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SERVIÇO SOCIAL
___________________________________________________
INDIANARA DA SILVA
O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO
_____________________________________________________
TOLEDO-PR
2017
INDIANARA DA SILVA
O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao curso de Serviço Social, Centro de Ciências
Sociais Aplicadas da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná – UNIOESTE, como requisito
parcial à obtenção do grau de Bacharel em
Serviço Social.
Orientadora: Ms Carmen Pardo Salata
TOLEDO
2017
INDIANARA DA SILVA
O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao curso de Serviço Social, Centro de Ciências
Sociais Aplicadas da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná – UNIOESTE, como requisito
parcial à obtenção do grau de Bacharel em
Serviço Social.
Orientadora: Ms Carmen Pardo Salata
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Orientadora – Profa. Ms. Carmen Pardo Salata
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
__________________________________________
Profa. Cleonilda Sabaini Thomazini Dallago
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
__________________________________________
Profa. Diuslene Rodrigues da Silva
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Toledo 13 de dezembro de 2017.
Dedico este trabalho às pessoas que se fizeram
merecedoras durante esta caminhada, em especial à
minha filha Hayna Minnon, pelos momentos em que
dediquei aos estudos deixando de dar-te a atenção
merecida, todo o meu amor e agradecimento. TE AMO
filha.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por todas as vezes que me amparou, guiou meus
passos, me mostrando o melhor caminho a seguir. Sua presença nos momentos mais difíceis
de angústia e sofrimentos nessa trajetória foi indispensável, pois na sua presença eu busquei
forças para conquistar este trabalho que parecia tão distante.
À Universidade Estadual do Oeste do Paraná- UNIOESTE, minha gratidão pelas
possibilidades da aprendizagem da profissão Serviço Social.
Meu especial agradecimento, à minha orientadora, professora, amiga, Ms. Carmen
Pardo Salata, sei que neste momento me faltará palavras para lhe agradecer. Mas em meu
coraçao jamais faltará espaço para você, por toda a paciência nos momentos dificeis para
mim. MEU MUITO OBRIGADA.
Agradeço a meus pais SADIR e mãe TEREZA, pelo carinho, nunca duvidaram de
mim, mesmo distante sei que estavam torcendo, me apoiando, mas minhas decisões, nunca
deixarão de incluir meu nome em suas orações. Muito obrigada, Amo vocês.
Agradeço a você minha filha HAYNA MINNON, que mesmo tão pequena, soube
compreender sua mamãe, me possibilitando silêncio mesmo quando tudo o que queria era
brincar. A sua presença, em minha vida me fortalece cada dia mais. TE AMO.
A você JONES, que em meio às dificuldades que tivemos, não deixou de acreditar em
mim. Meu muito obrigada.
A você meu irmão, Nilson que nunca mediu esforços para me ajudar. Muito obrigada.
Ah! E você o que falar... chorou muitas vezes comigo, passamos bons momentos
juntas, amigas, companheiras, irmã de coração. Ana Cristina, que me amparou muitas vezes,
me fortaleceu do seu jeito, orou incansavelmente por mim, teria muito para te falar, mas deixo
meu coração falar por mim, e em meios a tantas emoções só me vem como é grande meu
AMOR por você.
A todos os meus professores, meu agradecimento pelos conhecimentos transmitidos.
Obrigada a todos.
Às amigas, colegas, companheiras, algumas finalizando juntas esta caminhada, outras
já finalizaram.
Obrigada @ todas(os).
“De tudo ficam três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes
de terminar....
Portanto, devemos: Fazer da interrupção um
caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...”
Fernando Pessoa
SILVA, Indianara da. O Processo de Construção do Serviço Social na Educação. Trabalho
de Conclusão de Curso (Bacharelado em Serviço Social). Centro de Ciências Sociais
Aplicadas. Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Toledo-PR, 2017.
RESUMO
Esta pesquisa tem como tema: O processo de construção do Serviço Social na Educação. O
estudo se justifica pelo fato da educação ser uma política social, um campo de intensas
manifestações das expressões da “questão social”, um espaço sócio ocupacional de assistentes
sociais. O problema de pesquisa se configurou em: Como o Serviço Social na Educação foi
construído? Como objetivo geral buscou-se: Conhecer como se realizou a construção do
Serviço Social na Educação a partir da década de 1930. Os objetivos específicos são: 1-
Conhecer o debate teórico do Serviço Social na Educação; 2- Identificar e interpretar os
artigos referentes ao processo histórico de construção do Serviço Social na Educação,
publicados pela Revista Serviço Social & Sociedade entre os anos de 2010 a 2017. 3-
Conhecer as legislações que dão base para o Serviço Social na Educação. O processo
metodológico da pesquisa é bibliográfico com abordagem qualitativa, sendo que a base
teórica principal se apoia em: Almeida (2000), Behring e Boschetti (2011), Iamamoto e
Carvalho (1982), Vieira (1996), e legislações pertinentes à Educação no Serviço Social pelo
Conselho Federal de Serviço Social - CFESS. Os capítulos estão estruturados da seguinte
forma: Capitulo 1 Concepção de Política Social; subitem 1.1 O Processo Histórico do
Surgimento da Política Social: fundamentos do capitalismo concorrencial e monopolista;
subitem 1.2 Como o Serviço Social foi criado para atender o Estado burguês: da caridade à
racionalização da política social; subitem 1.3 A construção do Serviço Social na educação na
década de 1930. Capitulo 2. Reflexão sobre os artigos do Serviço Social na Educação da
Revista Serviço Social & sociedade entre os anos de 2010 a 2017.
PALAVRAS-CHAVE: Política Social, Serviço Social, Educação.
LISTA DE SIGLAS
CFESS Conselho Federal de Serviço Social
CBAS Congressos Brasileiros de Assistentes Sociais
GT Grupo de Estudos
LBA Legião Brasileira de Assistência
SNAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SESI Serviço Social da Indústria
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10
1 CONCEPÇÃO DE POLÍTICA SOCIAL .......................................................................... 14
1.1 O PROCESSO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA POLÍTICA SOCIAL NOS
FUNDAMENTOS DO CAPITALISMO CONCORRENCIAL E MONOPOLISTA........... 17
1.2 COMO O SERVIÇO SOCIAL FOI CRIADO PARA ATENDER O ESTADO
BURGUÊS: DA CARIDADE À RACIONALIZAÇÃO DA POLÍTICA SOCIAL .............. 20
1.3 A CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO A PARTIR DA
DÉCADA DE 1930 ............................................................................................................... 21
2 IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARTIGOS DO SERVIÇO SOCIAL
NA EDUCAÇÃO DA REVISTA SERVIÇO SOCIAL E SOCIEDADE ENTRE OS
ANOS DE 2010 A 2017 ........................................................................................................... 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 55
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 56
APENDICE A ......................................................................................................................... 58
APENDICE B .......................................................................................................................... 81
ANEXO A ................................................................................................................................ 82
10
INTRODUÇÃO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é resultado de conhecimentos
alcançados durante a realização do curso de Serviço Social e do Estágio Supervisionado em
Serviço Social I e II na Secretaria Municipal da Educação no Município de Toledo-PR, os
quais possibilitaram uma reflexão e visão crítica do cotidiano vivido naquele espaço
institucional. Tal experiência contribuiu para a formação profissional, pela aproximação desse
campo com suas particularidades e delimitações específicas, ou seja, do Serviço Social na
área da Educação.
A Educação na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9394/96 se refere à
Educação de forma ampla como,
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais. (BRASIL, 1996a, s.p.).
Essa nova concepção de educação está presente somente nessa lei 9394/96 (anexo 2)
sendo foi formulada de maneira articulada aos processos de formação, demonstrando que os
mesmos não se restringem apenas às escolas em todos os seus níveis, mas também em outras
esferas e instituições da vida social dos cidadãos, principalmente porque assume o princípio
educativo (inciso XI), que diz respeito à a formação para o exercício da cidadania e para o
trabalho. Na Constituição Federal de 1988 a concepção de Educação se expressa como:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. (BRASIL, 2017b, s.p.).
A escola é o local próprio para se desenvolver a educação formal, isto é, o ensino e a
aprendizagem, considerada fundamental para a vida produtiva e em sociedade.
Essa educação formal é considerada como requisito prioritário para o desenvolvimento
de todo indivíduo em sua vida e no acesso ao mercado de trabalho. Essa é uma condição que
não depende de cor, raça, credo ou etnia.
Ao Estado cabe assegurar às crianças, adolescentes e também aos jovens e adultos que
não concluíram o ensino primário, tenham oportunidades iguais no acesso, na aprendizagem e
permanência sem nenhum custo, conforme afirma a Constituição Federal de 1988:
11
[...] Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a
ela não tiveram acesso na idade própria [...] (BRASIL, 2017b, s.p.)
E é sobre a realidade do Serviço Social na Educação, com ênfase ao seu aspecto
histórico que esta pesquisa apresenta a sua metodologia.
O caminho metodológico da pesquisa é bibliográfico com abordagem qualitativa,
sendo que a base teórica principal se apoia em: Almeida (2000), Behring e Boschetti (2011),
Iamamoto e Carvalho (1982), Vieira (1996) e legislações pertinentes à Educação no Serviço
Social pelo CFESS.
Esta pesquisa tem como tema: O processo de construção do Serviço Social na
Educação. O estudo se justifica pelo fato da educação ser uma política social, um campo de
intensas manifestações das expressões da “questão social”, um espaço sócio ocupacional de
assistentes sociais. O problema de pesquisa se configurou em: Como o Serviço Social na
Educação foi construído? Como objetivo geral buscou- se: Conhecer como se realizou a
construção do Serviço social na Educação a partir da década de 1930. Os objetivos
específicos são: 1- Conhecer o debate teórico do Serviço Social na Educação; 2- Identificar e
interpretar os artigos referentes ao processo histórico de construção do Serviço Social na
Educação, publicados pela Revista Serviço Social & Sociedade entre os anos de 2010 a 2017.
3- Conhecer as legislações que dão base para o Serviço Social na Educação. O processo
metodológico da pesquisa é bibliográfico com abordagem qualitativa, sendo que a base
teórica principal se apoia em: Almeida (2000), Behring e Boschetti (2011), Iamamoto e
Carvalho (1982), Vieira (1996), e legislações pertinentes à Educação no Serviço Social pelo
Conselho Federal de Serviço Social- CFESS.
A estrutura dos capítulos foi organizada da seguinte forma: Capitulo 1 Concepção de
política social; subitem 1.1 O processo histórico do surgimento da política social: nos
fundamentos do capitalismo concorrencial e monopolista; subitem 1.2 Como o serviço social
foi criado para atender o estado burguês: da caridade à racionalização da política social;
subitem 1.3 Como foi construído o serviço social na educação a partir da década de 1930.
Capitulo 2. Identificação e interpretação dos quatro artigos sobre Serviço Social na Educação
da Revista Serviço Social & Sociedade entre 2010 a 2017.
Nesta pesquisa selecionamos quatro (4) artigos sobre Serviço Social na Educação
dentre o total de 30 edições e 396 artigos gerais da Revista Serviço Social & Sociedade
12
publicados entre os anos de 2010 a 2017 (anexo 1) E, os quatro artigos selecionados se
referem ao Serviço Social na Educação, São eles:
Artigo1
Serviço Social e educação popular: diálogos possíveis a partir de uma perspectiva crítica
Serviço Social e educação popular: diálogos possíveis a partir de uma perspectiva crítica.
Resumo: O presente texto tem como objetivo principal retomar o debate acerca da educação
popular enquanto temática e, simultaneamente, estratégia de ação relevante para o trabalho e a
formação profissional do (a) assistente social, visto que ao mesmo tempo em que parece ter
sido submersa do debate teórico-profissional ante o refluxo dos movimentos sociais, está
presente no trabalho de campo desses profissionais, sobretudo porque esse paradigma
educativo visa contribuir com o processo de conscientização e mobilização dos sujeitos
sociais. Palavras-chave: Educação popular. Serviço Social. Formação profissional.
Artigo 2
A educação contemporânea, o combate à pobreza e as demandas para o trabalho do assistente
social: contribuições para este debate.
A educação contemporânea, o combate à pobreza e as demandas para o trabalho do
assistente social: contribuições para este debate. Feliz daquele que transfere o que sabe e
aprende o que ensina. Cora Coralina Simone Eliza do Carmo Lessa*
Resumo: Apresentamos discussão sobre a complexa relação entre a educação como política
pública e a vinculação do Serviço Social a ela, em especial, sua integração à escola pública,
neste momento de crise do capital. Trata-se de um debate relevante e crescente que atrai muita
atenção por seu aprofundamento recente e pela ampliação de vagas na área. Palavras-chave:
Educação. Crise capitalista. Escola pública. Serviço Social.
Artigo 3
Dimensões históricas das relações entre educação e Serviço Social: elementos para uma
revisão crítica.
Resumo:
Este estudo apresenta um conjunto de referências históricas acerca da relação Educação e
Serviço Social, objetivando resgatar interfaces de origem das duas áreas do conhecimento e
perceber como foi se estabelecendo a articulação entre a Educação como política pública e
sua vinculação ao Serviço Social. Tomamos como materialidade investigativa referenciais
teóricos da Educação e do Serviço Social e indicamos que, na constituição histórica das
relações entre ambos, ocorrem significativas mudanças de ênfase nas racionalidades políticas
e nas formas de intervenção, muito embora o debate sobre as proteções sociais e o combate às
13
desigualdades seja uma constante. Palavras-chave: Educação. Serviço Social. Proteção
social.
Artigo 4
Educação, "neodesenvolvimentismo" e Serviço Social: os IFs em questão.
Resumo: Este texto tem como escopo analisar a experiência do curso de Serviço Social no
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) em meio às
transformações contemporâneas, particularmente da realidade brasileira, atentando para o
debate em torno do “neodesenvolvimentismo” e suas inflexões no Serviço Social. A
contradição entre acesso e precarização que caracteriza a educação superior hoje demanda
refletir sobre os desafios postos para a formação profissional e a construção de estratégias
coletivas que venham a garantir conquistas não apenas para a profissão, mas para o conjunto
da classe trabalhadora. Palavras-chave: Educação. Formação profissional. Serviço Social.
Neodesenvolvimentismo. Institutos Federais (IFs).
14
1 CONCEPÇÃO DE POLÍTICA SOCIAL
Neste primeiro capítulo constam os estudos das autoras Behring e Boschetti (2011)
pela pesquisa original na obra Política Social, fundamentos e história, como parte da
biblioteca básica da profissão Serviço Social, um trabalho didático e interdisciplinar.
Esta pesquisa inicia-se com os estudos da origem da política social1. Sendo assim, o
processo social sobre a origem da Política Social não tem um período específico das primeiras
atividades reconhecidas, podendo ter seu desenvolvimento na confluência dos movimentos de
elevação do capitalismo tais como: a Revolução Industrial; a luta de classes e dos
desenvolvimentos da intervenção estatal.
De acordo com Pierson (1991 apud BEHRING; BOSCHETTI, 2011) [...] “a origem
está ligada aos movimentos de massa socialdemocratas, e aos estabelecimentos dos Estados-
nações na Europa Ocidental no final do século XIX” [...]. Porém, de acordo com essas
autoras, sua mundialização situa-se na passagem do capitalismo concorrencial2 para o
monopolista, em especial na sua fase tardia, após a Segunda Guerra Mundial (pós-1945),
estudado no subitem 1.1.
Para as sociedades pré-capitalistas, as forças de mercados não se faziam importantes e
sim, assumir alguns deveres sociais, sem a intenção de garantir o bem comum, contudo,
visava à intenção de garantir a ordem social, como também punir a vagabundagem.
A base das políticas sociais é identificada como ações filantrópicas, com
características assistenciais ao lado da caridade privada. Embora, as características
assistenciais mais elevadas e citadas são as leis inglesas3 que surgiram no período que
antecedeu a Revolução Industrial. Essas leis são de caráter de cumprimento a estabelecer um
“código coercitivo do trabalho de natureza repressiva e não de protetoras”.
1 Política Social: “Supõe sempre uma perspectiva teórico- metodológica o que por seu turno tem relações com as
perspectivas políticas e visões sociais de mundo [...] as políticas sociais e a formatação de padrões de proteção
social são desdobramentos e até mesmo respostas e formas de enfrentamento – em geral setorializadas e
fragmentadas – as expressões multifacetadas da questão social no capitalismo, cujo fundamento se encontra nas
relações de exploração do capital sobre o trabalho”. (BEHRING; BOSCHETTI, 2006, p. 25-51) 2 No Capitalismo concorrencial (1835-1870), preponderam as leis de mercado, e o Estado não interfere nas
relações econômicas, ao menos para quem crê na ideologia. A concorrência diminuiu ou aumentou o preço dos
produtos, criando a capacidade de competição e suas bases teóricas se encontram no liberalismo. No Capitalismo
Monopolista após 1870, o monopólio econômico surge nos Estados Unidos e Alemanha com a criação da
legislação pelo Estado. (VIEIRA, 1992, p. 16). 3 Estatuto dos Trabalhadores, de 1349; Estatuto dos Artesãos (Artífices), de 1563; Leis dos Pobres Elisabetanas,
que se sucederam entre 1531 e 1601; Leis de Domicilio (Settlement Acit), de 1662; Speenhamland Acit, de
1795; Lei Revisora das Leis dos Pobres, ou Nova Leis dos Pobres (Poor Paw Amendment Act), de 1834.
15
De acordo com Castel (1998 apud BEHRING; BOSCHETTI, 2011, p.99), apontar as
regulamentações das leis que se espalharam pela Europa no período que antecedeu a
Revolução Industrial, traziam um caráter comum, tais como:
[...] estabelecer o imperativo do trabalho a todos que dependiam de sua força
de trabalho para sobreviver; obrigar o pobre a aceitar qualquer trabalho que
lhe fosse oferecido; regular a remuneração do trabalho, de modo que o
trabalhador podre não poderia negociar formas de remuneração; proibir a
mendicância dos pobres validos, obrigando-os a se submeter aos trabalhos
“oferecidos”. (CASTEL, 1998, p.99 apud BEHRING; BOSCHETTI, 2011).
Nessa análise algumas leis publicadas até 1795 tinham como função manter a ordem e
impedir a livre circulação da classe trabalhadora, um dos fatores que contribuíram para
retardar a formação do livre comércio da força de trabalho. Em 1834, já na Revolução
Industrial, a Lei dos Pobres influiu na vida dos trabalhadores com um caráter de libertação da
mão- de-obra, que foi fundante para a sociedade de mercado.
Sendo assim, as leis tinham um caráter estruturado, ou seja, eram para obrigar os
trabalhadores que não estava em gozo da profissão, porém com condições de exercê-la. Nas
ações assistencialistas, as leis, tinham um princípio de induzir o trabalhador a se manter do se
próprio suor, ou seja, do seu próprio trabalho.
As leis tinham ligações com o mercado de trabalho, que ofertavam trabalhos forçados,
nas quais garantiam alguns tipos de auxílios mínimos, tais como: alimentação e moradia.
Contudo, não eram poucos os critérios de acesso para conseguir receber os benefícios, para
aqueles que “conseguiam” se encaixar nos critérios para receber os benefícios, eram
obrigados a desenvolver atividades laborativas, que justificasse o benefício recebido.
Nessa análise, as autoras explicam que as leis já citadas, além de estabelecer os
critérios, realizavam distinções entre os pobres, “merecedores” e “não merecedores”4. Os
então considerados “merecedores” eram assegurados por algum tipo de assistência
minimalista e restritiva, num processo de dever moral e cristão de ajuda, não se configurava
na perspectiva de direito.
Em 1795, foi instaurada a Lei Speenhamland, com um caráter diferenciado das
demais. Enquanto as outras leis estabeleciam um caráter coercitivo, esta lei estipulava
4 Merecedores: aqueles comprovadamente incapazes de trabalhar a alguns adultos capazes considerados pela
moral da época como pobres merecedores, em geral nobres empobrecidos.
Não merecedores: todos que possuíam capacidade, ainda que mínima, para desenvolver qualquer tipo de
atividade laborativa. (BEHRING; BOSCHETTI, 2011, p. 49).
16
pagamentos, uma espécie de bônus salariais, cujo valor se baseava no valor do pão. Castel
(1998, p.178) apud Behring; Boschetti, (2011) nos coloca que:
[...] Diferentes das leis dos Pobres, a Speenhamland garantia assistência
social a empregados ou desempregados que recebessem abaixo de
determinado rendimento, e exigia como contrapartida a fixação do
trabalhador, pois proibia a mobilidade geográfica da mão- de obra.
(CASTEL 1998, p.178 apud BEHRING; BOSCHETTI; 2011).
Para Polanyi (2000, p.100 apud BEHRING; BOSCHETTI, 2011), essas iniciativas da
Lei Speenhamland, não passou de uma forma de resistência à implantação da sociedade ao
mercado de trabalho, visando que sua implantação. Na época assegurava aos trabalhadores
podres com uma renda mínima, ao qual não levava em consideração seu ganho como
trabalhador assalariado. Esta lei ainda permitia minimamente o trabalhador “negociar” sua
força de trabalho, impondo limites ao mercado de trabalho, ainda que sem muitas influencias.
Em 1834, a Lei Speenhamland foi revogada, porem nomeada com outro nome, ou
seja, neste período esta lei passou a ser chamada de Leis dos Pobres.
De acordo com as autoras, a Leis dos Pobres, fez um marco no predomínio de
capitalismo, do primado liberal do trabalho ao qual proporcionava fonte única e exclusiva de
renda. Sendo assim as autoras nos colocam que:
[...] A nova Lei dos Pobres revogou os direitos assegurados pela Lei
Speenhamland, restabelecendo a assistência interna nos albergues para os
pobres “inválidos”, reinstituiu a obrigatoriedade de trabalhos forçados para
os pobres capazes de trabalhar, deixando à própria sorte uma população de
pobres e miseráveis sujeitos a “exploração sem lei” do capitalismo
nascente[...]. (BEHRING; BOSCHETTI, 2011, p.50).
Contudo, foram legislações sociais pré-capitalistas com caráter coercitivo e punitivo
que se manifestava na assistência social do trabalho forçado.
No auge da Revolução Industrial, obtivemos o “abandono” dessas medidas
constrangedoras e coercitivas vista como protetivas, ou seja, no período da Revolução
Industrial foi concedido aos pobres à servidão da liberdade sem proteção, plena a junção do
trabalho ou capital, manifestando-se assim o pauperismo decorrente da conhecida “questão
social”5.
5 “Questão social’ para Netto Segundo Netto (2001, p, 42), a expressão “questão social”, surge como
denominação do fenômeno do pauperismo da população trabalhadora na Europa Ocidental que vivia os impactos
da Revolução Industrial que teve início na Inglaterra por volta do século XVIII. Netto afirma, que pela primeira
vez na história registrada, à medida que aumentava a capacidade social de produzir riquezas, crescia a pobreza,
17
1.1 O PROCESSO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA POLÍTICA SOCIAL NOS
FUNDAMENTOS DO CAPITALISMO CONCORRENCIAL E MONOPOLISTA
A política social e a política econômica estão associadas com o crescimento do
capitalismo. Porém de qual capitalismo estamos nos referindo? Do capitalismo concorrencial
ou monopolista? Nesta abordagem observa-se o trabalho de análise de dois autores, como:
Vieira (1992) e Netto (1992).
De acordo com Vieira (1992), qualquer exame da política econômica e da política
social deve fundamentar-se no desenvolvimento contraditório da história. Este autor observa
que é possível ver de forma nítida as vinculações das políticas sociais com a acumulação do
capitalismo.
Assim, a acumulação do capital tem como base a política econômica e a política
social, porém, ao utilizar o termo “acumulação” voltada para o sentido de concentração, leva à
compreensão aos títulos de riqueza. Ainda, as diferentes revoluções industriais, favoreceram a
passagem do pequeno proprietário para uma longa sociedade de proletários.
Vieira (1992) nos traz que várias fontes da riqueza burguesa concentraram-se da
acumulação primitiva de transferência da propriedade de pequeno porte para produtores de
grande expansão burguesa. Sendo assim o autor afirma que:
[...] se toda acumulação do capital se expressa como processo histórico, à
acumulação primitiva representa o processo histórico destinado a separa o
produtor dos meios de produção, começando pelo produtor agrícola.
(VIEIRA, 1992, p. 15).
Neste período (meados do século XIX), a livre concorrência foi interrompida na
Inglaterra durante a Revolução Industrial, o que estava em alta era a acumulação primitiva do
capital, e as primeiras batalhas contra os monopólios foram conduzidos pelo mercantilismo.
Diante dessa realidade, Vieira (1992, p.16) afirma que [...] tal preceito fez razão e
explicação dos fatos econômicos e sociais, quando a acumulação acelerada do capital alargou
a concentração e a transferência da riqueza [...]. Com este processo no século XIX, a história
econômica registrou os primeiros vestígios do capitalismo concorrencial, ou seja, ele se deu
devido à forma acelerada do capital, ou somou-se às abundantes forças de trabalho com os
amplos recursos das novas máquinas.
tornando-se claro para os observadores da época, independentemente de sua posição ídeo - política, que se
tratava de um novo fenômeno.
18
Foi no capitalismo concorrencial que as leis de mercado foram validadas e as leis do
Estado não concebiam interferência nas relações econômicas. E, com as leis de mercado
predominando, as grandes ofertas de mercadorias forçaram os preços a cair.
Para Vieira (1992), o capitalismo concorrencial tem suas bases teóricas fundamentadas
no liberalismo e é presente no governo civil. E demonstrou limitação em um governo civil,
isto é, em sua forma soberana.
Em sua análise, Netto (1992), destaca que houve profundas modificações ocorridas no
último quartel do século XIX, na estrutura social e nas políticas das sociedades ocidentais, nas
quais estavam envolvidas, ou seja, este período histórico caracteriza de que forma o
capitalismo concorrencial antecedeu o capitalismo monopolista.
O autor faz um importante destaque na constituição da organização monopólica
obedecendo a uma organização, ou seja:
[...] Essa organização- na qual o sistema bancário e creditício tem o seu
papel econômico-financeiro substantivamente redimensionado- comporta
níveis e formas diferenciados que vão desde o “acordo de cavalheiros” à
fusão de empresas, passando pelo pool, o cartel, e o truste. (NETTO, 1992,
p. 16).
Neste sentido, a organização monopólica introduz na economia capitalista um amplo
campo de finalidade, tais como: os preços de mercadorias, as taxas de lucros, as taxas de
acumulação elevadas, os investimentos concentrados nos setores de mais concorrência, a alta
procura dos trabalhos com tecnologias, deixando de lado o trabalho vivo como também os
altos custos de mercadorias para vendas.
Na análise de Netto (1992), o capitalismo monopolista encontrou base em dois outros
elementos típicos da monopolização: a super capitalização, ou seja, o capital acumulado teve
dificuldades de valorizar-se. O segundo elemento é o parasitismo, que se destaca na vida
social por razões do desenvolvimento do monopólio nascente.
O parasitismo foi um meio de engendrar a oligarquia financeira ao separar a
propriedade da gestão dos grupos monopolistas.
Contudo, o capitalismo monopolista em razão da sua forma de ser dinâmico e
contraditório facilita as condições para capturar o Estado. De que forma este processo é
realizado? O autor afirma que:
[...] ao buscar legitimação política através do jogo democrático, é permeável
às demandas das classes subalternas, que podem fazer incidir nele seus
interesses e suas reinvindicações imediatas. E que este processo é todo ele
19
tensionado não só pelas exigências da ordem monopólica, mas pelos
conflitos que esta faz dimanar em toda a escala societária. (NETTO, 1992, p.
25).
A pressão da burguesia ascendente influiu para a formação do Estado no novo
processo econômico capitalista, ou seja, as intervenções do recente Estado Nacional, no modo
burguês, nos demonstram vestígios de um Estado coercitivo.
Com essa nova formatação do Estado, Netto observou que a interferência na economia
acorre de forma pontual no modo concorrencial. Posteriormente esse Estado interfere no
mercado por necessidade de arbitrar com as legislações pertinentes pela formação dos grandes
monopólios, assumindo múltiplas funções. Inclusive, garantindo a base (energia e matéria
prima) com custo muito baixo para a instalação e funcionamento dos grandes monopólios,
dividindo até as perdas dos mesmos.
Assim, o Estado realiza investimentos de forma direta e indireta, criando os fundos
públicos para projetos de médio e longo prazo bem como administrando e interferindo nas
crises do próprio capitalismo. Com isso cria-se organicamente um elo entre o monopólio e as
instituições do Estado, configurando a valorização fundamental do capital monopolista,
interferindo e garantindo a preservação da força de trabalho tanto ocupada quanto excedente.
Ainda, o Estado não só fornece a base para a implantação e funcionando dos
monopólios, mas, assegura aos mesmos a transferência dos recursos públicos e de forma
contraditória garante a manutenção dos trabalhadores por meio da previdência e segurança
social.
Então, o Estado passa a mediar o capital e o trabalho, é uma relação social. Observa-
se aqui a dimensão sociopolítica desse Estado que passa a garantir em âmbito cívico os
direitos dos trabalhadores.
Constitui-se dessa forma a base exigida para que os mesmos se organizem em suas
reinvindicações, condição essa plenamente aceita pela política democrática. Nesta dimensão a
análise de Netto (1992) observa que as sequelas da “questão social”6 se colocam como alvo de
políticas sociais. O Estado burguês consegue administrar as expressões da ‘‘questão social’’,
de forma a atender as exigências das ordens monopólicas. (NETTO, 1992, p. 25-26).
6 Segundo Netto (2001, p, 42), [...] a expressão “questão social”, surge como denominação do fenômeno do
pauperismo da população trabalhadora na Europa Ocidental que vivia os impactos da Revolução Industrial que
teve início na Inglaterra por volta do século XVIII. Netto afirma, que pela primeira vez na história registrada, à
medida que aumentava a capacidade social de produzir riquezas, crescia a pobreza, tornando-se claro para os
observadores da época, independente de sua posição ídeo - política, que tratava-se de um novo fenômeno.
20
1.2 COMO O SERVIÇO SOCIAL FOI CRIADO PARA ATENDER O ESTADO
BURGUÊS: DA CARIDADE À RACIONALIZAÇÃO DA POLÍTICA SOCIAL
Como profissão o Serviço social, situa-se na sociedade com um tipo de especialização
do trabalho coletivo na divisão social do mesmo, de acordo com as orientações teórico-
metodológicas. Esta é uma caraterística desta profissão no sistema capitalista. Trabalhando
com as contradições entre capital e trabalho, e as desigualdades sociais geradas pelo sistema
vigente, busca dar respostas para as demandas dos trabalhadores, mediada pelo Estado
burguês. (IAMAMOTO; CARVALHO, 2013, p. 77).
O Serviço Social se gesta e se desenvolve como profissão reconhecida na
divisão social do trabalho, tendo por pano de fundo a desenvolvimento
capitalista industrial e a expansão urbana, processos esses aqui apreendidos
sob o ângulo das novas classes sociais emergentes – e das modificações
verificadas na composição dos grupos e frações de classes que compartilham
o poder de Estado em conjunturas históricas especificas. É nesse contexto,
em que se afirma a hegemonia do capital industrial e financeiro, que emerge
sob novas formas a chamada “questão social’’ a qual se torna a base de
justificação desse tipo de profissional especializado [...]. (IAMAMOTO;
CARVALHO, 2013, p.83).
O Estado passa a ser o mediador nesse sistema capitalista, assim intervém entre o
proletariado e a burguesia, além da caridade e repressão. Sendo assim, o Estado estabelece
não somente a regulamentação, como também na organização e nas prestações de serviços
sociais, para que haja um novo enfrentamento da questão social7.
Nesta perspectiva, os autores afirmam que:
[...] O Estado busca enfrentar, também, através de medidas previstas nessas
políticas e concretizadas na aplicação da legislação e na implementação dos
serviços sociais, o processo da pauperização absoluta ou relativa do
crescente contingente da classe trabalhadora urbana, engrossado com a
expansão industrial, como elemento necessário à garantia dos níveis de
produtividade do trabalho exigido nesse estágio de expansão do capital [...].
(IAMAMOTO; CARVALHO, 2013, p. 84).
Neste sentido, Iamamoto e Carvalho (2013) nos coloca que, na medida em que as
forças produtivas se desenvolvem dentro da divisão do trabalho os seus resultados são
7 Os autores conceituam e interpretam a questão social como sendo as expressões do processo de formação e
desenvolvimento da classe operária a partir do seu ingresso no cenário político da sociedade, em que a mesma
contribui com seu cotidiano e suas relações sociais, onde o proletariado passa a ser uma mercadoria a partir do
momento que vende sua força de trabalho. (IAMAMOTO. CARVALHO, 2013, p. 84)
21
alterados. Assim, as formas e o grau de exploração da força de trabalho são modificados,
porém, ao modificar-se a direção da classe dominante, e sua forma de agir, diante da questão
social, faz com que os jogos de interesses econômicos são defendidos por aqueles grupos que
mantem os mesmos objetivos.
A caridade que é praticada com frequência pela classe dominante e polo Estado em
suas diferentes formas para com a sociedade tem como base principal os interesses
econômicos. Aqui temos a importante presença do Estado atuando sobre as sequelas do
próprio sistema de produção capitalista, demonstrando as suas contradições.
Nesse cenário é que o Estado e as ordens religiosas mantêm seus programas de
filantropia, onde agentes sociais desenvolvem trabalhos de intervenção na sociedade da época.
Foi então que na década de 1930 o trabalho social dessas agentes sociais, aliado ao clero,
desenvolvem programas específicos em instituições sociais, escolas de ensino primário e
creches dos grandes centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo.
As primeiras experiências do serviço social na educação foram baseadas em atividades
religiosas e moralizantes na década de 1930, quando apenas agentes sociais, senhoras da
sociedade realizavam intervenções e no subitem 1.3 particularizamos o início do Serviço
Social na Educação.
1.3 A CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO A PARTIR DA DÉCADA
DE 1930
Como o Serviço Social foi regulamentado com legislação federal especifica (lei/1957),
a transição de 1930 a 1957 se deu por meio das primeiras escolas de Serviço Social em 1936
(São Paulo) e 1937 (Rio de Janeiro).
Esta profissão realizou suas primeiras intervenções na Educação como um campo de
trabalho a partir de 1946, o que objetivou a necessidade de assistentes sociais nessa área. Em
suas análises, os autores consideram importante a conjuntura das dimensões socioeconômicas,
política e ideológica daquele período.
Assim, a análise inicia-se pela industrialização crescente no capitalismo monopolista
que exigia mão de obra qualificada, sendo que esta não era viabilizada pelo Estado até aquele
momento.
Foi após 1946, no Governo de Dutra que o sistema de ensino profissionalizante
paralelo ao ensino público secundário (hoje Ensino Médio) foi instituído. Esse tipo de ensino
teve como objetivo, fornecer à indústria mão de obra qualificada, sendo que esse aprendizado
22
industrial ficou a cargo de organizações privadas do Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial - SENAI8 e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC. Esta forma de
ensino envolvia os alunos mais pobres pelo fato de que os mesmos recebiam salário para
estudar, criando o estigma de “escola de pobres”.
Ainda em 1946 o Brasil elabora sua quinta Constituição Federal sendo considerada
como “a mais democrática” até então, assim, na Educação em seu artigo 5°, parágrafo 15°,
alíne, fica garantida pela primeira vez à União, legislar sobre as “Diretrizes e Bases da
Educação Nacional” – (Brasil, 1946).
Entretanto, essa legislação somente foi atualizada e se concretizou quinze anos após,
em 1961, pois desde o princípio de sua elaboração, [...] o projeto original das Diretrizes e
Bases da Educação Nacional esbarrou na correlação de forças representada pelas diferentes
posições político-partidárias que tinham lugar no Congresso Nacional [...] (SAVIANI, 1987,
p. 49).
Mas, o motivo principal de não se legislar sobre a educação teve como base a relação
de força entre os latifundiários das fazendas de café (São Paulo), das bacias leiteiras (Minas
Gerais) e as indústrias do Rio de Janeiro e São Paulo que se revezavam no comando da nação.
Neste sentido o poder do capital oscilava entre esses estados e a educação comum
(alfabetização) não era prioridade. Portanto, a educação atendeu apenas uma parcela da
população, aquela cooptada pelo sistema de produção capitalista.
Assim, na década de 1930, uma nova era é marcada pelo modelo corporativista e por
uma nítida política industrialista após a mudança do eixo rural para o urbano das grandes
cidades.
A participação da burguesia industrial na gestão do Estado é constante no quadro
corporativo, via entidades representativas, que indicam pessoas de órgão competente para
planejar e programar as políticas estatais.
A consolidação industrial, amparada numa aliança com as forças políticas e
econômicas ligadas à propriedade rural, traz um caráter não antagônico de suas contradições
ao nível econômico e político. O afluxo continuado de populações advindas da agricultura
altera a composição política e social da cidade. E a utilização delas é um elemento dinâmico
8Em 1942, é criado o SENAI, com o objetivo de organizar e administrar nacionalmente escolas de aprendizagem
para industriários. Atribuindo à Confederação Nacional da Indústria a função de geri-lo. Está entre as primeiras
instituições a incorporar e teorizar o Serviço social, não apenas enquanto serviços assistenciais corporificados,
mas enquanto “processos postos em prática, para a obtenção de fins determinados”, utilizando para tal as práticas
e as técnicas de Caso e de Grupo. (IAMAMOTO; CARVALHO, 1983, p.268)
23
que a estrutura corporativista canaliza para o fortalecimento de seu projeto, neutralizando seus
componentes autônomos e revolucionários. Os autores afirmam que:
A Legislação Social tem papel essencial nessa integração ao regulamentar e
disciplinar o mercado de trabalho, trazendo o avanço da subordinação do
trabalho ao capital. A repressão varguista ataca os componentes autônomos e
revolucionários do proletariado e, sobre tudo aquilo que ameace fugir aos
canais institucionais criados para absorver e dissolver esses movimentos
dentro da estrutura corporativa. (IAMAMOTO; CARVALHO, p. 11, 1983).
Sendo assim, o Estado, faz a integração como também uma mobilização controlada
dos trabalhadores urbanos via incorporação burocrática das reivindicações. Ao se encontrar
em paz, o Estado corporativo sugere a construção constante de novas instituições, tais como:
o Seguro Social, o salário mínimo, Assistência Social, Justiça do Trabalho, dentre outras de
interesse da classe trabalhadora.
Após Segunda Guerra Mundial, surgiram as maiores instituições sociais relacionando-
se ao aprofundamento das contradições da realidade, à crise política e social que desencadeio
a desagregação do Estado Novo. E logo após 1939, tem-se um resgate do aprofundamento
capitalista, ou seja, esta se focaliza na expansão da produção industrial, atividades produtivas
e agro exportação, ao qual se exige do Estado maior intervenção no mercado de trabalho.
Então, é o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI que em 1946 dá resposta às
demandas básicas da qualificação de mão de obra necessárias a essa expansão industrial.
Em seguida, o governo federal institui a primeira campanha assistencialista de âmbito
nacional a partir da criação da Legião Brasileira de Assistência-LBA, que foi organizada em
sequência da Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de dar amparo às famílias dos
convocados por aquela guerra.
Com o tempo, a LBA passou a atuar praticamente em todas as áreas de assistência
social. Nesse caminho, a mesma se constituiu como de grande impacto para a reorganização e
incremento do sistema privado e para o desenvolvimento do Serviço Social.
Iamamoto e Carvalho (1983 p. 11) nos trazem que neste período,
[...] houve uma tentativa de implantação do Plano Beveridge nos países
capitalistas periféricos, as instituições sociais e assistenciais foram de grande
importância neste processo. A construção de um novo modelo de dominação
política dentro de uma conjuntura nacional e internacional dinâmica apontam
constantemente pontos críticos que devem ser enfrentados e onde as opções
serão o reforço ao assistencialismo como instrumento político. Estão postas
assim, as bases para o Welfare State, ou seja, para o Estado de Bem-Estar.
(IAMAMOTO; CARVALHO, 1983 p. 11).
24
Em 1946 é criado o Serviço Social da Indústria - SESI, com a função de organizar,
planejar e executar medidas que contribuam para o bem estar dos operários da indústria.
Tendo fundamentação na experiência do SENAI, a implantação do SESI faz parte da
evolução da posição do empresariado em relação à “questão social” que se aprofunda no pós-
guerra.
Ainda neste período de 1946, oficializada por Decreto-Lei da presidência da
República, a Fundação Leão XIII, como primeira grande instituição assistencial com o
objetivo explícito de atuação ampla sobre os habitantes das grandes favelas do Rio de Janeiro,
principalmente no grande centro urbano, onde o Partido Comunista se torna força política nas
eleições de 1946. Essa instituição conta com forte apoio institucional do Estado e da Igreja
Católica para coordenar os serviços assistenciais a serem prestados à população.
De acordo com SAVIANI (1987, apud SANTOS, 2013), neste período, no Brasil, era
formulada a quinta Constituição Federal, vista como a mais democrática da época. Através
desta Constituição que a Educação foi vista pela primeira vez em seu artigo 5°, parágrafo 15°,
alínea d, que contou com a garantida da União, legislar sobre as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Brasil, 1946).
Portanto, a legislação só foi reconhecida após quinze anos, Santos (2013) analisa que
que:
Entretanto, essa legislação somente se concretizou quinze anos após, em
1961, pois desde o princípio de sua elaboração, “o projeto original das
Diretrizes e Bases da Educação esbarrou na correlação de forças
representadas pelas diferentes posições político-partidárias que tinham lugar
no Congresso Nacional”. (SANTOS, 2013, p 22).
Neste sentido, o comando da Educação ficou sob a responsabilidade da oligarquia
rural e industrial, que dominavam esta fase. Neste tempo então, as diretrizes da educação
eram destinadas a população de acordo com as suas necessidades.
O capital demonstrou o seu poder, ou seja, os latifundiários das fazendas de café (São
Paulo), das bacias leiteiras (Minas Gerais) e das indústrias do Rio de Janeiro e São Paulo,
predominavam no revezamento da política e no poder da nação.
Sendo assim, a comunidade era alfabetizada, na medida das necessidades do
capitalismo, assegurando o próprio sistema. E, dentro, desta conjuntura histórica e político-
partidária, é que a profissão Serviço Social iniciou-se dentro do contexto ideológico
positivista.
Para Santos,
25
[...] é importante destacar que na história do Serviço Social, a prática
profissional na educação iniciou-se na década de 1940, inserida nessa
sociedade ideologicamente positiva. A profissão não tinha regulamentação
federal- e tanto os fundamentos teóricos quanto as competências e
atribuições ainda não haviam sido formulados. (IAMAMOTO apud
SANTOS, 2013, p 23).
A autora afirma que os traços de experiência profissionais na educação constituíram
suas bases na Fundação Católica Leão XIII9, que implantou os Centros de Ação Social- CAS,
que desenvolveu seu trabalho em diversas áreas, entre elas o Serviço Social. Porém:
[...] nesse período, o Serviço Social passa a desenvolver uma ação político-
assistencial junto aos trabalhadores de fábricas contrapondo-se à sua
organização autônoma – os sindicatos. O respaldo institucional legal e
político entre Estado e Igreja Católica deram sustentação ao Serviço Social
mediante legislação federal, consolidando também o controle sobre a
população semi-escolarizada das favelas. Observa-se que neste período o
comunismo já influenciava ideologicamente parcelas da população
trabalhadora brasileira, inclusive com a criação do Partido Comunista do
Brasil em 1922. Essa ideologia bem como sua representação partidária já
disputava projetos e para o Serviço Social era compreendido como uma
ideologia “exótica”. (IAMAMOTO apud SANTOS, 2013, p. 24).
Portanto, o trabalho de assistentes sociais no campo da educação dos Centros de Ação
Social foi destinado às escolas públicas, à escola maternal, jardim de infância, escola
primária, ensino pré-vocacional, biblioteca e círculos de palestras. Assim, a educação popular,
assumiu uma atitude diversificada, entre elas: educação sanitária, educação alimentar,
educação sexual, educação religiosa, programa de prevenção das doenças venéreas, e cursos
de imunização contra doenças infecciosas e gerais. Nessa época esse trabalho era de auxílio
aos médicos e enfermeiras.
Essa realidade foi sendo modificada no exercício da profissão serviço social ao longo
dos anos, isto é, à medida que o projeto profissional foi alterando-se com maior maturidade e
assumindo uma nova ideologia.
A partir da década de 1960 nas relações mercantis da sociedade brasileira, houve um
processo de mercantilização das relações sociais como uma necessidade dos fundamentos da
lógica do capital, foi um processo de valorização de uma nova sociedade com base na
economia: o homem passa a ser valorizado pelo que produz no trabalho e não pelo que ele
sabe.
9 Surge em 1946 cujo convênio entre a Prefeitura do Distrito Federal (RJ), Ação Social Arquidiocesana e
Fundação Cristo Redentor. Deverão “trabalhar pela recuperação das populações das favelas do Rio de Janeiro”,
tendo em vista à extrema “precariedade material e moral" que estas atravessam. (IAMAMOTO. 1982, p. 289)
26
As políticas sociais de forma geral, inclusive a de educação passaram a ser concebidas
como resultado desse processo de mercantilização do próprio sistema de produção capitalista.
Observamos que a educação tem um caráter ontológico, ele transforma sua
consciência à medida que trabalha a natureza, por tanto esse caráter possui uma dimensão
constitutiva dos modos de existência humana, na organização da vida em sociedade.
Sendo assim, refletir sobre a mercantilização das relações sociais como uma opção da
própria lógica do capital, obtendo-se assim, a Educação como resultado desse processo.
A historicidade dessa dinâmica, não pode ser perdida de vista, ou seja, não pode
subverter o pensamento sobre a atualidade dos limites impostos por uma de suas opções
históricas.
O longo período da educação revela um conjunto de articulações de instituições que se
ocupam de diferentes funções socializadoras, tais como: as famílias, as instituições religiosas,
os movimentos associativos entre outras, ao lado da escola contribuem para a constituição do
amplo e diversificado campo educacional.
Essas instituições sofreram profundas transformações em suas funções educativas, e
foi essencialmente a partir das necessidades de expansão do próprio capital.
A aprovação da educação no capitalismo, fez com que se elevasse o patamar do campo
de regulação por parte do Estado, não eliminando o caráter ontológico da educação e nem
restringindo a sua dimensão escolarizada. Portanto, enfatizamos a importância dessa
abordagem para a compreensão da relação entre política e educação.
Para Iamamoto (1983), não se trata apenas de pensarmos a educação escolarizada, mas
também, polarizada pelas disputas das classes sociais. O vínculo com os demais processos
que constituem a educação como dimensão da vida social, sob o sistema do capital tende a
integrar-se à lógica da mercadoria.
É indispensável, pensar que toda educação tem uma função política e que sob o
capitalismo se organizou um tipo novo de intervenção e um esforço de controle da vida social,
em especial da educação atrelada à qualidade de política pública e, por essa mesma razão, à
qualidade de direito social. Ressaltamos, portanto, a complexidade adquirida por essa
instância, que denominamos de educação. E que, ao se articular organicamente à reprodução
da vida social no modo de produção capitalista, passa a ser determinada pelas contradições
inerentes.
Conforme a primeira obra sobre o “Serviço Social na Educação” do CFESS (2001), a
educação que se busca, não se restringe à educação escolarizada, organizada sob a forma de
política pública, entendendo que as condições de vida da sociedade capitalista se encerram a
27
dimensão pública que mediatiza, de forma institucional e contraditória, o direito ao acesso aos
bens e equipamentos culturais de nosso tempo.
Visto assim, uma educação escolarizada ao passo de se constituir em expressão de
dominação e controle do capital ao mesmo tempo é objeto das lutas das classes subalternas
pela sua emancipação política.
O campo de luta política e de disputa pela direção dos projetos societários e
educacionais determina na sociedade capitalista a possibilidade de diferentes contornos da
relação do Estado com a sociedade civil.
A vinculação entre a educação escolarizada e o mundo do trabalho não se dá de forma
imediata e mecânica, ou seja, é necessário conhecer como as mediações são construídas. Isto
é, o que as determina é fundamental para situar os projetos e práticas sociais que atravessam e
compõem o universo educacional.
Visto assim, ao longo dos anos de 1990, observaram-se duas realidades: primeiro, a
diminuição dos postos de trabalho, reconheceu-se o desemprego como um fenômeno
estrutural do capitalismo. Segundo, como também se constatou uma enorme expansão do
ensino superior privado no país, em termos de abertura de vagas ou de instituições.
Para os assistentes sociais é vital pensar a sua atuação na política educacional, envolve
a compreensão da dinâmica e complexidade deste campo de atuação do Estado e da sociedade
civil, sendo necessário refletir sobre a atuação dos mesmos de forma mais ampla e não apenas
no interior das escolas.
Pensar essa inserção dos assistentes sociais exige identificar que a política educacional
engloba diferentes níveis e modalidades de educação e ensino conforme estabelece a Lei de
diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96).
A educação é composta pela educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e
educação de jovens e adultos; a educação profissional; a educação superior e a educação
especial.
A organização e a execução desses diferentes níveis de educação e ensino cabem ao
Estado em seus três níveis de atuação: a união, os estados e os municípios, sendo que cada um
deles tem responsabilidades diferenciadas. Observa-se a dimensão de totalidade na política
educacional a partir desse desenho institucional, isto é, na relação entre o mundo da cultura e
do trabalho, ou seja, constitui então uma dinâmica entre as esferas da produção e da
reprodução social.
Os assistentes sociais devem, ao mesmo tempo, tomar a política educacional como um
modo historicamente determinado de oferta e regulação dos serviços educacionais. Isto ocorre
28
de diferentes formas no trabalho coletivo e modalidades de cooperação entre os profissionais
que atuam nesta área.
Assim devem visualizar a educação como um fenômeno social, cujas práticas e seus
sujeitos envolvem processos que embora se relacionem com a política educacional a ela não
necessariamente se circunscrevem.
Pensar a educação para além da política educacional é deste modo, outra exigência
posta aos assistentes sociais e que requer um olhar sobre a própria dimensão educativa de sua
intervenção.
Desta forma se constitui em processos mais amplos e não necessariamente vinculados
a essa área de atuação do Estado via política social. Em síntese, a dimensão educativa que
caracteriza um infindável universo de práticas sociais e experiências profissionais não
necessariamente configura um elemento justificador do pertencimento ou proximidade dessas
atuações à política de educação.
Para o CFESS (2011) em “Subsídios para o Debate sobre Serviço Social na Educação”
existe, porém, situações ao qual têm revelado a necessidade de atuação dos assistentes sociais
no ensino fundamental, numa área específica da política educacional. Estas situações,
resgatando a perspectiva de abordagem que norteia esta reflexão, podem ser compreendidas a
partir das expressões atuais da questão social na educação, em seu sentido mais amplo já
referido, assim como em sua dimensão mais particular, a política educacional.
A reflexão sobre o serviço social na educação vem se configurando, ao longo da
história de constituição da profissão. É uma demanda desde a década de 1930 por
profissionais do Serviço Social, marcada por significativos e importantes avanços.
Entretanto, essa é uma área permeada por muitas dificuldades e incertezas,
principalmente na política social de educação e na socialização do debate acumulado entre a
categoria profissional.
Os assistentes sociais estão presentes na área da educação desde a década de 1930,
portanto, a partir da origem dos processos sócio- históricos constitutivos da profissão. Mas é a
partir da década de 1990, com o amadurecimento do projeto profissional, que o serviço social
na educação ganha maior espaço desses profissionais.
Desde 1995 os trabalhos inscritos nos Congressos Brasileiros de Assistentes Sociais,
tornaram-se uma das maiores referencias do processo histórico que contribuíram com o
serviço social na educação.
A discussão do serviço social na educação não foi com o mesmo ritmo em todos os
estados brasileiros, sua consolidação foi gradativa com particularidades especificas.
29
Entretanto, a agenda da categoria profissional, principalmente o Conselho Federal do Serviço
Social- CFESS e os regionais Centros de Referencias Especializado do Serviço Social-
CRESS iniciaram estudos específicos por meio de comissões Temáticas da Educação, o que
favoreceu a expansão dos trabalhos na área do Serviço social na educação.
Em 2001, Assistentes sociais realizaram o 30º Encontro Nacional do Conjunto
CFESS-CRESS em âmbito nacional e neste mesmo ano, foi organizado o primeiro grupo de
estudos de Serviço Social na Educação. E qual foi o seu objetivo? Foi iniciar o processo de
discussão para contribuir com os estudos que já estavam adensando o cenário nacional.
Foi produzido um documento no qual se fundamentou alguns eixos: qual a função
social da escola, a educação enquanto um direito social, qual a contribuição do Serviço Social
para se garantir o direito à educação e a escola como instância de atuação dos assistentes
sociais.
Os Encontros Nacionais de 2002 em Brasília (DF) e 2003 em Salvador (BA)
encaminharam demandas da categoria, por se entender a necessidade de mapear as discussões
na inserção dos assistentes sociais na educação. No entanto, o 33º e o 34º Encontros
Nacionais, de 2004 e 2005, servirão como base para a construção dos parâmetros nacionais,
com início do levantamento das produções acadêmicas e cientificas já existentes nas
diferentes regiões.
Para Almeida (2011), é muito importante conhecer a origem do serviço social na
educação e principalmente conhecer a necessidade da intervenção de assistentes sociais nessa
área. Considerando que a educação é de fundamental importância para a classe trabalhadora
em razão das lutas sociais e principalmente pelos seus direitos sociais.
Mais importante que as legislações da política educacional10 é o processo sócio
histórico da educação em suas mudanças institucionais resultantes das crises da sociedade do
capital.
Ao estudarmos sobre o impacto das diretrizes do Banco Mundial no campo
educacional brasileiro observou-se que houve uma condução externa que garantiu a aprovação
da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB, em 1996. Foi um marco que
balizo o confronto entre projetos educacionais distintos que conviviam entre si até aquele
momento.
10 O Plano Decenal de “Educação para Todos”, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização dos Profissionais do Magistério
(FUNDEF) e a proposta governamental de Plano Nacional de Educação (PNE) expressam uma trajetória de
acirradas disputas societárias, mas revelam, também, legislações que acabaram sendo elaboradas em consonância
com as diretrizes[...]. (FRACASSI, 2013, s. p.).
30
Para Almeida, foi somente a partir de 2009 que houve possibilidade de se realizar um
levantamento de dados a nível nacional para se localizar assistentes sociais e seus devidos
campos de inserção do serviço social na educação. Assim, o Grupo de Trabalho- GT
composto por membros do conselho federal realizaram a primeira pesquisa com dados atuais.
Entretanto, foi a partir de 1990 com amadurecimento do projeto ético-político
profissional, que ocorre uma maior participação do Serviço Social na área da educação,
considerando entre vários eventos, o Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais na Área da
educação em 1995. Neste período houve uma maior produção de trabalhos científicos
inscritos no Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais na Área de educação.
O CFESS encaminhou a partir do 30º Encontro Nacional, em 2001, pela primeira vez
as proposições para o serviço social nessa área.
Assim, foi constituído de forma organizada o primeiro Grupo de Estudos-GT sobre o
Serviço Social na Educação, o qual originou a primeira brochura intitulada Serviço Social na
Educação11. Na composição deste documento houve significativos relatos de todas as
experiências registrados no campo da Educação, por ocasião do 8º e do 9° Congressos
Brasileiros de Assistentes Sociais (CBAS) realizados em 1995 (Salvador) e 1998 (Goiânia).
A partir desse período, essa reflexão sobre o serviço social na educação vem se
organizando um a cada ano exigindo mais dos profissionais de Serviço Social. Neste processo
de construção dos conhecimentos sobre esse campo ocorreram significativos avanços e
incertezas, quanto à forma de inserção na Política Social de Educação desde sua elaboração
até a sua execução.
A partir do início desses estudos o serviço social na educação passou a ser considerado
como um direito social e no exercício profissional foram construídas particularidades do
trabalho dos assistentes sociais em variados compôs: creches e escolas de ensino fundamental
dos municípios brasileiros, ensino médio, universidades, outros.
Nessa diversidade de campos de trabalho houve afirmação da dimensão educativa do
exercício profissional dos assistentes sociais e passou a ser considerada não apenas em termos
da valorização da sua inserção nas unidades educacionais, mas do seu envolvimento com os
processos sociais em curso.
11 Este documento tem como objetivo contribuir com o processo de discussões sobre a presença do Serviço
Social na educação, que vem acorrendo desde a década de 1990, a exemplo das contribuições de BACKAHAUS
(1992), CAMARDELO (1994), ALMEIDA (2000). (CFESS, s. p. 2001).
31
Estes estão voltados para a construção de uma nova atuação no campo da educação e
da cultura, dos quais os educadores trazem significativos acúmulos e tradição, ou seja, no
campo do pensamento intelectual, nas ações profissionais e políticas.
Para uma categoria profissional como a dos assistentes sociais esta adesão não
representa algo novo, visto que sua aproximação às mais diferentes áreas de atuação do
Estado, através das políticas sociais, tem contado com um grau de participação e mobilização
política nos processos coletivos e na esfera pública.
Assim, a adesão às lutas e movimentos sociais em torno da erradicação do
analfabetismo, desde a educação pública universal, gratuita e de qualidade, do acesso
progressivo dos diversos segmentos sociais até aos diferentes níveis de educação. Constituem
expressão importante deste processo de valorização da dimensão educativa do trabalho do
assistente social como parte dos processos de luta e organização social tanto no Brasil como
na América Latina.
Para a ampliação do conhecimento sobre o objeto desta pesquisa, escolhemos quatro
artigos sobre o serviço social na educação entre trinta edições a partir de 2010 a 2017,
publicados na forma digital pela primeira vez pela Revista Serviço Social & Sociedade.
No capítulo seguinte iniciamos os estudos para uma reflexão qualitativa com a
finalidade de atender em especial o segundo objetivo específico, ou seja: Identificar os artigos
referentes ao processo histórico de construção do Serviço Social na Educação, publicados pela
Revista Serviço Social & Sociedade entre os anos de 2010 a 2017.
Os artigos da Revista Serviço Social & Sociedade foram escolhidos pelo tema Serviço
Social na Educação e sequência do ano de publicação. Eles estão elencados no capítulo 2,
quadro nº 1 e 2, a seguir.
32
2 IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARTIGOS DO SERVIÇO SOCIAL
NA EDUCAÇÃO DA REVISTA SERVIÇO SOCIAL E SOCIEDADE ENTRE OS
ANOS DE 2010 A 2017
Observamos que no período de 2010 a 2017 foram publicados de forma digital pela
Scielo o total de 30 edições conforme quadro 1 abaixo. Entretanto, verificamos que nesse
período (2016 e 2017) foram publicadas somente 4 artigos sobre Serviço Social na Educação,
o que corresponde a 1% do total.
Quadro 01 – Revista Serviço Social & Sociedade. Edições publicadas entre 2010 a 2017
ANO VOL. NÚMERO 2010 s/v 101 102 103 104
2011 s/v 105 106 107 108
2012 s/v 109 110 111 112
2013 s/v 113 114 115 116
2014 s/v 117 118 119 120
2015 s/v 121 122 123 124
2016 s/v 125 126 127
2017 s/v 128 129 130
Fonte: Revista Serviço Social e Sociedade
Quadro 2- Artigos sobre o Serviço Social na Educação publicados na Revista Serviço
Social & Sociedade entre os anos de 2010 a 2017.
Ano Edição Dados Autor (a) e Resumo
2012 109
1- Serv. Soc. Soc., São
Paulo, n. 109, p. 151-178,
jan./mar. 2012 151
Machado, Aline Maria Batista.
Serviço Social e educação popular: diálogos
possíveis a partir de uma perspectiva crítica
Serviço Social e educação popular: diálogos
possíveis a partir de uma perspectiva crítica
2013 113
Serviço Social & Sociedade
Versão impressa ISSN 0101
-6628
Serv. Soc. Soc. [online].
2013, n.113, pp.106-130.
ISSN 0101-6628.
http://dx.doi.org/10.1590/S0
101-66282013000100005.
LESSA, Simone Eliza do Carmo
A educação contemporânea, o combate à
pobreza e as demandas para o trabalho do
assistente social: contribuições para este
debate.
33
2015 121
Serviço Social & Sociedade
Versão impressa ISSN 0101
-6628. Serv. Soc.
Soc. [online]. 2015, n.121,
pp.7-31. ISSN 0101-6628.
http://dx.doi.org/10.1590/01
01-6628.011.
DENTZ, Marta von e SILVA, Roberto
Rafael Dias
Dimensões históricas das relações entre
educação e Serviço Social: elementos para
uma revisão crítica.
2015 122
Serviço Social & Sociedade
Versão impressa ISSN 0101
-6628versão On-
line ISSN 2317-6318
Serviço Social: os IFs em
questão. Serv. Soc.
Soc. [online]. 2015, n.122,
pp.317-340. ISSN 0101-
6628.
http://dx.doi.org/10.1590/01
01-6628.025.
PEREIRA, Evelyne Medeiros; HOLANDA,
Denise de Araújo Silva; SOARES, Raí
Vieira e SILVA, Samilly Elise de Souza
Silva.
Educação, "neodesenvolvimentismo" e
Serviço Social
Fonte: Revista Serviço Social e Sociedade.
Dos artigos identificados e interpretados, o primeiro, “Serviço Social e educação
popular: diálogos possíveis a partir de uma perspectiva crítica” Machado (2012) foi o que
mais respondeu aos objetivos desta pesquisa, especialmente ao segundo objetivo específico:
Identificar e interpretar os artigos referentes ao processo histórico de construção do Serviço
Social na Educação, publicados pela Revista Serviço Social & Sociedade entre os anos de
2010 a 2017. Esse artigo constrói um caminho de recuperação da educação popular,
resgatando um campo de trabalho fundamental para o Serviço Social, entre as décadas de
1960 até os meados de 1978. E neste período, o educador Paulo Freire contribuiu com o
Serviço Social por meio de suas teorias visto que seu trabalho foi com as comunidades
campesinas de Pernambuco.
Considerando que Paulo Freire foi o educador responsável pela teoria que dá base
para a Educação Popular existe em comum os objetivos de conscientizar e mobilizar as
classes subalternas, e, essa teoria foi criada pelo educador e tem como referência a realidade
social. Para Paulo Freire transformação social depende da valorização dos saberes populares e
de uma base ética e política.
34
Para o autor deve existir interação entre os saberes que dão base para a luta coletiva
que tem como objetivo a emancipação humana. Sem dúvida o trabalho dos assistentes sociais
tem similaridade com a teoria de Freire.
Observa-se que, na construção da profissão Serviço Social segundo autores como
Netto (2002) e Faleiros (2005) os mesmos dão contribuições valiosas, pois realizam uma
reflexão também sobre as ideias desse educador quando se trata de analisar o Serviço Social.
A partir de 1960 ocorreu um Movimento de Reconceituação na profissão, visto que o
Serviço Social tradicional passou pela ruptura com as amarras imperialistas do sistema
capitalista (NETTO, 2002 apud MACHADO, 2012).
Recapitulando a história do Serviço Social resgatamos alguns dados, e observamos
que nas décadas de 1940 e 1950, o Serviço Social brasileiro é influenciado pelo Serviço
Social norte americanas com base em várias vertentes teóricas: no tecnicismo e na psicanálise,
na sociologia de base positivista, funcionalista e sistêmica.
Nessas vertentes os seus objetivos se baseavam na ajuda psicossocial para desenvolver
o ajustamento individual de pessoas sempre em situação de carências gerais. E também neste
período desenvolveu-se o início das práticas de Organização e Desenvolvimento de
Comunidade. Além do desenvolvimento das abordagens individuais e grupais com o Serviço
Social de Caso, Grupo e Comunidade, com base na defesa da neutralidade científica e uma
supervalorização da técnica, considerada autônoma.
Nos anos de 1960 a 1970, há um movimento de renovação na profissão, que se
expressa em termos tanto da reatualização do tradicionalismo profissional, quanto de uma
busca DE ruptura com o conservadorismo.
Assim, na década de 1960, assistentes sociais passaram a compreender que deveria
haver uma ruptura com o conservadorismo da profissão. Netto (2002) afirma que nesse
período o ecletismo teórico surgiu como uma forma de buscar fundamentos teóricos como
base para a ruptura recente.
E foi com base na teoria de Paulo Freire denominada de “pedagogia do oprimido” que
muitos assistentes sociais se apoiaram para fundamentar o próprio exercício profissional.
E a partir dessa forma de compreender a realidade social que se buscou em toda a
América latina novos fundamentos teóricos para pensar-se a profissão sob o marco teórico
marxista. E a renovação do Serviço Social baseou-se em três direções: perspectiva
modernizadora, reatualização do conservadorismo e intenção de ruptura.
O Serviço Social que até então se encontrava atrelado ao clero e à ação social, se
laiciza, passando a incorporar os setores subalternizados da sociedade. Amplia a sua interação
35
e desta vez com as Ciências Sociais, aproximando-se dos movimentos políticos de esquerda,
como também do sindicalismo de classes que nessa conjuntura se torna vigoroso.
Nessa fase (1960-1978), em seu exercício profissional os assistentes sociais
desenvolvem sua atuação para as áreas de pesquisa, acompanhamento e avaliação de
programas sociais, administração, planejamento, e atividades de execução e desenvolvimento
de ações de assessoria aos setores populares.
Desde 1979 com os resultados do Congresso da Virada a profissão Serviço Social
optou por uma nova teoria que pudesse dar base fundamental à profissão um processo de
revisão que já estava sendo construído desde a década de 1960, em Araxá (1967).
Assim, em 1982 ocorreu a reforma curricular, cuja preocupação foi de inserir a
perspectiva de uma nova proposta para o exercício profissional. Então, um dos objetivos foi a
ruptura com os valores e princípios positivistas.
A figura dos usuários passou a integrar o novo projeto social do Serviço Social e do
rompimento com a ideologia anterior, e o exercício profissional dos assistentes sociais passa a
estar de acordo com os interesses dos usuários. Assim, após estudos, as Linhas Norteadoras
da Reforma Curricular foram construídas (anexo 3), sendo o primeiro documento que deu
base para as diretrizes curriculares de 1982.
Esses apontamentos foram aprovados na XXI Convenção Nacional da ABESS que
teve como tema a "Proposta de reformulação do currículo mínimo", no ano de 1979, na cidade
de Natal e, no ano seguinte, a referida entidade enviou a proposta através de um documento
ao Conselho Federal de Educação (CFE) e em 1982, foi deferida a aprovação do novo
currículo mínimo.
Ampliando a reflexão, o Serviço Social latino americano já se encontrava a partir da
década de 1980 em processo de extinção, isto é, deterioração do regime militar. Entretanto
nesse período12, a educação popular ainda estava vigente na América Latina, mas, sem a
repressão daquele regime. Conforme a ABESS (1988, p.4) apud MACHADO, 2012,
[...] no Seminário Nacional de 1986 foi debatido sobre dois eixos
considerados de suma importância para os profissionais do Serviço Social. O
primeiro eixo focalizava-se sobre a questão social, as questões econômicas e
políticas da América Latina no Brasil. Já o segundo eixo trazia sobre a
importância dos movimentos sociais e a educação popular. (ABESS 2012, p.
151).
12 Em junho de 1986 a ABEPSS, ALAETS/CELATS/CFAS e ENESS promoveram um seminário nacional em
Salvador - BA, sobre movimentos sociais, educação popular e Serviço Social com o objetivo de levar resultados
ao XII Seminário Latino-Americano de Serviço Social em Medellin-Colombia. (Machado, 2012, p. 153)
36
Mas, foi a partir de 1980 que o Serviço Social desenvolveu uma base teórica para
fundamentar o Serviço Social na Educação para que essa área tivesse maior legitimidade.
Nesse período foi produzido um arsenal teórico por meio de monografias, dissertações
de mestrado e teses, inclusive a bibliografia especifica da área aumentou consideravelmente.
Também o Conselho Federal de Serviço Social contribuiu com a primeira legislação.
Na área da educação pouco material e nenhuma legislação havia sido produzida até
então, e no ano de 2000 o Parecer Jurídico 23/00 de 22 de outubro desse ano, o Conselho
Federal de Serviço Social, criou a primeira legislação. Assim, o assistente social passa a
desenvolver as seguintes funções na área de Educação:
Realizar pesquisa de natureza sócio-econômica e familiar para caracterização da
população escolar;
Elaboração e execução de programas de orientação sócio-familiar visando prevenir a
evasão escolar e melhorar o desempenho e rendimento do aluno e sua formação para o
exercício da cidadania;
Participação, em equipe multidisciplinar, da elaboração de programas que visem
prevenir a violência, o uso de drogas e o alcoolismo, bem como que visem prestar
esclarecimentos e informações sobre doenças infecto-contagiosas e demais questões
de saúde pública;
Articulação com instituições públicas, privadas, assistenciais e organizações
comunitárias locais, com vistas ao encaminhamento de pais e alunos para atendimento
de suas necessidades;
Realização de visitas sociais com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da
realidade sócio familiar do aluno, de forma a possibilitar assisti-lo e encaminhá-lo
adequadamente;
Elaboração e desenvolvimento de programas específicos nas escolas onde existam
classes especiais;
Empreender e executar as demais atividades pertinentes ao Serviço Social, previstas
pelos artigos 4º e 5º da Lei 8662/93 que regulamenta a profissão, não especificada
acima. (CFESS, 2000, s.p.).
A partir desse conteúdo elaborado pelo CFESS, muitos outros foram redigidos por
meio de monografias, dissertações e teses. É o caso do artigo redigido por Machado (2012) na
Revista Serviço Social & Sociedade (2012), conforme referências a seguir.
37
Uma retrospectiva a respeito da educação popular nos mostra que a mesma se vincula
a área do Serviço Social por volta dos anos de 1970. Entretanto a educação popular apesar de
não estar tão presente entre assistentes sociais, existe ainda muitos programas ligados ás áreas
de educação e saúde sendo executado pelo serviço social.
Também essa realidade foi analisada por Iamamoto (2002), ou seja, sobre a educação
popular, quando a mesma afirma não estar incorporada na formação dos Assistentes Sociais
nas diretrizes curriculares de 1996. Contudo, ela está presente em seus campos de trabalho por
meio da inserção da sociedade civil nos espaços coletivos. Para a autora é muito importante a
presença do Assistente Social nesses espaços coletivos na conjuntura neo0liberal em que
vivemos.
Segundo Machado (2012) é importante recuperar o trabalho de educação, mobilização
e organização popular do Assistente Social nos debates-teóricos voltados para os movimentos
Sociais e as organizações Sindicais que ficaram submersos no debate teórico profissional.
É necessário que Assistentes Sociais conscientizem a sociedade, de que a presença de
cada indivíduo em espaços coletivos é essencial, pois, esses espaços são considerados espaços
de luta, onde que, ao mesmo tempo em que podem adquirir práticas assistenciais, podem e
devem lutar por práticas democráticas. (Machado, 2012).
A autora compreende que o trabalho de mobilização e educação popular, não pode se
confundir com um trabalho realizado no passado, atualmente é necessária uma releitura crítica
da tradição profissional do Serviço Social, com uma nova forma de apropriar-se de todas as
conquistas e habilitações perdidas no tempo. Simultaneamente, superando-as, de forma a
colocar o encaminhamento do trabalho profissional com a devida adequação. Sobre a
educação popular outro conceito é formulado pelo CFESS (1993),
[...] a educação popular quando colocada em prática, frente a uma sociedade
de classe, se constituiu por meio de um confronto, como se a profissão
estivesse nadando contra a correnteza quanto aos princípios do Projeto Ético
Político Profissional do Assistente Social. Na forma de trabalhar, assistentes
sociais se deparam com uma nova legislação que dá às mesmas um novo
parâmetro: surge uma concepção para uma “nova ordem societária, sem
dominação-exploração de classe, etnia e gênero”. (CFESS, 1993, p. 11)
Diante desta nova realidade a educação popular deixa de existir nas diretrizes dos
cursos de serviço social em 1986, entretanto, é necessário que na formação dos assistentes
sociais, já saiam da universidade conhecendo os objetivos dessa forma de Educação.
38
Machado (2012), reflete que a educação popular nos aproxima das práticas
democráticas e não verticalizadas para garantir a participação do sujeito social, e a Educação
Popular passa a ser de fundamental importância naquele período.
Uma nova concepção de Educação Popular foi introduzida no período de 1930 a 1964
no Brasil, em uma conjuntura do Nacional de Desenvolvimento. Nessa fase houve uma
alteração do modo de produção capitalista competitivo para o capitalismo monopolista, cujo
governo foi de Juscelino Kubitschek 1956 a 1961.
Entretanto criou-se um movimento para uma identidade cultural pela busca de uma
cultura democrática com o surgimento de movimentos sociais unidos ao setor universitário.
O Movimento de Educação de Base (alfabetização, cultura popular) era realizado por
iniciativa da Igreja, e ao lado desse movimento de educação popular os movimentos de
alfabetização formal conviviam de forma rápida e insuficiente, o MOBRAL13.
Para o educador Gadotti (2000 apud Machado 2012), é a partir dos anos de 1960 que,
[...] a educação popular sistematizada por Paulo Freire define-se como
democrática inseparável da realidade social. Essa forma de educar procura
superar as injustiças sociais, trabalhando o conhecimento com rigorosa
aproximação aos objetos, é capaz de contribuir com a direção política dos
setores sociais que estiverem à margem do fazer político. Esse modelo foi
possível até a tomada de poder pelos militares em 1964 ocasiões em que foi
PRESO e seu trabalho teve continuidade pelas Organizações Não
Governamentais-ONGS já preparadas na clandestinidade. (GADOTTI,2000.
p.292).
Para Machado (2012), a educação popular tem como objetivo problematizar a
realidade social, isto é, o paradigma teórico tem como finalidade ensinar aos cidadãos a se
perguntarem sobre a sua própria realidade.
Isto quer dizer que, assistentes sociais devem preparar a população para expressar-se
politicamente para o enfrentamento nas lutas por justiça. Entretanto, as minorias devem ter
prioridade, ou seja, oprimidos, indígenas, camponeses, negros, mulheres, analfabetos,
trabalhadores rurais.
Para a autora, a educação popular teve fundamental importância para a área do Serviço
Social, pois foi a partir de 1980 que o Serviço Social modificou sua prática à comunidade,
pois executava programas governamentais nos municípios, estados e união, principalmente
àqueles projetos de habitação popular financiados por bancos públicos. Contudo, a finalidade
13 MOBRAL- Movimento Brasileiro de Alfabetização (1970-1980). Preocupava-se com a alfabetização do
cidadão e não contribuindo com o desenvolvimento de sua visão crítica para a emancipação deste. O MOBRAL
contribuiu com a reprodução da ideologia dominante. (BEZERRA, 1984, P. 156 apud MACHADO, 2012).
39
deste trabalho sempre esteve atrelada quase que exclusivamente aos projetos públicos de
prevenção aos riscos da área ambiental.
No trabalho do Serviço Social com as comunidades em situação de pobreza sempre foi
realizado de forma imposta e não de um trabalho de sugestões, propostas, envolvimento com
famílias carentes para o desenvolvimento de programas e projetos.
A autora afirma que,
[...] a educação popular é fundamental para a formação de assistentes sociais,
pois, por meio dela é possível uma pratica mais dialógica, democrática, que
impulsiona processos de conscientização, organização, participação e
mobilização, levando-se em conta o saber popular, a autonomia e a
diversidade cultural. Portanto, dentre os vários elementos que compõem essa
educação destacaremos os que consideramos essenciais para se pensar e
realizar ações educacionais populares voltadas para a hegemonia das classes
subalternas, quais sejam: a práxis, a conscientização, o diálogo, o
conhecimento popular, a hegemonia e a participação. (MACHADO, p.161-
162, 2012).
Como constituinte da educação, a participação é considerada como processo histórico
e mobilizador de situações e recursos e para Nogueira (apud Machado 2012), a participação
requer uma relação com o poder, com outros atores sociais, organizacionais ou decisórios.
Entretanto, mudanças ocorreram e nos anos de 1990, a modalidade de educação
popular passa a ser compreendida como um discurso para a expressão de práticas sociais
democráticas. Como forma de diminuir a burocracia pública e realizar soluções positivistas
para todas as situações de problemas da comunidade.
Entre 1970 a 1990 o Brasil desenvolveu uma política vinculada à uma economia
especifica, isto é, de articulação entre Estado e mercado, incentivando as práticas de
solidariedade entre a sociedade. Esta foi uma forma de fazer com que os indivíduos se
esquecessem de todas as conquistas democráticas quanto à participação da própria classe
trabalhadora. Essa foi uma forma de tirar a responsabilidade do Estado quanto à sua função
social.
Nogueira (2004) apud Machado (2012) designa quatro modalidades de participação: 1-
a assistencialista, que tem por base a filantropia ou solidariedade; 2- a corporativa, que
desenvolve interesses particulares de um grupo social; 3- a eleitoral, faz a defesa dos
interesses individuais e particulares, interferindo na forma de governo e abrangendo a
coletividade; 4- a política considera a forma mais adequada aquela onde os indivíduos de
diferentes grupos fazem parte do poder de maneira democrática e compartilhada.
Concluindo o raciocínio, Iamamoto (2010, p.200) apud Machado (2012), reflete que:
40
[...] os assistentes sociais precisam ter um conhecimento crítico em relação
aos processos sociais dos indivíduos sociais. Sendo capaz de desenvolver
pesquisas e projetos que impulsionem a consciência política dessa
população. (IAMAMOTO 2010, p. 200).
É preciso aproximar comunidade acadêmica à realidade colocada a estes profissionais
em sua pratica profissional. É através de pesquisas nas unidades de formação profissional, que
possibilitarão ao futuro assistente social ser um profissional mais crítico, dialógico e
democrático para desenvolver formas e estratégias do mesmo conhecimento para intervir, e
realizar uma contribuição com a própria educação popular.
E Machado (2012), conclui que: o Serviço Social é uma profissão que intervém na
realidade da divisão sócio técnica do trabalho, o qual se posiciona contra a hegemonia da
classe dominante conforme o Projeto Ético-Político Profissional. E a Educação popular é uma
forte defensora do debate político-ideológico como do téorico-metodologico e técnico-
operativo, pois, também se confronta à hegemonia dominante existente.
Na reflexão sobre o segundo artigo,14 a autora discorre sobre o Encontro Nacional de
Serviço Social na Educação que foi realizado em junho de 2012, pelo conjunto
CFESS/CRESS na cidade de Maceió - Alagoas. O público obteve mais de mil participantes,
entre assistentes sociais e estudantes, isto demostra um grande interesse para a área de
educação. As principais ações que demandam acompanhamento, na área da Educação são a
assistência estudantil e prefeituras. Ou seja, são nestas ações que as expressões da “questão
social” se mostram nas escolas, demostrando a necessidade de ampliação de vagas no campo
de trabalho educacional. Existem projetos de lei em tramitação na câmara federal (60/2007 e
12.101/2009) que vão exigir obrigatoriedade de assistentes sociais e psicólogos no ensino
básico.
Mas, outras legislações como a Lei 12.677/2012 dá sustentação jurídica junto aos
cargos efetivos para profissionais da educação junto ao MEC, entendendo que, 589 são para
assistentes sociais.
Lessa (2013) reflete em seu texto sobre a necessidade de expandir o debate sobre o
exercício profissional de assistentes sociais na educação. Para a autora, alguns elementos
fazem parte da totalidade em que a educação contemporânea está incluída, mostrando
14 “A educação contemporânea, o combate à pobreza e as demandas para o trabalho do assistente
social: contribuições para este debate”. (LESSA, 2013)
41
particularidades, realiza-se também um estudo detalhado sobre o serviço social na educação,
construindo suas interfaces com outras políticas públicas, garantindo-se assim e demostrando
suas potencialidades.
Sendo assim a autora destaca que a educação é um campo especifico que aponta
interesses contraditórios na relação capital versus trabalhadores. Isto é,
[...] A recente mobilização de setores progressistas da sociedade brasileira3
em prol da garantia da 1. Em junho de 2012. 2. O evento também esteve
disponível para acesso na internet, em tempo real, o que ampliou a
audiência. 3. Estavam mobilizados em torno desta mobilização em prol da
garantia dos 10% do PIB entidades como o CFESS, ABEPSS, Andes, Anel,
Conlutas, Sepe. 108 Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 113, p. 106-130, jan./mar.
2013 aplicação dos 10% do PIB na educação e, sob um outro prisma, o fato
de que o Plano Nacional de Educação, em debate no Congresso Nacional,
propor a aplicação de somente 7% do PIB e a longo prazo (somente em
2020!) são expressões deste processo de interesses diversos. (LESSA, 2013,
p. 107-108)
A autora reconhece que a educação potencializa a produtividade e o lucro, fortalece os
avanços tecnológicos e as necessidades de formar espaços produtivos de relevância para o
capital e para a ordem vigente.
Observamos nessa análise que a mesma destaca um aspecto ideológico para situações
de grande emergência, isto é, os profissionais da educação realizam um enfrentamento diante
da mundialização, da pobreza. Tendo a responsabilidade, mediar a vida dos mais pobres
também para uma vida produtiva. O nome para essa situação atual é: empreendedorismo.
A autora afirma que o capital vivencia a referida crise, produz probabilidades de um
novo tipo de produção e circulação de conhecimento como se fosse uma mercadoria
comercial e na realidade atual estamos conhecendo políticas educacionais como uma
expressão de educação qualificada. Ainda, a denominação de tipos diferenciados de educação
permanente faz com que a mão de obra tenha acesso ao emprego e nessa forma existe
lucratividade em vários sentidos. A autora reflete aqui especialmente sobre a educação
privada que experimenta grande competição entre as empresas.
No século XX, a educação contemporânea assumiu um novo lugar: a educação
tecnológica aproximou-se da sociedade por meio do consumo. E foram criados novas
aparências dando uma falsa imagem de que a sociedade é moderna. E neste novo quadro, com
aparência imaterial estruturada sobre o conhecimento. Conforme essa concepção,
[...] não coincidentemente reforçada por organismos de financiamento
internacional, como o Banco Mundial — o conhecimento é um bem que está
42
disponível a todos, a despeito da condição de classe. Este novo bem
econômico seria o principal recurso da economia globalizada, ou seja, seria
um “novo capital”, passível de ser conquistado por empenho de ordem
individual [...] (LESSA, 2013, p. 109).
Esta imagem não corresponde com a realidade, pois se sabe que o conhecimento bem
como a educação exige tempo e dedicação. Frigotto apud Lessa (1995, p.156), existe uma
nova formatação da teoria do capital humano que desqualifica os debates realizados nas
últimas décadas. Assim, a Educação se torna um bem econômico e realiza um retrocesso na
construção da educação.
A autora analisa o Serviço Social e a promessa do combate à pobreza, avaliando que a
profissão é chamada pela sociedade por meio da divisão social e técnica do trabalho no
sistema atual do capitalismo, visto que atuamos sobre as expressões da “questão social”.
As atividades que compõem o exercício da profissão dos assistentes sociais são:
execução de programas sociais articulados às instituições educacionais como: Programa Bolsa
Família, cotas nas universidades, assistência estudantil, contra turno escolar, a dinamização
dos debates sobre temas transversais trabalhados na escola e outros. Em relação a essas
atividades de trabalho, a autora destaca que:
[...] os assistentes sociais exercem um importante papel na elaboração de
análises mais totalizantes em torno das expressões da questão social nos
espaços educacionais, de modo a problematizar a percepção dos atores que
ali atuam e formam sobre a família contemporânea, sobre as condições de
aprendizado dos estudantes, suas condições de vida e trabalho, sua
percepção sobre a escola e suas condições de permanência (e identificação)
neste ambiente [...] (LESSA, 2013, p.115).
Este é um espaço recente que a profissão está construindo. Entretanto, a partir da
década 1940 houve intervenção do estado brasileiro sobre a “questão social” e a educação
ganhou destaque no serviço social.
Ainda, houve uma ampliação dos espaços de trabalho com a criação da LBA, Centros
de educação popular e instituições especializadas para crianças excepcionais, como APAE e
Pestalozzi. E nas décadas de 1980 e 1990 os assistentes sociais ampliaram o trabalho em
campos diferenciados na educação.
A autora analisa que a ampliação deste espaço de trabalho é nova, mas não a inserção
da profissão no campo da educação. Pois, a partir de 1950, com a expansão da intervenção
estatal sobre a “questão social” e do aparato público brasileiro, o espaço educacional ganhou
destaque no cotidiano de ação do assistente social. Particularmente no Sistema “S”, nas
43
creches, então vinculadas à LBA, assim como em Centros de Educação Popular. Outros
educadores citados por Lessa (2013), como Almeida (2003), explicam que entre as décadas de
1980 e 1990, a atuação de profissionais de Serviço Social no campo educacional vai se
tornando mais expressiva em especial em ações no contra turno escolar, nos centros e
educacionais.
A expansão dos espaços de trabalho dos assistentes sociais na educação, na atual
conjuntura, justifica-se pela multiplicidade de expressões da “questão social” nos vários
campos da educação, isto é, nas escolas.
Lessa (2013), afirma que é preciso pensar que a família contemporânea modificou-se
causando complexidade para os processos formativos, o que resultou um grande desafio na
área da educação. As causas são: menor fecundidade, maiores jornadas de trabalho,
diversificação da rede de cuidados com crianças. Essas são situações que requerem arranjos
familiares novos e demandam ações diversificadas (LESSA, 2013, p.116). A partir dessa
situação é preciso criar novas práticas pedagógicas e formar equipes multiprofissionais para
esse quadro real contraditório.
Conforme Bianchetti (2001) apud Lessa (2013), a atual fase em que o Brasil vive, na
divisão internacional do trabalho, tem exigido por criações de projetos, como a LDB que
simplifica a educação dos trabalhadores, para atender o mercado de trabalho.
Para Campos (2003) apud Lessa (2013), a educação tem demonstrado ser a única
forma de resolver os problemas sociais da população. Entretanto, sabe-se que essas
influências através de políticas sociais de forma emergencial, descontinuadas, não
redistributivas, desarticuladas e frágeis tem pouca ou nenhuma efetivação.
Mesmo com pouca eficácia desse atual projeto, é considerado como uma forma de
aperfeiçoar a educação. Entretanto, somente como uma política social que poça lutar contra a
pobreza.
Lessa (2013) insere em seu texto também as ideias de Manacorda (2000), ou seja, para
este autor, a educação e pobreza é resultado da formação do capitalismo e está presente desde
o início desse modo de produção capitalista. Esse é o retrato do controle social entre os mais
pobres.
É nas escolas públicas que o tratamento da pobreza está frequentemente inserido, por
ser um espaço considerado, lugares onde as diversas expressões da “questão social” estão
presentes, locais que os profissionais encontram dificuldades para combater a desigualdade,
mas sempre estão atrás de amenizar estas questões, como uma forma de conformação
daqueles em situação de maior pobreza.
44
A autora cita Mota (2008), ao afirmar que esse este estudioso tem uma percepção
singular sobre a conformação da pobreza: é através de uma assistencialização na política da
educação, isto é, com o Programa Bolsa Família – PBF, destinado às famílias dos educandos
vulneráveis. Contudo, para acessar este direito, a família deve ter seus filhos ou pupilos
matriculados bem como, realizar o acompanhamento da frequência escolar dos mesmos.
Com esse controle as famílias se esquecem da infraestrutura das escolas que são
precárias, deixando de lado os problemas vindos da realidade social.
Em seus estudos Lessa (2013), afirma que o programa Bolsa família, se torna um meio
de amenizar as expressões da “questão social”, considerado um dos programas mais
importantes para evitar a evasão escolar.
Para ela, é necessário mudar alguns critérios de inclusão, visto que este programa
possibilita muitas crianças e adolescentes serem incluídas no sistema educacional. E para que
esta família seja de fata bem assistida, se faz necessário que a política de educação efetue
articulações com as demais políticas sociais.
As políticas sociais atendem diversas situações de precariedades, porém, o poder
público só se manifesta de forma visível por meio das escolas públicas. Observa-se que a
educação sempre se envolve com os problemas da comunidade, fazendo com que o objetivo
central fique fragilizado.
Os espaços escolares vêm se modificando ao longo dos tempos, isto é, os espaços
institucionais fazem uma busca por novos valores, despertam novas atitudes para preparam as
crianças e adolescentes para a sociabilidade atual no sentido de informar valores e atitudes na
nova ordem.
Sendo assim, a educação serve de ponte e funcionalidade para o mercado de trabalho,
conforme os princípios da LDB 9.394/96 – é a lógica produtivista e individualista.
Porém, estar no mercado de trabalho, mesmo sendo precário, não deixa de ser visto
como uma recomendação fundamental, para o apresamento dos níveis de educação e de vida
dos alunos. Ingressar nos cursos de profissionalização e requalificação permanente é
exigência do capitalismo. A autora observa que desta forma o trabalho e a escola servem
como combate à desigualdade, sem levar em consideração a qualidade do que se aprende, isto
é, da escola e do ensino.
Esse perfil de escola profissionalizante se torna atraente para os adolescentes, fazendo
com que haja um esvaziamento nas escolas normais. Facilitando um estudo precário e
sucateado, que não garante educação para a vida, mas sim para o exército de reserva do
45
capital. Neste sentido, podemos observar grandes desafios e limites para os profissionais da
educação, e entre eles estão os assistentes sociais.
A autora Lessa (2013), afirma que “devemos reconhecer, assim, contraditoriamente,
que educação é tensão e contradição, reposição da ordem e possibilidade de enfrenta-la. Sua
materialização está em permanente disputa na sociedade”.
Concluindo, os assistentes sociais da área da educação pretendem uma educação que
possam emancipar os cidadãos para que se possa pensar a educação conforme o projeto ético-
político15 profissional.
No terceiro artigo:16 a autora reflete que o processo histórico, da construção da
profissão serviço social exigiu uma formação adequada para a época, década de 1930. Para
Koike (2009 apud Dentz e Silva, 2015), os assistentes sociais daquele período já trabalhavam
sobre todas as formas de precarização do trabalho, Direitos Sociais, Seguridade Social e na
área da Educação. Mas foi entre 1930 a 2000 que a profissão vivenciou profundas mudanças,
principalmente a partir da década de 1980, e ainda hoje o projeto profissional ainda provoca
tensões quanto à recusa à crítica (KOIKE, 2019. p. 215) pelo processo descontinuo da
conquista dos direitos sociais, políticos e civis no Brasil.
Para Carvalho (2002 p. 8 apud DENTZ; SILVA, 2015), a cidadania trilhou um
caminho muito longo e a “imagem” nacional era apenas imaginada (CARVALHO, 1998.
p.243), visto que foi no período entre 1822 a 1945 a concepção dos setores dominantes sobre
a população brasileira se baseava em: “a primeira se baseava pela ausência do povo, a
segunda por uma visão negativa do povo e a terceira por uma visão paternalista do povo, ou
seja, em nenhuma dessas visões o povo fez parte da construção da nação Brasileira”.
Observa-se que os autores fazem uma crítica sobre as novas configurações para
caracterizar o novo fenômeno da desigualdade, isto é, ele ganha roupagem nova a partir do
capitalismo. A distância social identifica a desigualdade quanto maior ela for.
Salientamos que “são as condições históricas que transformam as expressões da
“questão social”, elas são inerentes ao processo de acumulação capitalista expressando-se pela
15 Liberdade, autonomia, emancipação, direitos humanos e recusa do arbítrio e autoritarismo, cidadania, garantia
dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; democracia, participação política, riqueza
socialmente produzida. Equidade e justiça social, universalidade de acesso aos bens e serviços, gestão
democrática políticas sociais, eliminação de todas as formas de preconceito, respeito à diversidade, discussão das
diferenças; (BRASIL, 1993). 16 Dimensões históricas das relações entre educação e Serviço Social: elementos para uma revisão crítica.
(DENTZ, 2013)
46
pobreza, vulnerabilidade e risco, banalização e alienação do humano” (IAMAMOTO, 2007.
p.125).
Para Dentz e Silva (2015) existe uma condição histórica que caracteriza as escolas
brasileiras: é um dualismo perverso, isto é, “isso se dá por meio das noções básicas e
reduzidas de conhecimentos na aprendizagem”. Marginalizando o conhecimento dos mais
pobres. O serviço social em sua função se parece com a educação? A resposta para os autores
é afirmativa pois, a intervenção do Serviço Social nas expressões da “questão social”
possibilita melhor aquisição de conhecimento.
Então os autores indagam: Com a atuação de assistentes sociais na política de
Educação esse dualismo poderia ser solucionado?
Os autores fazem uma análise entre a Educação e Serviço Social, em meados dos anos
1930-1990, ponderando que nessas décadas houve diferentes formas de intervenção social. É
um período que pode ser compreendido como sendo de emergência do Serviço Social no
Brasil.
Para compreender o Serviço Social no Brasil é necessário observar que houve praticas
exteriores (1906 EUA) e na Europa nessa mesma década. E, como o Serviço Social no Brasil
teve como base essas intervenções exteriores, foi que no final de 1920 já havia práticas de
bem estar social para o menor, setor médico, psiquiátrico e escolar.
A “Escola era concebida como instituição” e o “menor e sua família” de forma
separada, conforme análise da Assistente Social Harriett Bartlett pesquisadora Norte
Americana. Então, não havia um conhecimento sobre o problema principal – como a natureza
do Ensino e o processo Educacional.
Na América Latina, 1925, no Chile; 1936, no Brasil; 1937, no Peru. Em um processo
de maturação que tem como objetivo a qualidade da profissão.
O início do Serviço Social na América Latina desenvolveu-se em um período de
acentuado desenvolvimento capitalista, de industrialização que criara trabalhadores gerais
(inclusive imigrantes), miseráveis, e dessa forma a necessidade de Assistentes Sociais. Assim,
essas mudanças tiveram reflexos em todas as sociedades da América Latina. E como isso
acorreu? suas mudanças societárias trouxeram consigo a efervescência das expressões da
“questão social” (CASTRO,2000, P.41 apud DENTZ; SILVA, 2015).
Entretanto, o Serviço Social também era mobilizado por três influências, ou seja,
classe dominante, Estado e Igreja. Em 1925 até 1940 agentes sociais e após Assistentes
Sociais, receberam a influencias de países como a Bélgica, França e Alemanha.
47
Para Dentz e Silva (2015), foi com essa conjuntura que o Serviço Social construiu sua
postura acrítica, passando a utilizar métodos terapêuticos, clínicos ou individualizados aos
indivíduos, diante da realidade externa.
Uma análise precedente ao século XX é realizada pelos autores, assim abordam os
estudos do processo de escolarização como iniciado em 1549, portanto trinta e nove anos a
vinda da família imperial para o Brasil. A educação europeia foi o molde (com base em um
modelo agroexportador) para transplantar a escolarização por meio dos jesuítas ao Brasil. A
autora considera que na história da Educação no Brasil há pontuações históricas que exigem o
serviço social.
Para Carvalho (2002. p. 18.) apud Dentz e Silva (2015), com o processo de
colonização no período de 1500 a 1822, os portugueses construíram uma nação com unidade
linguística, cultural e religiosa. Entretanto, um povo analfabeto e escravo, um Estado
absolutista, uma economia monocultural, onde uma minoria possuía poderes absolutos sobre
uma maioria.
Com o processo da Independência do Brasil (1822), o país estimava cerca de três
milhões de escravos, considerando que a população era de apenas 05 milhões de pessoas.
Em 1872 após a Independência do Brasil, 16 % da população era considerada como
alfabetizadas. Com o processo político da Proclamação da República em 1889, lutava-se por
uma Educação para todos, porém, os princípios de ensino eram diferentes e opostos. Um era
destinado à elite e o outro destinado somente para o povo.
De 1910 a 1920 imigrantes espanhóis e italianos trouxeram para o Brasil algumas
ideias consideradas revolucionárias de que a Educação fosse repassada a toda a população,
inclusive para a classe operária. Contudo, houve uma grande repressão do governo da época,
as escolas foram duramente perseguidas e fechadas por serem consideradas “perturbadoras da
ordem”.
É visto que as condições históricas em que vivemos transformam a “questão social”, o
qual é inerente ao processo de acumulação capitalista, além de ser expressão da pobreza,
miséria, exclusões, vulnerabilidades e ainda, condena os indivíduos a uma alienação ao
mundo do trabalho.
A existência de um dualismo perverso nas escolas públicas Brasileiras acaba
satisfazendo apenas as necessidades mínimas de aprendizagem, negligenciando
sistematicamente o conhecimento e aumentando (ou mantendo) automaticamente cada vez
mais as desigualdades sociais (YOUNG, 2011. p.395 apud DENTZ; SILVA, 2015).
48
Até 1930 o Brasil é considerado uns país incapaz de diminuir as suas desigualdades
sociais e de democratizar o direito a Educação de uma forma justa e igualitária. E, na análise
de conjuntura desse período pelos autores desse artigo a relação da Educação e Serviço Social
sinaliza que existe a possibilidade de um diálogo.
Como vimos anteriormente o Serviço Social e a Educação possuem um caminho de
diálogo se tratando do dualismo que perpassa as escolas brasileiras, que intervém diretamente
nas expressões da “questão social”. É através dessas desigualdades sociais que o profissional
Assistente Social irá intervir através das Políticas Sociais Públicas.
Na relação educação e serviço social há sinalizações de um diálogo em emergências,
isto é, neste ponto a confluência dos fatos históricos sobre educação e serviço social apresenta
uma conjuntura social e econômica entre 1930 a 1990.
O Manifesto dos Pioneiros17 para uma Educação nova em 1932 demostra a
necessidade de uma educação pública concreta, ou seja, gratuita e leiga como dever do Estado
isto é, uma Educação que atendesse a toda a população brasileira independente de classe
social.
Ao ser criada a profissão Serviço Social para atender as iniciativas da classe
dominante, também o Estado paternalista, os Assistentes Sociais trabalharam para apaziguar
os “problemas sociais18”.
Na década de 1940 os primeiros cursos de Serviço Social (São Paulo1936 e Rio de
Janeiro1937) já formavam as primeiras profissionais da área e sua inserção no espaço da
Escola para,
[...] curar e prevenir desajustamentos, contribuir com eficiência em todos os
setores escolares para o desenvolvimento harmonioso e integral da criança,
[através de] métodos adequados [...]. (DENTZ; SILVA, 2015, p. 12).
Outras atribuições eram dadas aos Assistentes Sociais como: ajustamento dos
desajustados, ajuda aos necessitados, integração aos alunos à sociedade, intervenção em
situações escolares consideradas como desvio, defeito ou anormalidade social.
17 Refere-se a um documento escrito por 26 educadores, em 1932, com o título A reconstrução educacional no
Brasil: ao povo e ao governo. Circulou em âmbito nacional com a finalidade de oferecer diretrizes para uma
política de educação. O movimento defendia novos ideais de educação e lutava contra o empirismo dominante.
Para tanto, defendia-se “transferir do terreno administrativo para os planos político-sociais a solução dos
problemas escolares”. (MENEZES, 2001). 18 Surgem inúmeras instituições sociais para administrar programas assistenciais de forma imediatista, cuja
denominação foi “serviço social conservador” em razão da manutenção da ordem capitalista (Iamamoto, 2000).
49
Assistentes Sociais contestadores iniciaram movimentos de recusa ao “Serviço Social
conservador”19 e nesse movimento histórico foram realizados quatro seminários para a
categoria dos Assistentes Sociais, aproximando-o dos recém-criados movimentos sociais.
Com a influência dos governos militares no Brasil, a lógica desenvolvimentista foi o
ponto principal na educação e na assistência social realizada nas escolas primarias públicas
brasileiras. A demanda era por material escolar e transporte para atender alunos em situação
de pobreza. (NETTO,1996. p.154 apud DENTZ; SILVA, 2015).
A história da profissão registra uma aproximação em 1970 com as lutas de classes e a
“questão social” aproximando-se do marxismo acadêmico em 1980. Nesse processo histórico
dos anos de 1980 consolida-se o processo de redemocratização pela Constituição Federal de
1988, Educação e Serviço Social (Assistência Social) passam a integrar o Titulo VIII, “da
ordem social” que tem por base o primado do trabalho e como objetivo o bem-estar social e a
justiça social.
Observamos que apesar de todas as garantias dessa Constituição a desigualdade
persiste, intensificando-se em meados de 1990 como reflexo da crise econômica internacional.
Outros autores, como Almeida (2003) compreendem que as todas as mudanças do
Serviço Social na Educação é consequência da produção de conhecimentos após a década de
1990, bem como, do amadurecimento teórico entre os profissionais.
E atualmente quais são os campos que mais demandam intervenção de assistentes
sociais? Destaca-se que esses profissionais desenvolvem trabalhos de forma integrada a
“proteção social, riscos sociais, vulnerabilidade social, seguridade, programas e benefícios
assistenciais que fazem parte de uma gama de políticas públicas20 que dizem respeito à
educação e ao serviço social.” (ALMEIDA, 2003 apud DENTZ; SILVA, 2015). A Educação se transformou em um espaço sócio ocupacional do Assistente Social
diante aos problemas existentes frente a garantia de uma educação com qualidade a todos os
indivíduos sociais (CFESS,2011).
As legislações pertinentes se referem a: o projeto de lei 3.68821 foi criado no ano 2000,
porém, não foi aprovado pela câmara dos Deputados Federais22 em 2000, só foi aprovado em
19 O Primeiro foi realizado na cidade de Araxá em 1967, onde foi discutido sobre a teorização do Serviço Social,
o Segundo foi realizado em Teresópolis-RJ em 1970, onde foi debatido sobre a metodologia do Serviço Social, o
terceiro foi em Sumaré-RJ 1978, tratando sobre a Cientificidade do Serviço Social e o ultimo aconteceu no Alto
da Boa Vista no ano de 1984 onde voltou a ser tratada a teorização do Serviço Social. (DENTZ; SILVA, 2015). 20 Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, 1990; Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, 8742/1933. 21O presente projeto de lei dispõe sobre a inserção de Assistentes Sociais e Psicólogos dentro das escolas. 22 “Ficou em tramitação até o ano de 2007 na Comissão de Educação e Cultura (CEC) e na Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) sendo aprovado e conduzido ao senado e alterado para o Projeto de Lei
da Câmara (PLC) n. 060 em 2007 (CFESS, 2012)”.
50
2009. E a partir disso a educação básica das escolas públicas contam com a presença de
profissionais do Serviço Social e da Psicologia.
O trabalho do assistente social se baseia na dimensão socioeducativa no sentido de
fortalecer as redes sociais institucionais frente ao reconhecimento dos direitos sociais e a sua
execução. (DENTZ; SILVA, 2015).
Diante da grande inserção da categoria de Assistentes Sociais na área da Educação, no
ano 2001, foi organizado um grupo de estudos pelo Conselho Federal de Serviço Social –
CFESS, nomeado como GT de Serviço Social na Educação, um subsidio23 que deu base a um
documento de suporte a todos os profissionais. Em 2010 o grupo de estudos teve o
assessoramento do professor Ney Luiz Teixeira de Almeida (CFESS,2011), considerado
como pioneiro nessa área. A inserção de profissionais nas escolas é importante porque se trata
de,
[...] um campo de intervenção do Estado e de uma dimensão da vida social,
que hoje se coloca como estratégia na sociedade contemporânea, seja para a
afirmação de um projeto societário vinculado aos interesses do capital, seja
para a ampliação e integração das lutas no que diz respeito à conquista de
direitos e enfrentamento das desigualdades (ALMEIDA, 2000, p.24).
O documento24 criado pelo grupo de estudo enfatiza a importância da educação ser
entendida como uma política social pública, ou seja, um direito social que precisa ser
expandido a todas as crianças e adolescentes de forma equitativa; trazendo a ampliação do
conceito de escola que precisa ser entendido conforme o seu papel social e diante ao modo de
produção social em que vivemos nos dias atuais.
O primeiro Seminário Nacional de Serviço Social na Educação realizou-se em junho
de 2012 com várias discussões sobre os elementos teóricos e políticos da relação Serviço
Social na Educação, suas possibilidades, limites e polêmicas na inserção do Serviço Social
nessa área. (DENTZ; SILVA, 2015).
Os tópicos elencados até aqui demonstram a intensificação do processo de trabalho do
Serviço Social inserido na área da Educação desde os anos de 1990, ampliando a luta
profissional de assistentes sociais para o reconhecimento de suas legislações nessa área de
atuação.
Durante o processo histórico do Serviço Social e Educação ocorreram importantes
mudanças nas políticas sociais e suas formas de intervenção, sobretudo as prevenções ao risco
23 Subsídios para o Debate sobre Serviço Social na Educação. (CFESS,2011). 24 Serviço Social na Educação. (CFESS,2001).
51
social como uma forma de proteção social. Entretanto, essa relação entre Serviço Social e
Educação foi permeado de tensões o que provocou mudanças constantes.
Neste texto os autores recomendam investigações continuas no sentido de verificar as
necessidades da realidade social entre Serviço Social e Educação.
Sobre o artigo25 quatro, Pereira et al (2015), a profissão Serviço Social no Brasil
desenvolveu uma trajetória particular em sua construção. O projeto profissional demonstra
ainda uma "lógica do passado", inclusive com um conservadorismo.
Assim, esta profissão tem características especiais quanto à esfera da execução
terminal das políticas sociais. Isto se dá por meio da formação especializada para executar a
política social de assistência social.
Para os autores, a partir da última década a sociedade brasileira distinguiu-se por dois
movimentos sociais e econômicos, sendo: “ascensão desenvolvimentista” que exigiu a
intervenção do Estado para um modelo de maior índice na economia. E o movimento atual,
que diz respeito à reestruturação produtiva e a financeirização do capital.
Os autores estão se referindo sobre outras políticas, a política de educação superior
particularmente, onde está incluído o Serviço Social. Nesse processo os mesmos dizem
respeito à formação de profissionais com novas exigências e competências para dar conta da
nova realidade social e econômica que se apresentam.
Em sua análise, esclarecem que houve uma grande expansão de cursos de serviço
social no estado do Ceará. Também sobre o enfrentamento de problemas na profissão Serviço
Social,
[...] a exemplo do aligeiramento dos conteúdos e do rebaixamento acadêmico
que tendencialmente implica um perfil profissional mais pragmático,
apresentando profundas divergências com os princípios que orientam o
projeto ético-político da profissão, fruto de um esforço coletivo que tem
impulsionado o processo de "renovação da profissão" na "intenção de
ruptura" com o conservadorismo [...]. (PEREIRA et al, 2015, p. 319).
Na história da criação em 2010 do curso de Serviço Social no Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), campus Iguatu26, foi uma experiência
original. Nesse campus essa experiência demonstrou uma contribuição para o ensino superior
e para os desafios no contexto do "neodesenvolvimentismo".
25 Educação, "neodesenvolvimentismo" e Serviço Social: os IFs em questão a interpretação Pereira et al (2015). 26 [...] como o primeiro curso da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica no país, sendo
o segundo presencial e público no Ceará [...] (PEREIRA et al, 2015, p.319).
52
Para Fernandes (2006), a Educação no Brasil realizou-se por meio de uma
“modernização conservadora”, através de práticas repressoras pela burguesia durante a
formação do modo de produção capitalista. E para Pereira et al (2015) a universidade só
chegou ao Brasil após ter se desenvolvido na América Latina. Assim, o acesso ao estudo
superior é permeado por embates relacionados a dois aspectos de ensino, isto é, a um
dualismo: as privatizações e a mercantilização.
Para Behring apud Pereira et al (2015), na década de 1990 a Educação transforma-se
em uma fração importante para a contrarreforma do Estado brasileiro. Este resistiu por meio
da manutenção das altas taxas de juros e pela reestruturação produtiva. Ainda, permaneceu o
subemprego, a dupla jornada de trabalho das mulheres, o trabalho infantil como formas de
trabalho escravo.
Portanto, a educação pública superior tem base na precarização, sucateamento e
ampliação do ensino privado e aligeirado. Como exemplo citamos os cursos à distância e
presenciais.
Para Lima (2008, apud Pereira et al, 2015), a Educação a Distância (EaD) tem base
jurídica na Lei de Diretrizes e Bases – LDB 9.394/96 com o propósito de democratização da
educação superior.
A maior demanda da educação superior à distância, são aqueles cursos das Ciências
Humanas, pois não envolve investimentos para o Estado. Para Dahmer (2008 apud PEREIRA
et al, 2015) a educação a distância é caracterizada por vários elementos,
[...] o professor transforma-se em “tutor”, impossibilitando a relação
professor-aluno e discussões relevantes no processo formativo, além de
impedir ao estudante desenvolver experiências acadêmicas e políticas,
suscitando maior criticidade e ampliação da “visão de mundo” [...]
(DAHMER, apud PEREIRA et al, 2015, p.321)
Sabe-se que o CFESS e as instancias de organização desta profissão não admitem o
curso a distância. Assim, a formação profissional em Serviço Social27 tem fundamentos
teóricos rigorosos, baseados na realidade social. Essa teoria tem fundamento crítico para
possibilitar compreensão da totalidade social. Desta forma evita a fragmentação entre as
dimensões de ensino, pesquisa e extensão (ABEPSS, 1996).
E qual foi a formação profissional em Serviço Social na conjuntura do
“neodesenvolvimentismo”? Para Boito Jr. apud Pereira at al, (2015) nos últimos dez anos o
27 Os valores que dão base aos princípios do Serviço Social são: liberdade, democracia, cidadania, igualdade,
justiça social e respeito à diversidade.
53
Brasil a conjuntura social e econômica brasileira constituiu-se por um governo de composição
interna de classe burguesa compondo diversos setores da economia como: mineração,
construção, agronegócio, a indústria de transformação, os grandes bancos privados e estatais
de capital predominantemente nacional. E as grandes empresas reivindicam a proteção do
Estado para o seu próprio fortalecimento dentro do Mercosul” (BOITO JR., 2012, p. 7-8).
Essa realidade brasileira encontra-se principalmente nas periferias dos grandes centros
urbanos do país de forma despolitizada pelas políticas de transferência de renda. Nessa
conjuntura surge um variado espaço de trabalho para assistentes sociais, consolidando os
serviços de assistência social como uma política social.
Essa situação contribuiu para criação dos cursos de Serviço Social e presença de
muitos jovens na educação superior e no mercado de trabalho de forma fragilizada, compondo
uma nova realidade social brasileira.
As diferenças entre os conceitos de “desenvolvimentismo” do período de 1930 a 1980
e o “neodesenvolvimestismo” atual reside na menor capacidade distributiva de renda (BOITO
JR. 2012 apud PEREIRA et al, 2015, p. 322).
Quanto ao “neodesenvolvimestismo” contemporâneo atual os autores refletem sobre a
conjuntura político-organizativa que caracteriza o movimento estudantil: acadêmicos
trabalhadores que não tem possibilidade de assistir a nenhum evento a não ser as próprias
aulas, por não haver espaço e tempo para tal. Entretanto, apesar da recente expansão de
instituições públicas de ensino superior federal existem muitas desigualdades regionais.
Ainda, existe outro importante aspecto a ser considerado:
[...] é a formação de uma massa de jovens recém-graduados em
determinadas áreas onde tem sido mais viável a expansão, almejando uma
ascensão social com base em uma carreira profissional promissora, mas com
uma inserção precária nas relações de trabalho e na vida social. (PEREIRA
et al, 2015, p. 325).
Para Iamamoto (2009 apud PEREIRA at al, 2015), essa situação está configurada
como um “exército assistencial de reserva”, exigindo que na formação dos assistentes sociais
brasileiros é necessário a perspectiva crítica. Quanto à produção de pesquisas, há um avanço
importante na expansão da pós-graduação e um crescimento nas demandas e execução das
políticas sociais (ABEPSS 1996). Isto se deve à reformulação da lei 8.662/1993 e Código de
Ética Profissional de 1993. Uma mudança importante ocorreu há pouco, o estágio
supervisionado passa a assumir um lugar de destaque para o futuro trabalho profissional do
Assistente Social, sendo exigido inclusive pelo Conselho Regional de Serviço Social.
54
Na conclusão do artigo os autores descrevem situações especificas sobre o curso de
Serviço Social do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Ceará – IFCE.
55
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta pesquisa bibliográfica o tema se refere à construção do Serviço Social na
Educação, o que possibilitou conhecer a sua trajetória e as particularidades desse novo campo
de trabalho dos assistentes sociais. Sendo assim, o objetivo geral de conhecer como se
realizou a construção do Serviço social na Educação a partir da década de 1930 foi alcançado.
Da mesma forma, em relação aos objetivos específicos, conhecer o debate teórico do
Serviço Social na Educação, pois nos aproximamos dos autores e conhecemos o movimento
histórico.
Pudemos identificar e interpretar os artigos referentes ao processo histórico de
construção do Serviço Social na Educação, publicados pela Revista Serviço Social &
Sociedade entre os anos de 2010 a 2017, avaliando as demandas de cada local de trabalho dos
assistentes sociais e conhecer as legislações do CFESS que dão base para o Serviço Social na
Educação. Entretanto observamos que apenas 1% do total geral de 396 artigos publicados tem
como tema o Serviço Social na Educação.
Observamos que a área da educação, especialmente a partir da Constituição Federativa
do Brasil, passa a integrar o artigo 6º sobre os direitos sociais28, e como política social ganha
um novo lugar na agenda dos profissionais da área social. Sendo um campo de intensas
manifestações das expressões da “questão social”, é um espaço sócio ocupacional de
assistentes sociais que está se ampliando.
O problema de pesquisa foi conhecido, pois além da fundamentação teórica dos
principais autores29 a identificação e interpretação dos quatro artigos da Revista Serviço
Social & Sociedade30 (2010-2017) possibilitou a ampliação dos conhecimentos.
28 Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) (grifo nosso) 29 Almeida (2000), Behring e Boschetti (2011), Iamamoto e Carvalho (1982), Vieira (1996), e legislações
pertinentes à Educação no Serviço Social pelo Conselho Federal de Serviço Social- CFESS. 30 Machado, Aline Maria Batista; LESSA, Simone Eliza do Carmo; DENTZ, Marta von e SILVA, Roberto
Rafael Dias; PEREIRA, Evelyne Medeiros; HOLANDA, Denise de Araújo Silva; SOARES, Raí
Vieira e SILVA, Samilly Elise de Souza Silva;
56
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IAMAMOTO, Marilda Vilela.; CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no
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LESSA, Simone Eliza do Carmo. A educação contemporânea, o combate à pobreza e as
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MEDEIROS, at al. Educação, “neodesenvolvimentismo” e Serviço Social: os IFs em questão.
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VIEIRA, Evaldo. Democracia e política social. São Paulo: Cortez: Autores Associados,
1992. – (Coleção polêmicas do nosso tempo; v. 49).
58
APENDICE A
QUADRO 1 – Artigos gerais publicados na Revista Serviço Social & Sociedade entre os
anos de 2010 a 2017.
2010
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.101 São Paulo jan./mar. 2010
Subjetividade, marxismo e Serviço Social: um ensaio crítico
Duarte, Marco José de Oliveira
Estado e sociedade civil no pensamento de Marx
Souza, Jamerson Murillo Anunciação de
A atitude investigativa no trabalho do assistente social
Fraga, Cristina Kologeski
Diagnosis as a specialized discourse in the social-legal area
Laurino, Carolina González; Costábile, Sandra Leopold
Reflexões sobre a intersetorialidade entre as políticas públicas
Nascimento, Sueli do
Com açúcar e sem afeto: a trajetória de vida amorosa de mulheres das classes
populares em Aracaju/SE
Tavares, Márcia Santana
Fiscalização do exercício profissional e projeto ético-político
Santos, Josiane Soares; Gonçalves, Maria da Conceição Vasconcelos; Santos, Débora
Rodrigues; Jesus, Elma Santos de; Santos, Fábio dos; Dórea, Gleide Celma Souza; Mendes,
Raquel de Oliveira
Conferência de direitos ou plano decenal?
Fuziwara, Aurea Satomi
Proteção Social, Seguridade Social e Assistência Social: informes acerca dos debates
que marcaram o final de 2009
Paula, Renato Francisco dos Santos
A saúde no Brasil e em Portugal na atualidade: o desafio de concretizar direitos
Bravo, Maria Inês Souza
A descentralização da política nacional de saúde nos sistemas municipais na linha da
fronteira Mercosul
Agustini, Josiane; Nogueira, Vera Maria Ribeiro
Morte materna: uma expressão da "questão social"
Cardoso, Luzia Magalhães; Souza, Mirian Moura Costantin Félix de; Guimarães, Roberto
Ubirajara Cavalcante
59
O Serviço Social nas ONGs no campo da saúde: projetos societários em disputa
Machado, Graziela Scheffer
Movimentos sociais e controle social em saúde do trabalhador: inflexões, dissensos e
assessoria do Serviço Social
Freire, Lúcia M. de B.
O campo político da saúde do trabalhador e o Serviço Social
Olivar, Mônica Simone Pereira
O trabalho do Serviço Social nos serviços substitutivos de saúde mental
Robaina, Conceição Maria Vaz
A atuação do Serviço Social junto a pacientes terminais: breves considerações
Simão, Andréa Branco; Santos, Fernanda dos; Oliveira, Liane de Freitas; Santos, Renata
Aline dos; Hilário, Rita Colen; Caetano, Suélem Cabral
A rede de serviços de atenção à saúde do idoso na cidade de Barcelona (Espanha) e
na cidade de São Paulo (Brasil)
Santos, Álvaro da Silva; Karsch, Úrsula Margarida; Menéndez Montañés, Concha
Mercantilização do ensino superior e o Serviço Social brasileiro
Santos, Francine Helfreich Coutinho dos
Manifesto de Fundação do Curso de Serviço Social da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp), do campus Baixada Santista
Acosta, Ana Rojas; Baierl, Luzia Fátima; Silva, Maria Liduína de Oliveira e; Silva, Maria
Norma de Oliveira Braz Peixoto da; Thomaz, Silvia Maria Tagé
A formação profissional crítica em Serviço Social inserida na ordem do capital
monopolista
Silva, Ricardo Silvestre da
2010
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.102 São Paulo abr./jun. 2010
A saúde no Brasil e em Portugal na atualidade: o desafio de concretizar direitos
Bravo, Maria Inês Souza
A descentralização da política nacional de saúde nos sistemas municipais na linha da
fronteira Mercosul
Agustini, Josiane; Nogueira, Vera Maria Ribeiro
Morte materna: uma expressão da "questão social"
Cardoso, Luzia Magalhães; Souza, Mirian Moura Costantin Félix de; Guimarães, Roberto
Ubirajara Cavalcante
O Serviço Social nas ONGs no campo da saúde: projetos societários em disputa
60
Machado, Graziela Scheffer
Movimentos sociais e controle social em saúde do trabalhador: inflexões, dissensos e
assessoria do Serviço Social
Freire, Lúcia M. de B.
O campo político da saúde do trabalhador e o Serviço Social
Olivar, Mônica Simone Pereira
O trabalho do Serviço Social nos serviços substitutivos de saúde mental
Robaina, Conceição Maria Vaz
A atuação do Serviço Social junto a pacientes terminais: breves considerações
Simão, Andréa Branco; Santos, Fernanda dos; Oliveira, Liane de Freitas; Santos, Renata
Aline dos; Hilário, Rita Colen; Caetano, Suélem Cabral
A rede de serviços de atenção à saúde do idoso na cidade de Barcelona (Espanha) e
na cidade de São Paulo (Brasil)
Santos, Álvaro da Silva; Karsch, Úrsula Margarida; Menéndez Montañés, Concha
Mercantilização do ensino superior e o Serviço Social brasileiro
Santos, Francine Helfreich Coutinho dos
Manifesto de Fundação do Curso de Serviço Social da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp), do campus Baixada Santista
Acosta, Ana Rojas; Baierl, Luzia Fátima; Silva, Maria Liduína de Oliveira e; Silva, Maria
Norma de Oliveira Braz Peixoto da; Thomaz, Silvia Maria Tagé
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.103 São Paulo jul./set. 2010
Para quê, para quem, como? Alguns desafios do cotidiano da pesquisa em serviço
social
Moraes, Carlos Antônio de Souza; Juncá, Denise Chrysóstomo de Moura; Santos, Katarine
de Sá
Serviço Social e o campo da saúde: para além de plantões e encaminhamentos
Sodré, Francis
Plantão social: espaço privilegiado para identificação/notificação de violência contra
crianças e adolescentes
Monteiro, Fernanda de Oliveira
O Serviço Social e a "responsabilidade social das empresas": o debate da categoria
profissional na Revista Serviço Social & Sociedade e nos CBAS
Menezes, Franciane Cristina de
Estado da arte do social: uma perscrutação às práticas de responsabilidade social
empresarial
Silveira, Sandra da Silva
61
Novos paradigmas e velhos discursos: analisando processos de adolescentes em
conflito com a lei
Sartório, Alexsandra Tomazelli; Rosa, Edinete Maria
Entre paredes e redes: o lugar da mulher nas famílias pobres
Azeredo, Verônica Gonçalves
FAPSS: Uma História de 70 anos...Histórico da fundação e evolução do Instituto de
Serviço Social, hoje Faculdades Paulista de Serviço Social São Paulo e de São Caetano
do Sul
Betetto, Heliton
2010
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.103 São Paulo jul./set. 2010
A formação profissional crítica em Serviço Social inserida na ordem do capital
monopolista
Silva,Ricardo Silvestre da
Para quê, para quem, como? Alguns desafios do cotidiano da pesquisa em serviço
social
Moraes, Carlos Antônio de Souza; Juncá, Denise Chrysóstomo de Moura; Santos, Katarine
de Sá
Serviço Social e o campo da saúde: para além de plantões e encaminhamentos
Sodré, Francis
Plantão social: espaço privilegiado para identificação/notificação de violência contra
crianças e adolescentes
Monteiro, Fernanda de Oliveira
O Serviço Social e a "responsabilidade social das empresas": o debate da categoria
profissional na Revista Serviço Social & Sociedade e nos CBAS
Menezes, Franciane Cristina de
Estado da arte do social: uma perscrutação às práticas de responsabilidade social
empresarial
Silveira, Sandra da Silva
Novos paradigmas e velhos discursos: analisando processos de adolescentes em
conflito com a lei
Sartório, Alexsandra Tomazelli; Rosa, Edinete Maria
Entre paredes e redes: o lugar da mulher nas famílias pobres
Azeredo, Verônica Gonçalves
62
FAPSS: Uma História de 70 anos...Histórico da fundação e evolução do Instituto de
Serviço Social, hoje Faculdades Paulista de Serviço Social São Paulo e de São Caetano
do Sul
Betetto, Heliton
2010
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.104 São Paulo out./dez. 2010
Fundo público e políticas sociais na crise do capitalismo
Salvador, Evilasio
A crise, o desemprego e alguns desafios atuais
Antunes, Ricardo
Estrutura social no Brasil: mudanças recentes
Pochmann, Marcio
Uma crítica da concepção de política social do Banco Mundial na cena
contemporânea
Teixeira, Rafael Vieira
Cenários do pior e alternativa ecossocialista
Löwy, Michael
O CFESS na defesa das condições de trabalho e do projeto ético-político profissional
Santos, Silvana Mara de Morais dos
Configurações do ensino superior e a formação profissional dos assistentes sociais:
desafios para a intervenção
Oliveira, Isaura Isoldi de Mello Castanho e
Intervenção profissional do assistente social e as condições de trabalho no Suas
Raichelis, Raquel
Cidades, trajetórias urbanas, políticas públicas e proteção social: questões em debate
- entrevista com Vera Telles
Telles, Vera
2011
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.105 São Paulo jan./mar. 2011
Direitos sociais na constituição cidadã: um balanço de 21 anos
Oliveira, Carlindo Rodrigues de; Oliveira, Regina Coeli de
Serviço Social e medidas socioeducativas: o trabalho na perspectiva da garantia de
direitos
Freitas, Tais Pereira de
Os direitos de crianças e adolescentes na perspectiva orçamentária
63
Telles, Tiago Santos; Suguihiro, Vera Lucia Tieko; Barros, Mari Nilza Ferrari de
Propriedades coletivas, cooperativismo e economia solidária no Brasil
Morais, Edson Elias de; Lanza, Fabio; Santos, Luis Miguel Luzio dos; Pelanda, Sílvia
Schroeder
Copagamentos no Sistema Público Brasileiro: anomalia ou tendência?
Andreazzi, Maria de Fatima Siliansky de; Andreazzi, Marco Antonio Ratzsch de; Baptista,
Luciléia de Souza; Pimenta, Eduardo Scarlatelli
Risk on debate
Laurino, Carolina González
Geração de renda: enfoque nas mulheres pobres e divisão sexual do trabalho
Carloto, Cássia Maria; Gomes, Anne Grace
Tecnologias sociais: interface com as políticas públicas e o Serviço Social
Maciel, Ana Lúcia Suárez; Fernandes, Rosa Maria Castilhos
Condição feminina de mulheres chefes de família em situação de vulnerabilidade
social
Pinto, Rosa Maria Ferreiro; Micheletti, Fátima Aparecida Barbosa de Oliveira; Bernardes,
Luzana Mackevícius; Fernandes, Joice Maria Pacheco Antonio; Monteiro, Gisela
Vasconcellos; Silva, Magda Lucia Novaes; Barreira, Tânia Maria Horneaux de Mendonça;
Makhoul, Aparecida Favorêto; Cohn, Amélia
Dicionário crítico do feminismo
Nogueira, Claudia Mazzei
Frente nacional contra a privatização e sua luta em defesa da saúde pública estatal
Bravo, Maria Inês Souza
2011
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.106 São Paulo abr./jun. 2011
Barbárie e neoconservadorismo: os desafios do projeto ético-político
Barroco, Maria Lucia S
Exclusão e inclusão social nas sociedades modernas: um olhar sobre a
situação em Portugal e na União Europeia
Alvino-Borba, Andreilcy; Mata-Lima, Herlander
A formação profissional dos assistentes sociais em tempos de contrarreformas do
ensino superior: o impacto das mais recentes propostas do governo Lula
Cislaghi, Juliana Fiuza
O agir comunicativo no contexto das práticas de educação em saúde pública: um
estudo à luz da teoria da ação comunicativa de J. Habermas
Oliveira, Raimunda Nonato da Cruz
64
A formação via PNQ e inserção produtiva dos CRAS: a reposição empobrecida e
emergencial da qualificação de trabalhadores
Lessa, Simone Eliza do Carmo
O espaço da cooperativa "amigos do meio ambiente": cooperativa de trabalho ou
cooperfraude?
Sterchile, Shirla Patrícia Weber; Batista, Alfredo
Trajetórias de vida: desafios da pesquisa sociourbanística e contribuição para a
gestão pública
Ramos, Frederico; Koga, Dirce
Os benefícios eventuais previstos na Loas: o que são e como estão
Bovolenta, Gisele Aparecida
O deciframento de uma realidade em movimento: os caminhos de uma pujante
investigação
Paiva, Beatriz Augusto de
2011
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.107 São Paulo jul./set. 2011
Os modos de ser da informalidade: rumo a uma nova era da precarização estrutural
do trabalho?
Antunes, Ricardo
Atores locais na implementação da política de qualificação profissional
Filgueiras, Cristina Almeida Cunha
Serviço Social e a saúde do trabalhador: uma dispersa demanda
Mendes, Jussara Maria Rosa; Wünsch, Dolores Sanches
O Serviço Social e a área de gestão de pessoas: mediações sintonizadas com a Política
Nacional de Humanização no Hospital Giselda Trigueiro
Regis, Maria Figuerêdo de Araújo
O trabalho do assistente social em contextos hospitalares: desafios cotidianos
Martinelli, Maria Lúcia
Crime-prisão-liberdade-crime: o círculo perverso da reincidência no crime
Ferreira, Angelita Rangel
Entre monstros e vítimas: a coerção e a socialização no Sistema Socioeducativo de
Minas Gerais
Menicucci, Clarissa Gonçalves; Carneiro, Carla Bronzo Ladeira
65
Dilséa A. Bonetti: uma especial presença entre nós
Koga, Dirce
Adeus à Nobuko Kameyama
Yazbek, Maria Carmelita
Trabalho e desgaste mental: o direito de ser dono de si mesmo
Joazeiro, Edna Maria Goulart
A dimensão ética do trabalho profissional nos hospitais de custódia e tratamento
psiquiátrico
Ortiz, Fátima Grave
2011
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.108 São Paulo out./dez. 2011
Questions to be investigated: what has happened with the social services in Spain?
Puerta, Belén Morata García de la
Development of social work in Spain
Charfolet, Aurora Castillo
O Serviço Social na Itália: problemas e perspectivas
Campanini, Annamaria
As práticas do "Serviço Social activo" no âmbito das novas tendências da política
social: uma perspectiva portuguesa
Branco, Francisco; Amaro, Inês
Timm Kunstreich: por uma teoria crítica de Serviço Social
Wehrle, Tuto Beat
Forming social workers in Sweden
Montesino, Norma
O processo de formação e institucionalização do Serviço Social como profissão em
Cuba
Moraes, Josiane
A definição de trabalho social da FITS: Por que revisar?
Conselho Federal de Serviço Social
O que Serviço Social quer dizer
Faleiros, Vicente de Paula
A pós-graduação e a pesquisa no Serviço Social latino-americano: uma primeira
aproximação
Montaño, Carlos
66
Nadir Kfouri, patrimônio do Serviço Social brasileiro e da PUC-SP
Wanderley, Mariângela Belfiore; Raichelis, Raquel
As entidades do Serviço Social Brasileiro na defesa da formação profissional e do
projeto ético-político
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. Conselho Federal de Serviço
Social
2012
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.109 São Paulo jan./mar. 2012
Sociedade civil e Gramsci: desafios teóricos e práticos
Wanderley, Luiz Eduardo W.
Entre o projeto de modernidade e a efetivação da democracia: marcas deixadas na
construção da vida social brasileira
Soares, Giselle Silva
Revisitando as influências das agências internacionais na origem dos conselhos de
políticas públicas
Ribeiro, Natalina; Raichelis, Raquel
Os conselhos gestores sob o crivo da política: balanços e perspectivas
Almeida, Carla; Tatagiba, Luciana
Controle social em saúde: o caso do Pará
Cristo, Solange Conceição Albuquerque de
Movimentos sociais e redes: reflexões a partir do pensamento de Ilse Scherer-
Warren
Silva, Maria Lúcia Carvalho da; Gomide, Cristina de Mello; Wanderley, Mariangela
Belfiore; Paz, Rosangela Dias Oliveira da; Diniz, Tânia Maria Ramos de Godói
Desafios do controle social na atualidade
Bravo, Maria Inês Souza; Correia, Maria Valéria Costa
Serviço Social e educação popular: diálogos possíveis a partir de uma perspectiva
crítica
Machado, Aline Maria Batista
Algumas reflexões sobre o sistema de garantia de direitos
Baptista, Myrian Veras
Entre proteção e punição: o controle sociopenal dos adolescentes
Fávero, Eunice Teresinha
2012
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.110 São Paulo abr./jun. 2012
67
Histórico e os limites da reforma agrária na contemporaneidade brasileira
Nakatani, Paulo; Faleiros, Rogério Naques; Vargas, Neide César
O fenômeno da pluriatividade no meio rural: atividade agrícola de base familiar
Cruz, Suenya Santos da
Pobreza, "questão social" e seu enfrentamento
Montaño, Carlos
Pobreza no Brasil contemporâneo e formas de seu enfrentamento
Yazbek, Maria Carmelita
Processos de globalização e problemas emergentes: implicações para o Serviço Social
contemporâneo
Ramalho, Nélson Alves
A Lei Maria da Penha e a proteção legal à mulher vítima em São Borja no Rio
Grande do Sul: da violência denunciada à violência silenciada
Carneiro, Alessandra Acosta; Fraga, Cristina Kologeski
Fundo público e seguridade social no Brasil
Martinello, Dirce Maria
2012
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.111 São Paulo jul./set. 2012
Crise do capital e consequências societárias
Paulo Netto, José
Particularidades da "questão social" no Brasil: mediações para seu debate na "era"
Lula da Silva
Santos, Josiane Soares
O negro no contexto das novas estratégias do capital: desemprego, precarização e
informalidade
Martins, Tereza Cristina Santos
Capitalismo, crise e lutas de classes contemporâneas: questões e polêmicas
Braz, Marcelo
A política de emprego no Brasil: o caminho da flexinsegurança
Oliveira, Ednéia Alves de
A divisão sexual do trabalho no sistema de integração agroindustrial
Nogueira, Claudia Mazzei
O debate sobre a produção de indicadores sociais alternativos: demandas por novas
formas de quantificação
Arregui, Carola C.
68
A judicialização do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social
Silva, Naiane Louback da
Acolhimento familiar: validando e atribuindo sentido às leis protetivas
Valente, Jane
Partido e Revolução: 1848-1989
Coutinho, Ronaldo
Adeus a Aloísio Teixeira
Paulo Netto, José
2012
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.112 São Paulo out./dez. 2012
O novo desenvolvimentismo e a decadência ideológica do pensamento econômico
brasileiro
Castelo, Rodrigo
Novo desenvolvimentismo e liberalismo enraizado
Gonçalves, Reinaldo
Desenvolvimentismo e neodesenvolvimentismo: tragédia e farsa
Sampaio Jr., Plínio de Arruda
Entre o nacional e o neonacional-desenvolvimentismo: poder político e classes sociais
no Brasil contemporâneo
Almeida, Lúcio Flávio Rodrigues de
The difficulties of the Latin American economy
Katz, Claudio
Utopias desenvolvimentistas e política social no Brasil
Pereira, Potyara Amazoneida P.
A insidiosa corrosão dos sistemas de proteção social europeus
Boschetti, Ivanete
O valor universal de um intelectual crítico
Borgianni, Elisabete
2013
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.113 São Paulo jan./mar. 2013
França e Brasil: realidades distintas da proteção social, entrelaçadas no fluxo da
história
Behring, Elaine Rossetti
69
Social policy and the material reform of the agreement: the central character of the
programs of Conditioned Income Transfer: the Argentinian case
Fernández Soto, Silvia
Contradições da Assistência Social no governo "neodesenvolvimentista" e suas
funcionalidades ao capital
Silva, Sheyla Suely de Souza
A educação contemporânea, o combate à pobreza e as demandas para o trabalho do
assistente social: contribuições para este debate
Lessa, Simone Eliza do Carmo
Espaço sócio-ocupacional do assistente social: seu arcabouço jurídico-político
Delgado, Leila Baumgratz
A produção do conhecimento nas Ciências Sociais e a provisoriedade da realidade
material e simbólica
Osterne, Maria do Socorro F.; Brasil, Glaucíria Mota; Almeida, Rosemary de Oliveira
A produção de conhecimento no Serviço Social: o mundo do trabalho em debate
Nogueira, Claudia Mazzei
2013
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.114 São Paulo abr./jun. 2013
Os 40 anos sem Lukács e o debate contemporâneo nas ciências humanas
Castro, Rogério
Praxis, gênero humano e natureza: notas a partir de Marx, Engels e Lukács
Macário, Epitácio
A "viagem de volta": significados da pesquisa na formação e prática profissional do
Assistente Social
Moraes, Carlos Antonio de Souza
Serviço Social em empresas: consultoria e prestação de serviço
Giampaoli, Maria Cristina
A percepção do assistente social acerca do racismo institucional
Eurico, Márcia Campos
Saúde mental e classe social: CAPS, um serviço de classe e interclasses
Rosa, Lucia Cristina dos Santos; Campos, Rosana Teresa Onocko
A política de descriminalização de drogas em Portugal
Martins, Vera Lúcia
Democracy and citizenship: an ongoing debate for the construction of a public policy
for women
Olaya, Eucaris
70
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares: um novo modelo de gestão?
Sodré, Francis; Littike, Denilda; Drago, Leandra Maria Borlini; Perim, Maria Clara
Mendonça
Diálogos entre Serviço Social e educação popular: reflexão baseada em uma
experiência científico-popular
Oliveira, Lucia Conde de; Vieira, Sâmia Barros; Sousa, Hevelanya Albano de; Nogueira,
Maria Sônia Lima; Brito, Célia Maria Machado de; Fernandes, Isabelle Rocha
2013
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.115 São Paulo jul./set. 2013
Para entender o Serviço Social na área sociojurídica
Borgianni, Elisabete
Jogos de poder nas dobras do legal e do ilegal: anotações de um percurso de pesquisa
Telles, Vera
Serviço Social e Ministério Público: aproximações mediadas pela defesa e garantia
de direitos humanos
Tejadas, Silvia da Silva
A interdisciplinaridade na violência sexual
Azambuja, Maria Regina Fay de
O Serviço Social no Judiciário: construções e desafios com base na realidade paulista
Fávero, Eunice Teresinha
Lutas Sociais e Direitos Humanos da criança e do adolescente: uma necessária
articulação
Fuziwara, Aurea Satomi
Work conditions of the social workers from the Judiciary of Neuquén
Valdevenito, Martha
Proibicionismo e a criminalização de adolescentes pobres por tráfico de drogas
Rocha, Andréa Pires
Serviço Social e viabilização de direitos: a licença/salário-maternidade nos casos de
adoção
Segalin, Andreia
2013
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.116 São Paulo out./dez. 2013
Nota do editor
Cortez, José Xavier
71
Proteção social e trabalho do assistente social: tendências e disputas na conjuntura
de crise mundial
Raichelis, Raquel
Proteção social contemporânea: cui prodest?
Pereira, Potyara Amazoneida P.
Proteção social e seguridade social no Brasil: pautas para o trabalho do assistente
social
Sposati, Aldaíza
Carlos Nelson Coutinho: a hegemonia como contrato
Meneses, Jaldes Reis de
The new configuration of the assistance field: the Uruguayan equity plan
Vecinday, Laura
Interdisciplinaridade, formação humana e emancipação humana
Tonet, Ivo
Sofrimento social
Werlang, Rosangela; Mendes, Jussara Maria Rosa
Os impactos dos benefícios assistenciais para os povos indígenas: estudo de caso em
Aldeias Guaranis
Quermes, Paulo Afonso de Araújo; Carvalho, Jucelina Alves de
Asocial Europe: crisis and Welfare State
Adelantado, José
II Colóquio Nacional sobre o Trabalho do Assistente Social
Trindade, Rosa Lúcia Prédes
2014
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.117 São Paulo jan./mar. 2014
Intelectualidade, política e produção do conhecimento: desafios ao Serviço Social
Simionatto, Ivete
Exercício profissional do assistente social: da imediaticidade às possibilidades
históricas
Lacerda, Lélica Elis P. de
Formação profissional em serviço social e gênero: algumas considerações
Lima, Rita de Lourdes de
O Serviço Social entre a prevenção e a promoção da saúde: tradução, vínculo e
acolhimento
72
Sodré, Francis
Ética e sigilo profissional
Sampaio, Simone Sobral; Rodrigues, Filipe Wingeter
The Programs of Conditional Cash Transfer as a neoliberal way to manage the
social issue
Bentura, José Pablo
Avaliação de Programas e Serviços Sociais no Brasil: uma análise das práticas no
contexto atual
Gasparini, Max Felipe Vianna; Furtado, Juarez Pereira
Crianças e adolescentes em abrigos: uma regionalização para Minas Gerais
Ferreira, Frederico Poley Martins
Proteção social e território na pesca artesanal do litoral paraibano
Silva, Emanuel Luiz P. da; Wanderley, Mariangela Belfiore; Conserva, Marinalva de Sousa
Educação e transcendência da autoalienação do trabalho
Lara, Ricardo
Uma "nova questão social"?: raízes materiais e humano-sociais do pauperismo de
ontem e de hoje
Rodrigues, Elida Janaina Barbosa
2014
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.118 São Paulo abr./jun. 2014
Processos de trabalho: da manufatura à maquinaria moderna
Batista, Alfredo
Crise do capital, precarização do trabalho e impactos no Serviço Social
Ceolin, George Francisco
A questão dos intelectuais em Gramsci
Duriguetto, Maria Lúcia
Reestruturação produtiva, trabalho informal e a invisibilidade social do trabalho de
crianças e adolescentes
Lourenço, Edvânia Ângela de Souza
Consultoria empresarial de Serviço Social: expressões da precarização e da
terceirização profissional
Azevedo, Fernanda Caldas de
Benefício de Prestação Continuada e perícia médica previdenciária: limitações do
processo
Bim, Miriam Cláudia Spada; Murofuse, Neide Tiemi
73
Saúde mental, intersetorialidade e questão social: um estudo na ótica dos sujeitos
Scheffer, Graziela; Silva, Lahana Gomes
A nova morfologia do trabalho, informalidade e precarização
Queiroz, Pedro
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.119 São Paulo jul./set. 2014
A extrema-direita na atualidade
Silva, Adriana Brito da; Brites, Cristina Maria; Oliveira, Eliane de Cássia Rosa; Borri,
Giovanna Teixeira
Política social e Direitos Humanos sob o jugo imperial dos Estados Unidos
Pereira, Potyara Amazoneida P.; Siqueira, Marcos César Alves
Reflexões sobre liberdade e (in)tolerância
Barroco, Maria Lucia S.
The education in human rights as part of the ethical and political project of Social
Work
Duarte Hidalgo, Cory
A trajetória histórica do "social"
Strazzeri, Victor
Três notas sobre o sincretismo no Serviço Social
Souza, Jamerson Murillo Anunciação de
A filosofia como historicidade: a ideologia no estudo filosófico dos Cadernos do
cárcere
Silveira Júnior, Adilson Aquino
Samba, cultura e sociedade: sambistas e trabalhadores entre a "questão social" e a
questão cultural no Brasil
Maranhão, Cézar
2014
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.120 São Paulo out./dez. 2014
A formação acadêmico-profissional no Serviço Social brasileiro
Iamamoto, Marilda Villela
As recentes tendências da pesquisa em Serviço Social
Mendes, Jussara Maria Rosa; Almeida, Bernadete de Lourdes Figueiredo de
Condições sócio-ocupacionais do trabalho docente e a formação profissional
Pinto, Marina Barbosa
74
A dimensão política do trabalho do assistente social
Yazbek, Maria Carmelita
Espaços ocupacionais e dimensões políticas da prática do assistente social
Mota, Ana Elizabete
O Serviço Social no cotidiano: fios e desafios
Faleiros, Vicente de Paula
O Serviço Social no cotidiano: fios e desafios
Faleiros, Vicente de Paula
Trabalho e desenvolvimento: a realidade rural e a questão social
Sant'Ana, Raquel Santos
O "social" no interior do projeto neodesenvolvimentista
Pfeifer, Mariana
Conforto, proteção social e emprego doméstico (Brasil e Região Fluminense, 1960-
2000)
Costa, Suely Gomes
2015
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.121 São Paulo jan./mar. 2015
Dimensões históricas das relações entre educação e Serviço Social: elementos para
uma revisão crítica
Dentz, Marta von; Silva, Roberto Rafael Dias da
Desigualdade racial nos espaços escolares e o trabalho do assistente social
Freitas, Tais Pereira de; Engler, Helen Barbosa Raiz
Serviço Social e avaliações de negligência: debates no campo da ética profissional
Berberian, Thais Peinado
Desafios do Serviço Social na atualidade em Portugal
Carvalho, Maria Irene; Pinto, Carla
A emigração dos assistentes sociais portugueses: faces do trabalho e do desemprego
em tempos de crise e austeridade
Castro, Alcina Maria Martins de; Tomé, Rosa Maria; Carrara, Virgínia Alves
New tasks, new places of justice social work in Spain
Gómez, Francisco Gómez; Esteban, Raúl Soto
Notas sobre o Trabalho Social cubano
Silva, José Fernando Siqueira da; Carmo, Onilda Alves do
Contemporary discussion of the Argentine Social Work: critics to systemic thinking
75
Gianna, Sergio Daniel
2015
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.122 São Paulo abr./jun. 2015
O conservadorismo moderno: esboço para uma aproximação
Souza, Jamerson Murillo Anunciação de
What is neo-developmentism? A critical view. Argentina and Brazil
Katz, Claudio
A privatização das águas no contexto da contrarreforma do estado brasileiro
Santos, Josiane Soares; Acioly, Yanne Angelim
A ditadura civil-militar de 1964: os impactos de longa duração nos direitos
trabalhistas e sociais no Brasil
Lara, Ricardo; Silva, Mauri Antônio da
Educação, "neodesenvolvimentismo" e Serviço Social: os IFs em questão
Pereira, Evelyne Medeiros; Holanda, Denise de Araújo Silva; Soares, Raí Vieira; Silva,
Samilly Elise de Souza
Plano Individual de Atendimento (PIA) na perspectiva dos técnicos da semiliberdade
Moreira, Jacqueline de Oliveira; Albuquerque, Bruna Simões de; Rocha, Bianca Ferreira;
Rocha, Paula Melgaço da; Vasconcelos, Maria Aparecida Marques
Consultoria social nas empresas: entre a inovação e a precarização silenciosa do
Serviço Social
Gomes, Márcia Regina Botão
2016
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.126 São Paulo mai./ago. 2016
Editorial
Yazbek, Maria Carmelita; Raichelis, Raquel; Marsiglia, Regina Giffoni
Envelhecimento e proteção social: aproximações entre Brasil, América Latina e
Portugal
Silva, Maria do Rosário de Fátima e
Cartografia da oferta pública e privada de serviços dirigidos à população idosa em
Portugal
Daniel, Fernanda; Monteiro, Rosa; Ferreira, Jorge
Os idosos do nosso tempo e a impossibilidade da sabedoria no capitalismo atual
Paula, Marcos Ferreira de
Trabalho, cuidado e sociabilidade: contribuições marxianas para o debate
76
contemporâneo
Passos, Rachel Gouveia
Estado-providência: chega de odes e críticas neoliberais
Oliveira, Robson de; Sampaio, Simone Sobral
Fundo público e políticas sociais no capitalismo: considerações teóricas
Souza Filho, Rodrigo de
O endividamento da classe trabalhadora no Brasil e o capitalismo manipulatório
Ribeiro, Rodrigo Fernandes; Lara, Ricardo
Edmund Burke e a gênese conservadorismo
Souza, Jamerson Murillo Anunciação de
As tecnologias de comunicação na memória dos idosos
Silva, Michel Carvalho da
Anita Aline de Albuquerque Costa, a Anita da UFPE: energia e disposição que
romperam os marcos do tempo
Vieira, Ana Cristina; Mota, Ana Elizabete
2016
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.127 São Paulo set./dez. 2016
Editorial
Koga, Dirce; Wanderley, Mariangela Belfiore; Paz, Rosangela Dias Oliveira da
Serviço Social: um enfant terrible na institucionalidade burguesa?
Pereira, Potyara A. P.
80 anos de formação em Serviço Social: uma trajetória de ruptura com o
conservadorismo
Cardoso, Priscila Fernanda Gonçalves
80 anos de Serviço Social no Brasil: organização política e direção social da profissão
no processo de ruptura com o conservadorismo
Abramides, Maria Beatriz Costa
Serviço Social e Dona Ivone Lara: o lado negro e laico da nossa história profissional
Scheffer, Graziela
Trajetória acadêmica de professoras aposentadas do Serviço Social
Mesquita, Paula Fabrícia Brandão Aguiar
O pensamento de Jeannine Verdès-Leroux e o Serviço Social: um resgate crítico
Martins, Ludson Rocha
Foundations and genesis of the social question: primitive accumulation, patriarchy
77
and conquest
Mallardi, Manuel Waldemar
Gênero e Serviço Social: uma análise a partir do paradigma indiciário
Lole, Ana
A precarização do trabalho em foco: rebatimentos para os assistentes sociais do
Judiciário
Colombi, Bárbara Leite Pereira
O Serviço Social brasileiro na entrada do século XXI: considerações sobre o
trabalho profissional
Moraes, Carlos Antonio de Souza
Homenagem a Maria Lúcia Carvalho da Silva: assistente social, docente e amiga
querida
Silva, Ademir Alves da; Yazbek, Maria Carmelita; Wanderley, Mariangela Belfiore; Paz,
Rosangela Dias Oliveira da
Heliana Baia Evelin Soria e o Serviço Social no Pará
Nascimento, Maria Antonia Cardoso; Gomes, Vera Lúcia Batista; Cruz, Sandra Helena
Ribeiro
2016
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.125 São Paulo jan./abr. 2016
O estruturalismo genético de Lucien Goldmann e o estudo da prática do serviço
social
Baptista, Myrian Veras
Goldmann e o estruturalismo genético
Löwy, Michael
Judicialização da questão social e a banalização da interdição de pessoas com
transtornos mentais
Barison, Mônica Santos; Gonçalves, Rafael Soares
Conjuntura, gênese e formação profissional: notas relacionais entre o Serviço Social
brasileiro e o espanhol
Goin, Mariléia; Rendueles, César; Prates, Jane Cruz
Caminhos da formação: os desafios da supervisão de estágio no curso de Serviço
Social de Miracema do Tocantins
Cariaga, Maria Helena; Silva, Maria José Antunes da
A aposta na tessitura de redes como inovação do trabalho no campo sociojurídico
Ferrari, Anne Karoline; Tavares, Gilead Marchezi
O trabalho do assistente social no Programa Bolsa Família: desafios ao Código de
78
Ética profissional
Carnelossi, Bruna
Programa Bolsa Família e o acompanhamento das condicionalidades na área de
saúde
Senna, Mônica de Castro Maia; Brandão, André Augusto; Dalt, Salete Da
Arranjo produtivo local, política do espaço e flexibilização do trabalho
Barbosa, Rosangela Nair de Carvalho
Aplausos eternos à Myrian Veras Baptista
Acosta, Ana Rojas; Fávero, Eunice Teresinha; Silva, Maria Liduína de Oliveira e; Oliveira,
Rita de Cassia Silva
Nota sobre Myrian Veras Baptista
Löwy, Michael
2017
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.128 São Paulo jan./abr. 2017
80 anos do Serviço Social no Brasil: a certeza na frente, a história na mão
Iamamoto, Marilda Villela
80 anos do Serviço Social brasileiro: conquistas históricas e desafios na atual
conjuntura
Mota, Ana Elizabete
Agudização da barbárie e desafios ao Serviço Social
Boschetti, Ivanete
Serviço Social aos 80 anos diante de um novo Brasil
Iasi, Mauro Luis
O golpe nas ilusões democráticas e a ascensão do conservadorismo reacionário
Braz, Marcelo
Criminalização das classes subalternas no espaço urbano e ações profissionais do
Serviço Social
Duriguetto, Maria Lúcia
80 anos do Serviço Social no Brasil: marcos históricos balizados nos códigos de ética
da profissão
Oliveira, Edistia Maria Abath Pereira de; Chaves, Helena Lúcia Augusto
Homenagem às professoras da primeira Escola de Serviço Social no Brasil
Silva, Maria Liduína de Oliveira e
A primeira escola de Serviço Social no cenário educacional brasileiro na
contemporaneidade: breves notas
79
Cabral, Maria do Socorro Reis
Memória e conquistas históricas
Barroco, Maria Lucia
Memória: 80 anos do Serviço Social no Brasil: O III CBAS "O Congresso da Virada"
1979
Abramides, Maria Beatriz Costa
2017
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.129 São Paulo mai./ago. 2017
Sentido da colonização e revolução brasileira: crítica de caracterizações do modo de
produção colonial
Vieira, Carlos Alberto Cordovano
Crise do capital, exército industrial de reserva e precariado no Brasil
contemporâneo
Trindade, Hiago
The guidelines of the social policy in the "cycle of post-liberal recovery" in Uruguay
(2005-2015)
Vecinday, Laura
Que a universidade se pinte de povo
Monteiro, Jéssica Oliveira
A trajetória da assistência estudantil na educação superior brasileira
Imperatori, Thaís Kristosch
Perfil das assistentes sociais dos Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia do Brasil
Prada, Talita; Garcia, Maria Lúcia Teixeira
A atuação da/o assistente social nos casos de alienação parental
Batista, Thais Tononi
Serviço Social e desastres: campo para o conhecimento e a atuação profissional
Avila, Maria Roseli Rossi; Mattedi, Marcos Antonio; Silva, Maria Salete da
Lutas sociais e desafios da classe trabalhadora: reafirmar o projeto profissional do
serviço social brasileiro
Abramides, Maria Beatriz Costa
2017
Sumário
Serv. Soc. Soc. no.130 São Paulo set./dez. 2017
Capitalismo, crises e conjuntura
80
Fontes, Virgínia
O desmonte do financiamento da seguridade social em contexto de ajuste fiscal
Salvador, Evilasio da Silva
Crise do capital e desmonte da Seguridade Social: desafios (im)postos ao Serviço
Social
Castilho, Daniela Ribeiro; Lemos, Esther Luíza de Souza; Gomes, Vera Lúcia Batista
Crise do capital e o desmonte da Previdência Social no Brasil
Lourenço, Edvânia Ângela de Souza; Lacaz, Francisco Antonio de Castro; Goulart, Patrícia
Martins
Transitoriedade da felicidade da criança brasileira
Sposati, Aldaíza
Assistência social em risco: conservadorismo e luta social por direitos
Silveira, Jucimeri Isolda
Cesta básica e assistência social: notas de uma antiga relação
Bovolenta, Gisele A.
Organizações Sociais do setor de saúde no estado de São Paulo: avanços e limites do
controle externo
Pilotto, Bernardo Seixas; Junqueira, Virginia
Fonte: Revista Serviço Social & Sociedade
81
APENDICE B
Linhas Norteadoras da Reforma Curricular das novas diretrizes (1982) para a formação de
assistentes sociais
1- Desenvolver uma visão global da sociedade a partir do seu
entendimento histórico-estrutural, capacitando os alunos para a
elaboração de um instrumental capaz de problematizar a realidade.
2-Rompimento com o pragmatismo, por meio da participação do
Serviço Social na produção de conhecimentos sobre a totalidade
social, sendo este o instrumento de sua ação profissional. 3-
Rompimento com a visão e a prática segmentada da metodologia do
Serviço Social, esta passa a ser entendida a partir de uma visão
metodológica global com base no método dialético de estudo da
realidade. É proposto o estudo da práxis, centrado na reflexão-ação-
reflexão;
4- Compreensão que a teoria do Serviço Social tem necessidade de
análise sistemática e crítica na sua construção e deve ser vista no
quadro geral das ciências sociais e da realidade social, rompendo com
a visão de um conhecimento isolado e exclusivo do Serviço Social;
5- Realização de análise institucional, centrada na luta de classes e no
desvelamento da correlação de forças existentes nas instituições onde
o assistente social atua, no sentido de fortalecer o poder do usuário;
6- Abordagem do usuário a partir de sua inserção em uma classe
social, contrapondo-se à visão do usuário como indivíduo, grupo ou
comunidade;
7-Resgate da assistência como direito e não como benesse, e a
recuperação do vínculo histórico da profissão com a assistência;
8-Prática fundamentada na problematização da realidade, a partir de
categorias teóricas de análise;
9-Entendimento acerca da teoria e prática como uma unidade
dialética;
10-Estudo das políticas sociais como expressão da luta de classes,
portanto, nega-se a sua neutralidade, afirmando-a como um direito que
precisa ser resgatado pelo Serviço Social;
11-Importância da participação do estudante no movimento estudantil
e nos movimentos sociais como complementação de sua formação
profissional;
12- Compreensão acerca da relação orgânica da profissão com o
Estado, uma vez que a profissão surge a partir do desenvolvimento do
aparato estatal no estágio do capitalismo monopolista.
Fonte: Curso de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de
Fora – MG, 1982.
82
ANEXO A
LEI Nº 12.796, DE 4 DE ABRIL DE 2013.
Presidência da República
Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 12.796, DE 4 DE ABRIL DE 2013.
Mensagem de veto
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
para dispor sobre a formação dos profissionais da
educação e dar outras providências. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei: Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 3o ...........................................................................
..............................................................................................
XII - consideração com a diversidade étnico-racial.” (NR)
“Art. 4o ..........................................................................
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte
forma:
a) pré-escola;
b) ensino fundamental;
c) ensino médio;
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade;
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não os concluíram na idade
própria;
..............................................................................................
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares
de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;
....................................................................................” (NR)
“Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de
cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e,
ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo.
§ 1o O poder público, na esfera de sua competência federativa, deverá:
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos que não
concluíram a educação básica;
....................................................................................” (NR)
“Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4
(quatro) anos de idade.” (NR)
“Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte
diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos
educandos.
...................................................................................” (NR)
“Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento
integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade.” (NR)
“Art. 30. ........................................................................
..............................................................................................
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.” (NR)
“Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
83
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental;
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de
trabalho educacional;
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a
jornada integral;
IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60%
(sessenta por cento) do total de horas;
V - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da
criança.” (NR)
“Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
...................................................................................” (NR)
“Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação:
...................................................................................” (NR)
“Art. 60. .......................................................................
Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na
própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.” (NR)
“Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de
licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação
mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos 5 (cinco) primeiros anos do ensino
fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal.
§ 4º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios adotarão mecanismos facilitadores de acesso e
permanência em cursos de formação de docentes em nível superior para atuar na educação básica pública.
§ 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão a formação de profissionais do
magistério para atuar na educação básica pública mediante programa institucional de bolsa de iniciação à
docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, nas instituições de educação
superior.
§ 6o O Ministério da Educação poderá estabelecer nota mínima em exame nacional aplicado aos concluintes do
ensino médio como pré-requisito para o ingresso em cursos de graduação para formação de docentes, ouvido o
Conselho Nacional de Educação - CNE.
§ 7o (VETADO).” (NR)
“Art. 62-A. A formação dos profissionais a que se refere o inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos de
conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo habilitações tecnológicas.
Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os profissionais a que se refere o caput, no local de
trabalho ou em instituições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação profissional, cursos
superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação.”
“Art. 67. ........................................................................
§ 3º A União prestará assistência técnica aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na elaboração de
concursos públicos para provimento de cargos dos profissionais da educação.” (NR)
“Art. 87. .......................................................................
§ 2º (Revogado).
§ 3o ...............................................................................
I - (revogado);
..............................................................................................
§ 4º (Revogado).
...................................................................................” (NR)
“Art. 87-A. (VETADO).”
Art. 2o Revogam-se o § 2º, o inciso I do § 3º e o § 4o do art. 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996.
Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 4 de abril de 2013; 192o da Independência e 125o da República.
DILMA ROUSSEFF
Aloizio Mercadante
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.4.2013