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O PROCESSO DE REGULAMENTAÇÃO
DA PSICOPEDAGOGIA:
DA P.L. 3124/97 A P.L. 3512/10
CAPACITAÇÃO PARA OS DIRETORES DE MOBILIZAÇÃO
ESTADUAIS, DISTRITAIS E MUNICIPAIS DO SINDICATO
(DME, DMD e DMM) E DEMAIS PSICOPEDAGOGOS.
SINDICATO DOS PSICOPEDAGOGOS DO
BRASIL
CNPJ: 24.158.942/000160
RUA 13 DE MAIO, 883, CENTRO-NORTE
TERESINA-PI
64000-150
JOSSANDRA COSTA BARBOSA
TERESINA- PIAUI
2016
2
SUMÁRIO: PAG.
1. Nota Introdutória 03
2. O projeto de Lei 3125/97 05
3. O projeto de Lei 3512 de 2008 ao 3512 de 2010 20
4. As emendas no projeto de Lei 3512/10 25
5. Campanha Regulamentar Psicopedagogia de Verdade 39
6. Palavras finais 41
7. Consulta Bibliográfica 42
3
Nota Introdutória
O presente estudo surgiu da necessidade urgente do
sindicato dos psicopedagogos intervir no processo de regulamentação da
psicopedagogia.
Tal projeto perdura por mais de 19 anos. Nos últimos anos o projeto
foi modificado com emendas e está na reta final de aprovação.
Contudo a redação final do projeto não beneficiará a categoria, pelo
contrário trará inúmeros prejuízos como a diminuição das horas de aulas na
formação do psicopedagogo, a proibição de realizar diagnóstico, a ausência
de um conselho federal, a inclusão de outras áreas dentro da
psicopedagogia e muito mais.
O Sindicato dos Psicopedagogos do Brasil- SINDPSICOPP-BR é
uma entidade jurídica classista que tem como principal objetivo lutar pelos
direitos dos psicopedagogos. Por ser uma entidade que representa o
trabalhador em psicopedagogia sua atuação se dá em todos estados e
esferas públicas e particulares.
O sindicato de psicopedagogia do Brasil é resultado do movimento
popular de psicopedagogia criado em 2013 no Piauí, com as primeiras
ações de psicopedagogia em praça pública. Atualmente o sindicato possui
uma diretoria nacional, representações estaduais de cada Estado,
representantes dos municípios que podem estar reunidos em um distrito
para melhor organização da diretoria.
Este estudo traz aos psicopedagogos e diretores deste sindicato um
espaço para debate sobre seguintes aspectos: O que é a regulamentação da
psicopedagogia? Qual seu processo histórico? Qual o conteúdo do projeto
de lei 3412/10? Qual o teor das modificações na PL 3512/10? O que
favorece e não favorece neste projeto de lei aos psicopedagogos? Qual a
visão sindical para o processo de regulamentação da psicopedagogia?
Quais estratégias são necessárias para que tais mudanças na P.L não sejam
aprovadas?
4
Esperamos que este estudo venha esclarecer à diretoria os aspectos
relacionados a regulamentação da nossa profissão. Mostrando aos
companheiros de luta que precisam estar atentos, preparados e capacitados
para lutar por uma Regulamentação de verdade, que realmente traga
benefícios legais a categoria e a toda sociedade brasileira.
Regulamentar a psicopedagogia através de um projeto de Lei é um
processo político que tornará legalmente “profissão que na prática já
existe”. A lei, apenas, deve estabelecer critérios de quem será este
profissional, qual será seu mercado de atuação, principalmente quais suas
funções, além de estabelecer penalidades para os profissionais.
A psicopedagogia tem urgência de ser regulamentada, mas devemos
nos recusamos que ela seja a qualquer custo, sob a influência de outros
conselhos de profissão como o da Psicologia e com interesses exclusos
como os da Associação Brasileira de Psicopedagogia.
Como sindicato é nosso dever lutar pelos nossos direitos. Desta
forma só podemos lutar por aquilo que realmente acreditamos e
conhecemos.
Convido você diretor nacional, estadual, distrital ou municipal
(DME,DMD e DMM) deste sindicato a realizar este estudo com atenção,
dedicação com olhar e escuta psicopedagógica. Onde a crítica, a
interdisciplinaridade e a pesquisa sejam bandeira de luta.
Entre na luta pela Regulamentação. Conscientize sua região. Procure
os senadores e deputados de sua região, precisamos de apoio político. Leve
este estudo para sua sala de aula, para seu local de trabalho, para formações
de profissionais, para as redes sociais, para rádios e TV.
Juntos, somos mais forte! Na luta pela valorização da psicopedagogia
devemos compreender que não é uma luta isolada, de uma ou outra
instituição. Mas sim de toda a categoria. Como sindicato é nossa
responsabilidade zelar pelos interesses da coletividade. Tudo que
conquistamos hoje nós beneficiará, mas principalmente aos futuros
psicopedagogos que continuarão esta luta e nos terão como inspiradores.
Não podemos deixar de lembrar que a regulamentação da
psicopedagógia não irá resultar em benefícios exclusivos para os
psicopedagogos e sim para toda a sociedade brasileira que poderá ter
5
acesso aos serviços destes profissionais nos mais diversos ambientes de
trabalho. Podendo assim receber apoio, orientação e tratamento
psicopedagógico no âmbito público ou privado.
Desta forma a psicopedagogia, é uma profissão de fato, mesmo que
não regulamentada, mas que na pratica já está incluída nos rol das terapias
necessárias a reabilitação cognitiva, tratamento de síndromes e transtornos.
Além do mais a presença deste profissional já realidade em muitas escolas,
hospitais públicos e privados, nas instituições governamentais de
atendimento psicossocial. Também já pode ser considerada uma atividade
ecomicamente produtiva e contribuidora com a sociedade brasileira.
Convidamos você diretor sindical para entrar nesta luta.
Seja atuante. Estude, lute e Acredite que tudo é possível. Só
precisamos acreditar, nos unir e lutarmos.
Grande abraço.
Jossandra Barbosa (Presidente do SINDPSICOPP-BR)
6
2. O projeto de Lei 3125/97
O primeiro projeto de Lei em prol da regulamentação da
psicopedagogia foi a P.L. 3125/97. Criada pelo deputado Barbosa Neto em
1997.
Este projeto de lei foi à audiência pública dia 06 de junho de 2001 na
câmara dos deputados, na comissão de Educação, cultura e Desporto,
participante do debate a profª Ana Mêrces Bahia Bock (presidente do
Conselho Federal de Psicologia; profº Roberto Sirqueira (Presidente do
Sindicato dos Pedagogos de São Paulo) , profª Adriana Marcondes (do
Serviço de Psicologia Escolar do Instituto de Psicologia da USP) , Beatriz
Judith Scoz (Ex- presidente da ABpp ), Maria Aparecida M. Neves
(professora e doutora em psicologia, Maria Cecília Almeida (pedagoga e
psicopedagoga) e Edith Rubstein (que na época era presidente do Sindicato
dos Pedagogos e também já foi presidente da ABPP).
De início já percebemos a presença forte da psicologia nesta sessão.
Também adiantamos que tal projeto não foi aprovado. Vamos reproduzir
algumas falas da ata desta sessão publicada na Revista da Associação
Brasileira n º. 53 e 54/ volume 19/ ano 2001.
A Sr. Ana Mêrces Bahia Bock , presidente do CFP (conselho federal
de psicologia) deu inicio as falas e já começou dizendo que o projeto era
um equívoco e continuou:
Não há qualquer necessidade de criação desta profissão. Por que? Porque a
atividade da psicopedagogia é nascida da interseção da Psicologia com a
pedagogia. E a praticam de forma competente...além disso os psicólogos
terão um duplo registro, pois a psicopedagogia é uma de suas atividades.
Para exercerem sua profissão, os psicólogos , já fazem seus registro nos
conselhos de psicologia, portanto uma dupla vinculação profissional sem
necessidade.
E ela continua (...)
A criação deste profissional também é um equívoco porque parece esconder interesses que não
são explicados. Porque os psicólogos que já exercem já tem sua profissão regulamentada...
E mais a frente ela complementa:
(...) os pedagogos também estão contra este projeto, porque eles, ainda, não estão
regulamentados.
7
Em sua conclusão ela diz quando a psicopedagogia deveria ser
regulamentada (uma nova profissão criada):
(...) quando o conjunto a qual está inserida não há serve mais. Quando esta
tiver um saber próprio... O processo educacional é objeto da pedagogia. O ser
que aprende é objeto da psicologia. Articular o conhecimento e produzir
saber é tarefa do professor. Não há nada específico que justifique a criação de
uma nova área e menos ainda uma nova profissão.
Ela ainda finaliza:
Queremos manter a psicopedagogia mo atividade do campo da psicologia e
da pedagogia... A psicopedagogia pode se tornar um grande risco de
patologização dos processos escolares. As crianças que não aprendem não
devem jamais ser tomadas como crianças com dificuldades de aprendizagem.
Quando uma criança não aprende , falhou o processo ensino-aprendizagem e
não há a criança. Instalar na sociedade um pensamento de que as crianças que
não aprendem devem ser tratadas por um profissional é algo diferente do que
possuirmos na psicologia e na pedagogia.... Criar esta profissão além de um
equívoco é contribuir para o ocultamento dos reais problemas da educação,
além de estimular a criação de um enorme corpo docente oculto que existe e
sobrevive graças a má qualidade do ensino brasileiro.... Nós, psicólogos,
estaremos contra até o fim porque lutamos pela melhoria da educação
brasileira.
Revista da ABPp nº 54, v. 19 ano 2001 p. 5-6
Antes de passarmos para as próximas falas, vamos discutir alguns
aspectos ressaltados pela então presidente do CFP, pois sua fala contribuiu
para o arquivamento deste projeto.
Os primeiros relatos das atividades psicopedagógicas no Brasil estão
no livro Distúrbios Psiquiátricos da Criança do Dr. Haim Grunspun de
1966. Neste livro encontramos 77 páginas em três capítulos propostas de
Intervenções Psicopedagógicas (com este nome) cuja proposta era trabalhar
com crianças com transtornos mentais com atividades motoras, rítmica,
intervenção familiar, escolar, atenção, concentração, memória dentre
outras. Entretanto não encontramos nesta literatura nenhuma definição ou
descrição de quem é este profissional.
Já nas décadas posteriores principalmente 80 e 90 aumentam as
publicações acerca da psicopedagogia principalmente com a criação da
Revista da Associação Brasileira de Psicopedagogia, como também
publicações de livros que até hoje são estudados como Realidade e
Fracasso Escolar de Edith Rubeinstein , A psicopedagogia no Brasil de
Nadia Bossa, Psicopedagogia Clínica de Maria Lucia Weiss,
8
Psicopedagogia: contextualização, formação e atuação profissional org.
Beatriz Scoz, Psicopedagogia Institucional Aplicada de Eloisa Fagali e
Zelia Vale e outros.
A região sul e depois sudeste, foram pioneiras nos estudos, cursos,
grupos de formação e centros de pesquisas e atuação em psicopedagogia. A
influência dos Argentinos Jorge Visca, Sara Pain, Alicia Fernadez e outros
estão marcados em livros como Epistemologia Convergente, O diagnóstico
das dificuldades de aprendizagem, Idiomas do Aprendentes,
respectivamente, publicados por estes psicopedagogos traduzidos no Brasil
e estudados até hoje nos cursos de formação em psicopedagogia dentre
outros trabalhos destes autores.
As primeiras formações em psicopedagogia se deram em nível de
capacitações e formações livres com cursos que iam até 720 horas e não
eram considerados especializações. A partir da década de 90 os cursos
passaram a ser nível de especialização. Mas ainda eram cursos longos, com
carga horária extensa, preocupados com base teórica que eram realizados
principalmente (e quase que totalmente) por psicólogos ou pedagogos.
A partir dos anos 2000 tudo mudou. Centenas de faculdades
registraram o curso de especialização em psicopedagogia no MEC, mas não
mais como um único curso, mas sim como vários e assim surgiu o curso de
especialização em psicopedagogia clínica, psicopedagogia institucional,
psicopedagogia e educação infantil, psicopedagogia e educação especial e
muitas outras denominações com carga horária a partir de 360h e
profissionais de todas as áreas passaram a fazer os cursos de
psicopedagogia.
Esta breve retrospectiva é suma importância para compreendermos a
fala da Presidente do Conselho Federal de Psicologia em 2001. Tínhamos
uma psicopedagogia iniciante no país, onde a maioria dos profissionais ou
eram psicólogos ou pedagogos. Desta forma não havia muitos consultórios
independentes, nem profissionais em empresas, ou outras instituições como
temos hoje. Ou eram pedagogos que usavam a psicopedagogia como
complemento de sua formação ou psicólogos que se especializavam na área
psicopedagógica para complementar sua atuação na psicologia escolar ou
na clínica.
9
Sabendo disto conseguimos compreender a fala da Sra. Ana Mêrces
Bahia Bock, de estar preocupada com a desvinculação da psicopedagogia
das áreas da psicologia e pedagogia.
Entretanto seus argumentos nos dias de hoje já não mais refletem a
realidade da psicopedagogia, que ultrapassou as fronteiras da pedagogia e
da psicologia.
Vários dos seus argumentos são facilmente refutados atualmente, por
exemplo, ela argumenta que os profissionais da psicologia vão ter duplo
registro. Isto será uma escolha do psicólogo. Na medida que ele não é
psicólogo e psicopedagogo ao mesmo tempo, ele é um de cada vez. Na
atuação profissional o psicólogo não é um psicólogo psicopedagogo, mas
sim um psicólogo que exerce a psicologia, assim como o fonoaudiólogo
que exerce a psicopedagogia. Vamos explicar isso melhor.
O profissional de psicopedagogia no exercício de sua profissão não
executa as funções do psicólogo, do psicanalista, do terapeuta ocupacional,
do fonoaudiólogo, nem do professor, nem de qualquer outra profissão, mas
sim de psicopedagogo.
Desta forma sendo ele um psicólogo no exercício da psicopedagogia
não irá realizar terapia psicológica como gestalt ou TCC – terapia
comportamental, mas sim a terapia psicopedagógica seja ela focada na
epistemologia convergente, na psicanálise ou ainda na teoria dos
multissistemas e positiva como aborda a psicopedagoga Jossandra Barbosa.
Desta forma no exercício da psicopedagogia a formação inicial do
psicopedagogo não conta como prioridade (até porque atualmente temos
psicopedagogos formados na área da saúde, educação exata e humana, até
mesmo da jurídica).
Diante disto se o psicopedagogo provém de uma formação onde já
existe conselho, é sua inteira responsabilidade a escolha se vai atuar na
formação inicial ou na psicopedagogia, se vai atuar nas duas deve ser
registrar SIM nos dois conselhos (quando o de psicopedagogia for criado).
Isto porque é completamente possível você ser psicólogo numa clínica no
turno da manhã e ser psicopedagogo em outra clínica no turno da tarde, ou
até na mesma clínica. Desta forma este profissional não está exercendo
somente uma função (a de psicólogo), porém duas funções separadas e
distintas.
10
Ainda dentro deste argumento, não podemos deixar de falar que
quando a Dra. Ana Mêrces Bahia Bock discursa em defesa da psicologia,
defendendo o interesse de sua categoria, como fica claro quando afirma que
a psicologia já é regulamentada. E aí perguntamos: E as demais categorias?
E todas as outras categorias que também fazem pós-graduações em
psicopedagogia? Ressaltamos que devemos compreender que ao fazer o
curso de psicopedagogia e a profissão ser regulamentada o profissional
passar a ser psicopedagogo independente de sua graduação, todos são
iguais e todos possuem os mesmo direitos e deveres.
Importante: Todos os que mesmo não tendo o curso de
psicopedagogia mas que atuam por alguma legislação anterior a lei , por
exemplos nos ano além do curso de especialização existia os cursos de
formação em psicopedagogia e mestrados em psicopedagogia, há um artigo
que garante a estas pessoas o exercício por DIREITO ADQUIRIDO OU
EXERCÍCIO RESGUARDADO.
Ainda nos argumentos da Dra. Ana Mêrces Bahia Bock podemos
discordar quando ela diz que a psicopedagogia é uma interseção da
psicologia e da pedagogia. Hoje sabemos que a psicopedagogia já rompeu
esta dicotomia e que é uma área multidisciplinar não somente no Brasil,
como também em todos os outros países que ela se encontra.
Outro argumento que influenciou o completo fracasso do projeto de
lei 3124/97 foi que a psicopedagogia retirava do sistema educacional a
culpa dos problemas de aprendizagem patologizando os alunos e tratando
suas dificuldades de aprendizagens como doenças.
Passado 19 anos da PL 3124/97 a psicopedagogia foi uma das áreas
que mais contribui com estudos, pesquisas e produção científica sobre os
problemas educacionais brasileiros. E nenhum momento os autores da
psicopedagogia e seus colaboradores atribuíram como culpados por tais
problemas os alunos, ou mesmo seus professores.
A psicopedagogia tem realizado um estudo abrangente dos
problemas educacionais em nosso País. Tem contribuído com as discussões
sobre o processo de inclusão das pessoas com deficiência, das diretrizes
curriculares, com a criação dos PCN, com novas abordagens pedagógicas,
com a construção de materiais e recursos para a Tecnologia Assistiva, com
a formação de professores, gestores e coordenadores escolares, como
11
também com o trabalho preventivo dentro das escolas, empresas,
instituições assistenciais governamentais tanto para criança, jovens e
adultos.
A psicopedagogia rompeu a barreira de discutir somente os
problemas da sala de aula. Hoje seu objeto de estudo é Aprendizagem
humana. A Dra. Ana Mêrces Bahia Bock coloca que o ser humano é o
objeto de estudo da psicologia. Já a psicopedagogia estuda como este ser
humano aprende. Quais os mecanismos de facilitação deste processo.
Como prevenir e intervir nas dificuldades que podem ocorrer durante o
processo ensino-aprendizagem. E vai além, ela procura compreender,
discutir e encontrar soluções para que não somente a aprendizagem escolar
seja satisfatória e significante, e sim toda a aprendizagem humana
independente da idade escolar, contexto social ou situação econômica. Não
é um discurso proletário ou populista em defesa dos mais humildes, é por
toda a humanidade. Porque a Aprendizagem é indispensável à evolução de
nossa espécie. Ela é a responsável pela perpetuação de nossa raça. Tudo
que a dificulta, limita ou atrasa este processo evolutivo deve ser
investigado, intervisto e prevenido.
A psicopedagogia rompeu as paredes dos consultórios brancos, das
salas de aulas e dos muros da pedagogia e psicologia e atingiram outros
ambientes e ciências como a Robótica, a Psicomotricidade, a Psicanálise, a
Sociologia, a Filosofia, a Matemática, a Linguística e continua se
expandindo na infinita busca de solidificação, de construção teórica e de
status científico.
Desta forma, hoje, os profissionais da psicopedagogia não estão em
busca de compreender o fracasso escolar (o não aprender), mas o contrário,
como se dá a aprendizagem humana. E assim contribuir de forma
preventiva, terapêutica e científica com a população civil, como também
cientifica brasileira.
A sociedade brasileira já reconhece a importância dos profissionais
da psicopedagogia, principalmente aqueles que possuem filhos com
deficiência, síndromes ou transtornos que necessitam com frequência dos
serviços psicopedagógicos e que por sua vez é dificultado pela falta deste
profissional no mercado de trabalho do setor público. Fazendo com que
estas famílias onere sua renda econômica.
12
Alguns desses familiares ou grupo deles se organizaram em
associações e entraram com representatividade jurídica para garantir aos
filhos atendimento público de terapia psicopedagógica, infelizmente a falta
de regulamentação resulta em arquivamentos destes processos porque os
planos de saúde argumentam que não é um profissional cadastrado no
conselho nacional de saúde e por isso não podem credencia-los. Ficando
estas famílias desassistidas do tratamento psicopedagógico.
Na fala da Dra. Nívea Maria de Carvalho Fabrício, também
psicóloga, presidente em exercício, na época, da ABPp, com uma visão
contrária a fala da Dra. Ana Mêrces Bahia Bock mostrou com argumentos
ainda não muito consolidados a importância da legalização da
psicopedagogia naquela data. Algumas partes são importante de nossa
reflexão hoje:
Somos pela legalização de uma área já legitimada pela sua ação social. Não
podemos negar a legitimidade da ação social da psicopedagogia. (...) já há
372 cursos instalados em nosso pais em nível latus sensu formando em média
50 alunos por turma. Todos os Estados Brasileiros já á profissionais
trabalhando. Até Rondônia tem 12 cursos.
Ela continua citando uma carta aberta feita entre o Conselho Federal
de Psicologia e o Sindicato Nacional dos Psicopedagogos onde afirmavam
que a criação da profissão de psicopedagogia viria anular o espaço de
colaboração interdisciplinar da psicologia e da pedagogia veja o que ela diz
a este respeito:
(...) Gostaria de manifestar nosso espanto com os termos utilizados nesse
documento, uma vez que o surgimento da psicopedagogia surgiu da lacuna
criada pelo parelelismo dessas áreas, os quais , ainda que interdisciplinares
alguns aspectos não atendam as necessidades as práticas e do cotidiano
escolar.
Revista da ABPp nº 54, v. 19 ano 2001 p. 7-8.
A Dra. Nívea Maria de Carvalho Fabrício continua seus argumentos
mostrando que a psicopedagogia há vinte anos já caminhava independente
da psicologia, com teses de doutorado, mestrados, congressos e outros
eventos científicos, contudo seus argumentos focaram apenas a realidade
escolar (por motivos já ressaltando anteriormente).
13
Ainda dentro da fala da Dra. Nívea nos chama atenção para os dados,
já em 2001 o número de cursos apresentados foi 372, mais de 300 cursos
criados em menos de uma década, totalizando numa perspectiva de
aumento de 18.600 profissionais.
Nos argumentos do atual projeto fala de 670.000 profissionais,
acréscimo de 650.000 em duas décadas 325.000 por década.
Acreditamos que este número é bem maior e que haja mais de um
milhão de profissionais formado em psicopedagogia. Hoje temos cursos
online que formam psicopedagogos em seis meses, uma única faculdade
com 30 ou mais polos com turmas de psicopedagogia que se formam de 8 a
12 meses, no máximo, na maioria dos cursos.
Estes dados são importantes para nosso estudo de hoje, porque
mostra que no debate do projeto 3124/97 os psicopedagogos estavam em
desvantagem numérica. Éramos poucos. Hoje somos milhares, com
graduações diversas sem falar que já temos graduações em psicopedagogia.
O que muda completamente o discurso de uma formação ligada a outra
profissão.
A Dra. Edith Rubinstein (também psicóloga e psicopedagoga)
apresentou defesa em nome da psicopedagogia, que, entretanto, não
convenceram o plenário. Em sua fala podemos observar duas partes
importantes:
(...) não somos um misto de pedagogos e psicólogos: construímos uma
terceira categoria... ( ...) criamos, adaptamos e reinterpretamos ferramentas
comum a vários profissionais sem para que isto tenhamos invadidos outros
territórios”.
E ela finaliza seu discurso com um argumento importante:
“ (...) pretendemos é que sejamos reconhecidos oficialmente para podermos
ser reconhecidos , democraticamente , participar de todos os benefícios a que
as categorias profissionais têm direitos”.
Revista da ABPp nº 54, v. 19 ano 2001 pag. 9-12
A última fala da Dra Edith Rubeinstein é de grade importância. Ela
resume o PORQUÊ regulamentar a psicopedagogia. Para que TODOS os
profissionais possam democraticamente usufruir de todos os direitos de
todas as outras categorias.
14
Que direitos são esses? São direitos trabalhistas como assinar carteira
de trabalho, entrar no serviço público através de concursos, piso salariais,
FGTS, previdência, hora de trabalho, aposentadoria, planos de saúde dentre
outros.
Para finalizar o estudo sobre a lei 3124/97 não podemos deixar de
comentar a fala do Então presidente do sindicato dos pedagogos de São
Paulo.
A fala do Sr. Roberto Siqueira Reis foi carregada de artigos que
provaram que a atuação do psicopedagogo da forma como estava inserida
no PL inferia nas atribuições do pedagogo, coordenador e do supervisor
escolar.
Ele questiona que o artigo 4ª (PRESTEM ATENÇÃO NESTE
ARTIGO, vamos voltar a ele várias vezes) que traz uma das atribuições do
psicopedagogo que é de intervenção psicopedagógica visando à solução
dos problemas de aprendizagem, tendo como enfoque o aprendiz ou a rede
pública do ensino público ou privado. (ESTE ARTIGO FOI REDIGIDO
DE OUTRA FORMA NO PROJETO P.L. 3512/10, EM UM DOS
INCISSOS, AGORA POR FIM ELE FOI COMPLETAMENTE
RETIRADO DO PROJETO)
O prof. Roberto Siqueira Reis trouxe ao plenário a Lei nº 5564/73
que prevê e estabelece as funções do orientador educacional que dentro de
suas atribuições está: coordenar a orientação vocacional, coordenar
processos de sondagem ao processo educativo, coordenar os processos de
sondagens de interesse, aptidões e habilidades do educando, sistematizar o
processo de acompanhamento dos alunos, dentre outras.
O prof. Roberto Siqueira Reis alegou na tribuna que as funções
estabelecidas como Intervenção psicopedagógicas eram no mesmo sentido
do orientador educacional assim contradizendo o que dizia o caput do art 4º
OLHA ELE DE NOVO) “São atribuições do psicopedagogo, sem prejuízo
do exercício e atribuições de outros profissionais” Ou seja provando assim
ao plenário que SIM, as intervenções psicopedagógicas dentro das escolas
(da forma como haviam sido expostos pelos defensores da psicopedagogia)
já eram atribuições LEGAIS de outros profissionais.
15
Na fala do prof. Roberto Siqueira Reis ele cita duas emendas que
foram anexadas neste processo (FORAM ARQUIVADAS) uma delas
trazia uma nova redação ao artigo 2º.
Art. 2º. Poderão exercer a profissão de psicopedagogo no país;
I- Os portadores do certificado de conclusão de mestrado em
psicopedagogia e de acesso restrito a graduados em Psicologia
e Pedagogia com cursos devidamente registrados.
Aqui chegamos a um ponto muito importante. Falamos que a Dra.
Nívea e Dra. Edith foram defensoras, representante da ABPP, pela
regulamentação da psicopedagogia. Afinal, que regulamentação?
Perceberam que as duas eram (e são) psicólogas? Certo. A
regulamentação não era do projeto 3124/97 na íntegra, do jeito que ele foi
escrito originalmente. Havia emendas (COMO TEMOS HOJE) que em
nenhum momento foram comentadas por elas em suas defesas e que em
nenhum momento são comentadas nos artigos, histórico, site ou falas dos
representantes da ABPP nem ao longo destes 20 anos, nem atualmente.
Vamos repetir para ver se você entendeu caro diretor sindical e
psicopedagogo. Se o projeto de lei 3214/97 tivesse sido aprovado no ano de
2001 como acabamos de ler, a defesa das pessoas que representaram a
psicopedagogia, com certeza muito de nós não seríamos psicopedagogos,
como nossa Presidente do sindicato a psicopedagoga Jossandra Barbosa
que tem como graduação Licenciatura em História pela Universidade
Federal do Piauí. Só poderiam se formar em psicopedagogia psicólogos e
pedagogos.
Esta parte é importante ficar atento, porque está acontecendo
novamente. Igualmente. O projeto que está em votação é o 3512/10,
contudo não com sua redação original, cheio de emendas que vamos
estudar mais a frente.
Voltando para o que o professor Roberto Siqueira Reis diz, ele se
mostra favorável as emendas (claro ele era pedagogo) e ele vai citando
outras emendas que em sua opinião “Vão se chocar gerando uma inflação
desordenadas de profissionais desqualificados para exercer a profissão
pretendida”.
16
Ele continua questionando o que são as intervenções
psicopedagógicas? Que métodos e instrumentos psicopedagógicos são
estes? O que é assessoria psicopedagógica dentre outros questionamentos.
Aqui abrimos duas discussões: Primeiro agradecemos ao prof. Roberto
Siqueira Reis se não fosse seus questionamentos sobre as emendas e
mostrar a fragilidade da psicopedagogia na época não estaríamos hoje
realizando este estudo e nem sendo psicopedagogos a maioria de nós. Em
segundo que suas indagações eram pertinentes para sua época e algumas
ainda são.
Os autores e cursos têm trabalhado os aspectos da avaliação
psicopedagógica, mas têm deixado de lado a intervenção. Assunto que
algum tempo a psicopedagoga Jossandra Barbosa tem abordado em sua
vides-aula, a necessidade urgente de construirmos referencial teórico sobre
as intervenções psicopedagógicos e sobre os instrumentos
psicopedagógicos.
Esta é uma área que não avançamos nos últimos vinte anos.
Continuamos com esta dúvida. Como intervir? O que usar?
Os livros que trabalham sobre estes dois aspectos são poucos
resumidos nas autoras Simaia Sampaio e Maria Lucia Weis. Mesmo assim,
as duas não construíram um referencial consistente. A primeira tem se
dedicado a atividades corretoras para a prática profissional e a segunda
lançou recentemente um aporte teórico, mas que ainda não supre a
necessidade profissional.
Autoras como Laura de Monte Serrat também tem trabalho sobre
intervenção psicopedagógica publicado sob sua coordenação que é um dos
melhores trabalhos com esta temática, mas já é antigo, não foi renovado e
nem continuado. Outros livros têm surgidos, mas sempre com foco nos
diagnósticos e outros aspectos, mas pouco tem se falado sobre a
intervenção e seus instrumentos.
Nós, como sindicatos precisamos fomentar a necessidade científica
de produção de conhecimento na área psicopedagógica. Nascemos da
prática, mas precisamos evoluir como área de pesquisa. De fundamentação,
de conceitos e de principalmente de profissionais que se dediquem a
mestrados e doutorados na área psicopedagógica e de sua abrangência.
17
Em sua fala final o prof. Roberto Siqueira Reis disse a parte mais
importante (e com certeza a que foi levada mais em consideração) a
formação do profissional psicopedagogo.
Ele argumenta que um pedagogo leva em média quatro anos e 4200
horas no mínimo para se formar com estágios, horas de laboratórios e
aulas. E ele questiona “Como aceitar que um pequeno curso de
especialização, com poucas horas de duração possa formar um
especialista que não seja antes graduado em Pedagogia ou psicologia
com capacidade para lidar com aluno- problema”?
Este é um ponto de extrema importância para nós, da diretoria
sindical. A formação profissional do psicopedagogo.
Um sindicato representa o profissional de uma determina área
(categoria). Representa em todos os aspectos legais, luta em defesa do
cumprimento dos seus direitos como também das conquistas destes.
Em 2001 no debate que estamos estudando era uma discussão entre
psicólogos e pedagogos. Mas hoje quem são os psicopedagogos. Por qual
profissional estamos lutando? A quem estamos defendendo? Quem é o
psicopedagogo hoje?
A resposta é: o advogado psicopedagogo, o professor psicopedagogo,
o psicólogo psicopedagogo, o pedagogo psicopedagogo, o analista de
sistema psicopedagogo, o astrônomo psicopedagogo, o ambientalista
psicopedagogo, a economista psicopedagogo, o artista psicopedagogo, o
psicanalista psicopedagogo, o fonoaudiólogo psicopedagogo, o gestor
psicopedagogo, o administrador de empresas psicopedagogo, o economista
psicopedagogo, enfermeiro psicopedagogo e muitos outros.
Diante de uma diversidade tão grande de psicopedagogos, será que
estamos lutando pelo mesmo profissional? Com tanta diversidade de
graduações, todos os psicopedagogos querem os mesmos direitos? As
mesmas obrigações? Ou até mais profundo, sabem os psicopedagogos
sabem o que realmente querem?
Escolher uma profissão ou carreira é um ato humano complexo que
traz consigo inúmeras conjunturas políticas, econômicas, ideológicas,
familiares, sociais e culturais.
18
Estamos falando de regulamentar uma profissão, de uma carreira
profissional. Entretanto, a realidade da psicopedagogia atual é de uma
formação rápida, complementar que leva a grande parte dos que fazem tal,
formação, a não seguirem carreira na área.
Desta forma é complexo defender a regulamentação de uma
profissão que sua formação é uma pós-graduação, ou seja, não é a profissão
que você escolheu exercer.
Observamos que há quase vinte anos atrás já havia sido discutida
esta questão: a importância de mudar o tipo de formação do
psicopedagogo.
Tantos os argumentos prós e contras ao projeto de regulamentação
mostraram a importância profissional e de atuação do psicopedagogo como
também mostraram a existência da profissão. Inegável e irrefutável. Porém
pouco foi feito nos últimos 19 anos para discutir, melhorar ou mudar a
situação da formação profissional. E pior, continuamos com o mesmo erro
no projeto de lei 3512/10 abrindo espaço para que a profissão continue
sendo exercida com a formação em pós-graduação.
Ainda na década passada alguns centros universitários iniciaram
cursos de graduação em psicopedagogia, algumas ainda hoje oferecem o
curso de forma privada como Bacharelado em quatro anos, com
mensalidades em média de 750,00.
Mas recentemente foi criado o curso de psicopedagogia, também
como Bacharelado, na Universidade Federal da Paraíba, nordeste brasileiro,
sendo a primeira universidade pública a oferecer uma graduação na área da
psicopedagogia, em 2016 foi inaugurado à clínica escola de psicopedagogia
da UFPB para atendimento a sociedade civil.
Ainda em 2016 o Sindicato dos Psicopedagogos do Brasil entrou
com uma carta consulta ao conselho do MEC solicitando a criação das
diretrizes do curso de psicopedagogia como GRADUAÇÃO.
A FORMAÇÃO PROFISSIONAL do psicopedagogo não pode
continuar como especialização porque como disse o professor Roberto
Siqueira Reis há quase vinte anos atrás “como pode se tornar um
profissional uma formação em especialização?”.
19
Temos o conhecimento que muitos cursos de especialização possuem
duração acima de 600 horas, com estágios, prática e excelentes professores
que por sua vez também se formaram através das especializações e que
exerceram ou exercem de forma responsável suas atribuições nos seus
ambientes de trabalho. Entretanto, são minorias.
A maioria dos cursos são rápidos, com 360 horas, segregados em
etapas como piscopedagogia clínica, psicopedagogia empresarial,
psicopedagogia institucional, psicopedagogia hospitalar, psicopedagogia e
saúde e outras variações. Dois terços destes cursos não há exigências de
estágios e nem de prática de laboratório. Não há fiscalização, supervisão e
nem professores da área da psicopedagogia na grade curricular. Sem falar
na disseminação dos cursos EAD, nos quais os alunos estudam somente
através de módulos, apostilas enviadas por e-mail, encontro uma vez no
semestre com professores, tudo isto torna a formação do psicopedagogo
frágil e insuficiente.
Desta forma como sindicato nos preocupamos com a qualidade da
mão de obra que está sendo inserido no mercado de trabalho. Profissionais
sem perfil para atuação psicopedagógica.
É diante destas questões que colocamos como uma necessidade a
revisão do artigo 2º. da P.L 3512/10 que continua abrindo espaço para uma
formação futura dos psicopedagogos como especialização. Mesmo
restringindo em psicologia, pedagogia, fonoaudiologia e as licenciaturas
continuará o problema de que esses profissionais não estão escolhendo a
psicopedagogia como carreira, como profissão, mas sim como
complementação de suas formações.
A PSICOPEDAGOGIA PRECISA QUE AS FUTURAS
GERAÇÕES A ESCOLHA COMO VOCAÇÃO, PROFISSÃO E
CARREIRA.
Sendo assim o sindicato sugere a retirada da emenda que determina
450 horas para a formação do psicopedagogo como especialização. Propõe
a categoria que seja feito uma emenda que traga um limite de tempo para as
especializações até o ano de 2021, daí em diante a formação em
psicopedagogia será apenas como graduação.
20
Por que um prazo de cinco anos? Porque o tempo que o MEC cria as
diretrizes curriculares e que as faculdades públicas e privadas ofereçam
cursos e vagas para a psicopedagogia.
Também é tempo para que o Sindicato dos Psicopedagogos do Brasil
trabalhe para aumentar a reserva de mercado para estes profissionais que
serão formados.
Como se dá isto? O sindicato estará atuando junto a câmaras
municipais para a criação do cargo de psicopedagogos no sistema público
de educação e saúde (porque não devemos focar somente nas escolas, mas
também nos ambulatórios da rede SUS, nos CAPS, nos presídios e outros
âmbitos).
Neste prazo o sindicato estará empenhando em construir o perfil
profissional deste trabalhador, a valorização da carreira, fomentando a
construção científica, orientando os profissionais já atuantes, os que vão se
formando ao longo deste prazo, divulgando a toda a sociedade quem é o
que faz e para qual o objetivo dos serviços oferecidos por estes
profissionais.
Desta forma num prazo de cinco anos a psicopedagogia deixa de ser
uma especialização e passará ser uma graduação valorizada, com mercado
para receber estes profissionais, com público, e com organização política
para acompanhar a atuação destes novos profissionais.
O mercado de trabalho do psicopedagogo já é considerável e pode se
tornar ainda maior. O número de concursos públicos ainda é pouco (por
volta de 12 vagas são abertas por ano), é necessário ações políticas para
pressionar as camâras municipais e dos deputados a criarem projetos
criando o cargo nas escolas públicas, como também fiscalizarmos se tais
profissionais estão sendo empossados e assumindo tais cargos. Até porque
o sindicato não luta somente pela criação da vaga no mercado de trabalho
como também por sua permeância.
Desta forma o sindicato precisa planejar e executar ações que
aumente o número de vagas de trabalho, abrindo assim, espaço para o
psicopedagogo em empresas, como também incentivar o trabalho
autônomo, o pequeno e micro empresário, as cooperativas. Tudo isto leva
tempo.
21
Além de que, o sindicato defende a criação de um conselho de
profissão que neste prazo já existirá e trarão definições, controle e
fiscalização sobre os profissionais.isto também levará um certo tempo para
sua organização.
O projeto de lei 3214/97 passou 10 anos de tramitação. Foi arquivado
no dia 31/07/2007.
Toda a tramitação, argumentos, emendas e defesas deste projeto você
acessa no seguinte link:
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposica
o=19139.
Como anexo desta apostila você está recebendo uma cópia deste
projeto de Lei.
22
3. O projeto de Lei 3512/08 ao 3512/10
Arquivado em 2007 o projeto de Lei 3125/97 saí de cena e entra em
cena um novo projeto elaborado um ano depois o P.L 3512/08 agora com a
Deputada Raquel Teixeira apresentada em plenário no dia 04 de junho de
2008.
O novo projeto traz algumas modificações em relação anterior,
basicamente foram:
1) O projeto de 1997 se apresenta como Regulamentação da
profissão e criação do conselho e os conselhos regionais de
psicopedagogia o de 2008 se apresenta somente como o projeto
de Regulamentação da profissão.
2) O projeto de 1997 estabelecia um parâmetro para os cursos:
Parágrafo Único. O currículo básico do curso de especialização referido no inciso I deste artigo será estabelecido pela Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação, a partir de proposta do
Ministério da Educação e do Desporto.
3) O projeto de 2008 não traz nenhum parâmetro para os cursos
deixando a critérios das faculdades.
4) O projeto de 1997 não contempla os graduados (porque não
existia no Brasil) o de 2008 já traz um artigo específico dando aos
graduados em psicopedagogia o direito de exercer a profissão;
5) O projeto de 1997 originalmente não estabelecia uma graduação,
somente com emendas limitava as graduações em pedagogia e
psicologia o projeto de 2008 continua limitando aos pedagogos e
psicólogos, mas abriu também para os licenciados (ou seja
professores)
6) O artigo 4º do projeto de 1997 (onze anos depois ) foi repetido na
integra no projeto de 2008 , não foi levado em consideração as
mudanças de uma década e nem dos discursos desfavorável ao
projeto anterior. CRTL C+CRTL V
7) O artigo 5º do projeto de 1997 dizia: (ATENÇÃO , MUITO
IMPORTANTE)
Art. 5°. A fiscalização do exercício da profissão de Psicopedagogo regulamentada nesta lei será exercida
pelo Conselho Federal de Psicopedagogia (CONFEPP)) e pelos Conselhos Regionais de
Psicopedagogia (CRPP), dotados de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, aos quais compete, também, zelar pela observância dos princípios da ética e da disciplina
profissionais.
E o artigo seguinte complementava:
23
Art. 6°. O Conselho Federal de Psicopedagogia (CONFEPP) é a instância superior de fiscalização do
exercício profissional do Psicopedagogo, com sede no Distrito Federal e jurisdição em todo o território
nacional.
O artigo 6º trazia as atribuições deste conselho federal:
Art. 7°. São atribuições do Conselho Federal de
Psicopedagogia, além de outras previstas em seu regimento interno:
I - elaborar seu regimento interno e aprovar os regimentos organizados pelos Conselhos Regionais; 11 - estabelecer normas gerais para orientação, disciplina e fiscalização do exercício da profissão de
Psicopedagogo;
111 - examinar e decidir, em última instância, os assuntos relativos ao exercício da profissão de
Psicopedagogo;
IV - julgar, em última instância, os recursos sobre registros, decisões e penalidades impostas pelos
Conselhos Regionais;
V - expedir resoluções e instruções necessárias ao bom funcionamento dos Conselhos Regionais;
VI - fixar a composição dos Conselhos Regionais, organizando-os e promovendo a instalação de tantos
Conselhos Regionais quantos forem necessários, determinando suas sedes e zonas de jurisdição;
VII - promover a intervenção nos Conselhos Regionais, na hipótese de sua insolvência;
VIII - elaborar as prestações de contas e encaminhá-Ias ao Tribunal de Contas da União; IX - examinar e aprovar a proporção das representações dos grupos profissionais dos Conselhos
Regionais; X - autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou, mediante licitação, alienar bens imóveis.
Fique atento ao que dizia os próximos artigos:
Art. 8°. O Conselho Federal será constituído de 9 (nove) membros efetivos e 9 (nove) suplentes, todos
psicopedagogos, eleitos por maioria de votos, em escrutínio secreto, na Assembleia dos delegados
regionais.
§ 1 ° A composição a que se refere este artigo fica sujeita a um acréscimo de membros, até o limite máximo de tantos quantos forem os Estados da Federação que contenham Conselhos Regionais.
§ 2° Cada Conselho Regional será representado, pelo menos, por um membro no Conselho Federal.
§ 3° O mandato dos membros do Conselho Federal será de 2 (dois) anos, sendo permitida uma reeleição.
Art. 9°. O Conselho Federal reunir-se-á, ordinariamente, uma vez ao mês e, extraordinariamente, quando
convocado pelo seu Presidente ou pela maioria absoluta de seus membros.
Parágrafo único. As deliberações do Conselho Federal somente serão válidas se tomadas com a presença
de metade mais um de seus membros.
Art. 10. O Conselho Federal terá a seguinte fonte de receitas:
I - 1 0% (dez por cento) do produto da arrecadação prevista
nos itens I, 111 e IV do art. 15 desta lei.
11 - doações, legados, multas e receitas financeiras; 111 - subvenções;
IV - outros rendimentos eventuais.
Art. 11. Os Conselhos Regionais de Psicopedagogia são órgãos de fiscalização do exercício da profissão
de Psicopedagogo, em suas regiões.
Parágrafo único. Mais de uma unidade da Federação poderá constituir um Conselho Regional.
Art. 12. São atribuições dos Conselhos Regionais de Psicopedagogia, além de outras previstas em
regimento interno:
I - organizar e alterar seu regimento interno, submetendo-o
à apreciação e à aprovação do Conselho Federal;
11 - orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão
de Psicopedagogo em sua área de competência; 111 - sugerir ao Conselho Federal as medidas necessárias à
orientação e à fiscalização do exercício profissional do Psicopedagogo;
IV - remeter, anualmente, relatório ao Conselho Federal com
relações atualizadas dos profissionais inscritos, suspensos ou que tiveram sua inscrição cancelada;
V - encaminhar a prestação de contas ao Conselho Federal;
24
VI - examinar os requerimentos e processos de registros em
geral, expedindo as carteiras profissionais de registro;
VII - autorizar o Presidente a adquirir, a onerar ou, mediante licitação, a alienar bens imóveis.
Art. 13. Os Conselhos Regionais serao compostos por membros efetivos e suplentes, em número
determinado pelo Conselho Federal,
conforme o inciso VI do art. 7° desta lei, eleitos em escrutínio secreto pelos profissionais inscritos na
respectiva região de atuação.
Parágrafo único. O mandato dos membros dos Conselhos
Regionais será de 2 (dois) anos, sendo permitida uma recondução. Art. 14. Os membros de cada Conselho Regional reunir-se-ão uma vez por mês, em caráter ordinário e,
extraordinariamente, sempre que convocados pelo seu Presidente ou por metade mais um de seus
membros. receitas:
Art. 15. Os Conselhos Regionais terão a seguinte fonte de
I - anuidades cobradas dos profissionais inscritos;
11 - taxas de expedição de documentos;
111 - emolumentos sobre registros e outros documentos;
IV- multas aplicadas de acordo com esta lei;
V - doações, legados, juros e subvenções;
VI - outros rendimentos eventuais.
Art. 16. Para o exercício da profissão de Psicopedagogo é obrigatória a inscrição do profissional no Conselho Regional de sua área de atuação.
Parágrafo único. São requisitos à inscrição estabelecida no caput deste artigo:
I - a satisfação das exigências de habilitação profissional previstas nesta lei;
II - ausência de impedimentos legais para o exercício de
qualquer profissão.;
111 - inexistência de conduta desabonadora no âmbito
educacional.
Art. 17. Em caso de indeferimento do pedido de inscrição pelo Conselho Regional, o candidato poderá
recorrer ao Conselho Federal, dentro do prazo fixado no regimento interno.
Art. 18. O Psicopedagogo que exercer sua atividade em outra região ficará obrigado a visar, nela, o seu
registro. Art. 19. Os profissionais registrados no Conselho Regional,
de acordo com esta lei, estão obrigados ao pagamento de uma anuidade ao Conselho de sua jurisdição,
cujo valor será de, no máximo, 30 (trinta) Unidades Fiscais de Referência - UFIRs ou outra referência
fiscal que vier a substituí-Ia.
§ 10 A anuidade a que se refere este artigo é devida a partir
de 10 de fevereiro de cada ano.
§ 20 Após a data prevista no parágrafo anterior, ao valor da anuidade serão acrescidos juros de 1 % (um
por cento) por mês de atraso e multa estabelecida em lei.
§ 30 O valor da anuidade prevista no caput deste artigo poderá ser reduzido, parcelado ou, até, isentado
aos profissionais que provarem insuficiência de recursos para recolhê-lo, a critério dos Conselhos
Regionais, cuja decisão será referendada pelo Conselho Federal.
O projeto de Lei 3124 de 1997 trazia a criação da profissão e a
criação de um conselho de profissão. Diretrizes para a formação e
penalidades. O projeto de lei 3512 de 2008 cortou todos os artigos que você
leu anteriormente. Foi retirada por completo a criação de um conselho.
Devemos voltar às discussões do projeto de lei 3124 que em questão
não estava à criação de um conselho de profissão e sim a profissão em si.
Desta forma porque será que todo o processo de criação do conselho foi
tirado do projeto de lei?
Continuamos vendo o que mudou da lei 3124/97 para a 3512 de 2008:
8) O projeto 3512 de 2008 traz em seu artigo quinto: Art. 5º Para o exercício da atividade de Psicopedagogia é obrigatória a inscrição do profissional junto ao órgão competente.
25
Entretanto não diz que órgão é este e nem quando de sua criação.
E assim o novo projeto seguiu na comissão de educação e cultura na
câmara dos deputados. Tudo ia bem quando 10/03 de 2010 o deputado
Pedro Wilson (o mesmo que em 1997 havia sido o presidente da audiência
de todo o projeto anterior, ou seja, ele já conhecia o histórico do processo)
apresentou o recurso 346/10 contra a “apreciação conclusiva do projeto de
lei 3512/10”. Não podemos deixar de comentar este fato. No documento de
justificativa aparece novamente o ARTIGO 4º (LEMBRAM-SE DELE?
NÃO LEMBRA! VOLTE A PAGINA 12).
A comissão justifica que o Art. 4º (das atribuições do
psicopedagogo) veja o que diz o documento: O projeto trás em seu Art. 4º, inciso II – “realização de diagnóstico e
intervenção psicopedagógica, mediante a utilização de instrumentos e
técnicas próprios de Psicopedagogia”. Estes instrumentos e técnicas não
definidos claramente pressupõem atividades clínicas para pedagogos com
especialização em Psicopedagogia, que além de ser invasão de atividades
privativas de profissões da saúde, serão exercidas por profissionais que não
possuem, em sua formação, disciplinas acadêmicas.
Voltamos mais uma vez para o problema da formação do
psicopedagogo, das intervenções psicopedagógicas e dos instrumentos da
psicopedagogia.
E mais uma vez somos prejudicados porque depois de 11 anos do
primeiro projeto nada foi feito para contra-argumentar, ou criar teoria e
documentos que afirmem o que é a intervenção e os instrumentos
psicopedagógicos.
Novamente a regulamentação esbarra na fragilidade da formação
em formato de especialização.
Em 11 de março a deputada Raquel Queiroz entra com requerimento
contra o recurso 346/10 (do Dep. Pedro Wilson) que é deferido ainda em
março e enviado para a redação final. Em 23 de março foi designado como
relator do projeto deputado Sandro Mabel (GO). Em 12 de abril de 2010 foi
enviada ao Senado Federal.
O processo chegou ao senado no dia 13 de abril de 2010 na comissão
de assuntos sociais. Em 29 de junho foi designado como relator o senador
Augusto Botelho, sem a presença de nenhuma emenda. 07 de janeiro de
2011 chegou a comissão de educação e cultura, no dia 12 de maio o projeto
recebeu novas folhas anexadas com considerações feitas de autoria da
senhora Carla Monteiro Girodo Vice-presidente do conselho federal de
fonoaudiologia e da então presidente da ABPp a Sra. Quézia Bonzonato
(que por sua vez é fonoaudióloga) .
Abrimos aqui um momento de reflexão, vemos outro conselho
entrando com interesses no projeto de regulamentação da profissão do
psicopedagogo. Não para ser contra, mas para ser beneficiado.
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Voltamos a nossa pergunta anterior. Quem é o psicopedagogo? Por
quem lutamos? Já diz um velho ditado popular “Não se serve a dois
senhores...” REFLITA!!!
Vamos continuar com a trajetória da PL 3512 antes 2008 e agora
passa a ser chamada P.L 3512/10.
Em nove de abril de 2012 há uma audiência pública. Onde foram
anexados mais folhas ao projeto agora com observações do senador
Randolfe Rodrigues (com as emendas que vamos debater no próximo
capítulo)
No dia 03 do abril de 2013 uma nova audiência pública foi realizada
agora com a presença de: Quézia Bombonatto, Presidente Nacional da
Associação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp, Celso Francisco
Tondim, Conselheiro Federal do Conselho Federal de Psicologia – CFP,
Bianca A. Manchester de Queiroga, Presidente do Conselho Federal de
Fonoaudiologia – CFF e Alayde Maria Pinto Digiovanni, Diretora da
Associação Brasileira de Ensino de Psicologia – ABEP.
Em 17/5/2013, o projeto recebeu parecer favorável do Ministro de
Estado do Trabalho e Emprego, Manoel e da Secretaria de Políticas
Públicas de Emprego – SPPE. Contudo neste momento o Relator, Senador
Randolfe Rodrigues já havia propostas as emendas que também seguiram
para ser aprovadas.
Em 02/10/13 foram anexados à fl. 45, Ofício nº 618/2013-
ASPAR/GM/MEC, de autoria do Chefe da Assessoria Parlamentar do
Ministério da Educação, Senhor Leandro de Borba Reis Cerqueira, com
manifestação ao presente projeto.
Em 04/02 de 2014 o projeto estava pronto para ser votado e foi
aprovado na comissão de assuntos sociais de onde ele seguiu. No dia
10/02/2014 o projeto foram dados os pareceres favoráveis às emendas 1 a
4. Em 10 de maço de 2014 a pedido do Senador Humberto Costa o projeto
foi colocado para ser tramitado junto com o P.L 196 (regulamenta a
pedagogia ).
Em 13/11/2014 os dois projetos passam a oficialmente tramitar
juntos. Em 25/11/2014 o Senador Cyro Miranda entra com pedido para que
o projeto de lei 3512/10 tenha tramitação autônoma e desde então o
processo esteve parado, agora em 2016 o Senador Romário mais uma vez
pede que os processos sejam separados e o projeto de lei 3512/10 faça sua
tramitação separada do projeto de pedagogia.
27
4. As emendas no projeto 3512/10
Você acompanhou no capítulo anterior todo o processo de tramitação
do projeto de lei primeiramente na câmara dos deputados (P. L 3512/08) e
depois no Senado (P.L 3512/10).
O projeto foi aprovado em várias comissões, recebeu parecer
favorável do ministério da educação, saúde e do trabalho. Mesmo assim
continua parado.
Mas antes de defendermos seu andamento temos que fazer uma
reflexão sobre que projeto final será votado.
Percebemos que a votação do projeto de 1997 traria inúmeros
benefícios aos psicopedagogos, porém sua redação final não era a mesma,
devido às emendas que havia no projeto e uma delas traria exclusividade
para graduações como a psicologia e pedagogia.
Novamente isto se repete. O projeto final que será votado não é o
redigido em 2008 (que já analisamos que muito foi inferior ao projeto de
1997 que era mais completo).
Enfim, o projeto 3512/10 se for votado e aprovado todas as suas
emendas terá sua redação quase toda alterada nos dois pontos principais a
formação e a atuação profissional.
Para entender as emendas precisamos discutir os aspectos políticos e
econômicos que estão em jogo.
A regulamentação da psicopedagogia retoma velhas questões como a
de reserva de mercado.
O psicopedagogo poderá estar tirando vagas o psicólogo escolar? Ou
será que a atuação do psicopedagogo nas clínicas vai tirar vagas dos
psicólogos na atuação clínica? E assim como as perguntas levam a
psicologia também levam a pedagogia, a fonoaudiologia e outras áreas. O
psicopedagogo vai retirar do mercado outros profissionais?
A resposta é prontamente não. O psicopedagogo não é um
concorrente do psicólogo, do fonoaudiólogo, do coordenador pedagógico,
nem dos professores. Pelo contrário: ele é o profissional que tem como
28
papel ser o mediador entre estes profissionais, o ser humano e a
aprendizagem.
O trabalho do psicopedagogo não substitui o trabalho do psicólogo
dentro de uma escola, de uma empresa ou de uma clínica, mas sim auxilia
estes profissionais no que diz respeito ao processo ensino aprendizagem e
suas dificuldades. Facilitando a compreensão dos transtornos de
aprendizagens, encontrando soluções entre metodologia, sistema de ensino,
professores e outros profissionais.
O trabalho do psicopedagógico é técnico, teórico e exige prática e
conhecimento específico dentro da Aprendizagem cuja atuação perpassa
pela saúde e educação, não uma sobre a outra, ou uma anulando a outra,
mas sim complementando, já que para a psicopedagogia Educação e Saúde
não são dissociáveis para o bem estar físico, mental e social dos cidadãos
brasileiros.
Para compreender as emendas, e a necessidade de combatê-la é
preciso que tenhamos compreendido todo o processo de luta pela
regulamentação da psicopedagogia até o presente momento.
A seguir as CINCO emendas que há e já foram aprovadas (com
assinaturas suficientes) e não foram combatidas, nem questionadas pela
Associação Brasileira de Psicopedagogia e nem sequer por nenhuma outra
instituição.
Emenda nº 1 (Corresponde à Emenda nº 1 – CE/CAS)
Dê-se ao caput do art. 4º do Projeto a seguinte redação:
“Art. 4º São atividades e atribuições da Psicopedagogia, sem prejuízo do exercício das atividades e
atribuições dos profissionais da saúde e educação habilitados: .......................................................................”
Emenda nº 2 (Corresponde à Emenda nº 2 – CE/CAS)
Suprima-se o inciso II do art. 4º do Projeto, renumerando-se os subsequentes.
Emenda nº 3 (Corresponde à Emenda nº 3 – CE/CAS)
Dê-se ao inciso II do art. 2º do Projeto a seguinte redação:
“Art. 2º ......................................................... .......................................................... .............
II – os portadores de diploma de Psicologia, Pedagogia, Licenciatura ou Fonoaudiologia que tenham
concluído curso de especialização em Psicopedagogia, com duração mínima de 600 (seiscentas) horas e
carga horária de 80% (oitenta por cento) na especialidade; .......................................................................”
Emenda nº 4 (Corresponde à Emenda nº 4 – CE/CAS) Suprimam-se os art. 6º, 7º, 8º e 9º do Projeto,
renumerando-se o art. 10 como art. 6º, e dê-se ao art. 3º, ao § 2º do art. 5º e ao art. 6º, renumerado, a
seguinte redação:
“Art. 3º É assegurado aos atuais ocupantes de cargos ou funções de Psicopedagogo, em órgãos ou
instituições públicas, o direito de continuar no exercício de suas respectivas atividades.”
“Art. 5º ......................................................... ....................................................................... § 2º A
inobservância do disposto neste artigo configura violação do segredo profissional e sujeita o infrator às
sanções civis e penais cabíveis.”
29
“Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.”
Vamos compreender melhor estas emendas e como elas afetarão
nossa profissão se o projeto de lei for aprovado.
Pegue em seu anexo o arquivo “Redação final PL 3512 2008”. Leia as
emendas fazendo um comparativo o que irá mudar. Você também poderá
usar o quadro comparativo abaixo:
A emenda nº 01, não traz nenhum problema para a categoria, pelo contrário
é um ajuste de preposições e acréscimo na redação, na qual foi incluída a
palavra saúde.
Nosso maior problema é a emenda nº 02, veja a imagem abaixo:
A emenda nº 02 suprime (que significa retira) o inciso II do art.
4º. Estão lembrados do artigo 4º aquele que já comentamos em todos os
capítulos foi alvo de criticas e emendas. Pronto. Chegamos ao projeto final,
30
a votação final e ficaremos sem a principal atribuição. Leia como está na
lei desde de 1997 o Inciso II do artigo 4º:
O que nos chamou atenção foi à data que estas emendas foram
colocadas. Dois dias após o projeto ser aprovado em fevereiro de 2014
(houve muitas publicações nas redes sociais que o projeto havia sido
aprovado, até hoje muitas pessoas pensam ter sido aprovado por conta que
há publicações em site que fala desta sessão na câmera onde o projeto foi
aprovado).
Neste mesmo ano a professora Jossandra Barbosa,
acompanhando do Piauí a caminhado do projeto faz uma postagem de
alerta aos psicopedagogos como podemos ver na imagem a seguir:
31
As postagens alertavam que o processo de regulamentação estava
sendo “boicotado” sem que ninguém fizesse nada a respeito. No mesmo
ano, a Associação Brasileira de Psicopedagogia realizou em São Paulo um
grande Evento em comemoração a aprovação da lei no mês de outubro (que
já tradicionalmente seu congresso anual), com a presença do Senador
relator do projeto, mas que nada falou sobre as emendas que já haviam sido
colocadas, assinadas e aprovadas.
A psicopedagoga Jossandra Barbosa continuou denunciando em
seu site as mudanças que estavam sendo feito e que não havia discussões e
nem perguntas à categoria qual opinião sobre tais emendas.
Observe que as matérias ainda de fevereiro de 2014 já
questionavam os interesses de tais emendas.
Em janeiro de 2015, novamente a psicopedagoga Jossandra
Barbosa continua denunciando as emendas na postagem: “Como anda a
regulamentação da psicopedagogia?”
32
No dia 08 de setembro de 2014 a psicopedagoga Jossandra Barbosa
recebe uma intimação impetrada pela Associação Brasileira de
Psicopedagogia para retirar as publicações feita no blog argumentando que
eram caluniosas e que difamavam a ABPp. Não intimidada a
psicopedagoga Jossandra Barbosa conseguiu apoio jurídico e ganhou a
causa já que não houve nenhum tipo de difamação ou calunia em suas
postagens e as mesmas estão até hoje em seus sites.
E nossa reflexão ainda sobre a Emenda nº 02 é que sempre ficou no
ar como a Associação Brasileira de Psicopedagogia que sempre esteve a
frente na representação de todos os psicopedagogos aceitou tal emenda?
Como não foi feito nada contra ela?
Uma emenda é feita somente a pedido de alguém. Um senador ou
sua comissão jamais entra com um pedido de emenda num projeto como
este sem que esta emenda tenha sido solicitada. Então ficou durante os dois
últimos anos a pergunta: Quem solicitou do senador Randolfe Rodrigues
a e elaboração da emenda nº 02?
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Ainda devemos lembrar que uma emenda exige esforço político já
que há de arrecadar assinaturas favoráveis dos senadores de um por um, e
que bravamente a emenda conseguiu sem nenhum empecilho.
Voltamos às perguntas: a quem esta emenda favorece?
Infelizmente não aos psicopedagogos.
A fragilidade de organização da categoria, a inexistência do sindicato
(porque este oficialmente foi registrado em janeiro de 2016) deixou
aberturas para que grupos contrários ou acordos fossem feito em
desvantagens de todos os profissionais.
Mais perguntas continuam: Qual será o trabalho do psicopedagogo, se o DIPp e o PIPp , como carinhosamente chamamos, o diagnóstico e a intervenção psicopedagógica são suas principais atribuições?
Agora com certeza a consequência da retirada deste inciso cairá
sobre a categoria como uma grande pedra, esmagando as atribuições em
todos os ambientes de trabalho.
Tornará as atribuições sem contexto. Pois como trabalhar nos
consultórios, clínicas, escolas, postos de saúde, empresas, núcleos de
atendimento psicossocial, multidisciplinares sem realizar o diagnóstico e a
intervenção usando os instrumentos da psicopedagogia.
Chamamos de instrumentos da psicopedagogia a EOCA – Entrevista
Operativa da Aprendizagem desenvolvida pelo psicopedagogo argentino
Jorge Visca, a EFES – Entrevista Familiar situacional elaborada pela
elaborada pela psicopedagoga Maria Lúcia Wass , a DIFAJ elaborado pela
psicopedagoga argentina Alicia Fernandez, e o brincar, a ludicidade, a
imaginação e a afetividade que não são patenteados por nenhum campo do
saber e são de livre uso.
Vamos à emenda 03:
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Estão lembrados que em 12/11 de 2011 foi Anexada às fls. 25 a
27, correspondência recebida nesta Comissão em 22 de março de 2011, de
autoria da Senhora Carla Monteiro Girodo, Vice-Presidente do Conselho
Federal de Fonoaudiologia ao projeto 3512/10 aqui nesta emenda temos o
resultado a inclusão da fonoaudiologia dentro das graduações. Mostrando
mais uma estratégia política de algumas categorias.
O problema desta emenda é que os fonoaudiólogos caem no mesmo erro dos psicólogos, terem duas formações, duas profissões distintas e na prática não podem ser exercidas juntas.
Se olharmos para as questões de reserva de mercado os
pedagogos e licenciados ficam em desvantagem aos psicólogos e
fonoaudiólogos já que estes podem exercer no mesmo local as duas funções
como por exemplos as clínicas particulares. Onde é do conhecimento de
todos que os convênios dos planos de saúde aceitam psicologia e
fonoaudiologia e muitos donos de clinicas admitem estes dois profissionais,
mas que na prática estes por serem psicopedagogos, terminam que atuando
com as duas funções na mesma clínica.
Este é um ponto que o sindicato deve discutir em futuras
reuniões, congressos e estudos assim como a criação de um código de
ética que pontue tais questões éticas e profissionais e que leve em
considerações aspectos como a atuação do psicólogo e fonoaudiólogo
formados em psicopedagogia que atuam numa mesma clínica e atendem
nas duas funções os mesmos pacientes.
E por fim e não menos maléfica a categoria a Emenda nº 04. Que
retira por vez a criação de um órgão fiscalizador da profissão.
PRECISAMOS PEDIR UMA NOVA REDAÇÃO A ESTE ARTIGO.VEJA PORQUÊ
Obs.: a emenda não corrigiu um erro do art. 3 que garante o exercício profissional nos órgãos públicos e
não traz as instituições privadas (desta forma deixa estes profissionais sem amparo jurídico)
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A justificativa para a emenda nº 4 é que a profissão só seria
criada a profissão se o conselho fosse criado, ou seja, não podia estar na lei.
Sabemos que poderia apenas ter sido modificado a redação do Artigo sem
suprimir a criação do órgão fiscalizador. Também já justificaram que a
criação do conselho poderia dificultar aprovação da lei o que também não
justifica já que o executivo não terá ônus e nem interesse de regulamentar
uma profissão e deixá-la sem organização.
Voltamos às perguntas: A quem interessa que os psicopedagogos não estejam organizados? A quem interessa que os psicopedagogos não tem representatividade política?
A última emenda a comentar é que a diminuem as horas de
formação do psicopedagogo que o projeto traz de 600h para 450 h.
Já comentamos aqui diversas vezes a fragilidades dos cursos,
desta forma diminuir a formação é uma contradição aos argumentos que
reprovaram o primeiro projeto, já que o principal deles foi a formação de
600 horas.
Desta forma trazemos mais um a pergunta. Como diminuir as horas dos cursos de pós-graduação vai contribuir com a profissão dos psicopedagogos?
Vamos deixar que você mesmo chegue a estas RESPOSTAS.
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CONCLUSÃO.....
Durante 19 anos o processo de regulamentação da psicopedagogia
teve idas e vindas, altos e principalmente baixos.
Neste estudo você teve a oportunidade (talvez pela primeira vez) de
estar de perto acompanhando esta discussão.
Quero concluir este estudo afirmando a posição do sindicato frente
ao projeto de Lei 3512/10.
Queremos a regulamentação. Mas queremos uma regulamentação de
VERDADE.
Ao Regulamentar um projeto de lei de uma profissão os primeiros
que devem ser ouvidos são os profissionais da categoria que está sendo
beneficiada, o que não aconteceu em todo o processo de tramitação dos
projetos de lei seja o primeiro de 1997 , ou segundo de 2008.
As discussões ficaram restritas a reuniões fechadas, de dirigentes de
entidades A ou B que discutiram entre si e tomaram suas decisões.
Não houve nenhum fórum público, não houve discussão sobre as
emendas, nem entrevista em jornais, tv, rádios,sites ou mesmo publicações
em redes sociais sobre o conteúdo do projeto, suas emendas, modificações
e mudanças.
Na verdade os psicopedagogos até o presente momento são
espectadores de um grande evento. Que aguardam ansiosamente pelo dia de
sua culminância e que não sabem o real teor do seu conteúdo e de suas
implicações.
Depois de tudo consumado resta aos psicopedagogos aceitar e
festejar nas redes sociais. Os lamentos e frustrações virão com o passar dos
anos e a prática. De nada ganharemos com um projeto fragilizado e como
diz no nordeste “remendado”.
Queremos SER psicopedagogos por inteiro. Não queremos ser
psicólogos psicopedagogos, fonoaudiólogos psicopedagogos, pedagogos
psicopedagogos, professores psicopedagogos queremos ser somente
psicopedagogos.
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Que junto com minha formação, terei base estrutural para minha
carreira, mas a psicopedagogia será meu objetivo primordial. Respeitando-
a, honrando-a e contribuindo para seu crescimento científico, político e
econômico.
Cada vez que eu atuo como psicopedagogo, seja eu psicólogo,
fonoaudiólogo, professor ou um pedagogo que tenhamos consciência que a
psicopedagogia ocupa naquele momento um papel supremo, que deve ser
valorizado e por isso respeitado.
Nunca será negado o valor da psicologia e da pedagogia como
campo de saberes da psicopedagogia, como também não será negado o
valor dos personagens que trabalharam para a existência destes projetos.
Mas não devemos permanecer sem continuar a luta, sem discutir, sem fazer
perguntas, porque, também é nosso fazer psicopedagógico construir novos
saberes sobre nós mesmos.
Queremos mais psicopedagogia social como já dizia a psicopedagoga
Afrania M. P. Ramos no artigo “Por uma Psicopedagogia social” sobre esta
a:
“emergência de uma psicopedagogia de caráter social, que contrapondo com
a psicopedagogia considerada por alguns de caráter elitista, desenvolva uma
atuação preventiva, comprometida não somente com a melhoria da qualidade
de aprendizagem, como também com a melhoria do trabalho docente na
escola pública, ou instituição esta que prove significamente o fortalecimento
da oligotimia social .” ( Revista a ABPP, v. 19, nº 57, ano. 2001, pag. 17)
A psicopedagoga Niede A. Noffs no seu artigo “ O papel social do
psicopedagogo” ( Revista da ABPP v.19,nº 53 ano 2000) também já falava
sobre isso:
“ o psicopedagogo junto com outros profissionais partindo de tarefas
comunitárias e de ações sociais , servindo de elementos de apoio a estas
instituições .”
Durante duas décadas não avançamos na formação profissional.
Continuamos com cursos cada vez mais segmentados. Subdividindo a
psicopedagogia em subáreas, que já era contestada ainda a duas décadas
passadas ainda dizia a psicopedagoga Neide Noffs no mesmo artigo citado
acima:
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“Pensar numa formação de qualidade do Psicopedagogo é articular
docência, pesquisa e gestão. É essencial que o psicopedagogo conheça, o
contexto institucional (seja escolar, hospitalar, familiar ) onde o processo de
aprendizagem vai desenvolver-se. Conhecer o sujeito desvinculado do seu
meio é uma “fresta” para o insucesso. Lembramos que a psicopedagogia tem um só objetivo, porem os locais de atuação são vários, o que gera
especialidades , e não várias psicopedagogias.” (2001)
Por fim e não menos importante quem ganhará com a
regulamentação da psicopedagogia será toda a sociedade brasileira e
mundial que terá um País como referência.
A sociedade de todas as classes sociais poderá utilizar os serviços
psicopedagógicos no serviço público e privado, seja na saúde ou na
educação.
Crianças, adolescentes, jovens e adultos serão beneficiados. Já que o
trabalho do psicopedagogo não há limite de faixa etária, lugar, espaço ou
tempo.
A psicopedagogia poderá contribuir de forma científica, evolutiva,
satisfatória e benéfica a saúde mental, educacional e emocional dos
brasileiros na medida em que, investiga, discuti, cria estratégias e previne
os problemas relacionados ao ato de aprender do ser humano.
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CAMPANHA REGULAMENTAR DE VERDADE
A DIRETORIA NACIONAL PROPÕE A CATEGORIA:
Mobilização dos profissionais da psicopedagogia numa campanha
nas redes sociais intituladas como #regulamentarpsicoppdeverdade
Equipe de representação do sindicato via senado federal expondo
contrariedade às emendas no P.L 3512/10.
Repudio ao manifesto da ABPP que pede aceleração da votação do
projeto 3512/10 sem discutir as emendas e sem suas alterações ou
retiradas.
Permanência do Inciso II e artigo 4 na PL 3512/10.
Alteração da redação do Art. 3 para incluir os profissionais das
instituições privadas;
Defesa da criação do conselho federal de psicopedagogia e dos
conselhos regionais.
Tempo limite para as pós-graduações até 2021;
Defender que, a partir de 2021 somente a existência de graduação em
psicopedagogia.
Elaboração de diretrizes curricular para a graduação em
psicopedagogia pelo MEC ( este processo não é pela PL 3512/10)
Para alcançar tais objetivos a diretoria nacional propõe:
Capacitações com formação permanente dos diretores estaduais,
municipais e distritais.
Reunião no mês de Agosto em Salvador para o I encontro de
articulação política do diretores de mobilização do sindicato
dos psicopedagogos;
Reunião com gestores e coordenadores das faculdades para
incluir o processo de regulamentação na formação dos estudantes
de psicopedagogia. Contendo informações sindicais. Inclusão do
marco de fundação do sindicato na disciplina fundamentos da
psicopedagogia.
Reunião dos diretores de mobilização com os profissionais que já
atuam no mercado de trabalho a fim de levar informação e
conscientização do processo político da regulamentação da
psicopedagogia e da importância da união da categoria;
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Realizar fórum de debates on line entre a categoria para discutir
as necessidades dos profissionais no segundo semestre de 2016;
Ampliar a pesquisa já iniciada em fevereiro/2016 que tem como
objetivo traçar um perfil atualizado do profissional em
psicopedagogia e locais de atuação.
Realizar eventos populares de capacitação para filiados e toda a
categoria.
Dois eventos já estão programados (Bahia- Agosto e São Luis em
Novembro).
Mas cada diretor pode realizar sub eventos de capacitação
principalmente ações sociais.
Elaboração de um jornal para publicação dos informativos do
sindicato e colunas com assuntos pertinentes a categoria com
publicação bimestral, iniciando em agosto;
Publicação de uma revista sindical científica com publicação
semestral para fomentar o caráter científico da psicopedagogia e
colaborar com a pesquisa sobre os transtornos de aprendizagem,
epistemologia da psicopedagogia como também capacitar estudantes
e profissionais em exercício da profissão;
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JUNTOS, SOMOS MAIS FORTE!!!!!!
PALAVRAS FINAIS...
Acreditamos que após este estudo, cada diretor sindical terá mais empenho
em seu papel sindical devido, assim como todos os psicopedagogos devem compreender
à urgência de mobilização do nosso sindicato e da necessidade de nossa população por
nossos serviços.
Todos podem doar seu tempo, sua disposição, seu amor e seu trabalho a este
sindicato.
Sabemos que muitos de nós vivem um vida corrida e atribulada, mas a
psicopedagogia precisa de nós AQUI e AGORA.
O que estamos construindo hoje mudará para sempre os caminhos da
psicopedagogia em nosso país. Você participa de tudo isto! Você é diretamente
responsável.
Contamos com seu apoio, com sua disponibilidade e confiança.
Queremos ser ouvidos.
Queremos respeito, dignidade e valorização.
Nos orgulhamos de ser psicopedagogos e queremos retribuir com toda a
sociedade brasileira.
Entre na luta, SR (A) diretor sindical. #regulamentarpsicoppdeverdade
Com os cordiais cumprimentos,
Jossandra Barbosa
Presidente do SINDPSICOPP-BR
Gestão 2015-2018