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1 O PROCESSO DE INSTITUIÇÃO DA CARREIRA DOCENTE NO MUNICÍPIO DE BARCARENA Gabriela Silva Rodrigues (Bolsista PIBIC/FAPESPA/UFPA) 1 Dalva Valente Guimaraes Gutierres (Orientadora/UFPA) 2 Resumo: O estudo trata do processo de instituição da carreira docente no Município de Barcarena/Pa. O objetivo foi analisar o processo de instituição da carreira docente de 1983 a 2014, na perspectiva de compreender o processo de organização dos professores em prol de sua valorização e preservar a memória da educação barcarenense. Como metodologia utilizou-se estudo documental e entrevistas. Analisou-se a trajetória histórica da organização dos professores em prol da carreira e da remuneração docente na vigência do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Magistério e após sua suspensão por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade-ADI/2014 impetrada pela Prefeitura Municipal de Barcarena/Pa. A análise foi subsidiada pelo estudo da legislação municipal sobre o tema, dentre as quais o Estatuto do Magistério Municipal, a Lei Complementar nº 33/2010(PCCR/2010), o Parecer à ADI/2014 e o Termo de Acordo Extrajudicial (TAE). Por meio da Lei Complementar nº 33/2010, os professores conquistaram Plano de Carreira que perdurou de 2011 a 2014, suspenso por liminar judicial. O vencimento do professor com formação de magistério logo após o PCCR era superior ao PSPN. A suspensão do PCCR resultou em perdas para os professores, que tentam recuperá-las mediante Termo de Acordo Extrajudicial (TAE). A perspectiva é de que se retome a 1 Graduanda do curso de Pedagogia Faculdade de Educação, Instituto de Ciência da Educação, Universidade Federal do Pará (UFPA). E-mail: [email protected] 2 Doutora em Educação – Política e Gestão de Processos Educacionais pela UFRGS. Professora Adjunta do ICED-UFPA; Pesquisadora vinculada ao GEFIN e ao GEPES. E-mail: [email protected]; [email protected]

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O PROCESSO DE INSTITUIÇÃO DA CARREIRA DOCENTE NO MUNICÍPIO DE BARCARENA

Gabriela Silva Rodrigues (Bolsista PIBIC/FAPESPA/UFPA) 1

Dalva Valente Guimaraes Gutierres (Orientadora/UFPA)2

Resumo: O estudo trata do processo de instituição da carreira docente no Município de Barcarena/Pa. O objetivo foi analisar o processo de instituição da carreira docente de 1983 a 2014, na perspectiva de compreender o processo de organização dos professores em prol de sua valorização e preservar a memória da educação barcarenense. Como metodologia utilizou-se estudo documental e entrevistas. Analisou-se a trajetória histórica da organização dos professores em prol da carreira e da remuneração docente na vigência do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Magistério e após sua suspensão por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade-ADI/2014 impetrada pela Prefeitura Municipal de Barcarena/Pa. A análise foi subsidiada pelo estudo da legislação municipal sobre o tema, dentre as quais o Estatuto do Magistério Municipal, a Lei Complementar nº 33/2010(PCCR/2010), o Parecer à ADI/2014 e o Termo de Acordo Extrajudicial (TAE). Por meio da Lei Complementar nº 33/2010, os professores conquistaram Plano de Carreira que perdurou de 2011 a 2014, suspenso por liminar judicial. O vencimento do professor com formação de magistério logo após o PCCR era superior ao PSPN. A suspensão do PCCR resultou em perdas para os professores, que tentam recuperá-las mediante Termo de Acordo Extrajudicial (TAE). A perspectiva é de que se retome a luta por um Plano de Carreira que possa materializar a almejada valorização docente. A manutenção parcial dos direitos assegurados no Estatuto tem sido produto de lutas históricas da categoria.

PALAVRAS-CHAVE: Valorização do professor - carreira docente - município de

Barcarena/PA

1 Graduanda do curso de Pedagogia Faculdade de Educação, Instituto de Ciência da Educação, Universidade Federal do Pará (UFPA). E-mail: [email protected] 2 Doutora em Educação – Política e Gestão de Processos Educacionais pela UFRGS. Professora Adjunta do ICED-UFPA; Pesquisadora vinculada ao GEFIN e ao GEPES. E-mail: [email protected]; [email protected]

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INTRODUÇÃO

O artigo tem a finalidade de apresentar os resultados de pesquisa realizada por

meio do desenvolvimento do Plano de Trabalho intitulado “O processo de instituição da

carreira docente no município de Barcarena” vinculado à pesquisa

“FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA E VALORIZAÇÃO DOCENTE NO

MUNICÍPIO DE BARCARENA: impasses e perspectivas”.

O estudo tem a intenção a coleta e sistematização bibliográfica e documental de

informações referentes ao tema da luta em prol da valorização dos professores3 da

educação básica no Brasil, analisando o processo de organização dos professores em

prol de sua valorização no município de Barcarena, de 1983 a 2014 e identificando as

principais propostas de valorização docente formuladas pelos professores e pelo

governo municipal para o Estatuto do Magistério de 1986 e para o Plano de Cargo,

Carreira e Remuneração dos Profissionais de Educação Escolar Básica do Município de

Barcarena – PCCR de 2010, destacando a correlação de forças durante o processo.

Além de análise documental utilizaram-se entrevistas realizadas com professores,

gestores e dirigentes sindicais, no âmbito da pesquisa ao qual se vinculou o Plano de

trabalho.

Em estudo anterior realizado no âmbito do Grupo de Estudos em Gestão e

Financiamento da Educação (GEFIN), neste mesmo município verificou-se a

configuração da carreira, mas em função do tempo da pesquisa pouco se pôde verificar

sobre o processo como se deu a luta por sua institucionalização, de onde provinham as

propostas aprovadas no texto da lei. No entanto, os aspectos relacionados ao processo

de aprovação do Estatuto do Magistério e do Plano de Carreira não nos foi possível

analisar, o que consideramos de grande relevância histórica, na perspectiva de

resguardar a memória da educação municipal, visto que a carreira docente no Município

de Barcarena vem sendo instituída desde 1994 com a Lei Complementar nº 002 de

01/08/1994 que dispõe sobre a Instituição do Regime Jurídico dos Servidores Públicos

Civis do Município de Barcarena. Com a Lei Municipal nº 1.899 de 16/10/1996 que

dispõe sobre a organização das atividades do Magistério do 1º Grau bem como da

3 O tema da valorização docente tem se constituído em objeto de estudo de vários autores (MONLEVADE, 2000; GATTI e BARRETO, 2009; FREITAS, 2002, GUTIERRES, 2012; FERREIRA 2010) em diferentes dimensões: carreira, formação inicial e continuada, piso salarial profissional, dentre outras.

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estruturação das respectivas carreiras instituiu-se o Estatuto do Magistério, antes mesmo

da Lei de Diretrizes e Bases, Lei nº 9394 de 20/12/1996. Mais recentemente a Lei

Complementar nº 33 de 21/12/2010 criou o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração

dos Profissionais de Educação Escolar Básica do Município de Barcarena

(PCCR/2010). Mas como a carreira teria sido pensada pelos diversos atores sociais

durante o processo de sua instituição? As organizações docentes (Associação,

Sindicato) teriam influenciado a configuração da carreira docente? Quais as suas

propostas para o Estatuto do Magistério? Como se deu a correlação de forças entre o

Sindicato de Professores e o governo municipal quando do processo de aprovação e

implementação do PCCR? Existe participação dos professores na gestão do Plano de

Carreira? De que maneira se dá essa participação? Assim sendo, o Plano de Trabalho

apresentou como objetivo geral analisar o processo de instituição da carreira docente no

município de Barcarena de 1983 a 2014, na perspectiva de preservar a memória da

educação barcarenense.

Os resultados encontrados foram dispostos em três partes: a primeira, intitulada

“A luta pela valorização e a carreira docente: contexto e aspectos históricos” tenta

situar o processo de discussão sobre o tema em nível nacional. A segunda trata de

forma breve do surgimento da organização de professores no município de Barcarena e

intitula-se “A organização dos professores municipais em prol da carreira docente

no município de Barcarena”. Por fim, o terceiro e último tópico traz as informações

referentes à instituição e à derrocada do PCCR e intitula-se “A Carreira e a

Remuneração docente após os efeitos da ADIn/2014 contra o PCCR/2010”.

1- A luta pela valorização e a carreira docente: contexto e aspectos históricos

A luta pela instituição de Carreira para milhões de professores da Educação

básica brasileira remonta, conforme Vicentini (2009) às três primeiras décadas do

século XX, quando é possível identificar o surgimento de iniciativas de organização

ligadas aos professores primários em estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

No ano de 1930, em decorrência da política trabalhista de Getúlio Vargas, começaram a

aparecer os sindicatos representativos dos professores secundários atuantes na iniciativa

particular. Para Ferreira e Bittar (2006) as reformas educacionais da ditadura militar pós

1964 contribuíram para o surgimento da Confederação dos Professores Primários do

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Brasil, que, cresceu numericamente e se transformou na Confederação dos Professores

do Brasil, como afirmam os autores:Numa sociedade que se modernizava pela via autoritária, esses dois fatores, conjugados entre si, atuaram no sentido de torná-la a maior categoria profissional do país e de conferir-lhe uma identidade de oposição ao próprio regime. Neste sentido, ela se distingue dos traços que a caracterizavam até então, sobretudo a de ter sido uma categoria profissional pequena, com origem social proveniente das camadas médias e até da elite, não afeita à organização sindical. Tomamos como objeto privilegiado de estudo a Confederação dos Professores Primários do Brasil (CPPB), criada em 1962, que ilustra bem esses dois momentos, na medida em que, por força das próprias reformas educacionais da ditadura, transformou-se em Confederação dos Professores do Brasil (CPB), abrangendo os docentes do antigo ginásio e os do 2º grau, criado pela reforma de 1971. (FERREIRA e BITTAR, 2006, p. 1161-1162)

Segundo Vicentini (2009), o I Congresso Nacional de Professores Primários foi

organizado, em dezembro de 1953, pela Sociedade Unificadora dos Professores

Primários da Bahia, em Salvador. Discutiram durante o evento temas relativos a

profissão, questões sobre a formação do professor rural, método de ensino, vínculo entre

a política e a atuação do professor, aposentadoria e condições sociais.

De acordo com o site da

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação-CNTE4, “a história dessa luta

[da organização dos professores] tem o ano de 1945 como um marco. Naquele ano, os

professores da escola pública primária começaram a se organizar em associações”. As

informações do Quadro 1 demonstram o processo histórico de organização dos

professores no Brasil, o que nos dá uma visão do período de 1948 a 1990:

Quadro 1: Trajetória Histórica da organização dos professores no BrasilAno Acontecimento1948 Iniciou-se a luta pela escola pública gratuita, lançando o primeiro projeto de

Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) ao Senado Federal.1959 Reuniam 11 estados brasileiros com seus professores primários organizados

em associações.1960 Em Recife, foi fundada a primeira Confederação: a CPPB Confederação dos

Professores Primários do Brasil.1979 A CPPB teve uma mudança substancial em seu estatuto, incorporando os

professores secundários dos antigos ginásios, e passou a se chamar CPB - Confederação dos Professores do Brasil. Era uma ferramenta fundamental para a articulação do movimento em nível nacional.

1982 a 1988 A CPB consolidou-se como entidade federativa e como principal via de organização do sindicalismo docente, mesmo no período em que era

4A informação está disponível em: << http://www.cnte.org.br/index.php/institucional/a-cnte.html>>. Acesso em 09/12/2014.

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proibida a sindicalização para o funcionalismo público. Filiou-se à Central Única dos Trabalhadores - CUT em 1988.

1990 A CPB passou a se chamar CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, em um Congresso extraordinário cujo objetivo foi unificar várias Federações setoriais da educação numa mesma entidade nacional. Com a unificação da luta dos Trabalhadores em Educação e o surgimento de novas regras de organização sindical, a CNTE ganha força com a filiação de 29 entidades e quase 700 sindicalizados em todo o país. Atualmente, a CNTE conta com 43 entidades filiadas e mais de um milhão de sindicalizados.

Fonte: CNTE http://www.cnte.org.br/index.php/institucional/a-cnte.html

O movimento de organização docente no Brasil desenvolveu-se por iniciativas

em nível estadual, dado o caráter descentralizado do sistema de ensino do país. Mesmo

com a criação da entidade nacional em 1960, a Confederação dos Professores Primários

do Brasil (CPPB), a categoria continuou a organizar-se no âmbito dos estados, onde têm

atuado tanto professores das redes públicas estadual, municipal e particular. Assim, em

diversos estados brasileiros surgiram novas associações de professores primários como

Pernambuco, Ceará, Piauí, Alagoas, Espírito Santo, Santa Catarina, Goiás e Mato

Grosso (VICENTINI, 2009). Um dos motivos principais para a criação das primeiras

entidades era a baixa remuneração docente, pois elas possibilitavam a obtenção de

descontos nas compras e a consequente maximização dos salários, como assinala

Vicentini (2009):[...]era digna de nota a preocupação em aliviar as dificuldades enfrentadas pelos professores em decorrência da baixa remuneração recebida. A maioria das associações docentes e sindicatos contavam com uma caixa de empréstimo, oferecidas aos seus associados, desconto em farmácia e lojas de moda, bem como atendimento médico e odontológico. (p. 111).

A CPPB sofreu alteração substancial em seu estatuto no ano de 1979,

incorporando os educadores secundários dos antigos ginásios, e passa a se chamar

Confederação dos Professores do Brasil (CPB), que no início da década de 1990

transformou-se na Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)

filiada à CUT5. Esta conta com mais de 1 milhão de associados, e em sua luta excede as

questões específicas da categoria, debatendo temas polêmicos como: exploração do

trabalho infantil, reforma agrária, emprego, saúde no trabalho, racismo e opressão de

5 A CUT é uma entidade sindical que tem como fundamentos de sua atuação o compromisso com a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora, a luta por melhores condições de vida e trabalho e o engajamento no processo de transformação social e construção de uma sociedade justa, democrática e igualitária.

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gênero, contribuindo para uma maior participação no cenário político-social do Brasil.

O site da CNTE informa que esta confederação possui 48 entidades filiadas, sendo vinte

e sete estaduais, dezessete municipais e duas distritais. Em sua estrutura funcional, a

CNTE

é formada por dois Departamentos Setoriais: o Departamento de Especialistas em Educação, que faz parte da Secretaria de Assuntos Educacionais, e pelo Departamento dos Funcionários em Educação, vinculado à Secretaria de Política Sindical. E também as instâncias da entidade são subordinadas a um Congresso Nacional, tendo um Conselho Nacional de Entidades - CNE, a Direção Executiva – DE e o Conselho Fiscal - CF. Respeitando os princípios de trabalho coletivo e das ações de planejamento estratégico situacional. Toda a Direção Executiva interage no encaminhamento das lutas da entidade (CNTE-http://www.cnte.org.br/index.php/institucional/a-cnte.html)

De acordo com a página da CNTE, as entidades filiadas lutam pela valorização

dos Trabalhadores em Educação, pautando-se pela mobilização, pela profissionalização,

pela carreira, pelo piso salarial profissional nacional, pela garantia dos direitos sociais e

pela ampliação dos espaços de cidadania.

As ações conduzidas por manifestações, greves, caravanas, protestos e

ocupações contam com a participação da base e assinalam os últimos anos de luta da

classe, com a presença de muitas mulheres:A estrutura das entidades representativas da categoria é desempenhada por uma grande maioria de mulheres, revelando uma dimensão fundamental para o enfrentamento e as estratégias de luta contra a desprofissionalização, o arrocho salarial e a múltipla jornada de trabalho. (CNTE-http://www.cnte.org.br/index.php/institucional/a-cnte.html).

A gestão da CPB e CNTE de 1983 a 2014 tem sido feita por presidentes

oriundos dos vários estados do país, como se pode observar no Quadro 2:Quadro 2: Relação de Presidentes na Gestão CPB/CNTE de 1983- 2014Gestão Presidente Estado Entidade1983/1985 Hermes Zanetti RS CPB1985/1987 Nizo Prego GO CPB1987/1989 Tomaz Wonghon RS CPB1989/1991 Roberto Felício SP CPB/CNTE1991/1993 Roberto Felício SP CNTE1993/1995 Horácio Reis PE CNTE1995/1997 Carlos Abicalil MT CNTE1997/1999 Carlos Abicalil MT CNTE1999/2002 Carlos Abicalil MT CNTE2002/2005 Juçara Dutra Vieira RS CNTE2005/2008 Juçara Dutra Vieira RS CNTE2008/2011 Roberto Franklin de Leão SP CNTE2011/2014 Roberto Franklin de Leão SP CNTEFonte: CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação

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As condições precárias na infraestrutura das escolas, a falta de equipamentos e

de material didático, o número excessivo de alunos por turma, a deficiência na formação

dos trabalhadores e ausência de gestão democrática são fatores que também vem

mobilizando a luta dos professores. O fato é que na contemporaneidade as sociedades

podem ser reconhecidas em sua dimensão política pelo seu envolvimento nas lutas por

reconhecimento social, direitos humanos e também educação, conforme afirmam Gatti e

Barreto:

[...]nas sociedades contemporâneas, o indivíduo é elemento considerado como essencial para a organização sociopolítica, e a realização dessa condição funda-se na ideia dos direitos humanos. A educação consagrada como direito subjetivo inalienável das pessoas encontra, nesse cenário, seu grande suporte, e as fortes reivindicações e as lutas por uma educação de qualidade para todos é a expressão da busca por esse direito (Gatti e Barreto, 2011, p. 23).

Sendo o professor o ator que está no centro do trabalho, é o que se envolve nas

relações educacionais, e o cenário em que atua tem demanda complexa cada vez mais

crescente, ou seja, precarização de condições de trabalho em relação a outros ambientes

das profissões. Dessa forma causa uma tensão na instituição em que esse docente da

educação básica trabalha (GATTI e BARRETO, 2011).

Vale (2002), destaca e esclarece dois aspectos evolutivos do movimento docente

na sua luta por direitos nas décadas de 1980 e 1990:O primeiro de caráter quantitativo, diz respeito ao crescente número de educadores associados aos sindicatos. Os professores buscam a entidade associativa como espaço de representatividade e legitimidade política de suas discussões e ações, conferindo-lhe "status de credibilidade", não apenas para a categoria, mas também para a sociedade. Prova disso é que hoje, na relação dos 25 maiores sindicatos do país vinculados à CUT, seis são ligados à educação, inclusive o primeiro da lista, a APEOESP, com 105.000 membros. Esse é um percentual extremamente significativo do ponto de vista numérico dos filiados à entidade sindical docente no país. O segundo aspecto, o da evolução qualitativa do movimento docente, merece igualmente atenção, uma vez que o avanço se dá no sentido da politização da categoria que vai constituindo-se enquanto sujeito coletivo, usando um novo discurso, expressão de uma nova percepção da entidade (VALE, p. 4 - grifo nosso.)

A politização da categoria e o surgimento da consciência de classe, segundo

Rosso et all (2011) são condições essenciais para a organização docente, como afirmam: A reunião de trabalho sob uma mesma empresa, segundo a teoria marxista, produz o efeito de cooperação que, por um lado, propicia formas mais elevadas de divisão do trabalho e extração de mais-valia, e que, por outro, contribui para a geração de consciência e criação de organização de autoproteção. A questão da consciência é um elemento crucial para o

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surgimento da organização sindical, dado o controle ideológico mantido pelos governos e pelos sistemas educacionais durante a formação dos trabalhadores docentes e durante o exercício da atividade educacional. A condição de assalariamento, pela qual o trabalhador se encontra em liberdade formal, é necessária, mas insuficiente para a emergência da organização sindical. (ROSSO; CRUZ; RÊSES, 2011)

Todavia, são poucos os sindicatos municipais. Neste sentido, Arelaro (2012),

ressalta a necessidade de criação de novos sindicatos que reivindiquem melhores

condições de trabalho e salários para os profissionais da educação, e que se espera “em

especial de sindicatos municipais, situação que não aconteceu, até porque estas

iniciativas vêm sendo desestimuladas, e a participação em Diretorias ou atividades

programadas, pode impedir o profissional de ser beneficiado com alguma gratificação”

(p.13). Isso ocorre porque ao se afastar de sala de aula, alguns sistemas educacionais

retiram gratificações referentes a regência de classe, o que desestimula o professor de se

afastar da docência.

Vale ressaltar que o processo da luta docente em nível nacional não tem sido em

vão. Assim, a aprovação Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96

responde a parte dos anseios das organizações docentes. No que se refere aos aspectos

relativos à valorização docente, o art. Art.67 prevê o seguinte:Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; III - piso salarial profissional; IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho; V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho;VI - condições adequadas de trabalho. (BRASIL, 1996, p.19, grifos nossos).

O aperfeiçoamento profissional, a boa remuneração, a carreira, o piso salarial e

as condições adequadas para se trabalhar, requisitos básicos para a valorização docente

tem sido tem estimulado a organização docente no Brasil. Vejamos como esses fatores

lutas têm repercutido na organização dos professores de Barcarena e na instituição de

sua carreira.

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2. A organização dos professores municipais em prol da carreira docente no município de Barcarena

O município de Barcarena6 localiza-se no Estado do Pará, na Região Norte do

Brasil pertencendo à Mesorregião Metropolitana de Belém e situa-se à margem direita

do rio Mucuruçá, distante de Belém aproximadamente 14,6 Km com área de 1.310,336

Km². Limita-se ao Norte com a Baía de Guajará e Município de Belém, a Leste com a

Baía de Guajará e Município de Acará, ao Sul com os Municípios de Moju e Abaetetuba

e a Oeste com a Baía do Marajó (IDESP/FAPESPA, 2015). Segundo o IBGE, sua

população em 2014 estava estimada em 112.921 habitantes, tendo a mesma triplicado

nas últimas décadas por sediar empresas relacionadas à fabricação de alumínio a partir

da década de 1980, especialmente a ALBRÁS/ALUNORTE.

Em relação à economia, Barcarena destaca-se no Pará, tendo ocupado excelentes

posições no Estado em PIB e PIB per capita situando-se entre os cinco municípios com

maior PIB no estado até 2012 e como o 3º em PIB per capita até 2011 o que lhe confere

bom índice econômico7 em relação aos 144 municípios paraenses.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)8 da mais recente mensuração

ocorrida em 2010 em relação ao municipio foi de 0,662 (PNUD, 2013), o que

demonstra o seu crescimento, visto que em 2000 esse índice foi de 0,447. No entanto,

dados do Ministério do Desenvolvimento Social de 2004 estimam que naquele ano,

22,28% da população de Barcarena vivia em estado de pobreza, com renda abaixo de

meio salário mínimo per capita e que a quantidade de famílias atendidas pelo Programa

Bolsa Família em 2008 era de 5.345, o que demonstra a persistência da desigualdade

social (GUTIERRES, 2012).

No que se refere aos aspectos políticos, os prefeitos eleitos no período abrangido

pela pesquisa no município de Barcarena foram os seguintes:

6 A cidade é um importante polo industrial, onde é feita a industrialização, beneficiamento e exportação de caulim, alumina, alumínio e cabos para transmissão de energia elétrica. A economia tem base tradicional na agricultura, mas também avança com o turismo e com as indústrias instaladas na cidade, gerando crescimento econômico para o município e para o Estado do Pará. (ZOLI,s/ano).

7 Os valores do PIB para os anos de 2013 e 2014 ainda não se encontravam disponíveis até o fechamento deste trabalho.

8 O conceito de Desenvolvimento Humano parte do pressuposto de que para aferir o avanço na qualidade de vida de uma população é preciso ir além do viés puramente econômico e considerar três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, saúde e educação. Fonte: http://www.pnud.org.br/IDHDetails.aspx

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Ano Nome1983-1988 Laurival Campos Cunha1989-1992 Wandick Gutierrez1993-1996 Laurival Campos Cunha1997-2000 Wandick Gutierrez2001-2004 Laurival Magno Cunha2005-2008 Laurival Magno Cunha2009-2012 João Carlos dos Santos Dias2013-2016 Antonio Carlos Vilaça

Fonte: TRE/PA

A organização dos professores no município de Barcarena remonta à década de

1980, quando da criação da Federação Paraense dos Professores do Estado do Pará –

FEPPEP, criada em 1983. A luta iniciou associada aos movimentos ligados à Igreja

católica e à luta por formação e implantação da UFPA no Baixo Tocantins nos

encontros de educadores do Baixo Tocantins no início da década de 1980, como relata

uma das professoras entrevistadas:

Então essa nossa luta, ela surgiu dos encontros dos municípios que iam para Abaetetuba. Se formou na época uma comissão que a gente chamava de comissão central. Nós iniciamos na igreja católica, que tinha um movimento eclesial de base, que ela começou a formar por dentro da igreja, as lideranças comunitárias. Essas pessoas sabendo que seus direitos estavam sendo negados começaram a dizer “nós precisamos nos organizar”. Então nasce essa comissão central nos municípios de Tailândia, Moju, Abaetetuba, Igarapé-Miri, Tomé-Açu, Concórdia do Pará, Bujaru, Barcarena e Acará. Nasce essa necessidade de estar lutando por uma educação melhor. Tanto é, que, em 1980 nós fizemos o primeiro Encontro de Educadores do Baixo Tocantins na última semana de agosto, em Abaetetuba, quando reunimos os 9 municípios (Professora A).

Nós detectamos que na Regional toda havia apenas 7 professores com nível superior e começamos a mobilizar os trabalhadores em educação para que viessem no segundo encontro, que nós realizamos aqui em Barcarena, em 1981. Na época, a Secretária de Educação era a professora Benta [Maria Siqueira dos Santos Dias]. Ela também abraçou essa causa, e nós reunimos aqui todos os educadores do Baixo Tocantins. E aí nós reforçamos essa reivindicação para que os professores viessem ter seus direitos garantidos, que estavam sendo negados. A partir desse encontro de educadores nós fomos vendo que era necessário lutar mais, organizar mais os trabalhadores principalmente os professores, para que a universidade viesse para os municípios. (...) Quem era nessa época o Reitor da Universidade era o professor Nilson Pinto, e a Pró-Reitora de Extensão e Ensino, a professora Ana Tancredi. (...) eu sei que quando foi em 1986, nós conseguimos que o primeiro vestibular fosse realizado. Para nós foi uma vitória, pois tivemos os cursos de geografia, história, pedagogia, letras e matemática em Abaetetuba, cinco cursos. (Professora A).

Verifica-se que a questão central a mobilizar os professores inicialmente foi a

formação inicial, visto que a grande maioria dos professores não tinha formação

superior. Assim, a implantação da Universidade Federal do Pará na região tornou-se a

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primeira bandeira de luta a unificar a categoria. A organização dos docentes em uma

entidade própria em Barcarena ocorreu em 1982.

Como nasce a organização? (...) Abaetetuba instituiu a sua associação em 1981. Aqui, nos organizando, vendo que era necessário lutar pelos direitos trabalhistas, foi que, em 20 de abril de 1982, no salão do centro comunitário da Paróquia S. Francisco Xavier nós reunimos oitenta e três professores e fundamos nossa Associação. Ela nasceu como ASPEB “Associação dos profissionais de educação do município de Barcarena”. Bem... é assim que a gente mostra esta primeira etapa (Professora A).

Ao mesmo tempo em que se lutava pela Universidade, a associação de

professores lutava em prol de concurso público e estatuto, como relata a

entrevistada:

Paralelamente a essa luta regional, nós começamos a reivindicar da prefeitura que ela viesse valorizar os professores, fazendo com que houvesse concurso. Tanto é que o primeiro concurso que teve aqui no município foi em 1992. (...) fazer com que nós tivéssemos pelo menos um documento, tivesse o Estatuto do magistério (Professora A).

Com a Constituição de 1998 foi conquistado o direito de os funcionários

públicos se organizarem em sindicatos e logo a FEPPEP foi transformada em SINTEPP

– Sindicato dos Trabalhadores em educação Pública do Pará criando as sub-sedes do

SINTEPP, dentre as quais a Sub-sede SINTEPP de Barcarena, presente ainda hoje. Em

1996 foi aprovado o Estatuto do Magistério de Barcarena por meio da Lei Municipal

nº1.899/96 após um amplo processo de mobilização sindical. Em 2010, a Lei

Complementar nº 33/2010 aprova o Plano de Carreira dos Profissionais da Educação

(PCCR).

3 . O processo de aprovação do PCCR os e os efeitos da ADIn/2014 contra o PCCR/2010

Para efeito de análise, podemos dividir a trajetória do PCCR/2010 de

Barcarena, em três momentos. O primeiro, seria o do embate entre a Prefeitura de

Barcarena e os representantes dos docentes municipais para a aprovação e

implementação da Lei. O segundo diz respeito ao processo de luta para o cumprimento

da Lei na sua integralidade, visto que apenas parte dela havia sido cumprida e, até a

parcela cumprida vinha sofrendo perdas a cada reajuste do piso nacional. O terceiro

momento, refere-se ao embate político e jurídico entre o SINTEPP9 e a Prefeitura

9 Por reiteradas vezes o SINTEPP solicitou espaço na câmara municipal para solicitar apoio em favor da manutenção e cumprimento do PCCR e devolução de recursos descontados dos servidores em virtude de greves, a exemplo do dia 17 de junho de 2014 (RODRIGUES. A. SINTEPP. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lmjMyDfXVyg. Acesso em 22 jun. 2015).

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Municipal pela não suspensão do PCCR. A respeito deste último fato, detalharemos na

seção seguinte.

A respeito do primeiro momento de embate para a aprovação do

PCCR, um dos professores assim relata:

Num primeiro momento, de um lado, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará – SINTEPP- Sub-sede Barcarena e, do outro lado, representantes da Prefeitura Municipal de Barcarena. Sem chegar a um consenso sobre as diretrizes e metas que deveriam nortear o Plano de carreira, os dois grupos debandaram-se, o que levou o Prefeito Municipal a encaminhar para a Câmara Municipal, no primeiro semestre de 2010, um projeto de Lei do PCCR, feito sem a participação dos profissionais em educação e, por apresentar, conforme indicava o SINTEPP, inúmeros artigos que feriam os direitos dos profissionais em educação, a Lei foi denominada de “a Lei do Cão” (PLC 02/2010 de 23de novembro de 2010) (Professor B).

Os professores, inconformados com a situação, por meio de seu Sindicato

resolveram deflagrar uma greve que tinha como principal pauta de reivindicação a

retirada da “Lei do Cão” e que, em seu lugar, fosse encaminhado à Câmara Municipal

de Barcarena, o outro projeto de Lei que havia sido discutido entre as partes, inclusive

contando com a participação dos representantes do Conselho Escolar, da Associação

de Pais, do Conselho Tutelar e dos Vereadores da Câmara Municipal de Barcarena.

Diante da irredutibilidade do poder público municipal em ceder às exigências

do Sindicato, o Prefeito de Barcarena foi obrigado a conviver com a radicalização cada

vez maior do movimento grevista, expressados através, principalmente: 1º) Do

fechamento da principal via que permite o acesso da sede do Município aos distritos de

Murucupi (local onde se encontram instalados os principais empreendimentos

industriais do município como o projeto Albrás e Alunorte), Vila do Conde, Vila de

Itupanema e Vila de São Francisco Xavier; 2º) Fechamento da ponte sobre o rio São

Francisco, que liga a sede do município de Barcarena aos mesmos locais citados

anteriormente; 3º) Novo fechamento da ponte sobre o rio São Francisco, fato que

impossibilitou, a passagem de trabalhadores das empresas localizadas no Distrito de

Murucupi, o que segundo o professor entrevistado “levou o Prefeito João Carlos Dias,

a retirar a denominada “Lei do Cão”, e substituí-la pelo pré-Projeto de Lei do PCCR,

discutido entre as partes interessadas” (Professor B).

No entanto, as discussões não eram consensuais, principalmente quando se

tratou de definir o valor do Piso salarial. A esse respeito, um dos dirigentes sindicais

entrevistados assim se pronuncia:

As discussões acerca das metas e diretrizes do Plano não eram consensuais entre as partes,

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inclusive, dentro do próprio Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Barcarena, as opiniões acerca do valor do piso que deveria constar no PCCR para o ano de 2011, não era consensual, uma vez que o valor do piso nacional para o referido ano, ainda não havia sido estabelecido pelo Governo Federal. Um grupo defendia um valor de R$ 1.150,00, enquanto o outro, defendia, R$ 1.550,00, o que redundou em um valor de R$ 1.300,00, para o piso do PCCR de Barcarena, acima, 9,5% do piso nacional 2011 que era R$1.187,14 (Professor C).

Na visão do secretário de administração da época o maior entrave

para que as discussões fluíssem e se obtivesse consensos era a questão

financeira, como afirma:

Aí, começou a se trabalhar, a se desejar um Plano diferente deste, né? Trabalhar em conjunto. E nós começamos o PCCR, na verdade, do zero. Então, segunda reunião ficou aquele grande problema. Foi fazer com que as pessoas abandonassem as antigas ideias do PCCR, tanto as pessoas do Governo Municipal como as pessoas do SINTEPP. Só que a gente teve uns três meses de trabalho e se emperrou de novo os trabalhos. Por quê? Porque não se avançava nas ideias. Não queriam abandonar aquelas ideia que anteriormente já haviam sido tratadas em um plano apresentado pelo professor Canuto. Até porque esse Plano, ele era um pouco parecido com as ideias que existia em outros municípios próximos. E desta forma imaginava que se foi executado, se foi exercido nesses outros municípios, né? que poderia sim, ser executado em Barcarena. Mas aí, nosso entrave realmente era o entrave financeiro (Secretário de Administração).

No dia 20 de dezembro de 2010, a Câmara Municipal de Barcarena, aprovava,

por unanimidade, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Profissionais da

Educação de Barcarena, sancionada pelo executivo no dia 21 de dezembro de 2010.

O Segundo momento, diz respeito ao processo de luta para o cumprimento da

Lei do PCCR na sua integralidade. Para um dos dirigentes sindicais

entrevistados, o primeiro compromisso a ser descumprido foi em relação ao

valor do Piso aprovado no PCCR, como destaca:

No ano de 2011, manteve-se o que havia sido determinado no seu PCCR, ou seja, o valor de R$ 1.300,00, algo em torno de 9,5% acima do piso nacional de 2011, para uma carga horária de duzentas horas mensais e, conforme o PCCR determinava, o novo reajuste do PSPN do ano de 2012, deveria incidir sobre o piso de R$ 1.300,00 (artigo 26 do PCCR/2010). No entanto, o governo municipal apenas corrigiu o piso nacional, no ano de 2012, tendo como referência o piso nacional de 2011, ou seja, R$ 1.187,14 e, não o piso de R$ 1.300,00 como determinava o PCCR dos professores de Barcarena. Esta se configura, para o Sindicato dos professores, como a primeira perda salarial conquistada por meio do PCCR, ou seja, a diferença de 9,5% do PCCR/2010 em relação ao PSPN, que deixou de existir a partir do ano de 2012. (Professor C).

A dificuldade para dar cumprimento ao PCCR resultou em uma greve de 92

dias gerando desgaste e prejuízos para a educação barcarenense.

Em janeiro de 2013, assumiu o poder no município de Barcarena, o prefeito Antônio Carlos Vilaça (PSC). Nesse ano, o reajuste do PSPN era de 7,95%, o novo governo recusava-se a cumprir com o reajuste do piso, alegando falta de recursos para tal, fato que levou, depois de inúmeras tentativas frustradas de negociação, a deflagração da primeira greve do governo

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Vilaça que durou 92 dias, tendo seu término no dia 20 de agosto de 2013, através de um acordo celebrado entre o SINTEPP, a Prefeitura Municipal de Barcarena, a Câmara Municipal de Barcarena e o Ministério Público, no qual, a prefeitura comprometia-se a pagar o piso em duas parcelas de 4% cada uma, sendo a primeira na folha do mês de agosto de 2013 e a segunda, em dezembro do mesmo ano (Professor C).

Segundo afirma o professor, o governo passou a descumprir não apenas o piso,

mas também outros direitos, o que deu consequência ao terceiro momento mencionado

anteriormente: o embate político e jurídico entre o SINTEPP e a Prefeitura Municipal

pela não suspensão do PCCR, que será mais bem detalhado a seguir.

3.1.) A ADI e o processo de suspensão do PCCR/2010

No início do mês de junho de 2014, a Prefeitura Municipal de Barcarena,

encaminhou um documento à Câmara Municipal por meio do qual fez duas perguntas

àquela Casa de Leis. A primeira questionava se o prefeito anterior havia pedido que o

PCCR fosse aprovado em caráter de urgência; a segunda se o PCCR havia passado por

todas as comissões de estudo da câmara. Ao receber resposta negativa por parte da

Câmara sobre ambas as perguntas, a Prefeitura impetrou junto ao Tribunal de Justiça do

Estado do Pará (TJE/PA) a ADI de nº 0000442-142014.8.14.0000 ainda no início do

mês de junho. Por meio desse instrumento jurídico, a prefeitura alegava com o respaldo

da Câmara Municipal, que a Lei de nº 33/2010 (PCCR) não havia passado pelas

comissões de Constituição e Justiça e pela Comissão de Finanças da Câmara Municipal

e, por conseguinte, solicitava que a referida Lei fosse declarada inconstitucional e

tivesse seus efeitos suspensos.

Tendo como base o documento da ADI, constatamos que os argumentos

utilizados pela Prefeitura de Barcarena informavam ao TJE/PA, que “o PCCR/2010

(Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos Profissionais de Educação Escolar

Básica do Município de Barcarena) padece de inconstitucionalidade formal”

(ADI/TJE/PA, 2014, p.1), pois ofendia uma série de dispositivos legais10. Segundo a

magistrada que relatava o caso, a prefeitura alegava que “não fora obedecida a Lei de

10 O documento cita os seguintes dispositivos: Art. 163 e 169,§ 1º, inciso I da CF/88; o art. 205, inciso II e art. 208, § 1º, I da Constituição Estadual do Pará; art. 119, inciso II e art. 130, § Único, ambos da Lei Orgânica do Município de Barcarena; art. 46, § 1º, inciso III, do Regimento Interno da Câmara Municipal de Barcarena; art. 16, inciso I e art. 17, § 1º, ambos da LRF, por violação ao princípio da legalidade, na desobediência quanto aos tramites formais impostos pela legislação vigente, além do próprio regimento da Câmara dos Vereadores.

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dotação orçamentária”, o que acarretaria “grande impacto no orçamento do Município e

na folha de pagamento” (ADI/TJE/PA, 2014, p.1).

Ainda segundo relata a desembargadora, a Câmara Municipal de Barcarena

informou ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que as comissões técnicas não

teriam analisado os impactos financeiros do Projeto de Lei Complementar como se

verifica textualmente:A Câmara Municipal de Barcarena prestou informações às fls. 445/447, aduzindo que não foram observados os trabalhos das comissões técnicas de educação, saúde e assistência social e de Constituição e Justiça, visando à análise e a emissão de pareceres sobre o Projeto de Lei Complementar, no que se refere ao impacto econômico e financeiro que resultaria o mencionado Projeto (ADI/TJE/PA, 2014, p.1).

Diante do exposto, o TJE/PA, decidiu pelo deferimento de liminar

determinando a suspensão imediata de todos os efeitos jurídicos da Lei Complementar

nº 33/2010, porém, resguardando o que fora recebido até aquela data pelos servidores,

uma vez que, segundo o Tribunal, “os servidores que perceberam a vantagem, o

fizeram de boa-fé, não podendo responder com eventuais equívocos da administração

pública” (ADI/TJE/PA, 2014, p.2). Por conseguinte, a partir do dia 30 de junho de

2014, conforme decisão da desembargadora Helena Farag, os efeitos do PCCR/2010

cessaram temporariamente11.

Todas as ações que culminaram no não cumprimento e na suspensão do

PCCR/2010, a exemplo da ADI/2014, trouxeram consequências para a carreira e a

remuneração dos docentes de Barcarena. Uma delas foi a nova configuração da

carreira docente em consequência do retorno ao Estatuto do Magistério de 1996 como

legislação a balizar a carreira.

3.2) “Nova” configuração da carreira docente após a suspensão do PCCR nos termos da TAE: a volta do “velho” Estatuto do Magistério

A suspensão do PCCR gerou uma situação de insegurança por parte dos

professores dada a aparente ausência de legislação que regulamentasse a Carreira e a

remuneração do Magistério. Desta forma o SINTEPP recorreu ao Ministério Público

para que intermediasse a questão junto à Prefeitura de Barcarena. Com essa

intermediação a Prefeitura Municipal de Barcarena e o SINTEPP firmaram um Termo

de Acordo Extrajudicial (TAE) no dia 18 de Novembro de 2014 com o objetivo de

11 Atualmente esse processo continua tramitando no âmbito do TJE sob o nº 0000442-14.2014.8.14.0000, distribuído no dia 22/06/2015 para a apreciação da magistrada Drª Nadja Nara Cobra Meda, conforme site do TJE www.dje.tjpa.jus.br/. Acessado em 09/07/2015.

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adequar os “pagamentos dos salários dos profissionais que atuam no magistério

municipal, de acordo com os termos da Lei 1.899/96 (Estatuto do Magistério),

complementada pela Lei 002/94 (Regime Jurídico Único)” (TAE, 2014, p.1).

Pela sua importância, as 21 cláusulas presentes na TAE merecem destaque.

Quadro 2: Termo de acordo extrajudicialCláusulas DescriçãoCláusula primeira

Refere-se à proposta firmada pelo sindicato SINTEPP e PREFEITURA, relativa à adequação dos pagamentos dos salários dos servidores que atuam no magistério municipal, de acordo com os termos da Lei 1.899/96 (Estatuto do Magistério), complementada pelo Regime Jurídico Único (Lei 002/94), uma vez que o MUNICÍPIO DE BARCARENA admite que são essas legislações municipais aplicáveis à categoria, após a decisão LIMINAR que determinou a SUSPENSÃO imediata de todos os efeitos jurídicos da lei complementar nº. 003, de 21 de dezembro de 2010 (PCCR-Plano de Cargos, Carreira e Remuneração), do Município de Barcarena.

Cláusula segunda

O MUNICÍPIO DE BARCARENA se compromete, no PRAZO MÁXIMO DE DOIS MESES, a contar desta data a reduzir a carga horária de funcionários temporários – especialmente daqueles que exerçam funções nas áreas da educação – ao mínimo indispensável – devendo ser ampliado o quantum correspondente na carga horária de trabalho de servidores concursados (incluindo aqueles ocupantes de cargos técnicos, nos termos dos art. 19 e 20 do Estatuto do Magistério), os quais tenham manifestado interesse em trabalhar mais, através de requerimento junto a Administração Municipal, pois é certo que possuem prioridade lógica e jurídica, até mesmo porque não haveria o preenchimento do requisito legal da “necessidade” de contratação temporária, no caso de servidores concursados poderem desempenhar, satisfatoriamente, as respectivas atividades, ressaltando-se que a ampliação da carga horário pleiteada não confere direito adquirido.

Cláusula terceira

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se a aplicar, A PARTIR DESTA DATA e independentemente da criação de qualquer comissão, a progressão horizontal por antiguidade, através da elevação automática à referência superior – a cada interstício de dois anos de efetivo exercício no Município de Barcarena – para todos os servidores do magistério, objetivando exclusivamente o reenquadramento do servidor na carreira, o que deve ser feito a partir de 16/10/1996, por ser esta a data do início da vigência dos arts. 15 e 16 da Lei 1.899/96, que disciplinam a matéria.

Cláusula quarta

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se em estudar, NO PRAZO MÁXIMO DE 60 (SESSENTA) DIAS, a contar desta data – apresentando resposta por escrito ao SINTEPP – se há possibilidade de aplicar a progressão vertical, através da elevação automática do Grupo Ocupacional de Magistério de uma para outra categoria funcional, devido a obtenção de nova qualificação, de acordo com o artigo 17 do Estatuto do Magistério.

Cláusula quinta

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se em estudar, NO PRAZO MÁXIMO DE 60 (SESSENTA) DIAS, a contar desta data – apresentando resposta por escrito ao SINTEPP – se há possibilidade de implementar, a partir da próxima lotação (ano letivo 2015), o disposto no art. 20 do Estatuto do Magistério, no qual estabelece que a jornada de trabalho do professor deve ser constituída de atividades docentes em sala de aula e atividades extra classe, em consonância com a lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008, que determina em seu art. 2º parágrafo 4º, que na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terço) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os educandos.

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Cláusula sexta

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se em aplicar, desde já e voluntariamente, a gratificação de 20% de magistério e compromete-se também a estender a gratificação de 20% aos professores auxiliares, nos termos do art. 31, inc. IV, da Lei nº 1.899/96;

Cláusula sétima

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se em implementar, IMEDIATAMENTE, a gratificação de 20% regência de classe, nos termos do art. 31, inc. I, da Lei 1.899/96

Cláusula oitava

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se em implementar, IMEDIATAMENTE, a gratificação de 20% regência de classe para readaptados, no termos do art. 32, parágrafo único, da Lei 1.899/96 e art. 24 do Regime Jurídico Único;

Cláusula nona

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se em implementar, IMEDIATAMENTE, a gratificação de 35% para desempenho das funções em estabelecimentos de ensino destinados exclusivamente a classe de educação especial, ou seja, para todos os funcionários lotados na escola Santa Joana, com prioridade de lotação ao trabalhadores em educação do quadro efetivo, dentre os quais, serventes, professores auxiliares e demais categorias de professores;

Cláusula décima

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se em implementar, IMEDIATAMENTE, a gratificação de 30% para servidores que estejam em exercício do cargo técnico, prevista no art. 31, inc. V, da Lei 1.899/96

Cláusula décima primeira

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se, até agosto de 2015 em apresentar projeto de lei ao legislativo, para o fim de regulamentar a Gestão Democrática do ensino, através de eleição para diretores de escolas, de acordo com o estipulado no Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014) e demais leis nacionais.

Cláusula décima segunda

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se em implementar, NO PRAZO MÁXIMO DE TRES MESES, a contar desta data, a licença para aperfeiçoamento e pós-graduação dos servidores que deverá ser concedida sem prejuízo do pagamento dos respectivos vencimentos aos beneficiados.

Cláusula décima terceira

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se a aplicar, IMEDIATAMENTE, a gratificação de incentivo ao aperfeiçoamento, para todo e qualquer servidor municipal, que tenha concluído o curso de pós-graduação, nos termos abaixo:

- 15% sobre a remuneração fixa, para quem tenha concluído o curso de Especialização;- 20% sobre a remuneração fixa, para quem tenha concluído o curso de Mestrado;-35% % sobre a remuneração fixa, para quem tenha concluído o curso de Doutorado;

Cláusula décima quarta

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se a regulamentar, EM ATÉ TRÊS MESES, a partir desta data, o prêmio para produção de obras e publicações de interesse da Educação e cultura, estabelecendo critérios objetivos, bem como a premiação cabível;

Cláusula décima quinta

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se – NO PRAZO MÁXIMO DE 60 (SESSENTA) DIAS – em estudar a possibilidade de reconhecer os servidores de escola (agente administrativo, agente de portaria e agente de serviços gerais) como profissionais da educação escolar, conforme estabelecido pela Emenda Constitucional 53 de 19.12. 2006, que alterou o art. 206 C.E. e regulamentado pela lei número 12.014 de 06 de agosto de 2009, que alterou o art. 61 da LDB e resolução nº 05/10 de CEB do CNE, o qual estabelece as Diretrizes de Carreira especificadas para os Servidores da Educação não Docentes

Cláusula décima

O MUNICÍPIO DE BARCARENA compromete-se – a depender da decisão da cláusula anterior - em pagar um vencimento no valor de R$ 1.086,00 (um mil e

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sexta oitenta e seis reais), para aqueles que tenham formação igual ou superior ao nível médio de ensino, bem como ocupem cargos de Apoio Escolar e Administrativo, levando em consideração que as leis vigentes, supra mencionadas, tratam da valorização destes profissionais, tendo como forma de reajuste anual o PSPN do Magistério.

Cláusula décima sétima

O descumprimento pelo MUNICÍPIO DE BARCARENA de quaisquer dos presentes compromissos, nos prazos aqui ajustados, resultará na aplicação de multa pessoal ao Secretário de Educação, ocupantes do cargo à época do descumprimento, bem como ao Prefeito Municipal Antônio Carlos Vilaça, limitada ao último dia de seu mandato, no valor R$ 2.000,00 (dois mil reais) por mês, para cada um desses responsáveis, o que deverá ser depositado na conta corrente nº 3001121, agência 022, BANPARÁ, cujo correntista é o SINTEPP (subsede Barcarena) que aqui se compromete, inclusive, a ratear o total apurado entre os servidores públicos diretamente prejudicados pela inobservância dos termos das cláusulas não cumpridas.

Cláusula décima oitava

O SINTEPP e o MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL se comprometem a condicionar a execução judicial das multas por descumprimento de cláusulas aqui ajustadas, a comprovação de que foi apresentado requerimento administrativo ou o oficio para Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desenvolvimento Social (SEMED), no qual tenha sido pleiteado o cumprimento de alguns dos ajustes, devendo, inclusive, ser aguardado o prazo máximo em caráter improrrogável de 60 dias, para que a Administração Pública apresente sua decisão em resposta à situação.

Cláusula décima nona

O presente instrumento de acordo, ora firmado, terá sua eficácia a partir de sua assinatura, com prazo indeterminado de duração, desde que as legislações que o fundamentam continuem em vigor, ou seja, desde que não sejam substituídos pela promulgação de novas leis que disciplinem especificamente a matéria, ou no caso da Lei Complementar nº. 033, de 21 de dezembro de 2010 (PCCR- Plano de Cargos, Carreira e Salários, do Município de Barcarena), voltar a vigorar, em definitivo.

Cláusula vigésima

O MUNICÍPIO DE BARCARENA se compromete a pagar todas as verbas, decorrentes dos direitos aqui garantidos, a partir desse mês de novembro de 2014, as quais deverão ser quitadas até o QUINTO DIA ÚTIL de dezembro de 2014.

Cláusula vigésima primeira

O SINTEPP e o MUNICÍPIO DE BARCARENA elegem o foro desta comarca de Barcarena, de comum acordo, para que quaisquer questões judiciais decorrentes deste termo de acordo sejam dirimidas pela justiça.

Fonte: TAE.

Em relação a esses compromissos acertados no TAE, vale ressaltar que

algumas das gratificações que o governo municipal se compromete em implementar

imediatamente, já faziam parte da remuneração dos docentes à época do acordo, visto

que nunca foram suprimidas da remuneração dos servidores, tais como a regência de

classe e gratificação de magistério. Entretanto, nem todas as vantagens garantidas pelo

Estatuto do magistério foram cumpridas, visto que decorridos os 60 dias após a

assinatura do TAE, os professores continuam sem o direito de progressão funcional

vertical e algumas gratificações decorrentes de progressão horizontal.

Conclusão

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Para enfrentar o desafio da valorização dos profissionais da educação no Brasil

emerge a luta dos professores por meio de suas organizações de classe como a CPB e a

CNTE. Por meio de manifestações, greves, caravanas, protestos e ocupações, os

professores foram conseguindo seu espaço e com isso ajudando a constituir condições

de trabalho e políticas educacionais favoráveis, mas ainda insuficientes para sua

valorização profissional.

As entidades de organização docente foram constituídas na luta pela valorização

profissional, para que houvesse o reconhecimento da profissionalização, garantia de

carreira, piso salarial profissional nacional, enfim, garantia dos direitos sociais. Com

isso criaram-se associações que após a Constituição de 1988 foram transformadas em

sindicatos.

No município de Barcarena, a primeira associação de professores foi criada em

1982 e posteriormente transformada sem sub-sede do SINTEPP. Por meio de pressão

política (greves, paralisações, seminários de formação, caravanas) e embates judiciais a

organização docente vem influenciando a configuração da carreira a da remuneração

docente naquele município. A Carreira teve seu momento de ascensão com a

implementação do PCCR/2010, assim como perdas consideráveis com a suspensão do

Plano a partir de 2014, por medida judicial (ADI/2014) impetrada pela Prefeitura

municipal. Não obstante, consideramos que a legislação nacional (LDB, Lei que

instituiu o PSPN) e leis municipais como a Lei nº 1.899/96 (Estatuto do Magistério),

complementada pela Lei 002/94 (Regime Jurídico Único) garantem aos profissionais da

educação alguns direitos típicos da carreira docente, como movimentação na carreira,

gratificações, piso salarial, 1/3 da jornada para horatividade, dentre outros direitos. O

grande desafio é fazer com que esses direitos sejam cumpridos e neste sentido, a ação

do SINTEPP tem sido essencial.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

- Participação como ouvinte da Oficina: Normas da ABNT, ministrada pela bibliotecária

Bernadete Costa de Oliveira, promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Educação

da Universidade Federal do Pará, no dia 25 de agosto de 2014.

- Apresentação do trabalho intitulado “A remuneração dos professores da educação

básica após o FUNDEF/FUNDEB e o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) no

município de Barcarena” no XXV Seminário de Iniciação Científica da UFPA,

realizado no período de 09 a 19 de setembro de 2014.

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- Participação como ouvinte do II Seminário de História da Infância na Amazônia e IV

Colóquio Constituição do Sujeito, Cultura e Educação, do Grupo de Pesquisa Educação,

Cultura e Organização Social (ECOS) realizado no período de 22 a 24 de outubro de

2014 em Belém/PA.

- Participação como ouvinte do II Simpósio de Literatura Infanto-juvenil e Formação de

Leitor na Amazônia, ocorrido na UFPA, nos dias 03 e 04 de novembro de 2014.

- Participação como ouvinte na I Jornada de Educação Infantil do Grupo de Estudos e

Pesquisa em Infância e Educação Infantil, ocorrida nos dias 17 e 18 de 2014.

- Apresentação de trabalho na modalidade Pôster intitulado: “A remuneração dos

professores da educação básica após o FUNDEF/FUNDEB e o piso salarial profissional

nacional (PSPN) no município de Barcarena”, ocorridos nos dias 25, 26 e 27 de

novembro de 2014, no XII Seminário Nacional de Políticas Educacionais e Currículo e I

Seminário Internacional de Políticas Públicas Educacionais, Cultura e Formação de

Professores.

- Participação na Oficina de Cartografia: Alfabetização Cartográfica, realizada no dia 11

de dezembro de 2014, na UFPA.

- Participação no Treinamento do Portal de Periódicos Capes - Universidade Federal do

Pará – UFPA, ocorrido nos dias05 e 06 de maio de 2015.

- Participação como ouvinte no evento “Diálogos Científicos sobre Gestão Democrática:

PNE e a democratização da gestão: os desafios e perspectivas do Estado brasileiro

diante da crise”, realizado no período de 24 a 26 de junho de 2015, no Instituto de

Ciência da Educação ICED – UFPA.

- Apresentação do trabalho intitulado “O Processo de Instituição da Carreira Docente no

Município de Barcarena”, na modalidade Apresentação Oral, no 35º Encontro Nacional

de Estudantes de Pedagogia (ENEPe), realizado no período de 12 a 19 de julho de 2015,

na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba-PR, com o tema “20 ANOS

DA LDB, E AÍ!? A Democratização do Ensino Público no Brasil”, realizado no período

de 12 a 19 de julho de 2015, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba–PR.

- Participação na condição de expositora na Semana do Calouro de pedagogia da UFPA,

no período de 03 a 06 de março de 2015 – Campus Belém.

- Participação como ouvinte na Oficina de Word Acadêmico. – UFPA, no dia 05 de

agosto de 2015, das 9h as 12h.

REFERÊNCIAS

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DIFICULDADES: Não houve.

PARECER DO ORIENTADOR: A aluna teve bom desempenho no desenvolvimento de suas atividades como bolsista, apresentando perfil favorável como futura pesquisadora.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

DATA: 10/08/2015

ASSINATURA DO ORIENTADOR

____________________________________________ASSINATURA DO ALUNO