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Participantes Ana Maria Da Silva Felix Maria Sara Rocha Alves Ezequiel Alves De Moura

O Sindicalismo (3)

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Participantes

Ana Maria Da Silva FelixMaria Sara Rocha AlvesEzequiel Alves De Moura

Sindicalismo Surgiu paralelamente aocapitalismo, pouco tempo depois se espalhou pelo mundo.Oobjetivoprincipal do sindicalismo a melhora das condies de vida daclasse operria. Porm, o papel dos sindicalistas difere do dos operrios, j que eles no trabalham nas fbricas e nem so ameaados pelo desemprego. Eles so como um advogado, pois esto ali para defender osinteressesdos trabalhadores. Essa condio de mediadores fez com que eles conhecessem tanto o lado capitalista quanto o lado operrio.NoBrasilo sindicalismo surgiu no final do sculo XIX. Os operrios imigrantes que trabalhavam em diversas fbricas estavam insatisfeitos com suas condies de trabalho e ento comearam a se unir para questionar e lutar pelos seus direitos, formando os primeiros sindicatos no pas.No final da dcada de 70 e no decorrer da dcada seguinte, o sindicalismo viveu seu auge, pois o Brasil estava num momento importante: saindo do regime militar para odemocrtico.O novo sindicalismo - como foi denominado - tinha como uma de suas caractersticas principais uma atuao reivindicatria, ao invs de apenas prestar assistncia.Com a chegada da dcada de 90 vieram muitas mudanas (polticas, sociais,econmicase at mesmo tecnolgicas) todas estas mudanas incluindo os avanos daGlobalizao- levaram o sindicato a enfrentar uma crise, pois estava ficando difcil lidar com todas as inovaes.Como conseqncia houve uma reduo das greves e uma queda da taxa de sindicalizao.Hoje, mesmo com todos estes avanos e inovaes, o sindicalismo continua na luta por melhores condies de trabalho para tentar proporcionar ao trabalhador uma vida mais digna.Desafios do movimento sindical no Brasil e no mundoA absurda concentrao de renda contrasta com a igualmente absurda da misria que ainda existe no mundo e desafia a razo, pois coloca em risco a prpria humanidade. Trata-se, aqui, de reconhecer a dinmica suicida que os detentores do poder econmico impem ao planeta. Se inaceitvel que 1% da populao mundial imponha ao demais tal estado de opresso e excluso, mais inaceitvel que os outros 99% se submetam a isto. At quando?Considerando que a conscincia emana da experincia concreta, ento, a organizao sindical um dos principais instrumentos para a formao da conscincia de classe e transformao social. Para tanto, precisamos retomar alguns princpios bsicos e desmistificar conceitos que esto sendo incorporados ao nosso prprio discurso, mas que merecem uma reflexo especial para evitarmos que se transformem no "canto da sereia".O princpio bsico que no existe gerao de riqueza sem trabalho. A crise financeira internacional de 2008 a prova mais contundente disto. O capital por si s no gera riqueza. A desregulamentao do fluxo de capitais e a especulao financeira que culminaram na crise serviram apenas para concentrar ainda mais a riqueza mundial, na medida em que os prejuzos foram transferidos para a classe trabalhadora. Entramos aqui em outro conceito fundamental que a diviso social em classes: a classe dominante, detentora do capital, e a classe trabalhadora que gera riqueza e conhecimento com seu trabalho. Embora as caractersticas de ambas tenham mudado ao longo do ltimo sculo, em funo do desenvolvimento dos meios de produo e de comunicao, a dinmica da luta de classes est ainda no centro da organizao econmica e social, e nunca foi to atual quanto neste perodo aps 2008.Por outro lado, nos defrontamos com conceitos novos que vm sendo incorporados em nosso discurso como dilogo social, trabalho decente e tripartismo, mas que precisam ser muito bem entendidos e contextualizados. Tanto o dilogo social, quanto a conquista do trabalho decente pressupem atores fortes, em condies de igualdade num processo de negociao, da mesma forma que o tripartismo s promove avanos quando o Estado (o terceiro componente, alm do capital e do trabalho) assume seu papel na defesa do bem estar social. neste contexto que a organizao sindical assume um papel central. O seu primeiro desafio , a partir da realidade concreta, da experincia diria do trabalhador, reconstruir a conscincia de classe. O trabalhador precisa se reconhecer como ator no processo social, agente na gerao de riqueza, mas precisa se reconhecer tambm como sujeito alienado de seus direitos, expropriado da parte que lhe devida neste mesmo processo. Os trabalhadores no Brasil e no mundo precisam se apropriar desta conscincia, no dia-a-dia, no seu local de trabalho, nas campanhas salariais, nos processos de negociao permanente. Mas isto s ser possvel quando eles forem atores tambm da ao sindical. O primeiro desafio, ento, levar o sindicato para a vida do trabalhador, para o dia-a-dia no local de trabalho. A construo das pautas e do processo de negociao deve ser dialogada com o trabalhador. Esta participao gera comprometimento e se constitui em uma etapa fundamental na formao da conscincia de classe. Como segundo desafio, o movimento sindical deve construir um novo discurso a partir do conhecimento profundo da realidade da classe trabalhadora, precisa falar para os coraes e as mentes dos trabalhadores e trabalhadoras, conhecer seus sofrimentos e seus sonhos, resgatar a esperana de viver em um mundo melhor. Precisamos inverter a pauta que atualmente domina os interesses e o debate dentro dos nossos sindicatos, federaes e confederao que diz respeito s disputas internas e externas. Nossas entidades sindicais hoje consomem a maior parte de suas energias na manuteno da sua estrutura, nas eleies sindicais e nas brigas internas. Precisamos nos consumir com o trabalho de base. O trabalhador deve confiar em seu sindicato e nos dirigentes que o representam, deve reconhecer em sua ao o poder do coletivo. O terceiro desafio buscar a unidade. Precisamos resgatar a solidariedade de classe, ter uma pauta mnima que unifique todos os trabalhadores e trabalhadoras. As nossas entidades sindicais devem colocar esta pauta de classe acima dos interesses corporativos. A fragmentao sindical que vivemos hoje, para alm da responsabilidade da nossa estrutura legal, tambm responsabilidade nossa na medida em que colocamos os interesses corporativos acima dos interesses de classe, o que explica boa parte de nossas divises internas e disputas de poder. Neste sentido, devemos caminhar para processos de negociao em conjunto que sero o primeiro passo para a construo de entidades de ramo e o fortalecimento dos processos de negociao coletiva.Como quarto desafio, destaco a luta por polticas pblicas. Se cabe ao movimento sindical a defesa dos interesses da classe trabalhadora, precisamos considerar que uma das melhores formas de distribuir renda hoje no Brasil, e em muitos outros pases no mundo, avanar em polticas pblicas nas reas de educao, sade, habitao, saneamento e proteo social. To importantes quanto o aumento de salrio, a reduo da jornada e o fim do assdio moral so o acesso educao e sade pblica de qualidade, bem como viver em uma cidade sem violncia e com transporte pblico eficiente. Estas conquistas de cidadania so tambm um mecanismo poderoso de incluso social. Cabe ao movimento sindical assumir a frente nestas lutas tambm, ao lado de outras entidades da sociedade organizada. O quinto desafio, mas com certeza no o ltimo, impedir a flexibilizao das relaes de trabalho. Nos ltimos dez anos, avanamos no processo de retomada do crescimento no Brasil, reduzimos a informalidade e o desemprego a taxas quase de pleno emprego, promovemos a incluso social de mais de 40 milhes de brasileiros e de brasileiras. Por outro lado, a rotatividade nunca foi to alta e o subemprego, com o avano da terceirizao, rebaixa os padres de remunerao e de direitos da classe trabalhadora. Ser que este crescimento est resultando em desenvolvimento? O Brasil precisa avanar em direo e outro padro de desenvolvimento que s ser alcanado com a valorizao do trabalho, o investimento em novas tecnologias e na qualificao profissional, com ampliao dos direitos do trabalhador brasileiro. Cabe ao movimento sindical a responsabilidade de organizar e mobilizar os trabalhadores contra qualquer ofensiva que vise flexibilizar e precarizar as relaes de trabalho em nome de avanos atravs dos processos de negociao. Longe de ser moderno, o modelo atual de negociao coletiva que a classe dominante nos prope selvagem, destrutivo e tem por objetivo reduzir custos atravs da retirada de direitos. preciso enfrentar sem concesses a questo da distribuio de renda. Segundo o filsofo esloveno, Slavoj Zizek, o tempo para a chantagem liberal e moralista chegou ao fim, no h mais mscaras. O poder econmico se sustenta sobre uma lgica suicida e nos levar para o abismo se este ciclo de concentrao de renda no for encerrado, pois se sustenta sobre uma dinmica de produo e de consumo que no leva em conta a sustentabilidade, apenas a acumulao da riqueza. No existem bons moos como a construo de um Estado de Bem Estar Social nos fez crer. Diante da ameaa de distribuio da riqueza, todas as nossas conquistas nos sos retirados como se fossem uma concesso. No existe auto-regulao; a ideologia liberal prova seu fracasso diante de um planeta que pede socorro. A Conferncia do Trabalho Decente no Brasil, a primeira a ser realizada em todo o mundo, terminou com gosto de fracasso com a bancada patronal se retirando da plenria final, demonstrando qual a real perspectiva de dilogo com os empresrios no nosso pas quando se trata de avanar em direitos para a classe trabalhadora.Estamos vivendo no Brasil do futuro que nosso pas e avs nos falaram. Esta a oportunidade que tanto esperamos de construir um Brasil desenvolvido, com trabalho digno, educao e sade para todos, com acesso cultura e a uma cidade sem violncia. Ningum defender nossos interesses, seno o trabalhador organizado. Por fim, cito novamente Zizek: "Ns somos aqueles por quem estvamos esperando".

Fonte:fetraconspar.org.br