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SERVIÇO SOCIAL ___________________________________________________ INDIANARA DA SILVA O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO _____________________________________________________ TOLEDO-PR 2017

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SERVIÇO SOCIAL

___________________________________________________

INDIANARA DA SILVA

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO

_____________________________________________________

TOLEDO-PR

2017

INDIANARA DA SILVA

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao curso de Serviço Social, Centro de Ciências

Sociais Aplicadas da Universidade Estadual do

Oeste do Paraná – UNIOESTE, como requisito

parcial à obtenção do grau de Bacharel em

Serviço Social.

Orientadora: Ms Carmen Pardo Salata

TOLEDO

2017

INDIANARA DA SILVA

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao curso de Serviço Social, Centro de Ciências

Sociais Aplicadas da Universidade Estadual do

Oeste do Paraná – UNIOESTE, como requisito

parcial à obtenção do grau de Bacharel em

Serviço Social.

Orientadora: Ms Carmen Pardo Salata

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Orientadora – Profa. Ms. Carmen Pardo Salata

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

__________________________________________

Profa. Cleonilda Sabaini Thomazini Dallago

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

__________________________________________

Profa. Diuslene Rodrigues da Silva

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Toledo 13 de dezembro de 2017.

Dedico este trabalho às pessoas que se fizeram

merecedoras durante esta caminhada, em especial à

minha filha Hayna Minnon, pelos momentos em que

dediquei aos estudos deixando de dar-te a atenção

merecida, todo o meu amor e agradecimento. TE AMO

filha.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por todas as vezes que me amparou, guiou meus

passos, me mostrando o melhor caminho a seguir. Sua presença nos momentos mais difíceis

de angústia e sofrimentos nessa trajetória foi indispensável, pois na sua presença eu busquei

forças para conquistar este trabalho que parecia tão distante.

À Universidade Estadual do Oeste do Paraná- UNIOESTE, minha gratidão pelas

possibilidades da aprendizagem da profissão Serviço Social.

Meu especial agradecimento, à minha orientadora, professora, amiga, Ms. Carmen

Pardo Salata, sei que neste momento me faltará palavras para lhe agradecer. Mas em meu

coraçao jamais faltará espaço para você, por toda a paciência nos momentos dificeis para

mim. MEU MUITO OBRIGADA.

Agradeço a meus pais SADIR e mãe TEREZA, pelo carinho, nunca duvidaram de

mim, mesmo distante sei que estavam torcendo, me apoiando, mas minhas decisões, nunca

deixarão de incluir meu nome em suas orações. Muito obrigada, Amo vocês.

Agradeço a você minha filha HAYNA MINNON, que mesmo tão pequena, soube

compreender sua mamãe, me possibilitando silêncio mesmo quando tudo o que queria era

brincar. A sua presença, em minha vida me fortalece cada dia mais. TE AMO.

A você JONES, que em meio às dificuldades que tivemos, não deixou de acreditar em

mim. Meu muito obrigada.

A você meu irmão, Nilson que nunca mediu esforços para me ajudar. Muito obrigada.

Ah! E você o que falar... chorou muitas vezes comigo, passamos bons momentos

juntas, amigas, companheiras, irmã de coração. Ana Cristina, que me amparou muitas vezes,

me fortaleceu do seu jeito, orou incansavelmente por mim, teria muito para te falar, mas deixo

meu coração falar por mim, e em meios a tantas emoções só me vem como é grande meu

AMOR por você.

A todos os meus professores, meu agradecimento pelos conhecimentos transmitidos.

Obrigada a todos.

Às amigas, colegas, companheiras, algumas finalizando juntas esta caminhada, outras

já finalizaram.

Obrigada @ todas(os).

“De tudo ficam três coisas:

A certeza de que estamos sempre começando...

A certeza de que precisamos continuar...

A certeza de que seremos interrompidos antes

de terminar....

Portanto, devemos: Fazer da interrupção um

caminho novo...

Da queda, um passo de dança...

Do medo, uma escada...

Do sonho, uma ponte...

Da procura, um encontro...”

Fernando Pessoa

SILVA, Indianara da. O Processo de Construção do Serviço Social na Educação. Trabalho

de Conclusão de Curso (Bacharelado em Serviço Social). Centro de Ciências Sociais

Aplicadas. Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Toledo-PR, 2017.

RESUMO

Esta pesquisa tem como tema: O processo de construção do Serviço Social na Educação. O

estudo se justifica pelo fato da educação ser uma política social, um campo de intensas

manifestações das expressões da “questão social”, um espaço sócio ocupacional de assistentes

sociais. O problema de pesquisa se configurou em: Como o Serviço Social na Educação foi

construído? Como objetivo geral buscou-se: Conhecer como se realizou a construção do

Serviço Social na Educação a partir da década de 1930. Os objetivos específicos são: 1-

Conhecer o debate teórico do Serviço Social na Educação; 2- Identificar e interpretar os

artigos referentes ao processo histórico de construção do Serviço Social na Educação,

publicados pela Revista Serviço Social & Sociedade entre os anos de 2010 a 2017. 3-

Conhecer as legislações que dão base para o Serviço Social na Educação. O processo

metodológico da pesquisa é bibliográfico com abordagem qualitativa, sendo que a base

teórica principal se apoia em: Almeida (2000), Behring e Boschetti (2011), Iamamoto e

Carvalho (1982), Vieira (1996), e legislações pertinentes à Educação no Serviço Social pelo

Conselho Federal de Serviço Social - CFESS. Os capítulos estão estruturados da seguinte

forma: Capitulo 1 Concepção de Política Social; subitem 1.1 O Processo Histórico do

Surgimento da Política Social: fundamentos do capitalismo concorrencial e monopolista;

subitem 1.2 Como o Serviço Social foi criado para atender o Estado burguês: da caridade à

racionalização da política social; subitem 1.3 A construção do Serviço Social na educação na

década de 1930. Capitulo 2. Reflexão sobre os artigos do Serviço Social na Educação da

Revista Serviço Social & sociedade entre os anos de 2010 a 2017.

PALAVRAS-CHAVE: Política Social, Serviço Social, Educação.

LISTA DE SIGLAS

CFESS Conselho Federal de Serviço Social

CBAS Congressos Brasileiros de Assistentes Sociais

GT Grupo de Estudos

LBA Legião Brasileira de Assistência

SNAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SESI Serviço Social da Indústria

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10

1 CONCEPÇÃO DE POLÍTICA SOCIAL .......................................................................... 14

1.1 O PROCESSO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA POLÍTICA SOCIAL NOS

FUNDAMENTOS DO CAPITALISMO CONCORRENCIAL E MONOPOLISTA........... 17

1.2 COMO O SERVIÇO SOCIAL FOI CRIADO PARA ATENDER O ESTADO

BURGUÊS: DA CARIDADE À RACIONALIZAÇÃO DA POLÍTICA SOCIAL .............. 20

1.3 A CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO A PARTIR DA

DÉCADA DE 1930 ............................................................................................................... 21

2 IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARTIGOS DO SERVIÇO SOCIAL

NA EDUCAÇÃO DA REVISTA SERVIÇO SOCIAL E SOCIEDADE ENTRE OS

ANOS DE 2010 A 2017 ........................................................................................................... 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 55

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 56

APENDICE A ......................................................................................................................... 58

APENDICE B .......................................................................................................................... 81

ANEXO A ................................................................................................................................ 82

10

INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é resultado de conhecimentos

alcançados durante a realização do curso de Serviço Social e do Estágio Supervisionado em

Serviço Social I e II na Secretaria Municipal da Educação no Município de Toledo-PR, os

quais possibilitaram uma reflexão e visão crítica do cotidiano vivido naquele espaço

institucional. Tal experiência contribuiu para a formação profissional, pela aproximação desse

campo com suas particularidades e delimitações específicas, ou seja, do Serviço Social na

área da Educação.

A Educação na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9394/96 se refere à

Educação de forma ampla como,

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida

familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e

pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas

manifestações culturais. (BRASIL, 1996a, s.p.).

Essa nova concepção de educação está presente somente nessa lei 9394/96 (anexo 2)

sendo foi formulada de maneira articulada aos processos de formação, demonstrando que os

mesmos não se restringem apenas às escolas em todos os seus níveis, mas também em outras

esferas e instituições da vida social dos cidadãos, principalmente porque assume o princípio

educativo (inciso XI), que diz respeito à a formação para o exercício da cidadania e para o

trabalho. Na Constituição Federal de 1988 a concepção de Educação se expressa como:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida

e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho. (BRASIL, 2017b, s.p.).

A escola é o local próprio para se desenvolver a educação formal, isto é, o ensino e a

aprendizagem, considerada fundamental para a vida produtiva e em sociedade.

Essa educação formal é considerada como requisito prioritário para o desenvolvimento

de todo indivíduo em sua vida e no acesso ao mercado de trabalho. Essa é uma condição que

não depende de cor, raça, credo ou etnia.

Ao Estado cabe assegurar às crianças, adolescentes e também aos jovens e adultos que

não concluíram o ensino primário, tenham oportunidades iguais no acesso, na aprendizagem e

permanência sem nenhum custo, conforme afirma a Constituição Federal de 1988:

11

[...] Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a

garantia de:

I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)

anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a

ela não tiveram acesso na idade própria [...] (BRASIL, 2017b, s.p.)

E é sobre a realidade do Serviço Social na Educação, com ênfase ao seu aspecto

histórico que esta pesquisa apresenta a sua metodologia.

O caminho metodológico da pesquisa é bibliográfico com abordagem qualitativa,

sendo que a base teórica principal se apoia em: Almeida (2000), Behring e Boschetti (2011),

Iamamoto e Carvalho (1982), Vieira (1996) e legislações pertinentes à Educação no Serviço

Social pelo CFESS.

Esta pesquisa tem como tema: O processo de construção do Serviço Social na

Educação. O estudo se justifica pelo fato da educação ser uma política social, um campo de

intensas manifestações das expressões da “questão social”, um espaço sócio ocupacional de

assistentes sociais. O problema de pesquisa se configurou em: Como o Serviço Social na

Educação foi construído? Como objetivo geral buscou- se: Conhecer como se realizou a

construção do Serviço social na Educação a partir da década de 1930. Os objetivos

específicos são: 1- Conhecer o debate teórico do Serviço Social na Educação; 2- Identificar e

interpretar os artigos referentes ao processo histórico de construção do Serviço Social na

Educação, publicados pela Revista Serviço Social & Sociedade entre os anos de 2010 a 2017.

3- Conhecer as legislações que dão base para o Serviço Social na Educação. O processo

metodológico da pesquisa é bibliográfico com abordagem qualitativa, sendo que a base

teórica principal se apoia em: Almeida (2000), Behring e Boschetti (2011), Iamamoto e

Carvalho (1982), Vieira (1996), e legislações pertinentes à Educação no Serviço Social pelo

Conselho Federal de Serviço Social- CFESS.

A estrutura dos capítulos foi organizada da seguinte forma: Capitulo 1 Concepção de

política social; subitem 1.1 O processo histórico do surgimento da política social: nos

fundamentos do capitalismo concorrencial e monopolista; subitem 1.2 Como o serviço social

foi criado para atender o estado burguês: da caridade à racionalização da política social;

subitem 1.3 Como foi construído o serviço social na educação a partir da década de 1930.

Capitulo 2. Identificação e interpretação dos quatro artigos sobre Serviço Social na Educação

da Revista Serviço Social & Sociedade entre 2010 a 2017.

Nesta pesquisa selecionamos quatro (4) artigos sobre Serviço Social na Educação

dentre o total de 30 edições e 396 artigos gerais da Revista Serviço Social & Sociedade

12

publicados entre os anos de 2010 a 2017 (anexo 1) E, os quatro artigos selecionados se

referem ao Serviço Social na Educação, São eles:

Artigo1

Serviço Social e educação popular: diálogos possíveis a partir de uma perspectiva crítica

Serviço Social e educação popular: diálogos possíveis a partir de uma perspectiva crítica.

Resumo: O presente texto tem como objetivo principal retomar o debate acerca da educação

popular enquanto temática e, simultaneamente, estratégia de ação relevante para o trabalho e a

formação profissional do (a) assistente social, visto que ao mesmo tempo em que parece ter

sido submersa do debate teórico-profissional ante o refluxo dos movimentos sociais, está

presente no trabalho de campo desses profissionais, sobretudo porque esse paradigma

educativo visa contribuir com o processo de conscientização e mobilização dos sujeitos

sociais. Palavras-chave: Educação popular. Serviço Social. Formação profissional.

Artigo 2

A educação contemporânea, o combate à pobreza e as demandas para o trabalho do assistente

social: contribuições para este debate.

A educação contemporânea, o combate à pobreza e as demandas para o trabalho do

assistente social: contribuições para este debate. Feliz daquele que transfere o que sabe e

aprende o que ensina. Cora Coralina Simone Eliza do Carmo Lessa*

Resumo: Apresentamos discussão sobre a complexa relação entre a educação como política

pública e a vinculação do Serviço Social a ela, em especial, sua integração à escola pública,

neste momento de crise do capital. Trata-se de um debate relevante e crescente que atrai muita

atenção por seu aprofundamento recente e pela ampliação de vagas na área. Palavras-chave:

Educação. Crise capitalista. Escola pública. Serviço Social.

Artigo 3

Dimensões históricas das relações entre educação e Serviço Social: elementos para uma

revisão crítica.

Resumo:

Este estudo apresenta um conjunto de referências históricas acerca da relação Educação e

Serviço Social, objetivando resgatar interfaces de origem das duas áreas do conhecimento e

perceber como foi se estabelecendo a articulação entre a Educação como política pública e

sua vinculação ao Serviço Social. Tomamos como materialidade investigativa referenciais

teóricos da Educação e do Serviço Social e indicamos que, na constituição histórica das

relações entre ambos, ocorrem significativas mudanças de ênfase nas racionalidades políticas

e nas formas de intervenção, muito embora o debate sobre as proteções sociais e o combate às

13

desigualdades seja uma constante. Palavras-chave: Educação. Serviço Social. Proteção

social.

Artigo 4

Educação, "neodesenvolvimentismo" e Serviço Social: os IFs em questão.

Resumo: Este texto tem como escopo analisar a experiência do curso de Serviço Social no

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) em meio às

transformações contemporâneas, particularmente da realidade brasileira, atentando para o

debate em torno do “neodesenvolvimentismo” e suas inflexões no Serviço Social. A

contradição entre acesso e precarização que caracteriza a educação superior hoje demanda

refletir sobre os desafios postos para a formação profissional e a construção de estratégias

coletivas que venham a garantir conquistas não apenas para a profissão, mas para o conjunto

da classe trabalhadora. Palavras-chave: Educação. Formação profissional. Serviço Social.

Neodesenvolvimentismo. Institutos Federais (IFs).

14

1 CONCEPÇÃO DE POLÍTICA SOCIAL

Neste primeiro capítulo constam os estudos das autoras Behring e Boschetti (2011)

pela pesquisa original na obra Política Social, fundamentos e história, como parte da

biblioteca básica da profissão Serviço Social, um trabalho didático e interdisciplinar.

Esta pesquisa inicia-se com os estudos da origem da política social1. Sendo assim, o

processo social sobre a origem da Política Social não tem um período específico das primeiras

atividades reconhecidas, podendo ter seu desenvolvimento na confluência dos movimentos de

elevação do capitalismo tais como: a Revolução Industrial; a luta de classes e dos

desenvolvimentos da intervenção estatal.

De acordo com Pierson (1991 apud BEHRING; BOSCHETTI, 2011) [...] “a origem

está ligada aos movimentos de massa socialdemocratas, e aos estabelecimentos dos Estados-

nações na Europa Ocidental no final do século XIX” [...]. Porém, de acordo com essas

autoras, sua mundialização situa-se na passagem do capitalismo concorrencial2 para o

monopolista, em especial na sua fase tardia, após a Segunda Guerra Mundial (pós-1945),

estudado no subitem 1.1.

Para as sociedades pré-capitalistas, as forças de mercados não se faziam importantes e

sim, assumir alguns deveres sociais, sem a intenção de garantir o bem comum, contudo,

visava à intenção de garantir a ordem social, como também punir a vagabundagem.

A base das políticas sociais é identificada como ações filantrópicas, com

características assistenciais ao lado da caridade privada. Embora, as características

assistenciais mais elevadas e citadas são as leis inglesas3 que surgiram no período que

antecedeu a Revolução Industrial. Essas leis são de caráter de cumprimento a estabelecer um

“código coercitivo do trabalho de natureza repressiva e não de protetoras”.

1 Política Social: “Supõe sempre uma perspectiva teórico- metodológica o que por seu turno tem relações com as

perspectivas políticas e visões sociais de mundo [...] as políticas sociais e a formatação de padrões de proteção

social são desdobramentos e até mesmo respostas e formas de enfrentamento – em geral setorializadas e

fragmentadas – as expressões multifacetadas da questão social no capitalismo, cujo fundamento se encontra nas

relações de exploração do capital sobre o trabalho”. (BEHRING; BOSCHETTI, 2006, p. 25-51) 2 No Capitalismo concorrencial (1835-1870), preponderam as leis de mercado, e o Estado não interfere nas

relações econômicas, ao menos para quem crê na ideologia. A concorrência diminuiu ou aumentou o preço dos

produtos, criando a capacidade de competição e suas bases teóricas se encontram no liberalismo. No Capitalismo

Monopolista após 1870, o monopólio econômico surge nos Estados Unidos e Alemanha com a criação da

legislação pelo Estado. (VIEIRA, 1992, p. 16). 3 Estatuto dos Trabalhadores, de 1349; Estatuto dos Artesãos (Artífices), de 1563; Leis dos Pobres Elisabetanas,

que se sucederam entre 1531 e 1601; Leis de Domicilio (Settlement Acit), de 1662; Speenhamland Acit, de

1795; Lei Revisora das Leis dos Pobres, ou Nova Leis dos Pobres (Poor Paw Amendment Act), de 1834.

15

De acordo com Castel (1998 apud BEHRING; BOSCHETTI, 2011, p.99), apontar as

regulamentações das leis que se espalharam pela Europa no período que antecedeu a

Revolução Industrial, traziam um caráter comum, tais como:

[...] estabelecer o imperativo do trabalho a todos que dependiam de sua força

de trabalho para sobreviver; obrigar o pobre a aceitar qualquer trabalho que

lhe fosse oferecido; regular a remuneração do trabalho, de modo que o

trabalhador podre não poderia negociar formas de remuneração; proibir a

mendicância dos pobres validos, obrigando-os a se submeter aos trabalhos

“oferecidos”. (CASTEL, 1998, p.99 apud BEHRING; BOSCHETTI, 2011).

Nessa análise algumas leis publicadas até 1795 tinham como função manter a ordem e

impedir a livre circulação da classe trabalhadora, um dos fatores que contribuíram para

retardar a formação do livre comércio da força de trabalho. Em 1834, já na Revolução

Industrial, a Lei dos Pobres influiu na vida dos trabalhadores com um caráter de libertação da

mão- de-obra, que foi fundante para a sociedade de mercado.

Sendo assim, as leis tinham um caráter estruturado, ou seja, eram para obrigar os

trabalhadores que não estava em gozo da profissão, porém com condições de exercê-la. Nas

ações assistencialistas, as leis, tinham um princípio de induzir o trabalhador a se manter do se

próprio suor, ou seja, do seu próprio trabalho.

As leis tinham ligações com o mercado de trabalho, que ofertavam trabalhos forçados,

nas quais garantiam alguns tipos de auxílios mínimos, tais como: alimentação e moradia.

Contudo, não eram poucos os critérios de acesso para conseguir receber os benefícios, para

aqueles que “conseguiam” se encaixar nos critérios para receber os benefícios, eram

obrigados a desenvolver atividades laborativas, que justificasse o benefício recebido.

Nessa análise, as autoras explicam que as leis já citadas, além de estabelecer os

critérios, realizavam distinções entre os pobres, “merecedores” e “não merecedores”4. Os

então considerados “merecedores” eram assegurados por algum tipo de assistência

minimalista e restritiva, num processo de dever moral e cristão de ajuda, não se configurava

na perspectiva de direito.

Em 1795, foi instaurada a Lei Speenhamland, com um caráter diferenciado das

demais. Enquanto as outras leis estabeleciam um caráter coercitivo, esta lei estipulava

4 Merecedores: aqueles comprovadamente incapazes de trabalhar a alguns adultos capazes considerados pela

moral da época como pobres merecedores, em geral nobres empobrecidos.

Não merecedores: todos que possuíam capacidade, ainda que mínima, para desenvolver qualquer tipo de

atividade laborativa. (BEHRING; BOSCHETTI, 2011, p. 49).

16

pagamentos, uma espécie de bônus salariais, cujo valor se baseava no valor do pão. Castel

(1998, p.178) apud Behring; Boschetti, (2011) nos coloca que:

[...] Diferentes das leis dos Pobres, a Speenhamland garantia assistência

social a empregados ou desempregados que recebessem abaixo de

determinado rendimento, e exigia como contrapartida a fixação do

trabalhador, pois proibia a mobilidade geográfica da mão- de obra.

(CASTEL 1998, p.178 apud BEHRING; BOSCHETTI; 2011).

Para Polanyi (2000, p.100 apud BEHRING; BOSCHETTI, 2011), essas iniciativas da

Lei Speenhamland, não passou de uma forma de resistência à implantação da sociedade ao

mercado de trabalho, visando que sua implantação. Na época assegurava aos trabalhadores

podres com uma renda mínima, ao qual não levava em consideração seu ganho como

trabalhador assalariado. Esta lei ainda permitia minimamente o trabalhador “negociar” sua

força de trabalho, impondo limites ao mercado de trabalho, ainda que sem muitas influencias.

Em 1834, a Lei Speenhamland foi revogada, porem nomeada com outro nome, ou

seja, neste período esta lei passou a ser chamada de Leis dos Pobres.

De acordo com as autoras, a Leis dos Pobres, fez um marco no predomínio de

capitalismo, do primado liberal do trabalho ao qual proporcionava fonte única e exclusiva de

renda. Sendo assim as autoras nos colocam que:

[...] A nova Lei dos Pobres revogou os direitos assegurados pela Lei

Speenhamland, restabelecendo a assistência interna nos albergues para os

pobres “inválidos”, reinstituiu a obrigatoriedade de trabalhos forçados para

os pobres capazes de trabalhar, deixando à própria sorte uma população de

pobres e miseráveis sujeitos a “exploração sem lei” do capitalismo

nascente[...]. (BEHRING; BOSCHETTI, 2011, p.50).

Contudo, foram legislações sociais pré-capitalistas com caráter coercitivo e punitivo

que se manifestava na assistência social do trabalho forçado.

No auge da Revolução Industrial, obtivemos o “abandono” dessas medidas

constrangedoras e coercitivas vista como protetivas, ou seja, no período da Revolução

Industrial foi concedido aos pobres à servidão da liberdade sem proteção, plena a junção do

trabalho ou capital, manifestando-se assim o pauperismo decorrente da conhecida “questão

social”5.

5 “Questão social’ para Netto Segundo Netto (2001, p, 42), a expressão “questão social”, surge como

denominação do fenômeno do pauperismo da população trabalhadora na Europa Ocidental que vivia os impactos

da Revolução Industrial que teve início na Inglaterra por volta do século XVIII. Netto afirma, que pela primeira

vez na história registrada, à medida que aumentava a capacidade social de produzir riquezas, crescia a pobreza,

17

1.1 O PROCESSO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA POLÍTICA SOCIAL NOS

FUNDAMENTOS DO CAPITALISMO CONCORRENCIAL E MONOPOLISTA

A política social e a política econômica estão associadas com o crescimento do

capitalismo. Porém de qual capitalismo estamos nos referindo? Do capitalismo concorrencial

ou monopolista? Nesta abordagem observa-se o trabalho de análise de dois autores, como:

Vieira (1992) e Netto (1992).

De acordo com Vieira (1992), qualquer exame da política econômica e da política

social deve fundamentar-se no desenvolvimento contraditório da história. Este autor observa

que é possível ver de forma nítida as vinculações das políticas sociais com a acumulação do

capitalismo.

Assim, a acumulação do capital tem como base a política econômica e a política

social, porém, ao utilizar o termo “acumulação” voltada para o sentido de concentração, leva à

compreensão aos títulos de riqueza. Ainda, as diferentes revoluções industriais, favoreceram a

passagem do pequeno proprietário para uma longa sociedade de proletários.

Vieira (1992) nos traz que várias fontes da riqueza burguesa concentraram-se da

acumulação primitiva de transferência da propriedade de pequeno porte para produtores de

grande expansão burguesa. Sendo assim o autor afirma que:

[...] se toda acumulação do capital se expressa como processo histórico, à

acumulação primitiva representa o processo histórico destinado a separa o

produtor dos meios de produção, começando pelo produtor agrícola.

(VIEIRA, 1992, p. 15).

Neste período (meados do século XIX), a livre concorrência foi interrompida na

Inglaterra durante a Revolução Industrial, o que estava em alta era a acumulação primitiva do

capital, e as primeiras batalhas contra os monopólios foram conduzidos pelo mercantilismo.

Diante dessa realidade, Vieira (1992, p.16) afirma que [...] tal preceito fez razão e

explicação dos fatos econômicos e sociais, quando a acumulação acelerada do capital alargou

a concentração e a transferência da riqueza [...]. Com este processo no século XIX, a história

econômica registrou os primeiros vestígios do capitalismo concorrencial, ou seja, ele se deu

devido à forma acelerada do capital, ou somou-se às abundantes forças de trabalho com os

amplos recursos das novas máquinas.

tornando-se claro para os observadores da época, independentemente de sua posição ídeo - política, que se

tratava de um novo fenômeno.

18

Foi no capitalismo concorrencial que as leis de mercado foram validadas e as leis do

Estado não concebiam interferência nas relações econômicas. E, com as leis de mercado

predominando, as grandes ofertas de mercadorias forçaram os preços a cair.

Para Vieira (1992), o capitalismo concorrencial tem suas bases teóricas fundamentadas

no liberalismo e é presente no governo civil. E demonstrou limitação em um governo civil,

isto é, em sua forma soberana.

Em sua análise, Netto (1992), destaca que houve profundas modificações ocorridas no

último quartel do século XIX, na estrutura social e nas políticas das sociedades ocidentais, nas

quais estavam envolvidas, ou seja, este período histórico caracteriza de que forma o

capitalismo concorrencial antecedeu o capitalismo monopolista.

O autor faz um importante destaque na constituição da organização monopólica

obedecendo a uma organização, ou seja:

[...] Essa organização- na qual o sistema bancário e creditício tem o seu

papel econômico-financeiro substantivamente redimensionado- comporta

níveis e formas diferenciados que vão desde o “acordo de cavalheiros” à

fusão de empresas, passando pelo pool, o cartel, e o truste. (NETTO, 1992,

p. 16).

Neste sentido, a organização monopólica introduz na economia capitalista um amplo

campo de finalidade, tais como: os preços de mercadorias, as taxas de lucros, as taxas de

acumulação elevadas, os investimentos concentrados nos setores de mais concorrência, a alta

procura dos trabalhos com tecnologias, deixando de lado o trabalho vivo como também os

altos custos de mercadorias para vendas.

Na análise de Netto (1992), o capitalismo monopolista encontrou base em dois outros

elementos típicos da monopolização: a super capitalização, ou seja, o capital acumulado teve

dificuldades de valorizar-se. O segundo elemento é o parasitismo, que se destaca na vida

social por razões do desenvolvimento do monopólio nascente.

O parasitismo foi um meio de engendrar a oligarquia financeira ao separar a

propriedade da gestão dos grupos monopolistas.

Contudo, o capitalismo monopolista em razão da sua forma de ser dinâmico e

contraditório facilita as condições para capturar o Estado. De que forma este processo é

realizado? O autor afirma que:

[...] ao buscar legitimação política através do jogo democrático, é permeável

às demandas das classes subalternas, que podem fazer incidir nele seus

interesses e suas reinvindicações imediatas. E que este processo é todo ele

19

tensionado não só pelas exigências da ordem monopólica, mas pelos

conflitos que esta faz dimanar em toda a escala societária. (NETTO, 1992, p.

25).

A pressão da burguesia ascendente influiu para a formação do Estado no novo

processo econômico capitalista, ou seja, as intervenções do recente Estado Nacional, no modo

burguês, nos demonstram vestígios de um Estado coercitivo.

Com essa nova formatação do Estado, Netto observou que a interferência na economia

acorre de forma pontual no modo concorrencial. Posteriormente esse Estado interfere no

mercado por necessidade de arbitrar com as legislações pertinentes pela formação dos grandes

monopólios, assumindo múltiplas funções. Inclusive, garantindo a base (energia e matéria

prima) com custo muito baixo para a instalação e funcionamento dos grandes monopólios,

dividindo até as perdas dos mesmos.

Assim, o Estado realiza investimentos de forma direta e indireta, criando os fundos

públicos para projetos de médio e longo prazo bem como administrando e interferindo nas

crises do próprio capitalismo. Com isso cria-se organicamente um elo entre o monopólio e as

instituições do Estado, configurando a valorização fundamental do capital monopolista,

interferindo e garantindo a preservação da força de trabalho tanto ocupada quanto excedente.

Ainda, o Estado não só fornece a base para a implantação e funcionando dos

monopólios, mas, assegura aos mesmos a transferência dos recursos públicos e de forma

contraditória garante a manutenção dos trabalhadores por meio da previdência e segurança

social.

Então, o Estado passa a mediar o capital e o trabalho, é uma relação social. Observa-

se aqui a dimensão sociopolítica desse Estado que passa a garantir em âmbito cívico os

direitos dos trabalhadores.

Constitui-se dessa forma a base exigida para que os mesmos se organizem em suas

reinvindicações, condição essa plenamente aceita pela política democrática. Nesta dimensão a

análise de Netto (1992) observa que as sequelas da “questão social”6 se colocam como alvo de

políticas sociais. O Estado burguês consegue administrar as expressões da ‘‘questão social’’,

de forma a atender as exigências das ordens monopólicas. (NETTO, 1992, p. 25-26).

6 Segundo Netto (2001, p, 42), [...] a expressão “questão social”, surge como denominação do fenômeno do

pauperismo da população trabalhadora na Europa Ocidental que vivia os impactos da Revolução Industrial que

teve início na Inglaterra por volta do século XVIII. Netto afirma, que pela primeira vez na história registrada, à

medida que aumentava a capacidade social de produzir riquezas, crescia a pobreza, tornando-se claro para os

observadores da época, independente de sua posição ídeo - política, que tratava-se de um novo fenômeno.

20

1.2 COMO O SERVIÇO SOCIAL FOI CRIADO PARA ATENDER O ESTADO

BURGUÊS: DA CARIDADE À RACIONALIZAÇÃO DA POLÍTICA SOCIAL

Como profissão o Serviço social, situa-se na sociedade com um tipo de especialização

do trabalho coletivo na divisão social do mesmo, de acordo com as orientações teórico-

metodológicas. Esta é uma caraterística desta profissão no sistema capitalista. Trabalhando

com as contradições entre capital e trabalho, e as desigualdades sociais geradas pelo sistema

vigente, busca dar respostas para as demandas dos trabalhadores, mediada pelo Estado

burguês. (IAMAMOTO; CARVALHO, 2013, p. 77).

O Serviço Social se gesta e se desenvolve como profissão reconhecida na

divisão social do trabalho, tendo por pano de fundo a desenvolvimento

capitalista industrial e a expansão urbana, processos esses aqui apreendidos

sob o ângulo das novas classes sociais emergentes – e das modificações

verificadas na composição dos grupos e frações de classes que compartilham

o poder de Estado em conjunturas históricas especificas. É nesse contexto,

em que se afirma a hegemonia do capital industrial e financeiro, que emerge

sob novas formas a chamada “questão social’’ a qual se torna a base de

justificação desse tipo de profissional especializado [...]. (IAMAMOTO;

CARVALHO, 2013, p.83).

O Estado passa a ser o mediador nesse sistema capitalista, assim intervém entre o

proletariado e a burguesia, além da caridade e repressão. Sendo assim, o Estado estabelece

não somente a regulamentação, como também na organização e nas prestações de serviços

sociais, para que haja um novo enfrentamento da questão social7.

Nesta perspectiva, os autores afirmam que:

[...] O Estado busca enfrentar, também, através de medidas previstas nessas

políticas e concretizadas na aplicação da legislação e na implementação dos

serviços sociais, o processo da pauperização absoluta ou relativa do

crescente contingente da classe trabalhadora urbana, engrossado com a

expansão industrial, como elemento necessário à garantia dos níveis de

produtividade do trabalho exigido nesse estágio de expansão do capital [...].

(IAMAMOTO; CARVALHO, 2013, p. 84).

Neste sentido, Iamamoto e Carvalho (2013) nos coloca que, na medida em que as

forças produtivas se desenvolvem dentro da divisão do trabalho os seus resultados são

7 Os autores conceituam e interpretam a questão social como sendo as expressões do processo de formação e

desenvolvimento da classe operária a partir do seu ingresso no cenário político da sociedade, em que a mesma

contribui com seu cotidiano e suas relações sociais, onde o proletariado passa a ser uma mercadoria a partir do

momento que vende sua força de trabalho. (IAMAMOTO. CARVALHO, 2013, p. 84)

21

alterados. Assim, as formas e o grau de exploração da força de trabalho são modificados,

porém, ao modificar-se a direção da classe dominante, e sua forma de agir, diante da questão

social, faz com que os jogos de interesses econômicos são defendidos por aqueles grupos que

mantem os mesmos objetivos.

A caridade que é praticada com frequência pela classe dominante e polo Estado em

suas diferentes formas para com a sociedade tem como base principal os interesses

econômicos. Aqui temos a importante presença do Estado atuando sobre as sequelas do

próprio sistema de produção capitalista, demonstrando as suas contradições.

Nesse cenário é que o Estado e as ordens religiosas mantêm seus programas de

filantropia, onde agentes sociais desenvolvem trabalhos de intervenção na sociedade da época.

Foi então que na década de 1930 o trabalho social dessas agentes sociais, aliado ao clero,

desenvolvem programas específicos em instituições sociais, escolas de ensino primário e

creches dos grandes centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo.

As primeiras experiências do serviço social na educação foram baseadas em atividades

religiosas e moralizantes na década de 1930, quando apenas agentes sociais, senhoras da

sociedade realizavam intervenções e no subitem 1.3 particularizamos o início do Serviço

Social na Educação.

1.3 A CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO A PARTIR DA DÉCADA

DE 1930

Como o Serviço Social foi regulamentado com legislação federal especifica (lei/1957),

a transição de 1930 a 1957 se deu por meio das primeiras escolas de Serviço Social em 1936

(São Paulo) e 1937 (Rio de Janeiro).

Esta profissão realizou suas primeiras intervenções na Educação como um campo de

trabalho a partir de 1946, o que objetivou a necessidade de assistentes sociais nessa área. Em

suas análises, os autores consideram importante a conjuntura das dimensões socioeconômicas,

política e ideológica daquele período.

Assim, a análise inicia-se pela industrialização crescente no capitalismo monopolista

que exigia mão de obra qualificada, sendo que esta não era viabilizada pelo Estado até aquele

momento.

Foi após 1946, no Governo de Dutra que o sistema de ensino profissionalizante

paralelo ao ensino público secundário (hoje Ensino Médio) foi instituído. Esse tipo de ensino

teve como objetivo, fornecer à indústria mão de obra qualificada, sendo que esse aprendizado

22

industrial ficou a cargo de organizações privadas do Serviço Nacional de Aprendizagem

Industrial - SENAI8 e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC. Esta forma de

ensino envolvia os alunos mais pobres pelo fato de que os mesmos recebiam salário para

estudar, criando o estigma de “escola de pobres”.

Ainda em 1946 o Brasil elabora sua quinta Constituição Federal sendo considerada

como “a mais democrática” até então, assim, na Educação em seu artigo 5°, parágrafo 15°,

alíne, fica garantida pela primeira vez à União, legislar sobre as “Diretrizes e Bases da

Educação Nacional” – (Brasil, 1946).

Entretanto, essa legislação somente foi atualizada e se concretizou quinze anos após,

em 1961, pois desde o princípio de sua elaboração, [...] o projeto original das Diretrizes e

Bases da Educação Nacional esbarrou na correlação de forças representada pelas diferentes

posições político-partidárias que tinham lugar no Congresso Nacional [...] (SAVIANI, 1987,

p. 49).

Mas, o motivo principal de não se legislar sobre a educação teve como base a relação

de força entre os latifundiários das fazendas de café (São Paulo), das bacias leiteiras (Minas

Gerais) e as indústrias do Rio de Janeiro e São Paulo que se revezavam no comando da nação.

Neste sentido o poder do capital oscilava entre esses estados e a educação comum

(alfabetização) não era prioridade. Portanto, a educação atendeu apenas uma parcela da

população, aquela cooptada pelo sistema de produção capitalista.

Assim, na década de 1930, uma nova era é marcada pelo modelo corporativista e por

uma nítida política industrialista após a mudança do eixo rural para o urbano das grandes

cidades.

A participação da burguesia industrial na gestão do Estado é constante no quadro

corporativo, via entidades representativas, que indicam pessoas de órgão competente para

planejar e programar as políticas estatais.

A consolidação industrial, amparada numa aliança com as forças políticas e

econômicas ligadas à propriedade rural, traz um caráter não antagônico de suas contradições

ao nível econômico e político. O afluxo continuado de populações advindas da agricultura

altera a composição política e social da cidade. E a utilização delas é um elemento dinâmico

8Em 1942, é criado o SENAI, com o objetivo de organizar e administrar nacionalmente escolas de aprendizagem

para industriários. Atribuindo à Confederação Nacional da Indústria a função de geri-lo. Está entre as primeiras

instituições a incorporar e teorizar o Serviço social, não apenas enquanto serviços assistenciais corporificados,

mas enquanto “processos postos em prática, para a obtenção de fins determinados”, utilizando para tal as práticas

e as técnicas de Caso e de Grupo. (IAMAMOTO; CARVALHO, 1983, p.268)

23

que a estrutura corporativista canaliza para o fortalecimento de seu projeto, neutralizando seus

componentes autônomos e revolucionários. Os autores afirmam que:

A Legislação Social tem papel essencial nessa integração ao regulamentar e

disciplinar o mercado de trabalho, trazendo o avanço da subordinação do

trabalho ao capital. A repressão varguista ataca os componentes autônomos e

revolucionários do proletariado e, sobre tudo aquilo que ameace fugir aos

canais institucionais criados para absorver e dissolver esses movimentos

dentro da estrutura corporativa. (IAMAMOTO; CARVALHO, p. 11, 1983).

Sendo assim, o Estado, faz a integração como também uma mobilização controlada

dos trabalhadores urbanos via incorporação burocrática das reivindicações. Ao se encontrar

em paz, o Estado corporativo sugere a construção constante de novas instituições, tais como:

o Seguro Social, o salário mínimo, Assistência Social, Justiça do Trabalho, dentre outras de

interesse da classe trabalhadora.

Após Segunda Guerra Mundial, surgiram as maiores instituições sociais relacionando-

se ao aprofundamento das contradições da realidade, à crise política e social que desencadeio

a desagregação do Estado Novo. E logo após 1939, tem-se um resgate do aprofundamento

capitalista, ou seja, esta se focaliza na expansão da produção industrial, atividades produtivas

e agro exportação, ao qual se exige do Estado maior intervenção no mercado de trabalho.

Então, é o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI que em 1946 dá resposta às

demandas básicas da qualificação de mão de obra necessárias a essa expansão industrial.

Em seguida, o governo federal institui a primeira campanha assistencialista de âmbito

nacional a partir da criação da Legião Brasileira de Assistência-LBA, que foi organizada em

sequência da Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de dar amparo às famílias dos

convocados por aquela guerra.

Com o tempo, a LBA passou a atuar praticamente em todas as áreas de assistência

social. Nesse caminho, a mesma se constituiu como de grande impacto para a reorganização e

incremento do sistema privado e para o desenvolvimento do Serviço Social.

Iamamoto e Carvalho (1983 p. 11) nos trazem que neste período,

[...] houve uma tentativa de implantação do Plano Beveridge nos países

capitalistas periféricos, as instituições sociais e assistenciais foram de grande

importância neste processo. A construção de um novo modelo de dominação

política dentro de uma conjuntura nacional e internacional dinâmica apontam

constantemente pontos críticos que devem ser enfrentados e onde as opções

serão o reforço ao assistencialismo como instrumento político. Estão postas

assim, as bases para o Welfare State, ou seja, para o Estado de Bem-Estar.

(IAMAMOTO; CARVALHO, 1983 p. 11).

24

Em 1946 é criado o Serviço Social da Indústria - SESI, com a função de organizar,

planejar e executar medidas que contribuam para o bem estar dos operários da indústria.

Tendo fundamentação na experiência do SENAI, a implantação do SESI faz parte da

evolução da posição do empresariado em relação à “questão social” que se aprofunda no pós-

guerra.

Ainda neste período de 1946, oficializada por Decreto-Lei da presidência da

República, a Fundação Leão XIII, como primeira grande instituição assistencial com o

objetivo explícito de atuação ampla sobre os habitantes das grandes favelas do Rio de Janeiro,

principalmente no grande centro urbano, onde o Partido Comunista se torna força política nas

eleições de 1946. Essa instituição conta com forte apoio institucional do Estado e da Igreja

Católica para coordenar os serviços assistenciais a serem prestados à população.

De acordo com SAVIANI (1987, apud SANTOS, 2013), neste período, no Brasil, era

formulada a quinta Constituição Federal, vista como a mais democrática da época. Através

desta Constituição que a Educação foi vista pela primeira vez em seu artigo 5°, parágrafo 15°,

alínea d, que contou com a garantida da União, legislar sobre as Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (Brasil, 1946).

Portanto, a legislação só foi reconhecida após quinze anos, Santos (2013) analisa que

que:

Entretanto, essa legislação somente se concretizou quinze anos após, em

1961, pois desde o princípio de sua elaboração, “o projeto original das

Diretrizes e Bases da Educação esbarrou na correlação de forças

representadas pelas diferentes posições político-partidárias que tinham lugar

no Congresso Nacional”. (SANTOS, 2013, p 22).

Neste sentido, o comando da Educação ficou sob a responsabilidade da oligarquia

rural e industrial, que dominavam esta fase. Neste tempo então, as diretrizes da educação

eram destinadas a população de acordo com as suas necessidades.

O capital demonstrou o seu poder, ou seja, os latifundiários das fazendas de café (São

Paulo), das bacias leiteiras (Minas Gerais) e das indústrias do Rio de Janeiro e São Paulo,

predominavam no revezamento da política e no poder da nação.

Sendo assim, a comunidade era alfabetizada, na medida das necessidades do

capitalismo, assegurando o próprio sistema. E, dentro, desta conjuntura histórica e político-

partidária, é que a profissão Serviço Social iniciou-se dentro do contexto ideológico

positivista.

Para Santos,

25

[...] é importante destacar que na história do Serviço Social, a prática

profissional na educação iniciou-se na década de 1940, inserida nessa

sociedade ideologicamente positiva. A profissão não tinha regulamentação

federal- e tanto os fundamentos teóricos quanto as competências e

atribuições ainda não haviam sido formulados. (IAMAMOTO apud

SANTOS, 2013, p 23).

A autora afirma que os traços de experiência profissionais na educação constituíram

suas bases na Fundação Católica Leão XIII9, que implantou os Centros de Ação Social- CAS,

que desenvolveu seu trabalho em diversas áreas, entre elas o Serviço Social. Porém:

[...] nesse período, o Serviço Social passa a desenvolver uma ação político-

assistencial junto aos trabalhadores de fábricas contrapondo-se à sua

organização autônoma – os sindicatos. O respaldo institucional legal e

político entre Estado e Igreja Católica deram sustentação ao Serviço Social

mediante legislação federal, consolidando também o controle sobre a

população semi-escolarizada das favelas. Observa-se que neste período o

comunismo já influenciava ideologicamente parcelas da população

trabalhadora brasileira, inclusive com a criação do Partido Comunista do

Brasil em 1922. Essa ideologia bem como sua representação partidária já

disputava projetos e para o Serviço Social era compreendido como uma

ideologia “exótica”. (IAMAMOTO apud SANTOS, 2013, p. 24).

Portanto, o trabalho de assistentes sociais no campo da educação dos Centros de Ação

Social foi destinado às escolas públicas, à escola maternal, jardim de infância, escola

primária, ensino pré-vocacional, biblioteca e círculos de palestras. Assim, a educação popular,

assumiu uma atitude diversificada, entre elas: educação sanitária, educação alimentar,

educação sexual, educação religiosa, programa de prevenção das doenças venéreas, e cursos

de imunização contra doenças infecciosas e gerais. Nessa época esse trabalho era de auxílio

aos médicos e enfermeiras.

Essa realidade foi sendo modificada no exercício da profissão serviço social ao longo

dos anos, isto é, à medida que o projeto profissional foi alterando-se com maior maturidade e

assumindo uma nova ideologia.

A partir da década de 1960 nas relações mercantis da sociedade brasileira, houve um

processo de mercantilização das relações sociais como uma necessidade dos fundamentos da

lógica do capital, foi um processo de valorização de uma nova sociedade com base na

economia: o homem passa a ser valorizado pelo que produz no trabalho e não pelo que ele

sabe.

9 Surge em 1946 cujo convênio entre a Prefeitura do Distrito Federal (RJ), Ação Social Arquidiocesana e

Fundação Cristo Redentor. Deverão “trabalhar pela recuperação das populações das favelas do Rio de Janeiro”,

tendo em vista à extrema “precariedade material e moral" que estas atravessam. (IAMAMOTO. 1982, p. 289)

26

As políticas sociais de forma geral, inclusive a de educação passaram a ser concebidas

como resultado desse processo de mercantilização do próprio sistema de produção capitalista.

Observamos que a educação tem um caráter ontológico, ele transforma sua

consciência à medida que trabalha a natureza, por tanto esse caráter possui uma dimensão

constitutiva dos modos de existência humana, na organização da vida em sociedade.

Sendo assim, refletir sobre a mercantilização das relações sociais como uma opção da

própria lógica do capital, obtendo-se assim, a Educação como resultado desse processo.

A historicidade dessa dinâmica, não pode ser perdida de vista, ou seja, não pode

subverter o pensamento sobre a atualidade dos limites impostos por uma de suas opções

históricas.

O longo período da educação revela um conjunto de articulações de instituições que se

ocupam de diferentes funções socializadoras, tais como: as famílias, as instituições religiosas,

os movimentos associativos entre outras, ao lado da escola contribuem para a constituição do

amplo e diversificado campo educacional.

Essas instituições sofreram profundas transformações em suas funções educativas, e

foi essencialmente a partir das necessidades de expansão do próprio capital.

A aprovação da educação no capitalismo, fez com que se elevasse o patamar do campo

de regulação por parte do Estado, não eliminando o caráter ontológico da educação e nem

restringindo a sua dimensão escolarizada. Portanto, enfatizamos a importância dessa

abordagem para a compreensão da relação entre política e educação.

Para Iamamoto (1983), não se trata apenas de pensarmos a educação escolarizada, mas

também, polarizada pelas disputas das classes sociais. O vínculo com os demais processos

que constituem a educação como dimensão da vida social, sob o sistema do capital tende a

integrar-se à lógica da mercadoria.

É indispensável, pensar que toda educação tem uma função política e que sob o

capitalismo se organizou um tipo novo de intervenção e um esforço de controle da vida social,

em especial da educação atrelada à qualidade de política pública e, por essa mesma razão, à

qualidade de direito social. Ressaltamos, portanto, a complexidade adquirida por essa

instância, que denominamos de educação. E que, ao se articular organicamente à reprodução

da vida social no modo de produção capitalista, passa a ser determinada pelas contradições

inerentes.

Conforme a primeira obra sobre o “Serviço Social na Educação” do CFESS (2001), a

educação que se busca, não se restringe à educação escolarizada, organizada sob a forma de

política pública, entendendo que as condições de vida da sociedade capitalista se encerram a

27

dimensão pública que mediatiza, de forma institucional e contraditória, o direito ao acesso aos

bens e equipamentos culturais de nosso tempo.

Visto assim, uma educação escolarizada ao passo de se constituir em expressão de

dominação e controle do capital ao mesmo tempo é objeto das lutas das classes subalternas

pela sua emancipação política.

O campo de luta política e de disputa pela direção dos projetos societários e

educacionais determina na sociedade capitalista a possibilidade de diferentes contornos da

relação do Estado com a sociedade civil.

A vinculação entre a educação escolarizada e o mundo do trabalho não se dá de forma

imediata e mecânica, ou seja, é necessário conhecer como as mediações são construídas. Isto

é, o que as determina é fundamental para situar os projetos e práticas sociais que atravessam e

compõem o universo educacional.

Visto assim, ao longo dos anos de 1990, observaram-se duas realidades: primeiro, a

diminuição dos postos de trabalho, reconheceu-se o desemprego como um fenômeno

estrutural do capitalismo. Segundo, como também se constatou uma enorme expansão do

ensino superior privado no país, em termos de abertura de vagas ou de instituições.

Para os assistentes sociais é vital pensar a sua atuação na política educacional, envolve

a compreensão da dinâmica e complexidade deste campo de atuação do Estado e da sociedade

civil, sendo necessário refletir sobre a atuação dos mesmos de forma mais ampla e não apenas

no interior das escolas.

Pensar essa inserção dos assistentes sociais exige identificar que a política educacional

engloba diferentes níveis e modalidades de educação e ensino conforme estabelece a Lei de

diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96).

A educação é composta pela educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e

educação de jovens e adultos; a educação profissional; a educação superior e a educação

especial.

A organização e a execução desses diferentes níveis de educação e ensino cabem ao

Estado em seus três níveis de atuação: a união, os estados e os municípios, sendo que cada um

deles tem responsabilidades diferenciadas. Observa-se a dimensão de totalidade na política

educacional a partir desse desenho institucional, isto é, na relação entre o mundo da cultura e

do trabalho, ou seja, constitui então uma dinâmica entre as esferas da produção e da

reprodução social.

Os assistentes sociais devem, ao mesmo tempo, tomar a política educacional como um

modo historicamente determinado de oferta e regulação dos serviços educacionais. Isto ocorre

28

de diferentes formas no trabalho coletivo e modalidades de cooperação entre os profissionais

que atuam nesta área.

Assim devem visualizar a educação como um fenômeno social, cujas práticas e seus

sujeitos envolvem processos que embora se relacionem com a política educacional a ela não

necessariamente se circunscrevem.

Pensar a educação para além da política educacional é deste modo, outra exigência

posta aos assistentes sociais e que requer um olhar sobre a própria dimensão educativa de sua

intervenção.

Desta forma se constitui em processos mais amplos e não necessariamente vinculados

a essa área de atuação do Estado via política social. Em síntese, a dimensão educativa que

caracteriza um infindável universo de práticas sociais e experiências profissionais não

necessariamente configura um elemento justificador do pertencimento ou proximidade dessas

atuações à política de educação.

Para o CFESS (2011) em “Subsídios para o Debate sobre Serviço Social na Educação”

existe, porém, situações ao qual têm revelado a necessidade de atuação dos assistentes sociais

no ensino fundamental, numa área específica da política educacional. Estas situações,

resgatando a perspectiva de abordagem que norteia esta reflexão, podem ser compreendidas a

partir das expressões atuais da questão social na educação, em seu sentido mais amplo já

referido, assim como em sua dimensão mais particular, a política educacional.

A reflexão sobre o serviço social na educação vem se configurando, ao longo da

história de constituição da profissão. É uma demanda desde a década de 1930 por

profissionais do Serviço Social, marcada por significativos e importantes avanços.

Entretanto, essa é uma área permeada por muitas dificuldades e incertezas,

principalmente na política social de educação e na socialização do debate acumulado entre a

categoria profissional.

Os assistentes sociais estão presentes na área da educação desde a década de 1930,

portanto, a partir da origem dos processos sócio- históricos constitutivos da profissão. Mas é a

partir da década de 1990, com o amadurecimento do projeto profissional, que o serviço social

na educação ganha maior espaço desses profissionais.

Desde 1995 os trabalhos inscritos nos Congressos Brasileiros de Assistentes Sociais,

tornaram-se uma das maiores referencias do processo histórico que contribuíram com o

serviço social na educação.

A discussão do serviço social na educação não foi com o mesmo ritmo em todos os

estados brasileiros, sua consolidação foi gradativa com particularidades especificas.

29

Entretanto, a agenda da categoria profissional, principalmente o Conselho Federal do Serviço

Social- CFESS e os regionais Centros de Referencias Especializado do Serviço Social-

CRESS iniciaram estudos específicos por meio de comissões Temáticas da Educação, o que

favoreceu a expansão dos trabalhos na área do Serviço social na educação.

Em 2001, Assistentes sociais realizaram o 30º Encontro Nacional do Conjunto

CFESS-CRESS em âmbito nacional e neste mesmo ano, foi organizado o primeiro grupo de

estudos de Serviço Social na Educação. E qual foi o seu objetivo? Foi iniciar o processo de

discussão para contribuir com os estudos que já estavam adensando o cenário nacional.

Foi produzido um documento no qual se fundamentou alguns eixos: qual a função

social da escola, a educação enquanto um direito social, qual a contribuição do Serviço Social

para se garantir o direito à educação e a escola como instância de atuação dos assistentes

sociais.

Os Encontros Nacionais de 2002 em Brasília (DF) e 2003 em Salvador (BA)

encaminharam demandas da categoria, por se entender a necessidade de mapear as discussões

na inserção dos assistentes sociais na educação. No entanto, o 33º e o 34º Encontros

Nacionais, de 2004 e 2005, servirão como base para a construção dos parâmetros nacionais,

com início do levantamento das produções acadêmicas e cientificas já existentes nas

diferentes regiões.

Para Almeida (2011), é muito importante conhecer a origem do serviço social na

educação e principalmente conhecer a necessidade da intervenção de assistentes sociais nessa

área. Considerando que a educação é de fundamental importância para a classe trabalhadora

em razão das lutas sociais e principalmente pelos seus direitos sociais.

Mais importante que as legislações da política educacional10 é o processo sócio

histórico da educação em suas mudanças institucionais resultantes das crises da sociedade do

capital.

Ao estudarmos sobre o impacto das diretrizes do Banco Mundial no campo

educacional brasileiro observou-se que houve uma condução externa que garantiu a aprovação

da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB, em 1996. Foi um marco que

balizo o confronto entre projetos educacionais distintos que conviviam entre si até aquele

momento.

10 O Plano Decenal de “Educação para Todos”, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), o Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização dos Profissionais do Magistério

(FUNDEF) e a proposta governamental de Plano Nacional de Educação (PNE) expressam uma trajetória de

acirradas disputas societárias, mas revelam, também, legislações que acabaram sendo elaboradas em consonância

com as diretrizes[...]. (FRACASSI, 2013, s. p.).

30

Para Almeida, foi somente a partir de 2009 que houve possibilidade de se realizar um

levantamento de dados a nível nacional para se localizar assistentes sociais e seus devidos

campos de inserção do serviço social na educação. Assim, o Grupo de Trabalho- GT

composto por membros do conselho federal realizaram a primeira pesquisa com dados atuais.

Entretanto, foi a partir de 1990 com amadurecimento do projeto ético-político

profissional, que ocorre uma maior participação do Serviço Social na área da educação,

considerando entre vários eventos, o Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais na Área da

educação em 1995. Neste período houve uma maior produção de trabalhos científicos

inscritos no Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais na Área de educação.

O CFESS encaminhou a partir do 30º Encontro Nacional, em 2001, pela primeira vez

as proposições para o serviço social nessa área.

Assim, foi constituído de forma organizada o primeiro Grupo de Estudos-GT sobre o

Serviço Social na Educação, o qual originou a primeira brochura intitulada Serviço Social na

Educação11. Na composição deste documento houve significativos relatos de todas as

experiências registrados no campo da Educação, por ocasião do 8º e do 9° Congressos

Brasileiros de Assistentes Sociais (CBAS) realizados em 1995 (Salvador) e 1998 (Goiânia).

A partir desse período, essa reflexão sobre o serviço social na educação vem se

organizando um a cada ano exigindo mais dos profissionais de Serviço Social. Neste processo

de construção dos conhecimentos sobre esse campo ocorreram significativos avanços e

incertezas, quanto à forma de inserção na Política Social de Educação desde sua elaboração

até a sua execução.

A partir do início desses estudos o serviço social na educação passou a ser considerado

como um direito social e no exercício profissional foram construídas particularidades do

trabalho dos assistentes sociais em variados compôs: creches e escolas de ensino fundamental

dos municípios brasileiros, ensino médio, universidades, outros.

Nessa diversidade de campos de trabalho houve afirmação da dimensão educativa do

exercício profissional dos assistentes sociais e passou a ser considerada não apenas em termos

da valorização da sua inserção nas unidades educacionais, mas do seu envolvimento com os

processos sociais em curso.

11 Este documento tem como objetivo contribuir com o processo de discussões sobre a presença do Serviço

Social na educação, que vem acorrendo desde a década de 1990, a exemplo das contribuições de BACKAHAUS

(1992), CAMARDELO (1994), ALMEIDA (2000). (CFESS, s. p. 2001).

31

Estes estão voltados para a construção de uma nova atuação no campo da educação e

da cultura, dos quais os educadores trazem significativos acúmulos e tradição, ou seja, no

campo do pensamento intelectual, nas ações profissionais e políticas.

Para uma categoria profissional como a dos assistentes sociais esta adesão não

representa algo novo, visto que sua aproximação às mais diferentes áreas de atuação do

Estado, através das políticas sociais, tem contado com um grau de participação e mobilização

política nos processos coletivos e na esfera pública.

Assim, a adesão às lutas e movimentos sociais em torno da erradicação do

analfabetismo, desde a educação pública universal, gratuita e de qualidade, do acesso

progressivo dos diversos segmentos sociais até aos diferentes níveis de educação. Constituem

expressão importante deste processo de valorização da dimensão educativa do trabalho do

assistente social como parte dos processos de luta e organização social tanto no Brasil como

na América Latina.

Para a ampliação do conhecimento sobre o objeto desta pesquisa, escolhemos quatro

artigos sobre o serviço social na educação entre trinta edições a partir de 2010 a 2017,

publicados na forma digital pela primeira vez pela Revista Serviço Social & Sociedade.

No capítulo seguinte iniciamos os estudos para uma reflexão qualitativa com a

finalidade de atender em especial o segundo objetivo específico, ou seja: Identificar os artigos

referentes ao processo histórico de construção do Serviço Social na Educação, publicados pela

Revista Serviço Social & Sociedade entre os anos de 2010 a 2017.

Os artigos da Revista Serviço Social & Sociedade foram escolhidos pelo tema Serviço

Social na Educação e sequência do ano de publicação. Eles estão elencados no capítulo 2,

quadro nº 1 e 2, a seguir.

32

2 IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARTIGOS DO SERVIÇO SOCIAL

NA EDUCAÇÃO DA REVISTA SERVIÇO SOCIAL E SOCIEDADE ENTRE OS

ANOS DE 2010 A 2017

Observamos que no período de 2010 a 2017 foram publicados de forma digital pela

Scielo o total de 30 edições conforme quadro 1 abaixo. Entretanto, verificamos que nesse

período (2016 e 2017) foram publicadas somente 4 artigos sobre Serviço Social na Educação,

o que corresponde a 1% do total.

Quadro 01 – Revista Serviço Social & Sociedade. Edições publicadas entre 2010 a 2017

ANO VOL. NÚMERO 2010 s/v 101 102 103 104

2011 s/v 105 106 107 108

2012 s/v 109 110 111 112

2013 s/v 113 114 115 116

2014 s/v 117 118 119 120

2015 s/v 121 122 123 124

2016 s/v 125 126 127

2017 s/v 128 129 130

Fonte: Revista Serviço Social e Sociedade

Quadro 2- Artigos sobre o Serviço Social na Educação publicados na Revista Serviço

Social & Sociedade entre os anos de 2010 a 2017.

Ano Edição Dados Autor (a) e Resumo

2012 109

1- Serv. Soc. Soc., São

Paulo, n. 109, p. 151-178,

jan./mar. 2012 151

Machado, Aline Maria Batista.

Serviço Social e educação popular: diálogos

possíveis a partir de uma perspectiva crítica

Serviço Social e educação popular: diálogos

possíveis a partir de uma perspectiva crítica

2013 113

Serviço Social & Sociedade

Versão impressa ISSN 0101

-6628

Serv. Soc. Soc. [online].

2013, n.113, pp.106-130.

ISSN 0101-6628.

http://dx.doi.org/10.1590/S0

101-66282013000100005.

LESSA, Simone Eliza do Carmo

A educação contemporânea, o combate à

pobreza e as demandas para o trabalho do

assistente social: contribuições para este

debate.

33

2015 121

Serviço Social & Sociedade

Versão impressa ISSN 0101

-6628. Serv. Soc.

Soc. [online]. 2015, n.121,

pp.7-31. ISSN 0101-6628.

http://dx.doi.org/10.1590/01

01-6628.011.

DENTZ, Marta von e SILVA, Roberto

Rafael Dias

Dimensões históricas das relações entre

educação e Serviço Social: elementos para

uma revisão crítica.

2015 122

Serviço Social & Sociedade

Versão impressa ISSN 0101

-6628versão On-

line ISSN 2317-6318

Serviço Social: os IFs em

questão. Serv. Soc.

Soc. [online]. 2015, n.122,

pp.317-340. ISSN 0101-

6628.

http://dx.doi.org/10.1590/01

01-6628.025.

PEREIRA, Evelyne Medeiros; HOLANDA,

Denise de Araújo Silva; SOARES, Raí

Vieira e SILVA, Samilly Elise de Souza

Silva.

Educação, "neodesenvolvimentismo" e

Serviço Social

Fonte: Revista Serviço Social e Sociedade.

Dos artigos identificados e interpretados, o primeiro, “Serviço Social e educação

popular: diálogos possíveis a partir de uma perspectiva crítica” Machado (2012) foi o que

mais respondeu aos objetivos desta pesquisa, especialmente ao segundo objetivo específico:

Identificar e interpretar os artigos referentes ao processo histórico de construção do Serviço

Social na Educação, publicados pela Revista Serviço Social & Sociedade entre os anos de

2010 a 2017. Esse artigo constrói um caminho de recuperação da educação popular,

resgatando um campo de trabalho fundamental para o Serviço Social, entre as décadas de

1960 até os meados de 1978. E neste período, o educador Paulo Freire contribuiu com o

Serviço Social por meio de suas teorias visto que seu trabalho foi com as comunidades

campesinas de Pernambuco.

Considerando que Paulo Freire foi o educador responsável pela teoria que dá base

para a Educação Popular existe em comum os objetivos de conscientizar e mobilizar as

classes subalternas, e, essa teoria foi criada pelo educador e tem como referência a realidade

social. Para Paulo Freire transformação social depende da valorização dos saberes populares e

de uma base ética e política.

34

Para o autor deve existir interação entre os saberes que dão base para a luta coletiva

que tem como objetivo a emancipação humana. Sem dúvida o trabalho dos assistentes sociais

tem similaridade com a teoria de Freire.

Observa-se que, na construção da profissão Serviço Social segundo autores como

Netto (2002) e Faleiros (2005) os mesmos dão contribuições valiosas, pois realizam uma

reflexão também sobre as ideias desse educador quando se trata de analisar o Serviço Social.

A partir de 1960 ocorreu um Movimento de Reconceituação na profissão, visto que o

Serviço Social tradicional passou pela ruptura com as amarras imperialistas do sistema

capitalista (NETTO, 2002 apud MACHADO, 2012).

Recapitulando a história do Serviço Social resgatamos alguns dados, e observamos

que nas décadas de 1940 e 1950, o Serviço Social brasileiro é influenciado pelo Serviço

Social norte americanas com base em várias vertentes teóricas: no tecnicismo e na psicanálise,

na sociologia de base positivista, funcionalista e sistêmica.

Nessas vertentes os seus objetivos se baseavam na ajuda psicossocial para desenvolver

o ajustamento individual de pessoas sempre em situação de carências gerais. E também neste

período desenvolveu-se o início das práticas de Organização e Desenvolvimento de

Comunidade. Além do desenvolvimento das abordagens individuais e grupais com o Serviço

Social de Caso, Grupo e Comunidade, com base na defesa da neutralidade científica e uma

supervalorização da técnica, considerada autônoma.

Nos anos de 1960 a 1970, há um movimento de renovação na profissão, que se

expressa em termos tanto da reatualização do tradicionalismo profissional, quanto de uma

busca DE ruptura com o conservadorismo.

Assim, na década de 1960, assistentes sociais passaram a compreender que deveria

haver uma ruptura com o conservadorismo da profissão. Netto (2002) afirma que nesse

período o ecletismo teórico surgiu como uma forma de buscar fundamentos teóricos como

base para a ruptura recente.

E foi com base na teoria de Paulo Freire denominada de “pedagogia do oprimido” que

muitos assistentes sociais se apoiaram para fundamentar o próprio exercício profissional.

E a partir dessa forma de compreender a realidade social que se buscou em toda a

América latina novos fundamentos teóricos para pensar-se a profissão sob o marco teórico

marxista. E a renovação do Serviço Social baseou-se em três direções: perspectiva

modernizadora, reatualização do conservadorismo e intenção de ruptura.

O Serviço Social que até então se encontrava atrelado ao clero e à ação social, se

laiciza, passando a incorporar os setores subalternizados da sociedade. Amplia a sua interação

35

e desta vez com as Ciências Sociais, aproximando-se dos movimentos políticos de esquerda,

como também do sindicalismo de classes que nessa conjuntura se torna vigoroso.

Nessa fase (1960-1978), em seu exercício profissional os assistentes sociais

desenvolvem sua atuação para as áreas de pesquisa, acompanhamento e avaliação de

programas sociais, administração, planejamento, e atividades de execução e desenvolvimento

de ações de assessoria aos setores populares.

Desde 1979 com os resultados do Congresso da Virada a profissão Serviço Social

optou por uma nova teoria que pudesse dar base fundamental à profissão um processo de

revisão que já estava sendo construído desde a década de 1960, em Araxá (1967).

Assim, em 1982 ocorreu a reforma curricular, cuja preocupação foi de inserir a

perspectiva de uma nova proposta para o exercício profissional. Então, um dos objetivos foi a

ruptura com os valores e princípios positivistas.

A figura dos usuários passou a integrar o novo projeto social do Serviço Social e do

rompimento com a ideologia anterior, e o exercício profissional dos assistentes sociais passa a

estar de acordo com os interesses dos usuários. Assim, após estudos, as Linhas Norteadoras

da Reforma Curricular foram construídas (anexo 3), sendo o primeiro documento que deu

base para as diretrizes curriculares de 1982.

Esses apontamentos foram aprovados na XXI Convenção Nacional da ABESS que

teve como tema a "Proposta de reformulação do currículo mínimo", no ano de 1979, na cidade

de Natal e, no ano seguinte, a referida entidade enviou a proposta através de um documento

ao Conselho Federal de Educação (CFE) e em 1982, foi deferida a aprovação do novo

currículo mínimo.

Ampliando a reflexão, o Serviço Social latino americano já se encontrava a partir da

década de 1980 em processo de extinção, isto é, deterioração do regime militar. Entretanto

nesse período12, a educação popular ainda estava vigente na América Latina, mas, sem a

repressão daquele regime. Conforme a ABESS (1988, p.4) apud MACHADO, 2012,

[...] no Seminário Nacional de 1986 foi debatido sobre dois eixos

considerados de suma importância para os profissionais do Serviço Social. O

primeiro eixo focalizava-se sobre a questão social, as questões econômicas e

políticas da América Latina no Brasil. Já o segundo eixo trazia sobre a

importância dos movimentos sociais e a educação popular. (ABESS 2012, p.

151).

12 Em junho de 1986 a ABEPSS, ALAETS/CELATS/CFAS e ENESS promoveram um seminário nacional em

Salvador - BA, sobre movimentos sociais, educação popular e Serviço Social com o objetivo de levar resultados

ao XII Seminário Latino-Americano de Serviço Social em Medellin-Colombia. (Machado, 2012, p. 153)

36

Mas, foi a partir de 1980 que o Serviço Social desenvolveu uma base teórica para

fundamentar o Serviço Social na Educação para que essa área tivesse maior legitimidade.

Nesse período foi produzido um arsenal teórico por meio de monografias, dissertações

de mestrado e teses, inclusive a bibliografia especifica da área aumentou consideravelmente.

Também o Conselho Federal de Serviço Social contribuiu com a primeira legislação.

Na área da educação pouco material e nenhuma legislação havia sido produzida até

então, e no ano de 2000 o Parecer Jurídico 23/00 de 22 de outubro desse ano, o Conselho

Federal de Serviço Social, criou a primeira legislação. Assim, o assistente social passa a

desenvolver as seguintes funções na área de Educação:

Realizar pesquisa de natureza sócio-econômica e familiar para caracterização da

população escolar;

Elaboração e execução de programas de orientação sócio-familiar visando prevenir a

evasão escolar e melhorar o desempenho e rendimento do aluno e sua formação para o

exercício da cidadania;

Participação, em equipe multidisciplinar, da elaboração de programas que visem

prevenir a violência, o uso de drogas e o alcoolismo, bem como que visem prestar

esclarecimentos e informações sobre doenças infecto-contagiosas e demais questões

de saúde pública;

Articulação com instituições públicas, privadas, assistenciais e organizações

comunitárias locais, com vistas ao encaminhamento de pais e alunos para atendimento

de suas necessidades;

Realização de visitas sociais com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da

realidade sócio familiar do aluno, de forma a possibilitar assisti-lo e encaminhá-lo

adequadamente;

Elaboração e desenvolvimento de programas específicos nas escolas onde existam

classes especiais;

Empreender e executar as demais atividades pertinentes ao Serviço Social, previstas

pelos artigos 4º e 5º da Lei 8662/93 que regulamenta a profissão, não especificada

acima. (CFESS, 2000, s.p.).

A partir desse conteúdo elaborado pelo CFESS, muitos outros foram redigidos por

meio de monografias, dissertações e teses. É o caso do artigo redigido por Machado (2012) na

Revista Serviço Social & Sociedade (2012), conforme referências a seguir.

37

Uma retrospectiva a respeito da educação popular nos mostra que a mesma se vincula

a área do Serviço Social por volta dos anos de 1970. Entretanto a educação popular apesar de

não estar tão presente entre assistentes sociais, existe ainda muitos programas ligados ás áreas

de educação e saúde sendo executado pelo serviço social.

Também essa realidade foi analisada por Iamamoto (2002), ou seja, sobre a educação

popular, quando a mesma afirma não estar incorporada na formação dos Assistentes Sociais

nas diretrizes curriculares de 1996. Contudo, ela está presente em seus campos de trabalho por

meio da inserção da sociedade civil nos espaços coletivos. Para a autora é muito importante a

presença do Assistente Social nesses espaços coletivos na conjuntura neo0liberal em que

vivemos.

Segundo Machado (2012) é importante recuperar o trabalho de educação, mobilização

e organização popular do Assistente Social nos debates-teóricos voltados para os movimentos

Sociais e as organizações Sindicais que ficaram submersos no debate teórico profissional.

É necessário que Assistentes Sociais conscientizem a sociedade, de que a presença de

cada indivíduo em espaços coletivos é essencial, pois, esses espaços são considerados espaços

de luta, onde que, ao mesmo tempo em que podem adquirir práticas assistenciais, podem e

devem lutar por práticas democráticas. (Machado, 2012).

A autora compreende que o trabalho de mobilização e educação popular, não pode se

confundir com um trabalho realizado no passado, atualmente é necessária uma releitura crítica

da tradição profissional do Serviço Social, com uma nova forma de apropriar-se de todas as

conquistas e habilitações perdidas no tempo. Simultaneamente, superando-as, de forma a

colocar o encaminhamento do trabalho profissional com a devida adequação. Sobre a

educação popular outro conceito é formulado pelo CFESS (1993),

[...] a educação popular quando colocada em prática, frente a uma sociedade

de classe, se constituiu por meio de um confronto, como se a profissão

estivesse nadando contra a correnteza quanto aos princípios do Projeto Ético

Político Profissional do Assistente Social. Na forma de trabalhar, assistentes

sociais se deparam com uma nova legislação que dá às mesmas um novo

parâmetro: surge uma concepção para uma “nova ordem societária, sem

dominação-exploração de classe, etnia e gênero”. (CFESS, 1993, p. 11)

Diante desta nova realidade a educação popular deixa de existir nas diretrizes dos

cursos de serviço social em 1986, entretanto, é necessário que na formação dos assistentes

sociais, já saiam da universidade conhecendo os objetivos dessa forma de Educação.

38

Machado (2012), reflete que a educação popular nos aproxima das práticas

democráticas e não verticalizadas para garantir a participação do sujeito social, e a Educação

Popular passa a ser de fundamental importância naquele período.

Uma nova concepção de Educação Popular foi introduzida no período de 1930 a 1964

no Brasil, em uma conjuntura do Nacional de Desenvolvimento. Nessa fase houve uma

alteração do modo de produção capitalista competitivo para o capitalismo monopolista, cujo

governo foi de Juscelino Kubitschek 1956 a 1961.

Entretanto criou-se um movimento para uma identidade cultural pela busca de uma

cultura democrática com o surgimento de movimentos sociais unidos ao setor universitário.

O Movimento de Educação de Base (alfabetização, cultura popular) era realizado por

iniciativa da Igreja, e ao lado desse movimento de educação popular os movimentos de

alfabetização formal conviviam de forma rápida e insuficiente, o MOBRAL13.

Para o educador Gadotti (2000 apud Machado 2012), é a partir dos anos de 1960 que,

[...] a educação popular sistematizada por Paulo Freire define-se como

democrática inseparável da realidade social. Essa forma de educar procura

superar as injustiças sociais, trabalhando o conhecimento com rigorosa

aproximação aos objetos, é capaz de contribuir com a direção política dos

setores sociais que estiverem à margem do fazer político. Esse modelo foi

possível até a tomada de poder pelos militares em 1964 ocasiões em que foi

PRESO e seu trabalho teve continuidade pelas Organizações Não

Governamentais-ONGS já preparadas na clandestinidade. (GADOTTI,2000.

p.292).

Para Machado (2012), a educação popular tem como objetivo problematizar a

realidade social, isto é, o paradigma teórico tem como finalidade ensinar aos cidadãos a se

perguntarem sobre a sua própria realidade.

Isto quer dizer que, assistentes sociais devem preparar a população para expressar-se

politicamente para o enfrentamento nas lutas por justiça. Entretanto, as minorias devem ter

prioridade, ou seja, oprimidos, indígenas, camponeses, negros, mulheres, analfabetos,

trabalhadores rurais.

Para a autora, a educação popular teve fundamental importância para a área do Serviço

Social, pois foi a partir de 1980 que o Serviço Social modificou sua prática à comunidade,

pois executava programas governamentais nos municípios, estados e união, principalmente

àqueles projetos de habitação popular financiados por bancos públicos. Contudo, a finalidade

13 MOBRAL- Movimento Brasileiro de Alfabetização (1970-1980). Preocupava-se com a alfabetização do

cidadão e não contribuindo com o desenvolvimento de sua visão crítica para a emancipação deste. O MOBRAL

contribuiu com a reprodução da ideologia dominante. (BEZERRA, 1984, P. 156 apud MACHADO, 2012).

39

deste trabalho sempre esteve atrelada quase que exclusivamente aos projetos públicos de

prevenção aos riscos da área ambiental.

No trabalho do Serviço Social com as comunidades em situação de pobreza sempre foi

realizado de forma imposta e não de um trabalho de sugestões, propostas, envolvimento com

famílias carentes para o desenvolvimento de programas e projetos.

A autora afirma que,

[...] a educação popular é fundamental para a formação de assistentes sociais,

pois, por meio dela é possível uma pratica mais dialógica, democrática, que

impulsiona processos de conscientização, organização, participação e

mobilização, levando-se em conta o saber popular, a autonomia e a

diversidade cultural. Portanto, dentre os vários elementos que compõem essa

educação destacaremos os que consideramos essenciais para se pensar e

realizar ações educacionais populares voltadas para a hegemonia das classes

subalternas, quais sejam: a práxis, a conscientização, o diálogo, o

conhecimento popular, a hegemonia e a participação. (MACHADO, p.161-

162, 2012).

Como constituinte da educação, a participação é considerada como processo histórico

e mobilizador de situações e recursos e para Nogueira (apud Machado 2012), a participação

requer uma relação com o poder, com outros atores sociais, organizacionais ou decisórios.

Entretanto, mudanças ocorreram e nos anos de 1990, a modalidade de educação

popular passa a ser compreendida como um discurso para a expressão de práticas sociais

democráticas. Como forma de diminuir a burocracia pública e realizar soluções positivistas

para todas as situações de problemas da comunidade.

Entre 1970 a 1990 o Brasil desenvolveu uma política vinculada à uma economia

especifica, isto é, de articulação entre Estado e mercado, incentivando as práticas de

solidariedade entre a sociedade. Esta foi uma forma de fazer com que os indivíduos se

esquecessem de todas as conquistas democráticas quanto à participação da própria classe

trabalhadora. Essa foi uma forma de tirar a responsabilidade do Estado quanto à sua função

social.

Nogueira (2004) apud Machado (2012) designa quatro modalidades de participação: 1-

a assistencialista, que tem por base a filantropia ou solidariedade; 2- a corporativa, que

desenvolve interesses particulares de um grupo social; 3- a eleitoral, faz a defesa dos

interesses individuais e particulares, interferindo na forma de governo e abrangendo a

coletividade; 4- a política considera a forma mais adequada aquela onde os indivíduos de

diferentes grupos fazem parte do poder de maneira democrática e compartilhada.

Concluindo o raciocínio, Iamamoto (2010, p.200) apud Machado (2012), reflete que:

40

[...] os assistentes sociais precisam ter um conhecimento crítico em relação

aos processos sociais dos indivíduos sociais. Sendo capaz de desenvolver

pesquisas e projetos que impulsionem a consciência política dessa

população. (IAMAMOTO 2010, p. 200).

É preciso aproximar comunidade acadêmica à realidade colocada a estes profissionais

em sua pratica profissional. É através de pesquisas nas unidades de formação profissional, que

possibilitarão ao futuro assistente social ser um profissional mais crítico, dialógico e

democrático para desenvolver formas e estratégias do mesmo conhecimento para intervir, e

realizar uma contribuição com a própria educação popular.

E Machado (2012), conclui que: o Serviço Social é uma profissão que intervém na

realidade da divisão sócio técnica do trabalho, o qual se posiciona contra a hegemonia da

classe dominante conforme o Projeto Ético-Político Profissional. E a Educação popular é uma

forte defensora do debate político-ideológico como do téorico-metodologico e técnico-

operativo, pois, também se confronta à hegemonia dominante existente.

Na reflexão sobre o segundo artigo,14 a autora discorre sobre o Encontro Nacional de

Serviço Social na Educação que foi realizado em junho de 2012, pelo conjunto

CFESS/CRESS na cidade de Maceió - Alagoas. O público obteve mais de mil participantes,

entre assistentes sociais e estudantes, isto demostra um grande interesse para a área de

educação. As principais ações que demandam acompanhamento, na área da Educação são a

assistência estudantil e prefeituras. Ou seja, são nestas ações que as expressões da “questão

social” se mostram nas escolas, demostrando a necessidade de ampliação de vagas no campo

de trabalho educacional. Existem projetos de lei em tramitação na câmara federal (60/2007 e

12.101/2009) que vão exigir obrigatoriedade de assistentes sociais e psicólogos no ensino

básico.

Mas, outras legislações como a Lei 12.677/2012 dá sustentação jurídica junto aos

cargos efetivos para profissionais da educação junto ao MEC, entendendo que, 589 são para

assistentes sociais.

Lessa (2013) reflete em seu texto sobre a necessidade de expandir o debate sobre o

exercício profissional de assistentes sociais na educação. Para a autora, alguns elementos

fazem parte da totalidade em que a educação contemporânea está incluída, mostrando

14 “A educação contemporânea, o combate à pobreza e as demandas para o trabalho do assistente

social: contribuições para este debate”. (LESSA, 2013)

41

particularidades, realiza-se também um estudo detalhado sobre o serviço social na educação,

construindo suas interfaces com outras políticas públicas, garantindo-se assim e demostrando

suas potencialidades.

Sendo assim a autora destaca que a educação é um campo especifico que aponta

interesses contraditórios na relação capital versus trabalhadores. Isto é,

[...] A recente mobilização de setores progressistas da sociedade brasileira3

em prol da garantia da 1. Em junho de 2012. 2. O evento também esteve

disponível para acesso na internet, em tempo real, o que ampliou a

audiência. 3. Estavam mobilizados em torno desta mobilização em prol da

garantia dos 10% do PIB entidades como o CFESS, ABEPSS, Andes, Anel,

Conlutas, Sepe. 108 Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 113, p. 106-130, jan./mar.

2013 aplicação dos 10% do PIB na educação e, sob um outro prisma, o fato

de que o Plano Nacional de Educação, em debate no Congresso Nacional,

propor a aplicação de somente 7% do PIB e a longo prazo (somente em

2020!) são expressões deste processo de interesses diversos. (LESSA, 2013,

p. 107-108)

A autora reconhece que a educação potencializa a produtividade e o lucro, fortalece os

avanços tecnológicos e as necessidades de formar espaços produtivos de relevância para o

capital e para a ordem vigente.

Observamos nessa análise que a mesma destaca um aspecto ideológico para situações

de grande emergência, isto é, os profissionais da educação realizam um enfrentamento diante

da mundialização, da pobreza. Tendo a responsabilidade, mediar a vida dos mais pobres

também para uma vida produtiva. O nome para essa situação atual é: empreendedorismo.

A autora afirma que o capital vivencia a referida crise, produz probabilidades de um

novo tipo de produção e circulação de conhecimento como se fosse uma mercadoria

comercial e na realidade atual estamos conhecendo políticas educacionais como uma

expressão de educação qualificada. Ainda, a denominação de tipos diferenciados de educação

permanente faz com que a mão de obra tenha acesso ao emprego e nessa forma existe

lucratividade em vários sentidos. A autora reflete aqui especialmente sobre a educação

privada que experimenta grande competição entre as empresas.

No século XX, a educação contemporânea assumiu um novo lugar: a educação

tecnológica aproximou-se da sociedade por meio do consumo. E foram criados novas

aparências dando uma falsa imagem de que a sociedade é moderna. E neste novo quadro, com

aparência imaterial estruturada sobre o conhecimento. Conforme essa concepção,

[...] não coincidentemente reforçada por organismos de financiamento

internacional, como o Banco Mundial — o conhecimento é um bem que está

42

disponível a todos, a despeito da condição de classe. Este novo bem

econômico seria o principal recurso da economia globalizada, ou seja, seria

um “novo capital”, passível de ser conquistado por empenho de ordem

individual [...] (LESSA, 2013, p. 109).

Esta imagem não corresponde com a realidade, pois se sabe que o conhecimento bem

como a educação exige tempo e dedicação. Frigotto apud Lessa (1995, p.156), existe uma

nova formatação da teoria do capital humano que desqualifica os debates realizados nas

últimas décadas. Assim, a Educação se torna um bem econômico e realiza um retrocesso na

construção da educação.

A autora analisa o Serviço Social e a promessa do combate à pobreza, avaliando que a

profissão é chamada pela sociedade por meio da divisão social e técnica do trabalho no

sistema atual do capitalismo, visto que atuamos sobre as expressões da “questão social”.

As atividades que compõem o exercício da profissão dos assistentes sociais são:

execução de programas sociais articulados às instituições educacionais como: Programa Bolsa

Família, cotas nas universidades, assistência estudantil, contra turno escolar, a dinamização

dos debates sobre temas transversais trabalhados na escola e outros. Em relação a essas

atividades de trabalho, a autora destaca que:

[...] os assistentes sociais exercem um importante papel na elaboração de

análises mais totalizantes em torno das expressões da questão social nos

espaços educacionais, de modo a problematizar a percepção dos atores que

ali atuam e formam sobre a família contemporânea, sobre as condições de

aprendizado dos estudantes, suas condições de vida e trabalho, sua

percepção sobre a escola e suas condições de permanência (e identificação)

neste ambiente [...] (LESSA, 2013, p.115).

Este é um espaço recente que a profissão está construindo. Entretanto, a partir da

década 1940 houve intervenção do estado brasileiro sobre a “questão social” e a educação

ganhou destaque no serviço social.

Ainda, houve uma ampliação dos espaços de trabalho com a criação da LBA, Centros

de educação popular e instituições especializadas para crianças excepcionais, como APAE e

Pestalozzi. E nas décadas de 1980 e 1990 os assistentes sociais ampliaram o trabalho em

campos diferenciados na educação.

A autora analisa que a ampliação deste espaço de trabalho é nova, mas não a inserção

da profissão no campo da educação. Pois, a partir de 1950, com a expansão da intervenção

estatal sobre a “questão social” e do aparato público brasileiro, o espaço educacional ganhou

destaque no cotidiano de ação do assistente social. Particularmente no Sistema “S”, nas

43

creches, então vinculadas à LBA, assim como em Centros de Educação Popular. Outros

educadores citados por Lessa (2013), como Almeida (2003), explicam que entre as décadas de

1980 e 1990, a atuação de profissionais de Serviço Social no campo educacional vai se

tornando mais expressiva em especial em ações no contra turno escolar, nos centros e

educacionais.

A expansão dos espaços de trabalho dos assistentes sociais na educação, na atual

conjuntura, justifica-se pela multiplicidade de expressões da “questão social” nos vários

campos da educação, isto é, nas escolas.

Lessa (2013), afirma que é preciso pensar que a família contemporânea modificou-se

causando complexidade para os processos formativos, o que resultou um grande desafio na

área da educação. As causas são: menor fecundidade, maiores jornadas de trabalho,

diversificação da rede de cuidados com crianças. Essas são situações que requerem arranjos

familiares novos e demandam ações diversificadas (LESSA, 2013, p.116). A partir dessa

situação é preciso criar novas práticas pedagógicas e formar equipes multiprofissionais para

esse quadro real contraditório.

Conforme Bianchetti (2001) apud Lessa (2013), a atual fase em que o Brasil vive, na

divisão internacional do trabalho, tem exigido por criações de projetos, como a LDB que

simplifica a educação dos trabalhadores, para atender o mercado de trabalho.

Para Campos (2003) apud Lessa (2013), a educação tem demonstrado ser a única

forma de resolver os problemas sociais da população. Entretanto, sabe-se que essas

influências através de políticas sociais de forma emergencial, descontinuadas, não

redistributivas, desarticuladas e frágeis tem pouca ou nenhuma efetivação.

Mesmo com pouca eficácia desse atual projeto, é considerado como uma forma de

aperfeiçoar a educação. Entretanto, somente como uma política social que poça lutar contra a

pobreza.

Lessa (2013) insere em seu texto também as ideias de Manacorda (2000), ou seja, para

este autor, a educação e pobreza é resultado da formação do capitalismo e está presente desde

o início desse modo de produção capitalista. Esse é o retrato do controle social entre os mais

pobres.

É nas escolas públicas que o tratamento da pobreza está frequentemente inserido, por

ser um espaço considerado, lugares onde as diversas expressões da “questão social” estão

presentes, locais que os profissionais encontram dificuldades para combater a desigualdade,

mas sempre estão atrás de amenizar estas questões, como uma forma de conformação

daqueles em situação de maior pobreza.

44

A autora cita Mota (2008), ao afirmar que esse este estudioso tem uma percepção

singular sobre a conformação da pobreza: é através de uma assistencialização na política da

educação, isto é, com o Programa Bolsa Família – PBF, destinado às famílias dos educandos

vulneráveis. Contudo, para acessar este direito, a família deve ter seus filhos ou pupilos

matriculados bem como, realizar o acompanhamento da frequência escolar dos mesmos.

Com esse controle as famílias se esquecem da infraestrutura das escolas que são

precárias, deixando de lado os problemas vindos da realidade social.

Em seus estudos Lessa (2013), afirma que o programa Bolsa família, se torna um meio

de amenizar as expressões da “questão social”, considerado um dos programas mais

importantes para evitar a evasão escolar.

Para ela, é necessário mudar alguns critérios de inclusão, visto que este programa

possibilita muitas crianças e adolescentes serem incluídas no sistema educacional. E para que

esta família seja de fata bem assistida, se faz necessário que a política de educação efetue

articulações com as demais políticas sociais.

As políticas sociais atendem diversas situações de precariedades, porém, o poder

público só se manifesta de forma visível por meio das escolas públicas. Observa-se que a

educação sempre se envolve com os problemas da comunidade, fazendo com que o objetivo

central fique fragilizado.

Os espaços escolares vêm se modificando ao longo dos tempos, isto é, os espaços

institucionais fazem uma busca por novos valores, despertam novas atitudes para preparam as

crianças e adolescentes para a sociabilidade atual no sentido de informar valores e atitudes na

nova ordem.

Sendo assim, a educação serve de ponte e funcionalidade para o mercado de trabalho,

conforme os princípios da LDB 9.394/96 – é a lógica produtivista e individualista.

Porém, estar no mercado de trabalho, mesmo sendo precário, não deixa de ser visto

como uma recomendação fundamental, para o apresamento dos níveis de educação e de vida

dos alunos. Ingressar nos cursos de profissionalização e requalificação permanente é

exigência do capitalismo. A autora observa que desta forma o trabalho e a escola servem

como combate à desigualdade, sem levar em consideração a qualidade do que se aprende, isto

é, da escola e do ensino.

Esse perfil de escola profissionalizante se torna atraente para os adolescentes, fazendo

com que haja um esvaziamento nas escolas normais. Facilitando um estudo precário e

sucateado, que não garante educação para a vida, mas sim para o exército de reserva do

45

capital. Neste sentido, podemos observar grandes desafios e limites para os profissionais da

educação, e entre eles estão os assistentes sociais.

A autora Lessa (2013), afirma que “devemos reconhecer, assim, contraditoriamente,

que educação é tensão e contradição, reposição da ordem e possibilidade de enfrenta-la. Sua

materialização está em permanente disputa na sociedade”.

Concluindo, os assistentes sociais da área da educação pretendem uma educação que

possam emancipar os cidadãos para que se possa pensar a educação conforme o projeto ético-

político15 profissional.

No terceiro artigo:16 a autora reflete que o processo histórico, da construção da

profissão serviço social exigiu uma formação adequada para a época, década de 1930. Para

Koike (2009 apud Dentz e Silva, 2015), os assistentes sociais daquele período já trabalhavam

sobre todas as formas de precarização do trabalho, Direitos Sociais, Seguridade Social e na

área da Educação. Mas foi entre 1930 a 2000 que a profissão vivenciou profundas mudanças,

principalmente a partir da década de 1980, e ainda hoje o projeto profissional ainda provoca

tensões quanto à recusa à crítica (KOIKE, 2019. p. 215) pelo processo descontinuo da

conquista dos direitos sociais, políticos e civis no Brasil.

Para Carvalho (2002 p. 8 apud DENTZ; SILVA, 2015), a cidadania trilhou um

caminho muito longo e a “imagem” nacional era apenas imaginada (CARVALHO, 1998.

p.243), visto que foi no período entre 1822 a 1945 a concepção dos setores dominantes sobre

a população brasileira se baseava em: “a primeira se baseava pela ausência do povo, a

segunda por uma visão negativa do povo e a terceira por uma visão paternalista do povo, ou

seja, em nenhuma dessas visões o povo fez parte da construção da nação Brasileira”.

Observa-se que os autores fazem uma crítica sobre as novas configurações para

caracterizar o novo fenômeno da desigualdade, isto é, ele ganha roupagem nova a partir do

capitalismo. A distância social identifica a desigualdade quanto maior ela for.

Salientamos que “são as condições históricas que transformam as expressões da

“questão social”, elas são inerentes ao processo de acumulação capitalista expressando-se pela

15 Liberdade, autonomia, emancipação, direitos humanos e recusa do arbítrio e autoritarismo, cidadania, garantia

dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; democracia, participação política, riqueza

socialmente produzida. Equidade e justiça social, universalidade de acesso aos bens e serviços, gestão

democrática políticas sociais, eliminação de todas as formas de preconceito, respeito à diversidade, discussão das

diferenças; (BRASIL, 1993). 16 Dimensões históricas das relações entre educação e Serviço Social: elementos para uma revisão crítica.

(DENTZ, 2013)

46

pobreza, vulnerabilidade e risco, banalização e alienação do humano” (IAMAMOTO, 2007.

p.125).

Para Dentz e Silva (2015) existe uma condição histórica que caracteriza as escolas

brasileiras: é um dualismo perverso, isto é, “isso se dá por meio das noções básicas e

reduzidas de conhecimentos na aprendizagem”. Marginalizando o conhecimento dos mais

pobres. O serviço social em sua função se parece com a educação? A resposta para os autores

é afirmativa pois, a intervenção do Serviço Social nas expressões da “questão social”

possibilita melhor aquisição de conhecimento.

Então os autores indagam: Com a atuação de assistentes sociais na política de

Educação esse dualismo poderia ser solucionado?

Os autores fazem uma análise entre a Educação e Serviço Social, em meados dos anos

1930-1990, ponderando que nessas décadas houve diferentes formas de intervenção social. É

um período que pode ser compreendido como sendo de emergência do Serviço Social no

Brasil.

Para compreender o Serviço Social no Brasil é necessário observar que houve praticas

exteriores (1906 EUA) e na Europa nessa mesma década. E, como o Serviço Social no Brasil

teve como base essas intervenções exteriores, foi que no final de 1920 já havia práticas de

bem estar social para o menor, setor médico, psiquiátrico e escolar.

A “Escola era concebida como instituição” e o “menor e sua família” de forma

separada, conforme análise da Assistente Social Harriett Bartlett pesquisadora Norte

Americana. Então, não havia um conhecimento sobre o problema principal – como a natureza

do Ensino e o processo Educacional.

Na América Latina, 1925, no Chile; 1936, no Brasil; 1937, no Peru. Em um processo

de maturação que tem como objetivo a qualidade da profissão.

O início do Serviço Social na América Latina desenvolveu-se em um período de

acentuado desenvolvimento capitalista, de industrialização que criara trabalhadores gerais

(inclusive imigrantes), miseráveis, e dessa forma a necessidade de Assistentes Sociais. Assim,

essas mudanças tiveram reflexos em todas as sociedades da América Latina. E como isso

acorreu? suas mudanças societárias trouxeram consigo a efervescência das expressões da

“questão social” (CASTRO,2000, P.41 apud DENTZ; SILVA, 2015).

Entretanto, o Serviço Social também era mobilizado por três influências, ou seja,

classe dominante, Estado e Igreja. Em 1925 até 1940 agentes sociais e após Assistentes

Sociais, receberam a influencias de países como a Bélgica, França e Alemanha.

47

Para Dentz e Silva (2015), foi com essa conjuntura que o Serviço Social construiu sua

postura acrítica, passando a utilizar métodos terapêuticos, clínicos ou individualizados aos

indivíduos, diante da realidade externa.

Uma análise precedente ao século XX é realizada pelos autores, assim abordam os

estudos do processo de escolarização como iniciado em 1549, portanto trinta e nove anos a

vinda da família imperial para o Brasil. A educação europeia foi o molde (com base em um

modelo agroexportador) para transplantar a escolarização por meio dos jesuítas ao Brasil. A

autora considera que na história da Educação no Brasil há pontuações históricas que exigem o

serviço social.

Para Carvalho (2002. p. 18.) apud Dentz e Silva (2015), com o processo de

colonização no período de 1500 a 1822, os portugueses construíram uma nação com unidade

linguística, cultural e religiosa. Entretanto, um povo analfabeto e escravo, um Estado

absolutista, uma economia monocultural, onde uma minoria possuía poderes absolutos sobre

uma maioria.

Com o processo da Independência do Brasil (1822), o país estimava cerca de três

milhões de escravos, considerando que a população era de apenas 05 milhões de pessoas.

Em 1872 após a Independência do Brasil, 16 % da população era considerada como

alfabetizadas. Com o processo político da Proclamação da República em 1889, lutava-se por

uma Educação para todos, porém, os princípios de ensino eram diferentes e opostos. Um era

destinado à elite e o outro destinado somente para o povo.

De 1910 a 1920 imigrantes espanhóis e italianos trouxeram para o Brasil algumas

ideias consideradas revolucionárias de que a Educação fosse repassada a toda a população,

inclusive para a classe operária. Contudo, houve uma grande repressão do governo da época,

as escolas foram duramente perseguidas e fechadas por serem consideradas “perturbadoras da

ordem”.

É visto que as condições históricas em que vivemos transformam a “questão social”, o

qual é inerente ao processo de acumulação capitalista, além de ser expressão da pobreza,

miséria, exclusões, vulnerabilidades e ainda, condena os indivíduos a uma alienação ao

mundo do trabalho.

A existência de um dualismo perverso nas escolas públicas Brasileiras acaba

satisfazendo apenas as necessidades mínimas de aprendizagem, negligenciando

sistematicamente o conhecimento e aumentando (ou mantendo) automaticamente cada vez

mais as desigualdades sociais (YOUNG, 2011. p.395 apud DENTZ; SILVA, 2015).

48

Até 1930 o Brasil é considerado uns país incapaz de diminuir as suas desigualdades

sociais e de democratizar o direito a Educação de uma forma justa e igualitária. E, na análise

de conjuntura desse período pelos autores desse artigo a relação da Educação e Serviço Social

sinaliza que existe a possibilidade de um diálogo.

Como vimos anteriormente o Serviço Social e a Educação possuem um caminho de

diálogo se tratando do dualismo que perpassa as escolas brasileiras, que intervém diretamente

nas expressões da “questão social”. É através dessas desigualdades sociais que o profissional

Assistente Social irá intervir através das Políticas Sociais Públicas.

Na relação educação e serviço social há sinalizações de um diálogo em emergências,

isto é, neste ponto a confluência dos fatos históricos sobre educação e serviço social apresenta

uma conjuntura social e econômica entre 1930 a 1990.

O Manifesto dos Pioneiros17 para uma Educação nova em 1932 demostra a

necessidade de uma educação pública concreta, ou seja, gratuita e leiga como dever do Estado

isto é, uma Educação que atendesse a toda a população brasileira independente de classe

social.

Ao ser criada a profissão Serviço Social para atender as iniciativas da classe

dominante, também o Estado paternalista, os Assistentes Sociais trabalharam para apaziguar

os “problemas sociais18”.

Na década de 1940 os primeiros cursos de Serviço Social (São Paulo1936 e Rio de

Janeiro1937) já formavam as primeiras profissionais da área e sua inserção no espaço da

Escola para,

[...] curar e prevenir desajustamentos, contribuir com eficiência em todos os

setores escolares para o desenvolvimento harmonioso e integral da criança,

[através de] métodos adequados [...]. (DENTZ; SILVA, 2015, p. 12).

Outras atribuições eram dadas aos Assistentes Sociais como: ajustamento dos

desajustados, ajuda aos necessitados, integração aos alunos à sociedade, intervenção em

situações escolares consideradas como desvio, defeito ou anormalidade social.

17 Refere-se a um documento escrito por 26 educadores, em 1932, com o título A reconstrução educacional no

Brasil: ao povo e ao governo. Circulou em âmbito nacional com a finalidade de oferecer diretrizes para uma

política de educação. O movimento defendia novos ideais de educação e lutava contra o empirismo dominante.

Para tanto, defendia-se “transferir do terreno administrativo para os planos político-sociais a solução dos

problemas escolares”. (MENEZES, 2001). 18 Surgem inúmeras instituições sociais para administrar programas assistenciais de forma imediatista, cuja

denominação foi “serviço social conservador” em razão da manutenção da ordem capitalista (Iamamoto, 2000).

49

Assistentes Sociais contestadores iniciaram movimentos de recusa ao “Serviço Social

conservador”19 e nesse movimento histórico foram realizados quatro seminários para a

categoria dos Assistentes Sociais, aproximando-o dos recém-criados movimentos sociais.

Com a influência dos governos militares no Brasil, a lógica desenvolvimentista foi o

ponto principal na educação e na assistência social realizada nas escolas primarias públicas

brasileiras. A demanda era por material escolar e transporte para atender alunos em situação

de pobreza. (NETTO,1996. p.154 apud DENTZ; SILVA, 2015).

A história da profissão registra uma aproximação em 1970 com as lutas de classes e a

“questão social” aproximando-se do marxismo acadêmico em 1980. Nesse processo histórico

dos anos de 1980 consolida-se o processo de redemocratização pela Constituição Federal de

1988, Educação e Serviço Social (Assistência Social) passam a integrar o Titulo VIII, “da

ordem social” que tem por base o primado do trabalho e como objetivo o bem-estar social e a

justiça social.

Observamos que apesar de todas as garantias dessa Constituição a desigualdade

persiste, intensificando-se em meados de 1990 como reflexo da crise econômica internacional.

Outros autores, como Almeida (2003) compreendem que as todas as mudanças do

Serviço Social na Educação é consequência da produção de conhecimentos após a década de

1990, bem como, do amadurecimento teórico entre os profissionais.

E atualmente quais são os campos que mais demandam intervenção de assistentes

sociais? Destaca-se que esses profissionais desenvolvem trabalhos de forma integrada a

“proteção social, riscos sociais, vulnerabilidade social, seguridade, programas e benefícios

assistenciais que fazem parte de uma gama de políticas públicas20 que dizem respeito à

educação e ao serviço social.” (ALMEIDA, 2003 apud DENTZ; SILVA, 2015). A Educação se transformou em um espaço sócio ocupacional do Assistente Social

diante aos problemas existentes frente a garantia de uma educação com qualidade a todos os

indivíduos sociais (CFESS,2011).

As legislações pertinentes se referem a: o projeto de lei 3.68821 foi criado no ano 2000,

porém, não foi aprovado pela câmara dos Deputados Federais22 em 2000, só foi aprovado em

19 O Primeiro foi realizado na cidade de Araxá em 1967, onde foi discutido sobre a teorização do Serviço Social,

o Segundo foi realizado em Teresópolis-RJ em 1970, onde foi debatido sobre a metodologia do Serviço Social, o

terceiro foi em Sumaré-RJ 1978, tratando sobre a Cientificidade do Serviço Social e o ultimo aconteceu no Alto

da Boa Vista no ano de 1984 onde voltou a ser tratada a teorização do Serviço Social. (DENTZ; SILVA, 2015). 20 Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, 1990; Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, 8742/1933. 21O presente projeto de lei dispõe sobre a inserção de Assistentes Sociais e Psicólogos dentro das escolas. 22 “Ficou em tramitação até o ano de 2007 na Comissão de Educação e Cultura (CEC) e na Comissão de

Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) sendo aprovado e conduzido ao senado e alterado para o Projeto de Lei

da Câmara (PLC) n. 060 em 2007 (CFESS, 2012)”.

50

2009. E a partir disso a educação básica das escolas públicas contam com a presença de

profissionais do Serviço Social e da Psicologia.

O trabalho do assistente social se baseia na dimensão socioeducativa no sentido de

fortalecer as redes sociais institucionais frente ao reconhecimento dos direitos sociais e a sua

execução. (DENTZ; SILVA, 2015).

Diante da grande inserção da categoria de Assistentes Sociais na área da Educação, no

ano 2001, foi organizado um grupo de estudos pelo Conselho Federal de Serviço Social –

CFESS, nomeado como GT de Serviço Social na Educação, um subsidio23 que deu base a um

documento de suporte a todos os profissionais. Em 2010 o grupo de estudos teve o

assessoramento do professor Ney Luiz Teixeira de Almeida (CFESS,2011), considerado

como pioneiro nessa área. A inserção de profissionais nas escolas é importante porque se trata

de,

[...] um campo de intervenção do Estado e de uma dimensão da vida social,

que hoje se coloca como estratégia na sociedade contemporânea, seja para a

afirmação de um projeto societário vinculado aos interesses do capital, seja

para a ampliação e integração das lutas no que diz respeito à conquista de

direitos e enfrentamento das desigualdades (ALMEIDA, 2000, p.24).

O documento24 criado pelo grupo de estudo enfatiza a importância da educação ser

entendida como uma política social pública, ou seja, um direito social que precisa ser

expandido a todas as crianças e adolescentes de forma equitativa; trazendo a ampliação do

conceito de escola que precisa ser entendido conforme o seu papel social e diante ao modo de

produção social em que vivemos nos dias atuais.

O primeiro Seminário Nacional de Serviço Social na Educação realizou-se em junho

de 2012 com várias discussões sobre os elementos teóricos e políticos da relação Serviço

Social na Educação, suas possibilidades, limites e polêmicas na inserção do Serviço Social

nessa área. (DENTZ; SILVA, 2015).

Os tópicos elencados até aqui demonstram a intensificação do processo de trabalho do

Serviço Social inserido na área da Educação desde os anos de 1990, ampliando a luta

profissional de assistentes sociais para o reconhecimento de suas legislações nessa área de

atuação.

Durante o processo histórico do Serviço Social e Educação ocorreram importantes

mudanças nas políticas sociais e suas formas de intervenção, sobretudo as prevenções ao risco

23 Subsídios para o Debate sobre Serviço Social na Educação. (CFESS,2011). 24 Serviço Social na Educação. (CFESS,2001).

51

social como uma forma de proteção social. Entretanto, essa relação entre Serviço Social e

Educação foi permeado de tensões o que provocou mudanças constantes.

Neste texto os autores recomendam investigações continuas no sentido de verificar as

necessidades da realidade social entre Serviço Social e Educação.

Sobre o artigo25 quatro, Pereira et al (2015), a profissão Serviço Social no Brasil

desenvolveu uma trajetória particular em sua construção. O projeto profissional demonstra

ainda uma "lógica do passado", inclusive com um conservadorismo.

Assim, esta profissão tem características especiais quanto à esfera da execução

terminal das políticas sociais. Isto se dá por meio da formação especializada para executar a

política social de assistência social.

Para os autores, a partir da última década a sociedade brasileira distinguiu-se por dois

movimentos sociais e econômicos, sendo: “ascensão desenvolvimentista” que exigiu a

intervenção do Estado para um modelo de maior índice na economia. E o movimento atual,

que diz respeito à reestruturação produtiva e a financeirização do capital.

Os autores estão se referindo sobre outras políticas, a política de educação superior

particularmente, onde está incluído o Serviço Social. Nesse processo os mesmos dizem

respeito à formação de profissionais com novas exigências e competências para dar conta da

nova realidade social e econômica que se apresentam.

Em sua análise, esclarecem que houve uma grande expansão de cursos de serviço

social no estado do Ceará. Também sobre o enfrentamento de problemas na profissão Serviço

Social,

[...] a exemplo do aligeiramento dos conteúdos e do rebaixamento acadêmico

que tendencialmente implica um perfil profissional mais pragmático,

apresentando profundas divergências com os princípios que orientam o

projeto ético-político da profissão, fruto de um esforço coletivo que tem

impulsionado o processo de "renovação da profissão" na "intenção de

ruptura" com o conservadorismo [...]. (PEREIRA et al, 2015, p. 319).

Na história da criação em 2010 do curso de Serviço Social no Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), campus Iguatu26, foi uma experiência

original. Nesse campus essa experiência demonstrou uma contribuição para o ensino superior

e para os desafios no contexto do "neodesenvolvimentismo".

25 Educação, "neodesenvolvimentismo" e Serviço Social: os IFs em questão a interpretação Pereira et al (2015). 26 [...] como o primeiro curso da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica no país, sendo

o segundo presencial e público no Ceará [...] (PEREIRA et al, 2015, p.319).

52

Para Fernandes (2006), a Educação no Brasil realizou-se por meio de uma

“modernização conservadora”, através de práticas repressoras pela burguesia durante a

formação do modo de produção capitalista. E para Pereira et al (2015) a universidade só

chegou ao Brasil após ter se desenvolvido na América Latina. Assim, o acesso ao estudo

superior é permeado por embates relacionados a dois aspectos de ensino, isto é, a um

dualismo: as privatizações e a mercantilização.

Para Behring apud Pereira et al (2015), na década de 1990 a Educação transforma-se

em uma fração importante para a contrarreforma do Estado brasileiro. Este resistiu por meio

da manutenção das altas taxas de juros e pela reestruturação produtiva. Ainda, permaneceu o

subemprego, a dupla jornada de trabalho das mulheres, o trabalho infantil como formas de

trabalho escravo.

Portanto, a educação pública superior tem base na precarização, sucateamento e

ampliação do ensino privado e aligeirado. Como exemplo citamos os cursos à distância e

presenciais.

Para Lima (2008, apud Pereira et al, 2015), a Educação a Distância (EaD) tem base

jurídica na Lei de Diretrizes e Bases – LDB 9.394/96 com o propósito de democratização da

educação superior.

A maior demanda da educação superior à distância, são aqueles cursos das Ciências

Humanas, pois não envolve investimentos para o Estado. Para Dahmer (2008 apud PEREIRA

et al, 2015) a educação a distância é caracterizada por vários elementos,

[...] o professor transforma-se em “tutor”, impossibilitando a relação

professor-aluno e discussões relevantes no processo formativo, além de

impedir ao estudante desenvolver experiências acadêmicas e políticas,

suscitando maior criticidade e ampliação da “visão de mundo” [...]

(DAHMER, apud PEREIRA et al, 2015, p.321)

Sabe-se que o CFESS e as instancias de organização desta profissão não admitem o

curso a distância. Assim, a formação profissional em Serviço Social27 tem fundamentos

teóricos rigorosos, baseados na realidade social. Essa teoria tem fundamento crítico para

possibilitar compreensão da totalidade social. Desta forma evita a fragmentação entre as

dimensões de ensino, pesquisa e extensão (ABEPSS, 1996).

E qual foi a formação profissional em Serviço Social na conjuntura do

“neodesenvolvimentismo”? Para Boito Jr. apud Pereira at al, (2015) nos últimos dez anos o

27 Os valores que dão base aos princípios do Serviço Social são: liberdade, democracia, cidadania, igualdade,

justiça social e respeito à diversidade.

53

Brasil a conjuntura social e econômica brasileira constituiu-se por um governo de composição

interna de classe burguesa compondo diversos setores da economia como: mineração,

construção, agronegócio, a indústria de transformação, os grandes bancos privados e estatais

de capital predominantemente nacional. E as grandes empresas reivindicam a proteção do

Estado para o seu próprio fortalecimento dentro do Mercosul” (BOITO JR., 2012, p. 7-8).

Essa realidade brasileira encontra-se principalmente nas periferias dos grandes centros

urbanos do país de forma despolitizada pelas políticas de transferência de renda. Nessa

conjuntura surge um variado espaço de trabalho para assistentes sociais, consolidando os

serviços de assistência social como uma política social.

Essa situação contribuiu para criação dos cursos de Serviço Social e presença de

muitos jovens na educação superior e no mercado de trabalho de forma fragilizada, compondo

uma nova realidade social brasileira.

As diferenças entre os conceitos de “desenvolvimentismo” do período de 1930 a 1980

e o “neodesenvolvimestismo” atual reside na menor capacidade distributiva de renda (BOITO

JR. 2012 apud PEREIRA et al, 2015, p. 322).

Quanto ao “neodesenvolvimestismo” contemporâneo atual os autores refletem sobre a

conjuntura político-organizativa que caracteriza o movimento estudantil: acadêmicos

trabalhadores que não tem possibilidade de assistir a nenhum evento a não ser as próprias

aulas, por não haver espaço e tempo para tal. Entretanto, apesar da recente expansão de

instituições públicas de ensino superior federal existem muitas desigualdades regionais.

Ainda, existe outro importante aspecto a ser considerado:

[...] é a formação de uma massa de jovens recém-graduados em

determinadas áreas onde tem sido mais viável a expansão, almejando uma

ascensão social com base em uma carreira profissional promissora, mas com

uma inserção precária nas relações de trabalho e na vida social. (PEREIRA

et al, 2015, p. 325).

Para Iamamoto (2009 apud PEREIRA at al, 2015), essa situação está configurada

como um “exército assistencial de reserva”, exigindo que na formação dos assistentes sociais

brasileiros é necessário a perspectiva crítica. Quanto à produção de pesquisas, há um avanço

importante na expansão da pós-graduação e um crescimento nas demandas e execução das

políticas sociais (ABEPSS 1996). Isto se deve à reformulação da lei 8.662/1993 e Código de

Ética Profissional de 1993. Uma mudança importante ocorreu há pouco, o estágio

supervisionado passa a assumir um lugar de destaque para o futuro trabalho profissional do

Assistente Social, sendo exigido inclusive pelo Conselho Regional de Serviço Social.

54

Na conclusão do artigo os autores descrevem situações especificas sobre o curso de

Serviço Social do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Ceará – IFCE.

55

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa bibliográfica o tema se refere à construção do Serviço Social na

Educação, o que possibilitou conhecer a sua trajetória e as particularidades desse novo campo

de trabalho dos assistentes sociais. Sendo assim, o objetivo geral de conhecer como se

realizou a construção do Serviço social na Educação a partir da década de 1930 foi alcançado.

Da mesma forma, em relação aos objetivos específicos, conhecer o debate teórico do

Serviço Social na Educação, pois nos aproximamos dos autores e conhecemos o movimento

histórico.

Pudemos identificar e interpretar os artigos referentes ao processo histórico de

construção do Serviço Social na Educação, publicados pela Revista Serviço Social &

Sociedade entre os anos de 2010 a 2017, avaliando as demandas de cada local de trabalho dos

assistentes sociais e conhecer as legislações do CFESS que dão base para o Serviço Social na

Educação. Entretanto observamos que apenas 1% do total geral de 396 artigos publicados tem

como tema o Serviço Social na Educação.

Observamos que a área da educação, especialmente a partir da Constituição Federativa

do Brasil, passa a integrar o artigo 6º sobre os direitos sociais28, e como política social ganha

um novo lugar na agenda dos profissionais da área social. Sendo um campo de intensas

manifestações das expressões da “questão social”, é um espaço sócio ocupacional de

assistentes sociais que está se ampliando.

O problema de pesquisa foi conhecido, pois além da fundamentação teórica dos

principais autores29 a identificação e interpretação dos quatro artigos da Revista Serviço

Social & Sociedade30 (2010-2017) possibilitou a ampliação dos conhecimentos.

28 Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a

segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma

desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) (grifo nosso) 29 Almeida (2000), Behring e Boschetti (2011), Iamamoto e Carvalho (1982), Vieira (1996), e legislações

pertinentes à Educação no Serviço Social pelo Conselho Federal de Serviço Social- CFESS. 30 Machado, Aline Maria Batista; LESSA, Simone Eliza do Carmo; DENTZ, Marta von e SILVA, Roberto

Rafael Dias; PEREIRA, Evelyne Medeiros; HOLANDA, Denise de Araújo Silva; SOARES, Raí

Vieira e SILVA, Samilly Elise de Souza Silva;

56

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Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 2a. Ed. São Paulo: Cortez,

1983.Parte II – Aspectos da História do Serviço Social no Brasil (1930 – 1960). Disponível

57

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2017.

IAMAMOTO, Marilda Vilela.; CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no

Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 38.ed.-São Paulo: Cortez, 2013.

LESSA, Simone Eliza do Carmo. A educação contemporânea, o combate à pobreza e as

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MACHADO, Aline Maria Batista. Serviço Social e educação popular: diálogos possíveis a

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MEDEIROS, at al. Educação, “neodesenvolvimentismo” e Serviço Social: os IFs em questão.

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MENEZES, Ebebezer Takuno de. Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. 2001.

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NETTO, José Paulo. Capitalismo monopolista e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1992.

NETTO, José Paulo. Cinco notas a propósito da “questão social”. Temporális, Associação

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VIEIRA, Evaldo. Democracia e política social. São Paulo: Cortez: Autores Associados,

1992. – (Coleção polêmicas do nosso tempo; v. 49).

58

APENDICE A

QUADRO 1 – Artigos gerais publicados na Revista Serviço Social & Sociedade entre os

anos de 2010 a 2017.

2010

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.101 São Paulo jan./mar. 2010

Subjetividade, marxismo e Serviço Social: um ensaio crítico

Duarte, Marco José de Oliveira

Estado e sociedade civil no pensamento de Marx

Souza, Jamerson Murillo Anunciação de

A atitude investigativa no trabalho do assistente social

Fraga, Cristina Kologeski

Diagnosis as a specialized discourse in the social-legal area

Laurino, Carolina González; Costábile, Sandra Leopold

Reflexões sobre a intersetorialidade entre as políticas públicas

Nascimento, Sueli do

Com açúcar e sem afeto: a trajetória de vida amorosa de mulheres das classes

populares em Aracaju/SE

Tavares, Márcia Santana

Fiscalização do exercício profissional e projeto ético-político

Santos, Josiane Soares; Gonçalves, Maria da Conceição Vasconcelos; Santos, Débora

Rodrigues; Jesus, Elma Santos de; Santos, Fábio dos; Dórea, Gleide Celma Souza; Mendes,

Raquel de Oliveira

Conferência de direitos ou plano decenal?

Fuziwara, Aurea Satomi

Proteção Social, Seguridade Social e Assistência Social: informes acerca dos debates

que marcaram o final de 2009

Paula, Renato Francisco dos Santos

A saúde no Brasil e em Portugal na atualidade: o desafio de concretizar direitos

Bravo, Maria Inês Souza

A descentralização da política nacional de saúde nos sistemas municipais na linha da

fronteira Mercosul

Agustini, Josiane; Nogueira, Vera Maria Ribeiro

Morte materna: uma expressão da "questão social"

Cardoso, Luzia Magalhães; Souza, Mirian Moura Costantin Félix de; Guimarães, Roberto

Ubirajara Cavalcante

59

O Serviço Social nas ONGs no campo da saúde: projetos societários em disputa

Machado, Graziela Scheffer

Movimentos sociais e controle social em saúde do trabalhador: inflexões, dissensos e

assessoria do Serviço Social

Freire, Lúcia M. de B.

O campo político da saúde do trabalhador e o Serviço Social

Olivar, Mônica Simone Pereira

O trabalho do Serviço Social nos serviços substitutivos de saúde mental

Robaina, Conceição Maria Vaz

A atuação do Serviço Social junto a pacientes terminais: breves considerações

Simão, Andréa Branco; Santos, Fernanda dos; Oliveira, Liane de Freitas; Santos, Renata

Aline dos; Hilário, Rita Colen; Caetano, Suélem Cabral

A rede de serviços de atenção à saúde do idoso na cidade de Barcelona (Espanha) e

na cidade de São Paulo (Brasil)

Santos, Álvaro da Silva; Karsch, Úrsula Margarida; Menéndez Montañés, Concha

Mercantilização do ensino superior e o Serviço Social brasileiro

Santos, Francine Helfreich Coutinho dos

Manifesto de Fundação do Curso de Serviço Social da Universidade Federal de São

Paulo (Unifesp), do campus Baixada Santista

Acosta, Ana Rojas; Baierl, Luzia Fátima; Silva, Maria Liduína de Oliveira e; Silva, Maria

Norma de Oliveira Braz Peixoto da; Thomaz, Silvia Maria Tagé

A formação profissional crítica em Serviço Social inserida na ordem do capital

monopolista

Silva, Ricardo Silvestre da

2010

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.102 São Paulo abr./jun. 2010

A saúde no Brasil e em Portugal na atualidade: o desafio de concretizar direitos

Bravo, Maria Inês Souza

A descentralização da política nacional de saúde nos sistemas municipais na linha da

fronteira Mercosul

Agustini, Josiane; Nogueira, Vera Maria Ribeiro

Morte materna: uma expressão da "questão social"

Cardoso, Luzia Magalhães; Souza, Mirian Moura Costantin Félix de; Guimarães, Roberto

Ubirajara Cavalcante

O Serviço Social nas ONGs no campo da saúde: projetos societários em disputa

60

Machado, Graziela Scheffer

Movimentos sociais e controle social em saúde do trabalhador: inflexões, dissensos e

assessoria do Serviço Social

Freire, Lúcia M. de B.

O campo político da saúde do trabalhador e o Serviço Social

Olivar, Mônica Simone Pereira

O trabalho do Serviço Social nos serviços substitutivos de saúde mental

Robaina, Conceição Maria Vaz

A atuação do Serviço Social junto a pacientes terminais: breves considerações

Simão, Andréa Branco; Santos, Fernanda dos; Oliveira, Liane de Freitas; Santos, Renata

Aline dos; Hilário, Rita Colen; Caetano, Suélem Cabral

A rede de serviços de atenção à saúde do idoso na cidade de Barcelona (Espanha) e

na cidade de São Paulo (Brasil)

Santos, Álvaro da Silva; Karsch, Úrsula Margarida; Menéndez Montañés, Concha

Mercantilização do ensino superior e o Serviço Social brasileiro

Santos, Francine Helfreich Coutinho dos

Manifesto de Fundação do Curso de Serviço Social da Universidade Federal de São

Paulo (Unifesp), do campus Baixada Santista

Acosta, Ana Rojas; Baierl, Luzia Fátima; Silva, Maria Liduína de Oliveira e; Silva, Maria

Norma de Oliveira Braz Peixoto da; Thomaz, Silvia Maria Tagé

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.103 São Paulo jul./set. 2010

Para quê, para quem, como? Alguns desafios do cotidiano da pesquisa em serviço

social

Moraes, Carlos Antônio de Souza; Juncá, Denise Chrysóstomo de Moura; Santos, Katarine

de Sá

Serviço Social e o campo da saúde: para além de plantões e encaminhamentos

Sodré, Francis

Plantão social: espaço privilegiado para identificação/notificação de violência contra

crianças e adolescentes

Monteiro, Fernanda de Oliveira

O Serviço Social e a "responsabilidade social das empresas": o debate da categoria

profissional na Revista Serviço Social & Sociedade e nos CBAS

Menezes, Franciane Cristina de

Estado da arte do social: uma perscrutação às práticas de responsabilidade social

empresarial

Silveira, Sandra da Silva

61

Novos paradigmas e velhos discursos: analisando processos de adolescentes em

conflito com a lei

Sartório, Alexsandra Tomazelli; Rosa, Edinete Maria

Entre paredes e redes: o lugar da mulher nas famílias pobres

Azeredo, Verônica Gonçalves

FAPSS: Uma História de 70 anos...Histórico da fundação e evolução do Instituto de

Serviço Social, hoje Faculdades Paulista de Serviço Social São Paulo e de São Caetano

do Sul

Betetto, Heliton

2010

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.103 São Paulo jul./set. 2010

A formação profissional crítica em Serviço Social inserida na ordem do capital

monopolista

Silva,Ricardo Silvestre da

Para quê, para quem, como? Alguns desafios do cotidiano da pesquisa em serviço

social

Moraes, Carlos Antônio de Souza; Juncá, Denise Chrysóstomo de Moura; Santos, Katarine

de Sá

Serviço Social e o campo da saúde: para além de plantões e encaminhamentos

Sodré, Francis

Plantão social: espaço privilegiado para identificação/notificação de violência contra

crianças e adolescentes

Monteiro, Fernanda de Oliveira

O Serviço Social e a "responsabilidade social das empresas": o debate da categoria

profissional na Revista Serviço Social & Sociedade e nos CBAS

Menezes, Franciane Cristina de

Estado da arte do social: uma perscrutação às práticas de responsabilidade social

empresarial

Silveira, Sandra da Silva

Novos paradigmas e velhos discursos: analisando processos de adolescentes em

conflito com a lei

Sartório, Alexsandra Tomazelli; Rosa, Edinete Maria

Entre paredes e redes: o lugar da mulher nas famílias pobres

Azeredo, Verônica Gonçalves

62

FAPSS: Uma História de 70 anos...Histórico da fundação e evolução do Instituto de

Serviço Social, hoje Faculdades Paulista de Serviço Social São Paulo e de São Caetano

do Sul

Betetto, Heliton

2010

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.104 São Paulo out./dez. 2010

Fundo público e políticas sociais na crise do capitalismo

Salvador, Evilasio

A crise, o desemprego e alguns desafios atuais

Antunes, Ricardo

Estrutura social no Brasil: mudanças recentes

Pochmann, Marcio

Uma crítica da concepção de política social do Banco Mundial na cena

contemporânea

Teixeira, Rafael Vieira

Cenários do pior e alternativa ecossocialista

Löwy, Michael

O CFESS na defesa das condições de trabalho e do projeto ético-político profissional

Santos, Silvana Mara de Morais dos

Configurações do ensino superior e a formação profissional dos assistentes sociais:

desafios para a intervenção

Oliveira, Isaura Isoldi de Mello Castanho e

Intervenção profissional do assistente social e as condições de trabalho no Suas

Raichelis, Raquel

Cidades, trajetórias urbanas, políticas públicas e proteção social: questões em debate

- entrevista com Vera Telles

Telles, Vera

2011

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.105 São Paulo jan./mar. 2011

Direitos sociais na constituição cidadã: um balanço de 21 anos

Oliveira, Carlindo Rodrigues de; Oliveira, Regina Coeli de

Serviço Social e medidas socioeducativas: o trabalho na perspectiva da garantia de

direitos

Freitas, Tais Pereira de

Os direitos de crianças e adolescentes na perspectiva orçamentária

63

Telles, Tiago Santos; Suguihiro, Vera Lucia Tieko; Barros, Mari Nilza Ferrari de

Propriedades coletivas, cooperativismo e economia solidária no Brasil

Morais, Edson Elias de; Lanza, Fabio; Santos, Luis Miguel Luzio dos; Pelanda, Sílvia

Schroeder

Copagamentos no Sistema Público Brasileiro: anomalia ou tendência?

Andreazzi, Maria de Fatima Siliansky de; Andreazzi, Marco Antonio Ratzsch de; Baptista,

Luciléia de Souza; Pimenta, Eduardo Scarlatelli

Risk on debate

Laurino, Carolina González

Geração de renda: enfoque nas mulheres pobres e divisão sexual do trabalho

Carloto, Cássia Maria; Gomes, Anne Grace

Tecnologias sociais: interface com as políticas públicas e o Serviço Social

Maciel, Ana Lúcia Suárez; Fernandes, Rosa Maria Castilhos

Condição feminina de mulheres chefes de família em situação de vulnerabilidade

social

Pinto, Rosa Maria Ferreiro; Micheletti, Fátima Aparecida Barbosa de Oliveira; Bernardes,

Luzana Mackevícius; Fernandes, Joice Maria Pacheco Antonio; Monteiro, Gisela

Vasconcellos; Silva, Magda Lucia Novaes; Barreira, Tânia Maria Horneaux de Mendonça;

Makhoul, Aparecida Favorêto; Cohn, Amélia

Dicionário crítico do feminismo

Nogueira, Claudia Mazzei

Frente nacional contra a privatização e sua luta em defesa da saúde pública estatal

Bravo, Maria Inês Souza

2011

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.106 São Paulo abr./jun. 2011

Barbárie e neoconservadorismo: os desafios do projeto ético-político

Barroco, Maria Lucia S

Exclusão e inclusão social nas sociedades modernas: um olhar sobre a

situação em Portugal e na União Europeia

Alvino-Borba, Andreilcy; Mata-Lima, Herlander

A formação profissional dos assistentes sociais em tempos de contrarreformas do

ensino superior: o impacto das mais recentes propostas do governo Lula

Cislaghi, Juliana Fiuza

O agir comunicativo no contexto das práticas de educação em saúde pública: um

estudo à luz da teoria da ação comunicativa de J. Habermas

Oliveira, Raimunda Nonato da Cruz

64

A formação via PNQ e inserção produtiva dos CRAS: a reposição empobrecida e

emergencial da qualificação de trabalhadores

Lessa, Simone Eliza do Carmo

O espaço da cooperativa "amigos do meio ambiente": cooperativa de trabalho ou

cooperfraude?

Sterchile, Shirla Patrícia Weber; Batista, Alfredo

Trajetórias de vida: desafios da pesquisa sociourbanística e contribuição para a

gestão pública

Ramos, Frederico; Koga, Dirce

Os benefícios eventuais previstos na Loas: o que são e como estão

Bovolenta, Gisele Aparecida

O deciframento de uma realidade em movimento: os caminhos de uma pujante

investigação

Paiva, Beatriz Augusto de

2011

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.107 São Paulo jul./set. 2011

Os modos de ser da informalidade: rumo a uma nova era da precarização estrutural

do trabalho?

Antunes, Ricardo

Atores locais na implementação da política de qualificação profissional

Filgueiras, Cristina Almeida Cunha

Serviço Social e a saúde do trabalhador: uma dispersa demanda

Mendes, Jussara Maria Rosa; Wünsch, Dolores Sanches

O Serviço Social e a área de gestão de pessoas: mediações sintonizadas com a Política

Nacional de Humanização no Hospital Giselda Trigueiro

Regis, Maria Figuerêdo de Araújo

O trabalho do assistente social em contextos hospitalares: desafios cotidianos

Martinelli, Maria Lúcia

Crime-prisão-liberdade-crime: o círculo perverso da reincidência no crime

Ferreira, Angelita Rangel

Entre monstros e vítimas: a coerção e a socialização no Sistema Socioeducativo de

Minas Gerais

Menicucci, Clarissa Gonçalves; Carneiro, Carla Bronzo Ladeira

65

Dilséa A. Bonetti: uma especial presença entre nós

Koga, Dirce

Adeus à Nobuko Kameyama

Yazbek, Maria Carmelita

Trabalho e desgaste mental: o direito de ser dono de si mesmo

Joazeiro, Edna Maria Goulart

A dimensão ética do trabalho profissional nos hospitais de custódia e tratamento

psiquiátrico

Ortiz, Fátima Grave

2011

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.108 São Paulo out./dez. 2011

Questions to be investigated: what has happened with the social services in Spain?

Puerta, Belén Morata García de la

Development of social work in Spain

Charfolet, Aurora Castillo

O Serviço Social na Itália: problemas e perspectivas

Campanini, Annamaria

As práticas do "Serviço Social activo" no âmbito das novas tendências da política

social: uma perspectiva portuguesa

Branco, Francisco; Amaro, Inês

Timm Kunstreich: por uma teoria crítica de Serviço Social

Wehrle, Tuto Beat

Forming social workers in Sweden

Montesino, Norma

O processo de formação e institucionalização do Serviço Social como profissão em

Cuba

Moraes, Josiane

A definição de trabalho social da FITS: Por que revisar?

Conselho Federal de Serviço Social

O que Serviço Social quer dizer

Faleiros, Vicente de Paula

A pós-graduação e a pesquisa no Serviço Social latino-americano: uma primeira

aproximação

Montaño, Carlos

66

Nadir Kfouri, patrimônio do Serviço Social brasileiro e da PUC-SP

Wanderley, Mariângela Belfiore; Raichelis, Raquel

As entidades do Serviço Social Brasileiro na defesa da formação profissional e do

projeto ético-político

Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. Conselho Federal de Serviço

Social

2012

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.109 São Paulo jan./mar. 2012

Sociedade civil e Gramsci: desafios teóricos e práticos

Wanderley, Luiz Eduardo W.

Entre o projeto de modernidade e a efetivação da democracia: marcas deixadas na

construção da vida social brasileira

Soares, Giselle Silva

Revisitando as influências das agências internacionais na origem dos conselhos de

políticas públicas

Ribeiro, Natalina; Raichelis, Raquel

Os conselhos gestores sob o crivo da política: balanços e perspectivas

Almeida, Carla; Tatagiba, Luciana

Controle social em saúde: o caso do Pará

Cristo, Solange Conceição Albuquerque de

Movimentos sociais e redes: reflexões a partir do pensamento de Ilse Scherer-

Warren

Silva, Maria Lúcia Carvalho da; Gomide, Cristina de Mello; Wanderley, Mariangela

Belfiore; Paz, Rosangela Dias Oliveira da; Diniz, Tânia Maria Ramos de Godói

Desafios do controle social na atualidade

Bravo, Maria Inês Souza; Correia, Maria Valéria Costa

Serviço Social e educação popular: diálogos possíveis a partir de uma perspectiva

crítica

Machado, Aline Maria Batista

Algumas reflexões sobre o sistema de garantia de direitos

Baptista, Myrian Veras

Entre proteção e punição: o controle sociopenal dos adolescentes

Fávero, Eunice Teresinha

2012

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.110 São Paulo abr./jun. 2012

67

Histórico e os limites da reforma agrária na contemporaneidade brasileira

Nakatani, Paulo; Faleiros, Rogério Naques; Vargas, Neide César

O fenômeno da pluriatividade no meio rural: atividade agrícola de base familiar

Cruz, Suenya Santos da

Pobreza, "questão social" e seu enfrentamento

Montaño, Carlos

Pobreza no Brasil contemporâneo e formas de seu enfrentamento

Yazbek, Maria Carmelita

Processos de globalização e problemas emergentes: implicações para o Serviço Social

contemporâneo

Ramalho, Nélson Alves

A Lei Maria da Penha e a proteção legal à mulher vítima em São Borja no Rio

Grande do Sul: da violência denunciada à violência silenciada

Carneiro, Alessandra Acosta; Fraga, Cristina Kologeski

Fundo público e seguridade social no Brasil

Martinello, Dirce Maria

2012

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.111 São Paulo jul./set. 2012

Crise do capital e consequências societárias

Paulo Netto, José

Particularidades da "questão social" no Brasil: mediações para seu debate na "era"

Lula da Silva

Santos, Josiane Soares

O negro no contexto das novas estratégias do capital: desemprego, precarização e

informalidade

Martins, Tereza Cristina Santos

Capitalismo, crise e lutas de classes contemporâneas: questões e polêmicas

Braz, Marcelo

A política de emprego no Brasil: o caminho da flexinsegurança

Oliveira, Ednéia Alves de

A divisão sexual do trabalho no sistema de integração agroindustrial

Nogueira, Claudia Mazzei

O debate sobre a produção de indicadores sociais alternativos: demandas por novas

formas de quantificação

Arregui, Carola C.

68

A judicialização do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social

Silva, Naiane Louback da

Acolhimento familiar: validando e atribuindo sentido às leis protetivas

Valente, Jane

Partido e Revolução: 1848-1989

Coutinho, Ronaldo

Adeus a Aloísio Teixeira

Paulo Netto, José

2012

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.112 São Paulo out./dez. 2012

O novo desenvolvimentismo e a decadência ideológica do pensamento econômico

brasileiro

Castelo, Rodrigo

Novo desenvolvimentismo e liberalismo enraizado

Gonçalves, Reinaldo

Desenvolvimentismo e neodesenvolvimentismo: tragédia e farsa

Sampaio Jr., Plínio de Arruda

Entre o nacional e o neonacional-desenvolvimentismo: poder político e classes sociais

no Brasil contemporâneo

Almeida, Lúcio Flávio Rodrigues de

The difficulties of the Latin American economy

Katz, Claudio

Utopias desenvolvimentistas e política social no Brasil

Pereira, Potyara Amazoneida P.

A insidiosa corrosão dos sistemas de proteção social europeus

Boschetti, Ivanete

O valor universal de um intelectual crítico

Borgianni, Elisabete

2013

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.113 São Paulo jan./mar. 2013

França e Brasil: realidades distintas da proteção social, entrelaçadas no fluxo da

história

Behring, Elaine Rossetti

69

Social policy and the material reform of the agreement: the central character of the

programs of Conditioned Income Transfer: the Argentinian case

Fernández Soto, Silvia

Contradições da Assistência Social no governo "neodesenvolvimentista" e suas

funcionalidades ao capital

Silva, Sheyla Suely de Souza

A educação contemporânea, o combate à pobreza e as demandas para o trabalho do

assistente social: contribuições para este debate

Lessa, Simone Eliza do Carmo

Espaço sócio-ocupacional do assistente social: seu arcabouço jurídico-político

Delgado, Leila Baumgratz

A produção do conhecimento nas Ciências Sociais e a provisoriedade da realidade

material e simbólica

Osterne, Maria do Socorro F.; Brasil, Glaucíria Mota; Almeida, Rosemary de Oliveira

A produção de conhecimento no Serviço Social: o mundo do trabalho em debate

Nogueira, Claudia Mazzei

2013

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.114 São Paulo abr./jun. 2013

Os 40 anos sem Lukács e o debate contemporâneo nas ciências humanas

Castro, Rogério

Praxis, gênero humano e natureza: notas a partir de Marx, Engels e Lukács

Macário, Epitácio

A "viagem de volta": significados da pesquisa na formação e prática profissional do

Assistente Social

Moraes, Carlos Antonio de Souza

Serviço Social em empresas: consultoria e prestação de serviço

Giampaoli, Maria Cristina

A percepção do assistente social acerca do racismo institucional

Eurico, Márcia Campos

Saúde mental e classe social: CAPS, um serviço de classe e interclasses

Rosa, Lucia Cristina dos Santos; Campos, Rosana Teresa Onocko

A política de descriminalização de drogas em Portugal

Martins, Vera Lúcia

Democracy and citizenship: an ongoing debate for the construction of a public policy

for women

Olaya, Eucaris

70

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares: um novo modelo de gestão?

Sodré, Francis; Littike, Denilda; Drago, Leandra Maria Borlini; Perim, Maria Clara

Mendonça

Diálogos entre Serviço Social e educação popular: reflexão baseada em uma

experiência científico-popular

Oliveira, Lucia Conde de; Vieira, Sâmia Barros; Sousa, Hevelanya Albano de; Nogueira,

Maria Sônia Lima; Brito, Célia Maria Machado de; Fernandes, Isabelle Rocha

2013

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.115 São Paulo jul./set. 2013

Para entender o Serviço Social na área sociojurídica

Borgianni, Elisabete

Jogos de poder nas dobras do legal e do ilegal: anotações de um percurso de pesquisa

Telles, Vera

Serviço Social e Ministério Público: aproximações mediadas pela defesa e garantia

de direitos humanos

Tejadas, Silvia da Silva

A interdisciplinaridade na violência sexual

Azambuja, Maria Regina Fay de

O Serviço Social no Judiciário: construções e desafios com base na realidade paulista

Fávero, Eunice Teresinha

Lutas Sociais e Direitos Humanos da criança e do adolescente: uma necessária

articulação

Fuziwara, Aurea Satomi

Work conditions of the social workers from the Judiciary of Neuquén

Valdevenito, Martha

Proibicionismo e a criminalização de adolescentes pobres por tráfico de drogas

Rocha, Andréa Pires

Serviço Social e viabilização de direitos: a licença/salário-maternidade nos casos de

adoção

Segalin, Andreia

2013

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.116 São Paulo out./dez. 2013

Nota do editor

Cortez, José Xavier

71

Proteção social e trabalho do assistente social: tendências e disputas na conjuntura

de crise mundial

Raichelis, Raquel

Proteção social contemporânea: cui prodest?

Pereira, Potyara Amazoneida P.

Proteção social e seguridade social no Brasil: pautas para o trabalho do assistente

social

Sposati, Aldaíza

Carlos Nelson Coutinho: a hegemonia como contrato

Meneses, Jaldes Reis de

The new configuration of the assistance field: the Uruguayan equity plan

Vecinday, Laura

Interdisciplinaridade, formação humana e emancipação humana

Tonet, Ivo

Sofrimento social

Werlang, Rosangela; Mendes, Jussara Maria Rosa

Os impactos dos benefícios assistenciais para os povos indígenas: estudo de caso em

Aldeias Guaranis

Quermes, Paulo Afonso de Araújo; Carvalho, Jucelina Alves de

Asocial Europe: crisis and Welfare State

Adelantado, José

II Colóquio Nacional sobre o Trabalho do Assistente Social

Trindade, Rosa Lúcia Prédes

2014

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.117 São Paulo jan./mar. 2014

Intelectualidade, política e produção do conhecimento: desafios ao Serviço Social

Simionatto, Ivete

Exercício profissional do assistente social: da imediaticidade às possibilidades

históricas

Lacerda, Lélica Elis P. de

Formação profissional em serviço social e gênero: algumas considerações

Lima, Rita de Lourdes de

O Serviço Social entre a prevenção e a promoção da saúde: tradução, vínculo e

acolhimento

72

Sodré, Francis

Ética e sigilo profissional

Sampaio, Simone Sobral; Rodrigues, Filipe Wingeter

The Programs of Conditional Cash Transfer as a neoliberal way to manage the

social issue

Bentura, José Pablo

Avaliação de Programas e Serviços Sociais no Brasil: uma análise das práticas no

contexto atual

Gasparini, Max Felipe Vianna; Furtado, Juarez Pereira

Crianças e adolescentes em abrigos: uma regionalização para Minas Gerais

Ferreira, Frederico Poley Martins

Proteção social e território na pesca artesanal do litoral paraibano

Silva, Emanuel Luiz P. da; Wanderley, Mariangela Belfiore; Conserva, Marinalva de Sousa

Educação e transcendência da autoalienação do trabalho

Lara, Ricardo

Uma "nova questão social"?: raízes materiais e humano-sociais do pauperismo de

ontem e de hoje

Rodrigues, Elida Janaina Barbosa

2014

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.118 São Paulo abr./jun. 2014

Processos de trabalho: da manufatura à maquinaria moderna

Batista, Alfredo

Crise do capital, precarização do trabalho e impactos no Serviço Social

Ceolin, George Francisco

A questão dos intelectuais em Gramsci

Duriguetto, Maria Lúcia

Reestruturação produtiva, trabalho informal e a invisibilidade social do trabalho de

crianças e adolescentes

Lourenço, Edvânia Ângela de Souza

Consultoria empresarial de Serviço Social: expressões da precarização e da

terceirização profissional

Azevedo, Fernanda Caldas de

Benefício de Prestação Continuada e perícia médica previdenciária: limitações do

processo

Bim, Miriam Cláudia Spada; Murofuse, Neide Tiemi

73

Saúde mental, intersetorialidade e questão social: um estudo na ótica dos sujeitos

Scheffer, Graziela; Silva, Lahana Gomes

A nova morfologia do trabalho, informalidade e precarização

Queiroz, Pedro

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.119 São Paulo jul./set. 2014

A extrema-direita na atualidade

Silva, Adriana Brito da; Brites, Cristina Maria; Oliveira, Eliane de Cássia Rosa; Borri,

Giovanna Teixeira

Política social e Direitos Humanos sob o jugo imperial dos Estados Unidos

Pereira, Potyara Amazoneida P.; Siqueira, Marcos César Alves

Reflexões sobre liberdade e (in)tolerância

Barroco, Maria Lucia S.

The education in human rights as part of the ethical and political project of Social

Work

Duarte Hidalgo, Cory

A trajetória histórica do "social"

Strazzeri, Victor

Três notas sobre o sincretismo no Serviço Social

Souza, Jamerson Murillo Anunciação de

A filosofia como historicidade: a ideologia no estudo filosófico dos Cadernos do

cárcere

Silveira Júnior, Adilson Aquino

Samba, cultura e sociedade: sambistas e trabalhadores entre a "questão social" e a

questão cultural no Brasil

Maranhão, Cézar

2014

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.120 São Paulo out./dez. 2014

A formação acadêmico-profissional no Serviço Social brasileiro

Iamamoto, Marilda Villela

As recentes tendências da pesquisa em Serviço Social

Mendes, Jussara Maria Rosa; Almeida, Bernadete de Lourdes Figueiredo de

Condições sócio-ocupacionais do trabalho docente e a formação profissional

Pinto, Marina Barbosa

74

A dimensão política do trabalho do assistente social

Yazbek, Maria Carmelita

Espaços ocupacionais e dimensões políticas da prática do assistente social

Mota, Ana Elizabete

O Serviço Social no cotidiano: fios e desafios

Faleiros, Vicente de Paula

O Serviço Social no cotidiano: fios e desafios

Faleiros, Vicente de Paula

Trabalho e desenvolvimento: a realidade rural e a questão social

Sant'Ana, Raquel Santos

O "social" no interior do projeto neodesenvolvimentista

Pfeifer, Mariana

Conforto, proteção social e emprego doméstico (Brasil e Região Fluminense, 1960-

2000)

Costa, Suely Gomes

2015

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.121 São Paulo jan./mar. 2015

Dimensões históricas das relações entre educação e Serviço Social: elementos para

uma revisão crítica

Dentz, Marta von; Silva, Roberto Rafael Dias da

Desigualdade racial nos espaços escolares e o trabalho do assistente social

Freitas, Tais Pereira de; Engler, Helen Barbosa Raiz

Serviço Social e avaliações de negligência: debates no campo da ética profissional

Berberian, Thais Peinado

Desafios do Serviço Social na atualidade em Portugal

Carvalho, Maria Irene; Pinto, Carla

A emigração dos assistentes sociais portugueses: faces do trabalho e do desemprego

em tempos de crise e austeridade

Castro, Alcina Maria Martins de; Tomé, Rosa Maria; Carrara, Virgínia Alves

New tasks, new places of justice social work in Spain

Gómez, Francisco Gómez; Esteban, Raúl Soto

Notas sobre o Trabalho Social cubano

Silva, José Fernando Siqueira da; Carmo, Onilda Alves do

Contemporary discussion of the Argentine Social Work: critics to systemic thinking

75

Gianna, Sergio Daniel

2015

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.122 São Paulo abr./jun. 2015

O conservadorismo moderno: esboço para uma aproximação

Souza, Jamerson Murillo Anunciação de

What is neo-developmentism? A critical view. Argentina and Brazil

Katz, Claudio

A privatização das águas no contexto da contrarreforma do estado brasileiro

Santos, Josiane Soares; Acioly, Yanne Angelim

A ditadura civil-militar de 1964: os impactos de longa duração nos direitos

trabalhistas e sociais no Brasil

Lara, Ricardo; Silva, Mauri Antônio da

Educação, "neodesenvolvimentismo" e Serviço Social: os IFs em questão

Pereira, Evelyne Medeiros; Holanda, Denise de Araújo Silva; Soares, Raí Vieira; Silva,

Samilly Elise de Souza

Plano Individual de Atendimento (PIA) na perspectiva dos técnicos da semiliberdade

Moreira, Jacqueline de Oliveira; Albuquerque, Bruna Simões de; Rocha, Bianca Ferreira;

Rocha, Paula Melgaço da; Vasconcelos, Maria Aparecida Marques

Consultoria social nas empresas: entre a inovação e a precarização silenciosa do

Serviço Social

Gomes, Márcia Regina Botão

2016

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.126 São Paulo mai./ago. 2016

Editorial

Yazbek, Maria Carmelita; Raichelis, Raquel; Marsiglia, Regina Giffoni

Envelhecimento e proteção social: aproximações entre Brasil, América Latina e

Portugal

Silva, Maria do Rosário de Fátima e

Cartografia da oferta pública e privada de serviços dirigidos à população idosa em

Portugal

Daniel, Fernanda; Monteiro, Rosa; Ferreira, Jorge

Os idosos do nosso tempo e a impossibilidade da sabedoria no capitalismo atual

Paula, Marcos Ferreira de

Trabalho, cuidado e sociabilidade: contribuições marxianas para o debate

76

contemporâneo

Passos, Rachel Gouveia

Estado-providência: chega de odes e críticas neoliberais

Oliveira, Robson de; Sampaio, Simone Sobral

Fundo público e políticas sociais no capitalismo: considerações teóricas

Souza Filho, Rodrigo de

O endividamento da classe trabalhadora no Brasil e o capitalismo manipulatório

Ribeiro, Rodrigo Fernandes; Lara, Ricardo

Edmund Burke e a gênese conservadorismo

Souza, Jamerson Murillo Anunciação de

As tecnologias de comunicação na memória dos idosos

Silva, Michel Carvalho da

Anita Aline de Albuquerque Costa, a Anita da UFPE: energia e disposição que

romperam os marcos do tempo

Vieira, Ana Cristina; Mota, Ana Elizabete

2016

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.127 São Paulo set./dez. 2016

Editorial

Koga, Dirce; Wanderley, Mariangela Belfiore; Paz, Rosangela Dias Oliveira da

Serviço Social: um enfant terrible na institucionalidade burguesa?

Pereira, Potyara A. P.

80 anos de formação em Serviço Social: uma trajetória de ruptura com o

conservadorismo

Cardoso, Priscila Fernanda Gonçalves

80 anos de Serviço Social no Brasil: organização política e direção social da profissão

no processo de ruptura com o conservadorismo

Abramides, Maria Beatriz Costa

Serviço Social e Dona Ivone Lara: o lado negro e laico da nossa história profissional

Scheffer, Graziela

Trajetória acadêmica de professoras aposentadas do Serviço Social

Mesquita, Paula Fabrícia Brandão Aguiar

O pensamento de Jeannine Verdès-Leroux e o Serviço Social: um resgate crítico

Martins, Ludson Rocha

Foundations and genesis of the social question: primitive accumulation, patriarchy

77

and conquest

Mallardi, Manuel Waldemar

Gênero e Serviço Social: uma análise a partir do paradigma indiciário

Lole, Ana

A precarização do trabalho em foco: rebatimentos para os assistentes sociais do

Judiciário

Colombi, Bárbara Leite Pereira

O Serviço Social brasileiro na entrada do século XXI: considerações sobre o

trabalho profissional

Moraes, Carlos Antonio de Souza

Homenagem a Maria Lúcia Carvalho da Silva: assistente social, docente e amiga

querida

Silva, Ademir Alves da; Yazbek, Maria Carmelita; Wanderley, Mariangela Belfiore; Paz,

Rosangela Dias Oliveira da

Heliana Baia Evelin Soria e o Serviço Social no Pará

Nascimento, Maria Antonia Cardoso; Gomes, Vera Lúcia Batista; Cruz, Sandra Helena

Ribeiro

2016

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.125 São Paulo jan./abr. 2016

O estruturalismo genético de Lucien Goldmann e o estudo da prática do serviço

social

Baptista, Myrian Veras

Goldmann e o estruturalismo genético

Löwy, Michael

Judicialização da questão social e a banalização da interdição de pessoas com

transtornos mentais

Barison, Mônica Santos; Gonçalves, Rafael Soares

Conjuntura, gênese e formação profissional: notas relacionais entre o Serviço Social

brasileiro e o espanhol

Goin, Mariléia; Rendueles, César; Prates, Jane Cruz

Caminhos da formação: os desafios da supervisão de estágio no curso de Serviço

Social de Miracema do Tocantins

Cariaga, Maria Helena; Silva, Maria José Antunes da

A aposta na tessitura de redes como inovação do trabalho no campo sociojurídico

Ferrari, Anne Karoline; Tavares, Gilead Marchezi

O trabalho do assistente social no Programa Bolsa Família: desafios ao Código de

78

Ética profissional

Carnelossi, Bruna

Programa Bolsa Família e o acompanhamento das condicionalidades na área de

saúde

Senna, Mônica de Castro Maia; Brandão, André Augusto; Dalt, Salete Da

Arranjo produtivo local, política do espaço e flexibilização do trabalho

Barbosa, Rosangela Nair de Carvalho

Aplausos eternos à Myrian Veras Baptista

Acosta, Ana Rojas; Fávero, Eunice Teresinha; Silva, Maria Liduína de Oliveira e; Oliveira,

Rita de Cassia Silva

Nota sobre Myrian Veras Baptista

Löwy, Michael

2017

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.128 São Paulo jan./abr. 2017

80 anos do Serviço Social no Brasil: a certeza na frente, a história na mão

Iamamoto, Marilda Villela

80 anos do Serviço Social brasileiro: conquistas históricas e desafios na atual

conjuntura

Mota, Ana Elizabete

Agudização da barbárie e desafios ao Serviço Social

Boschetti, Ivanete

Serviço Social aos 80 anos diante de um novo Brasil

Iasi, Mauro Luis

O golpe nas ilusões democráticas e a ascensão do conservadorismo reacionário

Braz, Marcelo

Criminalização das classes subalternas no espaço urbano e ações profissionais do

Serviço Social

Duriguetto, Maria Lúcia

80 anos do Serviço Social no Brasil: marcos históricos balizados nos códigos de ética

da profissão

Oliveira, Edistia Maria Abath Pereira de; Chaves, Helena Lúcia Augusto

Homenagem às professoras da primeira Escola de Serviço Social no Brasil

Silva, Maria Liduína de Oliveira e

A primeira escola de Serviço Social no cenário educacional brasileiro na

contemporaneidade: breves notas

79

Cabral, Maria do Socorro Reis

Memória e conquistas históricas

Barroco, Maria Lucia

Memória: 80 anos do Serviço Social no Brasil: O III CBAS "O Congresso da Virada"

1979

Abramides, Maria Beatriz Costa

2017

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.129 São Paulo mai./ago. 2017

Sentido da colonização e revolução brasileira: crítica de caracterizações do modo de

produção colonial

Vieira, Carlos Alberto Cordovano

Crise do capital, exército industrial de reserva e precariado no Brasil

contemporâneo

Trindade, Hiago

The guidelines of the social policy in the "cycle of post-liberal recovery" in Uruguay

(2005-2015)

Vecinday, Laura

Que a universidade se pinte de povo

Monteiro, Jéssica Oliveira

A trajetória da assistência estudantil na educação superior brasileira

Imperatori, Thaís Kristosch

Perfil das assistentes sociais dos Institutos Federais de Educação, Ciência e

Tecnologia do Brasil

Prada, Talita; Garcia, Maria Lúcia Teixeira

A atuação da/o assistente social nos casos de alienação parental

Batista, Thais Tononi

Serviço Social e desastres: campo para o conhecimento e a atuação profissional

Avila, Maria Roseli Rossi; Mattedi, Marcos Antonio; Silva, Maria Salete da

Lutas sociais e desafios da classe trabalhadora: reafirmar o projeto profissional do

serviço social brasileiro

Abramides, Maria Beatriz Costa

2017

Sumário

Serv. Soc. Soc. no.130 São Paulo set./dez. 2017

Capitalismo, crises e conjuntura

80

Fontes, Virgínia

O desmonte do financiamento da seguridade social em contexto de ajuste fiscal

Salvador, Evilasio da Silva

Crise do capital e desmonte da Seguridade Social: desafios (im)postos ao Serviço

Social

Castilho, Daniela Ribeiro; Lemos, Esther Luíza de Souza; Gomes, Vera Lúcia Batista

Crise do capital e o desmonte da Previdência Social no Brasil

Lourenço, Edvânia Ângela de Souza; Lacaz, Francisco Antonio de Castro; Goulart, Patrícia

Martins

Transitoriedade da felicidade da criança brasileira

Sposati, Aldaíza

Assistência social em risco: conservadorismo e luta social por direitos

Silveira, Jucimeri Isolda

Cesta básica e assistência social: notas de uma antiga relação

Bovolenta, Gisele A.

Organizações Sociais do setor de saúde no estado de São Paulo: avanços e limites do

controle externo

Pilotto, Bernardo Seixas; Junqueira, Virginia

Fonte: Revista Serviço Social & Sociedade

81

APENDICE B

Linhas Norteadoras da Reforma Curricular das novas diretrizes (1982) para a formação de

assistentes sociais

1- Desenvolver uma visão global da sociedade a partir do seu

entendimento histórico-estrutural, capacitando os alunos para a

elaboração de um instrumental capaz de problematizar a realidade.

2-Rompimento com o pragmatismo, por meio da participação do

Serviço Social na produção de conhecimentos sobre a totalidade

social, sendo este o instrumento de sua ação profissional. 3-

Rompimento com a visão e a prática segmentada da metodologia do

Serviço Social, esta passa a ser entendida a partir de uma visão

metodológica global com base no método dialético de estudo da

realidade. É proposto o estudo da práxis, centrado na reflexão-ação-

reflexão;

4- Compreensão que a teoria do Serviço Social tem necessidade de

análise sistemática e crítica na sua construção e deve ser vista no

quadro geral das ciências sociais e da realidade social, rompendo com

a visão de um conhecimento isolado e exclusivo do Serviço Social;

5- Realização de análise institucional, centrada na luta de classes e no

desvelamento da correlação de forças existentes nas instituições onde

o assistente social atua, no sentido de fortalecer o poder do usuário;

6- Abordagem do usuário a partir de sua inserção em uma classe

social, contrapondo-se à visão do usuário como indivíduo, grupo ou

comunidade;

7-Resgate da assistência como direito e não como benesse, e a

recuperação do vínculo histórico da profissão com a assistência;

8-Prática fundamentada na problematização da realidade, a partir de

categorias teóricas de análise;

9-Entendimento acerca da teoria e prática como uma unidade

dialética;

10-Estudo das políticas sociais como expressão da luta de classes,

portanto, nega-se a sua neutralidade, afirmando-a como um direito que

precisa ser resgatado pelo Serviço Social;

11-Importância da participação do estudante no movimento estudantil

e nos movimentos sociais como complementação de sua formação

profissional;

12- Compreensão acerca da relação orgânica da profissão com o

Estado, uma vez que a profissão surge a partir do desenvolvimento do

aparato estatal no estágio do capitalismo monopolista.

Fonte: Curso de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de

Fora – MG, 1982.

82

ANEXO A

LEI Nº 12.796, DE 4 DE ABRIL DE 2013.

Presidência da República

Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.796, DE 4 DE ABRIL DE 2013.

Mensagem de veto

Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que

estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,

para dispor sobre a formação dos profissionais da

educação e dar outras providências. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei: Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 3o ...........................................................................

..............................................................................................

XII - consideração com a diversidade étnico-racial.” (NR)

“Art. 4o ..........................................................................

I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte

forma:

a) pré-escola;

b) ensino fundamental;

c) ensino médio;

II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade;

III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades,

preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não os concluíram na idade

própria;

..............................................................................................

VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares

de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;

....................................................................................” (NR)

“Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de

cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e,

ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo.

§ 1o O poder público, na esfera de sua competência federativa, deverá:

I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos que não

concluíram a educação básica;

....................................................................................” (NR)

“Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4

(quatro) anos de idade.” (NR)

“Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional

comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte

diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos

educandos.

...................................................................................” (NR)

“Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento

integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,

complementando a ação da família e da comunidade.” (NR)

“Art. 30. ........................................................................

..............................................................................................

II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.” (NR)

“Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:

83

I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de

promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental;

II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de

trabalho educacional;

III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a

jornada integral;

IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60%

(sessenta por cento) do total de horas;

V - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da

criança.” (NR)

“Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar

oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

...................................................................................” (NR)

“Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação:

...................................................................................” (NR)

“Art. 60. .......................................................................

Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos

educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na

própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.” (NR)

“Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de

licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação

mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos 5 (cinco) primeiros anos do ensino

fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal.

§ 4º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios adotarão mecanismos facilitadores de acesso e

permanência em cursos de formação de docentes em nível superior para atuar na educação básica pública.

§ 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão a formação de profissionais do

magistério para atuar na educação básica pública mediante programa institucional de bolsa de iniciação à

docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, nas instituições de educação

superior.

§ 6o O Ministério da Educação poderá estabelecer nota mínima em exame nacional aplicado aos concluintes do

ensino médio como pré-requisito para o ingresso em cursos de graduação para formação de docentes, ouvido o

Conselho Nacional de Educação - CNE.

§ 7o (VETADO).” (NR)

“Art. 62-A. A formação dos profissionais a que se refere o inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos de

conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo habilitações tecnológicas.

Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os profissionais a que se refere o caput, no local de

trabalho ou em instituições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação profissional, cursos

superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação.”

“Art. 67. ........................................................................

§ 3º A União prestará assistência técnica aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na elaboração de

concursos públicos para provimento de cargos dos profissionais da educação.” (NR)

“Art. 87. .......................................................................

§ 2º (Revogado).

§ 3o ...............................................................................

I - (revogado);

..............................................................................................

§ 4º (Revogado).

...................................................................................” (NR)

“Art. 87-A. (VETADO).”

Art. 2o Revogam-se o § 2º, o inciso I do § 3º e o § 4o do art. 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de

1996.

Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 4 de abril de 2013; 192o da Independência e 125o da República.

DILMA ROUSSEFF

Aloizio Mercadante

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.4.2013