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Relatório Final Projeto de Extensão: Processos Argumentativos no Contexto das Questões Sociocientíficas no Ambiente Escolar Introdução Inicialmente, o planejamento do projeto visava à construção de um trabalho juntamente com professores da escola para atuação em sala de aula com novas propostas de abordagem para o ensino. Foram estudados referenciais sobre a importância do exercício da argumentação no ensino de ciências e o papel da linguagem para a construção de significados para a Alfabetização Científica (AC). Em tais pesquisas, destacavam-se a interação entre aluno e professor e a interação entre os próprios alunos, e como a intenção das falas e perguntas do professor direcionam tal processo para a aproximação do raciocínio científico para a tomada de decisão sobre um tema, considerando as teorias envolvidas e as evidências presentes, sendo que o discurso dos alunos, sobre tais circunstâncias que possibilitam a construção de argumentos, conduz a aprendizagem. Nos estudos, percebe-se que a entrada com as Questões Sociocientíficas (QSC) pode permitir esse ensino, a partir da investigação sobre temas na ciência que possuem relações com a sociedade e o ambiente e exigem o raciocínio ético e moral por envolverem situações de risco e posicionamento político e crítico. Para essa primeira abordagem na escola, foi estudada uma sequência didática de cunho sociocientífico com o tema “nanotecnologia”, para ser trabalhada no segundo semestre de 2015 com alunos da Escola Estadual de Urubupungá, na cidade de Ilha Solteira, e a proposta deste projeto foi apresentada para a coordenação da instituição. Apesar da possibilidade de efetivação da proposta na escola, por ter sido bem vista por professores e coordenação, as dificuldades e demandas que já eram conhecidas e esperadas contrariaram as perspectivas para trabalhar com esse projeto naquele semestre. A escola passou por alterações em cargos de gestão, e as exigências que cobriram professores e coordenadores para os últimos meses dificultou outras propostas, externas, como a deste projeto. Dessa forma, não foi possível efetivar a sequência didática sobre o tema nanotecnologia dentro de sala de aula naquele ano. Assim, a continuidade do projeto se deu com estruturação da sequência didática já estudada e a construção de outras duas propostas de sequências didáticas, dentro dos pressupostos teóricos sobre argumentação e questões sociocientíficas, para que

o tema “nanotecnologia”, para ser trabalhada no segundo … · 2016. 4. 8. · o tema “nanotecnologia”, para ser trabalhada no segundo semestre de 2015 com alunos da Escola

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Relatório Final – Projeto de Extensão: Processos Argumentativos no Contexto das

Questões Sociocientíficas no Ambiente Escolar

Introdução

Inicialmente, o planejamento do projeto visava à construção de um trabalho

juntamente com professores da escola para atuação em sala de aula com novas

propostas de abordagem para o ensino. Foram estudados referenciais sobre a

importância do exercício da argumentação no ensino de ciências e o papel da linguagem

para a construção de significados para a Alfabetização Científica (AC).

Em tais pesquisas, destacavam-se a interação entre aluno e professor e a

interação entre os próprios alunos, e como a intenção das falas e perguntas do professor

direcionam tal processo para a aproximação do raciocínio científico para a tomada de

decisão sobre um tema, considerando as teorias envolvidas e as evidências presentes,

sendo que o discurso dos alunos, sobre tais circunstâncias que possibilitam a construção

de argumentos, conduz a aprendizagem.

Nos estudos, percebe-se que a entrada com as Questões Sociocientíficas (QSC)

pode permitir esse ensino, a partir da investigação sobre temas na ciência que possuem

relações com a sociedade e o ambiente e exigem o raciocínio ético e moral por

envolverem situações de risco e posicionamento político e crítico. Para essa primeira

abordagem na escola, foi estudada uma sequência didática de cunho sociocientífico com

o tema “nanotecnologia”, para ser trabalhada no segundo semestre de 2015 com alunos

da Escola Estadual de Urubupungá, na cidade de Ilha Solteira, e a proposta deste projeto

foi apresentada para a coordenação da instituição.

Apesar da possibilidade de efetivação da proposta na escola, por ter sido bem

vista por professores e coordenação, as dificuldades e demandas que já eram conhecidas

e esperadas contrariaram as perspectivas para trabalhar com esse projeto naquele

semestre. A escola passou por alterações em cargos de gestão, e as exigências que

cobriram professores e coordenadores para os últimos meses dificultou outras propostas,

externas, como a deste projeto. Dessa forma, não foi possível efetivar a sequência

didática sobre o tema nanotecnologia dentro de sala de aula naquele ano.

Assim, a continuidade do projeto se deu com estruturação da sequência didática

já estudada e a construção de outras duas propostas de sequências didáticas, dentro dos

pressupostos teóricos sobre argumentação e questões sociocientíficas, para que

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posteriormente em outras condições numa nova situação possam ser efetivadas e

trabalhadas na escola. Portanto, além da temática sobre “nanotecnologia”, os outros

temas elencados e estruturados foram: um sobre “fones de ouvido” e outro sobre “filtro

solar”.

Na sequência, serão apresentados os planos de ensino de cada um dos três temas,

expondo os conteúdos disciplinares que serão tratados, as ideias e problemáticas

envolvidas em cada situação e os procedimentos metodológicos que previamente

constituirão cada sequência didática. De forma geral, os objetivos elaborados para tais

propostas são: desenvolver competências e habilidades comunicativas em situações

intersubjetivas, com argumentação e posicionamento crítico diante de um tema em

discussão; construir conhecimentos conceituais ligados à natureza da ciência e os

conteúdos científicos sistematizados; compreender processos de formação de opinião e

decisões de acordo com informações científicas; reconhecer problemas éticos e valores

morais que envolvem uma temática controversa; sistematizar e articular definições

científicas e matemáticas para compreensão e solução de problemas; interpretar e

avaliar implicações da ciência e da tecnologia em contextos sociais e ambientais;

identificar e relacionar interesses políticos e econômicos que envolvem uma temática

controversa; desenvolver a autonomia e responsabilidade pela aprendizagem e atuação

na sociedade.

Caso vinculado com as disciplinas escolares, a avaliação é feita observando: a

participação e do desempenho nas discussões e produções, o interesse e atitudes durante

o processo; a apropriação dos conteúdos para construção de argumentos; a atribuição de

significados e sentido no trabalho; e a responsabilidade e contribuição nas relações

discursivas intersubjetivas e coletivas (em acordo com os objetivos). Por isso é

necessário um trabalho coeso e coerente do professor em oportunizar e incentivar a

participação e contribuição de todos os sujeitos envolvidos, de toda a sala.

A sequência das aulas ou mesmo os modos de se trabalhar não são fixos e

estáticos, são passíveis de alteração conforme o andamento do trabalho, conforme o

próprio professor vê necessidades de alteração, para melhorar a forma de abordagem,

para delimitar ou estender alguns temas, aperfeiçoando a partir da experiência em sala.

O ambiente da sala, os próprios alunos, e a escola em si, podem oferecer desafios ou

permitir novas metodologias e oportunidades. E o trabalho conjunto com os professores

também pode contribuir para efetivar um trabalho de qualidade e produtivo.

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Primeiro Tema: “Nanotecnologia”

Esse tema versa sobre o desenvolvimento desta área da ciência e a utilização

deste conhecimento na produção e inovação tecnológica, tratando da manipulação da

matéria em escala nanométrica, ou seja, 10-9

m. Os diversos produtos da ciência e da

tecnologia amplamente utilizados na sociedade são resultado de pesquisas e

desenvolvimento tecnológico com a transformação de matéria-prima, substâncias

encontradas na natureza ou sintetizadas pelo homem, que passam pelos mais variados

processos para se tornarem o produto final a ser produzido em larga escala e

comercializado.

Porém, apesar de todo conhecimento científico já consolidado, a partir do

surgimento desta nova forma de controlar a matéria surgiu uma infinidade de

possibilidades, com novidades tanto para o próprio conhecimento científico como,

principalmente, para a tecnologia. A possibilidade de se trabalhar com as nanopartículas

abriu caminhos para o desenvolvimento de novos métodos, processos e produtos até

então desconhecidos, materiais com propriedades inovadoras que permitiram um avanço

grande na ciência e na indústria.

No início, a nanotecnologia, seus resultados e suas promessas, foram

amplamente divulgados pelos meios de comunicação, e fortemente estimulados pela

economia, pelas empresas de desenvolvimento tecnológico dos mais variados setores,

pois a aplicação deste novo conhecimento permitiu avanços em muitas áreas: eletrônica,

computação, energia, agronegócio, engenharia, medicina, cosmética; para citar algumas.

Ao passo que muitos produtos no mercado já se utilizavam desta nova

tecnologia, das nanopartículas e suas propriedades, as dúvidas quanto a esta utilização e

mesmo quanto ao seu descarte, começaram a aparecer. Exatamente por ser uma nova

área de investigação, não são conhecidas todas as propriedades destes novos materiais, e

as pesquisas e ideias que começaram a ser divulgadas não foram tão animadoras.

Desencadeou-se uma série de controvérsias, principalmente quanto ao mau uso, a falta

de controle, o descarte e os possíveis danos ao homem e ao meio ambiente pela

contaminação por estas partículas. A própria legislação também é um caso destacado,

uma vez que não abrange a utilização de processos e produtos nanotecnológicos que,

por conseguinte, se disseminaram sem a cautela necessária com respeito ao controle e

conhecimento dos riscos que poderiam ocasionar.

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Uma vez que o debate sobre esse assunto é de grande importância, considera-se

como um potencial tema motivador para o discurso e argumentação em sala. A

sequência foi estruturada relevando os aspectos citados anteriormente, trazendo textos e

vídeos de divulgação que trazem as diversas perspectivas relacionadas ao assunto.

A sequência didática é constituída de quatro aulas com duração de duas a três

horas cada, e poderá ser realizada com alunos do terceiro ano do ensino médio. Nas

aulas serão realizadas leituras de textos e vídeos para expor aos alunos, valorizando os

espaços de discussão a respeito do entendimento que tiveram sobre os textos e vídeos,

as opiniões e questionamentos. Serão utilizados o quadro negro e o aparelho multimídia

para expor os vídeos.

Os conteúdos disciplinares envolvidos na temática, especificamente, estão

relacionados em sua maior parte à Física, Química e Biologia, com os temas: física

moderna e contemporânea (átomos, moléculas e escalas), ligações químicas,

propriedades da matéria, reações (interações) com moléculas orgânicas. Na sequência,

serão abordados as metodologias e procedimentos previamente construídos para cada

aula.

Na primeira aula, pretende-se uma discussão de maneira geral com os alunos a

respeito do que sabem e conhecem sobre o tema, o que já ouviram falar ou tem a dizer

sobre nanotecnologia. A intenção é deixar que os alunos tentem se expressar e

possibilitar a familiarização com o assunto. O primeiro vídeo é uma introdução ao tema

para os alunos através de uma matéria de reportagem, veiculada em um jornal

televisivo, em que traz algumas ideias, termos e sentidos para auxiliar na abordagem

inicial e trazer os alunos para a discussão.

O vídeo traz uma visão totalmente otimista, mas essa é a intenção inicial. A

intenção é tentar também trazer uma ideia dessa dimensão para os alunos, para

possibilitar questionamentos e discussões sobre o assunto. O texto (Anexo A) que é

trazido em seguida já aborda uma visão política e econômica a respeito do assunto,

considerando a importância de acordos empresarias com o governo e do

desenvolvimento do setor no país. O objetivo desta primeira abordagem é justamente

mostrar a importância dada a esta área pela mídia e as empresas para o desenvolvimento

científico-tecnológico e para a economia, ou seja, os aspectos econômicos e políticos

ligados ao tema.

O texto da segunda aula (Anexo B) continua com a visão empreendedora e

econômica sobre o assunto, trazendo agora números com relação aos investimentos e às

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quantias que será capaz de movimentar no mercado, para reforçar as ideias sobre os

benefícios desta tecnologia e o que de fato é mais valorizado: o capital econômico.

O vídeo para o segundo momento traz curiosidades sobre as futuras promessas

do desenvolvimento da nanotecnologia e o que já está presente desta tecnologia em

produtos do dia-a-dia. Cita sobre diversos cosméticos que se utilizam em grande parte

desta tecnologia. E traz sobre questões de legislação, já para introduzir parte da

controvérsia, pois mesmo não sendo conhecidos todos os efeitos de tais partículas, ainda

assim já são amplamente utilizadas na indústria, e não são solicitados ou obrigados a

mostrar isso – que se utilizam desta nova tecnologia, novos processos e matérias - aos

consumidores (por exemplo, na embalagem).

Como no próprio vídeo já surgem diversas conceitos ligados ao tema, a

abordagem disciplinar é iniciada na última parte desta aula, trazendo os primeiros

conceitos ligados ao assunto: estudo sobre as escalas, química e física moderna –

partículas e átomos, constituição da matéria.

A aula seguinte aprofunda a abordagem conceitual relacionando as interações

destas partículas com a matéria, e de modo geral, as ligações químicas e reações com a

matéria orgânica. Terminado esta abordagem, um vídeo com um novo enfoque é

apresentado, projetando os possíveis danos à saúde e ao meio ambiente pela

contaminação por nanopartículas. O objetivo é levar os alunos a refletirem sobre os

riscos, os impactos que tais produtos desta nova tecnologia, tão reverenciada

anteriormente, podem oferecer para a sociedade e o meio-ambiente. Isso ocorre devido à

falta de informações e mesmo do próprio conhecimento sobre os possíveis prejuízos.

Analisa-se as fontes e os interesses que podem estar relacionados às informações

divulgadas por cada um, para desenvolver essa postura crítica e permitir a

argumentação.

É colocado em discussão que muitos produtos no mercado já possuem

nanopartículas, porém não é informado ao consumidor. As nanopartículas permitem

novas formas de produção, mas também novas funções que podem não ter sido

totalmente desvendadas pelas pesquisas, contudo o apelo pela economia, resulta na

utilização mesmo desconhecendo alguns fatores, possíveis riscos. Um novo discurso é

trazido: afinal, o que é mais valorizado pelo desenvolvimento destes produtos, o bem-

estar ou o lucro. Ou seja, quais os valores implícitos neste desenvolvimento. Aqui então

iniciam as discussões de âmbito ético, sobre a ética do desenvolvimento tecnológico,

dos investimentos, a própria ética da ciência e dos pesquisadores e o papel social.

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Na última aula da sequência, não apenas como continuidade, mas como forma

de evidenciar a controvérsia e estimular novas discussões a respeito, a perspectiva dos

impactos e riscos é trazida novamente por meio de um texto (Anexo C) divulgado em

uma revista popular. Traz a questão do descarte dos materiais nano na natureza, a

respeito das novas propriedades que as partículas podem adquirir quando nesta escala, e

que ainda são desconhecidas. O próprio texto também contrapõe exemplos de benefícios

e a questão da regulamentação governamental sobre a produção que se utiliza desta

tecnologia. O objetivo nesta última aula é promover a discussão e o debate, tendo

trabalhado com os alunos os diversos lados da problemática, analisando como se dá a

argumentação e tomadas de decisões por parte deles após esse processo.

Esta sequência didática está sintetizada na tabela abaixo:

Tabela 1: Sequência Didática com o tema "Nanotecnologia"

Aula Conteúdo Procedimento Didático

Introdução ao tema:

Nanotecnologia; Vídeo e texto

sobre o assunto

1º momento - Introdução: discussão com os

alunos sobre o tema, levantamento do

conhecimento prévio

2º momento - Vídeo: “O que é nanotecnologia”

(Globo)

3º momento – Leitura e discussão do texto:

“Nova rede de colaboração em nanotecnologia

pode impulsionar o setor no país” (Anexo A)

Relações com a economia e

investimentos na indústria;

Conteúdo disciplinar (Física e

Química)

1º momento – Leitura e discussão do texto:

“Engenharia em Nanotecnologia – Mercado de

Trabalho” (Anexo B)

2º momento – Vídeo:

“Nanotecnologia - planeta - parte 1: cosméticos,

legislação que não exige falar sobre o método”

3º momento – Introdução a conceitos de

ciências

Conteúdo disciplinar (Física e

Química); Vídeo sobre o assunto

1º momento – Conceitos de ciências ligados ao

tema

2º momento – Vídeo:

“Nanotecnologia - impactos na saúde e meio

ambiente”

4ª Texto e vídeo sobre o assunto;

Atividade Final

1º momento – Leitura e discussão do texto: “Os

riscos da nanotecnologia” (Anexo C)

2º momento – Vídeo:

“Ética e nanotecnologia (o risco aponta

principalmente para o impacto no ser humano)”

3º momento – Discussão/Debate final sobre o

tema

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Segundo Tema: “Fones de Ouvido”

A temática sociocientífica sobre fones de ouvido parte da utilização deste

aparelho no cotidiano, amplamente difundido entre a população não apenas jovens, mas

diversas faixas etárias, e procura estabelecer a problemática ao questionar a maneira

como são usados, em que medida podem trazer riscos, e as formas possíveis para a

solução do problema.

O problema referido trata-se dos danos causados à audição pela exposição a sons

de intensidades elevadas. O ouvido pode ser exposto a diferentes níveis de intensidade

sonora, de acordo com períodos de exposição bem delimitados para cada nível, para

evitar um dano no aparelho auditivo. Por exemplo, sons com nível sonoro de oitenta e

cinco decibéis podem ser suportados por até oito horas, já para sons com nível sonoro

de cento e quinze decibéis, o ouvido pode ficar exposto por apenas sete minutos. Um

som em uma intensidade alta por algumas horas é capaz de causar um dano, em alguns

casos irreversível, e se ao longo da vida a pessoa foi exposta por longos períodos a um

som com intensidade acima do recomendado, o dano é contínuo prejudicando cada vez

mais a audição.

Pessoas que trabalham em ambientes com muito ruído, como trabalhadores de

construção, que utilizam de ferramentas que produzem um som muito intenso, precisam

usar equipamentos para se proteger nesse sentido, no caso, usando um tipo de fone

específico para abafar o som. Os jovens em especial, que estão acostumados às novas

tecnologias, cada vez mais usufruindo dos avanços dos produtos, e que através dos

computadores, aparelhos MP3 e celulares escutam suas músicas ou qualquer tipo de

mídia com os fones de ouvido, estão mais susceptíveis a desenvolverem com o passar

do tempo problemas de audição.

O que se discute então são as medidas necessárias para amenizar esses

problemas. A grande maioria não tem conhecimento sobre o quanto o som pode ser

prejudicial, e mesmo os tocadores pessoais não têm um limite seguro para ser ouvido. A

intensidade do som produzida por um fone, quando no canal auditivo, pode ultrapassar

o limite de cento e quinze decibéis por exemplo, mas também não temos a percepção

disso quando, em uma situação do cotidiano comum como usar um ônibus como

transporte, coloca-se os fones a uma altura capaz de tornar o ruído do ônibus

imperceptível.

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Alguns aparelhos informam o usuário quando um determinado limite é

ultrapassado, mas a mensagem é apenas um aviso para ser cauteloso a partir de tal

volume. Ainda assim, extrapolando a questão dos fones, outras situações do cotidiano

também oferecem riscos para a audição, como por exemplo, escutar músicas com um

aparelho de rádio, ou passar um período considerável em uma balada próximo a caixa

de som.

Uma vez que apenas saber que há um risco pode não ser eficiente, pois o que se

tem constatado é um aumento na quantidade de casos com a audição prejudicada ou

mesmo a perda dela, medidas mais diretas como projetos de lei para limitação do

volume de tocadores pessoais já foram discutidos no Congresso. Tal medida acarretaria

uma mudança na produção dos novos aparelhos, para que não ultrapassassem os limites

seguros de intensidade sonora, com intuito de preservar a saúde auditiva dos usuários.

Apesar de a intenção ser justificável, tal mudança implicaria em prejuízos

financeiros para a indústria, e assim, um possível aumento nos preços de tais produtos

para o consumidor. Por outro lado, os fones também são apenas um dos casos que

oferecem riscos para a audição, e as outras formas de se expor a sons intensos não

passariam por esse âmbito de fiscalização. Dessa forma, surgem controvérsias a respeito

do tema, possibilitando uma ampla discussão envolvendo os valores presentes e

defendidos em cada situação.

Com esse tema, foi elaborada uma sequência didática com cinco aulas de duas

horas cada, e poderia ser trabalhada em salas de aula de segundo e terceiro anos do

ensino médio. Novamente, o multimídia seria utilizado para expor um vídeo que

permite a discussão teórica sobre os sons e a audição e trechos de um documento

governamental. Grande parte da sequência trata da leitura de textos e debate de ideias a

partir destes, utilizando também o quadro negro para elencar pontos e conceitos de

interesse para a problemática. Como conteúdos disciplinares ligados ao tema, estão

presentes na área de Física e Biologia o estudo de ondas, especificamente ondas

mecânicas, tipos e características, propriedades e fenômenos ligados ao som, e os

mecanismos da audição.

Na primeira aula, assim como nas outras sequências, a abordagem inicial se dá

por uma discussão geral sobre fones de ouvido, oportunizando a fala dos alunos, o que

eles poderiam dizer a respeito da utilização deste aparelho, as formas, os momentos, as

intenções em se usar os fones. Um texto é trazido na sequência (Anexo D) para auxiliar

a discussão, sem trazer nada sobre malefícios ou prováveis riscos, apenas citando

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exemplos do cotidiano e tipos de fones disponíveis no mercado. Uma discussão sobre o

som e relações com a música, a partir desta primeira abordagem, seria direcionada

destacando alguns conceitos ligados ao tema.

A segunda aula traz o lado da saúde vinculado à questão, tratando agora das

doenças auditivas a partir de um texto extraído de um jornal online, citando o uso

inapropriado de fones como uma das causas. Parte da controvérsia será intentada na

discussão com a leitura deste texto, uma vez que os prejuízos não seriam tratados

anteriormente, buscando que os alunos relacionem de que forma esses danos podem

ocorrer e suas causas, trazendo alguns elementos conceituais sobre o som e a audição

para iniciar tal inserção. Um texto complementar seria exposto através do multimídia,

para indicar novamente tanto sobre os prováveis riscos como também termos e

conceitos científicos ligados ao tema.

As duas aulas seguintes (terceira e quarta aula) seriam direcionadas

especificamente para a abordagem disciplinar, dos conceitos sobre som e audição,

buscando oferecer subsídios para uma discussão de caráter mais próximo ao científico, e

de que forma os alunos interpretam e relacionam estes conceitos com as leituras e ideias

trabalhadas até então. Serão estudadas as definições de onda, os tipos de ondas

mecânicas e suas caracterizações (comprimento de onda, frequência, período,

velocidade de propagação em diversos meios, amplitude), e os mecanismos da audição,

com a constituição do ouvido e o funcionamento do aparelho auditivo, por meio de um

vídeo extraído da internet contendo exemplos, explicações e animações. Relacionam-se

tais abordagens através do conceito de intensidade sonora, a partir do qual o nível de

intensidade sonora é determinado e utilizado para caracterizar os sons audíveis,

resgatando ideias das discussões anteriores que indicavam a necessidade de tal

entendimento.

A quinta e última aula fecham a sequência com um trabalho final a partir da

leitura de um projeto de lei e os pareceres de comissões do governo a respeito. O

Projeto de Lei nº 4.524 (Anexo F) elaborado por um deputado do congresso traz

justificativas para a aplicação de um limite de intensidade sonora para tocadores

pessoais de música digital, para que não possam ultrapassar noventa decibéis (um nível

seguro por até quatro horas de exposição). Outros três documentos expressam os votos

das comissões de desenvolvimento econômico, seguridade e família e de outro

deputado, com votos contrários sobre a aprovação do projeto de lei. Cada um elenca

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motivos e ideias que trazem a tona interesses e novas perspectivas sobre o tema,

possibilitando a análise crítica dos referidos documentos.

O trabalho seria realizado inicialmente em grupos, que analisariam e discutiriam

entre seus integrantes sobre um tipo de documento, e posteriormente um discussão geral

seria organizada no sentido de cada grupo dizer a respeito do documento que leu e suas

ideias. O fechamento da sequência seria este debate, com a crítica aos documentos,

considerando os valores que o projeto, as comissões e os próprios alunos entendem

como importantes e expondo seus posicionamentos e suas propostas para o problema

em questão. A tabela a seguir traz de forma simplificada a sequência destas aulas:

Tabela 2: Sequência Didática com o tema "Fones de Ouvido"

Cronograma

Aula Conteúdo Procedimento Didático

Ondas Sonoras (Fones de ouvido,

Cotidiano e Cultura, Música e

Tecnologia)

1º momento: Introdução: discussão com os

alunos, questionamentos sobre o assunto.

2º momento: Leitura e discussão do texto:

“Fones de ouvidos” (Anexo D)

3º momento: Contextualização sobre o som e

relações com a música e mídias digitais.

Perspectiva da Saúde, Ruídos no

Trabalho, Danos e Doenças

Auditivas

1º momento: Leitura e discussão do texto:

“Hospital de SP realiza encontro para orientar

a população sobre doenças auditivas” (Anexo

E)

2º momento: Exposição (via multimídia) e

leitura de trechos do protocolo do Ministério

da Saúde: “Perda Auditiva Induzida por

Ruído (Pair)”.

Ondas Mecânicas (Tipos de Ondas,

Características de uma Onda)

1º momento: Sistematização dos conceitos das

aulas anteriores. Levantamento de opiniões e

discussão.

2º momento: Início da abordagem conceitual.

Audição (Mecanismos da Audição,

Recepção e Interpretação do Som,

Intensidade Sonora, Contaminação

Acústica)

Relações Ciência, Tecnologia e

Cultura

1º momento: Abordagem conceitual – outros

conceitos ligados ao tema.

2º momento: Vídeo: “A natureza do som e o

ouvido humano”.

Fones de Ouvido - Perspectivas

Político-Econômicas (Implicações

Sociais)

Atividade Final

1º momento: Leitura e discussão de

documentos: “Projeto de Lei nº 4.524”.

(Anexo F) - Trabalho em grupo

2º momento: Sistematização dos trabalhos

pelos grupos, discussão final sobre o tema.

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Terceiro Tema: “Filtro Solar”

O tema sobre filtro solar trata da necessidade do uso freqüente deste produto por

todos que queiram se proteger dos problemas e doenças causados pela exposição da pele

aos raios solares. Tal necessidade é sempre reforçada, principalmente pelos veículos de

divulgação em massa como a mídia televisiva, que tentam conscientizar a população

sobre os riscos e danos que a radiação solar pode ocasionar. De fato, são bem

conhecidos os efeitos da interação dessa radiação com moléculas orgânicas tanto nas

camadas mais externas quanto nas mais internas da pele: desde manchas e vermelhidões

até o câncer.

A radiação emitida pelo Sol são ondas eletromagnéticas, e abarca grande parte

do espectro eletromagnético, desde o infravermelho, a luz visível e o ultravioleta, que se

diferenciam pelo comprimento de onda, sendo mais energéticos quanto menor o

comprimento. Os raios capazes de causar danos constituem a menor parcela da emissão

solar, são os raios da faixa do ultravioleta (UV), sendo os mais conhecidos o UVB e

UVA, que são diferenciados pela faixa do comprimento de onda e os tipos de lesões que

podem causar ao ser humano.

Tais radiações são também benéficas para a saúde ou estética em determinados

aspectos. A radiação UVB é responsável pela produção da vitamina D na derme, e a

UVA promove o bronzeamento. Contudo, em altas taxas a radiação UVA podem causar

vermelhidão na pele, já a UVB causam desde queimaduras, até envelhecimento e

mesmo o câncer. Tudo depende da intensidade da radiação, do tempo com que se fica

exposto ao Sol e a frequência. Também diferentes pessoas, com tonalidades de pele

variadas são mais ou menos afetadas pela radiação. O fato é que, em todos os casos, a

utilização de protetores é altamente recomendada por especialistas, não sendo apenas

um cosmético comum para se passar em determinadas ocasiões a fim de “pegar um

bronzeado”, mas que possui a finalidade de preservar a saúde.

Há no mercado diferentes tipos de filtros solares, diferenciados pelo Fator de

Proteção Solar (FPS), também em diferentes composições de modo a agradar todo o

tipo de clientes. A função básica de todo protetor solar é impedir que a radiação UV

entre em contato com a pele, bloqueando através de uma barreira física (os filtros

físicos, que se utilizam de substâncias capazes de refletir tal radiação) ou química

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(filtros químicos, com componentes que podem absorver e reemitir ou amenizar os

efeitos da radiação).

Apesar da necessidade da utilização dos filtros solares ser fortemente

justificável, as controvérsias surgem exatamente com relação à composição destes

produtos, seus efeitos tanto sobre o próprio organismo quanto para o ambiente, e

também sua eficiência em realizar o papel de proteger a pele. Há um histórico de

denúncias sobre a fabricação dos produtos e as informações contidas nos rótulos que

não correspondem à função que acabam desempenhando, direcionando críticas aos

testes que são realizados e os resultados obtidos que garantiram a fabricação e

comercialização.

Quanto às possíveis contaminações, certas substâncias presentes em alguns

filtros são capazes de penetrar a pele e entrar na corrente sanguínea, oferecendo riscos

para a saúde podendo provocar desde alergias até disfunções hormonais. E a liberação

destas substâncias ao mar afeta de maneira negativa e geram muitos riscos para

diferentes tipos de vida marinha.

Essa temática se torna interessante na medida em que são percebidos os

diferentes interesses envolvidos na divulgação e comercialização dos produtos, a sua

inegável necessidade contrapondo aos riscos conhecidos e desconhecidos. Ou seja, de

que forma a pesquisa, a ciência, a tecnologia e a indústria estão atrelados aos fatores de

valores sociais, à saúde e à economia, ao bem-estar social ao mesmo passo em que pode

ignorar os possíveis riscos na busca por suprir uma demanda ou determinados interesses

particulares.

A sequência didática elaborada em torno desta temática constitui de cinco aulas

de duas horas cada, direcionada para alunos de segundo e terceiro anos do ensino

médio, e se utilizará de textos de divulgação para leitura e discussão, do quadro negro

para o trabalho com os conceitos e ideias sobre o tema, e de multimídia para a

exposição de uma matéria jornalística veiculada por uma emissora televisiva. Os

conteúdos disciplinares relacionados para o estudo do tema novamente abarcam as três

áreas, Física, Química e Biologia, partindo dos conceitos de ondas eletromagnéticas,

radiações ionizantes, e a interação dos diferentes tipos de radiação com a matéria, as

reações químicas com as moléculas orgânicas.

A abordagem inicial da primeira aula envolve uma ampla discussão sobre a

utilização do filtro solar, buscando que os alunos expõem suas ideias e conhecimento

sobre o produto, motivação e finalidades, e segue com a exploração de um vídeo que

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traz discursos de pessoas em diferentes cargos e ocupações sociais, todos a respeito da

necessidade do uso do filtro. O vídeo também traz conceitos sobre as radiações e

relações de tempo de exposição e diferentes riscos quando trata das características dos

protetores, permitindo a introdução destes conceitos na discussão.

Na segunda aula, outra abordagem do tema é trazida para a discussão, sem que

sejam contrapostas as ideias trazidas anteriormente, mas já introduzindo a perspectiva

dos interesses econômicos e a parte política com atuação de organizações na

fiscalização destes produtos. Novamente, termos científicos são abordados para permitir

o resgate e relação com a abordagem anterior, como também dando subsídios para

estimular a necessidade de estudo teórico, dos conceitos expostos nos textos (Anexos G

e H) e discutidos na sala.

A partir do texto (Anexo I) que será trazido para leitura e discussão em sala, os

conceitos científicos serão explorados e trabalhados na terceira aula, iniciando a

caracterização de ondas eletromagnéticas, relacionando com as focando os tipos de

radiações de interesse e suas propriedades. O início da quarta aula segue com a

abordagem disciplinar adentrando o campo das interações das radiações com a matéria e

as reações e efeitos que são capazes de causar nos seres vivos.

No segundo momento da quarta aula, como forma de abrir novamente a

discussão direcionada sobre os filtros solares, uma nova abordagem sobre o seu uso é

colocada em discussão a partir de um texto jornalístico online (Anexo J), que traz em

contrapartida da necessidade os riscos que determinados componentes presentes nos

protetores podem oferecer para a saúde. O foco do texto é a divulgação de uma

inovação para evitar que o produto entre em contato com a corrente sanguínea, e de

forma indireta, traz à tona a possibilidade de prejuízos para a saúde que outros

protetores, comuns, podem oferecer.

A última aula da sequência pretende a continuidade da contraposição iniciada na

aula anterior, com um texto (Anexo K) que aborda de forma mais direta os danos que

substâncias presentes na composição dos protetores podem causar na saúde e no meio

ambiente. O texto também resgata a questão da fiscalização e econômica, e pode

permitir uma maior abrangência para a participação e argumentação dos alunos na

discussão que será realizada como atividade de fechamento da sequência. Abaixo está a

tabela com a organização e detalhes destas aulas de forma mais específica:

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Tabela 3: Sequência Didática com o tema “Filtro Solar”

Aula Conteúdo Procedimento Didático

1ª Introdução ao tema: Filtro Solar;

Vídeo sobre o assunto

1º momento – Introdução: discussão sobre o uso

do filtro solar, levantamento de ideias sobre sua

função e como funciona

2º momento - Vídeo: “Mesmo sem sol, protetor

solar é fundamental para proteger a pele”

Relações políticas e econômicas

ligados ao assunto (Empresariado

e Órgãos de Fiscalização)

1º momento – Leitura e discussão do texto:

“Teste de ONG reprova 10 protetores solares

spray vendidos no Brasil” (Anexo G)

2º momento – Leitura e discussão do texto:

“Protetor solar ganha novas regras” (Anexo H)

Conteúdo disciplinar (Física e

Química): Ondas e Radiações

1º momento – Leitura e discussão do texto: “O

que são protetores solares” (Anexo I)

2º momento – Conceitos ligados ao tema

Conteúdo disciplinar (Física,

Química e Biologia): Interações

das radiações com moléculas

Abordagem da saúde (Riscos do

uso de protetores)

1º momento – Conceitos ligados ao tema

2º momento – Leitura e discussão do texto:

“Com nanotecnologia, cientistas criam protetor

solar que não penetra na pele” (Anexo J)

Abordagem da saúde e do

ambiente (Riscos vinculados ao

protetor solar)

Atividade Final

1º momento: Leitura e discussão do texto:

“Proteção solar: oxibenzona presente em filtros

penetra fundo e também causa riscos ao oceano”

(Anexo K)

2º momento: Levantamento das opiniões e

debate final sobre tema

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Referências

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professor ao planejar e avaliar a aplicação de uma sequência de ensino investigativo.

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BORTOLETTO, Adriana. Formação Continuada de Professores: A Experiência de uma

Temática Sociocientífica na Perspectiva do Agir Comunicativo. 2013. Tese (Doutorado

em Ensino de Ciências) - Faculdade de Ciências. Universidade Estadual Paulista.

Bauru, 2013.

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Newton. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências (Online), v. 16, p. 107-124, 2014.

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na sala de aula: a presença do ciclo argumentativo, os indicadores de Alfabetização

Científica e o padrão de Toulmin. Ciência e Educação (UNESP. Impresso), v. 17, p. 97-

114, 2011.

SASSERON, L. H. ; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de . A construção de

argumentos em aulas de ciências: o papel dos dados, evidências e variáveis no

estabelecimento de justificativas. Ciência & Educação, v. 20, p. 393-410, 2014.

SASSERON, L. H. ; FERRAZ, A. T. ; FREIBERG, H.L. ; FLORENZANO, M. L. B. .

Situações argumentativas em sala de aula: a dualidade argumento-explicação.

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e Educação (UNESP. Impresso), v. 18, p. 593-611, 2012.

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Anexo A: Nova rede de colaboração em nanotecnologia pode impulsionar o setor no

país

Uma rede de laboratórios em âmbito nacional dedicados à pesquisa, desenvolvimento e

inovação em nanotecnologias acaba de ser inaugurada pelo Ministério da Ciência,

Tecnologia e Inovação (MCTI). O lançamento oficial do Sistema Nacional de

Laboratórios em Nanotecnologias (SisNANO) aconteceu na última quarta-feira dia 11

de dezembro no auditório da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

O SisNANO é uma rede que agrega 26 laboratórios e conta com a colaboração de 16

INCTs – entre eles, o Namitec – e faz parte da Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia

(IBN), um esforço interministerial do governo brasileiro para fazer avançar políticas

públicas em nanotecnologia. O coordenador geral de Micro e Nanotecnologias do

MCTI, Flávio Plentz, esteve no evento e mencionou alguns números vultosos: a rede

SisNANO atualmente conta com 2.500 pesquisadores e cerca de 3.000 estudantes de

graduação e pós-graduação. Além disso, a nanotecnologia responde hoje por 2% do

total de artigos publicados no Brasil, hoje.

Para Plentz, a Iniciativa Brasileira em Nanotecnologia “nasce para fortalecer o

desenvolvimento científico e tecnológico para promover inovação na indústria, tendo

por fim último a melhoria da qualidade de vida da população”. Ela é especialmente

importante, segundo ele, porque a nanotecnologia oferece soluções para diversos setores

da economia nas mais diferentes áreas, “desde a aeronáutica à saúde, passando pelo

setor de energia, meio ambiente e higiene pessoal – área em que o Brasil hoje é o

segundo maior mercado consumidor no mundo”, ressalta.

Segundo Stanislav Moshkalev, vice-diretor do Centro de Componentes Semicondutores

(CCS) da Unicamp e pesquisador do Namitec, esta é uma ótima oportunidade de

integração com outros laboratórios, centros e institutos de pesquisa. “Poderemos

mostrar nossas capacidades na área de micro e nanofabricação e também pesquisas que

estamos fazendo, materiais que estamos pesquisando, além de convidar mais parceiros

para futuras interações”, calcula. “É um reforço das atividades que temos dentro do

Namitec. Temos a possibilidade de mais investimentos, mais visibilidade e creio que

isso ajuda a realizar melhor tarefas que temos dentro do Namitec”, observa ele.

Para José Alexandre Diniz, diretor do CCS e pesquisador do Namitec, a nanotecnologia

é uma área estratégica para o país e por isso a iniciativa assume um papel de grande

importância para seu desenvolvimento. Ele diz que a rede “vai possibilitar uma

aproximação maior entre indústrias e laboratórios em nanotecnologia”. Ele frisa a

importância desta aproximação porque “facilita a aumentar o orçamento de projetos

para financiar pesquisas e a realização de estudos em conjunto. Também é fundamental

a formação de mais cientistas e que saiam da academia para trabalhar direto na

indústria. Isto está na base do Namitec”.

Prova disto é o trabalho desenvolvido por Lucas Lima, doutorando na Faculdade de

Engenharia Elétrica e de Computação Unicamp e orientando de Diniz. Ele pesquisa o

desenvolvimento de microtransistores e colaborou na produção do primeiro dispositivo

tridimensional do Brasil. Para ele, “participar da rede Namitec foi muito importante não

só pelo suporte financeiro para os equipamentos do laboratório”, mas também pela

possibilidade de pesquisar em laboratórios que integram o INCT em outras

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universidades, como UFRGS e USP. Ele também conta que fez parte do doutorado-

sanduíche no Interuniversity MicroElectronics Center (IMEC), um dos maiores centros

de nano e microeletrônica do mundo localizado em Leuven, na Bélgica. Para o

orientador Diniz, a experiência foi importante para apresentar no exterior o que é feito

no Brasil e também trazer para cá uma parte da tecnologia desenvolvida lá fora.

Para Diniz, a grande contribuição da rede SisNano não só para o Namitec, mas para a

nanotecnologia de forma ampla, é que trata-se de uma tentativa do governo brasileiro de

colocar a nanotecnologia em empresas e indústrias nacionais, aproximando academia e

indústria. “Sem uma ajuda dessas por parte do governo, acredito que isso ia demorar

mais tempo para acontecer. É uma forma de acelerar este processo para que a

nanotecnologia seja implementada e consequentemente se forme mais gente, mais

recursos humanos para que tenhamos um sistema de nanotecnologia bem

desenvolvido”, observa.

Fonte: INTC NAMITEC - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Sistemas

Micro e Nanoeletrônicos

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Anexo B: Engenharia em Nanotecnologia – Mercado de Trabalho

Graças ao seu considerável impacto no desenvolvimento econômico e na melhoria da

qualidade de vida, a Nanotecnologia tem tido enorme atenção do setor privado e do

governo. Trata-se de uma área considerada pelo MCT como portadora de futuro e para a

qual novos programas acadêmicos interdisciplinares serão criados.

O Brasil pode vir a ser responsável por US$ 10 bilhões do mercado nanotecnológico em

15 anos. Essa é uma das conclusões expressas no relatório de prospecção tecnológica

coordenado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e organizado pelo

Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República do Brasil. O

montante é correspondente a 1% dos cerca de US$ 1 trilhão que devem ser

movimentados com a tecnologia. Segundo o relatório de Nanotecnologia do MCT de

junho de 2006: “As iniciativas do governo focadas na área de nanotecnologia

iniciaram-se em 2001, quando foram criadas as 4 redes de pesquisa. Em 2004, a

implementação das ações do Programa “Desenvolvimento da Nanociência e

Nanotecnologia”, no âmbito do PPA 2004 – 2007, focadas na geração de patentes,

produtos e processos na área, assegurou o apoio à pesquisa básica, à pesquisa entre

ICT’s e empresas, fortaleceu as redes existentes e a infra-estrutura laboratorial. Em

2005, o Programa foi fortalecido com o lançamento da Política Industrial, Tecnológica

e do Comércio Exterior e com a criação da Ação Transversal de Nanotecnologia dos

Fundos Setoriais.”

De acordo com o mesmo relatório, o objetivo do programa brasileiro de Nanotecnologia

é bem abrangente: “O objetivo do Programa é criar e desenvolver novos produtos e

processos em Nanotecnologia, implementando-os para aumentar a competitividade da

indústria nacional e capacitando pessoal para o aproveitamento das oportunidades

econômicas, tecnológicas e científicas da Nanotecnologia. Seu impacto deverá

impulsionar vários setores da economia: eletroeletrônica, veículos e equipamentos de

transportes, tecnologia da informação, construção civil, química e petroquímica,

energia, agronegócio, biomedicina e terapêutica, ótica, metrologia, metalurgia,

produção mineral, proteção e remediação ambiental. Além disso, haverá um impacto

sobre áreas estratégicas como as de segurança nacional, pessoal, patrimonial e

alimentar.”

O mercado brasileiro está cada vez mais atento às inovações tecnológicas possibilitadas

pelo avanço da nanotecnologia. De 2001 até 2006, o governo brasileiro investiu mais de

R$ 170 milhões em pesquisas em Nanotecnologia. Este valor tende a crescer ainda mais

devido à necessidade da formação de mão de obra especializada.A Petrobras, empresa

brasileira que mais investe em P&D, criou em 2007 uma rede de pesquisa temática em

Nanotecnologia com o intuito de aproveitar os benefícios da área para auxiliar a

exploração e produção de petróleo. A Petrobras pesquisa e faz uso da Nanotecnologia,

em particular, com o uso de nanocatalisadores no processo de refino do petróleo.

Todavia, a demanda por inovação nanotecnológica é imensa.

Esse interesse, no entanto, não é exclusivo da Petrobras. Em São Paulo, desde 2005, é

realizada a Nanotec Expo, Exposição Internacional de Produtos e Materiais

Nanotecnológicos com a participação de várias instituições e empresas brasileiras

envolvidas no desenvolvimento e fabricação de produtos que embutem nanotecnologia.

No Brasil, grandes empresas estão desenvolvendo projetos e novas empresas já

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surgiram na área de nanodispositivos. Dentre elas podemos destacar a Petrobras, a Vale,

dentre outras. O mercado profissional para o Engenheiro em Nanotecnologia no Brasil

está crescendo e exigindo competências raras em universidades e centros de pesquisa. A

tendência é que a busca por profissionais com formação em nanotecnologia cresça

significativamente nos próximos 5 anos. Considerando-se a hipótese de que o programa

de Engenharia da PUC-Rio tenha início em 2010, a primeira turma de profissionais,

aptos para o mercado de trabalho, estaria formada a partir de 2014. Até lá, espera-se um

mercado profissional aquecido, certamente capaz de absorver centenas de Engenheiros

em Nanotecnologia.

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Anexo C: Os riscos da nanotecnologia Cientistas alertam sobre possíveis efeitos nocivos de produtos que usam particulas microscópicas, como filtros solares e cremes Osmar Freitas

As tecnologias para manipular os átomos e criar moléculas sob medida prometem vários benefícios para os consumidores. Partículas com dimensões de um décimo da largura de um fio de cabelo, moldadas ao gosto do fabricante, são a base da nanotecnologia. Esses componentes já vêm embutidos em cerca de 500 produtos tão corriqueiros quanto um xampu, um filtro solar ou um chip de computador. Até o ano 2014, calcula-se que esse comércio movimentará US$ 1,2 trilhão. Agora, diante da disseminação da nanotecnologia, alguns pesquisadores começam a tentar estimar se há algum risco para nossa saúde ou para a natureza.

Um dos primeiros a alertar sobre o risco foi Bill Joy, um dos fundadores da Sun Microsystems. Há sete anos, em artigo publicado na revista Wired, ele descrevia o perigo de algum dia criarmos máquinas do tamanho de átomos, capazes de montar moléculas potencialmente ameaçadoras. Também comparava a nanotecnologia com os transgênicos. “Será possível construir estruturas de plástico, metal ou materiais que não encontramos em nosso corpo. Teremos uma segunda instância do problema que existe com a genética.” De certa forma, Joy foi um visionário. Nos últimos meses, alguns pesquisadores vêm se perguntando o que acontece com o material “nano” quando é descartado na natureza. O físico Andrew Maynard, do Centro Internacional Woodrow Wilson, em Washington, suspeita que algumas substâncias podem ser nocivas. “Alguns elementos da tabela periódica tornam-se explosivos quando reduzidos a dimensões ‘nano’”, diz Maynard. Segundo ele, sinais eletrônicos em freqüências específicas provocam explosões em pequenas estruturas de silício usadas para a fabricação de componentes eletrônicos. “Quando as partículas ficam menores, em escala atômica, elas desenvolvem novas propriedades. Algumas delas, não conseguimos antever.”

Um dos focos dos investigadores são as nanopartículas usadas em produtos cosméticos. Certos cremes contêm nanocápsulas com produtos químicos. Outros usam versões “nano” de materiais tradicionais nas farmácias, como compostos para pele feitos com partículas superfinas de sílica. Ou filtros solares com nanopartículas de óxido de zinco. A grande novidade na cosmética, no entanto, são esferas microscópicas de átomos de carbono, as buckyballs. Os fabricantes de cosméticos afirmam que essas esferas podem ajudar a retardar o envelhecimento da pele.

Os cientistas temem que essas partículas, em alguns casos menores que os glóbulos vermelhos do sangue, possam atravessar a pele. A pesquisadora Sally Tinkle, do Instituto Nacional de Ciências Ambientais da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, descobriu que pelo menos algumas nanopartículas podem passar da camada externa da pele. Haveria o risco de interação com o sistema imunológico.

Já se sabe que inalar alguns tipos de poeira pode gerar problemas pulmonares em humanos e animais. O asbesto, particularmente, é altamente tóxico. “O

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problema é que alguns materiais feitos com nanofibras de carbono, como raquetes de tênis, mouse de computadores e roupas esportivas, têm estruturas parecidas com as fibras do asbesto”, diz Sally. Segundo ela, o quartzo em escala nano pode se espalhar pelo ar no processo de reciclagem dos produtos. “Essas partículas fazem mal aos brônquios e podem causar cegueira.”

A indústria cosmética afirma que faz testes rigorosos. Mas a FDA, a agência americana que regula remédios e alimentos, não tem regras para os nanos. Por outro lado, algumas nanotecnologias prometem ajudar a limpar o ambiente. No ano passado, uma empresa americana lançou o pó Thiol-Samms, capaz de absorver 60% do próprio peso em metais contaminantes como mercúrio, arsênio e chumbo. A empresa NanoDynamics conseguiu um filtro de cerâmica com poros do tamanho de células, revestidos de nanocristais que absorvem as impurezas da água. Pesquisadores da Universidade Rice, no Texas, demonstraram a eficácia de partículas microscópicas do metal magnetita. Elas se ligam ao arsênio da água e podem ser coletadas depois, usando um ímã comum.

Apesar das perspectivas promissoras, os pesquisadores pedem maior regulamentação governamental. Um relatório publicado no ano passado por Terry Davies, pesquisador do Centro Woodrow Wilson, pede mais estudos oficiais e limites de poluição específicos para nanossubstâncias. O cenário é parecido com a emergência da tecnologia transgênica, em meados da década de 90. A mistura de genes anunciava uma geração de plantas com maior nutrição e produtividade. Mas a revolução agrícola ainda tem seu potencial limitado por uma mistura de falta de transparência das empresas, oportunismo de ONGs ambientalistas, desinformação pública e omissão dos governos. A tão anunciada revolução nanotecnológica pode correr o mesmo risco. Fonte: Revista Época: Ciência e Tecnologia, 2007

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Anexo D: Fones de Ouvido

O fone de ouvido tem sido um companheiro desde muito tempo atrás, quando ainda

existiam apenas walkmans e discmans. Hoje em dia existem tantas opções de aparelhos

eletrônicos com fone de ouvido e estes são tão acessíveis, que possuir um fone se tornou

comum para muito mais gente, inclusive para idosos e crianças.

Por que usar fone de ouvido é bom?

Ele tem seus aspectos positivos e podem fazer bem para sua saúde e bem-estar. O fone

pode ser um grande aliado para te ajudar a relaxar em momentos de muito estresse no

trabalho ou te dar mais pique para fazer aquele exercício da academia que você não

gosta tanto.

É aconselhável também que se use o fone de ouvido externo, em vez do interno. O

interno tem contato direto com o canal auditivo e pode deixar impurezas nele, que pode

dar alergia ou irritações. Vale lembrar, ainda, que seu uso é benéfico apenas quando é

na medida certa. Não exagere no volume e na quantidade de horas de uso e você terá

apenas alegrias com o seu fone de ouvido, além de poupar quem está em volta de ter

que ouvir a mesma música que você.

Como escolher o fone de ouvido certo para você

Eles estão lá. Muito mais presentes do que pode parecer em uma olhada mais desatenta.

É item quase obrigatório para enfrentar longas esperas no trânsito ou para tornar os dias

de trabalho na frente do computador um pouco menos entediantes. No entanto, apesar

de bem presentes, também é absurda a quantidade de equipamento ruim e até nocivos à

audição que estão disponíveis a preços bastante acessíveis.

Fones de ouvido são como guitarras ou carros. Você encontra de todo tipo, com os mais

variados custos, para as mais variadas finalidades e níveis de precisão. Este é um texto

sobre fones de ouvido para o trabalho, para passar o tempo e não incomodar ninguém.

Earbud e Intra-auricular: São aqueles fones menores que entram no ouvido. Chuto que

esse é o modelo mais comum, pois costuma vir junto com iPods e outros mp3 players.

Em geral, eles são fabricados em um formato que se encaixa na parte externa dos

ouvidos, mas existe também os modelos intra-auriculares, que efetivamente entram no

canal auditivo. A principal vantagem é serem o modelo mais fácil de carregar e também

o mais discreto. Alguns ficam praticamente invisíveis, o que é bom para andar na rua.

Headphones/Earpads: É aquele tipo de fone que vem com uma espécie de arco que se

apoia na cabeça. É quase um intermediário entre os fones de ouvido e os headphones

grandalhões de uso doméstico. De um modo geral são os fones mais confortáveis e

também têm a qualidade de som um pouco superior – não muito na região dos graves. A

parte ruim é que não têm um bom isolamento e tanto permite que você ouça ruídos

externos, quanto que pessoas ao redor ouçam alguma coisa do que você está ouvindo.

Headphones full size: Os headphones full size basicamente têm a mesma aparência dos

earpads, porém, encobrem as orelhas e proporcionam um isolamento bem melhor. Eles

também costumam ter um grave bem mais profundo e muitas sutilezas ficam mais

evidentes, graças ao isolamento e à arquitetura dos falantes e das conchas acústicas. A

parte ruim é que são bem maiores, muitas vezes pesados e não podem ser considerados

exatamente “portáteis”.

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Anexo E: Hospital de SP realiza encontro para orientar população sobre doenças

auditivas

O Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São

Paulo) realiza nesta quinta-feira (2) um encontro gratuito sobre doenças auditivas, para

alertar sobre as causas de surdez e informar as técnicas de prevenção.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, ruídos acima de 85 decibéis podem

ser tolerados pelo ouvido humano por até oito horas seguidas de exposição. Barulhos

acima de 115 decibéis podem causar lesões auditivas importantes em apenas um

minuto.

Na programação estão palestras sobre surdez, cirurgia de surdez, tosse, rinite,

distúrbios de equilíbrio, zumbido e câncer. De acordo com a otorrinolaringologista

Mara Gândara, a situação é alarmante, pois circunstâncias e atitudes consideradas

comuns --como o trânsito de grandes avenidas e o uso de fones para ouvir música--

podem ultrapassar esses limites.

Para a especialista em audição, a troca de informações é importante, pois cada

vez mais pessoas usam novas tecnologias que podem causar danos, se mal utilizadas.

"Muitos pais estão dando uma surdez ao filho ao presenteá-lo com um iPod ou mp3",

alerta Gândara.

O fone de ouvido dos aparelhos faz com que a música entre pelo condutor

auditivo externo e jogue o som alto direto na membrana timpânica, podendo chegar a

120 decibéis sem ter por onde dispensar. "Hoje, são encontrados jovens com lesão na

orelha semelhante à de um serralheiro que trabalha há 15 anos sem proteção", compara.

Em recente medição de sons nas ruas de São Paulo, a médica verificou que em

grandes avenidas, como a Teodoro Sampaio, em Pinheiros, os ruídos de ônibus chegam

a 116 decibéis na subida. "O som se dispersa pelo ar, mas quando o indivíduo se expõe

continuamente a essa situação pode ocorrer lesão", observa.

A perda auditiva afeta também o lado psicológico. O fato de não ouvir bem

deixa a pessoa mais irritada, o seu poder de concentração diminui e os relacionamentos

são afetados. "Elas passam a aumentar muito o volume da televisão e do rádio, pedem

para os outros repetirem exaustivamente o que disseram e, finalmente, mudam os seus

hábitos, tornando-se muito introspectivas”.

Fonte: Folha de São Paulo (online), 2010

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Anexo F: “Projeto de Lei nº 4.524”

PROJETO DE LEI No , DE 2008 (Do Sr. Jefferson Campos)

Estabelece limites de intensidade sonora para tocadores pessoais de música

em formato digital. O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Fica proibida a comercialização de tocadores pessoais de música em formato digital cujo volume sonoro máximo ultrapasse o limite de 90 decibéis.

Parágrafo único. Incluem-se na proibição os aparelhos de múltiplas funções capazes de reproduzir música em formato digital.

Art. 2º Todos os aparelhos especificados no art. 1º deverão ter inscrição alertando para os riscos do uso prolongado em alto volume (superior a 85 decibéis).

Art. 3º Esta lei entra em vigor cento e oitenta dias após a sua publicação. JUSTIFICAÇÃO

Há muito tempo se sabe que o ruído excessivo pode prejudicar a audição. Obviamente, sons de altíssima intensidade danificam os ouvidos muito rapidamente, mas o perigo mais freqüente é representado por sons incômodos, porém suportáveis, a que se pode ficar exposto por períodos prolongados. A partir de 85 decibéis, que é o nível de som encontrado em uma rua movimentada, já pode haver lesão ao aparelho auditivo.

Com o advento da era industrial, diversas categorias de trabalhadores passaram a sofrer com a exposição ao ruído, e as repercussões se fizeram mostrar, na forma de perda auditiva neurossensorial. Reconhecido o problema, os médicos e autoridades sanitárias passaram a buscar maneiras de evitá-lo. Estas foram encontradas pela redução do ruído ocupacional, pelo uso obrigatório de equipamentos de proteção e pela limitação da exposição.

Verifica-se, porém, atualmente, um crescimento da deficiência auditiva entre a população geral, não relacionada ao trabalho, pois nas cidades modernas existem numerosas fontes de ruído, poucas delas passíveis de um controle eficaz. Para tentar minorar o problema, é necessário identificar quais são controláveis, e envidar esforços para tanto.

O presente projeto de lei destina-se a limitar o volume sonoro dos tocadores pessoais de música digital, os aparelhos comumente chamados de mp3, em alusão ao formato de arquivo mais comumente usado.

Estes aparelhos, devido a seu preço relativamente baixo, a seu pequeno tamanho, sua grande capacidade de armazenar músicas e seu baixo consumo de energia, popularizaram-se de tal modo que os números totais de aparelhos vendidos no mundo chegam às centenas de milhões.

Devido às mesmas características, os tocadores digitais são usados por horas seguidas, nos mais variados ambientes. Como são via de regra usados com fones comuns de inserção, que não filtram o som ambiente e oferecem em geral má qualidade de reprodução, os usuários tendem a utilizá-los em altos volumes, muitas vezes superando os limites de segurança. Como resultado, a perda auditiva induzida por ruído (PAIR) já é um problema freqüente entre os jovens.

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No Brasil não temos muitos dados estatísticos a respeito, mas uma pesquisa feita na Grã-Bretanha, por exemplo, em 2006, com 300.000 estudantes, revelou que 10 por cento deles apresentava algum grau de perda auditiva. Já existem por todo o mundo diversas organizações que buscam conscientizar os usuários dos tocadores musicais para a necessidade de limitar o volume e o tempo de exposição. A Campanha Nacional de Saúde Auditiva, realizada periodicamente pela Sociedade Brasileira de Otologia, está na sua quarta edição e dedica especial atenção ao assunto, sob o título “Mp3 players: abaixe o volume ou diminua para sempre a sua audição.

Mesmo com ampla divulgação, as medidas educativas infelizmente soem ser insuficientes. Já há países que adotaram medidas legais para limitar o volume dos aparelhos, caso da França, onde já vigora lei específica, e da Bélgica, onde há um projeto em tramitação.

Com o objetivo de proteger a saúde auditiva de nossa população, principalmente dos jovens, este projeto de lei proíbe a comercialização daqueles aparelhos cuja potência sonora ultrapasse os 90 decibéis. Dada a proliferação de aparelhos de uso múltiplo, em especial os telefones celulares, que também reproduzem arquivos de música, tomei o cuidado de inclui-los no projeto.

Por estar convicto dos benefícios que decorrerão da aprovação e implantação desta proposição como lei, submeto-a à apreciação dos nobres pares, e solicito seus necessários votos e apoiamento.

Sala das Sessões, em de de 2008.

Deputado Jefferson Campos

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Anexo G: Teste de ONG reprova 10 protetores solares em spray vendidos no Brasil

Fator de proteção solar presente em filtros é menor que o índice do rótulo.

Análise foi feita pela organização Proteste; associação contesta resultado.

Análise feita pela Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) com

dez marcas de protetor solar em spray vendidas no Brasil apontou que todas apresentam fator

de proteção solar (FPS) menor que o informado no rótulo.

Dos produtos testados, o que mais se aproximou do índice de FPS 30, conforme prometido

pela marca, foi o protetor Sport, da marca Cenoura & Bronze, que possuía valor 22,8. Na

contramão, o produto Ultra Defense Protetor Contínuo, da empresa Banana Boat, apresentou

o menor índice de proteção: 13,1.

Foram testados ainda protetores em spray das marcas Coppertone, Sundown, Solar

Australian Gold, L’Oréal, O Boticário, Natura, Nivea Sun e Red Apple.

Segundo Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, o resultado é

preocupante. “O consumidor acha que está se protegendo. A Proteste considera que os

produtos não são minimamente aceitáveis. Se não atinge o objetivo de proteção, então tem

que mudar o rótulo”, explica.

O valor do FPS indica o tempo de exposição à radiação ultravioleta necessário para

produzir vermelhidão na pele protegida pelo filtro solar. Por exemplo, se a pessoa usar o FPS

30, ela vai demorar 30 vezes mais para queimar a pele. Além desse índice, a Proteste

verificou ainda o índice de proteção UVA, a resistência do produto à água e à radiação.

Os testes foram realizados com 30 mulheres, que experimentaram os produtos e

deram sua opinião sobre a facilidade de absorção, textura, aroma, e se deixavam a pele

pegajosa.

Confira, abaixo, o fator de proteção solar encontrado pelos testes da Proteste nos

produtos. Todos indicavam em suas embalagens terem FPS 30.

- Cenoura e Bronze - FPS encontrado: 22,8

- Red Apple - FPS encontrado: 21,2

- Sundown - FPS encontrado: 18,2

- Natura - FPS encontrado: 17,5

- O Boticário - FPS encontrado: 17,1

- Australian Gold - FPS encontrado: 15,9

- Nívea Sun - FPS encontrado: 15,3

- L'Oréal - FPS encontrado: 15,2

- Coppertone - FPS encontrado: 14

- Banana Boat - FPS encontrado: 13,1

Problemas

O filtro solar que obteve a pior avaliação geral foi o Plus Gel, da Solar Australian Gold.

Segundo a Proteste, além de ele não proteger dos raios ultravioleta de maneira eficaz, foram

encontradas embalagens com data de validade vencida e com rótulos explicativos que

continham traduções erradas do inglês para o português.

Segundo Maria Inês Dolci, em um dos lotes analisados, o texto do rótulo em inglês

indicava que o produto vencia em março de 2014. Mas, no mesmo produto, a tradução em

português estendia a validade para abril de 2016.

“Na verdade, o que aconteceu é que eles cometeram uma fraude, porque adulteraram

o prazo de validade. Se você usa um produto com data de validade vencida, ele não vai

funcionar”, disse.

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A organização divulgou que tomará providências junto ao Ministério Público do

Espírito Santo e de São Paulo, Procons dos dois Estados e a Agência Nacional de Vigilância

Sanitártia (Anvisa) após constatar o que considera ser crime nas relações de consumo.

Procurada pelo G1, a empresa Frajo Internacional de Cosméticos, distribuidora da marca

Australian Gold no Brasil, disse que “preza pela segurança de seus consumidores e qualidade

dos produtos que distribui” e afirmou também que “atende todas as normas legais aplicáveis,

não sendo responsável pelo fato”. A empresa informou que apura a situação.

Cassação dos produtos

A Proteste divulgou ainda que os resultados do teste foram enviados à Anvisa. A

organização pediu ao órgão federal a cassação do registro dos produtos fator 30 que foram

analisados, “para que sejam reclassificados corretamente, obrigando a indústria a adequar a

informação de seus rótulos ao efetivo FPS”. Além disso, a associação pede que os produtos

sejam retirados do mercado até que passem por esse ajuste.

Empresas discordam de resultados

Por meio de nota, a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e

Cosméticos (Abihpec) contestou o trabalho da Proteste, considerando-o “sensacionalista”.

“Repudiamos as declarações prestadas pela Proteste em sua publicação, que declara

100% dos produtos avaliados como reprovados, enfatizando que os produtos testados são de

empresas idôneas, comprometidas com a qualidade e eficácia de seus produtos (...) e que

coloca em descrédito à população os serviços prestados pela Agência Nacional de Vigilância

Sanitária", disse a associação.

A Nivea afirmou, em nota, que discorda dos resultados obtidos pela Proteste e que

não teve acesso ao estudo na íntegra, por isso não foi possível "mensurar, em profundidade,

detalhes sobre a metodologia e resultado do mesmo". A empresa disse, ainda, que os

produtos são desenvolvidos "sob os mais rígidos protocolos globais de qualidade e

segurança".

A Natura disse que possui laudos comprobatórios emitidos por três laboratórios

independentes que atestam a declaração do FPS 30 no produto testado pela Proteste. A

empresa discorda dos resultados apresentados pela Proteste e acrescenta que os protetores

solares da marca são avaliados lote a lote pela própria empresa.

A Red Apple afirmou que, por não concordar com os resultados obtidos pela

Proteste, enviou uma amostra do produto para o laboratório Allergisa, instituição

reconhecida pela Anvisa, para um novo teste. Os resultados, segundo a empresa, mostraram

que o FPS do produto é de 30,8.

A Cenoura & Bronze também não reconhece os resultados da Proteste por não ter

acesso a "estudos completos que respaldem as conclusões apresentadas pela associação". A

empresa acrescenta que realiza testes periódicos em laboratórios reconhecidos pela Anvisa

que comprovam sua eficácia.

O laboratório MSD, detentor da Coppertone, afirmou que "todos os produtos da

marca passam por uma rigorosa avaliação de segurança, eficácia e performance, realizada

por dermatologistas e cientistas independentes, que atendem a todos os requisitos

estabelecidos pela Anvisa".

O Grupo Boticário afirmou que o produto avaliado pela Proteste está dentro dos

padrões exigidos. Segundo a empresa, foram realizados estudos in vitro e clínicos que

comprovam a eficácia descrita na rotulagem.

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A Johnson & Johnson, detentora da marca Sundown, afirmou que o FPS informado

nos rótulos dos produtos é comprovado por testes e estudos realizados por órgãos externos,

aprovados pela Anvisa, "atendendo e excedendo as exigências legais".

A Banana Boat disse que "cumpre rigorosamente todas as normas de certificação da

Anvisa" e que garante a qualidade, a segurança e a eficácia do produto analisado pela

Proteste.

Fonte: Bem Estar, Portal G1, 2013

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Anexo H: Protetor solar ganha novas regras

4 de junho de 2012

Os produtos de proteção solar utilizados pela população brasileira ganharam

novas regras para garantir a proteção da pele dos usuários. Uma das principais

mudanças é que o valor mínimo do Fator de Proteção Solar (FPS) vai aumentar de 2

para 6 e a proteção contra os raios UVA terá que ser de no mínimo 1/3 do valor do FPS

declarado. O FPS mede a proteção contra os raios UVB, já o FP UVA mede a proteção

contra os raios UVA. Para tais comprovações, as metodologias aceitas pela Anvisa

foram atualizadas e foi estabelecida uma metodologia específica para a comprovação

contra raios UVA, que, até então, não estava definida.

A resolução RDC 30/12, publicada nesta segunda-feira (4/6) pela Anvisa,

também aumenta os níveis dos testes exigidos para comprovar a eficácia do protetor.

Pela norma, alegações, como resistência à água, terão que ser comprovadas por

metodologias específicas definidas no novo regulamento. Os fabricantes poderão indicar

em seus rótulos as expressões "Resistente à água", " Muito Resistente à água",

"Resistente à Água/suor" ou "Resistente à Água/transpiração", desde que comprovem

essa característica.

O rótulo dos protetores solares terá mudança ainda em suas informações

obrigatórias. A orientação sobre a necessidade de reaplicação será obrigatória para todos

os produtos, mesmo aqueles mais resistentes à água. Além disso, fica vedada qualquer

alegação de 100% de proteção contra as radiações solares ou a indicação de que o

produto não precisa ser reaplicado.

O prazo de adequações dos fabricantes à norma é de dois anos. A nova regra

segue os novos parâmetros para protetores solares adotados em todo o Mercosul.

Fonte: Portal ANVISA, 2012

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Anexo I: O que são protetores solares?

Protetores solares são substâncias químicas que agem por absorver, refletir ou espalhar

os raios solares. Podem ser divididos em químicos ou orgânico e físicos ou inorgânicos.

Os protetores físicos agem basicamente refletindo a radiação ultravioleta, enquanto os

químicos agem absorvendo a radiação por um processo fotoquímico. Produtos

associando protetores físicos e químicos conseguem uma proteção mais ampla.

O que é FPS?

O FPS (ou SPF), fator de proteção solar é uma medida de proteção à radiação UVB.

Esta radiação é responsável pelas queimaduras solares, por deixar a pele vermelha após

a exposição solar. O FPS é calculado justamente levando em conta esta vermelhidão da

pele. Existe uma medida chamada de Dose Mínima Eritematosa (DME), (H2 Tag

Protetor Solar, Dose Mínima Eritematosa)que é definida como a menor dose de

radiação ultravioleta necessária para deixar a pele vermelha entre 16 e 24 horas após a

exposição à radiação ultravioleta. O fator de proteção solar é definido como a razão

entre a dose mínima eritematosa na pele protegida (pela aplicação de 2mg / cm2 de

protetor solar) do sol e a dose eritematosa mínima na pele não protegida. Ou seja, O

FPS é o tempo que a pele leva para ficar vermelha usando a proteção do filtro. Por

exemplo, se uma pessoa de pele clara fica com a pele vermelha após 10 minutos de

exposição solar, com um filtro FPS 15 ficaria vermelha após 150 minutos. O FPS é

calculado em laboratório, sob condições idéias, na vida real não se utiliza a quantidade

de 2 mg/cm². Estudos mostram que usa-se de 0,5 a 1 mg/cm², portanto, o tempo de

proteção é menor do que o estimado.

O que são protetores solares de amplo espectro?

Além da radiação UVB, responsável pelas queimaduras solares, existem hoje diversos

protetores que protegem contra UVA e UVB, chamados de protetores solares de amplo

espectro. Não existe uma medida padronizada de proteção a radiação UVA, como o FPS

para a radiação UVB, cada marca de protetor usa uma escala diferente.

A radiação ultravioleta A é a responsável pelo bronzeamento da pele, pelo

envelhecimento da pele, mas também está envolvida no aparecimento do câncer de pele.

Atualmente a radiação UVA é bastante relacionada ao aparecimento de melanoma.

Protetores solares realmente protegem de câncer de pele?

Existe ainda alguma controvérsia quanto ao tema. Existem estudos mostrando que

usuários de protetor solar teriam uma incidência maior de melanoma que não usuários.

Uma possível explicação seria o fato de protetores mais antigos não protegerem para

radiação UVA e esta radiação estar relacionada ao aparecimento de melanoma. Outra

explicação seria o fato de uma pessoa usando protetor solar se expor por tempo mais

prolongado ao sol, aumentando assim o risco de desenvolver câncer. Existem diversos

estudos mostrando redução do número de lesões pré-malignas como

queratoses actínicas, e mesmo redução no aparecimento de câncer de pele por usuários

de protetor solar. O consenso atual entre os especialistas é que se deve usar protetor

solar, contanto que esta não seja a única medida deprevenção.O uso do protetor solar

deve ser associado ao uso de roupas adequadas, chapéus e bonés e ainda evitar a

exposição solar.

Uso de roupas ajuda a proteger do sol?

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As roupas ajudam na proteção ao sol. Para a prática de esportes ao ar livre, para

situações que dificultem a reaplicação do filtro solar ou no caso das crianças com menos

de 6 meses, as roupas podem ser uma boa opção para quem quer proteger a pele do sol.

A proteção conferida pela roupa depende do tipo de tecido e do fato de estar seco ou

molhado. Os tecidos de algodão, mais leves, oferecem proteção menor. Já os sintético,

como a lycra dão maior proteção. Veja os fatores de proteção das roupas abaixo:

Tecidos FPS

Camiseta molhada 11

Camiseta seca 16

Lycra molhada 24

Lycra seca 35

Proteção Solar - Dicas:

Use sempre um protetor solar FPS mínimo de 15 e de amplo espectro.

O protetor solar deve ser aplicado antes da exposição solar (quanto tempo

antes varia de acordo com a marca de protetor solar e deve estar assinalado no

rótulo) e reaplicado a cada 2 a 4 horas de exposição contínua ou após transpiração

excessiva. No caso de atividades aquáticas utilize protetor resistente à água. Não

economize na quantidade: uma camada muito fina de fotoprotetor não é suficiente

para uma fotoproteção adequada.

Não se esqueça de proteger as orelhas, lábios, pescoço, dorso das mãos e dos

pés e onde o cabelo é rarefeito.

Uso de bonés, viseiras ou chapéus, que promovem uma barreira física aos

raios solares, de preferência com tecidos que também conferem proteção solar.

Utilize óculos com filtros UV nas atividades ao ar livre.

Procure evitar a exposição solar entre 10:00 e 16:00, quando a radiação

ultravioleta B é mais intensa.

Crianças acima dos 6 meses devem usar protetor solar, abaixo dos 6 meses

devem evitar a exposição solar.

Crianças devem sempre usar protetores livres de PABA (ácido

paraaminobenzóico), já que esta substância está relacionada a aparecimento de

reações alérgicas na pele. .

A sombra ensina quando não tomar sol: Próximo ao meio dia nossa sombra

fica menor do que o tamanho de nosso corpo é o horário da sombra curta. É

quando devemos evitar o sol. Quando nossa sombra está maior do que nosso

corpo, podemos ficar ao sol, mas com protetores solares. É o horário da sombra

longa.

Fique atento aos índices UV.

Pratique o autoexame, esteja atento a qualquer alteração na sua pele,

principalmente manchas escuras, pintas novas ou que se modificam, ou ainda

lesões avermelhadas, que não desaparecem.

Procure um dermatologista para uma avaliação especializada regularmente.

Autor: Dr. Gustavo Alonso Pereira

Fonte: Câncer de Pele (online), 2012

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Anexo J: Com nanotecnologia, cientistas criam protetor solar que não penetra na pele

Produto não entra na corrente sanguínea, diminuindo riscos para saúde.

Pesquisadores encapsularam protetor comum em nanopartícula.

Com a ajuda da nanotecnologia, cientistas da Universidade Yale desenvolveram um

protetor solar que é capaz de bloquear os raios ultravioleta sem penetrar na pele. A vantagem

é que, dessa forma, o produto não entra na corrente sanguínea, evitando possíveis riscos para

a saúde.

Os pesquisadores encapsularam um protetor solar comum, o padimato O, dentro de

uma nanopartícula, estrutura minúscula normalmente usada para transportar medicamentos

para dentro do organismo.

As chamadas nanopartículas bioadesivas contendo o protetor solar são maiores do

que os poros da pele, por isso se mantêm na superfície. Para testar se o produto realmente era

incapaz de penetrar, ele foi aplicado na pele de porcos. Além de constatar que as

nanopartículas realmente não penetraram nos animais, os cientistas também concluíram que

o produto é resistente à água e permanece na superfície da pele por um dia ou mais.

Outros testes, feitos em camundongos, atestaram que a capacidade de bloquear os

raios ultravioleta das nanopartículas com protetor era similar à capacidade do protetor

aplicado diretamente na pele, fora das nanopartículas.

Efeitos nocivos pouco conhecidos

O professor de dermatologia de Yale Michael Girardi, um dos autores do estudo, observa

que há pouca pesquisa sobre os efeitos do uso de protetor solar na geração de moléculas

conhecidas como espécies reativas de oxigênio, que são capazes de provocar danos nas

células. "Protetores químicos protegem contra os efeitos diretos dos raios ultravioletas no

DNA, mas podem não proteger contra os efeitos indiretos", diz.

A pesquisadora Jessica Tucker, do Instituto Nacional de Imagem Biomédica e

Bioengenharia dos Estados Unidos, órgão que financiou o estudo, ressalta que o potencial

risco para a saúde da entrada do protetor solar na corrente sanguínea ainda é pouco

conhecido. "Todos sabemos dos benefícios do protetor solar, mas as potenciais toxicidades

devido à penetração no organismo e a criação de agentes capazes de danificar o DNA não

são bem conhecidas", diz.

"Um protetor solar desenvolvido com bioengenharia para inibir a penetração e

manter os componentes capazes de danificar o DNA isolados na nanopartícula é um ótimo

exemplo de como uma tecnologia sofisticada pode ser usada para resolver um problema que

pode estar afetando a saúde de milhões de pessoas", diz a cientista.

Fonte: Bem Estar, Portal G1, 2016

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Anexo K: Proteção solar: oxibenzona presente em filtros penetra fundo na pele e

também causa riscos aos oceanos

O oxibenzona é muito absorvido por meio da pele e uma quantidade pode

permanecer no seu organismo

Você já deve ter lido ou ouvido o famoso texto sobre filtro solar que recomenda

fortemente a utilização do cosmético. Tem gente que o interpreta de forma metafórica,

mas para os que o entendem de modo literal, é bom repensar a respeito das

recomendações de sempre usar o filtro solar. Sim, é necessário se proteger, mas é

preciso ver quais as substâncias estão presentes no produto, pois algumas delas, como o

oxibenzona, podem ser péssimas para a saúde e o meio ambiente.

O oxibenzona é um composto orgânico e um agente que permite a proteção da

pele com relação à incidência de determinadas ondas dos raios solares. O problema que

envolve o oxibenzona está relacionado com a sua capacidade de penetrar nas camadas

profundas da pele - isso faz com que uma quantidade significativa da substância

permaneça no organismo.

Onde pode ser encontrado e identificado

O composto orgânico pode ser encontrado na maioria dos protetores

solares comercialmente vendidos com fator de proteção maior que 30 e nos protetores

de 15 a 30, em hidratantes com fator de proteção, esmalte para

unhas, perfumesfemininos e masculinos, protetores solares para os lábios, bases, spray

de cabelo, condicionador e em alguns xampus, cremes antirrugas, BB creams, loção pós

barba e protetores solares para crianças.

Nas embalagens o oxibenzona pode ser identificado como: Oxybenzone, B3,

Benzophenone-3, (2-Hydroxy-4-Methoxyphenyl) Phenyl- Methanone, (2-Hydroxy-4-

Methoxyphenyl) Phenylmethanone; 2-Benzoyl-5-Methoxyphenol; 2-Hydroxy-4-

Methoxybenzophenone; 4-Methoxy-2-Hydroxybenzophenone, Advastab 45; Ai3-

23644; Anuvex; 2-Hydroxy-4-Methoxy.

Como o oxibenzona atua

O composto absorve raios ultravioletas do tipo A (UV-A) e do tipo B (UV-B),

que compõem 95% da radiação UV. Esse tipo de radiação penetra nas camadas

profundas da pele, sendo responsável pelo envelhecimento precoce da pele, pelo

bronzeamento rápido e, em alguns casos de desproteção da pele, causa câncer de

pele por meio de alterações no DNA. Desse modo, o oxibenzona para proteger do UVA

também penetra nas camadas profundas da pele

Efeitos na saúde e no ambiente

Os danos à saúde provocados pelo oxibenzona são diversos: reações alérgicas na

pele com protetor solar, desencadeadas pela exposição ao sol, mutação

celular, desregulação de processos hormonais e liberação de radicais livres.

Em um estudo para verificar o quanto de oxibenzona seria excretado pelas

pessoas que participaram de um experimento, foi possível verificar que, para uma

aplicação no corpo inteiro de protetor solar contendo 4% de oxibenzona, apenas 0,4%

(11 mg) foi excretado nos dois dias seguidos à aplicação. Ou seja, foram aplicados 2,75

gramas de oxibenzona por meio do protetor solar no corpo de cada pessoa e, devido à

baixa excreção, ainda permaneceram no corpo aproximadamente 2,74 gramas de

oxibenzona.

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A conclusão é simples, tudo o que aplicamos na nossa pele entra sim no nosso

organismo. Desta forma, o composto pode sair ou permanecer acumulado. E quando

permanece no nosso organismo, ele possibilita o desenvolvimento de doenças.

Pela grande quantidade de oxibenzona que é absorvida por meio da pele, o uso

de protetores solares com essa substância deve ser evitado por crianças.

Quando passamos protetor solar e vamos para o mar, estamos liberando os

compostos químicos do produto para o oceano. Estudos têm mostrado que milhões de

toneladas de filtro solar são liberados no mar todos os anos. Compostos como o

oxibenzona estão impactando negativamente corais, algas e até micro-organismos.

Nanopartículas dos filtros solares reduzem a atividade de bactérias essenciais para

decomposição e renovação da água. Outros nutrientes inorgânicos também são lançados

por meio dos protetores solares com o fósforo e o nitrogênio, promovendo o

crescimento descontrolado de algas, que podem diminuir a quantidade de oxigênio

dissolvido no oceano, provocando uma reação em cadeia que sempre chega ao ser

humano de alguma forma - nesse caso, com a redução de pescados de origem marinha

disponíveis.

Regulamentação nacional e internacional

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) permite a presença de

oxibenzona em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. A concentração

máxima permitida é de 10%, sendo que, para concentrações acima de 0,5%, deve

constar no rótulo a advertência: contém oxibenzona.

O Comitê Científico de Produtos de Consumo (SCCP - sigla em inglês) da

Comissão Europeia, baseado em estudos, aponta que a concentração máxima de

oxibenzona em filtros solares com proteção ultravioleta deve ser de 6%. Em outros

produtos cosméticos com fator de proteção em sua formulação, a concentração máxima

deve ser de 0,5%.

Alternativas

Para quem não quer ser exposto ao oxibenzona, opte por filtros solares e por

outros cosméticos que te protejam dos raios ultravioletas utilizando óleos vegetais,

como o deCamellia sinensis (chá verde), de Coffea arabica e C.

canephora (café), Rosmarinus officinalis (alecrim), Aloe vera (babosa), Viola

tricolor (amor-perfeito), Matricaria recutita (camomila), Arachis hypogaea

L. (amendoim), Cocos nucifera (coqueiro) e deSesamum indicum (gergelim). No

entanto, os óleos vegetais ainda apresentam fator de proteção abaixo do mínimo

considerado, que é de FPS 15. Neste sentido, produtos que utilizam óleos vegetais como

protetores solares usam também outros potencializadores de proteção para chegar ao

fator mínimo, que podem ser químicos naturais ou sintéticos. Por isso, é sempre bom

olhar os rótulos dos produtos para verificar se eles contêm compostos nocivos, como o

oxibenzona.

Fonte: Portal eCycle, 2013