4
O TEMPO LIVRE, O ÓCIO E A ANIMAÇÃO 1- Tempo livre No que respeita ao tempo livre, de uma maneira geral, tempo livre é todo o tempo liberto de ocupações profissionais remuneradas, ou seja, o oposto ao trabalho. Aquele tempo em que cada um está isento das ocupações diárias. 1.1- Enquadramento Histórico do Tempo Livre Em 1820, durante a revolução industrial, o tempo livre foi suprimido porque o tempo de trabalho aumentou e, as pessoas começaram a ficar cada vez mais com o seu tempo ocupado. Mais tarde, começou a sentir-se a necessidade da existência de algum tempo para além do trabalho. “A dicotomia convencional entre o "tempo de trabalho" e o "tempo livre" dominou, também, o pensamento científico. O primeiro trabalho neste domínio deve-se a Thorstein Veblen, economista e sociólogo americano, autor da obra The Theory of the Leisure Class (1899). Veblen analisa o modo como as elites sociais americanas, de finais do século XIX, usam o "tempo livre" como forma de distinção social. Para as classes sociais mais abastadas da época, o trabalho conspurcava e a manifestação de um estatuto social elevado baseava-se num "consumo improdutivo do tempo", dedicado a atividades de lazer” A partir de meados dos anos 50 começaram a sentir-se algumas mudanças. “Por una parte, el aumento del tiempo libré y la consecuente preocupación por llenarlo de manera creativa; por otro lado, la situación de desarraigo, de marginalidad y de exclusión social que se produce en las grandes ciudades”

o Tempo Livre

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A evolução histórica do tempo livre.

Citation preview

O TEMPO LIVRE, O CIO E A ANIMAO

1- Tempo livre

No que respeita ao tempo livre, de uma maneira geral, tempo livre todo o tempo liberto de ocupaes profissionais remuneradas, ou seja, o oposto ao trabalho. Aquele tempo em que cada um est isento das ocupaes dirias.

1.1- Enquadramento Histrico do Tempo Livre

Em 1820, durante a revoluo industrial, o tempo livre foi suprimido porque o tempo de trabalho aumentou e, as pessoas comearam a ficar cada vez mais com o seu tempo ocupado.Mais tarde, comeou a sentir-se a necessidade da existncia de algum tempo para alm do trabalho. A dicotomia convencional entre o "tempo de trabalho" e o "tempo livre" dominou, tambm, o pensamento cientfico. O primeiro trabalho neste domnio deve-se a Thorstein Veblen, economista e socilogo americano, autor da obra The Theory of the Leisure Class (1899). Veblen analisa o modo como as elites sociais americanas, de finais do sculo XIX, usam o "tempo livre" como forma de distino social. Para as classes sociais mais abastadas da poca, o trabalho conspurcava e a manifestao de um estatuto social elevado baseava-se num "consumo improdutivo do tempo", dedicado a atividades de lazer A partir de meados dos anos 50 comearam a sentir-se algumas mudanas.Por una parte, el aumento del tiempo libr y la consecuente preocupacin por llenarlo de manera creativa; por otro lado, la situacin de desarraigo, de marginalidad y de exclusin social que se produce en las grandes ciudades(Ander-Egg, 2001: 28).O tempo livre aumentou progressivamente, os homens comearam a fazer menos horas de trabalho, houve uma diminuio dos dias de trabalho por semana, menos semanas de trabalho por ano e menos anos de trabalho durante a vida de cada pessoa.Estes foram ocupados com algumas tarefas e rotinas cuja finalidade era o bem-estar prevalecer sobre o trabalho.Ora o desejo deste tempo vazio, , suscitou paradoxalmente um outro tempo de lazer e de distrao, por sua vez previsto, organizado, cheio, agitado, baseado em novos valores: tempo mercadoria dos primeiros clubes de frias que s difere do tempo inicial da modernidade pela ausncia do trabalho (Corbin, s.d: 6-12).Aps o final da II Guerra Mundial, comearam-se a divulgar as folgas remuneradas e as frias do trabalho. Ento procurou-se guardar, verificar, edificar e fomentar o tempo livre.Tendo em conta o mesmo autor, em Frana, por exemplo, a questo do tempo livre manteve-se durante muito tempo associada s lutas proletrias. Em 1981 surgiu o Ministrio do Tempo livre e durou cerca de dois anos.Na Amrica este era considerado como um tempo benfico em que no se trabalhava e se podia fazer o que se queria. Comeando a haver cada vez mais a ideia de que durante a semana existe o tempo de trabalho patronal e o tempo particular.Segundo a mesma fonte, este tempo livre surgia como um tempo apagado e consagrado ao cumprimento do dever ritual. Religio, festas, divertimentos e restaurao da fora de trabalho continuavam estritamente ligados.Esta ideia foi mudando e as pessoas comearam a no fazer nada neste tempo livre.

2- cio

A palavra cio deriva do latim otiu e significa vagar; repouso; lazer; descanso (Gabinete de estudos e projetos de texto, 1995: 1044). Esta remete-nos para uma ausncia da rotina diria (das tarefas, obrigaes familiares e pessoais) e do trabalho laboral. Orienta-nos para a disponibilidade pessoal, ou seja, o tempo em que a pessoa escolhe livremente as atividades que quer desenvolver, satisfazendo as suas necessidades pessoais, podendo optar por descansar, divertir-se ou aumentar os seus conhecimentos.Quanto elaborao de uma nica definio para designar esta palavra (aps alguma pesquisa), parece-nos que surgiram algumas dificuldades.

2.2- Enquadramento Histrico do cio

Para ROVIRA e TRILLA (1987:20) este no uma coisa recente, uma vez que est presente na histria humana. Sendo assim: de una manera o de outra todas las sociedades han conocido el tiempo libr. Conforme as sociedades foram evoluindo ele tambm foi alvo de alteraes.A sua finalidade est em si prprio, ou seja, no direito de realizar a atividade que se quer, de livre vontade e, de realizao livre. A pessoa deve de desfrutar dela e durante a sua realizao deve de satisfazer as suas necessidades pessoais.Na Grcia antiga dava-se mais valor ao cio do que ao trabalho, principalmente entre os atenienses, j que os espartanos eram guerreiros. O cotidiano do povo grego acontecia fundamentalmente nos ginsios esportivos, nas termas, no frum ou outros lugares de reunio. Interessante notar que a palavra cio, em grego, skole; de onde deriva a palavra escola em portugus, que em latim schola e em castelhano, escuela. Quer dizer, os nomes dados aos lugares destinados educao significavam cio para os gregos. Assim, eles consideravam o cio como algo a ser alcanado e desfrutado (Portal dos Professores de EJA, em linha, 2007).Em Roma inicialmente, este era sinnimo de desocupao e de diverso.Na Idade Mdia, as pessoas eram muito atarefadas. Ento, procuravam-no como descanso e diverso no intervalo de suas diversas atividades.