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revista Ano XXIII • no 55 • fev/jun 2015 Publicação para a área privada Os laços da educação Estudos apontam impactos benéficos na sociedade quando professores trabalham competências socioemocionais Robótica Expoente lança material inédito Papo exclusivo com Júlio Furtado, doutor em Educação

O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

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Page 1: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

revista

Ano XXIII • no 55 • fev/jun 2015Publicação para a área privada

Os laços da educaçãoEstudos apontam impactos benéficos na sociedade quando professores trabalham competências socioemocionais

Robótica Expoente lança material inédito • Papo exclusivo com Júlio Furtado, doutor em Educação

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Editorial

Uma educação cidadãCaros leitores:

Quem conhece o Grupo Expoente sabe da importância que damos ao resgate e cultivo dos valores morais, ecológicos, comportamentais e de igualdade, somados a tantos outros, em nossas unidades e no trabalho com nossas escolas conve-niadas ao Sistema de Ensino Expoente. Para nós, está muito claro de que além de ensinar, passar conteúdos, trabalhamos para formar cidadãos mais conscientes e responsáveis.

A revista Impressão Pedagógica traz esse DNA do Expoente na matéria de capa, que discute os benefícios de se desen-volver competências socioe-mocionais em sala de aula. Assim, formaremos pessoas mais conscientes e éticas. Isso muda o ser humano.

A escolha de nosso tema peda-gógico para o biênio 2015/2016, que aborda os vínculos e as aprendizagens no ambiente escolar, tem esse mesmo propósito. O professor Júlio Furtado explica os detalhes da importância de trabalhar o olho no olho com nossos alunos em uma entrevista exclusiva. Isso muda a relação em sala de aula.

Também é muito gratificante ver os projetos das escolas conve-niadas nas páginas a seguir, que estão incríveis. É possível observar que as escolas de todo o país estão desenvolvendo

trabalhos com o mesmo objetivo de formar cidadãos de bem e promovendo aprendizagens verdadeiramente significativas e valiosas. Isso muda uma sociedade.

Mostraremos, ainda, que uma leitura mais atenta, o uso do Portal Escola Interativa, a aplicação do SAGE e as novas tecnologias são ferramentas de que o professor dispõe para que conquiste sua excelência e faça o que mais ama: educar seus alunos. Somos parceiros com soluções educa-cionais que valorizam acima de tudo seu potencial, querido educador. Isso muda o mundo.

Boa leitura!

Expediente

Direção-Geral:Armindo Vilson Angerer

Gerência do CEEE:Sandra Poli

Jornalista Responsável:Arieta Arruda(MTB 6815/PR)

Revisão:Caroline Rabelo GomesCamila Dayane RibeiroMarcelle Lubel

Design:Gustavo Morais

Marketing:Soraia Costa

Foto de capa:© Michael Jung / iStock

Pré-Impressão:Alexandre Straube

Fotolitos e Impressão:Editora Gráfica ExpoenteAntonio Both Av. Maringá, 350 – Pinhais (PR)CEP: 83324-000 Tel.: (41) 3312 4350

Tiragem:15 000 exemplares.Impressão Pedagógica é uma publicação semestral de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores, distribuída gratuitamente por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões expressas nos artigos assinados.Todos os direitos reservados.

Armindo AngererDiretor-geralGrupo Educacional Expoente

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|26EspecialA Robótica pode contribuir na vida escolar dos alunos

|06EntrevistaJúlio Furtado discute a prática dos vínculos e aprendizagens

|10 Curtas Refl exões e fatos marcantes na Educação

|11 Artigo IDebates sobre indimplência escolar

|18Projetando o futuroConheça a riqueza dos projetos pelo Brasil

|25Artigo IIAprender sobre a nossa cultura

|30LeituraComo inserir esse tema diariamente em sua escola?

|32Avaliação Sucesso do SAGE apresenta cultura avaliadora

|34EsporteCombinação perfeita entre esporte e música

|36Mundo WebExpoente promove cursos em EAD para professores

índice

|12Matéria de capaImportância de considerar os alunos como seres socioemocionais

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Page 6: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

entrevista

As gerações jovens impõem ao professor necessidades diferentes das quais

ele tinha enquanto aluno. Por mais que os professores tenham a tendência

de reproduzir o modo como seus professores lhe ensinaram, é preciso

entender que as gerações que estão hoje nas salas de aulas apresentam

características diferentes e, portanto, aprendem de maneira diferente.

É necessário mais diálogo, negociações de sentidos, transparência e

vínculos afetivos na relação com os alunos. Se existem necessidades dife-

rentes, é preciso novas maneiras de levar o conhecimento para que haja um

aprendizado significativo. Mas como fazer isso? O professor Júlio Furtado

apresenta alguns detalhes sobre o tema nesta entrevista exclusiva.

Ele é doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Havana (Cuba),

mestre em Educação pela Univer-

sidade Federal do Rio de Janeiro

(UFRJ), pedagogo, psicólogo

e autor de diversos livros.

Esteve em Curitiba (PR) para lançar

a sua mais nova obra em parceria

com o Grupo Expoente: "Vínculos e

aprendizagem", livro que embasará

as atividades pedagógicas de todas

as escolas conveniadas ao Sistema

de Ensino Expoente. Confira.

”“O professor precisa ter o famoso

‘jogo de cintura’; o autoconhecimento e a consciência de quais são seus limites e potencialidadesVeja como alguns desafios que os professores vivem no dia a dia podem ser enfrentados quando se estabelece vínculos afetivos com os alunos. É o tema do bate-papo com o professor e doutor em Educação, Júlio Furtado

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Page 7: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

Impressão Pedagógica (IP) –

Quais as características

da geração Z?

Julio Furtado (JF) – Formada

por crianças e adolescentes

entre 5 e 17 anos, é uma geração

completamente imersa na

tecnologia e que não consegue

conceber o mundo sem apli-

cativos, mídias sociais, smart-

phones e internet. Esses jovens

possuem alta habilidade tecno-

lógica e baixa habilidade em rela-

cionamento interpessoal. Uma

parece ter se desenvolvido em

detrimento da outra, pois eles

se isolam quando fazem uso da

tecnologia e com isso não se rela-

cionam pessoalmente. É uma

geração silenciosa. Falam pouco

e ouvem pouco em função do

alto índice de dispersão e desin-

teresse nos “discursos não tecno-

lógicos”. Possuem pouco interesse

em profissões e áreas de conhe-

cimento que não se relacionam

diretamente com a tecnologia.

Além disso, têm dificuldade com

o pensamento linear (início-

-meio-fim) e isso, com certeza,

será um grande desafio quando

chegarem ao mercado de trabalho.

IP – O livro "Vínculos e

aprendizagem" trata sobre

como criar vínculos afetivos

com essa nova geração.

Como esse processo se dá?

JF – Os vínculos afetivos são

estabelecidos a partir dos senti-

mentos e emoções vivenciados

ao longo de uma relação. Podem

ser positivos ou negativos, já que

esses sentimentos e emoções

podem ser positivos ou não.

Os vínculos afetivos positivos

se formam a partir de uma

relação que oferece confiança,

nascida da vivência de senti-

mentos e emoções construtivas

e saudáveis. Estabelecemos

vínculos afetivos com alguém

que nos trata com consideração,

respeito e carinho, por exemplo.

Com o ingresso da criança na

escola, ela tem a experiência

de construir novos vínculos.

A gente precisa entender a

importância e o lugar desses

vínculos para a continuidade

do sucesso do processo de

aprendizagem dessa criança.

A gente sabe que se a criança

consegue construir um processo

de vinculação afetiva com a escola,

ela automaticamente também

desenvolve um processo de

aprendizagem igualmente seguro.

IP – Quais os principais

pilares do livro?

JF – Já no início do livro, a gente

trata da questão da construção

do afeto. Logo depois, entra

o segundo pilar que é a alte-

ridade. Lidar com o diferente de

mim. Nessa relação com aquele

que é diferente de mim, eu me

autoconstruo, desconstruo

ou modifico vínculos. ➤ foto

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Page 8: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

entrevista

O terceiro pilar é a mediação rela-

cional do professor. Basicamente,

o professor precisa travar com

o aluno dois tipos de mediação:

mediação didática – por meio da

qual ele apresenta o conteúdo de

maneira que o aluno entenda, e

para isso ele precisa ser versátil

na forma de apresentar, em uma

linguagem que o aluno dê conta

de aprender; mediação

relacional – pela qual o

professor não deixa que o

aluno desista de aprender.

Ele incentiva, elogia e motiva

para que a aprendizagem

ocorra verdadeiramente.

Se o professor não acredita

no potencial de apren-

dizagem desse aluno, ele

não vai ser capaz de desen-

volver uma mediação rela-

cional competente. Por não

ficar verdadeira, refletirá

no quanto esse aluno vai

se autoacreditar ou não.

Da negociação de sentidos,

um quarto pilar importante.

O professor em

sala de aula, em sua

relação com o aluno,

está lá para ensinar

alguma coisa.

Esse aluno tem uma

cultura e uma crença

e esse professor

também. Ao usar

um exemplo, esse

professor leva uma

crença, uma linguagem da cultura

dele. É preciso que o professor

mergulhe, que considere a

cultura do aluno para que consiga

fazer com que o aluno saia do

sentido e vá para o significado.

O professor tem de ficar muito

atento, pois a aprendizagem signi-

ficativa se dá na formação do

significado, e não na formação do

sentido. Então para que eu seja um

bom indutor do sentido até o signi-

ficado, o que eu preciso fazer?

Estar atento em relação ao

sentido que o aluno formou.

Para isso, eu preciso olhar esse

aluno com o olhar dele, com a cultura

dele, com os paradigmas dele e

desse modo ajudá-lo a entender.

A melhor maneira de fazer isso

é por meio da prática.

IP – Como desafiar os alunos

a aprenderem mais?

JF – Em primeiro lugar usando

a tecnologia. O professor, defi-

nitivamente, precisa encarar a

tecnologia como um recurso

didático. Eu acho que poucos

estão usando a tecnologia

com todo o potencial que

ela tem para ser usada. A

tecnologia já é um elemento

de intercessão de interesse

muito grande com as gerações

que estão nas escolas.

Além da tecnologia, a maneira

com que o professor se coloca

em sala de aula. Ou seja, uma

coisa é o professor

se colocar como

alguém que dá bom

dia e diz: “vim ensinar

alguma coisa nova

para vocês. Fiquem

quietinhos, que eu

vou explicar”. Infe-

lizmente, é o modelo

que se traz da escola

em que estudou.

“ Os vínculos afetivos se formam a partir de uma relação

que oferece confiança, nascida da vivência de sentimentos e emoções

construtivas e saudáveis ” foto

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Page 9: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

O professor é muito mais formado

pelos professores que ele teve do

que pelos discursos que ele ouviu

sobre como deveria ser professor

(eu dou aula como me deram aula).

A atitude do professor em sala

de aula, ao invés de trazer esse

conhecimento pronto, deve trazer

um desafio real, ligado à vida, em

especial ligado ao contexto em que

esse aluno vive. Ao propor esse

desafio, o professor tem condição

de ser um bom mediador rela-

cional e de fazer esse aluno ficar

com vontade de aprender e insistir,

de não desistir rápido. Se a gente

reúne todas essas características,

teremos uma escola mais voltada

para as necessidades e para as

características dessa geração.

IP – A partir do autoconhecimento

e amadurecimento, é possível

criar vínculos mais facilmente?

JF – É o grande pulo do gato. À

medida que o professor não tem

amadurecimento, ele encara esse

aluno como uma grande ameaça,

fica querendo instaurar o modelo

e o paradigma que deu certo com

ele. Mas essa geração está cada vez

mais criando caminhos e maneiras

de comunicação interessantes.

Nós temos exemplos de escolas

e, não são poucas, em que o poder

de sinergia dessa geração Z ou Y

é imenso. Ele [aluno] não fala nada

em sala de aula, mas no dia seguinte

está na internet se vingando

daquele professor. E não adianta

o professor perguntar “quem foi

que postou isso?”, que não vai

aparecer. Há uma grande difi-

culdade de quebrar paradigmas.

É momento de parar e pensar:

se eu continuar medindo forças,

vou perder, porque eu estou com

uma turma de 30 alunos.

O professor precisa ter o famoso

“jogo de cintura”. O que é isso?

É o autoconhecimento e a cons-

ciência de quais são seus limites

e potencialidades. Preciso saber

até onde eu vou conseguir, para

não ficar, como dizia a minha mãe,

“batendo em ponta de faca”. Hoje,

a gente vê professor “batendo

em ponta de facas”, tendo crises

hipertensivas, até morrendo.

IP – Como liderar a sala de

aula e otimizar o tempo?

JF – Costumo partir do próprio

significado etimológico da palavra

professor. Professor significa

”aquele que professa a verdade”.

Se hoje em dia o professor

continuar achando que é o que

professa a verdade, com certeza

ele vai ter diversos conflitos

e dilemas no exercício da sua

profissão. Hoje estamos lidando

com uma população aprendente,

que não admite a não existência

do diálogo, não admite ficar sem

voz e vez. O professor precisa

então romper o paradigma de

aula que lhe foi colocado como

aluno. Essa é a grande difi-

culdade do professor atualmente.

A formação continuada é

importante? É. À medida que

seja vivencial, que trabalhe o

professor na mesma intensidade

da dificuldade que ele tem de

reaprender a forma de dar aula.

Acredito que a relação de

poder desse professor tem de

continuar existindo de outra

forma. Ele tem de entender que

não professa mais a verdade

e que esse aluno pode virar

para ele e dizer: “professor, tem

um site aqui que está dizendo

diferente do que você está

dizendo”. A atitude hoje é:

”que site é esse? Vamos ver...”,

ou seja, ele tem de se despir do

rótulo de detentor da verdade.

É uma questão muito mais de

amadurecimento e mudança de

paradigma de mudança pessoal

do que uma questão cognitiva.

Estamos há pelo menos três

ou quatro décadas treinando

os professores para que eles

deem aulas diferentes. E me

parece que as mudanças são

muito lentas. Está proporcional

para o esforço que se tem feito

para que ele mude. A meu ver,

esse não é um esforço objetivo,

é um esforço muito mais subjetivo.

A formação continuada precisa

ser mais voltada à formação

pessoal. Claro que a formação

pedagógica e científica tem de

continuar, mas a formação pessoal

tem de ser mais valorizada. ✪

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Page 10: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

O que uma paquistanesa de 17 anos e um indiano de 60 anos tem em comum?

São referências para a educação no mundo. No final de 2014, Malala Yousafzai

e Kailash Satyarthi ganharam o Prêmio Nobel da Paz pelo trabalho que fazem

em prol da educação.

Kailash Satyarthi abandonou a profissão de engenheiro na Índia e há mais de

25 anos resgata crianças expostas ao trabalho escravo e possibilita educação

a elas. Já foram mais de 80.000 crianças salvas nessa situação. Atualmente,

Satyarthi lidera a organização Bachpan Bachao Andolan (Movimento para

Salvar as Crianças). Pela Organização das Nações Unidas (ONU), seu trabalho

foi valorizado por estar “mantendo a tradição de Gandhi”.

Malala, mesmo com pouca idade, também chama atenção do mundo pela

consciência e coragem que tem para lutar em prol da educação. Há alguns

anos, no Paquistão, as escolas destinadas às mulheres tiveram a ordem de

fechar. Malala, em seu blog, foi a voz dessas meninas e mulheres que queriam

estudar. Por conta disso, a estudante foi alvo de um grupo extremista em

seu país. Em 2012, ela foi baleada no rosto quando voltava da escola. Malala

sobreviveu e, hoje, luta pela educação como instrumento de paz no mundo.

“Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.

A educação é a única solução”, diz Malala em discurso na ONU.

Nobel da Paz à educação

Em 2015, o Portal Escola Interativa ganhará novos conteúdos. Todos os

materiais didáticos devem estar disponíveis em versão digital para que aluno

e professor possam utilizar. Alguns materiais irão receber novos recursos ao

longo do ano, como itens de animação, novas imagens, movimentos, entre

outros. Vamos conhecer? Acesse <www.escolainterativa.com.br>.

1. Tecnologias educacionais. Você acessa novos projetos para se inspirar

para os trabalhos deste ano e também confere a galeria de imagens sobre as

Mostras de Robótica realizadas.

2. Gibi interativo. Novo leiaute do canal e o gibi Crianças do Trânsito, voltado

à Educação Infantil. Está com animações incríveis.

3. Material didático digital. É possível acessar de qualquer tablet on-line ou

pelo iPad. É só baixar na banca da Apple e acessar a hora que quiser.

Todos os níveis estão disponíveis para apoio dos estudos, com recursos do

Caderno Interativo Digital.

4. Infográficos. É mais fácil aprender por meio de imagens, sons e animação.

Novos infográficos foram criados (sobre ebola e dinossauros) para auxiliar no

aprendizado. Vale a pena conferir!

5. Interativa filmes. O filme é um ótimo recurso pedagógico para aplicar em

suas aulas. O Portal Escola Interativa disponibiliza periodicamente indicações

de filmes e sugestões que podem ser trabalhados para cada nível de ensino.

5 motivos para acessar o

Portal Escola Interativa

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Page 11: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

artigo I

A inadimplência nas escolas é um

tema bastante discutido, pois gera

muitos reflexos e problemas para as

instituições de ensino. Em épocas de

retração econômica e acréscimo nas

despesas domésticas, normalmente

a opção é deixar em atraso a mensa-

lidade escolar. Isto porque, por força

da Lei 9.870/1999, as escolas não

podem proibir o aluno de frequentar

as aulas e nem reter qualquer

documento na hora da transferência.

Se houver atraso no pagamento da

conta de água e luz, por exemplo,

pode haver a interrupção do serviço,

o mesmo não ocorre com o ensino.

Na prática, se o responsável pelo

aluno deixa de pagar a mensa-

lidade do ano todo, a escola é

obrigada a prestar o serviço e

arcar com os custos, mesmo sem

receber a devida contraprestação.

Isto reflete no valor da mensa-

lidade, pois a estimativa da inadim-

plência é incluída no cálculo do preço

da mensalidade e a taxa de inadim-

plência costuma ser alta, em torno

de 10%, segundo estimativa do

Sindicato das Escolas Particulares.

Há, entretanto, formas de minimizar

os prejuízos. Fazer um contrato de

prestação de serviços educacionais

que contenha todos os direitos e

obrigações do seu aluno e(ou) do pai

ou responsável pelo pagamento das

mensalidades escolares. Importante

é também colher todas as assi-

naturas solicitadas no contrato (pai

ou responsável, escola e duas

testemunhas). Essa atitude facilita

posteriormente a cobrança judicial

em caso de inadimplência.

Após o vencimento de cada

mensalidade, é preciso fazer o

lançamento dos pagamentos das

mensalidades que foram pagas.

Passados 10 dias do vencimento,

emita um primeiro aviso por

escrito para os alunos inadim-

plentes. Tome os devidos cuidados

para que o aluno menor de idade

e dependente não tenha acesso

ao aviso, que deverá ser lacrado

e entregue ao pai ou responsável

(ou enviado pelo Correio).

Quando vencer a 2ª mensa-

lidade, recomendamos um 2º

aviso mais contundente. Reco-

mendamos, ainda, o envio de um

3º aviso, assinado pelo Depar-

tamento Jurídico. A partir da

3ª mensalidade vencida, a

escola pode inscrever o pai ou

o responsável inadimplente em

um dos Serviços de Proteção ao

Crédito que existem no mercado.

Em paralelo, o contrato pode ser

mandado para execução, por um

escritório jurídico. Não deixe de

cobrar as mensalidades atrasadas.

Infelizmente, há casos de pais

de alunos que não pagam as

mensalidades durante todo o ano

letivo e depois solicitam a trans-

ferência para outro estabele-

cimento de ensino, que igualmente

ficará sem receber pelos serviços

prestados. Por esse motivo, ao

receber um aluno transferido,

peça uma certidão negativa de

débitos da escola de origem do

aluno. É um direito da escola.

Pode ficar certo de que, ao

entrar com a ação executando o

contrato de prestação de serviços

de ensino, na maioria dos casos

você conseguirá receber boa

parte da inadimplência. Pode

ser demorado, mas cria-se uma

carteira considerável de recebíveis

que um dia virá para o seu caixa.

Essa medida também impede a

prescrição dos débitos em 5 anos.

Todos os procedimentos da escola

devem ser transparentes e a

cobrança não pode ser abusiva. ✪

Inadimplência nas escolasPor Manoela Lautert Caron*

*Manoela Lautert CaronAdvogada, sócia no escritório Caron Sociedade de Advogados Ltda. <www.caronadvogados.com.br>. Especialista em Direito Lato Sensu pelo Estação Business School/IBMEC, Legal Advisor – MBA em Direito Corporativo pelo Estação Business School.

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matériade capa

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Page 13: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

Ir alémdo conteúdo

Estudos apontam que para uma formação integral é necessário incluir no cotidiano escolar aprendizados socioemocionais de maneira explícita

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Page 14: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

matéria de capa

Reduzir a pobreza, baixar a taxa

de desemprego, diminuir a crimi-

nalidade e o uso de drogas.

reduzir os conflitos das cidades

são alguns dos benefícios

visíveis na sociedade apontados

em pesquisas realizadas sobre

o aprendizado de compe-

tências socioemocionais

nas escolas. Os alunos que

recebem atenção em aspectos

emocionais durante a formação

na educação básica conseguem

ser melhores cidadãos e,

ainda, aprender melhor Mate-

mática, Português e outras

disciplinas. Também estarão

preparados para escolher suas

profissões e lidar com os colegas

durante o dia a dia escolar e,

futuramente, no ambiente

de trabalho. Serão pessoas

mais conscientes e éticas.

“A Educação para o século 21

exige a ampliação da fronteira

do que se entende por apren-

dizagem e passa pelo desen-

volvimento desses outros

aspectos que, hoje, já podem

ser mensurados e ensinados

intencionalmente na escola”,

aponta um estudo desen-

volvido pelo Instituto Ayrton

Senna (IAS). Segundo o IAS,

aprender competências

socioemocionais nas escolas

é relevante pelos seguintes

fatores: importam em si mesmas,

pois preveem a garantia dos

direitos humanos, previstos na

Declaração Universal dos Direitos

Humanos de formar cidadãos

autônomos, com acesso à

educação, entre outros direitos.

Também importam pelo impacto

benéfico que apresentam em

nossas vidas. O aprendizado de

competências socioemocionais

“dão aos alunos condições a

melhorar a inserção no mercado

de trabalho, a se tornarem

cidadãos mais politizados,

saberem lidar adequadamente

com conflitos e a melhora

econômica e socialmente”,

explica Daniela Arai, analista de

projetos da Área de Avaliação

e Desenvolvimento do IAS.

E, por último, contribuem nas

aprendizagens cognitivas como

atividade-meio. Assim, crianças

e adolescentes podem aprender

com mais qualidade e segurança

os conteúdos das disciplinas

regulares. Entre as famílias de

competências socioemocionais

que devem ser introduzidas

no aprendizado cotidiano dos

alunos, duas são apontadas como

cruciais para atingir resultados

importantes, segundo estudo do

IAS. A conscienciosidade, que

inclui características relacionadas

à responsabilidade, à organização

e ao foco; e a abertura, que

significa o aluno estar aberto a

novas experiências e opiniões, ter

resiliência, aceitar que o erro faz

parte do aprendizado, entre outros.

“Apresentam em média 30% a mais

de aprendizado em Matemática em

um ano letivo quando comparados

aos que têm menos consciencio-

sidade. A proporção é a mesma

para o desempenho em Português

quando se trata de alunos com mais

abertura a novas experiências e

protagonismo”, aponta os estudos.

Qual o papel de cada um? Cabe aos gestores das escolas,

que acreditam nessa visão, incluir

esses conceitos no currículo,

planejar atividades e promover

a formação dos professores

de maneira continuada. Já aos

professores, cabe a responsa-

bilidade de aplicar os conceitos

de maneira explícita para que o

aluno tenha clareza de que está

aprendendo competências socioe-

mocionais e quais são elas.

“É papel de todas as instituições

educadoras, incluindo as famílias e

as escolas, promover esse espaço

de aprendizagem de competências

socioemocionais”, acredita Daniela.

Segundo a analista do IAS, a coor-

denação pode inverter a relação

das conversas com os pais.

Em vez de promover diálogos sobre

problemas com os filhos, usar o

momento para ouvir os pais sobre

suas dificuldades e criar um vínculo

para que eles possam saber como

está o aprendizado de seus filhos. foto

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Page 15: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

Assim, é possível promover uma

educação mais personalizada,

mesmo que o aluno esteja em

um contexto coletivo. “Quando

a escola abre outro canal para

os pais, eles percebem uma

parceria ali”, afirma Daniela.

“Quando falamos de habi-

lidades socioemocionais,

estamos falando de educar

seres humanos e não

apenas engenheiros, admi-

nistradores, médicos.

O desafio de nós, professores,

é conseguir trazer essa visão

mais humanista para dentro do

sistema, que ainda é avaliado

quantitativamente [por

números]”, complementa Soraia

Schutel, professora, doutoranda

em Administração pela UFRGS

na área de Inovação, Tecnologia e

Sustentabilidade e pesquisadora

no Brasil e exterior sobre Apren-

dizagem Transformadora para o

Desenvolvimento Sustentável.

Como fazer isso? Não deixando

de lado as habilidades cognitivas,

mas incluindo-as nas atividades

de modo que fique claro para

os alunos. Uma maneira é

promover exercícios desafiantes,

elaboração de projetos (como a

Robótica), problematização ou

aprendizagens colaborativas.

De acordo com Soraia Schutel,

ao invés de apontar defeitos,

o professor deve auxiliar os

alunos a identificar seus pontos-

-força, seu valor como pessoa.

Por meio desse contato humano

é possível mudar vidas e trans-

formar realidades. “Enquanto

professores, podemos deixar

um legado. Acredito que os

professores são as principais

chaves de mudança e quali-

ficação da sociedade”, finaliza a

professora. As atividades podem

ser divididas em grupos, em

que os alunos ajudam uns aos

outros, trabalhando o conceito

de cooperação.Pode ser vendo

um filme que transmita uma

mensagem de gratidão, ou

ainda, um trabalho em times,

em que cada participante saiba

de uma informação diferente

e que, com a colaboração, seja

possível construir o resultado

final. Uma alternativa também

é diversificar a avaliação, com

ferramentas de verificação

contínua sobre o aprendizado.

O importante é assegurar aos

alunos “quatro aprendizagens

que concorrem para a formação

de cidadãos mais preparados

para enfrentar os desafios do

mundo”, conforme orienta

o Relatório para a UNESCO

da Comissão Internacional

sobre Educação para o século

21, organizado por Jacques

Delors. São elas: aprender a ser,

aprender a conviver, aprender a

conhecer e aprender a fazer. ➤

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Page 16: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

matéria de capa

característico do início do século

passado, mas vivemos em uma

sociedade que requer inovação

e criatividade para ser compe-

titiva. Para se atualizar não é

suficiente adotar recursos tecno-

lógicos dentro da sala de aula, mas

sim buscar formar seres humanos

integrais. Um terceiro fator é que

não formamos nossos alunos

para a vida. Pois na prática, o que

se verifica é que os jovens estão

saindo do sistema universitário sem

saber o que querem da vida, sem

conhecer a si mesmos e sobretudo

sem as habilidades socioemo-

cionais como cooperação, resi-

liência, saber lidar com perdas,

respeito aos mais experientes,

estabilidade emocional, amabi-

lidade, que são fundamentais para

o relacionamento social e para ter

uma vida mais plena e de valores.

Agregar habilidades socioemo-

cionais na educação básica e

universitária já é política pública

em países como o Canadá.

Em uma pesquisa que o governo

canadense realizou junto a

líderes comunitários e líderes de

empresas, foram identificadas

cinco características e cinco habi-

lidades necessárias aos alunos.

As características são: resiliência,

criatividade, inovação, capa-

cidade de tomar boas decisões,

cooperação e consciência global.

E as habilidades: tomada de

decisão ética, pensamento crítico,

Soraia Schutel, doutoranda em

Administração pela UFRGS na

área de Inovação, Tecnologia

e Sustentabilidade e pesqui-

sadora no Brasil e exterior

sobre Aprendizagem Transfor-

madora para o Desenvolvimento

Sustentável. Além disso, é espe-

cialista em Psicologia Social pela

Universidade estatal de São

Petersburgo (Rússia) e possui

experiência acadêmica e profis-

sional em mais de 25 países.

Confira uma entrevista exclusiva

à Revista Impressão Pedagógica.

Impressão Pedagógica (IP):

Qual a importância do tema?

Soraia Schutel (SS): Atualmente

percebe-se em nossos jovens

uma lacuna entre o saber, fazer

e ser, o que se deve a vários

fatores. O primeiro deles é o

modo de mensurar resultados.

O sistema educacional brasileiro

é, sobretudo, quantitativo e

conteudista, onde se mede

eficiência e qualidade do ensino

por notas das provas e exames

como Enem e Enade. A formação

intelectual é fundamental, mas

não suficiente, pois não abrange

a integralidade humana, como

as dimensões emocional e espi-

ritual. Um segundo fator está

relacionado às necessidades da

sociedade atual. Não estamos

mais na era em que o dife-

rencial era conseguir apertar

mais parafusos por minuto,

“Quando o aluno é contagiado pelo amor ao saber, ele se torna professor de si mesmo”, afirma Soraia Schutel.

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Page 17: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

ensinam a autonomia de como

valorizar o próprio espaço, saber

cozinhar, fazer a própria horta

etc. Não é apenas a atividade em

si, mas o fato de criar sinapses

de autonomia e de capacidade

resolutiva, em que a pessoa sabe

que é capaz, e se não é, sabe

ter a humildade de recorrer a

quem sabe. Leonardo da Vinci,

quando entrou na Bottega do

Maestro Verrocchio, era auxiliar

de limpeza e de organização do

ambiente de trabalho. Limpava os

pincéis e, aos poucos, foi sendo

inserido na aprendizagem da alta

técnica artística, que rapidamente

dominou. Ou seja, não podemos

subestimar esses conheci-

mentos mais “simples”. Assim

a escola torna-se uma escola

para a vida. E é muito importante

também estimular o aprender a

aprender. A escola é passageira,

nossos alunos crescem, vão

para o mundo. Quando o aluno

é contagiado pelo amor ao

saber, ele se torna professor

de si mesmo, busca as oportu-

nidades de crescimento ao longo

de sua vida. Nós, professores,

somos mediadores e facili-

tadores dessas habilidades. ✪

comunicação, fluência no mundo

digital, prontidão para encarar o

mundo tanto em relação às aspi-

rações profissionais quanto em

relação às experiências de vida.

IP: O “empoderamento”

individual de crianças e

adolescentes pode diminuir

desigualdades sociais?

SS: A desigualdade social em

nosso país é resultante de fatores

histórico-coloniais, corrupção

em todos os setores de nossa

sociedade, políticas públicas inefi-

cientes, falta de planejamento

familiar, valores centrados no

consumo desenfreado etc.

Nesse contexto, a educação

é uma arma poderosa para

combater a desigualdade social e

contribuir para a autonomia das

futuras gerações. Entre as habi-

lidades socioemocionais visando

o empoderamento, a responsa-

bilidade é, no meu entender, uma

das mais importantes. Quando

temos indivíduos responsáveis,

cientes das consequências de suas

ações, de que cada ação possui

uma reação, de que a melhoria

de sua vida depende também de

suas ações e escolhas, podemos

contribuir para a autonomia

de nossos alunos e para que

almejem uma vida melhor

por meio de seus esforços.

IP: Quais práticas podem ser

aplicadas em sala de aula?

SS: Não devemos abandonar

o estudo dito clássico, pois

arriscamos a entrar na educação

do “achismo” e abandonar o

enorme conhecimento que já

foi gerado pela humanidade.

O importante é buscar formar a

integralidade humana, que possui

mais dimensões que aquelas que

estamos focados hoje. Assim,

temos que buscar novas metodo-

logias e práticas pedagógicas que

façam o aluno se conectar com

as coisas simples da vida e com

profundos valores humanos.

Por exemplo, no Japão as crianças

auxiliam nas atividades de limpeza

da escola como forma de respeito

e cuidado com o local em que

aprendem. Isso ajuda a desen-

volver a humildade, a reconhecer

o valor do trabalho, a cuidar mais

do próprio espaço. As crianças

e jovens de hoje, em sua maioria,

não sabem realizar atividades

básicas, e essas atividades

“ Temos que buscar novas metodologias e práticas pedagógicas que façam o aluno se conectar com as coisas simples da vida ”impressão pedagógica #55 | 17

Page 18: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

projetandoo futuro

Mais que estudar a teoria,

o Colégio Santa Rita,

em Iguarassu (PE), proporciona

a seus alunos ensinamentos

práticos e contextualizados à

realidade do Nordeste. Atividades

de campo fazem parte da rotina

escolar da instituição pernam-

bucana conveniada com o

Sistema de Ensino Expoente.

Estamos falando do projeto

Redescobrindo o Nordeste, que

surgiu em 2010 e atualmente

conta com duas ações por

ano. “A ideia surgiu, pois perce-

bíamos que os alunos tinham

uma imagem negativa quando se

estudava o Nordeste. Uma visão

reducionista da nossa região”,

conta Tiago de Melo Calado,

coordenador pedagógico da

escola. A instituição abraçou a

causa e atualmente o projeto

acontece em três etapas.

A primeira é a escolha do local

e apresentação do roteiro.

A partir disso, é feito um trabalho

de “gabinete”, que é o estudo

teórico, por meio de pesquisas

sobre informações técnicas

do local a ser visitado.

Por último, faz-se a visita,

na qual se apresentam

relatórios e debates

sobre o que foi

visitado.

“Os pais apoiam tanto, que além

de financiar as viagens, alguns vão

junto”, conta Tiago. As visitas em

locais ricos em cultura e conhe-

cimento já fazem parte da tradição

do Colégio. Os alunos do Ensino

Fundamental já visitaram cidades em

Pernambuco, Rio Grande do Norte,

Paraíba, Alagoas, entre outras.

O conhecimento adquirido nas

viagens é agregado ao máximo

às disciplinas e ao aprendizado

dos alunos. Segundo o coor-

denador, percebe-se o apren-

dizado no dia a dia, em coisas

simples. Os alunos estão mais

críticos e com maior bagagem

cultural sobre a realidade em que

estão inseridos. É uma viagem pela

riqueza cultural nordestina! ✪

Turismo pedagógico

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Page 19: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

projetandoo futuro

O sentimento que advém da

recompensa pelo esforço realizado

é um dos aprendizados que nossas

crianças precisam ter para construir

uma vida financeira saudável.

Pensando nisso, o Colégio Froebel,

de Olinda (PE), criou um projeto

voltado à educação financeira.

O público-alvo foram os alunos

da Educação Infantil ao Ensino

Fundamental (9º ano).

Durante oito meses,

o colégio – conveniado

com o Sistema de

Ensino Expoente –,

promoveu dife-

rentes atividades

práticas.

Os alunos fizeram

economia,

pouparam durante

todo o ano passado,

e assim cada turma pode

realizar algum tipo de sonho.

Alguns alunos, por exemplo,

compraram presentes para

pessoas queridas, já os alunos

do 9º ano conseguiram pagar

um passeio de formatura.

Fizeram rifas, barracas de

produtos e outras atividades,

que proporcionaram a arre-

cadação do valor para a viagem.

“Esse projeto não é estanque.

Já foi introduzido em nosso

currículo, pois melhorou até a

autoestima dos alunos ao verem

que podem, conseguem. Os pais

também gostaram muito dos

resultados”, afirma Tânia Maria

da Silva, diretora do Colégio

Froebel. Dessa maneira, o valor

do dinheiro ganhou novos signi-

ficados e possibilitou o empreen-

dedorismo entre os alunos. ✪

Poupando dinheiro, esbanjando aprendizadoSabe aquele bem que você comprou com todo o suor?Ou aquele presente que pode dar para alguém querido?

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Page 20: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

projetandoo futuro

No ano passado, o Colégio

Guimarães, em Maceió (AL),

conveniado com o Sistema de

Ensino Expoente; promoveu, com

sucesso, mais uma vez o projeto

ExpoTeatral para os alunos do

Ensino Fundamental. O trabalho

desenvolvido foi sobre o tema

Eleições, cada turma elegeu

um subtópico e produziu uma

peça de teatro. O espetáculo

ocorreu no dia 4 de setembro,

no ginásio da escola. Do início

do ano até esse dia, os alunos e

professores de várias disciplinas

trabalharam duro para desen-

volver o projeto com excelência.

Os pais e a comunidade ao redor

do Colégio Guimarães foram pres-

tigiar o espetáculo. “Muitos alunos

não conseguem se expressar,

mas depois de participarem do

projeto, eles mudam o compor-

tamento para melhor. Perdem a

vergonha de se expressar”, explica

Denise L. Santos, coordenadora

pedagógica da instituição. ✪

Expressar para se orgulhar

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Page 21: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

projetandoo futuro

Atualmente, a instituição conta com

150 alunos do berçário ao Ensino

Fundamental I, oferecendo um

trabalho com foco na aprendizagem

emocional e social de cada aluno.

Para isso, o foco está também na

capacitação de seus professores.

“Um dos principais diferenciais

é o investimento no professor:

nossas reuniões semanais envolvem

estudos teóricos e práticos”, afirma

Camila Almeida, diretora peda-

gógica e mestre em Educação.

Para avançar, o Sistema de Ensino

Expoente tem contribuído com a

organização dos conteúdos e inte-

gração do trabalho pedagógico entre

as turmas. “A assessoria pedagógica

também tem auxiliado bastante,

trazendo novas ideias, ajudando

na solução de pequenos

problemas. Gostei muito

do material espe-

cífico de berçário:

está sendo um

ótimo norteador para

o nosso trabalho”,

explica Camila.

Segundo a diretora, este ano

a ideia é cuidar dessas novidades

e desenvolver um trabalho

personalizado. “A formação dos

professores específica para

o berçário é um projeto no qual

tenho me debruçado: já planejei

com a assessoria pedagógica

formações e tenho realizado

leituras e estudos

específicos

da área.

Todas as realizações da escola

somente têm sido possíveis

porque conto com uma equipe

com muita disposição e vontade

de fazer a diferença. Todos aqui

trabalham dentro de um mesmo

ideal de educação e fazem [isso]

com muito amor: trabalhamos

muito e não perdemos nosso

foco”, finaliza a diretora. ✪

Nascimento de uma nova faseO Centro Educacional Dominó, conveniado com o Sistema de Ensino Expoente e localizado em Jacareí (SP), inaugurou recentemente o berçário

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Page 22: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

projetandoo futuro

Essa marca não é para qualquer

um. Para coroar o momento,

foi realizado um coquetel que

reuniu cerca de 100 pessoas

entre ex-funcionários,

ex-alunos, familiares de alunos

etc. O Colégio é parceiro do

Sistema de Ensino Expoente,

que há mais de 17 anos está

presente na vida dos alunos da

instituição. O jubileu de ouro foi

realizado no salão de festas da

Academia Gonçalense de Letras

(ICBEU). “Foi um momento para

expressar a gratidão, primeiro

a Deus, depois às pessoas.

Ninguém faz nada sozinho”,

afirma a professora Anita Eloisa

Chagas, diretora do Colégio

Auxiliadora, que recebeu uma

menção da Câmara Municipal de

São Gonçalo pela contribuição

de cinco décadas na formação

de cidadãos de bem. O Expoente

foi representado pelo Gerente de

Sistemas Pedagógicos, Renaldo

Franque. “O Grupo Expoente

não poderia deixar de estar aqui

para cumprimentá-los publi-

camente pelas conquistas e

pelo legado que vem deixando

na educação brasileira”,

homenageia Renaldo. ✪

Momento de ouroO Colégio Auxiliadora, em São Gonçalo (RJ), comemorou ao longo do ano passado o aniversário de 50 anos

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Page 23: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

projetandoo futuro

É com tamanha sensibilidade

que a Escola Arco Íris, de

Paramirim (BA), trabalhou com

seus alunos da Educação Infantil

ao Ensino Médio um projeto

baseado nessa obra ano passado.

A instituição, conveniada com

o Sistema de Ensino Expoente,

promoveu um musical com base

na obra "O Pequeno Príncipe",

de 1943. O objetivo foi resgatar

valores e trabalhar o tema da

Semana Pedagógica: música.

As crianças da Educação Infantil

trabalharam com contação

de histórias e mascotes, e até

ganharam uma almofada de

raposa, uma das personagens

do livro. Já o Ensino Funda-

mental e o Ensino Médio traba-

lharam essa temática em literatura

e diversas outras disciplinas

de modo rico e proveitoso.

Em dezembro, o musical ganhou

vida e recebeu cerca de 1 200

pessoas em um espetáculo

no centro cultural da cidade.

“Pudemos ver a satisfação

dos pais e da comunidade.

Foi tudo muito bem organizado.

Os pais falaram que parecia

um filme”, afirmou Patrícia A.

G. Cardoso, diretora da escola.

Este ano, o trabalho continua

e o tema será cinema. ✪

Le Petit Prince“O essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração”, registra Antoine de Saint-Exupéryno livro O Pequeno Princípe (Le Petit Prince, em francês).

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Page 24: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

projetandoo futuro

O ano letivo já começou agitado

na Escola Cecília Meirelles, em

Palotina (PR), com a implantação

do novo tema pedagógico

proposto pelo Sistema de Ensino

Expoente. “Achamos o material

riquíssimo”, afirma Marili Spricigo

Masconi, diretora da Escola, sobre

o tema "Vínculos e aprendizagem".

Para trabalhar o tema, a equipe

diretiva propôs aos professores

que cada equipe apresentasse um

trecho do livro escrito pelo doutor

em Educação, Júlio Furtado.

A obra embasa o tema do

Expoente neste biênio 2015/2016.

Após esse exercício, foi o momento

de traçar metas para esses dois

anos de trabalho. “O maior ques-

tionamento é como vamos desen-

volver dentro da nossa escola?

Pode ser por música, teatro,

palestras, ações solidárias, entre

outras formas. Vamos relacionar

várias metas”, conta a diretora.

Segundo Marili, esse é um

tema que vai ajudar também na

parceria entre escola e família.

“Vamos colher bons frutos com

esse trabalho. Trabalhar valores

e vínculos tem tudo a ver com a

nossa escola”, conclui a diretora. ✪

Laços afetivos para ensinar melhor

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Page 25: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

artigo II

A implementação da Lei 10.639,

sancionada em 2003, e seu

complemento, a Lei 11.645, de 2008,

foram marcos para o reconhecimento

da importância de uma parcela da

população historicamente negli-

genciada no processo de construção da

identidade brasileira, pois ambas indicam

a obrigatoriedade do ensino de história

e cultura afro-brasileira e indígena nos

currículos de todas as instituições de

ensino do país, públicas ou privadas.

O primeiro parágrafo da Lei

11.645 determina que

[...] o conteúdo programático a que

se refere este artigo incluirá diversos

aspectos da história e da cultura

que caracterizam a formação da

população brasileira, a partir desses

dois grupos étnicos, tais como o

estudo da história da África e dos

africanos, a luta dos negros e dos

povos indígenas no Brasil, a cultura

negra e indígena brasileira e o negro

e o índio na formação da sociedade

nacional, resgatando as suas contri-

buições nas áreas social, econômica e

política, pertinentes à história do Brasil.

Nesse sentido, alguns desafios educa-

cionais e sociais foram lançados

aos diferentes autores da educação

brasileira, responsáveis diretos pela

implementação legal dos conteúdos

indicados, nas diversas disciplinas da

educação básica. A primeira questão

que se impõe é a ausência de uma

formação docente adequada, que por

vezes não contempla as africanidades

ou os elementos culturais indígenas,

ao mesmo tempo em que a carência

de livros didáticos e paradidáticos e

de materiais são empecilhos para

a efetiva contemplação da lei.

Passados mais de dez anos

desde que a primeira legislação

foi sancionada, além da produção

de materiais, muito foi feito a fim

de promover uma formação mais

adequada. Mesmo assim, consi-

deramos que alguns pontos

fundamentais devem ser contem-

plados nesse processo.

Em primeiro lugar, é comum encon-

trarmos visões sobre os africanos a

partir da escravização e dos indígenas

a partir do contato com o português

colonizador, prática que restringe

a abordagem sobre esses povos,

pois provém, nas fontes e nos docu-

mentos históricos mais usuais,

de um viés de poder que precisa

ser interpretado e relativizado.

Além disso, certa abordagem homo-

geneizante, expressa na ideia de

“negros vindos da África”

ou no termo genérico “índio”,

precisa ser repensada.

Os diferentes reinos, nações,

tribos e suas respectivas

representações etnocul-

turais formam um mosaico

importante para a formação

do Brasil, e é justamente

essa diversidade, em

suas especificidades,

que precisa ser reconhecida,

respeitada e estudada. É fundamental

enfatizar a importância da contri-

buição desses povos, que vai muito

além dos estereótipos comumente

relacionados com música, culinária

e festas populares, e está em prati-

camente todosos setores da

economia, do social, da tecnologia

e da cultura brasileira. A melhor

maneira é ensinar na escola. ✪

Desafio: História e culturaafro-brasileira e indígena Por Amanda Cieslak Kapp* e Fabio Luciano Iachtechen**

*Mestre e doutoranda em História Moderna pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).**Mestre em Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e doutorando em História Contemporânea pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

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Page 26: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

especial

O criador e a criaturaAprenda a utilizar a robótica como aprendizagem de

valores morais e fatores socioemocionais

Page 27: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

O cinema já mostrou.

Os jornais estamparam.

Os livros já discutiram.

Muitos filmes, obras literárias

e reportagens já retrataram a

relação dos seres humanos

com os computadores e outras

máquinas. Assim como no cinema

e na imprensa, não raras vezes,

essas máquinas se tornam mais

atraentes do que todo conhe-

cimento que o professor pode

passar em sala de aula, ou o uso

delas substitui momentos de

uma boa conversa entre amigos,

ou ainda, prejudica o apren-

dizado de questões impor-

tantes para a formação dos

alunos, como resiliência, criati-

vidade e trabalho em equipe.

Mas a tecnologia não é só inimiga,

pelo contrário. Se bem utilizada

no contexto educacional, pode

gerar impactos assertivos para

a formação de crianças e jovens.

Uma maneira muito eficiente de

utilizar “as máquinas” a favor dos

alunos é a Robótica Educacional

Expoente, que utiliza compu-

tadores e atividades para a cons-

trução de minirrobôs e(ou)

maquetes com movimento.

Tudo isso com materiais reci-

cláveis e um material didático

inédito complementar organizado

para os professores. “Aliando a

teoria à prática, a robótica é capaz

de desenvolver nos alunos alguns

conceitos que as demais ➤

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Page 28: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

disciplinas quase não abordam,

como autodesenvolvimento,

capacidade de solucionar

problemas, senso crítico, inte-

gração de disciplinas, exposição

de pensamentos, criatividade,

autonomia, responsabilidade

e postura empreendedora”,

afirma Rosana Romanó, coorde-

nadora de Tecnologias Educa-

cionais do Grupo Expoente.

O fator motivacional também

pode ser destacado entre os

itens de maior relevância para

os alunos. “Eles se envolvem no

projeto com muita motivação e a

assimilação do conteúdo é muito

maior”, destaca Rosana Romanó.

“Buscamos relacionar o limite

que o ser humano pode chegar e

onde ele pode chegar, esse foi o

principal propósito do trabalho.

O período da construção da

maquete foi de muito apren-

dizado. A gente aprendeu sobre

companheirismo, trabalho

em equipe, aprendemos

a usar software Scratch e

sobre automação”, conta o

aluno do Colégio Expoente,

João Victor Otenio.

Papel do professorNesse contexto, o professor

tem a tarefa de incentivar os

alunos, coordenar as equipes e

mediar esse processo de apren-

dizagem. “Instigando os alunos a

sempre melhorarem, controlando

o tempo e a qualidade”, orienta

Rosana. A avaliação é feita

no decorrer do processo.

O importante é saber se o aluno

tentou, se empenhou, se inte-

ressou. “A riqueza está nas

tentativas”, comenta a coor-

denadora. “O principal ganho

é o envolvimento dos alunos

para o trabalho em equipe.

Eles aprendem e ensinam os

colegas. A construção da maquete

é 100% deles”, explica o professor

Edson Roberto Cassilha Jr., que

trabalhou com o projeto

na Unidade Expoente.

Os pais também

comemoram. “É muito

interessante, pois entra

no mundo dos adoles-

centes. Ele precisa ter

um chamariz, precisa

ser desafiado a estudar

e a produzir. As aulas

de Robótica eram as

melhores para ele [filho].

Acho que esses projetos

tornam a escola viva.

Abrem para a comu-

nidade, os pais

vêm para a

escola, os

alunos

explicam

e se inte-

ressam”,

conclui a mãe

do aluno Gabriel,

Raquel Neuwert.

especial

Robótica é importante para

- aulas mais dinâmicas

e interativas;

- desenvolver nos alunos criati-

vidade, autonomia, responsabi-

lidade e postura empreendedora;

- o mercado de trabalho futuro;

- desenvolver a comunicação

interpessoal e a oratória;

- a construção do conhecimento.

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Page 29: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

Programação A ideia é defendida por muitos

pedagogos e executivos de

tecnologia, e confirma que o mundo

está se tornando cada vez mais

digital, sendo imprescindível saber

interpretar e escrever códigos

da linguagem digital. Para tornar

essa tecnologia mais acessível às

escolas conveniadas das redes

privada e pública, o Sistema de

Ensino Expoente disponibiliza kits

prontos nas versões aluno e escola,

e capacitação dos professores para

orientação teórico-metodológica e

execução dos projetos. Este ano,

foi lançado material sistematizado de

robótica, segmentado por séries do

Ensino Fundamental. "Algo inédito

e muito produtivo para professores

e alunos", destaca Rosana.

Além de cabos, lâmpadas e motores

específicos, os kits contêm manuais

detalhados para o correto uso peda-

gógico da ferramenta e uma placa

Arduino, com a qual é possível

manipular entradas e saídas que se

comunicam com o computador.

De acordo com Maurício Gebran,

consultor do Grupo Expoente

e mestre em engenharia da

produção com ênfase em mídia e

conhecimento, o sistema já passou

por todas as fases de testes e

foi aprovada pelos profissionais.

“Essa solução foi desenvolvida por

uma equipe técnico-pedagógica

especializada, e já foi testada e

aprovada”, confirma o professor.

Direcionada às turmas

do Ensino Fundamental,

a Robótica Expoente pode ser

aplicada de maneira curricular

ou extracurricular, envolvendo

diversas disciplinas, como Arte,

Geografia, História e Física,

entre outras. “É uma inovação

colocada ao alcance de todas

as escolas, que precisam acom-

panhar os avanços tecno-

lógicos e preparar seus alunos

para a vida”, finaliza Gebran. ✪

Da teoria à prática

A solução inovadora

apresentada atualmente pela

Robótica Educacional Expoente

foi desenvolvida pela Empresa

Júnior do curso de Sistemas

de Informação da Faculdade

Expoente, em Curitiba (PR).

Durante um ano, sob orientação

do professor Maurício Gebran,

os acadêmicos Luana Oliveira,

Edson Prokot e Guilherme

Scandelari pesquisaram e

desenvolveram uma meto-

dologia de robótica educacional

para o Ensino Fundamental,

utilizando o software Scratch e

o hardware Arduino. O resultado

foi implantado nas Unidades

Expoente Água Verde e Boa Vista,

sendo testado e aprovado para o

uso em escolas de todo o país.

A Robótica Expoente possui

metodologia própria e orientada

por materiais customizados para

cada série, contendo atividades,

conceitos de programação e

sustentabilidade e um diário

de bordo. Ao final, o aluno

ganha ainda um certificado.

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Page 30: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

leitura

Já dizia Rubem Alves, “as palavras

só têm sentido se nos ajudam a

ver o mundo melhor. Aprendemos

palavras para melhorar os olhos”.

Por isso, aprender a ler o mundo

contribui para a formação de alunos

mais observadores, com maior

bagagem cultural e capacidade

de conectar diferentes fontes

de saber em qualquer área que

se propuserem a seguir. “A leitura

está no cotidiano. Estamos cons-

tantemente sendo nutridos de

palavras, nutridos de histórias.

O que sugerimos é estabelecer

pontes desse cotidiano com

as leituras. Nesse sentido, para

os alunos ficará mais vivo, mais

próximo. Eles vão dando exemplos

da vida deles, apresentando novas

Para ler melhor o mundoIncluir a leitura de maneira transdisciplinar, utilizando elementos do cotidiano é essencial, aponta especialista

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Page 31: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

referências e mostrando que a poesia está ali”, afirma Gloria Kirinus, pós-

-doutora em Sociologia na Sorbonne (Paris-França), doutora em Letras pela

Universidade de São Paulo (USP) e autora de diversas obras infantis. Glória

está desenvolvendo em parceria com as unidades do Colégio Expoente, em

Curitiba, o projeto “Ler e escrever: um compromisso de todas as áreas”.

Início do projeto O projeto surgiu da necessidade de aprimorar nos alunos compe-

tências cognitivas em diferentes áreas do conhecimento e a possibi-

lidade de promover aprendizagens mais significativas com atividades

lúdicas e contextualizadas com o cotidiano. A ideia é instigar os

professores das mais diversas disciplinas a promoverem experiências

em sala de aula que conduzam à formação de uma nova geração

de leitores, que saibam dominar as múltiplas formas de linguagem.

É preciso fazer pontes entre conteúdos e leituras de mundo para

levar ao aluno o conteúdo disciplinar com uma nova roupagem.

A escritora bilíngue ressalta que a escrita pode ser resultado das expe-

riências vividas, e que por isso a realidade deve ser usada como rica

fonte de inspiração. “Fica muito mais fácil estabelecer o conhecimento

nos livros quando se faz essa ponte com o cotidiano”, completa.

Ampliar horizontesÉ importante que a escola

seja um ambiente privilegiado

para garantir contato com os

livros e a leitura. “Trazer um

projeto de leitura é acima de

tudo qualificar a ação peda-

gógica e ampliar os horizontes

do mundo escolar, provocando

mudanças de comportamento

dos professores e, conse-

quentemente, dos alunos.

É desta maneira que se pretende

envolver o corpo docente em

uma dinâmica mais ativa em

relação à leitura e à forma como

ela deve se integrar à rotina

escolar e familiar”, enfatiza

o projeto que pode servir de

inspiração para sua escola. ✪

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Page 32: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

O Sistema de Avaliação Global

Expoente (SAGE) contabilizou

maior número de inscrições no

ano passado em relação aos anos

anteriores, totalizando um cres-

cimento de 150% em relação ao

ano de 2013. Os dados obtidos

são referentes à avaliação realizada

com os alunos das instituições

públicas e privadas conveniadas.

As escolas que conquistaram

os melhores resultados

na média geral foram as

seguintes: em primeiro lugar

a EMEF Professor José Luis

Tomazi I, de Novo Horizonte

Recordede inscrições no SAGEO sistema de avaliação avançou em 2014 e mostrou grande aceitação das escolas parceiras, apresentando crescimento expressivo no número de inscrições

(SP), em segundo ficou o Centro Educacional Humberto Martelli,

de Porto Feliz (SP), em terceira colocação está o Colégio Alef de Sinop

(MT), no quarto lugar ficou a EMEF Professor José Luis Tomazi II,

também de Novo Horizonte, e em quinta colocação a escola de

Ouro Fino (MG), Obra Assistencial Nossa Senhora do Rosário.

A prova do SAGE foi realizada no dia 26 de setembro para todas as escolas

da rede conveniada que aderiram ao programa de avaliação. Foram apro-

ximadamente 14 mil alunos participantes da avaliação em centenas

de escolas conveniadas por todo o país que compõem o Sistema de

Ensino Expoente. A correção das provas foi feita utilizando-se a meto-

dologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI), mesmo modelo utilizado na

correção das provas do Enem. As questões foram classificadas de acordo

com o grau de dificuldade, fáceis, médias e difíceis, e o total de pontos

ficou definido em 800. O SAGE, além de avaliar o conhecimento dos

alunos, faz um levantamento do perfil deste público. Avalia ainda o perfil

dos professores e gestores, obtendo um retrato do momento da escola

e dos desafios que precisarão ser enfrentados para melhorar a qualidade

dela. “As avaliações possibilitam estabelecer indicadores de qualidade no

trabalho pedagógico”, afirma Renaldo Franque, gerente de Sistemas Peda-

gógicos do Expoente. As informações servirão para estabelecer melhorias

contínuas no trabalho das escolas conveniadas a partir deste ano. ✪

avaliação

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Page 33: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

Escolas cujos alunos tiveram melhores resultados no último SAGE. Parabéns a todos os participantes.

• Emef Profª Maria José de Oliveira

• Emef Profª Salete Aparecida Laude

• Emef Professor José Luis Tomazi II

• Emef Professor José Luis Tomazi I

• Erm Limpo Grande

• Escola Bem-me-quer

• Escola Bom Jesus

• Escola Branca de Neve

• Escola Caminho do Sol

• Escola Caminho Suave

• Escola de Educ. Básica Valentin Bernardi

• Escola Dengoso

• Escola Dente de Leite

• Escola Dom Mota

• Escola Dominius

• Escola Educativa

• Escola Educativa

• Escola Espaço Infantil

• Escola Futura Vividense

• Escola Meu Caminho

• Escola Municipal Theresa G. Seifarth

• Escola Nossa Senhora do Rosário

• Escola Nova Visão

• Escola Novo Saber

• Escola Piaget

• Escola Pirâmides do Saber

• Escola Satélite

• Escola Tio Patinhas

• Escola Universo do Saber

• Escola Vivência

• E também as unidades Boa Vista e Água Verde do Colégio Expoente.

• Centro Educacional Novo Horizonte

• Colégio Alef

• Colégio Alicerce

• Colégio Auxiliadora

• Colégio Dom Helder Câmara

• Colégio Estillo

• Colégio Fato

• Colégio Ideal

• Colégio Imaculado

• Colégio José Benjamin de Souza

• Colégio Quasar

• Cooperativa Educacional de Ibiúna

• Educandário Santiago Ramos

• Emef Francisco Álvares Florence

• Emef Profª Hebe de Almeida Leite Cardoso

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Page 34: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

esporte

Exercício físico com ginga brasileira

A capoeira desenvolve importantes habilidades físicas e psicológicas para o desenvolvimento de crianças e adolescentes em idade escolar

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Page 35: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

Capoeira é culturaA capoeira começou no século

XVI, quando o Brasil ainda era

colônia de Portugal, com os

africanos escravizados. Eles

foram proibidos de praticar

lutas marciais e criaram um

jogo, utilizando música e alguns

passos de dança. Foi uma

importante maneira de resis-

tência e manifestação cultural

dos africanos escravizados,

cultura que ainda hoje está viva

em diversas regiões do país e no

mundo. “O reconhecimento da

Roda de Capoeira pela Unesco é

uma conquista muito importante

para a cultura brasileira.

A capoeira tem raízes africanas

que devem ser cada vez mais

valorizadas por nós. Agora,

é um patrimônio a ser mais

conhecido e praticado em todo

o mundo", destaca a ministra

interina da cultura, Ana Cristina

Wanzeler, no portal do Ministério

da Cultura do governo federal.

“Paranauê, Paranauê, Paraná”, canta uma música ao longe. Ao avistar,

é possível observar uma roda formada por algumas pessoas sorri-

dentes, tocando berimbau e cantando em voz firme, e duas pessoas

ao centro fazendo movimentos que mais parecem uma dança com

muita ginga. Essa poderia ser uma cena comum nas escolas brasi-

leiras, mas ainda não é. A capoeira é um

esporte genuinamente tupiniquim, considerado

Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Orga-

nização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura (Unesco) no fim do ano passado, mas pouco praticado no dia a

dia escolar. Ainda assim são mais de seis milhões de praticantes no país.

A capoeira apresenta diversas linguagens de aprendizado, por isso

não tem idade predefinida para começar. “No jogo da capoeira o aluno

mostra todo seu potencial, trabalhando inúmeras qualidades físicas,

como resistências aeróbica e muscular, flexibilidade, velocidades de

reação e de deslocamento, forças dinâmicas, estática e explosiva,

agilidade, equilíbrio, coordenação, ritmo e descontração diferencial”,

explica o professor Robson Pinheiro, do Grupo Capoeira Brasil.

Novos aprendizadosAlém de habilidades físicas, quem entra na ginga da capoeira pode

desenvolver maior atenção (foco), percepção, iniciativa, autocontrole,

astúcia, coragem e segurança. Outro fator interessante promovido pela

prática da capoeira é a interação entre o grupo, envolvendo conceitos

de cooperação. “Alguns trabalhos tem como proposta, também,

propiciar o desenvolvimento da criatividade artística por meio do ritmo

e do canto, além de promover a interdisciplinaridade”, complementa

Pinheiro. Os alunos podem ainda aprender a confeccionar os instru-

mentos, a tocar e a cantar. É um esporte que mistura música a movi-

mentos acrobáticos. A história desse esporte também resgata muito

da própria história do Brasil, mostrando parte da identidade do povo

brasileiro, conteúdo importante a ser repassado aos alunos. ✪

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Page 36: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

mundo web

Para ser um educador melhor Os professores têm a oportunidade de estudos on-line com a expertise em educação de quase 30 anos do Grupo Expoente

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| impressão pedagógica #5536

Page 37: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

Diferenciais do EAD Escolas incentivam a formação continuada do professor

• Estuda onde quiser;

• Aprende novas maneiras de conduzir as aulas;

• Ganha mais conhecimento;

• Troca experiências com os colegas;

• Compreende como funciona o aprendizado virtual do aluno.

A falta de tempo, dinheiro e mobi-

lidade para realizar cursos, aplicar

novas atividades e inovar no jeito de

dar aulas é uma queixa de 9 entre

10 professores. Por outro lado,

existe a necessidade de aperfei-

çoamento profissional, assim como

nas demais áreas do mercado de

trabalho. Com tantas dificuldades,

muitos se perguntam: o que fazer

para ter uma formação continuada?

Uma ótima alternativa são os cursos

de educação a distância (EAD)

promovidos pelo Sistema de Ensino

Expoente para seus conveniados.

Em 2015, o Grupo Expoente deu

um grande salto em direção a essa

modalidade de ensino. Trata-se

de cursos livres de capacitação

oferecidos aos educadores da

Educação Infantil e Ensino Funda-

mental I de todo o país. Basta a

escola privada ou as escolas da rede

pública requisitarem a parceria para

oferecer aos seus professores.

Os cursos acompanham uma

tendência na educação: a neces-

sidade de professores se atualizarem

de modo on-line e com mobilidade,

ou seja, onde e quando puderem.

Tudo isso de uma maneira prazerosa,

com dicas de filmes, atividades para

aplicar em sala de aula e materiais de

apoio. Os cursos têm ainda o objetivo

de disponibilizar conhecimento de

novas práticas pedagógicas e aper-

feiçoamento do trabalho em sala de

aula aos professores da rede pública

e privada das escolas conveniadas

ao Sistema de Ensino Expoente.

O Grupo Expoente realizou

um grande investimento para

gerar alto impacto social entre

os profissionais de educação

que estão carentes de

espaços de aprendizagem.

“Estamos muito satisfeitos.

Vamos começar a oferecer este

curso para redes de ensino públicas

e privadas. Queremos levar este

curso para todo o Brasil dentro

do formato EAD”, conta Renaldo

Franque, gerente de sistemas

pedagógicos do Expoente.

Ação pioneiraO projeto deu certo. Entre agosto

e dezembro do ano passado, foi

realizado o projeto-piloto, testado

e aprovado pela rede de ensino do

município de Fernandes Pinheiro

(PR). Foram aplicadas 19 atividades

em diferentes módulos para

Educação Infantil e Ensino Funda-

mental I (até o 5º ano). Todos os

módulos foram orientados pela

tutora Liliane Colpani Lapuch,

especialista em Gestão Educa-

cional, que auxiliou os alunos

em cada etapa dos cursos.

“Os textos que a professora

postava eram excelentes.

A gente trouxe da teoria

para a prática da sala de aula.

Temos de agradecer o desafio.

O curso é excelente e vale

muito a pena”, conta a professora

Regina Ribeiro Pereira Zanlourensi,

que realizou os dois cursos.

O espaço de aprendizado tinha

atividades on-line, fóruns, chats

ao vivo e vídeos com conteúdos

interessantes para o trabalho

do professor em sala de aula.

Ao final, foi emitido certi-

ficado de curso de extensão.

Este projeto-piloto foi também

uma aposta da Prefeitura de

Fernandes Pinheiro, conveniada

ao Expoente, que pretende ampliar

o convênio ao Sistema de Ensino

Expoente para 2015. “Abrimos

para que todos pudessem

participar. A gente como

professor(a) precisa ser isento.

Se esperamos atenção do nosso

aluno, precisamos tentar fazer

o nosso melhor também”, disse

Thais Padilha Goy, secretária

de Educação do município,

em cerimônia de formatura. ✪

Page 38: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

Robótica Educacional ExpoenteUma inovação no aprendizado ao alcance de sua escola!

Page 39: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

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Page 40: O projeto já foi tema de reportagem na Revista Impressão

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