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1 O SISTEMA DIGESTÓRIO O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões; boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventícia. BOCA A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram- se os dentes e a língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas. Característica s dos dentes Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada

o Sistema Digestório

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    O SISTEMA DIGESTRIO

    O sistema digestrio humano formado por um longo tubo musculoso, ao qual esto associados rgos e glndulas que participam da digesto. Apresenta as seguintes regies; boca, faringe, esfago, estmago, intestino delgado, intestino grosso e nus.

    A parede do tubo digestivo, do esfago ao intestino, formada por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventcia.

    BOCA

    A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo a boca. A encontram-se os dentes e a lngua, que preparam o alimento para a digesto, por meio da mastigao. Os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaos, misturando-os saliva, o que ir facilitar a futura ao das enzimas.

    Caractersticas dos dentes

    Os dentes so estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandbula, cuja atividade principal a mastigao. Esto implicados, de forma direta, na articulao das linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguneos do centro de qualquer dente esto protegidos por vrias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, a substncia mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa at a raiz, est situada uma camada de substncia ssea chamada dentina. A cavidade pulpar ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente gengiva e mandbula, na estrutura e composio qumica assemelha-se ao osso; dispe-se como uma fina camada

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    sobre as razes dos dentes. Atravs de um orifcio aberto na extremidade da raiz, penetram vasos sanguneos, nervos e tecido conjuntivo.

    Tipos de dentes

    Em sua primeira dentio, o ser humano tem 20 peas que recebem o nome de dentes de leite. medida que os maxilares crescem, estes dentes so substitudos por outros 32 do tipo permanente. As coroas dos dentes permanentes so de trs tipos: os incisivos, os caninos ou presas e os molares. Os incisivos tm a forma de cinzel para facilitar o corte do alimento. Atrs dele, h trs peas dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma nica cspide pontiaguda. Em seguida, h dois dentes chamados pr-molares, cada um com duas cspides. Atrs ficam os molares, que tm uma superfcie de mastigao relativamente plana, o que permite triturar e moer os alimentos.

    A lngua

    A lngua movimenta o alimento empurrando-o em direo a garganta, para que seja engolido. Na superfcie da lngua existem dezenas de papilas gustativas, cujas clulas sensoriais percebem os quatro sabores primrios: amargo (A), azedo ou cido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinao resultam centenas de sabores distintos. A distribuio dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfcie da lngua, no homognea.

    As glndulas salivares

    A presena de alimento na boca, assim como sua viso e cheiro, estimulam as glndulas salivares a secretar saliva, que contm a enzima amilase salivar ou ptialina, alm de sais e outras substncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacardeos (como o glicognio), reduzindo-os em molculas de maltose

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    (dissacardeo). Trs pares de glndulas salivares lanam sua secreo na cavidade bucal: partida, submandibular e sublingual:

    Glndula partida - Com massa variando entre 14 e 28 g, a maior das trs; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilho da orelha.

    Glndula submandibular - arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz.

    Glndula sublingual - a menor das trs; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca.

    O sais da saliva neutralizam substncias cidas e mantm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente cido (6,7), ideal para a ao da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, empurrado pela lngua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esfago, impulsionado pelas ondas peristlticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esfago. Atravs dos peristaltismo, voc pode ficar de cabea para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegar ao intestino. Entra em ao um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratrias.

    Quando a crdia (anel muscular, esfncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior do estmago.

    FARINGE E ESFAGO

    A faringe, situada no final da cavidade bucal, um canal comum aos sistemas digestrio e respiratrio: por ela passam o alimento, que se dirige ao esfago, e o ar, que se dirige laringe.

    O esfago, canal que liga a faringe ao estmago, localiza-se entre os pulmes, atrs do corao, e atravessa o msculo diafragma, que separa o trax do abdmen. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorre-lo.

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    ESTMAGO E SUCO GSTRICO

    O estmago uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo das ltimas costelas. um rgo muscular que liga o esfago ao intestino delgado. Sua funo principal a digesto de alimentos proticos. Um msculo circular, que existe na parte inferior, permite ao estmago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que no se tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quando est vazio, tem a forma de uma letra "J" maiscula, cujas duas partes se unem por ngulos agudos.

    Segmento superior: o mais volumoso, chamado "poro vertical". Este compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande tuberosidade, no alto, e o corpo do estmago, abaixo, que termina pela pequena tuberosidade.

    Segmento inferior: denominado "poro horizontal", est separado do duodeno pelo piloro, que um esfncter. A borda direita, cncava, chamada pequena curvatura; a borda esquerda, convexa, dita grande curvatura. O orifcio esofagiano do estmago o crdia.

    As tnicas do estmago: o estmago compe-se de quatro tnicas; serosa (o peritnio), muscular (muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e mucosa (que secreta o suco gstrico). Quando est cheio de alimento, o estmago torna-se ovide ou arredondado. O estmago tem movimentos peristlticos que asseguram sua homogeneizao.

    O estmago produz o suco gstrico, um lquido claro, transparente, altamente cido, que contm cido clordrico, muco, enzimas e sais. O cido clordrico mantm o pH do interior do estmago entre 0,9 e 2,0. Tambm dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentao mecnica iniciada pela mastigao.

    A pepsina, enzima mais potente do suco gstrico, secretada na forma de pepsinognio. Como este inativo, no digere as clulas que o produzem. Por ao do cido clordrico, o pepsinognio, ao ser lanado na luz do estmago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digesto de protenas.

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    A pepsina, ao catalizar a hidrlise de protenas, promove o rompimento das ligaes peptdicas que unem os aminocidos. Como nem todas as ligaes peptdicas so acessveis pepsina, muitas permanecem intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa enzima so oligopeptdeos e aminocidos livres.

    A renina, enzima que age sobre a casena, uma das protenas do leite, produzida pela mucosa gstrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel o de flocular a casena, facilitando a ao de outras enzimas proteolticas.

    A mucosa gstrica recoberta por uma camada de muco, que a protege da agresso do suco gstrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as clulas da mucosa estomacal so continuamente lesadas e mortas pela ao do suco gstrico. Por isso, a mucosa est sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfcie estomacal seja totalmente reconstituda a cada trs dias. Eventualmente ocorre desequilbrio entre o ataque e a proteo, o que resulta em inflamao difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (lceras gstricas).

    A mucosa gstrica produz tambm o fator intrnseco, necessrio absoro da vitamina B12.

    O bolo alimentar pode permanecer no estmago por at quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco gstrico, auxiliado pelas contraes da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilquida, o quimo.

    Passando por um esfncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digesto.

    INTESTINO DELGADO

    O intestino delgado um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de dimetro e pode ser dividido em trs regies: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e leo (cerca de 1,5 cm). A poro superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfncter muscular da parte inferior do estmago pela qual este esvazia seu contedo no intestino.

    A digesto do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras pores do jejuno. No duodeno atua tambm o suco pancretico, produzido pelo pncreas, que contm diversas enzimas digestivas. Outra secreo que atua no duodeno a bile, produzida no fgado e armazenada na vescula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares tm ao detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de microgotculas).

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    O suco pancretico, produzido pelo pncreas, contm gua, enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de sdio. O pH do suco pancretico oscila entre 8,5 e 9. Sua secreo digestiva responsvel pela hidrlise da maioria das molculas de alimento, como carboidratos, protenas, gorduras e cidos nuclicos.

    A amilase pancretica fragmenta o amido em molculas de maltose; a lpase pancretica hidrolisa as molculas de um tipo de gordura os triacilgliceris, originando glicerol e lcool; as nucleases atuam sobre os cidos nuclicos, separando seus nucleotdeos.

    O suco pancretico contm ainda o tripsinognio e o quimiotripsinognio, formas inativas em que so secretadas as enzimas proteolticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as proteases no digerem suas clulas secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinognio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada pelas clulas da mucosa intestinal, convertendo-se me tripsina, que por sua vez contribui para a converso do precursor inativo quimiotripsinognio em quimiotripsina, enzima ativa.

    A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptdios, transformando-os em oligopeptdeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligaes peptdicas especficas ao longo das cadeias de aminocidos.

    A mucosa do intestino delgado secreta o suco entrico, soluo rica em enzimas e de pH aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas a enteroquinase. Outras enzimas so as dissacaridades, que hidrolisam dissacardeos em monossacardeos (sacarase, lactase, maltase). No suco entrico h enzimas que do seqncia hidrlise das protenas: os oligopeptdeos sofrem ao das peptidases, resultando em aminocidos.

    Suco digestivo Enzima pH timo Substrato Produtos

    Saliva Ptialina neutro polissacardeos maltose

    Suco gstrico Pepsina cido protenas oligopeptdeos

    Suco pancretico Quimiotripsina alcalino protenas peptdeos

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    Tripsina

    Amilopepsina

    Rnase

    Dnase

    Lipase

    alcalino

    alcalino

    alcalino

    alcalino

    alcalino

    protenas

    polissacardeos

    RNA

    DNA

    lipdeos

    peptdeos

    maltose

    ribonucleotdeos

    desoxirribonucleotdeos

    glicerol e cidos graxos

    Suco intestinal ou entrico

    Carboxipeptidase

    Aminopeptidase

    Dipeptidase

    Maltase

    Sacarase

    Lactase

    alcalino

    alcalino

    alcalino

    alcalino

    alcalino

    alcalino

    oligopeptdeos

    oligopeptdeos

    dipeptdeos

    maltose

    sacarose

    lactose

    aminocidos

    aminocidos

    aminocidos

    glicose

    glicose e frutose

    glicose e galactose

    No intestino, as contraes rtmicas e os movimentos peristlticos das paredes musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este atacado pela bile, enzimas e outras secrees, sendo transformado em quilo.

    A absoro dos nutrientes ocorre atravs de mecanismos ativos ou passivos, nas regies do jejuno e do leo. A superfcie interna, ou mucosa, dessas regies, apresenta, alm de inmeros dobramentos maiores, milhes de pequenas dobras (4 a 5 milhes), chamadas vilosidades; um traado que aumenta a superfcie de absoro intestinal. As membranas das prprias clulas do epitlio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas microscpicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado tambm absorve a gua ingerida, os ons e as vitaminas.

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    Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguneos do intestino passam ao fgado para serem distribudos pelo resto do organismo. Os produtos da digesto de gorduras (principalmente glicerol e cidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo fgado, como ocorre com outros nutrientes. Nas clulas da mucosa, essas substncias so reagrupadas em triacilgliceris (triglicerdeos) e envelopadas por uma camada de protenas, formando os quilomcrons, transferidos para os vasos linfticos e, em seguida, para os vasos sangneos, onde alcanam as clulas gordurosas (adipcitos), sendo, ento, armazenados.

    INTESTINO GROSSO

    o local de absoro de gua, tanto a ingerida quanto a das secrees digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de lquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de gua das secrees. Glndulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trnsito e eliminao pelo nus.

    Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, clon ascendente, clon transverso, clon descendente, clon sigmide e reto. A sada do reto chama-se nus e fechada por um msculo que o rodeia, o esfncter anal.

    Numerosas bactrias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver os restos alimentcios no assimilveis, reforar o movimento intestinal e proteger o organismo contra bactrias estranhas, geradoras de enfermidades.

    As fibras vegetais, principalmente a celulose, no so digeridas nem absorvidas, contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como retm gua, sua presena torna as fezes macias e fceis de serem eliminadas.

    O intestino grosso no possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente s absorve gua, em quantidade bastante considerveis. Como o intestino grosso absorve muita gua, o contedo intestinal se condensa at formar detritos inteis, que so evacuados.

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    GLNDULAS ANEXAS

    Pncreas

    O pncreas uma glndula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na ala formada pelo duodeno, sob o estmago. O pncreas formado por uma cabea que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de uma cauda afilada. A secreo externa dele dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal coldoco na ampola de Vater. O pncreas comporta dois rgos estreitamente imbricados: pncreas excrino e o endcrino.

    O pncreas excrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas cinos. Os cinos pancreticos esto ligados atravs de finos condutos, por onde sua secreo levada at um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digesto.

    O pncreas endcrino secreta os hormnios insulina e glucagon, j trabalhados no sistema endcrino.

    Fgado

    o maior rgo interno, e ainda um dos mais importantes. a mais volumosa de todas as vsceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfcie lisa e recoberta por uma cpsula prpria. Est situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal.

    O tecido heptico constitudo por formaes diminutas que recebem o nome de lobos, compostos por colunas de clulas hepticas ou hepatcitos, rodeadas por canais diminutos (canalculos), pelos quais passa a bile, secretada pelos hepatcitos. Estes canais se unem para formar o ducto heptico que, junto com o ducto procedente da vescula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega seu contedo no duodeno.

    As clulas hepticas ajudam o sangue a assimilar as substncias nutritivas e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esterides, estrgenos e outros hormnios. O fgado um rgo muito

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    verstil. Armazena glicognio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipdios ou de protenas, e lipdios a partir de carboidratos ou de protenas. Sintetiza tambm o colesterol e purifica muitos frmacos e muitas outras substncias. O termo hepatite usado para definir qualquer inflamao no fgado, como a cirrose.

    Funes do fgado:

    Secretar a bile, lquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ao da lipase;

    Remover molculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicognio, que armazenado; nos momentos de necessidade, o glicognio reconvertido em molculas de glicose, que so relanadas na circulao;

    Armazenar ferro e certas vitaminas em suas clulas; Metabolizar lipdeos; Sintetizar diversas protenas presentes no sangue, de fatores imunolgicos e de coagulao e de

    substncias transportadoras de oxignio e gorduras; Degradar lcool e outras substncias txicas, auxiliando na desintoxicao do organismo; Destruir hemcias (glbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina em

    bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.

    Bexiga Urinria

    Sistema urinrio: masculino

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    Vista geral

    Situada na parte inferior do abdmem, por detrs da arcada do pbis, frente do reto nos homens e defronte ao tero das mulheres, a bexiga um reservatrio msculo - membranoso onde se recebe e acumula a urina nos intervalos das mices. uma bolsa de parede elstica, dotada de musculatura lisa, constituda por trs tnicas: uma externa, conjuntiva; uma mdia, mucosa; e uma interna, muscular.

    Funo

    A funo da bexiga urinria acumular a urina produzida nos rins. A urina chega bexiga por dois ureteres e eliminada para o exterior atravs de um tubo chamado de uretra. O esvaziamento da bexiga uma reao reflexa, que as crianas demoram vrios anos para controlar inteiramente. A capacidade mdia da bexiga de um adulto de meio litro de lquido. A bexiga e os rgos genitais femininos so muito relacionados. Por isso, o seu funcionamento mtuamente alterado quando h afeces, tanto da bexiga como dos rgos genitais.

    um verdadeiro reservatrio onde a urina se acumula; um rgo muscular oco e acha-se na pequena bacia, atrs do osso pbis. A sua forma varia conforme se encontra vazia ou. cheia. Quando est vazia, frouxa e parece uma taa aberta para cima. Quando est cheia, apresenta, contrariamente, uma forma globosa, semelhante de um grande ovo.

    A capacidade da bexiga no bem calculvel. No cadver se pode introduzir nela at um litro e meio de lquido sem que ela se rompa; todavia, basta meio litro de lquido para distend-la. Na pessoa viva esses valores no podem ser levados em considerao. Calcula-se, contudo, que a sua capacidade mdia seja de 350 centmetros cbicos pouco mais ou menos.

    O estmulo para esvaziar a bexiga sentido muito antes que a bexiga esteja completamente cheia; quando a urina distende, alm de um certo- limite, as paredes vesicais, surge a necessidade de urinar. Se, contudo, a bexiga no esvaziada, as paredes se dilatam ativamente de modo a diminuir a presso interna da urina: o desejo de urinar, portanto, cessa, para reaparecer somente depois de certo tempo, quando o contedo da bexiga estiver ulteriormente aumentado. Este poder da bexiga se chama "atividade postural". As

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    paredes da bexiga so mais distensveis na mulher do que no homem; por isso, na mulher, a freqiincia da mico menor do que no homem, e, em geral, a mulher tem maior capacidade de resistir ao estmulo de urinar.

    A bexiga tem relaes diversas na mulher e no homem. A sua parede posterior, na mulher, est em relao com o tero, e, no homem, com o intestino reto. A face superior e posterior da bexiga est recoberta pelo peritnio, que, passando para trs, torna a subir sobre o reto, formando entre este e a bexiga um bolso, chamado cavo reto-vesical ou cavo de Douglas. Na mulher, em que, entre a bexiga e o reto est interposto o tero, h 'dois bolsos: um est situado entre a bexiga e o tero (fossa tero-vesical), e o outro se acha entre o tero e o reto (fossa tero-retal), e justamente este ltimo que constitui o cavo de Douglas na mulher.

    A grande distensibilidade e elasticidade da bexiga devida aos seus msculos. Na verdade, as paredes vesicais so constitudas das costumadas trs camadas: uma tnica mucosa que a parte interna e diretamente em contacto com a urina, e constituda pela continuao da mucosa do ureter; uma tnica muscular, intermdia, formada por trs camadas de msculo: na interna as fibras se entrecruzam em todas as direes; na camada intermdia, as fibras correm no sentido circular; na camada mais externa, as fibras se dispem longitudinalmente. Esta disposio das fibras musculares permite ao rgo dilatar-se largamente quando se enche, de modo a conter muita urina, para depois murchar quando a urina foi expulsa para o exterior.

    No interior da bexiga notam-se trs orifcios: dois situados em cima e posteriormente, so o ponto de chegada dos dois ureteres; o terceiro o orifcio da uretra. Os trs furos determinam um tringulo que chamado trgono vesical. O trgono tem a caracterstica de ser quase inestensvel, ao contrrio do resto da bexiga; o desenvolvimento da musculatura que se encontra abaixo torna esta regio muito diferente de aspecto em relao ao resto da parede vesical. Os ureteres, como temos dito, desembocam obliquamente na bexiga; isto faz com que a presso exercida pela urina sobre as paredes da bexiga se faa sentir tambm sobre os ureteres (que caminham, em parte, no interior da parede vesical), comprimindo-os. Isto impede que a urina possa subir para o rim, com a bexiga cheia.

    Em torno do orifcio da uretra se acha um anel muscular: o esfncter interno da bexiga. Este msculo, contraindo-se, impede o contnuo destilar da urina para o exterior; ao contrrio, relaxando-se, permite a passagem da urina durante a mico. A sua ao coadjuvada pelo esfncter externo, que envolve a uretra.

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    Bexiga Urinria

    Situada na parte inferior do abdmen, por detrs da arcada do pbis, frente do reto nos homens e defronte ao tero das mulheres, a bexiga um reservatrio msculo membranoso onde se recebe e acumula a urina nos intervalos das mices. uma bolsa de parede elstica, dotada de musculatura lisa, constituda por trs tnicas: uma externa, conjuntiva; uma mdia, mucosa; e uma interna, muscular.

    Esquema da Bexiga Urinria

    Funo

    A funo da bexiga acumular a urina produzida nos rins. A urina chega bexiga por dois ureteres e eliminada para o exterior atravs de um tubo chamado de uretra. O esvaziamento da bexiga uma reao reflexa que as crianas demoram vrios anos para controlar inteiramente. A capacidade mdia da bexiga de um adulto de meio litro de lquido.

    A bexiga e os rgos genitais femininos so muito relacionados, por isso o seu funcionamento mutuamente alterado quando h infeces, tanto da bexiga como dos rgos genitais.

    A bexiga urinria funciona como um reservatrio temporrio para o armazenamento da urina. Quando vazia, a bexiga est localizada inferiormente ao peritnio e posteriormente snfise pbica: quando cheia, ela se eleva para a cavidade abdominal.

    um rgo muscular oco, elstico que, nos homens situa-se diretamente anterior ao reto e, nas mulheres est frente da vagina e abaixo do tero.

    Quando a bexiga est cheia, sua superfcie interna fica lisa. Uma rea triangular na superfcie posterior da bexiga no exibe rugas. Esta rea chamada trgono da bexiga e sempre lisa. Este trgono limitado por trs vrtices: os pontos de entrada dos dois ureteres e o ponto de sada da uretra. O trgono importante clinicamente, pois as infeces tendem a persistir nessa rea.

    A sada da bexiga urinria contm o msculo esfncter chamada esfncter interno, que se contrai involuntariamente, prevenindo o esvaziamento. Inferiormente ao msculo esfncter, envolvendo a parte

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    superior da uretra, est o esfncter externo, que controlado voluntariamente, permitindo a resistncia necessidade de urinar.

    A capacidade mdia da bexiga urinria de 700 800ml; menor nas mulheres porque o tero ocupa o espao imediatamente acima da bexiga.

    Bexiga Urinria Feminina

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    Bexiga o rgo humano no qual armazenada a urina, que produzida pelos rins. uma vscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Na bexiga encontrada a uretra, o ducto que exterioriza a urina produzida pelo organismo .

    Nos crustceos e telesteos, trata-se de uma expanso do canal do rim. Nos tetrpodes apresenta-se como um divertculo ventral da parte posterior do tubo digestivo (cloaca), o qual, no embrio dos amniotas conduz alantide.

    A bexiga um rgo ausente nas aves adultas e em quase todos os rpteis.

    A bexiga humana dividida anatomicamente em: pice (anterior), corpo, fundo (posterior), colo. Sua tnica muscular composta por msculo liso, possuindo fibras musculares entrelaadas em todas as direes, originando o msculo detrussor. A tnica mucosa da maior parte da bexiga vazia pregueada, mas estas pregas desaparecem quando a bexiga est cheia. A rea da tnica mucosa que reveste a face interna da base da bexiga chamada de trgono da bexiga.

    O sistema nervoso autnomo parassimptico o responsvel pela contrao da musculatura da bexiga, resultando na vontade de urinar.

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    SISTEMA EXCRETOR

    O sistema excretor formado por um conjunto de rgos que filtram o sangue, produzem e excretam a urina - o principal lquido de excreo do organismo. constitudo por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinria e pela uretra.

    Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral, nessa posio esto protegidos pelas ltimas costelas e tambm por uma camada de gordura. Tm a forma de um gro de feijo enorme e possuem uma cpsula fibrosa, que protege o crtex - mais externo, e a medula - mais interna.

    Cada rim formado de tecido conjuntivo, que sustenta e d forma ao rgo, e por milhares ou milhes de unidades filtradoras, os nfrons, localizados na regio renal.

    O nfron uma longa estrutura tubular microscpica que possui, em uma das extremidades, uma expanso em forma de taa, denominada cpsula de Bowman, que se conecta com o tbulo contorcido proximal, que continua pela ala de Henle e pelo tbulo contorcido distal; este desemboca em um tubo coletor. So responsveis pela filtrao do sangue e remoo das excrees.

    A ELIMINAO DE URINA

    Ureter

    Os nfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar canais cada vez mais grossos. A fuso dos dutos origina um canal nico, denominado ureter, que deixa o rim em direo bexiga urinria.

    Bexiga urinria

    A bexiga urinria uma bolsa de parede elstica, dotada de musculatura lisa, cuja funo acumular a urina produzida nos rins. Quando cheia, a bexiga pode conter mais de de litro (250 ml) de urina, que eliminada periodicamente atravs da uretra.

    Uretra

    A uretra um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na regio vulvar e, no homem, na extremidade do pnis. Sua comunicao com a bexiga mantm-se fechada por anis musculares - chamados esfncteres. Quando a musculatura desses anis relaxa-se e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos.

  • 17

    RETOCOLITE ULCERATIVA INESPECFICA (RCUI)

    Sinnimos:

    Colite Ulcerativa

    O que ?

    A Retocolite Ulcerativa (RCUI) junto com a doena de Crohn faz parte das chamadas Doenas Inflamatrias Intestinais (DII), sendo uma inflamao da mucosa (camada de clulas que forra a superfcie interna do intestino grosso), muitas vezes acompanhada de lceras.

    Perto da metade dos pacientes tem a doena restrita s pores terminais do intestino, que so o sigmide e o reto. Em 20% dos casos a RCUI atinge toda a extenso do intestino grosso, enquanto que nos demais h inflamao segmentar no clon ascendente, transverso ou descendente.

    Como se desenvolve?

    No se conhece a causa da Retocolite Ulcerativa Inespecfica. Tambm desconhecido o motivo da doena desenvolver-se em determinado momento da vida.

    Sabe-se, no entanto, que fatores genticos e do sistema imune (onde esto os mecanismos de defesa natural) esto envolvidos.

    provvel que fatores ambientais ainda no determinados ativem inapropriadamente o sistema imune de pessoas geneticamente suscetveis, causando dano aos seus prprios intestinos, fenmeno conhecido como de auto-imunidade.

    O que se sente?

    A principal manifestao diarria com sangue. Conforme a gravidade da doena, o nmero de evacuaes varia de menos de 5 episdios dirios at 10 ou 20 e o volume de sangue pode ser varivel, causando ou no sintomas pela conseqente anemia.

    A consistncia das fezes varia de completamente lquidas at parcialmente formadas.

    Pode ocorrer febre, mal-estar geral, fraqueza, clicas e dores abdominais difusas. Junto s fezes pode ser observada a presena de muco - uma espcie de catarro gelatinoso - e pus, caracterizando uma diarria chamada de disenteria. Necessidade imediata ou urgncia de evacuar, perda do controle esfincteriano (incontinncia) e dor evacuatria tambm ocorrem devido inflamao do reto.

    Quando a doena intensa, podem ocorrer anemia, perda de peso, edema (inchao) nos ps e pernas, desnutrio e desidratao.

    Casos ditos fulminantes (2 a 4%) podem complicar-se por uma dilatao gasosa aguda e irreversvel - o Megaclon Txico - com possibilidade de perfurao seguida de infeco abdominal extensa, acompanhada de insuficincia circulatria e respiratria, com alto risco de bito.

    A Retocolite Ulcerativa Inespecfica (RCUI) acompanhada, em um quarto dos casos, por manifestaes extra-intestinais, numa repercusso de mecanismo tambm desconhecido.

    Podem ocorrer dor e inflamao nas juntas (artrites), alteraes da pele (Eritema Nodoso, Pioderma Gangrenoso), inflamaes oculares, inflamao e endurecimento dos canais biliares (Colangite Esclerosante), tromboses e embolias (obstrues) dos vasos sangneos.

    Como o mdico faz o diagnstico?

    As referncias do paciente com Retocolite Ulcerativa Inespecfica so, por si s, bastante sugestivas de uma inflamao do intestino grosso, incluindo o reto.

  • 18

    Porm, os sintomas no permitem a diferenciao entre as diversas causas de colite, o que pode ser feito atravs dos exames de fezes, que detectam agentes infecciosos, e das endoscopias que permitem observar leses e secrees indicadoras de inflamao intestinal. Alm disso, atravs da endoscopia possvel obter fragmentos da mucosa intestinal (bipsias) para anlise laboratorial e microscpica. Esse exame realizado em momento oportuno e, muitas vezes, sob uma leve sedao para evitar dor ou desconforto.

    Usualmente so realizados exames gerais de sangue, urina e fezes para avaliar o possvel envolvimento dos demais rgos pela doena intestinal, incluindo anemia e desnutrio. Um Raio-X simples de abdmen realizado para identificao de possvel dilatao exagerada do intestino, complicao que merece especial ateno.

    No h exames que confirmem ou afastem totalmente a Retocolite Ulcerativa Inespecfica como diagnstico. Recentemente, esto ao nosso alcance o "pANCA" e o "ASCA", no sangue, que auxiliam tambm na diferenciao entre RCUI e Doena de Crohn. Portanto, havendo dados da histria compatveis e exames bastante sugestivos para tal, excludas outras causas de colite, adota-se o diagnstico de Retocolite Ulcerativa Inespecfica.

    Como se trata?

    Os sintomas agudos da doena com localizao predominante no reto - puxos ou tenesmo, acompanhando a diarria - so controlveis com medicamentos por via retal.

    Aparentemente mais desconfortvel, na impresso de alguns pacientes, essa via tem a grande vantagem de agir diretamente no local mais doente, evitando os efeitos colaterais das drogas quando usadas por via oral, como os corticides e a mesalamina. Pacientes com doena que se estende pelos clons ascendente, transverso e descendente necessitam de tratamento ministrado por via oral ou parenteral.

    So considerados mais graves e com necessidade de hospitalizao os doentes que, alm das evidncias bsicas, mostram anemia acentuada, os desidratados, aqueles cujos nveis da presso arterial ficaram muito baixos e os com acentuada distenso abdominal.

    O uso de antidiarricos em certas situaes pode precipitar um agravamento do quadro clnico geral, motivo pelo qual requer criteriosa e individualizada prescrio e controle do mdico assistente.

    Um quadro agudo chega a ter um risco de recidiva, em um ano, de 75%; por isso, indicado o uso prolongado de medicao por via retal ou oral para diminuir essa chance.

    A cirurgia que retira todo o intestino grosso (colectomia) uma opo de tratamento para os casos sem controle clnico satisfatrio, para os que evoluem com dilatao extrema ou perfurao intestinal e para aqueles com associao de cncer.

    Na Doena de Crohn a cirurgia no evita o surgimento da enfermidade noutro segmento intestinal; entretanto, na Retocolite Ulcerativa Inespecfica a colectomia curativa.

    A cirurgia apresenta riscos e desvantagens, por exemplo, a ileostomia temporria ou definitiva, com adaptao de uma bolsa coletora de fezes sobre a pele da superfcie da parede abdominal.

    Manifestaes extra-intestinais associadas Retocolite Ulcerativa Inespecfica, especialmente a Colangite Esclerosante, podem continuar mesmo tendo sido bem sucedido o tratamento da doena intestinal ou a realizao de colectomia.

    Pacientes com Retocolite Ulcerativa Inespecfica tm risco aumentado de cncer de clon, que se torna significativo aps 8-10 anos de doena. Por isso, necessria a realizao peridica de colonoscopia para a deteco precoce de leses malignas ou pr-malignas. Quando detectadas, o tratamento cirrgico.

    Como se previne?

    No h forma de preveno da doena.

    Pode-se diminuir muito a recorrncia de crises com o uso correto das medicaes.

  • 19

    Recomenda-se para indivduos com doena leve, com ou sem uso de medicao, que evitem a ingesto de cafena e de alguns vegetais produtores de gs.

    DOENA DE CROHN

    O que ?

    O conjunto das Doenas Inflamatrias Intestinais (DII) abrange a Doena de Crohn (DC) e a Retocolite Ulcerativa (RCU). A Doena de Crohn caracteriza-se por inflamao crnica de uma ou mais partes do tubo digestivo, desde a boca, passando pelo esfago, estmago, intestino delgado e grosso, at o reto e nus. Na maioria dos casos de Doena de Crohn, no entanto, h inflamao do intestino delgado; o intestino grosso pode estar envolvido, junto ou separadamente. A doena leva o nome do mdico que a descreveu em 1932.

    Como se desenvolve?

    No se conhece uma causa para a Doena de Crohn. Vrias pesquisas tentaram relacionar fatores ambientais, alimentares ou infeces como responsveis pela doena. Porm, notou-se que fumantes tm 2-4 vezes mais risco de t-la e que particularidades da flora intestinal (microorganismos que vivem no intestino e ajudam na digesto) e do sistema imune (mecanismos naturais de defesa do organismo) poderiam estar relacionadas. Nenhum desses fatores, isoladamente, poderia explicar por que a doena inicia e se desenvolve. O conjunto das informaes disponveis, at o momento, sugere a influncia de outros fatores ambientais e de fatores genticos.

    Nota-se a influncia dos fatores genticos em parentes de primeiro grau de um indivduo doente por apresentarem cerca de 25 vezes mais chance de tambm terem a doena do que uma pessoa sem parentes afetados.

    O que se sente?

    A Doena de Crohn costuma iniciar entre os 20 e 30 anos, apesar de ocorrerem casos tambm em bebs ou casos iniciados na velhice. Os sintomas mais freqentes so diarria e dor abdominal em clica com nuseas e vmitos acompanhados de febre moderada, sensao de distenso abdominal piorada com as refeies, perda de peso, mal-estar geral e cansao. Pode haver eliminao, junto com as fezes, de sangue, muco ou pus. A doena alterna perodos sem qualquer sintoma com exacerbaes de incio e durao imprevisveis.

    Outras manifestaes da doena so as fstulas, que so comunicaes anormais que permitem a passagem de fezes entre duas partes dos intestinos, ou do intestino com a bexiga, a vagina ou a pele. Essa situao, alm de muito desconfortvel, expe a pessoa infeces de repetio. As fstulas ocorrem isoladamente ou em associao com outras doenas da regio prxima ao nus, como fissuras anais e abscessos.

    Com o passar do tempo, podem ocorrer complicaes da doena. Entre as mais comuns esto os abscessos (bolsas de pus) dentro do abdmen, as obstrues intestinais causadas por trechos com estreitamento - causado pela inflamao ou por aderncias de partes inflamadas dos intestinos. Tambm pode aparecer a desnutrio e os clculos vesiculares devido m absoro de certas substncias. Outras complicaes, ainda que menos freqentes, so o cncer de intestino grosso e os sangramentos digestivos.

    Alguns pacientes com Doena de Crohn podem apresentar evidncias fora do aparelho digestivo, como manifestaes na pele (Eritema Nodoso e Pioderma Gangrenoso), nos olhos (inflamaes), nas articulaes (artrites) e nos vasos sangneos (tromboses ou embolias).

    Como o mdico faz o diagnstico?

    A base do diagnstico pela histria obtida com o paciente e pelo exame clnico. Havendo a suspeita da doena, radiografias contrastadas do intestino delgado (trnsito intestinal) podem ajudar na definio diagnstica pela achado de ulceraes, estreitamentos e fstulas caractersticas. O intestino grosso tambm costuma ser examinado por enema baritado (Rx com contraste introduzido por via anal) ou colonoscopia (endoscopia). Esse ltimo exame, que consiste na passagem por via anal de um aparelho semelhante a uma mangueira, permitindo a filmagem do interior do intestino grosso, tem a vantagem de permitir tambm a realizao de bipsias da mucosa intestinal para serem analisadas ao microscpio.

  • 20

    Mais recentemente, dois exames de sangue, conhecidos pelas siglas ASCA e p-ANCA, j podem ser usados no diagnstico da Doena de Crohn entre ns, ainda que no sejam confirmatrios e tenham seu uso limitado pelo custo.

    Como se trata?

    O tratamento da Doena de Crohn individualizado de acordo com as manifestaes da doena em cada paciente. Como no h cura, o objetivo do tratamento o controle dos sintomas e das complicaes.

    No h restries alimentares que sejam feitas para todos os casos. Em algumas pessoas, observa-se intolerncia a certos alimentos, freqentemente, lactose (do leite). Nesses casos, recomenda-se evitar o alimento capaz de provocar a diarria ou a piora de outros sintomas. Indivduos com doenas no intestino grosso podem ter benefcios com dieta rica em fibras (muitas verduras e frutas), enquanto que em indivduos com obstruo intestinal pode ser indicada dieta sem fibras.

    Alm de adequaes na dieta, medicamentos especficos podem ser usados para o controle da diarria com razovel sucesso. O uso desses medicamentos deve sempre ser orientado pelo mdico, j que h complicaes graves relacionadas ao seu uso inadequado.

    Medicamentos especficos que agem principalmente no controle do sistema imune so usados no tratamento dos casos que no obtm melhora satisfatria apenas com dieta e antidiarricos. So eles a sulfassalazina, mesalamina, corticides, azatioprina, mercaptopurina e, mais recentemente, o infliximab. Pelo seu custo e efeitos colaterais, a deciso sobre o incio do uso, a manuteno e a escolha do medicamento deve ser feita por mdico com experincia no assunto, levando em conta aspectos individuais de cada paciente.

    Alguns doentes com episdios graves e que no melhoram com uso das medicaes nas doses mximas e pelo tempo necessrio, podem necessitar de cirurgia com retirada da poro afetada do intestino.

    Situaes que tambm requerem cirurgia so sangramentos graves, abscessos intra-abdominais e obstrues intestinais. Apesar de se tentar evitar ao mximo a cirurgia em pacientes com Doena de Crohn, mais da metade necessitaro de pelo menos uma ao longo da vida. Retiradas sucessivas de pores do intestino podem resultar em dificuldades na absoro de alimentos e em diarria de difcil controle.

    Como se previne?

    No h forma de preveno da Doena de Crohn (DC).

    Pessoas j doentes so fortemente orientadas a no fumar como forma de evitar novas exacerbaes. O uso crnico das medicaes usadas para o controle das crises no mostrou o mesmo benefcio na preveno de novos episdios, devendo, portanto, ser individualizada a manuteno ou a suspenso do tratamento aps o controle dos sintomas iniciais ou de agudizao. Perguntas que voc pode fazer ao seu mdico Para que serve o tratamento? Devo tomar os remdios quando estiver bem? E se estiver bem h muito tempo? O que fao quando acabar a receita? Essa doena tem cura? Vou precisar repetir exames? De quanto em quanto tempo? O que fao se os sintomas piorarem durante o tratamento? Que tipo de remdio posso ou no usar para outros problemas? Vou poder ter uma vida "normal"? Posso precisar de cirurgia? Se operar vou ficar curado? H outros sintomas ou doenas associadas Doena de Crohn?

    CNCER DE CLON E RETO

    O que ?

  • 21

    So tumores malignos, cnceres freqentes do aparelho digestivo (intestino grosso).

    Muitas vezes se desenvolvem sem sintomas que possam alertar os pacientes para um tratamento precoce; mas, assim mesmo, so cnceres que uma vez detectados podem apresentar um bom ndice de cura.

    Como se faz o diagnstico?

    A endoscopia (no caso chamada colonoscopia) um exame que localiza os tumores de clon e reto, ao mesmo tempo em que possibilita, atravs da Biopsia (retirada de parte ou todo o tumor) durante a colonoscopia, a identificao do tipo de tecido do tumor,orientando o mdico para o tipo de tratamento e evoluo da doena.

    Para tumores localizados no reto (poro do intestino grosso que se situa antes do canal anal) o diagnstico pode ser realizado pelo mdico em seu consultrio atravs de toque retal.

    O que se sente?

    Alguns sintomas ou sinais podem denunciar a presena de tumores de clon e reto: sangramento anal, eliminao de muco junto com as fezes, modificao do ritmo de evacuaes, dores localizadas nos trajetos do intestino grosso, aumentos localizados no abdome.

    Todos ou alguns desses sinais ou sintomas podem estar presentes assim como o paciente pode ser portador de um tumor sem que algum sinal ou sintoma seja constatado.

    Como devemos proceder?

    Seria conveniente que todo indivduo que constatasse alguma dessas queixas procurasse o profissional da sade para esclarecer a causa.

    Existe uma parte da populao chamada de "populao de risco"; so aqueles indivduos que tem ou tiveram familiares com tumores do aparelho digestivo ou mais exatamente do intestino grosso. Esses deveriam se submeter a uma colonoscopia para esclarecer a causa dos sinais ou sintomas j relatados. Perguntas que voc pode fazer ao seu mdico Este cncer hereditrio? Qual o prognstico? Como fazer preveno deste tipo de cncer? Como devo iniciar e quando examinar? Quem faz parte do grupo de risco? Como deve ser o seguimento? Como este cncer se espalha? Quando se realiza uma derivao (colostomia)? DETECO PRECOCE PARA O CNCER DE CLON E RETO Sinnimos Exame Preventivo de Cncer de Clon, de Intestino Grosso, de Reto O que deteco precoce ou screening de um tipo de cncer? Deteco precoce ou screening para um tipo de cncer o processo de procurar um determinado tipo de cncer na sua fase inicial, antes mesmo que ele cause algum tipo de sintoma. Em alguns tipos de cncer, o mdico pode avaliar qual grupo de pessoas corre mais risco de desenvolver um tipo especfico de cncer por causa de sua histria familiar, por causa das doenas que j teve ou por causa dos hbitos que tem, como fumar, consumir bebidas de lcool ou comer dieta rica em gorduras.

    A isso se chama fatores de risco e as pessoas que tm esses fatores pertencem a um grupo de risco. Para essas pessoas, o mdico pode indicar um determinado teste ou exame para deteco precoce daquele cncer e com que freqncia esse teste ou exame deve ser feito. Para a maioria dos cnceres, quanto mais cedo (quanto mais precoce) se diagnostica o cncer, mais chance essa doena tem de ser combatida.

    Qual o teste que diagnostica precocemente o cncer de clon?

  • 22

    O tubo digestivo composto de vrias partes diferentes, comeando pela boca, passando pelo esfago, o estmago, o intestino delgado, o intestino grosso ou clon, o reto e terminando no nus. O clon e o reto tm a funo de absorver a gua que ingerida com os alimentos e transformar a massa de substncia ingerida e no aproveitada pelo corpo, em fezes para que seja eliminada. Essas duas pores do tubo digestivo so muito semelhantes no que diz respeito camada que reveste o seu interior e a sua funo. Assim, os tumores que acometem essas regies so chamados, normalmente, de cncer coloretal, e tratados como uma nica doena.

    Esses tumores podem ser diagnosticados precocemente de vrias formas. O exame oculto das fezes e os exames que vem o intestino por dentro, como a colonoscopia, a retosigmoidoscopia e o enema opaco so os exames mais freqentemente utilizados para se fazer um diagnstico precoce desse tumor.

    Como o mdico faz este exame?

    Exame Oculto das Fezes:

    Nesse exame, o paciente, aps realizar uma dieta especfica para realiz-lo, evacua num recipiente fornecido pelo laboratrio e l os tcnicos procuram por sangue que tenha se exteriorizado do tubo digestivo junto com as fezes. Os estudos mostram que se as pessoas entre 50 e 80 anos de uma determinada populao realizarem esse exame anualmente, ou de dois em dois anos, diminui as mortes decorrentes desse tipo de tumor naquela populao.

    Retosigmoidoscopia:

    Nesse exame, o mdico introduz pelo nus um fino tubo com uma cmara na ponta para dentro do reto procura de plipos ou leses sugestivas de terem sofrido alguma transformao compatvel com um tumor. Os estudos mostram que se as pessoas acima de 50 anos de uma determinada populao realizarem esse exame regularmente, diminui as mortes decorrentes desse tipo de tumor naquela populao. O intervalo ideal que deve ser feito esse exame (de quanto em quanto tempo) ainda no foi determinado e o paciente deve discutir com o seu mdico, que avaliar os seus fatores de risco e o resultado do primeiro exame para determinar o intervalo ideal.

    Colonoscopia:

    Esse exame um exame endoscpico semelhante Retosigmoidoscopia, porm com um aparelho mais fino e mais flexvel, que consegue visualizar as pores do clon, alm do reto e do sigmide, como o anterior. Apesar de os tumores coloretais localizarem-se mais freqentemente nas suas pores mais prximas ao nus, boa parte dos tumores pode se localizar nas pores iniciais do clon e, por isso mesmo, serem mais difceis de se diagnosticar e causarem menos sintomas. Como o exame anterior, estudos demonstraram que esse exame feito em pessoas acima de 50 anos, realizado regularmente, pode diminuir as mortes relacionadas com esse tipo de tumor.

    Enema Opaco ou Enema Baritado:

    Nesse exame, um lquido contendo brio (lquido branco que tem a propriedade de aparecer contrastado num exame radiolgico) colocado dentro do reto e do clon atravs do nus e vrios exames de Raio X so realizados afim de procurar por defeitos no enchimento dessa poro do intestino. Localizada uma anormalidade, um exame endoscpico deve ser realizado para fazer uma bipsia (retirar uma pequena poro do tecido alterado para se fazer um exame patolgico) ou mesmo para fazer a retirada total da leso. Considerando que uma pessoa com uma leso suspeita necessitar de um exame complementar para retirar ou fazer a bipsia dessa leso, o enema opaco oferece poucas vantagens em relao aos outros exames endoscpicos, apesar de apresentar menos riscos na sua realizao.

    Quais os fatores de risco mais comuns associados ao cncer coloretal?

  • 23

    Idade

    O risco de desenvolver o cncer de clon e reto aumenta com a idade aps os 50 anos.

    Histria familiar

    Algumas famlias tm um tipo de doena que acomete o clon, a Adenomatose Poliposa Familiar. Essa doena faz com que a pessoa desenvolva vrios plipos no seu intestino. Essas pessoas tm mais risco de desenvolver esse tipo de cncer. Outras doenas que alguns familiares possam ter tido tambm aumenta a chance dessas pessoas de ter esse tipo de cncer, e uma delas o prprio cncer coloretal ou mesmo uma histria de Adenoma (tumor benigno do intestino, que provavelmente a forma anterior do tumor maligno) de clon antes dos 60 anos.

    Histria Patolgica Passada ou Atual

    Dependendo do tipo de doenas que uma pessoa j teve, a chance de ela desenvolver cncer coloretal maior. Essas doenas incluem o prprio cncer de clon prvio, cncer de ovrio, endomtrio ou de mama, alm de histria de adenomas (plipos) do intestino grosso. Outra doena que est associada ao risco de ter esse tipo de cncer a Doena de Cruz ou a Retocolite Ulcerativa, doenas em que h uma inflamao crnica dos intestinos.

    Vrios estudos tm demonstrado que todas as pessoas que tem mais de 50 anos devem fazer algum tipo de exame para detectar precocemente leses que podem evoluir para cncer coloretal ou para retirar leses malignas iniciais. Com isso, a mortalidade devida a esse tipo de neoplasia diminui para toda a populao.

    A freqncia com que se deve realizar esse exame depende dos seus fatores de risco e de sua histria pessoal. Um mdico deve ser consultado para definir com o paciente o tipo de exame e o intervalo ideal para realiz-lo.

    Perguntas que voc pode fazer ao seu mdico

    Quais so os riscos de uma colonoscopia?

    Meu pai (ou minha me) teve cncer de clon. Eu devo fazer algum exame em especial por causa disso?

    s vezes, conforme o que eu como, parece ter sangue nas minha fezes. Eu devo me preocupar com isso?

    CNCER DE NUS

    Sangramento, dor, massa na regio anal podem estar associados ao cncer de nus. Mas em muitos casos o cncer de nus no sangra, no di e no se observa massa.

    Uma sensao de desconforto anal (pequeno ou grande) pode ser o nico sintoma de um cncer de nus. O toque retal um exame importante e que pode denunciar a presena de um tumor no nus (ou na poro terminal do reto), por esta razo este exame sempre dever ser realizado pelo mdico que ouvir do paciente alguma das queixas descritas anteriormente (sangramento, dor ou massa).

    Este cncer pode se originar da regio interna (do nus ou canal anal) ou da pele da margem anal. A complementao do exame do paciente (aps o toque) com uma endoscopia (reto, sigmide ou colonoscopia) associada bipsia orientar o tratamento a ser realizado.

    O tratamento inclui cirurgia, radioterapia e quimioterapia, juntos ou separados, dependendo do tamanho e localizao do tumor.

  • 24

    Pode ser indicada uma cirurgia mais ampla quando o tumor for maligno, grande ou fixado a rgo vizinhos. Em qualquer situao, se o tumor for detectado precocemente, existe a possibilidade de cura definitiva da doena.

    PREVENO DO CNCER DE CLON E RETO

    Sinnimo:

    Preveno de cncer do intestino grosso e do reto.

    O que preveno de um tipo de cncer?

    Prevenir o aparecimento de um tipo de cncer diminuir as chances de que uma pessoa desenvolva essa doena atravs de aes que a afastem de fatores que propiciem o desarranjo celular que acontece nos estgios bem iniciais, quando apenas algumas poucas clulas esto sofrendo as agresses que podem transform-las em malignas. So os chamados fatores de risco.

    Alm disso, outra forma de prevenir o aparecimento de cncer promover aes sabidamente benficas sade como um todo e que, por motivos muitas vezes desconhecidos, esto menos associadas ao aparecimento desses tumores.

    Nem todos os cnceres tm estes fatores de risco e de proteo identificados e, entre os j reconhecidamente envolvidos, nem todos podem ser facilmente modificveis, como a herana gentica (histria familiar), por exemplo.

    Como se faz preveno no cncer de clon?

    O tubo digestivo composto de vrias partes diferentes, comeando pela boca, passando pelo esfago, o estmago, o intestino delgado, o intestino grosso ou clon, o reto e terminando no nus. O clon e o reto tm a funo de absorver a gua que ingerida com os alimentos e transformar a massa de substncia ingerida e no aproveitada pelo corpo em fezes para que seja eliminada. Essas duas pores do tubo digestivo so muito semelhantes no que diz respeito sua camada que reveste o seu interior e a sua funo. Assim, os tumores que acometem estas regies so chamados, normalmente, de cncer colo-retal e tratados como uma nica doena.

    Os tumores que crescem no clon e no reto podem ser benignos (plipos) ou malignos. Os tumores malignos tm um crescimento celular desordenado e tm a capacidade de se espalhar para outras partes do corpo (as metstases).

    O cncer de clon e reto, como a maioria dos tipos de cncer, tm fatores de risco identificveis (para maiores informaes sobre fatores de risco para esse tipo de cncer leia o artigo "Deteco Precoce do Cncer Colo-retal" neste site) . Alguns desses fatores de risco so modificveis, ou seja, pode-se alterar a exposio que cada pessoa tem a esse determinado fator, diminuindo a sua chance de desenvolver esse tipo de cncer.

    H tambm os fatores de proteo. Ou seja, fatores que, se a pessoa est exposta, a sua chance de desenvolver este tipo de cncer diminui. Entre esses fatores de proteo tambm h os que se podem modificar, se expondo mais a eles.

    Os fatores de risco para cncer de clon e reto mais conhecidos e que podem ser modificados so:

    Dieta

    Pessoas que ingerem alimentos ricos em gordura animal (carne, manteiga, leite integral, queijos, natas, banha, creme de leite, lingia, salame, presunto, pele de frango, carne gorda), pobre em clcio e folatos, pobre em fibras vegetais e que consomem uma poro de bebida alcolica por dia ou mais, tm mais possibilidade de desenvolver esse tipo de cncer. Comer uma dieta rica em fibras (cinco ou mais pores de frutas, legumes ou verduras por dia, incluindo sucos naturais) e pobre em gorduras fator de proteo para o cncer de clon e reto.

    Estilo de vida

  • 25

    Pessoas sedentrias tm mais possibilidade de desenvolver esse tipo de cncer. Fazer exerccio aerbico regularmente e ter uma vida ativa do ponto de vista fsico diminui as chances da pessoa desenvolver esse tipo de cncer. Converse com o seu mdico qual o exerccio mais adequado para voc e com que freqncia.

    Fumo

    Fumar aumenta o risco em 2,5 vezes as chances de desenvolver esse tipo de cncer. Aps aproximadamente 10 anos de abstinncia ao fumo, a pessoa ex-fumante tem um risco semelhante de ter esse tipo de cncer ao de pessoas que nunca fumaram.

    Uso de anti-inflamatrios no esterides

    Alguns estudos demonstraram que pessoas que usam anti-inflamatrios comuns regularmente tm menos risco de desenvolver esse tipo de tumor. Corticides, que tambm tem efeito anti-inflamatrio, no tm essa mesma capacidade de diminuir o risco da pessoa de ter esse tipo de cncer.

    Converse com o seu mdico sobre as vantagens e desvantagens pessoais que voc teria de usar essas medicaes para diminuir o seu risco de desenvolver cncer de clon e reto.

    Plipos intestinais

    Fazer colonoscopias regularmente aps os 50 anos e remover plipos da mucosa intestinais ou leses suspeitas diminui as possibilidades de ter esse tipo de tumor, j que se sabe que muitos desses tumores se iniciam nessas leses.

    O seu mdico pode determinar a partir de que idade e com que freqncia voc deve fazer esse exame. Para maiores informaes sobre esse exame leia o artigo "Deteco Precoce do Cncer Colo-retal" nesse site.

    Alm disto, esses tumores podem ser diagnosticados precocemente de vrias formas.

    O exame oculto das fezes e os exames que vem o intestino por dentro, como a colonoscopia, a retosigmoidoscopia e o enema opaco so os exames mais freqentemente utilizados para se fazer um diagnstico precoce desse tumor.

    Quanto mais cedo o tumor diagnosticado maiores so as chances de que ele no volte (recidiva) ou que se espalhe (metstases). Perguntas que voc pode fazer ao seu mdico Jamais gostei de comer legumes e frutas. O que posso fazer para prevenir cncer de clon? Minha me morreu de cncer no intestino. O que posso fazer para no ter esse cncer tambm?

  • 26

    SNDROME DO INTESTINO IRRITVEL

    Sinnimos:

    Sndrome do clon irritvel, doena intestinal funcional

    O que ?

    um conjunto de manifestaes gastro-intestinais crnicas ou recorrentes no associadas a qualquer alterao bioqumica ou estrutural conhecida at hoje. O nmero de pessoas afetadas por essa sndrome alcana 10-20% da populao em pases europeus ou nos Estados Unidos. Entre os que procuram atendimento mdico, a maioria so mulheres, geralmente no final da adolescncia ou antes dos 30 anos.

    Como se desenvolve?

    A causa da Sndrome do Intestino Irritvel (SII) no bem conhecida e, portanto, no se sabe como, a partir de um certo momento, uma pessoa passa a apresentar os sintomas.

    Acredita-se que alteraes nos movimentos que propagam o alimento desde a boca at o nus (motilidade intestinal) e nos estmulos eltricos, responsveis por esse movimento intestinal, estejam envolvidos.

    J se observou, tambm, que indivduos com Sndrome do Intestino Irritvel, tm um limiar menor para dor proveniente da distenso intestinal, ou seja, menores volumes de gs ou fezes dentro do intestino so capazes de gerar uma sensao, interpretada pelos pacientes como dor, enquanto que indivduos sem a sndrome provavelmente no seriam perturbados por estmulos semelhantes.

    Alteraes psicolgicas como depresso e ansiedade so mais freqentes em pacientes com Sndrome do Intestino Irritvel que procuram atendimento mdico. possvel que essas pessoas percebam e reajam de maneira mais intensa a estmulos menores.

    O que se sente?

    Os principais sintomas so dor e distenso abdominal associados a um aumento da freqncia diria de evacuaes e amolecimento das fezes.

    Perodos sintomticos podem se alternar com perodos assintomticos de at vrios anos, mas que, por fim, tendem a recorrer.

    A dor geralmente do tipo clica, intermitente e mais localizada na poro inferior do abdmen. Costuma aliviar com a evacuao e piorar com estresse ou nas primeiras horas aps as refeies.

    As fezes, na maioria dos pacientes, so diarricas (amolecidas ou aquosas) podendo conter muco. Outros pacientes queixam-se de constipao (evacuam menos do que seu habitual ou menos de uma vez por semana).

    So, tambm, sintomas comuns em pacientes com Sndrome do Intestino Irritvel:

    distenso abdominal ou sensao de estofamento,

    alternncia entre perodos de diarria e constipao,

    flatulncia excessiva (gases),

    sensao de esvaziamento incompleto aps a evacuao.

    Como o mdico faz o diagnstico?

  • 27

    O diagnstico feito com base nos sintomas apresentados pelo paciente. Para que se possa firmar o diagnstico no deve haver alteraes ao exame clnico ou em exames laboratoriais.

    Geralmente, o mdico solicita exames gerais de sangue e de fezes capazes de detectar as parasitoses mais freqentes.

    Esses exames no tm a inteno de confirmar o diagnstico de Sndrome do Intestino Irritvel, e sim, de afastar outras causas de sintomas semelhantes, j que no h exame capaz de comprovar o diagnstico de SII.

    Em indivduos com incio dos sintomas aps os 40 anos e naqueles com histria familiar de cncer de clon, uma avaliao atravs de colonoscopia, ou, menos freqentemente, de Enema Baritado com Duplo Contraste, indicada para afastar essa possibilidade.

    A presena de febre, sangramento, anemia, perda de peso, sintomas durante a noite e diarria de grande volume e freqncia no so caractersticas da Sndrome do Intestino Irritvel e devem desencadear a investigao de outra causa.

    Como se trata?

    Inicialmente necessrio um esclarecimento do mdico para o paciente sobre sua doena.

    O conhecimento de que se trata de uma doena de evoluo benigna e que no acarreta ou progride para nenhuma outra circunstncia mais grave um passo muito importante, capaz de, por si s, tranqilizar e fazer com os sintomas sejam melhor tolerados.

    O fato de fatores psicolgicos poderem estar associados e mesmo desencadearem perodos mais sintomticos e de no serem encontradas alteraes capazes de explicar o quadro no devem fazer pensar que esses so imaginrios. Eles existem, porm sua causa e mecanismo ainda no podem ser explicados pelo conhecimento cientfico de hoje.

    Uma dieta rica em fibras costuma ser til em pacientes com queixa de constipao, e o melhor trnsito intestinal pode ajudar pacientes cuja queixa flatulncia excessiva.

    Certos alimentos so mal tolerados pelos pacientes com SII. A confeco de um dirio alimentar correlacionando sintomas com os alimentos ingeridos previamente pode ser capaz de detectar alimentos desencadeantes.

    Alguns vegetais como feijo, repolho, couve-flor, cebola crua, uva e ameixa so causadores de dor ou distenso em certos pacientes. Vinho, cerveja e alimentos ou bebidas com cafena (caf, ch, etc) tambm podem ser mal tolerados.

    A grande maioria dos pacientes melhora com a compreenso de sua doena e com alteraes alimentares. Casos em que algum sintoma especialmente incmodo, medicamentos sintomticos dirigidos diretamente para tratar a diarria, constipao ou dor abdominal podem ser usados.

    Em alguns casos, o uso de medicao antidepressiva benfico.

    Nenhuma medicao foi at hoje comprovada como eficaz no tratamento da Sndrome do Intestino Irritvel. Deve-se ter grande cautela ao usar medicamentos sobre os quais h muita propaganda, porm que no tenham sua real validade e, principalmente, segurana, bem estabelecidos.

    Como se previne?

    Como o conhecimento das causas e mecanismos da doena ainda so pouco conhecidos, no se sabem formas de preveno.

    A busca de atendimento mdico para esclarecimento do quadro e manejo de sintomas especficos, evita que a doena cause maiores conseqncias na vida dos pacientes.

    A Sndrome do Intestino Irritvel deve ser lembrada como uma doena:

    crnica e recorrente,

  • 28

    sem preveno ou tratamento especfico,

    com caractersticas altamente benignas,

    sem risco aumentado de evoluir para qualquer doena mais grave, e que, geralmente, permite que seus portadores mantenham inalteradas sua qualidade de vida e produtividade.

    Perguntas que voc pode fazer ao seu mdico Isso que eu tenho uma doena? Como os exames no mostram alteraes se eu tenho dor? Esse problema tem cura? Existe tratamento? Tenho de usar os remdios sempre ou apenas quando sentir alguma coisa de errado? Minha situao psicolgica tem relao com os meus sintomas?

    PLIPOS DO INTESTINO GROSSO

    O que ?

    Plipo um crescimento anormal que surge na mucosa (camada de revestimento interno de alguns rgos do corpo humano) do intestino grosso (clon e reto).

    Essa formao pode ter o aspecto de uma bola fixada na mucosa intestinal ou ligada a esta por um pedculo; no primeiro caso chamada de plipo sssil (sem p) e, no segundo, de plipo pediculado.

    Como se desenvolve?

  • 29

    O plipo pode surgir em qualquer idade (da criana ao adulto), assim como pode existir sem apresentar qualquer sintoma por muito tempo. A eliminao de sangue pelo nus, pode ser um sinal indicativo da existncia de plipo intestinal.

    Quando o plipo tem um pedculo mais ou menos longo, e se encontra implantado em alguma das pores finais do intestino (por exemplo o reto), ele pode ser exteriorizado durante o esforo de evacuao e ser detectado pelo paciente. Neste caso o diagnstico de plipo fica facilitado.

    Como se faz o diagnstico?

    A presena de sangue nas fezes ou no vaso sanitrio, aps a evacuao, pode levar a uma hiptese inicial da existncia de plipo na luz intestinal (espao por onde circulam as fezes).

    O exame com endoscopia o meio mais exato para obter o diagnstico diferencial de plipo ou de outra patologia causadora do sangramento. Esta endoscopia, chamada colonoscopia, alm de fazer o diagnstico pode igualmente realizar o tratamento, pois a maioria dos plipos pode ser retirada durante o exame.

    O plipo simplesmente a forma macroscpica; a experincia do endoscopista e o exame laboratorial que indicaro a natureza do mesmo, se benigna ou maligna. Portanto, todo o plipo retirado dever ser enviado ao laboratrio para exame microscpico.

    Como se trata?

    O exame endoscpico pode constatar a existncia de um ou mais plipos, ssseis ou pediculados, com diversos tamanhos. A retirada pode se constituir na cura total, se o plipo benigno ou maligno sem metstase, ou como um meio diagnstico para outras leses do intestino.

    Na criana, com mais frequncia, a existncia de plipo no intestino, dependendo do tamanho e de sua localizao, pode provocar uma obstruo intestinal (invaginao intestinal), que determina a necessidade de cirurgia de urgncia para a retirada do plipo e o tratamento da obstruo.

    Uma grande quantidade de plipos pode indicar que o paciente portador de uma polipose familiar ou de uma polipose mltipla. Este paciente deve ser submetido a cirurgia para retirada do intestino grosso, o que no o impedir de viver em condies satisfatrias. Todos os seus familiares consangneos devero ser investigados com exames endoscpicos (colonoscopia) para o diagnstico da doena. Perguntas que voc pode fazer ao seu mdico O que causa plipos no intestino? Este um problema hereditrio? Isso pode causar cncer? maligno? Tem cura? Como fazer o diagnstico? necessrio a colonoscopia? Sangramento indcio de plipo? Estes plipos podem voltar aps a cirurgia?

    Doena de Crohn e Retocolite Ulcerativa Inespecfica

    QUAL A DIFERENA ENTRE COLITE ULCERATIVA E DOENA DE CROHN?

    Doena de Crohn e colite ulcerativa so dois tipos de doenas inflamatrias do intestino

  • 30

    Na colite ulcerativa acontece um processo inflamatrio envolvendo a mucosa (camada mais superficial) do intestino grosso , geralmente difusa , comprometendo grandes segmentos ou apenas o reto (poro terminal do intestino grosso).

    Na doena de Crohn o segmento comprometido pequeno e envolve todas as camadas da parede intestinal.

    Outra diferena que a doena de Crohn pode acometer qualquer segmento do aparelho digestivo , desde a boca at o nus e a colite ulcerativa , apenas o colon (intestino grosso).

    Na imagem acima observa-se em (1): aumento dos linfonodos (ngua); (2): estreitamento da luz do intestino (estenose); (3) leses aftides (aftas)

  • 31

    QUAL A DIFERENA ENTRE A DOENA INFLAMATRIA INESPECFICA E A SNDROME DO COLON IRRITVEL ( COLON ESPSTICO) ?

    A doena inflamatria pode levar ao sangramento intestinal , febre, alterao no exame de sangue com aumento dos leuccitos , diarria e clicas . As alteraes causadas pelo processo inflamatrio podem ser visualizados atravs de exames radiolgicos ou endoscopia ( colonoscopia ). Sndrome do clon irritvel um conjunto de sintomas resultantes do espasmo (contrao) ou funcionamento anormal da motilidade do intestino. O sndrome do clon irritvel caracterizado pela presena de clicas , diarria e/ou obstipao , mas nunca febre , sangramento ou alteraes no exame de sangue. Exames radiolgicos ou colonoscopia se mostram dentro da normalidade.

    QUAL A CAUSA DA DOENA INFLAMATRIA INTESTINAL?

    No existe uma nica explicao para o aparecimento. Existem vrias teorias tentando explicar a doena. A mais aceita atualmente de que um provvel processo viral , bacteriano ou alrgico, inicialmente acomete o intestino levando a um processo inflamatrio. Este processo em combinao com uma predisposio gentica levaria ao desenvolvimento de anti-corpos que iriam contra o prprio intestino , cronicamente tentando destru-lo. Aproximadamente 10 % das pessoas com doena inflamatria intestinal tem parentes prximos com a mesma doena.

    O ESTRESS TEM ALGUMA IMPLICAO COM A DOENA INFLAMATRIA INTESTINAL?

    Estress emocional devido a problemas familiares, no trabalho ou sociais, podem Ter como resultante uma piora do quadro do sndrome do colon irritvel, porm h poucas evidncias de que o estress uma causa imperativa na doena inflamatria inespecfica do intestino.

    COMO FEITO O DIAGNSTICO DA DOENA INFLAMATRIO INTESTINAL?

    Exame do intestino grosso atravs da colonoscopia (endoscopia do intestino) . Atravs deste exame consegue-se avaliar a extenso e o grau de acometimento tanto da doena de Crohn como da retocolite ulcerativa inespecfica. O exame requer um preparo especial com vrios laxativos para que o intestino fique totalmente limpo permitindo um exame minuncioso da mucosa (pele que reveste o intestino). No momento do exame realizada uma sedao com medicao especial para que voc adormea e no sinta nada durante o exame.

  • 32

    A fotografia ao acima foi tirada durante uma exame endoscpico quandol foi diagnosticado retocolite ulcerativa inespecfica.

    Um tubo flexvel introduzido atravs do reto at a poro inicial do intestino grosso. Geralmente so realizadas bipsias para determinar o estgio ou o tipo da doena . Fotografias tambm so tiradas durante o exame para documentao e comparao com exames futuros ou anteriores.

    No caso da doena de Crohn em que h acometimento do intestino delgado , exames de RX so necessrios. Nestes exames , o paciente ingere um lquido espesso , esbranquiado , lembrando giz em sua colorao que radiopaco (aparece no RX). Aps ingerido o lquido so feitas inmeras chapas para acompanhar o lquido at a sua chegada no intestino grosso.

    QUAIS SO AS COMPLICAES DA DOENA INFLAMATRIA INTESTINAL ?

    A colite ulcerativa pode cursar com sangramento crnico, diarria e anemia. A doena de Crohn algumas vezes pode resultar em um estreitamento progressivo do intestino delgado levando a um aumento da dor tipo clica e ainda formao de abcessos intra-abdominais. Doena de Crohn geralmente evolui com diarria crnica, febre e sangramento.

    QUAL O TRATAMENTO PARA DOENA INFLAMATRIA INTESTINAL?

  • 33

    Existem vrias medicaes atualmente disponveis no mercado. Geralmente o tratamento demorado e requer mudar vrias vezes a medicao ou a sua dosagem at que o paciente melhore. As vias e formas de apresentao das medicaes variam muito. No existe cura para doena inflamatria intestinal a doena apresenta perodos de acalmia ( aparente cura) . Estes perodos no so possveis de se determinar podendo ser de dias, meses ou anos e dependem de cada indivduo.

    IMPORTANTE A DIETA EM PACIENTES COM D.INFLAMATRIA INTESTINAL?

    Basicamente os pacientes devem se manter bem nutridos. Se voc est respondendo bem as medicaes , pode se alimentar normalmente sem restries. Aos pacientes que tem diarria aps as refeies, recomenda-se diminuir a quantidade de fibras. Se voc sensvel ao leite ( intolerncia a lactose) , recomenda-se evitar o leite e seus derivados.

    QUAIS OS RESULTADOS ESPERADOS DO TRATAMENTO?

    Tratamento precoce e com a medicao correta geralmente levam a uma melhora importante aliviando os sintomas . A maioria dos pacientes portadores de doena inflamatria intestinal so produtivos e tm uma vida normal. Uma pequena porcentagem de pacientes com colite ulcerativa e uma porcentagem maior de pacientes com D. de Crohn eventualmente vo precisar de uma cirurgia.

    QUAIS AS OPES CIRRGICAS PARA DOENA INFLAMATRIA INTESTINAL?

    Na doena de Crohn a cirurgia se restringe a resolver a complicao. No caso de estreitamentos ,so ressecados segmentos pequenos dos intestino; no caso de abcessos estes so drenados . A doena tende a retornar e necessitar de nova cirurgia, eventualmente.

    Na colite ulcerativa a cirurgia j mais agressiva havendo a necessidade da resseco de todo o intestino grosso. No passado o paciente necessitava viver com uma bolsa de ileostomia ( a poro terminal do intestino delgado colocado na pele e as evacuaes se fazem em bolsas de plstico) . Atualmente , na maioria dos casos possvel realizar uma cirurgia em que se faz a custura do intestino delgado com o nus.

    Fonte: www.drashirleydecampos.com.br

    Diverticulose e Diverticulite

    Introduo A diverticulose se desenvolve em reas de fraqueza da parede do intestino grosso (clon), tipicamente na parte chamada de clon sigmide (no lado esquerdo do abdome). Resultado da presso anormal no clon, bolsas pequenas, semelhantes a bales, chamadas divertculos, podem herniar (sair para a parte mais externa da parede) pelas reas mais fracas. A maioria das pessoas no tem nenhum sintoma, mas se um divertculo sangra ou infectado, sero necessrios cuidados mdicos hospitalares. A cirurgia pode ser recomendada em circunstncias especficas.

  • 34

    Diverticulose

    Pequenas bolsas na superfcie do clon em pontos de fraqueza da parede por onde a camada mais interna projeta-se para fora. Do lado direito, observe a imagem do intestino em corte, com o divertculo salientando-se no detalhe esquerda, a imagem radiolgica da diverticulose.

    A diverticulose mais comum em pessoas idosas. Calcula-se, por exemplo, que a metade das pessoas nas idades de 60 a 80 anos tm diverticulose, mas s uma pessoa em 10 a desenvolve antes dos 40 anos de idade. igualmente comum nas mulheres e nos homens. Aproximadamente 10 a 25 por cento das pessoas com esta condio desenvolvem diverticulite. Isto acontece quando os divertculos tornam-se inflamados ou infetados. A doena caracterizada por dor constante, normalmente no abdmen inferior, e freqentemente associada febre e outros sintomas. A diverticulite pode levar a complicaes srias como abscesso (coleo de pus), perfurao, obstruo intestinal por aderncias, ou fstula que uma comunicao anormal entre dois rgos (como um tnel). Uma complicao rara, mas ameaadora vida, chamada peritonite pode acontecer quando o divertculo se rompe, espalhando a infeco (pus) na cavidade abdominal.

    Quadro Clnico A maioria das pessoas que tm diverticulose no tem nenhum sintoma, enquanto outros tm clicas moderadas, constipao intestinal ou distenso do abdome. A diverticulite tem sintomas muito mais severos, incluindo os seguintes, mas particularmente os dois primeiros:

    Dor abdominal importante

    Sensibilidade presso no abdmen inferior

    Febre

    Nuseas

    Vmitos

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    Calafrios

    Tremores

    Mudanas no hbito intestinal (constipao ou diarria)

    Hemorragia retal.

    Diagnstico Os sintomas da doena diverticular podem imitar outras doenas, incluindo a sndrome do clon irritvel, lceras ppticas (do estmago e do duodeno), apendicites agudas, doena de Crohn, infeco urinria, pedras nos rins, enterocolites (diarrias), ou tumores do ovrio ou do clon. O mdico ir perguntar sobre sua histria clnica, hbitos intestinais e sua dieta. Far um exame fsico, inclusive um exame retal para ver a sensibilidade, obstruo ou a presena de sangue. Ele ir examinar seu abdmen para testar a sensibilidade local. Se a inflamao estiver esparramando, o desconforto permanecer at mesmo depois que o mdico parar de examinar. A dor mais aguda, ao caminhar, sugere que o abscesso do divertculo possa ter rompido.

    O cirurgio pode solicitar exames adicionais, incluindo exames de sangue, para ver se h infeco, um exame de fezes para pesquisa de sangue, uma Radiografia (com contraste), uma Tomografia Computadorizada (TC) ou um Ultra-som para procurar uma diverticulite ou um abscesso dentro do clon; porm, se j existe peritonite, a indicao de cirurgia absoluta.

    Preveno Pessoas que tm grandes quantidades de fibra na dieta so menos provveis de desenvolver a doena diverticular. Recomenda-se 20 a 35 gramas de fibra ao dia, preferivelmente atravs de frutas, legumes e cereais. Seu mdico tambm pode recomendar o farelo de trigo no processado ou um produto base de fibra. importante aumentar o consumo de fibras gradualmente e beber mais gua para aumentar o bolo fecal e com isso reduzir a presso dentro do intestino. A atividade fsica tambm pode diminuir o risco de diverticulose. Muitos mdicos recomendam que as pessoas com diverticulose evitem comer nozes, pipoca e comidas que contenham sementes. No foi provado que esta restrio previna a diverticulite, mas muitos mdicos acreditam nessa associao.

    Tratamento O nico tratamento para a diverticulose moderada aumentar as fibras na dieta. A fibra no ir curar a diverticulose existente, mas pode impedir que outros divertculos venham a se formar. Para a diverticulite, sero prescritos antibiticos, e o mdico pode recomendar uma dieta lquida e repouso na cama para ajudar o intestino (clon) a se recuperar. Uma crise aguda com dor forte ou infeco pode requerer uma internao hospitalar de forma que os antibiticos possam ser dados pela veia. Se a febre persistir, o mdico pode suspeitar de um abscesso que ocorre quando um divertculo se perfura. Um abscesso uma coleo de pus. O cirurgio ir ento determinar o prximo passo: drenagem ou cirurgia. A escolha depende da extenso do problema e da sade global do paciente. Drenagem significa retirar o pus para limpar o abdome. A cirurgia de emergncia ser necessria para tratar a peritonite, a complicao potencial mais sria da diverticulite. A peritonite requer tratamento cirrgico e tambm antibiticos intravenosos (pela veia). At 35 por cento dos pacientes com peritonite no resistem.

  • 36

    A cirurgia tambm pode ser requerida durante a internao no hospital para tratar um episdio particularmente severo de diverticulite ou suas complicaes. Estas incluem hemorragia contnua, perfurao de um abscesso, a comunicao de dois rgos por uma fstula, ou a obstruo do clon causada por aderncias (cicatrizao por episdios repetidos de diverticulite). O procedimento mais comum, conhecido como resseco do clon (colectomia), envolve a remoo da parte do clon que contm os divertculos e a reconexo das extremidades. Quando executada em situao de emergncia, a resseco do clon feita num processo em dois tempos (duas fases) por causa da presena das fezes e o risco potencial de infeco. Na primeira fase, a seco do clon retirada, mas por causa de infeco, no seguro unir as extremidades. Ao invs disso, o cirurgio cria um buraco temporrio, ou estoma, na parede do abdome e conecta o clon a ela, um procedimento chamado colostomia. Uma bolsa presa parede do abdome para servir de depsito das fezes. Mais tarde, num segundo tempo (em geral de 2 a 3 meses aps a operao) realizada a reconexo das extremidades do clon e assim a colostomia fechada. s vezes, se a situao no for de emergncia, a cirurgia pode ser feita de uma s vez (sendo precedida da limpeza do intestino). Depois do tratamento com sucesso da diverticulite, o mdico recomendar regularmente uma dieta com alto teor de fibras e pode solicitar uma colonoscopia de controle, um exame para ver a parte interna do clon, numa data posterior. A cirurgia normalmente no recomendada depois de um nico ataque sem complicaes. Porm, recomendada freqentemente depois de um segundo episdio. Episdios repetidos de diverticulite podem conduzir a cicatrizes internas (aderncias) e estreitamentos do clon que tambm podem requerer uma remoo cirrgica de um pedao do clon.

    Qual mdico procurar? Procure o pronto socorro para avaliao de um cirurgio geral se a dor em um local do abdome persiste por mais de algumas horas sem responder aos analgsicos, especialmente se ela piorar ou for acompanhada de febre.

    Prognstico Os sintomas podem diminuir dentro de alguns dias depois de iniciado o tratamento, podem persistir, ou at mesmo piorar no caso de doena severa ou complicaes. Os divertculos no desaparecem a menos que um segmento do intestino grosso seja retirado por cirurgia. A diverticulose uma condio que dura a vida toda, mas pode ser controlada, principalmente com ajustes na dieta. Com o tratamento adequado e a adoo de uma dieta rica em fibras, o prognstico para pessoas com diverticulose e diverticulite sem complicaes excelente. A maioria das pessoas com diverticulose nunca tm sintomas. Daquelas que so hospitalizadas por diverticulite, a melhora acontece dentro de dois a quatro dias depois que o tratamento comea. At 85 por cento dos pacientes se recuperam com repouso na cama, dieta lquida e antibiticos, e s vezes no chegam a ter um segundo episdio de diverticulite. O prognstico varia se as complicaes se desenvolverem e forem particularmente srias, no caso de peritonite. Se a resseco do clon executada, aproximadamente 90 por cento dos pacientes no tero retorno dos sintomas depois da cirurgia.

    __________________________________

    MEGACOLON CONGNITO ( DOENA DE HIRSHIPRUNG )

  • 37

    Ocorre devido a ausncia de clulas ganglionares intramurais do trato digestivo distal. Em cerca de 70% dos casos a zona aganglinica compreende o reto e o sigmoide, mas podem haver formas curtas afetando s o reto, como tambm comprometer todo o colon. A falta de cels. nervosas nessa rea, leva a uma disfuno na qual no existe movimentos peristlticos, ocorrendo portanto um processo obstrutivo. O clon proximal a zona aganglinica torna-se dilatado e hipertrofiado (megacolon).

    A forma mais comum de apresentao na criana acima de 01 ano de idade, com histria de constipao intestinal progressiva desde o nascimento, deficit ponderal, retardo do desenvolvimento e crescimento, alm de distenso abdominal. No RN comum apresentar-se como obstruo intestinal baixa, por vezes associado com rolha meconial e algumas vezes abrir um quadro agudo, grave, associado a enterocolite necrosante ou apendicite neonatal.

    O tratamento cirrgico, inicialmente faz-se uma colostomia proximal a zona de transio e posteriormente, em torno de 01 ano de idade, realiza-se a resseco do segmento aganglinico com abaixamento do colon normal. Em crianas maiores, por vezes, necessrio a colostomia por alguns meses, como forma de preservar-se o mximo possvel de segmento colnico normal.

    ESTENOSE HIPERTRFICA DO PILORO

    Trata-se de uma hipertrofia progressiva da musculatura pilrica, levando a uma obstruo da luz do piloro. Ocorre em 1/1000 RN, sendo mais frequente em meninos, primognitos. Os sintomas manifestam-se geralmente na segunda semana de vida, com vmitos ps alimentares claros, que vo se acentuando em volume e nmero, tornando-se em jato com aspecto de "leite talhado". H uma desnutrio e desidratao progressiva. Em alguns casos observa-se uma onda peristltica, vindo da esquerda para a direita, de cima para baixo, como se fosse uma tumorao correndo no abdome. A palpao da oliva pilrica hipertrofiada,

  • 38

    sela o diagnstico na maioria das vezes, mas havendo dvida a ultrassonografia hoje um grande recurso tcnico para se chegar a esse diagnstico.

    O tratamento cirrgico e consiste em se realizar uma mini laparotomia para abordagem do piloro, com piloromiotomia.A foto acima ilustra o momento em que o cirurgio aborda o piloro. O tempo de internao gira em torno de dois a trs dias.

    TIPOS DE BOLSAS COLETORAS

    Existem vrios tipos e modelos de bolsas coletoras que foram criados para melhor atender as diferentes necessidades e

    dimenses dos estomas.

    Nesse trabalho sero apresentadas as bolsas coletoras mais usadas, em especial as distribudas pelo iro.

    No Brasil as marcas mais conhecidas so a Hollister, Coloplast, Convatec e Shelter. Algumas dessas Empresas expem seus

    produtos na Internet e oferecem atendimento gratuito ao pblico, via e-mail ou telefone.

    OBSERVAES:

    1) - As fotos apresentadas a seguir foram tiradas de produtos das marcas citadas e esto sendo usadas nessa apresentao como

    meras ilustraes. Essas imagens no expressam as preferncias do autor desse site.

    2) - A prescrio de bolsas coletoras para ostomizados deve ser efetuada por profissionais envolvidos no assunto, em especial os

    Estomaterapeutas.

    3) - Para facilitar o entendimento desse assunto adotaremos uma linguagem simples e de domnio pblico.

  • 39

    1 - Bolsas coletoras INTESTINAIS e URINRIAS.

    Elas podem ser basicamente de dois tipos, considerando-se a sua finalidade:

    - as que coletam fezes so chamadas INTESTINAIS e;

    - as que coletam urina so chamadas URINRIAS.

    Fig.1 - Intestinal

    Na foto da Fig.1 observa-se uma bolsa coletora de fezes, ou seja, uma bolsa do tipo INTESTINAL. Note-se que ela , tambm,

    drenvel e o seu fechamento, para que no haja sada dos dejetos, feito com um "clamp".

    A imagem ao lado mostra um "clamp", "clip", "pina" ou "fecho" usado para o fechamento das bolsas coletoras intestinais,

    drenveis. Vamos adotar nesse trabalho o termo "clamp".

  • 40

    Fig.2 - Urinria

    Na Fig.2 observa-se uma bolsa coletora de urina, ou seja, uma bolsa do tipo URINRIA (que armazena urina).

    Note-se que ela do tipo drenvel e tem um "dreno" prprio que lhe caracterstico, uma "torneirinha".

    2 - Bolsas coletoras DRENVEIS e NO DRENVEIS.

    Considerando-se a sua forma de descartar os dejetos fecais as bolsas coletoras podem ser:

    - DRENVEIS e;

    - NO DRENVEIS.

    As bolsas drenveis se apresentam com uma abertura na extremidade inferior por onde so esvaziadas, periodicamente, e

    costumam ter maior durabilidade. Uma de suas vantagens que reduzem as leses na pele do abdmen. Para os ostomizados,

    quanto menor o nmero de trocas de suas bolsas coletoras, menor sero os danos a sua pele. Os constantes descolamentos das

    barreiras podem contribuir para o aparecimento de leses na regio em torno do estoma.

    Fig.3 - Drenvel

    Na foto da Fig.3 temos uma bolsa coletora de fezes, do tipo INTESTINAL e DRENVEL. Note-se, que a bolsa da foto fechada

    com uma paleta prpria, diferentemente da bolsa apresentada na Fig.1.

  • 41

    Isso no impede de recortarmos as orelhas onde so fixadas essa paleta para o uso do "clamp".

    As bolsas no drenveis so fechadas, isto , a extremidade inferior no se abre e elas no podem ser esvaziadas. Elas devem ser

    trocadas quando estiverem com um 1/3 de sua capacidade preenchida ou quando for necessrio.

    Fig.4 - No drenvel

    A imagem da Fig.4 mostra uma bolsa coletora INTESTINAL e NO DRENVEL, por conta disso, sempre que cheia (1/3 do seu

    contedo) deve ser descartada. A bolsa ao lado apresenta um filtro para retirada dos gases.

    3 - Bolsas coletoras de UMA PEA e de DUAS PEAS.

    Considerando-se o conjunto as bolsas coletoras podem ser:

    - de UMA PEA quando a placa e a bolsa coletora esto dispostas em uma s pea e;

    - de DUAS PEAS quando a placa e a bolsa coletora esto dispostas em peas separadas.

    As placas, tambm, so conhecidas por "barreiras protetoras de pele", "flanges", "bases", etc.

    As bolsas de uma pea so as mais utilizadas e costumam ter um preo mais acessvel do que as de duas peas. Por essa razo

    so as mais distribudas pelo SUS, no Brasil. Elas duram em mdia, em condies normais, cerca de 3 dias.

  • 42

    Fig.5 - Uma pea

    O conjunto da Fig.5 uma bolsa coletora de UMA PEA porque rene em uma s pea a placa e a bolsa. Note-se que ela do

    tipo INTESTINAL, DRENVEL e de UMA PEA.

    As bolsas de duas peas ou equipamento de 2 peas para ostomia, tm coletor plstico em separado que se encaixa na placa

    colada no abdmen. Geralmente, esses modelos so mais caros e duram um pouco mais do que os demais.

    Essa disposio facilita as lavagens internas da bolsa, que podem ser feitas com ela fora do corpo. Alm disso, esse tipo de bolsa

    fornece uma proteo adicional para os estomas, porque os conserva dentro do estojo que se cria com a juno da placa e a

    bolsa.

    Fig.6 - Duas peas

    A imagem da Fig.6 mostra uma bolsa coletora de DUAS PEAS. A placa est colocada do lado esquerdo e a bolsa do lado direito

    da imagem. Veja que ambas as peas tem encaixes prprios, sendo o da placa do tipo "macho" e o da bolsa do tipo "fmea".

    Fig.7 - Duas peas

  • 43

    Na Fig.7 mostrado um outro tipo de bolsa coletora, entre muitos, de DUAS PEAS. Nesse caso, o destaque fica por conta da

    diferena do encaixe que no se faz por presso da bolsa sobre a placa, como mostrado a seguir no item 3.2.

    3.1 - Os TIPOS DAS PLACAS para as bolsas coletoras de DUAS PEAS.

    Considerando-