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CIRCULE ESTE EXEMPLAR NO SEU CONDOMÍNIO OU ADMINISTRADORA ANO 2 | Nº 07 | MAR/ABR 2015 SACADAS: CUIDADOS ANTES DE PERMITIR O SEU ENVIDRAÇAMENTO QUORUM: ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE OS TIPOS DE VOTAÇÃO PISOS SALARIAIS: DEFINIDO O REAJUSTE DOS TRABALHADORES EM CONDOMÍNIOS HORA DE ECONOMIZAR Combata os vilões da conta de energia elétrica que está cada vez mais cara

O Síndico em Revista Ed. Mar/Abr

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Page 1: O Síndico em Revista Ed. Mar/Abr

circule este exemplar no seu condomínio ou administradora

ano 2 | nº 07 | mar/abr 2015

SacadaS: cuidados antes de permitir o seu envidraçamento

Quorum: entenda a diferença entre os tipos de votação

PISoS SaLarIaIS: definido o reaJuste dos trabalHadores em condomínios

Hora de economizarcombata os vilões da conta de energia

elétrica que está cada vez mais cara

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O brasileiro já passou por diversas crises. A atual crise política e econômica nos faz refletir sobre o valor que damos à educação, à formação e à cultura de um povo.

Temos convicção de que o melhor caminho para superar uma crise é investir em trabalho e principal-mente em qualificação, seja por meio de cursos, leitura,

palestras ou estudos para que, lá na frente, estejamos mais fortes.Economia também é palavra de ordem nos momento atual. Conviver

com a escassez de recursos naturais e alta dos preços nos faz evitar o desperdício que passará a ser uma prática comum em nossas residên-cias e condomínios. Ou seja, de tudo, temos algo a aprender, especial-mente nas horas mais difíceis.

Por outro lado, tenho visto amigos que se tornaram síndicos e que estão desempenhando a função de uma maneira muito positiva. En-carando o desafio com responsabilidade, auto-confiança, perseverança, disposição e acima de tudo, diálogo. Eis o “X” da questão.

Também tenho conversado com muitas donas de casa que procuram ansiosamente uma forma de descartar o lixo corretamente, ou de buscar o lixo zero, reutilizando e reciclando ao máximo os rejeitos domésti-cos como embalagens, papeis, vidros, etc. Mas para isso precisamos do apoio da nossa Prefeitura que deve, mais do que nunca, ampliar a coleta seletiva em nossa cidade. Está aí o apelo da nossa comunidade.

Esta edição traz matérias e anúncios sobre tudo o que falamos acima: cursos para profissionais de condomínios, economia de energia, síndicos novatos e mais. Assuntos polêmicos como envidraçamento de varandas e complexos como quoruns de assembleias também fazem parte deste número.

Tudo isso para lhe ajudar na gestão do seu condomínio e fazer de nos-sa cidade um exemplo de administração e de superação dos obstáculos. Vamos juntos atravessar este momento!

Uma boa leitura!

andrea caStILhoedItora

EDITORAAndrea Castilho

DIRIGIDO ACondomínios residenciais, comerciais, associações, administradoras,construtoras e shoppings

PERIODICIDADEBimestral

TIRAGEM4.000 exemplares

PÚBLICO LEITOR DIRIGIDOSíndicos, sub síndicos, conselheiros, zeladores, administradores e construtores

CIRCULAÇÃOJuiz de Fora / Minas Gerais

JORNALISTA RESPONSÁVELAndrea CastilhoMTB [email protected]

ESTAGIÁRIORafael Rodrigues

COLABORADORESJoaquim A. de Castilho José Maria Braz PereiraRicardo Lovisi de Castilho

CONTATO PUBLICITÁRIOPaulo Cáscio(32) [email protected]

PRODUÇÃO

Rua Halfeld, 414 Sl. 710 CentroJuiz de Fora, MG CEP: 36010-900(32) [email protected]

IMPRESSÃOGráfica Central

A reprodução dos textos deste jornal requer autorização prévia da editora, por escrito, estando os infratores sujeitos às penalidades legais.

As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

O SÍNDICO em revista não se responsabiliza pelos serviços e produtos oferecidos pelos anunciantes.

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dicas para o primeiro mandato de síndicos

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nova coluna traz respostas sobre vidaem condomínios

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as assembleias e seus quoruns 16

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sindicon informa como foi a negociação salarial de 2015

15especialista aponta alternativas para conter gastos com energia elétrica

8envidraçamento de sacadas deve ser feitode maneira criteriosa

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2 o síndico em revista - mar/abr 2015

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Obrigações

> Admissão/Demissão (CAGED) – comunicar ao Ministério do Trabalho até o dia 05 do mês subsequente> Recolhimento do INSS – até o dia 20 do mês subsequente> Recolhimento do FGTS – 8% sobre a Folha de Pagamento, até o dia 7 do mês seguinte.> Recolhimento do PIS – 1% sobre a Folha de Pagamento, até o dia 24 do mês subsequente. > Recolhimento do ISS (Imposto sobre Serviços Prestados) – 5% sobre as notas fiscais, até o dia 5 do mês subsequente.

PisO saLariaL DOs eMPregaDOs eM cOnDOMíniOs(válido até 31/12/2015) – Sindicato dos Empregados em Edifícios e Em-pregados em Empresas de Compra e Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais e Residenciais de Juiz de Fora – SINDEDIF-JF Database – 1º de janeiro> Empregados em condomínios residenciais ...............................R$ 870,52> Empregados em condomínios comerciais..................................R$ 921,95

> Adicional noturno 25% (entre às 22h e 05h)

> Horas extras 75%

> Ticket alimentação r$ 86,40/mês*

Até R$ 1.399,12 8% De R$ 1399,13 até R$ 2.331,88 9%De R$ 2331,89 até R$ 4.663,75 11%

Pagamento até o dia 20 do mês subsequente ao de competência. Não havendo expediente bancário, antecipa para o primeiro dia útil anterior.

cOnTribUiçÃO sOciaL (inss)

Empregados e trabalhadores avulsos

Salário de Contribuição (R$) INSS (%)

PisO saLariaL DOs eMPregaDOs eM cOnserVaDOras (válido até 31/12/2015) - Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de Juiz de Fora – SINTEAC

Database – janeiro de cada ano> Ascensorista e cabineiro (6 horas) .................................R$ 993,93> Faxineiro/Serviços gerais ...............................................R$ 843,86> Garagista.........................................................................R$ 1.258,50> Porteiro/vigia....................................................................R$ 978,69> Zelador.............................................................................R$ 993,21

> Adicional noturno: 20% (entre às 22h e 05h com hora

noturna computada em 52 minutos)

> Horas extras: 60%> Ticket Alimentação: r$ 10,00/dia

trabalhado (jornada diária de 8 horas ou

especial de 12x36 horas)

Page 5: O Síndico em Revista Ed. Mar/Abr

3Cursos de Capacitação para Condomínios - inscrições abertas

José Maria Braz Pereira - Consultor Condominial

[email protected]

As projeções para a eco-nomia no ano 2015 não são favoráveis, portanto, mais do que nunca, os condomínios precisam de gestões plane-jadas. Vamos hoje focalizar os assuntos mais comentados após a última edição da revista.

SÍNDICO Deve-se ressaltar que as

funções administrativas e re-presentativas exercidas pelo síndico dizem respeito ao con-domínio como pessoa jurídica, não devendo haver uma repre-sentação singular de interes-ses pessoais de cada condô-mino. Ao assumir uma gestão, o síndico precisa ter compro-metimento com o condomínio como um todo, inclusive com a oportunidade de alternância do cargo. Uma virtude do ser humano é saber a hora em que se deve parar, e como exemplo, citamos o jogador Pelé que, sem dúvida, cumpriu bem este momento. Recomendamos aos síndicos colocar no seu planejamento quando irão passar a gestão voltando à condição de colaboradores.

ÁGUA A maiorias das pessoas se esquece de

que a água pode até mesmo acabar, ain-da mais se mal utilizada. É preciso saber usar este recurso natural. Quando for molhar as plantas, prefira sempre o rega-dor, pois além de economizar, a saúde das flores não será prejudicada. Outra dica, como ensinam os especialistas, é regar as plantas preferencialmente à noite ou nas primeiras horas da manhã, quando o sol não está tão forte e a água demora mais a evaporar. Se o edifício ainda não tem um sistema de coleta de água da chuva, este pode ser um bom investimento para o fu-turo do seu condomínio. A água armaze-nada serve para irrigação das plantas ou limpeza das áreas comuns do prédio. É importante verificar sempre se há algum tipo de vazamento nos canos, bem como em toda estrutura interna da edificação. Faça campanha de conscientização com os

moradores para que evitem deixar chuvei-ros e torneiras gotejando, lembrando que o gotejamento rápido causa a perda de até 950 litros /mês.

ENERGIA Outra medida para

se ter um condomí-nio mais econômico e sustentável é o uso de lâmpadas que conso-mem menos energia, a instalação de sensores de presença e a manu-tenção da parte elétrica do edifício. Troque as lâmpadas incandescen-tes pelas fluorescentes que reduzem até 30 % do consumo de energia. Embora sejam um pou-co mais caras, as lâm-padas led também são boas aliadas na hora de economizar, pois po-dem diminuir até 90 % do consumo.

GENTE Para que todas as ações possam trazer

bons resultados e haja a colaboração dos moradores, é necessário que o síndico sai-ba dialogar e inovar. Um bom síndico deve ter espírito democrático e a capacidade de ouvir críticas e sugestões dos moradores. Realize sempre assembleias e reuniões com o objetivo de demonstrar que os gastos fei-tos com novas obras ou compra de equipa-mentos terão retorno em longo prazo, pois as medidas adotadas trarão contas de água e luz menores ao final de cada mês.

INFORMAÇÃO Tendo em vista o aumento do número

de contatos que recebemos seja por email ou conversas por telefone e na rua, temos a impressão de que a forma atual de nos-sa coluna tem agradado. A verdade é que, nos condomínios, assim como em todos os ambientes e grupos humanos, há pessoas comprometidas, com quem se pode contar e pessoas que vivem em função de seus próprios interesses. Essas pensam primei-ro em si mesmas e com elas não se pode contar totalmente.

Obrigado e até o próximo.

Falando em condomínio...

nos condomínios, há pessoas

comprometidas, com quem se pode contar e pessoas que

vivem em função de seus próprios

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4 o síndico em revista - mar/abr 2015

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Você começa o seu dia não mais como condômino, mas como sín-dico. As suas preocupações agora serão: os desafios, os problemas e a convivência “harmoniosa” entre os moradores. A pergunta mais corriqueira é: por onde começar? Para quem está assumindo o cargo pela primeira vez, são diver-

sos os obstáculos para firmar sua administração e entrar em sintonia com todos. Mas com tempo e dedicação, é possível estabelecer uma rotina para vencer as dificul-dades inerentes à gestão de um condomínio. Inadimplência, confli-tos, segurança, limpeza e conservação, manu-tenção predial, controle financeiro, contabilidade e gestão de recur-sos humanos são alguns dos percalços a se-rem enfrentados, mas não há motivos para desanimar. Um dos primeiros passos a ser dado na fase de transição de gestões é pes-quisar as atuais condições do condomínio para possuir um diagnóstico atual e verda-deiro. Assim, você poderá conhecer melhor o terreno onde está pisando, identificar e estabelecer prioridades e planejar medidas para atacar cada ponto e resolver cada pro-blema, ao longo de seu mandato. Ponto crucial de um condomínio são suas finanças, por isso, não se esqueça de checar as pastas de prestação de contas, a situação bancária, e as contas mais imediatas a pa-gar, além de planejar as despesas futuras, de preferência pelo período de um ano. Ava-lie também os contratos com as prestadoras de serviços, se os tributos e encargos estão

Síndicos de primeira viagem: e agora?

em dia e inteire-se da existência de proces-sos judiciais no condomínio. Uma conversa com os porteiros e ze-ladores o ajudará a saber sobre os proble-mas de convivência entre moradores e as queixas mais comuns. Já uma consulta ao livro de ocorrências irá indicar como anda o “clima” no condomínio. Um bate-papo

com os ex-síndicos para ver como era a rotina do local também auxilia na programação da nova gestão, afinal não se pode descartar as experiências anteriores no cargo. Para um síndi-co novato, pode ser desconhecida a sua res-ponsabilidade na contra-tação do seguro do con-domínio. Mediante esta

obrigatoriedade, fique atento com relação à apólice do seguro, aos itens e valores se-gurados e à data de renovação do contrato para não perder os benefícios. Este docu-mento, dentre muitos outros, devem ser repassados do síndico antigo para o novo. Alguns papeis possuem prazos legais de guar-da e outros são p e r m a n e n t e s . Dentre os mais importantes estão o cartão de CNPJ, certificado digital, convenção, planta do empreendimento, processos trabalhistas e prontuários de funcio-nários.

calma, vamos ajudá-lo a organizar sua gestão no condomínio

um dos primeiros passos é pesquisar as atuais condições do

condomínio para possuir um diagnóstico atual e

verdadeiro

Page 7: O Síndico em Revista Ed. Mar/Abr

Paralelamente ao levantamento da situação do condomínio, é im-portante o síndico novato conhecer e pesquisar as leis que regem o local. Ter uma certa familiaridade com o atual Código Civil e com a Lei do Condomínio, além de dedi-car-se a uma leitura atenta e con-sultas frequentes à convenção do condomínio, ao regimento interno e às atas das assembleias faz toda a diferença. São estes instrumen-tos que definem os direitos, deve-res e responsabilidades de todos, inclusive do síndico, e que devem ser examinados antes de se tomar qualquer decisão.

A Lei nº 4.591 de 1964, intitu-lada “Lei do Condomínio” ainda está em vigor apesar de alguns de seus artigos terem sido modi-ficados pelo atual Código Civil. Ambas são como alicerces para o funcionamento dos condomínios, trazendo os conceitos básicos, es-

tando disponíveis na internet para acesso gratuito. Já a convenção e o regimento interno são os docu-mentos que regem o dia a dia da coletividade do condomínio bem como as regras para uso dos espa-ços e equipamentos.

Como livro de cabeceira, reco-mendamos a obra “Sou Síndico, E Agora?”, do advogado e consultor de condomínios Cristiano de Souza, que estuda cada um dos 28 artigos

da Lei nº 10.406 de 2002 (Código Civil) dedicados ao condomínio. No livro, Cristiano apresenta de forma coloquial os parâmetros legais da gestão condominial e esclarece as dúvidas mais frequentes dos síndi-cos, artigo por artigo.

Uma medida essencial para se começar a administrar o condomí-nio com o pé direito, é formar uma equipe, afinal, somente o síndico não dá conta de tudo. É preciso se cercar de conselheiros, sub-síndico e administradora, dependendo do porte do condomínio, para respon-der às demandas, assim como para atender às reclamações, sugestões e solucionar problemas e conflitos entre vizinhos. Estabeleça um pla-no de trabalho, com rotina de reu-niões com os conselheiros e com a administradora e efetue um cadas-tro de fornecedores que possam lhe dar suporte nas áreas como hidráu-lica, elétrica, etc.

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leis orientam o síndico nas decisões do condomínio

Cursos de Capacitação para Condomínios - inscrições abertas

Paralelamente ao levantamento da situação

do condomínio, é importante o síndico novato conhecer e pesquisar as leis

que o regem

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Consultor José Maria afirma que os síndicos precisam ter uma visão geral das necessidades do condomínio

Representando a Universal Imóveis, Alessandra conta que o trabalho da administradora propicia um cotidiano mais tranquilo ao síndico

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comunicação com os moradores é fundamental A comunicação também é pri-

mordial para uma gestão transpa-rente e rapidez na resolução de con-tratempos. A criação de canais de diálogo como sites, blogs, fan pages ou até mesmo um grupo no aplicati-vo What’s App podem ser um meio de difusão da realidade do condomí-nio, evitando fofocas e decisões iso-ladas. E, claro, sempre pode ter um condômino pró-ativo disposto a lhe ajudar na sua gestão.

O consultor condominial e tam-bém colunista desta revista, José Ma-ria Braz Pereira reforça que a comuni-cação é vital para o funcionamento do condomínio. “O maior problema é a falta de diálogo como os condôminos. É necessário o síndico se preparar

para receber críticas, reclamações e não levar como pessoal. Tem que ser paciente, ouvir as pessoas e atender suas solicitações”, explica.

O papel da assembleia também é um dos ponto-chave para a harmo-

nia no condomínio. “A autoridade maior do prédio é a assembleia geral. O síndico é o representante dos condôminos. Isso precisa fi-car claro. Todas as decisões, alte-rações, pedidos e a prestação de contas precisam ser feitas na as-sembleia, com a opinião de todos e aprovação da maioria”.

José Maria destaca ainda que o representante dos condôminos deve se preocupar com a manu-tenção do local. “Todo o sistema

hidráulico e elétrico, para-raio, fa-chada e outras partes precisam de manutenção periódica. É responsabi-lidade do síndico ter uma visão geral dessas necessidades, criando priori-dades”.

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a administradora de condomínios é uma aliada do síndicoEm condomínios maiores, para

que síndico não fique sobrecarrega-do com diversas tarefas e com a di-reção de sua equipe, a administrado-ra pode ser uma grande aliada. Entre as várias funções, ela pode atuar no controle do cadastro de proprietá-rios, atendimento de condôminos com fornecimento de informações e soluções de problemas, emissão e distribuição de avisos, circulares, editais de convocação e atas das assembleias, coleta de orçamentos, elaboração das planilhas de concor-rência e acompanhamento das obras e serviços que se fizerem necessá-rios, além do controle bancário e ela-boração do balancete mensal.

Alessandra, da Universal Imó-veis, afirma que o trabalho da ad-ministradora “deve ser em conjun-

to e se bem elaborado propicia ao síndico e condôminos um cotidiano mais tranquilo, calcado na experi-ência e em atitudes preventivas.

São diversas as situações pro-blemáticas que podem ocorrer e o trabalho de parceria entre admi-nistradora e síndico deve ser exe-cutado para que haja uma célere resolução”.

Ela também procura esclarecer

para o síndico de que se trata da administração do patrimônio de uma coletividade, e que, para não haver questionamentos, deve-se agir com total transparência e ho-nestidade. “O principal nas rela-ções de condomínio é que sempre seja observado o respeito, a ética e a boa vontade no desempenho da função, para que todos possam conviver em um ambiente tran-quilo e organizado”.

O nervosismo somado à inexpe-riência podem intimidar o trabalho do síndico e para superar esta fase, o consultor José Maria finaliza com três dicas essenciais: “Inteire-se de tudo sobre o condomínio, conheça a todos e crie um canal de comunicação com os moradores. Assim você estará pronto para o trabalho”.

o síndico deve estar preparado para receber críticas, reclamações e

não levar como pessoais

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O Síndico: A previsão é mesmo de alta de energia para 2015?

Carlos Ressurreição: Atuo no Brasil há 15 anos, mas estou definitivamente no país há cinco. Quando cheguei, o Brasil já era um dos países com a energia elétrica mais cara do mundo. Fui surpreendido com as taxas, isso sem falar dos impostos, que quase du-plicam o valor. O governo tentou não deixar a energia ficar ainda mais cara, não conse-guiu e agora, com a utilização de produções não hídricas, infelizmente a energia vai aumentar. Não sei se atingirá os 40%, mas vai aumentar substancialmente ao longo do ano.

Quais são os principais “vilões” quando o assunto é o consumo de energia nos condo-mínios? Onde se gasta mais energia dentro dos condomínios?

O maior vilão no Brasil é o chuveiro elé-trico. Dentre os vários tipos de energia que se pode usar em casa, a elétrica é a mais cara. O Brasil não se preocupou, durante anos, com o custo da energia elétrica e todos utilizavam os chuveiros elétricos. Felizmente hoje, algumas obras novas já vêm com insta-lação de tubulação de gás para aquecimento da água do chuveiro.

Tendo em vista esse reajuste, o que pode ser feito para reduzir os gas-tos dentro dos condomí-nios?

O que tem que ser feito é reduzir o consu-mo. Para isso, buscar eficiência na iluminação e nas máquinas, como por exemplo, nos apare-lhos de ar condicionado. Substituir, se possível, os chuveiros elétricos por chuveiros a gás. Só essa mudança per-mite reduzir 30% do consumo. Os edifícios novos têm, normalmente, uma instalação de gás que é distribuída para todo o condo-mínio. Para minha surpresa, alguns edifícios que estão sendo construídos têm a instala-ção de gás, mas apenas para o fogão. Isso é um grande desperdício, já que o gás pode perfeitamente ser utilizado para aquecer o chuveiro e não há dúvida de que é muito mais barato.

Em relação à iluminação, costuma encon-trar muitos erros nos condomínios no que diz respeito à eficiência?

Ainda continuo a encontrar vários condo-mínios com lâmpadas incandescentes. É um contrassenso. Vejo lâm-padas de 60 Watts e 100 Watts em corredores en-quanto as lâmpadas led de oito Watts produzem iluminação suficiente. A substituição gera uma economia que pode che-gar a 90%. Também é possível fazer a substitui-

ção por lâmpadas fluorescentes de 20 Watts. Essa troca é muito significativa para o con-domínio, principalmente se for acompanhada de um temporizador.

Você falou dos temporizadores. Quais são as dicas para economizar na hora de ligar o interruptor?

A melhor solução é instalar a fotocélula, que além de detectar a presença humana, detecta também a luz diurna. Com isso, só acende à noite, o que aumenta ainda mais a economia. Como esses sensores têm tempori-zador, diminuem ao máximo o tempo em que a lâmpada fica ligada. Essa é a melhor opção.

8 o síndico em revista - mar/abr 2015

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o que tem que ser feito é reduzir o consumo e buscar eficiência na iluminação e nas

máquinas

As perspectivas para 2015 em relação às tarifas de ener-gia não são as mais animadoras. Em fevereiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a Cemig a fa-zer reajuste extraordinário. Para o consumidor residencial, a alta será de 21,39%. Mas o impacto vai ser ainda maior em razão do sistema de bandeira tarifária. Além disso, novo reajuste deve ocorrer em abril em razão da revisão ordinária anual. Por isso, o melhor caminho para evitar o impacto no bolso é começar a economizar energia desde já. Pensando assim, a revista “O Síndico” entrevista nesta edição Carlos Ressurreição, engenheiro civil formado pelo Instituto Supe-rior Técnico de Lisboa, que também é consultor e projetista na área de Energia. Com atuação destacada em eficiência energética de edifícios, ele dá dicas importantes que vão ajudar a diminuir o consumo de energia nos condomínios.

economia de energia de olho no chuveiro, no elevador e na iluminação

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: DIvulGAção

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Em relação às lâmpadas, o mercado ofe-rece um número significativo de opções...

Tem as fluorescentes, que eu já falei, e uma classe delas que está entrando agora no Brasil, que são as fluorescentes verdes. É um tipo de lâmpada que reduz em 40% o consumo de energia. Tem também as leds, que são as mais econômicas.

Prédios com elevadores consomem muita energia. Quais as dicas para reduzir os custos neste caso?

Em relação ao elevador, é preciso verifi-car se o motor é moderno e está inserido na Classe A, que garante o mínimo de consumo. Há edifícios que usam o mesmo elevador há 30 anos. É preciso fazer a substituição. Além disso, é preciso criar a consciência cívica de utilização da es-cada, deixando para usar o ele-vador só mesmo em último caso. Além de o exer-cício físico fazer bem, resulta em uma economia de energia muito grande. Também é importante não deixar as crianças brincarem.

Fontes alternativas de energia, como aquecedores solares, são viáveis?

Vi uma fotografia de uma cidade chinesa onde a cobertura de todos os edifícios era de coletores solares. Junto com esses coletores ficam depósitos de água para aquecimen-to. No Brasil não há muito esse costume. O país está começando a instalar energia solar agora, principalmente quem tem casa, mas também é perfeitamente possível a utili-zação coletiva. É feito um estudo em razão do número de apartamentos para calcular a quantidade de aquecedores necessários. Essa energia tem grandes vantagens: após o investimento ser pago, ela passa a ter cus-to zero, deixando de utilizar a eletricidade e até o gás. Tem um investimento, mas está provado que é pago entre três e cinco anos. O meio ambiente agradece e, a partir da ins-talação, a despesa com chuveiros elétricos desaparece. Também existem outros tipos de coletores solares, como os fotovoltaicos,

voltados para produção de energia elétrica. Com coletores fotovoltaicos, conseguimos redução de até 50% no consumo de energia do condomínio. Conheço caso de edifícios em que a energia produzida pelos coleto-res fotovoltaicos só não substitui a energia usada nos elevadores. O restante, como as bombas d’água e a iluminação, o condomínio passou a pagar zero.

Você já teve acesso a esses prédios “inte-ligentes” em termos energéticos?

Em São Paulo já há vários edifícios assim. Ainda estão sendo estudados projetos para usar, além dos coletores fotovoltaicos, equi-pamentos para gerar energia eólica no topo dos edifícios. São equipamentos de tama-nho reduzido, próprios para edifícios, com

pás com três metros de comprimento. Com essa geração de energia é possível substituir todo o consumo do condomínio, inclusive os elevadores. Esse edifício 100% eficiente, já que é produtor autônomo, necessita de um investimento muito elevado. Tem coletores térmicos, coletores fotovoltaicos e ainda a geração de energia eólica.

Como você avalia a situação energética brasileira?

Existe um Plano Energético Nacional, que está em vigor e deve ser aplicado até 2025, mas esse plano energético é curto. Na Eu-ropa, foi criada em cada país agências para energia. Cada estado resolveu financiar, e só assim tiveram resultado, as instalações que os condomínios, as fábricas e o comércio de-cidiram fazer. Na França, o governo coparti-cipava com 50%. Ou seja, o condomínio que apresentasse um projeto para a instalação de coletores solares, por exemplo, tinha metade do custo financiado. Isso motivou as pes-soas a se movimentarem para buscar essa economia. Entendo que no Brasil falta esse passo, esse incentivo. Se em uma casa for instalado o coletor solar para água quente,

o consumo cai em 30%. Esse coletor custa R$ 1500. Se o Es-tado participar com R$ 750, a pessoa vai instalar. Estou usando o mode-lo francês, mas podem ser vá-rios outros tipos

de incentivo. É preciso criar sistemas para que os condomínios possam avançar nesse tipo de investimento. Se o governo fizer isso, as coisas vão funcionar. Até lá vamos ter que conviver com os apagões. Pessoalmente não acredito que o Brasil consiga evitar o apa-gão, principalmente por ter demorado muito tempo para adotar medidas visando a redu-ção individual de energia. Todas as residên-cias brasileiras poderiam baixar o consumo, ao menos, em 30%, que é o percentual gasto com chuveiro elétrico.

E o que os condomínios devem fazer para enfrentar os apagões?

Se justificar, eu sugeriria aos condomí-nios que instalassem antecipadamente um gerador de energia. Não é um inves-timento elevado e que resolverá o proble-ma dos elevadores e da energia necessá-ria para a iluminação. Hoje em dia já tem empresas construindo prédios que vem com gerador de energia. Infelizmente va-mos precisar.

Cursos de Capacitação para Condomínios - inscrições abertas

a substituição (de lâmpadas

incandescentes por lâmpadas led) gera uma

economia que pode chegar a 90%

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ãoUma tendência entre os proprietários de

apartamentos é o envidraçamento das saca-das. Os benefícios são consideráveis. Criam--se novas possibilidades para a sala de estar. O controle dos ventos, a vedação da água da chuva e a diminuição da poluição e do ba-rulho vindo da rua são outros aspectos que também têm incentivado a busca pela insta-lação dos vidros. Mas, o condomínio precisa

tomar uma série de cuidados antes de permitir a exe-cução do serviço. O primeiro é convocar assembleia para aprovar e padronizar o envidraçamento. Outro ponto primordial: o condomínio precisa estar ampa-

rado por laudo técnico que analise o projeto da construção e, sen-do possível, autorize o fechamento das va-randas.

Esse zelo é reforça-do pela Norma 16280 da Associação Brasilei-ra de Normas Técnicas

(ABNT), que obriga a existência de um responsável técnico para intervenções em unidades de edifícios e responsabiliza o proprietário e até mesmo o síndico em caso de sinistro em decorrência do seu não cum-primento. Também devem ser observadas as NBRs 7199 (Projeto, execução e aplicações de vidro na construção civil) e a 15575 (Norma de Desempenho).

Foi esse o procedimento adotado pela síndica do condomínio Milan Village Bom Pastor, a advogada Márcia Costa, que conduziu o envidraçamento – cor-tina de vidro – há cerca de dois anos. Por estarem localizadas em um terreno alto, moradores de apar-tamentos das quatro torres do condomínio conviviam com ventos mais fortes. Logo, era grande o número de condôminos que desejavam fechar as sacadas, in-clusive a própria Márcia.

o proprietário não pode fazer a instalação sem

consultar o condomínio e tomar todos os cuidados

deixando a sacada ainda mais gostosaenvidraçamento deve ser feito de maneira criteriosa, com aval do condomínio e laudo técnico

Page 13: O Síndico em Revista Ed. Mar/Abr

11Cursos de Capacitação para Condomínios - inscrições abertas

o construtor deverá ser consultado para avaliar a proposta não só do ponto de vista arquitetônico, mas também do ponto de vista

estrutural

O primeiro passo foi conhecer os pre-ceitos legais. “Constatei que, em caso de alteração de fachada, haveria a ne-cessidade de aprovação por unanimida-de na assembleia. Fui então procurar as decisões dos nossos tribunais e percebi que a instalação de cortinas de vidros transparentes não configurava altera-ção”, revelou Márcia.

Ela havia encontrado o caminho para realizar a instalação, mas ainda havia outros cuidados que deveriam ser to-mados. “Em seguida, busquei um pare-cer técnico, uma vez que a instalação dos vidros acarretaria sobrepeso nas sa-cadas. Procurei o engenheiro construtor e responsável pelo projeto estrutural das edificações. Ele fez todo o cálculo e emitiu a Anotação de Responsabilidade Técnica e, de posse desse documento, realizamos a assembleia. Ocorreu apro-vação por unanimidade, mesmo não sendo alteração de fachada”, relatou Márcia.

Ele relembra que, na época, um nú-mero significativo de moradores pediu a instalação de vidros na cor fumê, a mesma do guarda-corpo. Entretanto, esse pedido não pode ser atendido. “As decisões dos nossos tribunais respal-dam a instalação de lâminas de vidro transparentes e de modelo retrátil, pos-sibilitando que a sacada retorne ao seu estado inicial rapidamente”, expôs.

A síndica profissional Luciana Borges faz coro com Márcia no que se refere ao entendimento de que a instalação das cortinas de vidro não configura altera-ção de fachada. Ela destaca que a as-sembleia assume também outro papel importante: decidir a padronização do envidraçamento, como a cor dos caixi-lhos a serem utilizados.

“O ideal é que algumas empresas que fazem esse tipo de serviço este-

jam presentes na assembleia e que, de preferência, apresentem maque-tes. Isso possibilita que os condômi-nos possam ver o que será feito e o funcionamento da cortina de vidro”, explica, orientando ainda que os inte-ressados fiquem de olho na garantia do produto, sinônimo de segurança principalmente em relação à vedação contra a água da chuva.

Tomando os cuidados necessários, Luciana vê a intervenção com bons olhos. “Ocorre valorização das unida-des. Isso porque, com a cortina de vi-dro, a sala fica muito maior e é possível utilizar a área durante todo o ano, inde-pendentemente do período de chuva”, argumenta.

O assunto é polêmico e existem diferentes pontos de vista. Para o ad-vogado e administrador de condomí-nios Ricardo Lovisi, o envidraçamen-

to, seja por cortina de vidro ou não, caracteriza alteração de fachada. Por esse entendimento, é preciso unani-midade dos condôminos. Ao fazer tal afirmação, Lovisi cita o Artigo 1351 do Código Civil.

“Minha dica para proceder de for-ma bem segura é primeiro ver se a convenção não proíbe tal conduta. Se proibir, deverá ser alterada a conven-ção e depois fazer uma assembleia com a aprovação por unanimidade dos condôminos para a instalação da cortina de vidro ou do envidraçamen-to. Sendo aprovada por unanimidade, é preciso fazer um laudo técnico com engenheiro profissional aprovando a instalação e também uma autorização dos órgãos reguladores competentes. Assim, o condômino terá uma instala-ção legal e livre de futuros aborreci-mentos, sem ter de se sujeitar à uma ação judicial requerendo o desfazi-mento da instalação”, afirma Ricardo.

Ele explica ainda o que o síndico deve fazer caso algum condômino re-alize o envidraçamento sem a devida autorização. “Neste caso, o síndico deve fazer denúncia na Prefeitura e entrar com ação para que a alteração seja desfeita. Tudo deve ser muito cri-terioso, com aprovação do condomínio e da Prefeitura e com laudo técnico”, expõe o advogado.

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Inicialmente, colocar vidros na sacada de um apartamento pode parecer uma intervenção simples. Mas o Diretor Administrativo do Sindicato dos Engenheiros (Sen-ge), Fernando José, e o arquiteto e urbanista Mauro Campelo, profes-sor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, reforçam que o envidraçamento deve ser anali-sado sob muitos aspectos.

“Como se trata de uma modi-ficação do projeto inicial, o construtor deverá ser consul-tado para avaliar a proposta não só do ponto de vista arqui-tetônico, mas tam-bém do ponto de vis-ta estrutural. O peso extra dos vidros que se coloca nas saca-das pode resultar em risco à edificação. O síndico também deve ter a preocupação de saber qual uso vai ser dado ao espaço para não se correr o risco de dar outra sobrecarga não prevista à sacada”, analisa Fernando José.

Mauro Campello concorda com o advogado Ricardo Lovisi de que se trata de alteração de fachada e ainda destaca: “Tanto faz se for cortina de vidro ou não”. Ele reite-ra que é preciso, antes da execução do serviço, consultar a Prefeitura, uma vez que o aumento da área construída geralmente vem acom-panhado de aumento no valor do IPTU, e faz um alerta: “É preciso

ficar muito atento a esse modis-mo. O proprietário não pode fazer a instalação sem consultar o condo-mínio e tomar todos os cuidados”. A advogada Márcia Costa tem en-tendimento diferente em relação à mudança no valor do imposto. Para ela, ao se instalar cortina de vidro, a sacada não está sendo incorpora-da à área construída. “Apenas está sendo protegida das intempéries”, argumenta.

Segundo o Di-retor Adminis-trativo do Senge, tanta preocupa-ção, que para o proprietário pode parecer excessiva, tem como obje-tivo garantir não só a segurança do morador como também de todo o entorno. Os cuida-dos passam ainda

pela escolha de um vidro apropria-do, que não gere cacos em caso de estilhaçamento. Ele reforça a neces-sidade de padronização e lembra um aspecto importante: o projeto precisa prever a praticidade de ma-nutenção.

Mauro Campello acrescenta que, atentas a essa tendência, algumas construtoras já estão construindo prédios com projetos que preveem o envidraçamento, que fica a cargo do proprietário. Todavia, ele refor-ça que a situação é muito difícil de observar em construções mais an-tigas.

os cuidados passam ainda pela escolha de um vidro apropriado,

que não gere cacos em caso de estilhaçamento

o porquê de tanto cuidado

de olho na cor e na empresa

Cercando-se de todos os cuidados, o envi-draçamento de sacada pode deixar o proprie-tário feliz e até valorizar o imóvel. Existem vá-rias cores de perfis disponíveis no mercado. No caso de aprovações para alteração de fachada, há também diferentes tipos e cores de vidro disponíveis. A escolha depende, principalmen-te, da combinação com a arquitetura e as cores do edifício. O que não combina com um serviço dessa natureza é escolher empresa e material que não sejam seguros.

“Todo trabalho com vidro tem que ser cri-terioso. Por isso é preciso conhecer a empresa que está sendo contratada e se o material que vai ser usado realmente é bom”, orienta o ge-rente comercial da Vidraçaria Pestana, Victor Queiroga. Segundo ele, o vidro utilizado neste tipo de serviço é o temperado, que é cinco ve-zes mais resistente que o vidro comum.

Segundo Queiroga, o kit de sacada utilizado nas instalações garante a qualidade da veda-ção. Ele afirma que a vedação é maior que de uma janela feita com vidro temperado normal, que tem abertura entre os vãos que acaba per-mitindo passar vento e até água em caso de chuvas mais fortes.

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AÇÃO COMINATÓRIA. Obrigação de fazer. Unidade autônoma em condo-mínio edilício. Alteração da fachada do prédio, mediante fechamento de saca-da com vidros escuros e esquadrias, violando normas do condomínio e o art. 1.336 , III do CC . Modificação de parte comum da edificação, com prejuízo da harmonia estética da fachada. Eventual ilícito semelhante praticado por outros condôminos que não legitima a condu-ta do réu. Ação procedente, para o fim de condenar os réus a retirar as jane-las inseridas na sacada, sob pena de incidência de multa diária - Sentença procedente - Recurso improvido. TJ-SP - Apelação Cível AC 4464214900 SP (TJ-SP) Publicação: 15/08/2011

APELAÇÃO CÍVEL. CONDOMÍNIO. ALTERAÇÃO DE FACHADA. FECHA-MENTO DE VARANDA. VEDAÇÃO EXPRESSA NA CONVENÇÃO DE CON-DOMÍNIO. OBSERVÂNCIA OBRIGA-TÓRIA. NECESSIDADE DE HARMO-NIZAÇÃO. OBRA QUE, APESAR DE NÃO SER FACILMENTE OBSERVADA, MODIFICA A APARÊNCIA EXTERNA DO CONDOMÍNIO. A fim de preservar a harmonia e unicidade das fachadas dos prédios, seja ela frontal ou lateral, as convenções de condomínios estabe-lecem regras para a sua alteração, ou até imutabilidade, de modo que a sua observância apresenta-se obrigatória, a teor do disposto no art. 1.333 do C.C.-02. Referida coercibilidade confi-gura-se imprescindível, uma vez que o subjetivismo quanto aos elementos, aos materiais e às formas estruturais do fechamento põem em risco o va-lor arquitetônico do imóvel. Conheci-

mento do recurso e seu provimento, nos termos do art. 557 , § 1º-A do C.P.C. TJ-BA - Agravo de Instrumen-to AI 00097644420138050000 BA 0009764-44.2013.8.05.0000 (TJ-BA) Publicação: 04/04/2014

CONDOMÍNIO. AÇÃO DE OBRIGA-ÇÃO DE FAZER. ENVIDRAÇAMENTO DE VARANDA DE APARTAMENTO. I- Alegação de que o envidraçamen-to operado pelo condômino importou em alteração da fachada do prédio, com quebra da harmonia arquitetô-nica. Fechamento, no entanto, que se valeu de folhas de vidros lisos, inco-lores e translúcidos, podendo ser con-siderado, segundo o laudo pericial, “imperceptível”. Envidraçamento, na espécie, que não modificou a facha-da do condomínio e não alterou a sua harmonia arquitetônica. Conclusão pericial não contrastada pelo prova de igual quilate. II- Envidraçamento, à vista da conclusão do Perito de que não implicou em alteração da fachada, que não exigia a prévia aprovação do con-domínio recorrente. Inexistência, na espécie, de violação ao Regulamento Interno, bem como a Lei n. 4.591/64. Improcedência da ação, no tópico en-vidraçamento, corretamente decreta-da. III- Superveniente aprovação do fechamento das varandas, mas em padrão distinto daquele introduzido pelo recorrido. Alegação que desloca a causa de pedir da ação na fase recur-sal. Inovação descabida. SENTENÇA MANTIDA. APELO IMPROVIDO. Pro-cesso: APL 01962675820088260100 SP 0196267-58.2008.8.26.0100 Ór-gão Julgador: 3ª Câmara de Direito

Privado Publicação: 29/08/2013

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. INSTALAÇÃO DE CORTINAS DE VI-DRO NA VARANDA. Sentença de pro-cedência, favorável ao Condomínio autor. Inconformismo dos réus. Ine-xiste alteração da fachada do edifício ou qualquer comprometimento do em-belezamento do prédio. Introdução de cortina de vidro retrátil que, não alte-ra a harmonia arquitetônica da facha-da. A concordância de retirada da cor-tina de vidro na assembleia não é uma confissão, ou seja, não quer dizer que não possa ser alvo de arrependimento, até porque não se trata de deliberação que dependa de aprovação dos demais condôminos. O sistema utilizado pelos réus permite sua abertura ou fecha-mento exatamente como uma cortina ou um toldo, não se tratando de um fechamento definitivo, este sim veda-do inclusive pelo Município. Aplicação do disposto no art. 5º da Lei de Intro-dução às Normas do Direito Brasilei-ro. Inocorrência de violação à cláusula da Convenção, que menciona expres-samente o fechamento da varanda, o que não se confunde com instalação de cortina de vidro, que correspon-de à rede de proteção para crianças e animais, persianas, painéis, cortinas de pano e não altera a fachada. Pre-cedentes deste Sodalício. Inversão dos ônus de sucumbência. PROVIMENTO DO RECURSO para julgar improce-dentes os pedidos. (TJ-RJ , Relator: DES. AGOSTINHO TEIXEIRA DE AL-MEIDA FILHO, Data de Julgamento: 26/03/2014, DÉCIMA TERCEIRA CA-MARA CIVEL)

Jurisprudência é o termo jurídico que designa o conjunto das decisões sobre interpreta-ções das leis feitas pelos tribunais de uma determinada jurisdição. O advogado e adminis-trador de condomínios Ricardo Lovisi Corrêa de Castilho selecionou para a revista O Síndi-co algumas decisões judiciais envolvendo os temas abordados nas matérias desta edição.

Ricardo Lovisi Corrêa de Castilho -advogado

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15Cursos de Capacitação para Condomínios - inscrições abertas

Após período de negociação que se es-tendeu desde dezembro de 2014, foi de-finido o novo índice de reajuste salarial da categoria dos condomínios.

O processo de negociação teve início em reunião realizada no mês de dezembro de 2014, diretamente com a representação do SINDEDIF-JF (Sindicato dos Empregados em Edifícios e Empre-gados em Empresas de Compra, Venda, Loca-ção e Administração de Imóveis Comerciais e Residenciais de Juiz de Fora) na pessoa de seu presidente junta-mente com seu asses-sor jurídico e tesourei-ro, estendendo-se por reuniões presenciais realizadas também em janeiro e fevereiro de 2015, quando se che-gou, finalmente, ao índice de reajuste do piso da categoria.

Discutiram-se arduamente as razões pelas quais o SINDICON (Sindicato dos Condomínios de Juiz de Fora e Zona da Mata Mineira) trabalharia com índice que buscasse a satisfação da classe patronal, responsável pelo pagamento dos seus fun-

cionários, sem esquecer de garantir um ganho real para os empregados.

O SINDICON primou, sobretudo, pela responsabilidade na concessão do aumen-to salarial, tendo como objetivo principal o fato de que um índice alto poderia trazer reflexos negativos para os condomínios, representados pelos seus Síndicos, e para

os empregados di-retos, em função do que o mesmo re-presentaria para os cofres condominiais.

“Nossa premissa maior foi a de ga-rantir que toda a categoria que repre-sentamos, ou seja, a categoria econô-mica patronal de condomínios, possa assimilar o valor do aumento do salário e repassá-lo sem qualquer prejuízo da

mão de obra trabalhadora”, ressalta Sheila Rakauskas, presidente do SINDICON.

Desta forma, o valor do índice para o re-ajuste salarial e auxílio alimentação ficou fixado em 8% para o período de primeiro de janeiro de 2015 até 31 de dezembro de 2015, o que corresponderá aos pisos:

Índice de reajuste Salarial 2015

o valor do índice para o reajuste salarial e auxílio alimentação ficou fixado em 8% para o período de

primeiro de janeiro de 2015 até 31 de dezembro de 2015

FoTo

: DIvulGAção

SHEILA RAKAUSKASPresidente do Sindicato dos Condomínios de Juiz de Fora e da Zona da Mata Mineira (SINDICON)

Av. Rio Branco, 2288 – Sala 710. Centro -Juiz de Fora – MG -(32) 3212-4081 / 3082-7016Horário de Funcionamento: Segunda a sexta-feira – de 14h às 18h

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16 o síndico em revista - mar/abr 2015

as assembleias e seus quórunsentenda as diferenças entre votação por maioria simples, maioria absoluta e maioria qualificada

Um assunto que costuma con-fundir os síndicos são os diferentes tipos de quorum para assembleia. Pensado nisso, a revista “O Síndico” pesquisou o tema para poder expli-car aos nossos leitores. Inicialmen-te, é preciso definir quorum. Segun-do o Dicionário Michaelis, é o “nú-mero indispensável para o funcio-namento legal de uma assembleia ou reunião e para que esta possa deliberar”. Esse “número indispen-sável” varia de acordo com a pau-ta da assembleia e é definido pela convenção do condomínio, pela Lei do Condomínio ou pelo novo Código Civil. Essa questão é importante, já que uma decisão tomada em uma assembleia condominial com base em quorum errado pode até levar a

sua anulação judicial. A primeira convocação de uma

assembleia deve contar, ao menos, com representantes da metade das frações ideais do condomínio. No caso de o voto ser por unidade, os presentes devem totalizar o mínimo de 50% do total de votos. Caso esse quorum não seja observado, ocorre a segunda convocação. Na maioria dos casos, as decisões pautadas para a assembleia vão ser tomadas pela maioria dos votos dos condôminos presentes na assembleia. Mas exis-tem situações especiais.

A votação por maioria simples ou maioria dos presentes é aquela em que as decisões são tomadas pela maioria dos participantes de uma assembleia. Já a maioria absoluta ou

maioria do todo leva em considera-ção a totalidade do condomínio, ou seja, são computados os presentes e os ausentes da assembleia. É preciso 50% mais um do número total dos condôminos para conseguir a apro-vação.

Um terceiro tipo de votação é a que exige maioria qualificada. Ela estabelece o mínimo de votos em relação ao total de membros do con-domínio, sempre superior à maioria absoluta (unanimidade, 2/3 ou ¾, por exemplo). Deve-se levar em con-sideração a totalidade dos presentes e ausentes que poderiam participar da assembleia de forma legítima. Vale destacar que a assembleia é so-berana, desde que esteja de acordo com o que diz a Lei e a Convenção.

Ação Tipo de Quorum Exigência para aprovação

Alteração de Fachada Qualificado UnanimidadeAlteração da Convenção ou Regimento Interno Qualificado 2/3 do todoAlteração da Destinação do Uso Qualificado UnanimidadeObras necessárias (Ex.: Pintura de fachada Maioria simples 50% + 1 dos presentes à assembleiae impermeabilização de local com vazamento) Obras úteis (Ex.: Reforma de guarita e individualização dos hidrômetros) Maioria absoluta 50% +1 do todoAprovação de contas, aumento da taxa de condomínio, eleição de síndico Maioria simples 50% +1 dos presentes à assembleiaDestituição de síndico (assembleia especialmenteconvocada por ¼ dos condôminos) Maioria absoluta 50% + 1 do todo

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17Cursos de Capacitação para Condomínios - inscrições abertas

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18 o síndico em revista - mar/abr 2015

Após ajuizar ação de cobrança con-tra um condômino, ele efetuou o

depósito das cotas atrasadas na conta particular do síndico, mesmo tendo sido informado de que deveria reali-zar o pagamento ao advogado respon-sável. Fez isto para não pagar as des-pesas iniciais com custas judiciais e honorário do advogado. Como ele não compareceu à primeira audiência, foi marcada uma segunda para o mês se-guinte. Pretendemos manter a ação para receber as despesas já ocorridas porque nossa convenção informa que elas deverão ser somadas à dívida do responsável. Estamos corretos? A atitude do condomínio está cor-reta e o síndico pode ficar tranquilo, pois caso o condômino não compa-reça à audiência, o processo correrá à revelia, ou seja, o administrador apresentará os valores já quitados e o restante da dívida como multa, juros e custas advocatícias correrão por conta do réu que assumirá como verdade os fatos narrados na petição inicial.

O síndico do prédio onde moro não presta contas há mais de quatro

anos, nem realiza assembleia. Por ou-tro lado, ninguém tem interesse em assumir sua função. Mesmo eu não tendo intenção de me tornar síndico,

convoquei uma assembleia através de carta com Aviso de Recebimento para todos os condôminos, mas so-mente um terço deles compareceu à reunião. Podemos ajuizar uma ação pedindo a destituição do síndico e nessa mesma ação exigir uma presta-ção de contas? Conforme determina o artigo 1349 do Código Civil, a assembleia para a destituição do síndico, que deve ser convoca por ¼ dos condôminos, ne-cessita do voto da maioria dos pre-sentes. No caso, sugerimos entrar com uma ação denominada “obriga-ção de fazer” colocando o síndico no pólo passivo com o pedido de presta-ção de contas e convocação de assem-bleia para eleição de um novo síndico para o condomínio.

Considerando que a Convenção do Condomínio proíbe a remunera-

ção do síndico durante seu mandato, solicito orientação se através de uma Assembleia Geral (Ordinária ou Ex-traordinária) poderia ser aprovada a isenção das despesas condominiais em favor do síndico e subsíndico, e qual seria o quorum mínimo. Para resolver a questão da remu-neração do síndico, o melhor a fazer é convocar uma assembleia extraordi-nária com o quórum específico de 2/3 dos proprietários, uma vez que trata--se de alteração de determinação da convenção do condomínio e colocar o assunto em pauta para aprovação.

Assumi um condomínio onde a co-bertura paga 1,5 do valor da taxa

condominial em face da fração ideal, porém sem nenhum motivo aparente as taxas extras para fins de obras (no-vas e reformas) são iguais para todos. O certo não seria a cobertura pagar 1,5 do valor da taxa extra? Geralmente a convenção de condo-mínio determina a forma de rateio da taxa condominial. Na maioria dos ca-sos, a forma utilizada é de rateio pela fração ideal, o que fará com que a co-bertura contribua com o valor maior, salvo se a convenção estipular outra foram.

O portal Sindicojf (www.sindicojf.com.br) possui um canal para esclarecimento de dú-vidas de síndicos, administradores de condomínios e condôminos. Frequentemente, são enviadas perguntas sobre gestão financeira, de pessoal, e de conflitos, dentre outros te-mas e as mesmas são respondidas pela empresa Impacto Contabilidade e Administração de Condomínios. Talvez você também tenha um ponto de interrogação que precisa ser solucionado, e, pensando nisso, publicamos nesta edição algumas perguntas respondidas. Uma delas pode esclarecer a sua dúvida.

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As perguntas desta coluna forma respondidas pela Impacto Contabilidade e Administração de Condomínios (Avenida Rio Branco, 671 Sala 601, Manoel Honório. Tels.: (32) 3212-7695, 8866-5551).

Envie você também a sua dúvida pelo espaço SEM DÚVIDA do site www.sindicojf.com.br

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