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2º CONGRESSO BRASILEIRO DE POLÍTICA, PLANEJAMENTO E GESTÃO EM SAÚDE UNIVERSALIDADE, IGUALDADE E INTEGRALIDADE DA SAÚDE: UM PROJETO POSSÍVEL O Programa Saúde na Escola (PSE) no Distrito Sanitário II da cidade do Recife: Concepção dos atores e os componentes estruturantes da Escola Promotora de Saúde (EPS) Autoras: Adriana Servula Fernandes Cunha de Vasconcelos Joselma Cavalcanti Cordeiro UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO BELO HORIZONTE 2013

O Programa Saúde na Escola (PSE) no Distrito Sanitário II ... · subsídios para a fundamentação da construção de uma Rede de EPS no Distrito Sanitário (DS) ... A escola é

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2º CONGRESSO BRASILEIRO DE POLÍTICA, PLANEJAMENTO E GESTÃO EM SAÚDE

UNIVERSALIDADE, IGUALDADE E INTEGRALIDADE DA SAÚDE: UM PROJETO

POSSÍVEL

O Programa Saúde na Escola (PSE) no Distrito Sanitário

II da cidade do Recife: Concepção dos atores e os

componentes estruturantes da Escola Promotora de Saúde

(EPS)

Autoras:

Adriana Servula Fernandes Cunha de Vasconcelos

Joselma Cavalcanti Cordeiro

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

BELO HORIZONTE

2013

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O Programa Saúde na Escola (PSE) no Distrito Sanitário II da cidade do Recife:

Concepção dos atores e os componentes estruturantes da Escola Promotora de Saúde

(EPS)

O Programa Saúde na Escola (PSE) foi constituído a fim de contribuir para formação integral

do estudante e a comunicação entre escolas e unidades de saúde fortalecendo a participação

comunitária nas políticas de educação básica e saúde (Brasil, 2007). A proposta da formação

de uma rede de Escolas Promotoras de Saúde (EPS) apresenta expectativas e desafios, sendo

uma estratégia para a construção de uma cidade mais saudável em busca a intersetorialidade.

Visando lograr a integralidade do enfoque da área da saúde, a Organização Pan-Americana de

Saúde propõe a utilização de técnicas e métodos participativos que ultrapassem a delimitação

física da escola e envolvam pais, professores e comunidades. Essa pesquisa procura fornecer

subsídios para a fundamentação da construção de uma Rede de EPS no Distrito Sanitário (DS)

II da cidade do Recife promovendo mudanças estratégicas com foco no ambiente escolar.

Tem como objetivo geral, caracterizar as escolas do DS II do Recife inseridas no PSE

relacionando-as e classificando-as a partir dos componentes estruturantes da EPS. Os

objetivos específicos são: Identificar o perfil dos profissionais das escolas inseridas no PSE;

Identificar a prática dos profissionais das escolas em relação à saúde na escola; Analisar a

percepção dos profissionais de saúde, da educação e comunitários sobre a EPS e o

desenvolvimento do PSE e; Classificar as escolas, a partir dos componentes estruturantes da

EPS. Trata-se de uma pesquisa em andamento de caráter descritiva quanti-qualitativa que

adotará um delineamento de estudo do tipo pesquisa-ação. A população é representada por

profissionais da educação e comunitários de 14 escolas municipais inseridas no PSE e

profissionais de 10 Unidades de saúde da Família. A amostra é composta por 28 profissionais

da educação, 10 pais e 14 profissionais de saúde, totalizando 52 pessoas. Para coleta de dados

será realizado preenchimento de formulário com auxílio da direção escolar para

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caracterização das escolas e análise documental do Projeto Político Pedagógico, questionário

auto aplicável com perguntas fechadas e abertas aplicado junto aos profissionais da educação

e profissionais da saúde da USF e 1 grupo focal com pais e comunitários de uma Escola

sorteada. Para a análise dos dados quantitativos será utilizado o programa estatístico SPSS,

versão 16.0. Para os dados qualitativos será utilizada a Análise de Discurso. Como parte da

pesquisa-ação, será organizado um encontro junto aos diretores das escolas refletindo sobre

sua própria realidade objetivando ações transformadoras, corresponde a classificação dos

problemas levantados em ordem de prioridade.

Palavras – Chaves: Políticas, Programa Saúde na Escola, Escola Promotora de Saúde.

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1. INTRODUÇÃO

O entendimento ampliado de saúde discutido na VIII Conferência Nacional de

Saúde (1986) descarta a possibilidade de que a saúde significa apenas a ausência de doenças,

apontando para um sentido mais abrangente contribuindo para uma reflexão e

aprofundamento nesse tema na medida em que a saúde passa a ser vista para além da esfera

clínica e assistencial, tornando viáveis ações intersetoriais de educação e promoção da saúde.

A carta de Ottawa (1986), resultado da Primeira Conferência Internacional sobre

Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em 1986, define a promoção à saúde como

o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e

saúde, incluindo maior participação no controle desse processo. Para atingir um estado de

completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar

aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. Assim, a

promoção à saúde não é responsabilidade exclusiva do setor da saúde, e vai para além de um

estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global.

Desde 1995, a Organização Panamericana de Saúde, estimula a iniciativa

Regional Escolas Promotoras de Saúde (EPS), com objetivo de fortalecer a capacidade dos

países da América Latina na área da saúde escolar.

A iniciativa da EPS procura fortalecer a capacidade do setor saúde e educação

para promover a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida de meninos, meninas, adolescentes,

pais, professores e outros membros da comunidade, apoiando todos os responsáveis pela

implementação de diferentes projetos e atividades na comunidade (Brasil, 2006). Pelicioni e

Torres (1999) apresentam as características da Escola Promotora de Saúde e dentre elas,

enfatiza a co-responsabilidade da escola, família e comunidade; Reconhece a necessidade de

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ter uma visão integradora sobre saúde e o meio ambiente e procura envolver os serviços de

saúde.

Em 2002, o Ministério da Saúde (MS) elaborou o documento “Política Nacional

de Promoção da Saúde” em que incentiva a articulação com o Ministério da Educação e

Cultura (MEC) junto às secretarias estaduais e municipais de educação e o estímulo à

iniciativa de promoção da saúde no ambiente escolar. Entre as suas estratégias de

implantação, encontra-se a identificação e apoio a iniciativas referentes às Escolas Promotoras

da Saúde com foco em ações de alimentação saudável; práticas corporais/atividades físicas e

ambiente livre de tabaco.

Na tentativa de construir uma sociedade mais saudável, escolas e Unidades de

Saúde da Família (USF) são motivadas a atuarem em conjunto. Várias experiências relatadas

destacam a intersetorialidade, a articulação das ações com os Programas Saúde da Família e

Agentes Comunitários de Saúde para ações complementares àquelas do setor público na

implementação da promoção da saúde na comunidade escolar (Brasil, 2006). A partir dessa

concepção, surge o Programa de Saúde na Escola (PSE) pelo Decreto Presidencial nº. 6286 de

05 de dezembro de 2007, visando à integração e à articulação permanente entre educação e

saúde, com o objetivo de contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações

de promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades

que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino.

A escola é um importante espaço para o desenvolvimento de um programa de

educação para a saúde entre crianças e adolescentes. Distingue-se das demais instituições por

ser aquela que oferece a possibilidade de educar por meio da construção de conhecimentos

resultantes do confronto dos diferentes saberes (Brasil, 2009).

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2 JUSTIFICATIVA

Entende-se que a Escola Promotora de Saúde deve responsabilizar-se pelas

intervenções em educação em saúde, ambiente escolar, entorno e organização, comunidade

escolar, parcerias e serviços de saúde (Moreira et al, 2002). Nesse contexto, destaca-se a

importância de se estabelecer consensos sobre a concepção e práticas de saúde entre

profissionais da educação e os atores envolvidos da saúde e comunidade escolar, levando-os a

pensar saúde na escola das mais diferentes formas e significados na perspectiva de que se

realizem planejamentos coletivos com contribuição das diversas áreas do conhecimento

articulando e fortalecendo a rede constitutiva de uma Escola Promotora de Saúde.

Entre os desafios mais importantes das ações de promoção da saúde na escola,

estão a instrumentalização técnica dos professores e funcionários das escolas e dos

profissionais da Estratégia de Saúde da Família para apoiar e fortalecer as iniciativas; o

monitoramento e a avaliação da efetividade das iniciativas, para melhorar o compromisso das

escolas com a promoção da saúde de seus alunos, professores e outros membros da

comunidade escolar (BRASIL, 2006).

Visando lograr a integralidade do enfoque da área da saúde, a Organização Pan-

Americana de Saúde (OPAS) propõe a utilização de técnicas e métodos participativos que

ultrapassem a delimitação física da escola e envolvam pais, professores e comunidades.

Metodologias dessa natureza devem permear todas as atividades desenvolvidas, tais como

diagnóstico das necessidades de saúde da população escolar; desenvolvimento curricular de

forma integrada; preparação de material didático; formação permanente de professores e

funcionários; investigação, seguimento e avaliação das atividades desenvolvidas; e difusão de

informações sobre os avanços e desafios encontrados (BRASIL, 2006).

A educação é uma estratégia importante da saúde pública e, do mesmo modo, a

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saúde é uma estratégia importante para que se tenha melhor aproveitamento do processo

educativo (BRASIL, 2006).

Este trabalho procura fornecer subsídios para a fundamentação da construção de

uma Rede de Escolas Promotoras de Saúde no Distrito Sanitário (DS) II da cidade do Recife

promovendo mudanças estratégicas com foco no ambiente escolar.

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral:

Caracterizar as escolas do DS II da cidade do Recife inseridas no Programa Saúde

na Escola (PSE) relacionando-as e classificando-as a partir dos componentes estruturantes da

Escola Promotora de Saúde.

3.2 Objetivos Específicos:

• Identificar o perfil dos profissionais das escolas inseridas no PSE;

• Identificar a prática dos profissionais das escolas em relação à saúde na escola;

• Analisar a percepção dos profissionais de saúde sobre a Escola Promotora de

Saúde;

• Analisar a percepção dos professores, equipe técnica e comunitários sobre a

Escola Promotora de Saúde e o desenvolvimento do Programa Saúde na Escola;

• Classificar as escolas, através de um processo de reflexão de segunda ordem, a

partir dos componentes estruturantes da Escola Promotora de Saúde.

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REFENCIAL TEÓRICO

4.1 A ESCOLA COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA

SAÚDE

O atual conceito ampliado de saúde leva em consideração a alimentação,

educação, habitação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade,

acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde, devendo ser conquistada pela sociedade

em suas lutas cotidianas (Brasil, 1986).

De acordo com a carta de Ottawa (1986), fruto da Primeira Conferência

Internacional sobre promoção da saúde, fatores políticos, econômicos, sociais, culturais,

ambientais, comportamentais e biológicos podem tanto favorecer como prejudicar a saúde, o

que torna importante as ações de promoção da saúde fazendo com que as condições descritas

sejam cada vez mais favoráveis.

Nessa perspectiva, constata-se que há necessidade do setor saúde em se articular

com os diferentes setores da sociedade. A escola é um dos espaços que pode proporcionar o

desenvolvimento de programas de promoção e educação em saúde, tornando o setor educação

um forte e importante aliado do setor saúde para a concretização das ações de educação e

promoção da saúde. Segundo Bodstein apud Gomes (2012), a Promoção da Saúde se constitui

como campo de conhecimento e de prática, envolvendo um conjunto de ações com

características multisetoriais e multifocais, com ênfase nos determinantes, na participação da

comunidade, no empoderamento, na qualidade de vida e no desenvolvimento local,

possibilitando a adoção de políticas que priorizem a articulação intersetorial.

A partir dessa concepção, percebe-se que escola distingue-se das demais

instituições por ser aquela que oferece a possibilidade de educar por meio da construção de

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conhecimentos resultantes do confronto dos diferentes saberes: aqueles contidos nos

conhecimentos científicos veiculados pelas diferentes disciplinas; aqueles trazidos pelos

alunos e seus familiares, os divulgados pelos meios de comunicação, e aqueles trazidos pelos

professores (Brasil, 2009).

Experiência de integração entre saúde-escola foi realizada no município de

Botucatu no estado de São Paulo. O trabalho de Cyrino e Pereira (1999) estruturou-se como

uma programação em saúde pública, na qual os objetivos não se limitaram ao atendimento

imediato dos problemas médicos do escolar nem se restringiram ao atendimento de demandas

individuais e/ou espontâneas, mas voltaram-se para assegurar o direito da criança de

beneficiar- se de ações organizadas no plano coletivo procurando possibilitar uma maior

integração entre equipe de saúde, escola, criança e família, objetivando contribuir para

assegurar o direito à saúde e à educação no processo de escolarização.

Figueiredo et al (2010) relata que foi no transcorrer do século XX que a saúde

escolar no Brasil começou a avançar em sintonia com a evolução técnico-científica,

deslocando o discurso tradicional – de lógica biomédica –, para a concepção da estratégia da

Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde (IREPS).

A relação entre os setores de Educação e de Saúde possui muitas afinidades no

campo das políticas públicas por serem baseados na universalização de direitos fundamentais

e com isso favorecem maior proximidade com os cidadãos nos diferentes cantos do país

(Brasil,2009). No entanto, Fugueiredo et al (2010) descrevem que a relação entre a Saúde e

Educação, no que diz respeito à saúde na escola nem sempre tem sido harmoniosa, e sugerem

que em vez de ações pontuais e isoladas, a melhor contribuição que a saúde poderia oferecer à

educação é a possibilidade de uma ação integrada e articulada, que de maneira crítica e

reflexiva possa significar oportunidade de atualização dos educadores, capacitando-os para a

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tarefa de ministrar o discurso sobre orientação à saúde de forma transversal e interdisciplinar

na escola.

Para Marcondes (1972) educação em saúde na escola significa a formação de

atitudes e valores que levam o escolar à práticas conducentes à saúde e esta prática deve estar

presente em todos os aspectos da vida do escolar e integrada à educação global. “A

informação é um aspecto imprescindível e sine qua non da Educação em saúde mas, deve

permitir a promoção de aprendizagens significativas. Uma consequência prática da educação

em saúde é quando a aprendizagem funciona, a pessoa se responsabiliza por seu estilo de

vida” (Pelicioni e Torres, 1992, p. 6).

4.2 ESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDE

A estratégia de Escola Promotora de Saúde surge no final dos anos 80, como parte

das mudanças conceituais e metodológicas que incorporam o conceito de promoção da saúde

na saúde pública, estendendo-o ao entorno escolar (Shepherd, 2003). A Iniciativa Regional

Escolas Promotoras de Saúde (IREPS) da Organização Pan-Americana da Saúde surgiu

formalmente em 1995, em resposta à situação dos programas de saúde escolar, identificados

nos países da Região das Américas, e como resultado do compromisso da Organização desde

a década de oitenta, com a promoção e a educação para a saúde com enfoque integral no

âmbito escolar (Cerqueira apud OPAS 2003).

A IREPS se fundamenta e se baseia no conceito de promoção da saúde.

“Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade

para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no

controle deste processo” (Canadá, p.1,1986). Nessa perspectiva, a promoção da saúde vai

além dos cuidados em saúde. A saúde é construída e vivida pelas pessoas dentro daquilo que

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fazem no seu dia-a-dia: onde elas aprendem, trabalham, divertem-se e amam. É construída

pelo cuidado de cada um consigo mesmo e com os outros, pela capacidade de tomar decisões

e de ter controle sobre as circunstâncias da própria vida, e pela luta para que a sociedade

ofereça condições que permitam a obtenção da saúde por todos os seus membros (Canadá,

1986).

A política de promoção da saúde requer a identificação e a remoção de obstáculos

para a adoção de políticas públicas saudáveis nos setores que não estão diretamente ligados à

saúde (Canadá 1986).

Segundo Harada (2003), a promoção da saúde no âmbito escolar tem três

componentes principais: Educação para saúde com enfoque integral; Criação de entorno

saudável e Provisão de serviços de saúde.

De acordo com a OPAS (1998), a educação para a saúde com enfoque integral

responde às necessidades do aluno nas etapas do seu desenvolvimento, visa a saúde como

uma construção social, relacionando dentro de cada contexto os problemas de saúde com seus

fatores determinantes, além de incorporar a Educação para Saúde em nível curricular como

parte do projeto institucional. Nas atividades educativas, promove a reflexão e a análise crítica

da informação; facilita a conscientização e o “empoderamento” dos estudantes e da

comunidade educativa como um todo buscando desenvolver novos conhecimentos e

habilidades que contribuam para a adoção e manutenção de estilos devida saudáveis, por meio

de técnicas participativas e atividades significativas que possam transcender o âmbito escolar.

“O desenvolvimento de habilidades para a vida é parte integral deste componente.

Esta estratégia promove a adoção e a manutenção de atitudes que permitam aos indivíduos

responder às demandas e desafios da vida diária, incluindo o ensino de habilidades para fazer,

pensar, se comunicar e tomar decisões” (SHEPHERD, 2003, p. 9).

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A proposta da formação de uma rede de EPS apresenta expectativas e desafios, já

que ela aponta como uma estratégia para a construção de uma cidade mais saudável em busca

a intersetorialidade. Segundo Cordeiro (2008), a intersetorialidade pretende superar a visão

isolada e fragmentada na formulação e implementação de políticas e na organização do setor

saúde, incorporando o maior número possível de conhecimentos sobre outras áreas de

políticas públicas, como a educação, trabalho e renda, meio ambiente, habitação, transporte,

energia, agricultura etc., como também sobre o contexto social, econômico, político,

geográfico e cultural em que a política atua.

Nessa perspectiva, segundo IUHP - International Union for Health Promotion

and Education (2012), para implementar uma Escola Promotora de Saúde (EPS) é necessário

ter em conta os seguintes elementos:

• Desenvolver uma política de apoio às EPS por parte do governo ou da

autoridade local: Quando existem políticas de apoio às EPS por parte das autoridades

nacionais, regionais ou locais é mais fácil que as escolas adotem este conceito;

• Contar com o apoio da administração e da direção: A EPS consiste numa

abordagem global e como tal, necessita de apoio e compromisso continuado dos professores

responsáveis ou diretores/gestores/administradores da escola;

• Criar um pequeno grupo de pessoas que assuma ativamente a liderança e

coordenação das ações e que integre professores, pessoal não docente, alunos, pais e membros

da comunidade;

• Auditar as ações correntes de promoção da saúde de acordo com os seis

elementos essenciais das EPS: A auditoria analisa o que a escola está a fazer num dado

momento, com referência a cada um dos seis elementos. Um rápido balanço da situação

destes seis elementos é um bom ponto de partida.

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A IUHP - International Union for Health Promotion and Education (2012)

apresenta ainda os seis elementos essenciais da escola promotora de saúde:

• Políticas de escolas saudáveis: Definem-se claramente em documentos ou em

práticas geralmente aceites que promovem a saúde e o bem-estar.

• O ambiente físico da escola: refere-se aos edifícios, terrenos, espaços de recreio

e equipamentos no recinto escolar e à sua volta: a concepção e a localização do edifício; o

acesso à luz natural e a sombra adequada; a criação de espaços para a atividade física; e

instalações adequadas para as aprendizagens e para alimentação saudável. Refere-se também

às instalações básicas: a manutenção do edifício e das práticas de higiene sanitária para

impedir a transmissão de doenças; a disponibilidade de água potável e de ar fresco; a ausência

de contaminantes ambientais, biológicos ou químicos, prejudiciais para a saúde.

• O ambiente social da escola: é uma combinação da qualidade das relações no

seio do pessoal, no seio dos alunos e entre uns e outros. É influenciada pelas relações com os

pais e com a comunidade mais vasta.

• Competências individuais de saúde e competências para a ação: Refere-se ao

currículo formal e informal e às atividades que lhe estão associadas, através das quais os

alunos, em função da idade, adquirem conhecimentos, habilidades e realizam experiências

que lhes permitem desenvolver competências para a ação com vista a melhorarem a sua

própria saúde e bem estar e das outras pessoas da comunidade, o que melhora os seus

resultados escolares.

• Ligação à comunidade: consiste nas relações entre a escola e as famílias dos

alunos, acrescida das relações entre a escola e os grupos e pessoas chave da comunidade local.

• Serviços de saúde: Trata-se dos serviços de saúde locais e regionais, da própria

escola ou ligados a ela, que são responsáveis pelos cuidados de saúde e da promoção da saúde

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das crianças e adolescentes, através da prestação direta de serviços aos alunos (incluindo os

que têm necessidades especiais).

Experiências no Brasil representou uma proposição de promoção de saúde na

escola, que precedeu a criação de EPS no município do Rio de Janeiro ao buscar integrar a

política de saúde às políticas sociais. O projeto Nessa Escola eu Fico, em 1999, contribuía

para que se instituísse a promoção da saúde como política. Seu desenvolvimento em 19

escolas de horário integral, com abrangência de cerca de 11.000 alunos, aumentava o tempo

de permanência da criança e do adolescente na escola, investia na melhoria da qualidade dessa

escola e estimulava, na comunidade escolar, a capacidade de pensar, atuar e de tomar decisões

(Silva et al 2007).

No município de Embu, estado de São Paulo, as ações da EPS são através de

articulações transversais e intersetoriais, que envolvem diferentes coordenações, setores e

gestores das secretarias. Há uma coordenação (da Escola Promotora de Saúde) como

facilitadora do processo, portanto, não há equipes especialmente constituídas por não se tratar

de uma proposta ou programa vertical (Harada et al, 2007).

A IUHP - International Union for Health Promotion and Education (2012)

enfatiza que a implementação de uma EPS não é um projeto limitado no tempo. É um

processo de mudança, de desenvolvimento e de evolução que vai construindo uma

comunidade escolar saudável. No entanto, não se pode mudar tudo de uma só vez, e se os

objetivos e as estratégias forem realistas poder-se-ão produzir mudanças substanciais num

prazo de 3-4 anos.

4.3 PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA

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O Programa Saúde na Escola (PSE), do Ministério da Saúde e do Ministério da

Educação, foi instituído em 2007 pelo Decreto Presidencial nº 6.286 como fruto do esforço do

governo federal em construir políticas intersetoriais para a melhoria da qualidade de vida da

população brasileira. A Portaria nº 1.861, de 04 de setembro de 2008 regulamentou a

responsabilidade orçamentária do Ministério da Saúde (MS) com os municípios que aderem

ao PSE.

Com a finalidade de contribuir para a formação integral dos estudantes da rede

pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde, o

PSE foi constituído a fim de contribuir para a comunicação entre escolas e unidades de saúde,

assegurando a troca de informações sobre as condições de saúde dos estudantes; e fortalecer a

participação comunitária nas políticas de educação básica e saúde, nos três níveis de governo

(Brasil, 2007).

O público beneficiário do PSE são os estudantes da Educação Básica (creche,

ensino fundamental e médio), gestores e profissionais de educação e saúde, comunidade

escolar e, de forma mais ampliada, estudantes da Rede Federal de Educação Profissional e

Tecnológica e da Educação de Jovens e Adultos (Brasil,2010).

A elaboração de um bom projeto é passo fundamental e estratégico para

sistematizaras ações de saúde escolar. Alianças e parcerias também são fundamentais, por

exemplo, com programas públicos ou privados, ou ainda do terceiro setor, que utilizem

tecnologias propícias para a promoção da saúde escolar (Brasil, 2009).

No PSE, a criação dos territórios locais se dá a partir das estratégias firmadas

entre a escola, a partir de seu projeto político-pedagógico, e a unidade básica de saúde. O

planejamento das ações do PSE deve levar em consideração o contexto escolar e social, o

diagnóstico local em saúde do escolar e a capacidade operativa em saúde do escolar (Brasil,

2010).

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Uma estratégia fundamental para garantir a institucionalização e sustentabilidade

das ações e projetos é o trabalho participativo com a direção e o corpo de professores, além de

estimular a inserção da promoção da saúde no projeto político pedagógico da escola. Isso

exige uma relação próxima entre os profissionais de saúde e da educação, para reflexão

conceitual da proposta e otimização de ações no cotidiano programado pela instituição. Como

medida facilitadora, deve-se estimular o desenvolvimento de práticas metodológicas e

atividades com estudantes, pais e familiares em parceria com o corpo de professores da escola

(Brasil,2006).

Experiência com êxito se deu na implantação do PSE em uma escola no

município de Fortaleza-CE permitiu aos profissionais de saúde a percepção do seu papel

social de educador e possibilitou aos adolescentes maior contato com a equipe da ESF. A

aproximação entre escola e unidade de saúde contribuiu para ajudar os adolescentes a

transformarem a informação científica em comportamentos saudáveis (Santiago et al, 2012).

4.3.1 Diretrizes do Programa Saúde na Escola

I. Tratar a saúde e educação integrais como parte de uma formação ampla para a

cidadania e o usufruto pleno dos direitos humanos;

II. Permitir a progressiva ampliação intersetorial das ações executadas pelos

sistemas de saúde e de educação com vistas à atenção integral à saúde de crianças e

adolescentes;

III. Promover a articulação de saberes, a participação dos educandos, pais,

comunidade escolar e sociedade em geral na construção e controle social das políticas

públicas da saúde e educação;

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IV. Promover a saúde e a cultura da paz, favorecendo a prevenção de agravos à

saúde, bem como fortalecer a relação entre as redes públicas de saúde e de educação;

V. Articular as ações do Sistema Único de Saúde (SUS) às ações das redes de

educação pública de forma a ampliar o alcance e o impacto de suas ações relativas aos

educandos e suas famílias, otimizando a utilização dos espaços,equipamentos e recursos

disponíveis;

VI. Fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo da saúde, que

possam comprometer o pleno desenvolvimento escolar;

VII. Promover a comunicação, encaminhamento e resolutividade entre escolas e

unidades de saúde, assegurando as ações de atenção e cuidado sobre as condições de saúde

dos estudantes;

VIII. Atuar, efetivamente, na reorientação dos serviços de saúde para além de suas

responsabilidades técnicas no atendimento clínico, para oferecer uma atenção básica e integral

aos educandos e à comunidade.

4.3.2 Estruturação do Programa

De acordo com a cartilha Passo a Passo do Programa Saúde na Escola do

Ministério da Saúde (2011), o programa está estruturado em três blocos, denominados

componentes.

O primeiro componente consiste na avaliação das condições de saúde, envolvendo

estado nutricional, incidência precoce de hipertensão e diabetes, saúde bucal (controle de

cárie), acuidade visual e auditiva e, ainda, avaliação psicológica do estudante. Deverão ser

avaliados 500 escolares por Equipe de Saúde da Família.

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O segundo componente trata da promoção da saúde e da prevenção, que trabalha

as dimensões da construção de uma cultura de paz e combate às diferentes expressões de

violência, consumo de álcool, tabaco e outras drogas. Também neste bloco há uma abordagem

à educação sexual e reprodutiva, educação ambiental e desenvolvimento sustentável, além de

estímulo à atividade física e práticas corporais. Esse componente deve atender 1000 escolares

por Equipe de Saúde da Família.

O terceiro componente do programa é voltado à educação permanente e

capacitação de profissionais e de jovens, utilizando-se das seguintes estratégias: Formação do

Grupo de Trabalho Intersetorial (GTI) por meio de oficinas e educação à distância; Formação

de Jovens Protagonistas para o PSE/SPE, por meio da metodologia de educação de pares,

buscando a valorização do jovem como protagonista na defesa dos direitos à saúde; Formação

de profissionais da educação e saúde nos temas relativos ao Programa Saúde na Escola

através de realização de atividades de educação permanente de diversas naturezas, junto

aos(às) professores(as), merendeiros(as), agentes comunitários de saúde, auxiliares de

enfermagem, enfermeiros(as), médicos(as) e outros profissionais das escolas e das equipes de

Saúde da Família; Curso de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de Escolas

Públicas através de parcerias entre a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD), Secretaria de

Educação Básica (SEB/MEC), Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC) e Secretaria

de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD/MEC).

Essa etapa está sob a responsabilidade da Universidade Aberta do Brasil, do

Ministério da Educação, em interface com os Núcleos de Telessaúde, do Ministério da Saúde,

e observa os temas da saúde e constituição das equipes de saúde que atuarão nos territórios do

PSE.

O tempo de execução de cada bloco será planejado pela Equipe de Saúde da

Família levando em conta o ano letivo e o projeto político-pedagógico da escola. “Ao

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incorporar o tema da saúde em seu projeto político-pedagógico, a escola passa a promover

ações educativas em saúde que levam à reflexão sobre o que é ter uma vida saudável” (Brasil,

2005, p.9).

As ações previstas no PSE serão acompanhadas por uma comissão intersetorial de

educação e de saúde, formada por pais, professores e representantes da saúde, que poderão ser

os integrantes da equipe de conselheiros locais.

O Programa Saúde na Escola na cidade do Recife atende aproximadamente

28.474 alunos em 63 escolas nas 6 Regiões Político-Administrativa/DS. De acordo com Nota

Técnica publicada em janeiro de 2013, dados referentes aos componentes I e II foram

alimentados no Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle (SIMEC) de forma

consolidada gerando percentuais atingidos relativos ao ano de 2012. Dentre eles encontra-se,

100% em realização das ações educativas sobre promoção da alimentação e modos de vida

saudáveis com a comunidade escolar, considerando os alimentos regionais, e as ações de

atividades de sensibilização, responsabilização e intervenção do cuidado consigo mesmo e

com o ambiente escolar. No entanto, menores percentuais foram encontrados em relação às

atividades ofertadas abordando temáticas de saúde sexual e reprodutiva no cotidiano escolar

(41,49%), riscos e danos sobre uso abusivo de álcool, tabaco, crack e outras drogas (49,69%)

e oferta de práticas corporais orientadas relacionadas a realidade da comunidade incluídas no

cotidiano escolar (67,36%).

5. METODOLOGIA

5.1 Metodologia de Estudo

Trata-se de uma pesquisa descritiva quanti-qualitativa que adotará um

delineamento de estudo do tipo pesquisa-ação. Baldissera (2001) descreve que a pesquisa-

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ação por ser investigativa supõe um conjunto de procedimentos técnicos e operativos para o

conhecimento da realidade ou um aspecto desta, com o objetivo de transformá-la pela ação

coletiva. Na pesquisa-ação acontece simultaneamente o “conhecer” e o “agir”, uma relação

dialética sobre a realidade social desencadeada pelo processo de pesquisa.

5.2 Local de desenvolvimento do estudo

A cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco, é dividida em 6 Regiões

Políticas-Administrativas (RPA). Para o setor saúde, cada RPA corresponde a um Distrito

Sanitário (DS).

O estudo está sendo realizado em 14 escolas municipais do Distrito Sanitário (DS)

II da cidade do Recife, distribuídas em 7 bairros na zona norte da cidade. As escolas estão

inseridas no Programa Saúde na Escola (PSE) e vinculadas a 10 Unidades de Saúde da

Família (USF).

O DS II possui uma população de residentes de 221.234 habitantes (IBGE 2010) o

que representa 14,39% da população do Recife. Nele encontra-se um dos bairros mais

populosos (Água Fria) e menos populosos (Torreão) das RPAs da cidade do Recife.

A rede municipal de ensino do Recife dispõe hoje de 214 escolas, sendo 49 no DS

II e apresenta a seguinte estrutura: Educação Infantil (Creches – 0 a 3 anos e Pré-escola – 4 a

5 anos), Ensino Fundamental ( 1º ciclo – 6 a 8 anos; 2º ciclo – 9 a 10 anos; 3º ciclo – 11 a 12

anos; 4º ciclo – 13 a 14 anos), Ensino Médio e EJA ( A partir de 15 anos).

5.3 População

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A população deste estudo será representada por profissionais da educação e

comunitários de escolas municipais de ensino inseridas no Programa Saúde na Escola e

profissionais das Unidades de saúde da Família vinculadas ao PSE do DS II da cidade do

Recife.

5.4 Amostra

A amostra será composta por 14 coordenadores ou vice dirigentes escolares, 14

professores, 10 pais e 14 profissionais de saúde representados por Agente comunitário de

saúde, médico, enfermeiro e dentista totalizando 52 pessoas.

5.5 Coleta de dados

Serão combinadas diferentes técnicas de coletas de dados. Primeiramente será

realizado preenchimento de formulário com auxílio da direção escolar para caracterização das

escolas juntamente com a análise documental que se constituirá no levantamento dos

seguintes materiais: Projeto Político Pedagógico (PPP), Grade Horária, quadro de docentes,

funcionários e alunos, referentes ao período de desenvolvimento do estudo. A segunda parte

da coleta consiste em utilizar um questionário auto aplicável constituído de perguntas

fechadas e abertas que será aplicado junto aos profissionais da educação e profissionais da

saúde da USF a que a escola está vinculada. O questionário constará de três partes, sendo a

primeira referindo-se a identificação e caracterização dos participantes. A segunda parte

abordará perguntas fechadas e a terceira parte, perguntas abertas relacionadas a temática

Saúde na Escola. A terceira e última etapa da coleta será realizado um grupo focal com pais e

comunitários de uma Escola sorteada.

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5.6 Plano de análise dos dados

Para a análise dos dados quantitativos será utilizado o programa estatístico SPSS,

versão 16.0. Para análise dos dados qualitativos será utilizada a Análise de Discurso em se faz

uma leitura do texto enfocando a posição discursiva do sujeito, legitimada socialmente pela

união do social, da história e da ideologia, produzindo sentidos.

6. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Esse estudo é um subprojeto do Projeto REDE ESCOLAS PROMOTORAS DE

SAÚDE: RECONHECENDO, PESQUISANDO E DESENVOLVENDO

POTENCIALIDADES PARA A CONSTRUÇÃO DA REDE ESCOLAS PROMOTORAS

DE SAÚDE EM PERNAMBUCO / BRASIL que já foi submetido submetido e aprovado pelo

comitê de ética na Plataforma Brasil.

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