre sua cabeça, e a seguir deixe

que role para trás de sua cabeça, e pegue-o por detrás de seu corpo, na altura da

cintura.

Esses incentivos e orientações feitas pelo(a) professor(a) baseia-se na teoria

da dissonância cognitiva de Festinger. “Ela considera que uma irritação cognitiva

produz uma necessidade de busca de uma solução que suprimirá a causa da

irritação.” (FARIA JUNIOR, Alfredo Gomes de, CORREA, Eugênio da Silva,

BRESSANE, Riselaine da Silva, 1987, pág. 59)

Exercício 16 – Andar na tábua alta de caminhar, equilibrando um arco em

cada pulso; faz meio- giro no centro da tábua, e anda de costas até o final da

mesma.

Exercício 17 – Saltos com pulo de corda – sobre a cama elástica (no seu

centro), o aluno salta e pula corda.

OBS: O tamanho da corda deve ser adequado para não bater na borda da

cama elástica. Os cotovelos devem ficar próximos ao corpo, enquanto a corda é

“rodada” e pulada.

No exercício 17, provavelmente crianças de 4 anos não conseguem realizar

devido o alto grau de coordenação exigido, porém se o(a) professor(a) tiver uma

turma mista, pode-se pedir para que as crianças maiores realizem esse exercício

enquanto os menores pulam corda no chão.

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Guilherme Moreno (1998, págs. 18,136,137 e 138 ) escreve alguns

exercícios e faixa etária dos mesmos:

Exercício 18 – Equilibrar copos de plástico, nas várias partes do corpo

deslocando-se em espaços que são gradativamente diminuídos. Idade: 4 a 6 anos.

Com o espaço diminuído, a criança deve ter uma atenção maior para manter

o equilíbrio. A atenção pode ser desenvolvida, e ela é muito importante para a

assimilação correta dos exercícios.

Exercício 19 – Apostar corrida com um copo de água na palma de cada

mão. Idade: 3 a 8 anos. Variação: Com os copos de água nas costas das mãos ou

alternar com um copo de água nas costas da mão e na palma da mão.

Exercício 20 – Dividindo a turma em grupos dispostos em fileiras lado a

lado, os primeiros deverão equilibrar sobre a cabeça, um pote de iogurte com uma

moeda dentro, andar ou correr até um cone a 10 metros, retornar e passar o copo

para o colega. Se o copo cair, só poderá ser pego quando estiver no solo. Será

vencedor o grupo que terminar primeiro. Variação: De mãos dadas, dois a dois, ou

em 4 apoios com o copo nas costas, ou ainda de 4 apoios de barriga para cima com

o copo no peito. Idade: 5 a 10 anos.

Exercício 21 – O aluno deverá tentar equilibrar o maior número de copos de

iogurte sobre a cabeça. Variação: Equilibrando nas costas das mãos. Idade: 6 a 12

anos.

O exercício 19 apresenta uma competição individual, enquanto o exercício

20, apresenta uma competição em grupo, já o exercício 21 provoca no aluno um

desafio pessoal da sua capacidade. De modo geral todos provocam um desafio,

mas cada um possui características diferentes no que se refere a vivência.

Exercício 22 – O aluno com um metro de barbante deve equilibrar a bola,

tentando fazer com que a mesma encoste no barbante o maior número de vezes.

Idade: 6 a 10 anos.

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Uma sugestão da autora deste trabalho é que depois de dominado este

exercício, pode-se pedir para que realize o mesmo na ponta dos pés.

O último exercício apresentado neste capítulo é de Ricardo Batista

Conceição (1995), onde se percebe a presença nítida do equilíbrio dinâmico e

exterior sobre um pé.

Exercício 23 – Estafeta: O(a) professor(a) dividi a turma em duas fileiras ou

mais. Os primeiros alunos recebem uma bola que deverão deslocar saltitando com

um pé só dando uma volta por trás da cadeira, voltar e entregar a bola ao próximo e

assim sucessivamente. Vence a equipe que fizer primeiro. OBS: A cadeira fica

distante + ou – 8 metros do aluno.

O(a) professor(a) tem inúmeras opções de exercícios, podendo assim sair

da repetição e permitindo que seus alunos façam diversas vivências, contribuindo de

forma grandiosa para o desenvolvimento psicomotor dos mesmo.

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5. ANÁLISE DA ATUAÇÃO DO PROFESSOR

Neste capítulo será analisado a atuação do professor para o benefício dos

alunos no que se refere o procedimento correto do profissional para o

desenvolvimento psicomotor do equilíbrio na G.R.D.

A vivência de exercícios e jogos por si só, proporcionam à criança uma

infinidade de desenvolvimento das funções psicomotoras, levando-se em conta que,

segundo Alexandre Moraes de Mello (2002) em qualquer exercício ou atividade

proposta, uma função psicomotora sempre encontra-se associada a outras. Neste

trabalho o(a) professor(a) pretende-se reforçar o equilíbrio, mas sabe-se que existe a

atuação e por vezes a necessidade de pré-requisitos de outras funções

psicomotoras, para facilitar o desenvolvimento da valência estudada, como podemos

perceber nos capítulos anteriores. Contudo a atuação do(a) professor(a) nas

atividades propostas é de suma importância para o alcance das necessidades e

interesses das crianças para “propor-lhes experiências que produzam a adequada

estimulação e que venham ampliar o vivido corporal, que é responsável pelos

inúmeros esquemas que serão transferidos às situações vivenciadas no futuro”

(MELLO, 2002, pág. 36).

O(a) professor(a) deve ir além dos exercícios e jogos, permitindo que as

crianças usem a imaginação e crie suas experiências no decorrer das atividades,

procurando a confrontação com certos problemas, a fim de que aconteça a solução

dos mesmos. Célio José Borges (1987) exalta o ato de ensinar, as atitudes e

decisões do professor, dizendo que são pontos determinantes para ajudar a criança

a participar do seu processo de desenvolvimento.

O(a) professor(a) de G.R.D. deve levar em consideração vários fatores

frente aos exercícios e jogos, fazendo uma detalhada seleção do ambiente, do

material, da segurança e do processo a ser aplicado.

5.1. Ambiente

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O ambiente deve ser adequado para a prática desportiva e organizado com

antecedência pelo(a) professor(a), de modo a permitir as diferentes formas de

exercícios e jogos. Célio José Borges(1987, pág. 106) revela que

o papel do educador passa a ser o de propiciar e organizar um ambiente estruturado, de tal maneira que facilite o processo de construção do conhecimento, para o qual a criança já está, naturalmente motivada.

O ambiente adequado evita problemas futuros no momento da prática

desportiva, onde se requer maior ou menor espaço para a realização desta

modalidade.

5.2. Material

O(a) professor(a) deve ficar atento a diversidade do material, mesmo porque

na G.R.D. utiliza-se 5 materiais oficiais que são diferentes em textura, peso e forma.

Esses materiais segundo Érica Saur(s.d., pág.27)”nunca deve constituir, apenas, um

ornamento, mas sempre o motivo para a realização do movimento.” Quanto mais

natural for o movimento, mais atraente a G.R.D. se torna.

O material não deve apresentar perigo para as crianças e devem ser

suficiente em quantidade, despertando o interesse e favorecendo a criatividade das

mesmas. O professor Célio José Borges(1987) confirma dizendo que para

desenvolver as atividades de modo correto e satisfatório, é necessário que a criança

tenha o máximo de oportunidades, devendo portanto a utilização de materiais

diversificados.

Sobre a manipulação desses materiais, Fernando Athayde (1999, pág.21)

coloca em evidência

a educação psicomotora, pois ela permite às crianças viverem as suas próprias experiências através da manipulação dos objetos (do concreto) e da vivência perceptiva do seu próprio corpo e com o corpo dos outros, sendo ela a educação da criança através do corpo e de seu movimento, levando em consideração o processo de maturação neuro- biológica, os interesses e necessidades da criança.

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O(a) professor(a) de G.R.D., pode utilizar nas aulas, materiais alternativos

de fácil confecção e manejo como é o caso do saco de feijão citado em alguns

exercícios do capítulo 2. Para facilitar o aprendizado, Sissi (2000) escreve sobre o

uso na G.R.D. de aparelhos alternativos. Ex: lenços, materiais de percussão como

cocos divididos ao meio, pequenos bastões, pandeiros, faixas largas, tiras de papel

ou plástico, bandeiras e outros que podem ser elaborados de acordo com a

criatividade do profissional. A G.R.D. proporciona aos seus praticantes uma grande

versatilidade na manipulação dos aparelhos, pois ela “baseia-se na forma de

utilização de equipamentos que são complementos dos movimentos.” (Denis R.

Patrocínio, w. w. w. ginasticas. com. br/ginasticas/gin-ritmica.html, 2003)

5.3. Segurança

Para a maioria das crianças, tarefas mais difíceis são as que mais as

atraem. No desenvolvimento psicomotor do equilíbrio encontramos situações de

desequilíbrio e algumas crianças se negam a realizar a atividade por medo de cair, o

professor diante desta situação, segundo Jack Capon (1974) deve propiciar uma

assistência física (segurando a mão, etc.), em busca de segurança emocional e

confiança, porem gradualmente essa “muleta” deve ser removida.

Os equipamentos devem ser verificados regularmente para a segurança dos

alunos e “em especial o equipamento de madeira deve ser mantido livre de farpas,

rachaduras etc. Alguns itens do equipamento, como caixas de saltar, pranchas

inclinadas e patinetes, podem ser revestidos com carpete, para maior segurança”

(JACK CAPON 1974, pág.9).

5.4. Processo ensino- aprendizagem

Durante todo o trabalho o orientador das atividades foi nomeado como

professor e não como instrutor, muito embora o profissional que treina atleta seja

visto como tal, neste trabalho cuja a abrangência está em torno da psicomotricidade

e portanto busca-se um desenvolvimento integral do indivíduo, chegou-se a

conclusão de que o termo professor seria mais apropriado. Desta forma estabelece-

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se novas relações entre professor e aluno, passando de uma relação professor-

instrutor e aluno- recruta para a de professor- educador- treinador e aluno –atleta.

A aprendizagem acontece na medida que, segundo Célio José Borges(1987,

pág.97) o aluno

adquiri a capacidade de responder, adequadamente, a uma situação que antes não havia sido enfrentada, empregando-se formas de reação mais eficazes e econômicas. A solução de situações, desde à mais simples às mais complexas.

Sissi(2000) faz algumas orientações para que a aprendizagem seja bem

sucedida na G.R.D., onde o(a) professor(a) deve ensinar os movimentos isolados,

elaborando uma seqüência pedagógica antes de associá-los, partindo do mais fácil

para o mais difícil, iniciando uma aula com exercícios realizados anteriormente com

a finalidade do aluno não se sentir constrangido e aumentando gradativamente o

grau de dificuldade dos exercícios para elevar o seu nível de aprendizagem.

O processo ensino- aprendizagem deve estar presente durante toda a

aplicação dos exercícios e jogos, para tanto a atuação do profissional é de vital

importância, pois “o ato de ensinar requer a orientação, a coordenação e a

manipulação dos meios necessários para a realização da aprendizagem”

(BORGES,1987, pág.96).

O(a) professor(a) deve estar atento(a) aos movimentos dos alunos, pois

segundo Célio José Borges(1987) a aprendizagem do aluno pode ser, somente,

mensurada por meio de observação que revelam modificações no comportamento.

No caso de algum aluno ter dificuldade para assimilar os movimentos, o(a)

professor(a) deve levar os alunos a realizarem os movimentos de olhos fechados,

permitindo que outros sentidos se desenvolvam, a fim de favorecer o processo

ensino- aprendizagem. De acordo com Érica Saur (s.d.), o aprimoramento desses

sentidos através do movimento contribui para a aprendizagem, aumentando o prazer

e a vivência desse movimento e assegura uma maior perfeição e maior rendimento

com o mínimo de desgaste de energias.

Em comunhão com esta idéia Joaquim de Paula(1993, pág.58) ressalta que

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o fato de fechar os olhos, sempre deve ser colocado como uma brincadeira, nunca como uma obrigação, uma condição imprescindível para realização da proposta, apenas uma forma de facilitar o processo. A obrigação pode ser um elemento negativo.

5.5. Características do docente

O(a) professor(a) de G.R.D. que possui uma visão psicomotricista procura

escutar seus alunos, mostrando-se flexível, tomando decisões em conjunto com o

aluno, dando abertura para sugestões de exercícios e jogos e possíveis

intervenções na formação da coreografia, deste modo valoriza “a iniciativa da

criança e o conteúdo de suas idéias” (Borges,1987, pág.110); organiza seu ensino

buscando a solução de problemas, visando não só o físico ou a técnica, mas

preocupa-se com a cognição e a afetividade(atitudes, valores, etc.); seleciona

recursos diversificados que estimulem os sentidos dos alunos (visual, auditivo ou

tátil); não é rígido para corrigir as “falhas” e os “erros”, mas procura aproveitar esses

“erros” para compreender o modo de pensar da criança (BORGES,1987); considera

o respeito mútuo, o afeto e a confiança, permitindo que a criança exerça sua

autonomia (BORGES,1987); Cria situações para acabar com os medos e angústias

da criança, procurando enfrentar de maneira construtiva, essas situações.

(Borges,1987); Reforça o comportamento positivo dos alunos, valorizando os

desempenhos bem- sucedidos ( JACK CAPON, 1974) e sempre tem diante de si o

objetivo da aula.

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CONCLUSÃO

Hoje qualquer brasileiro se orgulha da G.R.D. por ser destaque nas

Olimpíadas de 2000 em Sidinei e por trazer medalha de ouro dos Jogos do PAN

(2003), porém a sua prática nos proporciona valores ainda maiores.

Ao finalizarmos esse trabalho, podemos concluir que apesar de se tratar de

uma modalidade desportiva, a Ginástica Rítmica favorece a prática psicomotora,

pois além dos seus movimentos serem executados naturalmente, a utilização de

materiais permite a criação de movimentos envolvendo assim todo o aspecto motor,

intelectual, emocional e expressivo. Notamos que a prática de exercícios que

desenvolvem o equilíbrio ajuda a moldar o caráter do aluno proporcionando a auto-

confiança, a determinação, a perseverança e outros valores importantes para a sua

vida.

O(a) professor(a) é o(a) grande responsável para facilitar esse processo,

devendo portanto criar um ambiente que estimule o desenvolvimento psicomotor do

equilíbrio. Sendo assim como foi sugerido no capítulo 1 e 2, os exercícios realizados

num ambiente apropriado onde se tem música, ilustrações, espelho e principalmente

o desejo da criança, contribui fortemente para que estes tornem-se uma verdadeira

brincadeira.

Percebemos que a psicomotricidade ajuda o(a) professor(a) no seu

cotidiano, fazendo com que o mesmo tome uma postura dentro da educação

psicomotora e por vezes dentro do olhar terapêutico psicomotor na medida em que

procura-se fazer com que os alunos superem o medo, a angústia, a insegurança etc.

Uma sugestão psicomotora para os técnicos de G.R.D. é que o aprendizado do

movimento seja de modo mais sutil possível, procurando gerar a consciência do

movimento através do lúdico. Ao começar o treino para a apresentação da

coreografia, a postura do educador muda passando a de treinador, observando se

seus atletas estão atingindo os objetivos do código de pontuação da G.R.D. Essa

postura técnica é tomada depois de todo um trabalho psicomotor, acredita-se que

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desta forma facilite o treinamento. Foi também pensando nisso que se adotou como

vimos no capítulo 5 o termo professor- educador- treinador.

Mesmo o(a) professor(a) tomando uma postura mais técnica, este deve

continuar conhecendo seu aluno, visando não só a formação física, mas como o

aluno interpreta o movimento, como ele se relaciona com os outros, como ele se

expressa, respeitando sua individualidade, seu ritmo e o seu tempo.

Podemos realizar diversos exercícios apesar de serem estáticos, não sendo

monótonos para as crianças, como vimos no capítulo1.

Embora a competição não seja uma característica da psicomotricidade,

alguns jogos competitivos foram relatados no capítulo 2, porém não se descarta o

valor dos jogos cooperativos. O objetivo dos jogos competitivos é procurar trabalhar

a postura do vencedor e a do perdedor diante dos outros, sabendo-se que a

Ginástica Rítmica é um desporto competitivo.

Ao identificar os exercícios que desenvolvem o equilíbrio psicomotor, ao

relatar algumas considerações importantes como vimos nos capítulos 1, 2, 3, 4 e ao

analisar a atuação do professor para o benefício dos alunos visto no capítulo 5,

conclui-se que esses são os procedimentos corretos que devem ser observados

para o desenvolvimento psicomotor do equilíbrio na G.R.D.

Sugere-se algumas leituras complementares para um conhecimento maior

sobre este tema como a tese de Livre Docência realizada na Universidade Gama

Filho no Rio de Janeiro por Daisy Barros cujo tema é A Psicomotricidade como

Processo integrativo na Iniciação à Ginástica Rítmica Desportiva.

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ANEXO 1 :

Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10

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Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19

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Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Figura 26

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ANEXO 2:

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós- Graduação “Lato Sensu” em Psicomotricidade

Título da monografia: O procedimento correto para o desenvolvimento psicomotor do

equilíbrio na Ginástica Rítmica Desportiva.

Data da entrega: _____________________________________________________

Avaliação:___________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

______________________________________________.

Avaliado por:________________________________ Grau __________.

__________________,________de _____________________ de ____________.