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Rafael Ruggi O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM PODCASTS: UMA PROPOSTA DE USO EM UM CURSO A DISTÂNCIA Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Federal de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Tecnólogo em Sistemas para Internet. Área de Concentração: Informática na Educação Orientadora: Profa. Dra. Rosana Ferrareto Lourenço Rodrigues São João da Boa Vista 2016

O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

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Page 1: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

Rafael Ruggi

O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

PODCASTS: UMA PROPOSTA DE USO EM

UM CURSO A DISTÂNCIA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Federal de São Paulo, como parte dosrequisitos para a obtenção do grau de Tecnólogo em Sistemas para Internet.

Área de Concentração: Informática na Educação

Orientadora: Profa. Dra. Rosana Ferrareto Lourenço Rodrigues

São João da Boa Vista

2016

Page 2: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer

meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que

citada a fonte.

Ficha catalográfica preparada pela Seção de Tratamento da Informação do Serviço de Biblioteca – IFSP

Ruggi, Rafael.

R931t

O texto científico ensinado em podcasts: uma proposta de uso em um

curso a distância / Rafael Ruggi. – 2016. – 113 – Orientadora: Rosana

Ferrareto Lourenço Rodrigues. – Trabalho de Conclusão (Tecnologia em

Sistemas para Internet) – Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de São Paulo, Câmpus São João da Boa Vista, 2016.

Page 3: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

AGRADECIMENTOS

Eu agradeço a todos que me ajudaram na elaboração deste trabalho de

qualquer maneira. À professora Rosana, que me guiou mais que a estrela de

mesmo nome; minha família; e algumas pessoas que me impulsionaram a

algo na linha de podcasts: Caio Teixeira, Heitor de Paola, Henrique

Sampaio, Caio Corrainni, Douglas Pereira, Jeff Gertsman, Vinny Caravella,

Brad Shoemaker, Dan Ryckert, Drew Scanlon, Alex Navarro, Austin

Walker, Jeff Bakelar, Ira Glass, Jad Abumrad, Robert Krulwich e a Ryan

Davis.

Page 4: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM
Page 5: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

RESUMO

RUGGI, R. O texto científico ensinado em podcasts: uma proposta de uso em um curso a

distância. Trabalho de Conclusão de Curso - Instituto Federal de São Paulo, São João da Boa

Vista, 2016.

Participar de aulas expositivas de qualquer disciplina está no calendário de estudantes do ensino fundamental, médio ou superior. Muitos docentes tentam “suavizar” essa exposição do conteúdo para que as aulas se tornem menos maçantes e improdutivas. O podcast é uma das ferramentas que pode auxiliar esse processo. Podcasts são programas de rádio distribuídos digitalmente por RSS (HARRIS; REA, 2009) e, desde a sua concepção (HEMMERSLEY, 2004), têm também sido utilizados como recursos de sala de aula (RAINSBURY, 2006), porém não de maneira abrangente, este trabalho ajuda a fechar essa lacuna. Focando no estudo, elaboração, produção e distribuição de podcasts, este trabalho visa a apresentá-los como objetos de aprendizagem em um curso de redação científica a distância aplicando um método específico para seu desenvolvimento, esse consistindo das seguintes etapas: pré-produção, produção e pós-produção (MIRO, 2013a) (FOSCHINI E TADDEI, 2006). Esse podcast foi ofertado no LALETEC (Laboratório de Letramento Técnico-Científico), no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo, câmpus de São João da Boa Vista. O material apresenta as macro e microestruturas do texto científico com cinco episódios cada, que abordaram desde aspectos mais abrangentes até propriedades mais específicas dos gêneros textuais científicos. A macroestrutura textual constitui os seguintes assuntos: o texto científico (gênero: tema, composição, estilo e tipo textual argumentativo); o texto argumentativo (modelo da retórica aristotélica); o artigo científico (seções); o desenvolvimento (referencial teórico e metodologia); a conclusão (resultados e discussão). Na microestrutura textual, são abordados: o estilo (linguagem); o resumo (segundo a ABNT); o abstract (e o uso da tradução automática); o uso de dados visuais (tabela, quadros, gráficos, etc.); e a coesão textual (tópico frasal / marcadores discursivos). Tais podcasts têm, entre seus gêneros: entrevistas, discussões e até a adaptação de uma das estruturas para uma receita culinária. Os passos técnicos para a construção do podcast foram pré-produção (pauta), produção (gravação) e pós-produção (edição e distribuição) (MIRO, 2013a) (FOSCHINI E TADDEI, 2006). Os podcasts foram distribuídos como material de apoio a partir da metodologia Flipped Learning, na qual o aluno tem contato com os podcasts antes de ir para a aula. No término do curso de redação científica fez-se uma pesquisa com os alunos e, um dos dados apresentados como resultados mostra que apenas um dentre os trinta e dois dos entrevistados não aprovou a utilização de podcasts no curso. Os materiais distribuídos em formato podcast estão disponíveis por intermédio de RSS, seja essa permanência para estudo para provas do próprio curso ou ainda para auxílio na escrita de novos textos científicos.Concluiu-se que é fácil manter um podcast, que devem haver mais iniciativas de criação de podcasts para auxiliar na área acadêmica, focando não apenas na redação científica e sim em todas as disciplinas, e em todos os ciclos de ensino. Como trabalhos futuros indica-se a criação de um estudo comparativo com dois cursos, um com e um sem podcasts, para que se possa medir diferenças quantitativas sobre o aproveitamento dos podcasts.

Palavras-chave: Produção de Podcasts. Objetos de aprendizagem. Texto Científico. Flipped

Learning. Educação a Distância.

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ABSTRACT

RUGGI, R. The scientific text taught in podcasts: a proposal of use in an e-learning course.

End of Course Reasearch - Instituto Federal de São Paulo, São João da Boa Vista, 2016.

To participate in classes of expositive content is in the agenda of any student, in any degree, basic, high school or graduation. Many teaching professionals try to “soften” such exposition of content, so that classes become less boring and less unproductive. The podcast is one of such tools that can help this process. Podcasts are radio shows distributed digitally by RSS (HARRIS; REA, 2009) and, since the conception of the term (HEMMERSLEY, 2004), it has been used as a resource in classrooms (RAINSBURY, 2006), however not in a broadly way, this research helps to close this gap. Focusing on the study, elaboration, production and distribution of podcasts, this paper seeks to show them as Learning Objects, in an e-learning course of scientific paper production applying an specific method fot its development, consisting of the following phases: pre-production, production and post-production (MIRO, 2013a) (FOSCHINI E TADDEI, 2006). This podcasts was offered by LALETEC (Laboratory of Technical-Scientific Literacy), at Instituto Federal de Educacão Ciência e Tecnologia de São Paulo, câmpus São João da Boa Vista. The material presents the macro and microstructures of the Scientific Text, and contain from broader matters to more specific properties of the Scientific text gender. The Scientific text macrostructure contains the following topics: The Scientific Text (gender: theme, composition, style and argumentative type of text); the argumentative text (Aristotelle model of Rethoric); the scientific paper (sections); the development (theoretical referential and metodology); the conclusion (results and discussion). In the textual microstructure, the expanded topics are: the style (discourse); the Brazilian abstract (by ABNT), the translated abstract (and the use of machine translation); the use of visual data (tables, boards, graphs, etc.); text cohesion (topic sentence / discursive markers). Such podcasts are presented from these discursive genders: interviews, discussions and even the adaptation of one of its discursive structures to a food recipe. The technical steps taken to the construction of the podcast were pre-production (schedule), production (recording) and post-production (editing and distributing) (MIRO, 2013a) (FOSCHINI E TADDEI, 2006). The podcasts were distributed as support material through the methodologyFlipped Learning, in which students have contact with the podcasts before going to classes. At the end of the course a questionnaire was filled by the students and only one between thirty two students did not approve the utilization of podcasts in the course. The materials distributed as podcasts are available through RSS, in order to be used for studying, as well as for helping in new academic writing. It was concluded that it is easy to maintain a podcast, that it should be more initiatives in the creation of podcasts for academic use, focusing not only in the writing of scientific papers, but in all courses, and in every educational level. As future research it is indicated the creation of a comparative study in order to evaluate the quantitative gain of utilizing podcasts.

Keywords: Podcasts. Learning objects. Scientific Writing. Flipped Learning. E-learning.

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Page 9: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Pauta-guia de um podcast ............................................................. 28

Figura 2 – Pessoa.XML................................................................................... 33

Figura 3 – giantbomb.rss................................................................................. 34

Figura 4 – Primeira configuração dos equipamentos utilizados ...................... 53

Figura 5 – Segunda Configuração dos equipamentos utilizados..................... 54

Figura 6 – Terceira configuração dos equipamentos utilizados....................... 54

Figura 7– O Gravador de áudio Audio Recorder HD....................................... 64

Figura 8 – O caminho dos arquivos no dispositivo Android............................. 65

Figura 9 – A mesa de som Behringer Europower PMP1000 com destaques.. 67

Figura 10 – A traseira mesa de som Behringer Europower PMP1000 com

destaques ...................................................................................... 68

Figura 11 – O gravador de Mão Sony ICD-PX312 ligado................................ 69

Figura 12 – As entradas superiores e o microfone dinâmico do Sony ICD-

PX312............................................................................................ 69

Figura 13 – O Receptor de áudio Shure PGXD4 Wireless Receiver............... 70

Figura 14 – O emissor de áudio Shure PGXD1 Bodypack Transmitter........... 71

Figura 15 – A gravação do podcast................................................................. 72

Figura 16 – Os setores do Audacity ................................................................ 76

Figura 17 – As ondas de voz cercadas pelo silêncio a ser cortado................. 77

Figura 18 – A tela de cadastro de uma nova conta no SoundCloud ............... 78

Figura 19 – O upload do arquivo na ferramenta SoundCloud ......................... 79

Figura 20 – Ajuste de configurações na ferramenta SoundCloud ................... 80

Figura 21 – A exibição do podcast na ferramenta SoundCloud ...................... 81

Figura 22 – A exibição do podcast na plataforma Moodle............................... 82

Figura 23 – A exibição da ferramenta IFSP Nuvem ........................................ 83

Figura 24 – Compartilhando o podcast na ferramenta IFSP Nuvem............... 84

Figura 25 – O arquivo RSS utilizado ............................................................... 85

Figura 26 – Amostragem de Participantes ...................................................... 91

Figura 27 – Área de conhecimento dos participantes ..................................... 92

Figura 28 – Reação ao Flipped Learning ...................................................... 92

Figura 29 – Suporte a Objetos de aprendizagem............................................ 93

Figura 30 – Aferindo a qualidade dos podcasts em geral ............................... 93

Page 10: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

Figura 31 – A classificação dos Podcasts quanto ao Curso de Redação

Científica........................................................................................ 95

Figura 32 – A classificação dos Podcasts quanto ao desenvolvimento da

pesquisa ........................................................................................ 96

Page 11: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 -As fases e as tarefas da produção de podcasts ............................ 31

Quadro 2 - As exposições de conteúdo em sala de aula................................. 42

Quadro 3 - As exposições de conteúdo em aula............................................. 47

Quadro 4 - Os Gêneros do Texto Ouvido........................................................ 50

Quadro 5 - Os Participantes do Texto Ouvido................................................. 52

Quadro 6 - Adaptação dos mapas de atividades do curso de redação

científica......................................................................................... 57

Quadro 7 - Os Softwares de gravação e edição de áudio ............................... 62

Quadro 8 - Os podcasts do Texto Ouvido........................................................ 87

Page 12: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

LISTA DE SIGLAS

AAC Advanced Audio Coding (Codificação de Áudio Avançada)

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CTI Renato Archer Centro de Tecnologia de Informação Renato Archer

EaD Educação a Distância

IFSP Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

LALETEC Laboratório de Letramento Técnico-Científico

MP3 MPEG-1 ou MPEG-2 Audio Layer III

MPEG Moving Picture Experts Group (Grupo de Especialistas em Vídeos)

PUC Pontifícia Universidade Católica

RSS Really Simple Syndication (Sindicalização Realmente Simples)

SBV São João da Boa Vista

UNESP Universidade do Estado de São Paulo

UNIFAE Universidade das Faculdades Associadas de Ensino

UNIFAL Universidade Federal de Alfenas

UNIFEOB Universidade da Fundação de Ensino Octávio Bastos

Page 13: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM
Page 14: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................17

1.1 Motivação ............................................................................................................................. 20

1.2 Objetivos............................................................................................................................... 21

1.3 Organização deste trabalho................................................................................................. 222

2 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA .................................................................................254

2.1 Produção de podcasts ......................................................................................................... 254

2.1.1 Antes de Começar ............................................................................................................ 326

2.1.2 A pré-produção de um podcast ........................................................................................ 367

2.2.3 A produção e a pós-produçao de um podcast .................................................................. 379

2.2 RSS .................................................................................................................................... 32

2.2.1 O Feed................................................................................................................................ 32

2.2.2 Agregadores de Feed ....................................................................................................... 436

2.3 Educação com Podcasts..................................................................................................... 37

2.3.1 Podcasts como Objetos de Aprendizagem....................................................................... 438

2.3.2 Podcasts no Flipped Learning............................................................................................ 40

2.3.2 Educacao a Distãncia e sua relação com Podcasts ............................................................ 43

3 METODOLOGIA........................................................................................................49

3.1 Antes de comçear um podcast .............................................................................................. 49

3.1.1 A temática do podcast........................................................................................................ 49

3.1.2 O formato podcast.............................................................................................................. 50

3.1.3 A escolha do nome............................................................................................................. 51

3.1.4 Os Participantes.................................................................................................................. 52

3.1.5 os equipamentos utilizados para a gravação ...................................................................... 49

3.2 A pré-produção dos conteúdos de áudio............................................................................... 55

3.3 A produção dos podcasts ...................................................................................................... 61

Page 15: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

3.3.1 O necesssário para a gravar................................................................................................ 61

3.3.2 Passos para a gravação de um de um podcast.................................................................... 63

3.3.3 Gravando podcasts com pessoas........................................................................................ 73

3.4 A edição ou pós produção de um podcast ............................................................................ 73

3.4.1 A apresentação da ferramenta Audacity ........................................................................... 74

3.4.2 A edição do áudio .............................................................................................................. 76

3.4.3 A publicação do podcast .................................................................................................... 78

4 RESULTADOS ...........................................................................................................86

4.1 Os podcasts produzidos ........................................................................................................ 86

4.1.1 Dificuldades encontradas na produção do Texto Ouvido .................................................. 88

4.2 O questionário de avaliação do Texto Ouvido...................................................................... 90

5 CONCLUSÕES FINAIS..............................................................................................99

REFERÊNCIAS..............................................................................................................103

APÊNCICE A .................................................................................................................107

Page 16: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM
Page 17: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

17

Capítulo

1 Introdução

Ter sido assinante de um famoso jornal nos anos 90 proporciona um sentimento

parecido com o de hoje receber notícias pela Internet via Really Simple Syndication (RSS),

também chamado de RSS Feed.

Naquela época, caso se tivesse assinado um jornal diário, criaria-se, com o tempo,

uma lista de jornais em ordem decrescente dos antigos até os mais atuais. Tal pilha poderia

ser chamada de “agregadora de notícias”. A pilha aqui descrita, é uma pilha literal onde se

empilham várias coisas, podem ser revistas, jornais, periódicos, ou qualquer coisa que tenham

volumes. É a partir desse mesmo conceito que agregadores de RSS são nomeados.

Agregadores de RSS são softwares que imitam esse conceito de pilha, mas, ao invés de

jornais, tem-se atualizações diárias de um website, por exemplo. A diferença é que o RSS não

é apenas uma ferramenta para assinantes, mas também para publicadores. É uma tecnologia

de distribuição de conteúdo digital, geralmente de sites na web, que permite que assinantes se

inscrevam, como em uma assinatura de jornal (FINKELSTEIN, 2005).

RSS também é o principal meio pelo qual podcasts são distribuídos. Podcasts são

parecidos com programas diários ou semanais de rádio, com formato tradicional, onde existe

um locutor ou host, narrando determinada história ou acontecido, como, por exemplo, o

programa A voz do Brasil1 ou Café com o Presidente(a)2, mas são distribuídos digitalmente,

frequentemente em formato MP3 ou AAC, publicados através da Internet e nela atualizados

1 A voz do Brasil, programa tradicional de política brasileira. Mais informações em: <http://conteudo.ebcservicos.com.br/programas/a-voz-do-brasil/sobre_novo>.

2 Café com Presidente(a), programa com o presidente do Brasil, com entrevistas semanais. Mais informações em <http://cafe.ebc.com.br/>.

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18

via RSS (HARRIS; REA, 2009). Existem podcasts muito prestigiados em território nacional

como é caso no Nerdcast3, que tem seu próprio RSS feed, ou seja, sua própria pilha de

atualizações para distribuição de conteúdo.

Esse tipo de distribuição de programas de rádio via RSS começou em meados de 2005

com a popularização do iPod e seu aplicativo para ouvir música, o iTunes4, que serve até os

dias de hoje como agregador de podcasts (HAMMERSLEY, 2004). Pouco antes do facilitador

RSS, o termo Podcast foi cunhado a partir de uma dúvida de Hammersley (2004) sobre como

chamar o serviço: “But what to call it? Audioblogging? Podcasting? GuerillaMedia?”.

Hammesrley (2004), então chegou ao termo podcast a partir da junção de “Pod”, do aparelho

iPod (em que POD é acrônimo para “Personal On Demand”, que significa “Pessoal sob

Demanda”) e “Cast”, parte da palavra “broadcast”, que significa “transmissão”. Broadcast

refere-se à distribuição de conteúdo digital (SCHOFIELD; ARTHUR, 2006).

Alguns dados interessantes são apresentados por Hudson (2011). No ano de 2011, o

podcast com mais downloads individuais teve mais de cinquenta e nove milhões de

downloads, o que por si só pode ser interpretado como um grande sucesso. Contudo, ainda

segundo Hudson (2011), depois de “podcast” ter sido considerada a palavra do ano de 2005

pelo New Oxford American Dictionary5, o conceito de podcast tem estado esquecido com a

grande insurgência do movimento nas redes sociais.

Já na área da educação, é perceptível que, há muitos anos, têm surgido tentativas de

inserção dessa tecnologia. Rainsbury (2006) confirma tal perspectiva ampla e claramente. Ele

defende que, principalmente na área médica, muitos podcasts foram iniciados com o intuito

3 Disponível em <http://jovemnerd.com.br/categoria/nerdcast/>.

4 Programa que toca músicas e é agregador de RSS, primeiramente utilizado no iPod mais informações em: <https://www.apple.com/br/itunes/>.

5 New Oxford American Dictionary. Versão Online em: <http://www.oxforddictionaries.com/>

Page 19: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

19

de ajudar no desempenho dos alunos em assuntos específicos, tais como radiologia, patologia

e até anatomia. Porém a falta de literatura a respeito da aplicação de podcasts no meio

educativo é um problema.

Já no ensino de línguas, também já é visível a participação de outros autores no

universo da tecnologia a serviço da educação, como Zucolotto (2015) e Volpato (2012).

Porém, em tais casos, com videoaulas, disponíveis pela internet 6 . Então, por que não

desenvolver podcasts como objetos de aprendizagem para o ensino de outras disciplinas, tais

como matemática, física, química, línguas?

Toda disciplina com muito conteúdo a ser transmitido ao aluno de forma expositiva

pode ser remodelada a partir do uso de novas abordagens, inclusive com o uso de tecnologia.

Uma teoria educacional que visa a melhoria desse aproveitamento do tempo de professores e

alunos em sala de aula é o “Flipped Learning” ou “Flipped Classroom”, traduzida como “Sala

de Aula Invertida”. Nessa metodologia de ensino, os alunos leem algum texto, ou veem algum

vídeo, antes da aula propriamente dita, quando só então o professor faria algum tipo de

atividade prática, visto que seus alunos já teriam tido prévio contato com o conteúdo

expositivo (HERREID; SCHILLER, 2013). O podcast, nesse caso, seria usado como recurso

para prover esse conteúdo prévio aos alunos.

Diante do exposto, é que se apresenta como objetivo deste trabalho a criação de

podcasts, por meio de RSS, para a adoção da abordagem flipped learning em um curso de

extensão na modalidade a distância para o ensino de redação acadêmica7.

6 Disponíveis respectivamente em < http://www.gilsonvolpato.com.br> e <http://www.escritacientifica.com >.

7 O curso em questão será oferecido, a partir de agosto/2015, por meio do Projeto LALETEC – Laboratório de Letramento Técnico-Científico, com sede no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFSP) câmpusSão João da Boa Vista (SBV), fomentado pela Pró-Reitoria de Extensão (PRX) no processo via Edital nº 990 -Programa Institucional de Apoio a Projetos de Extensão do IFSP 2015.

Page 20: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

20

1.1 Motivação

A região de São João da Boa Vista tem se tornado um polo universitário de referência,

para onde convergem muitos estudantes em busca de capacitação em nível técnico e superior.

Na cidade de São João da Boa Vista, além dos tradicionais Centros Universitários – Centro

Universitário das Faculdades Associadas de Ensino (UNIFAE) e Centro Universitário da

Fundação de Ensino Octávio Bastos (UNIFEOB), há, desde 2007, um câmpus do Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFSP) e, mais recentemente, em 2013, a

Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (UNESP) inaugurou seu câmpus experimental.

Na cidade vizinha, Poços de Caldas, há um câmpus da Universidade Federal de Alfenas

(UNIFAL) e um da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Minas. Além dessas instituições

de renome, há muitas outras pequenas faculdades nessas duas e nas demais cidades da região,

tais como Espírito Santo do Pinhal, Aguaí, São José do Rio Pardo, Casa Branca e Mococa.

Além das instituições de ensino, há também a parceria com o Centro de Tecnologia da

Informação (CTI) Renato Archer 8 , em Campinas, que é uma unidade de pesquisa do

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que atua na pesquisa e no desenvolvimento em

tecnologia da informação, com intensa interação com os setores acadêmico, por meio de

diversas parcerias em pesquisa, em vários projetos de cooperação sendo a criação do curso de

redação científica a distância um desses projetos.

A grande motivação para a criação de tal laboratório deve-se à constatação da

necessidade cada vez mais urgente de se preparar alunos para novos contextos de

comunicação, onde língua materna e estrangeira convivem e a escrita normalizada é

8 O IFSP-SBV já tem parceria com o CTI Renato Archer Campinas (<http://www.cti.gov.br/>), devido à criação de um Grupo de Pesquisa no CNPq, o WebSemanTec (<http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/8741878866371031>), para o desenvolvimento de produtos tecnológicos, tais como um repositório de objetos de aprendizagem (em que ficarão armazenados e serão disponibilizados futuramente os podcasts).

Page 21: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

21

fundamental. Geralmente, disciplinas regulares dos diversos cursos não apresentam, como

foco principal, o ensino minucioso da escrita acadêmica, em qualquer língua. Os alunos

ingressantes de tais cursos, geralmente, têm o ensino de escrita restrito ao que lhes foi

transmitido, com ênfase nos padrões para avaliações de sistemas de ensino e vestibulares, o

que por si só não condiz com a socialização ou especificidades do discurso acadêmico. Além

disso, a escrita acadêmica em inglês não é uma habilidade alvo nos cursos de idiomas

disponíveis no mercado.

Finalmente, o fato de já existirem trabalhos correlatos também justifica esta pesquisa,

alguns desses trabalhos publicados pela própria equipe do LALETEC justificam a

necessidade crescente de pesquisa sobre o tema. Destacamos como projetos similares no

Brasil, a capacitação para a escrita acadêmica com auxílio de tecnologia, os trabalhos de

Volpato (2012), que demonstra vários aspectos do texto científico e suas nuances, por meio de

videoaulas; o de Zucolotto (2015) e, finalmente os trabalhos Rodrigues (2015a) e Rodrigues

(2015b) sobre o próprio LALETEC .

1.2 Objetivos

O objetivo principal deste trabalho é produzir podcasts como objetos de aprendizagem

para atender a uma das demandas, que é a construção de material didático, de um curso de

extensão na modalidade a distância para o ensino de redação acadêmica no Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia (IFSP) câmpus São João da Boa Vista (SBV).

Os objetivos específicos são a produção, edição e publicação, por intermédio da

tecnologia RSS, de um conjunto de dez podcasts, com temática educacional, voltada

principalmente para a redação científica para a formulação de um objeto de aprendizagem que

Page 22: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

22

será aplicado no estilo Flipped Learning no curso de redação científica ministrado pelo

LALETEC. Outro objetivo específico

A proposta é produzir dez podcasts, dos quais cinco atenderão a uma perspectiva

macro dos conteúdos (tópicos mais abrangentes da escrita acadêmica), e cinco serão de

abordagem micro (aspectos mais específicos do conteúdo).

Os cinco módulos macro terão como temas: o texto científico (gênero - tema,

composição, estilo e tipo textual argumentativo); a macroestrutura do texto argumentativo

(modelo da retórica aristotélica); o artigo científico (seções); o desenvolvimento (referencial

teórico e metodologia); a conclusão (resultados e discussão). Os cinco módulos micro

abordarão: o estilo (linguagem); o resumo (segundo a ABNT); o abstract (e o uso da tradução

automática); o uso de dados visuais (tabela, quadros, gráficos, figuras e outras ilustrações); e a

coesão textual (tópico frasal e marcadores discursivos). No entanto, apenas a definição dos

módulos temáticos não é o suficiente para a gravação dos podcasts. Pensando nisso, foram

definidos gêneros textuais abrigarão os temas, entre eles: entrevista, discussão e receita

culinária.9

1.3 Organização deste trabalho

Após apresentarem-se, na introdução, o tema, a justificativa e os objetivos desta

pesquisa, este trabalho terá as seguintes seções: capítulo teórico, metodologia, resultados e

conclusões.

Serão apresentados, no capítulo teórico, considerações sobre as etapas de produção de

um podcast, da pré-produção, passando pela produção até a pós-produção dos programas,

depois será abordado o RSS para a distribuição dos podcasts e, por fim serão apresentadas

9 Ideias de gêneros sugeridas por Isabella Bruno Pereira e Hiago Macillis Henrique Cândido Rosa, monitores bolsistas do já citado LALETEC.

Page 23: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

23

considerações sobre o podcast como objeto de aprendizagem, seu uso no Flipped Learning e a

concepção do Ensino a Distância (EaD) para o projeto. Serão ainda discutidos o letramento

acadêmico e a necessidade de capacitação para a escrita científica.

No capítulo de metodologia, serão detalhados os passos para a criação dos podcasts,

passando inicialmente pelo processo de concepção das pautas, utilizando como base o design

instrucional, até o processo de produção ou gravação propriamente ditas, assim como o uso do

software de edição, finalmente abordando as tecnologias para a distribuição.

Como resultados, pretende-se apresentar todos os podcasts produzidos, assim como

uma pesquisa realizada para avaliar o proveito do podcast pelos alunos, ou seja, os ouvintes.

As conclusões trazem as considerações do encaixe do trabalho como um todo, assim como

fecham todos os aspectos educacionais e de produção que circundaram todo o projeto.

Page 24: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM
Page 25: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

Capítulo

2 Pesquisa Bibliográfica

Neste capítulo, o foco será a fundamentação de todos os aspectos técnicos e

tecnológicos necessários para a criação de um podcast. Sendo assim, inicialmente, serão

levados em consideração aspectos de como o podcast é criado, depois seu meio de

distribuição. Além disso, este trabalho leva em consideração todos os aspectos da

distribuição, publicação de podcasts, explicando-se os pormenores do arquivo RSS de

distribuição, seu funcionamento e como elaborá-lo.

É também relevante salientar que, na sequência, serão apresentados, também como

fundamentação, uma discussão sobre a educação com podcasts, o seu uso como objetos de

aprendizagem em aulas cuja abordagem seja o Flipped Learning e a sua relação com a EaD.

2.1 Produção de podcasts

Nesta seção, localizam-se as bibliografias necessárias para que processos e

procedimentos de produção dos podcasts sejam entendidos.

Inicialmente, deve ser levado em consideração que o podcast é uma mídia que é

principalmente voltada para o entretenimento, sendo assim, a maioria das informações sobre

seus processos e métodos será provida por quem os produz, ou seja, não necessariamente a

comunidade científica. Ainda nessa nota, deve-se pensar na construção de conteúdo

multimídia como algo sem regras definidas, portanto os processos de produção de podcasts

que são aqui descritos não são totalmente padronizados, tendo cada autor uma maneira

específica de definir os processos de produção. Esta subseção será dividida da seguinte

maneira: incialmente será explanado o necessário para a produção de um podcast, depois

disso, haverá explicações para as suas diferentes fases da produção.

Page 26: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

26

2.1.1 Antes de começar

Segundo Miro (2013a) existem decisões muito importantes que devem ser tomadas

antes da criação de um podcast. Entre elas, estão a escolha da temática, a escolha dos

participantes e integrantes, a escolha do nome e dos equipamentos que serão utilizados.

Quanto a temática e a escolha dos participantes e integrantes do podcast, Miro

(2013a) expõe “A temática precisa ser algo que você entenda, algo que você domine.

Ninguém ouvirá seu podcast se você não souber do que está falando. [...] Procure por pessoas

que entendam do assunto que você deseja tratar em seu podcast”.

Pereira (2013) ainda defende que outro aspecto importante (além dos já defendidos

por Miro) é o de escolher um formato, antes de começar, para que assim se alcance

originalidade trazendo a unicidade ao programa. Já quanto ao nome designado ao podcast,

Miro (2013a) explica que: “Se o nome do seu podcast remeter a temática do mesmo vai

facilitar a vida de quem faz buscas por podcasts em sites de pesquisa[...]”. E apesar disso

ainda aponta que “Ninguém ouve ou deixa de ouvir um podcast por causa do nome[...]”.

Sendo assim, pode-se concluir que, apesar de ser uma decisão importante, o nome não

necessariamente diz respeito ao conteúdo. Miro (2013a) ainda reitera “Como já disse, o nome

não influi na qualidade do conteúdo”.

Quanto aos equipamentos necessários para a gravação, Foschini e Taddei (2006),

Pereira (2013) e Miro (2013a) afirmam que o necessário para começar a gravação é um

microfone, para captar as vozes dos participantes, e um computador, para realizar tanto a

gravação como a edição e mixagem do áudio e afins. É importante notar que vários outros

aparelhos hoje em dia podem ser usados para captar o áudio, além de microfones –

smartphones e gravadores de mão são acessórios que podem fazer a mesma função de um

microfone para captar voz. Porém, ao contrário do microfone, é muito complicado trocar a

funcionalidade do computador de mixagem e edição do áudio gravado, pois não existem

alternativas versáteis e de fácil utilização para tais tarefas em outros tipos de aparelhos como

smartphones gravadores de mão, como acontece com a funcionalidade do microfone. Ainda

no tópico de equipamentos, os autores indicam softwares para a gravação e edição dos

podcasts nos computadores, as alternativas de software dadas pelos autores são Audacity10,

Adobe Audition11, Soundforge Pro12 (PEREIRA, 2013), (MIRO, 2013a).

10 Audacity é um editor e gravador de áudio de múltiplas faixas grátis e fácil de usar desenvolvido para Windows, Mac OS X, GNU/Linux e outros sistemas operacionais. Sua interface é traduzida para várias línguas.

Page 27: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

27

Uma vez que todos os elementos de preparação para o podcast foram apresentados,

apresentam-se, a seguir, os elementos de produção de fato do podcast.

2.1.2 A pré-produção de um podcast

A pré-produção consiste no planejamento do que vai ser dito em um podcast, assim

como a leitura de qualquer material. Nesse quesito Foschini e Taddei (2006) expõem dois

pontos primordiais para a pré-produção de um bom podcast. Inicialmente defendem que é

necessário fazer um breve roteiro do que vai se falar, para que se possa navegar pelo assunto

abordado com segurança, podendo dessa maneira calcular melhor o tempo do podcast com

cuidado para essa estrutura não tire a naturalidade da fala ou do discurso apresentados. E

preparar a conversa, no sentido da criação de uma pauta, ou seja, estudar o assunto que será

abordado, dando espaço a entrevistadores que participarão do áudio, assim como a

participantes que não têm um conhecimento profundo sobre o tema.

Tremeschin (2013) define a pauta como “o texto que os podcasters (pelo menos o

host) usarão para guiar a gravação”. Ele ainda explica que existem cinco tipos de pauta.

Inicialmente ele expõe que existem podcasts que não têm pauta definida, os quais se parecem

com uma “conversa de bar”, e ainda adverte que é difícil se ter um podcast desse tipo, pois

difícil de se prever sua finalidade. A pauta-guia também é exposta. Como explicado por

Tremeschin (2013), a pauta-guia é, na realidade, apenas uma lista do que deve ser falado

durante aquele podcast, como ilustrado na figura 1.

(Audacity is a free, easy-to-use, multi-track audio editor and recorder for Windows, Mac OS X, GNU/Linux and other operating systems. The interface is translated into many languages). Disponível em <http://www.audacityteam.org/about/>

11 Adobe Audition CC. Estação professional para mixagem de áudio, acabamento e edição de precisão. (Adobe Audition CC. Professional audio workstation for mixing, finishing and precision editing). Disponível em: <http://www.adobe.com/products/audition.html>

12 Sound Forge™ Pro é a aplicação de escolha para uma geração de prolíficos e criativos artistas, produtores e editores. Grave áudio rapidamente em uma plataforma sólida, aplique processamento de áudio sofisticado com precisão cirúrgica, e renderize arquivos masterizados de alta qualidade com facilidade. (Sound Forge™ Pro is the application of choice for a generation of creative and prolific artists, producers, and editors. Record audio quickly on a rock-solid platform, address sophisticated audio processing tasks with surgical precision, and render top-notch master files with ease.). Disponível em: <http://www.sonycreativesoftware.com/soundforgepro >

Page 28: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

28

Figura 1 – Pauta-guia de um podcast

Fonte: Elaboração do autor.

Depois dessas pautas, Tremeschin (2013) ainda expõe mais três pautas: a pauta-

lembrete, que é como a guia, mas para cada um dos itens, haveria uma breve descrição de

quais tópicos seriam abordados; a pauta-informativa, a ser utilizada em podcasts mais

técnicos, sobre a qual o autor afirma:

Por ser o tipo mais complexo é o que pode variar mais de podcast para podcast. Mas sua ideia é basicamente ser dividida em tópicos e subtópicos e cada um contendo informações precisas e detalhadas sobre o mesmo(TREMESCHIN, 2013, p. 1).

E, por último, Tremeschin (2013) expõe a utilização da pauta-transcrita, que consiste

do script em que a pauta é “exatamente o podcast em si”. O autor ainda afirma que esse tipo

de pauta só deve ser feita quando uma pessoa realiza gravação, assim “o podcast será uma

leitura da pauta”. Apesar desse tipo de pauta não parecer diretamente voltada ao

entretenimento, o autor dá exemplos como Escriba Café13 e Café Brasil14, que são podcasts de

apenas um apresentador e um microfone e que, em sua opinião, são podcasts de alta

qualidade.

13 A história, o homem, seu mundo e o universo. Disponível em <https://escribacafe.com/about>

14 Nossa proposta é reunir “personal trainers” que estimulem você a praticar uma espécie de “fitness intelectual” que ajude a manter seu cérebro em forma. Para isso, distribuímos “Iscas Intelectuais”, pequenas reflexões sob forma de artigos, discussões, vídeos, podcasts, cartuns e outras formas de expressão. Disponível em: <http://www.portalcafebrasil.com.br/que-site-e-este/>

Page 29: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

29

2.1.3 A produção e a pós-produção de um podcast

Tremeschin (2013, p. 1) define as fases do processo de produção de podcasts da

seguinte maneira:

Em uma ideia geral, enquanto que a produção de um filme pode ser dividida em pré-produção, produção, e pós-produção, um podcast também pode ser levado desta maneira. Em ambos, a produção será a gravação e a pós será a edição [...]

Dito isso, a seguir os passos que configuram a produção de fato dos podcasts são

descritos, da gravação do programa, até a edição e publicação.

A gravação do podcast

Miro (2013a) divide o processo de gravação em dois ambientes: o presencial e o pela

internet. E explica que, no ambiente presencial, fica claro que os integrantes e participantes do

podcast se unirão em um lugar comum com os equipamentos anteriormente descritos

(microfone ou similar e computador, se necessário) para a gravação do podcast. Já pela

internet, são usados alguns outros softwares para a comunicação e outros para a captação do

áudio da conversa. A essência desse tipo de programa é que seus participantes estão distantes

geograficamente, impossibilitando um encontro presencial. Pereira (2015, p. 1) reitera:

Caso os integrantes do seu podcast não possam se reunir para a gravação, a solução é gravá-lo pela internet. Como você já deve imaginar, a primeira coisa que você e os parceiros de podcast devem ter é uma conexão razoável e estável. Isso é necessário para evitar quedas e uma qualidade ruim de áudio.

No caso da gravação pela internet, inicialmente é necessário um software de conexão

com os outros participantes e integrantes do programa. Geralmente, o programa mais utilizado

para realizar a conexão é o Skype15, como defendido por Snell (2015, p. 1, tradução nossa)

15 Skype é um sistema de troca de mensagens que pertence a Microsoft. Disponível em: <https://www.skype.com/pt-br/about/>

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30

O Skype permite conversas com um áudio de melhor qualidade que uma conversa telefônica normal, e pode-se ter chamadas, com duas, três, cinco, até dez pessoas todas de uma vez.16

Snell (2015) ainda expõe que existe mais de uma maneira de se gravar o programa

quando se está usando uma ferramenta de comunicação como o Skype. Inicialmente Snell

(2015) explica que uma pessoa, geralmente o host, ou a pessoa que editará o programa grava

todas as trilhas de áudio, assim compondo uma grande trilha, assim como se tivessem várias

pessoas em uma sala gravando com um único microfone. Dessa maneira, não existem muitas

maneiras de ajustar separadamente a voz dos ouvintes, dando menos possibilidade a edição do

áudio. Outra maneira popular de gravação, também apresentada por Snell (2015), é quando

cada integrante e participante do programa grava o seu próprio microfone e, depois do fim da

gravação, entrega aquele áudio para o editor do podcast. As duas maneiras são totalmente

válidas para a gravação de um podcast.

É possível perceber que, entre esses e outros recursos, a configuração de gravação do

programa pode ficar bem complexa. Foschini e Taddei (2006) reforçam a ideia, certos de que

“quanto mais sofisticar a produção do podcast, mais terá de entender sobre programas de

edição de áudio”.

A edição e publicação do podcast

Como já exposto anteriormente, existem vários softwares capazes da tarefa de editar

o podcast recém gravado. Foschini e Taddei (2006) definem alguns processos de edição como

retirar ruídos, adicionar filtros de áudio, adicionar vinhetas, trilhas sonoras e a conversão para

o arquivo MP3.

Miro (2013b) adiciona mais alguns aspectos importantes ao processo de edição do

podcast. Ele explica que dividir o programa em blocos e fazer uma transição de um bloco

para outro é uma boa prática e que se deve procurar não realizar transições bruscas de músicas

ou efeitos sonoros diretamente para as vozes dos participantes. Tal transição deve ser

realizada de maneira mais suave, utilizando recursos do editor como um dos filtros presentes

em todos os editores de áudio anteriormente citados, os de aparecimento e desaparecimento

16 Skype lets you have audio conversations with quality beyond what you’ll find on a regular phone call, and you can have calls with two, three, five, even ten people on it all at once.

Page 31: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

31

gradual17. Outro ponto exposto por Miro (2013b) é utilizar um software para nivelar o volume

das vozes gravadas como o Levelator18, o que melhora a qualidade do áudio antes de se

começar a gravar, assim se tem menos discrepâncias nos volumes das vozes dos integrantes.

Com o passo final da produção de um podcast, vem a tarefa de publicá-lo. Para a

publicação do material, é necessário realizar os seguintes dois passos: o primeiro seria

realizar upload do arquivo final, convertido ou não para MP3 para um servidor, isso é um

serviço geralmente provido pela iniciativa privada chamado de hospedagem (FOSCHINI,

TADDEI; 2006). Já o segundo passo seria configurar uma maneira de distribuir esses

arquivos. Para a execução do segundo passo existem duas alternativas, a primeira utiliza a

configuração de um nome para que os arquivos dos podcasts facilmente acessíveis por outros

na internet, esse serviço é chamado de configuração de domínio. (MIRO, 2013a),

(FOSCHINI, TADDEI; 2006). Já a outra alternativa é a criação de um arquivo RSS e divulga-

lo manualmente na web. É importante dizer que as duas alternativas ao segundo passo da

publicação do podcast não são excludentes, pode-se ter um domínio, onde os podcasts ficam

acessíveis pelo nome, geralmente em uma página web e conjuntamente pode-se ter um

arquivo RSS para a publicação imediata dos podcasts.

Agora que todos os aspectos que cercam a criação de um podcast, da pré-produção a

pós-produção foram apresentados, para melhor ilustrar seus processos segue no quadro 1 uma

representação mais simplificada das fases da produção de áudio e as tarefas a serem realizadas

para sua completude.

Quadro 1 – As fases e as tarefas da produção de podcasts

Fase da produção Tarefas da fase

Antes de começar

Escolha de: Formato; Nome; Temática; Participantes; Equipamentos.

Pré-produção Escolha e criação de uma pauta, as opções

17 Fade-in, fade-out.

18 Software livre utilizado para nivelar os sons encontrados durante a gravação do áudio. Disponível em: <http://www.conversationsnetwork.org/levelator>.

Page 32: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

32

são: Sem Pauta; Guia; Lembrete; Pauta-Informativa; Pauta transcrita.

Produção Gravação com equipamentos escolhidos

Pós-produção

Edição do áudio gravado a fim de melhorar o som para o ouvinte. Hospedagem do áudio em um serviço de hospedagem.Compartilhamento do link hospedado, ou por RSS ou por Domínio.

Fonte: Elaboração do Autor.

Visto que todos os aspectos cercando a produção de um podcast foram

pormenorizados, é possível basear com bibliografia uma das técnicas de publicação da

ferramenta, sendo assim o RSS é apresentado a seguir.

2.2 RSS

RSS é uma sigla que já teve vários acrônimos: rich site summary, really simple

syndication ou, ainda, RDF site summary. Todos esses acrônimos representam várias versões

dessa mesma tecnologia. Segundo RSS 2.0 Specification (2003, tradução nossa), “seu nome é

um acrônimo para ‘distribuição, como num sindicato, realmente simplificada’”. 19

Uma “pilha de conteúdo” digital é distribuída por RSS, que, em suma, é um

framework de distribuição dessa pilha, que é chamada de feed. Sendo assim, cada publicador

de conteúdo na web tem seu próprio RSS feed (HOLVOET, 2006).

Para entender o conceito de um feed como uma pilha de conteúdo, é necessário

aprofundar-se a respeito de sua constituição.

2.2.1 O Feed

O feed é um arquivo contendo eXtensible Markup Language (XML) com alguns

elementos obrigatórios. A linguagem de marcação XML, por sua vez, é para a marcação de

documentos, e contém informações estruturadas. Ao contrário do HTML, outra linguagem de

19 “Its name is an acronym for Really Simple Syndication” (RSS 2.0 Specification, 2003).

Page 33: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

33

marcação que tem por objetivo a exibição de páginas web, o XML marca o texto a fim de

transmiti-lo e/ou classificá-lo. E, sendo o objetivo outro, também é seu conjunto de tags20,

que, no caso, nem são fixamente especificadas como no HTML. Visto que essa é uma

linguagem para classificação de dados, não há ponto na predefinição de tags. Segundo

Whalsh (1998, tradução nossa): “XML não especifica nem semântica, nem um conjunto de

tags”21.

A dúvida então pode ser desperta pelo leitor, quanto qual o objetivo de um arquivo

com linguagem XML. Um arquivo XML pode especificar uma miríade de conteúdos, como

por exemplo, o título de uma página, ou o texto contido na página, um link para o download

de um podcast, entre muitos outros. Segue exemplo de uma, dentre infinitas maneiras de se

estruturar uma pessoa, em XML.

Figura 2 - Pessoa.XML

Fonte: Elaboração do autor.

É possível visualizar, a partir da Figura 2, como funciona a estruturação de dados por

XML, assim como suas atribuições semânticas. A primeira tag: <?xml version=”1.0”

encoding=”UTF-8”?> serve para que outros sistemas ou páginas identifiquem esse arquivo de

somente texto, inicialmente, como XML, mas ela não é obrigatória. Seguindo, nota-se que as

tags <Pessoa></Pessoa> delimitam o escopo de uma pessoa, ou seja, suas propriedades e

características estarão entre suas tags de abertura e fechamento. Seguindo tal lógica, é

constatado que as tags <Nome></Nome>, <Idade></Idade>, <Profissao></Profissao> e

<Trabalho></Trabalho>, significam, respectivamente, nome, idade, profissão e trabalho de tal

pessoa (WALSH, 1998). É desse tipo de estruturação de dados que é constituído um RSS feed,

conforme visualizado na Figura 3:

20 Estruturas de linguagens de marcação, geralmente utilizadas para delimitar início/fim de uma regra ou algum objeto semântico.

21 “XML specifies neither semantics nor a tag set”.

Page 34: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

34

Figura 3 – giantbomb.rss

Fonte: Elaboração do autor.

O código apresentado na Figura 3 mostra uma semelhança latente na eestruturação

de “Pessoa” anterioromente visto e a definição de um RSS feed. Entre as tags <rss></rss>

ficarão os elementos que delimitarão as informações do feed. É importante ressaltar que esse

não é um RSS feed comum, esse é um RSS feed de um podcast, mais especificamente do

podcast chamado Bombcast 22 . É importante notar que RSS feeds diversos têm certas

especificidades para serem considerados RSS feeds (RSS 2.0 Specification, 2003).

A mais importante é que o arquivo XML deve conter uma tag <rss></rss> e, dentro

dessas tags, ficarão os elementos do feed. As tags <rss></rss> devem conter, como visto na

Figura 3, obrigatoriamente o atributo version, que, por sua vez, deve conter qual a versão, ou

seja, quais as regras que se aplicam somente àquela versão de arquivo de feed. Para efeito de

22 Podcast sobre videogames distribuído pela CBS Interactive. Para maiores informações, pode-se acessar <http://www.giantbomb.com/>.

Page 35: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

35

explicação, aqui, serão demonstrados os elementos obrigatórios da versão 2.0 do RSS, visto

que é a mais recentemente publicada em sua especificação RSS 2.0 Specification (2003).

Dentro do escopo de <rss></rss>, existe a tag, também obrigatória segundo a versão

2.0 denominada <channel></channel>. Dentro dessa tag, ficarão todos os elementos de

referência ao feed, e, para referenciar essa área do arquivo de feed com mais facilidade, essa

área do arquivo será denominada “escopo do feed”, visto que todas as informações

necessárias do feed ficarão contidas dentre essas tags.

Para ser denominado um feed, escopo deve conter três tags obrigatórias:

<title></title>, <link></link> e <description></description>, que são bem autoexplicativas

em seu conteúdo como um todo. Dentro das tags <title></<title>, deve conter o título do

canal, ou página que o RSS referência. Dentro de <link></link>, deve haver um hyperlink

contendo a página em que o conteúdo de todo o canal é exibido. Finalmente, dentro de

<description></description>, deve conter uma descrição do conteúdo do canal. Essas são tags

obrigatórias. Apenas com essas tags, dentro do escopo do feed, pode-se chamar um arquivo

de XML um feed RSS. Outras tags, opcionais para a construção de um RSS feed, geralmente

são necessárias para a confecção de um feed eficiente, e que atenda a todas as expectativas de

leitores, ou ouvintes. Algumas tags opcionais serão explicadas quando a confecção do arquivo

de feed for realizada e descrita na seção de metodologia deste trabalho, conforme descrito em

RSS 2.0 at Harvard Law23.

Para um entendimento mais fácil dessa questão, é possível argumentar que um jogo

de damas é concebido pelo estabelecimento de algumas regras, e distorcer essas regras faria

um jogo de damas não ser mais um jogo de damas, ser um jogo paralelo. No entanto, é

importante sublinhar que a distribuição de um podcast por RSS não é analogamente um jogo

paralelo ao jogo de damas tradicional. A distribuição de um podcast deve ser realizada por um

feed, respeitando suas tags obrigatórias.

A linguagem XML marca o texto para classificá-lo e/ou transmiti-lo. No caso do

RSS feed, é para os dois propósitos, classificando-se o conteúdo como um feed e

transmitindo-o. Fazendo uma analogia, é como se o arquivo de feed fosse a carta, recebida

pela caixa de correio, que são agregadores de feed.

23 Disponível em: <http://cyber.law.harvard.edu/rss/rss.html>.

Page 36: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

36

2.2.2 Agregadores de Feed

Agregadores de feed são assim denominados pela sua característica de reunir vários

feeds em apenas um aplicativo ou programa. Existem tipos diferentes de agregadores de feed,

que são diferenciados por sistema segundo Finkelstein (2006). Por exemplo, os de

computadores comuns são denominados agregadores de feed “desktop”, por funcionarem em

ambiente Windows, Mac, ou distribuições Linux. Exemplos de agregadores de feed

específicos para podcasts nesse ambiente são o iTunes para Mac e Windows, e o Rhythmbox,

para distribuições Linux.

Existem também muitos agregadores de feed que funcionam em ambiente web, como

o Google Reader24, ou exemplos mais recentes como o Feedly25, esses não sendo exclusivos

para podcasts, como os acima descritos.

Juntamente com a invenção e utilização dos dispositivos móveis nos últimos anos,

um terceiro tipo de agregador de feed foi inventado: são aplicativos agregadores de feed para

ambiente móvel. Exemplos desse tipo de aplicativo são novamente o iTunes, para IOs, entre

muitos outros disponíveis para dispositivos Android26. Em sua natureza, os aplicativos para

celular têm muitas similaridades com leitores de feed (outro nome para os agregadores) para

computadores. É importante dizer que, entre tais similaridades, esses agregadores de feed, por

mais que estejam em outro ambiente, também serão capazes de ler os conteúdos de um feed,

consequentemente de um podcast (FINKELSTEIN, 2006).

Apesar das similaridades apresentadas entre o sistema de entrega de jornais antigos,

e o modo de entrega de conteúdo de sites por RSS, as duas diferenças mais expressivas,

segundo Holvoet (2006) são: (1) como é feita a entrega do conteúdo; e (2) qual é a

periodicidade da entrega de conteúdo.

A entrega de um conteúdo de um jornal regular em papel geralmente é feita por

entregadores, enquanto o leitor ou consumidor de conteúdo de um RSS consulta a fonte em

busca de atualizações. Essas consultas segundo, Holvoet (2006), são realizadas pelo

agregador de feed, que, por sua vez, contém um leitor de XML capaz de discernir as

informações dadas no feed, conforme descrito na subseção 2.1.1.

24 Aplicativo agregador de feeds web do Google descontinuado em 01 de julho de 2013. Mais informações disponíveis em: <http://www.google.com/reader/about/>.

25 Disponível em: <https://feedly.com/>.

26 Lista disponível em: <https://play.google.com/store/search?q=agregador%20de%20podcast&c=apps>.

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37

Sobre a periodicidade da entrega de um jornal, que regularmente ocorre diária ou

semanalmente, tal aspecto é subvertido em leitores, ou agregadores de RSS feeds. Neles,

pode-se configurar o sistema leitor de feed para ser verificado de hora em hora, semanal ou

diariamente, ou apenas quando o aparelho em questão estiver carregando. (HOLVOET,

2006).

Uma vez que os pontos de vista e esclarecimentos sobre o que consiste o RSS foram

expostos, é pertinente partir para a exploração dos métodos educacionais e suas integrações

com podcasts, que também devem ser fundamentadas.

2.3 Educação com Podcasts

Todo podcast é constituído por essa base de RSS apresentada. É por intermédio do

RSS que podcasts são viáveis. Em primeiro lugar, nos dias atuais, ir até um site favorito para

fazer o download de um áudio, muitas vezes com mais de 100 megabytes, é muito custoso,

principalmente em dispositivos móveis. Pela praticidade, o prospecto de crescimento de

aplicações utilizando RSS é muito promissor, pois o download é feito muito facilmente pelo

ouvinte.

Utilizar podcasts como um centralizador educacional de conteúdo não é uma

novidade, inclusive Hendrickson et al. (2010, tradução nossa) confirmam que “parece

consenso que tecnologias como podcast podem ser usadas com sucesso na área da educação,

pelo menos como um componente do trabalho que é feito em sala de aula [...]” 27 .

Adicionando a essa ideia, Cebeci e Çukurova (2006, p. 54, tradução nossa) expõem que

“Podcasting é uma oportunidade para ampliar e melhorar aulas, além das salas de aula,

especialmente para disciplinas como música, teatro, línguas e etc”28.

Um podcast não somente é constituído pelo seu meio de distribuição, mas também é

produto de seu propósito. No caso deste trabalho, o propósito será a construção de um podcast

que funcionará como objeto de aprendizagem de texto científico para auxílio em um curso

27 “There seems to be consensus that technologies such as podcasting can be used successfully in education, at least as a component of classroom work […]”.

28 “Podcasting is an opportunity to extend and improve lectures beyond classrooms, especially for courses such as music, theatre, language, etc.”

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38

ministrado a distância. Por isso serão apresentadas algumas considerações sobre objetos de

aprendizagem e sua relação com a EaD.

2.3.1 Podcasts como Objetos de Aprendizagem

Das definições-base de Objetos de Aprendizagem

Institute of Eletrical and Eeletronics Engineers (IEEE) (2002) define Objetos de

Aprendizagem (OA) como “qualquer entidade, digital ou não digital, que pode ser usado para

aprendizagem, educação ou treinamento” 29 . Como a própria definição já explicita, tal

argumento é bem simplório, pois exemplifica que não é necessária a natureza do objeto ser

educacional, nem o tipo de acesso que o objeto deve receber. Wiley (2003) define OA como

“qualquer recurso digital que possa ser reutilizado, a fim de auxiliar o aprendizado”30. Essa é

uma das definições mais utilizadas sobre o uso e justificativas de uso de Objetos de

Aprendizagem, já que, a partir dessa definição, é possível visualizar desdobramentos do

conceito de OA, tais como sua natureza digital e sua reutilização.

A natureza digital dos OA é justificada pela era em que vivemos, dada a nossa

contínua exposição de conteúdo didático pelo computador, mais especificamente pela internet

Wiley (2003), Vieira e Nicoleit (2007) e Santos e Moita (2009). Outro aspecto importante da

definição de OA dada por Wiley (2003) é a reutilização do OA, que se justifica pelo fato da

proposta deste trabalho abordar uma disciplina recorrente. Sendo assim, é necessário utilizar o

mesmo OA outras vezes, naturalmente sempre o revisando e melhorando como dito por

Santos e Moita (2009). Ainda sobre a reutilização de AO, Oliveira, et al (2010) explanam que,

muitas vezes, a criação de um OA dispende muitos recursos, tanto temporais como

monetários, assim a criação de um novo OA para cada nova disciplina lecionada torna-se

muito custosa, justificando assim sua reutilização por parte do professorado. Muitos autores

utilizam a definição de Wiley (2003). Entre esses estão: Bisol et al (2015), Vieira e Nicoleit

(2007), McGreal (2004), Santos e Moita (2009).

Das demais definições de Objetos de Aprendizagem

29 “Any entity, digital or non-digital, that may be used for learning, education, or training”.

30 “Any digital resource that can be reused to support learning”.

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39

Muitas vezes, os autores dos trabalhos na área de OA criam suas próprias definições,

que, dentro de um determinado escopo e contexto, fazem sentido. Um exemplo de tal fato é a

definição dada por Vieira e Nicoleit (2007, p. 2):

[...] Objeto de Aprendizagem é um recurso digital que pode ser utilizado como auxílio ao processo de ensino-aprendizagem, e que tem a capacidade de ser reutilizado em vários contextos de maneira a facilitar a apropriação do conhecimento.

Dada a definição, é possível notar o foco na criação do OA para o uso didático. Já na

definição dada por Oliveira, et al (2010, p. 77):

[...], considera-se com o OA todo e qualquer material digital disponível e acessível na Web que possa ser utilizado em processos de ensino e aprendizagem, ainda que o mesmo não tenha sido desenvolvido para tal propósito.

Pode-se considerar que, para Oliveira, et al (2010), a natureza do objeto não ser

educacional é aceitável, contanto que o conteúdo esteja acessível pela WEB.

Tais definições, ainda que parecidas em essência, explicitam que, até hoje, não há um

consenso geral do que define um AO. Existe uma teoria geral que é aceita, a partir das

considerações de IEEE (2002) e Wiley (2003). Para este trabalho, podemos definir um objeto

de aprendizagem como qualquer objeto criado com propósito estritamente educacional,

podendo ser reutilizável e acessível diretamente através da internet a fim de auxiliar o

aprendizado.

Se avaliarmos a definição de um podcast, distribuído na internet por intermédio de

RSS (HARRIS; REA, 2009), é possível dizer que podcasts são um tipo de mídia digital

reutilizável, tanto pelo aluno, que poderá ouvi-lo quantas vezes necessitar, como pelo

professor, que poderá distribui-lo quantas vezes forem necessárias, e são também apoio ao

processo educacional. Desse modo, podcasts estão enquadrados como objeto de

aprendizagem por ambos, Wiley (2003) e IEEE (2002) além da definição dada previamente.

Segundo Santos e Moita (2009), para serem definidos como OA, os podcasts devem

estar inseridos em um determinado ambiente de aprendizagem e apresentar as seguintes

características básicas: reutilização, adaptabilidade, granularidade, acessibilidade,

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40

durabilidade e interoperabilidade. Tais características são também citadas por McGreal (2004)

e Wiley (2003). Tais características são assim resumidas:

• acessibilidade: devem possuir uma identificação padronizada que garanta a sua

recuperação;

• reutilização: devem ser desenvolvidos de forma a compor diversas unidades de

aprendizagem;

• interoperabilidade: devem ser criados para serem operados em diferentes plataformas

e sistemas;

• portabilidade: devem ser criados com a possibilidade de se mover e se abrigar em

diferentes plataformas;

• durabilidade: devem permanecer intactos perante as atualizações de software ou

hardware.

Analisando os podcasts a partir dos pontos definidos por Santos e Moita (2009), pode-

se afirmar que eles se enquadram no aspecto de acessibilidade, pois, como são distribuídos via

RSS, a identificação de cada um deles é padronizada pelo canal no qual se inserem, de modo

que, se o usuário achou o canal, achou todos os podcasts (RSS 2.0 Specification, 2003).

Podcasts são reutilizáveis, uma vez que podem ser ouvidos múltiplas vezes por quaisquer

pessoas. Tem o caráter da interoperabilidade, porque podem ser reproduzidos, tanto em

computadores desktop, na web, como fora dela, por celulares, por serem arquivos de música

.mp3. São portáteis, pois são distribuídos por RSS, estando disponíveis tanto para

computadores conectados à Internet quanto para celulares que tenham um agregador de feed

entre seus aplicativos (FINKELSTEIN, 2006). São duráveis, pois não se alteram com

atualizações de hardware ou software31 (FINKELSTEIN, 2006) (HOLVOET, 2006).

Uma vez definidos os podcasts como objetos de aprendizagem, é necessário

fundamentar o segmento de Flipped Learning do projeto, para apresentar a partir de que

abordagem os podcasts serão inseridos em um curso a distância.

2.3.2 Podcasts no Flipped Learning

Das definições de Flipped Learning

31 Contanto que o seguinte seja verdade: para hardware, uma placa de áudio que possa reproduzir áudio e para software, um programa capaz de reproduzir arquivos .mp3. Uma vez que se tenha esses componentes, não importam as atualizações

Page 41: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

41

Vários autores defendem que Flipped Learning ou Sala de Aula Invertida é uma

metodologia diferenciada de apresentação de conteúdo, a partir da qual os alunos receberiam

o conteúdo expositivo não em sala de aula diretamente, e sim em casa, ou fora da escola,

através de computadores e internet. Na hora da aula presencial, ao invés de receberem

conteúdo expositivo, como normalmente concebido na sala de aula tradicional, os alunos

lidariam com outros tipos de atividades, como questionários, perguntas e respostas,

discussões, enfim pautas mais interativas, com atividades que integrassem mais os alunos,

colocando-os como centrais na sala de aula (BISHOP; VERLEGER, 2013), (TREVELIN et

al, 2013), (BARSEGHIAN, 2011).

Contudo, na abordagem Flipped Classroom, o conteúdo de aula não é apenas exposto

enquanto o aluno está em casa, como defendido por alguns autores como Lage et al. (2000). A

matéria deve também ser utilizada durante a aula, mas tendo-se em mente que o objetivo das

aulas presenciais se torna outro, muito mais interativo, e pouco ligado à exposição de

conteúdo (TREVELIN et al, 2013).

Caso alguma dúvida recorrente for deixada pelo conteúdo expositivo, é

responsabilidade do docente ministrante do curso explicar o conteúdo mais

pormenorizadamente, de maneira que alunos não tenham mais dúvidas quanto ao que foi

passado (BISHOP; VERLEGER, 2013). Também é interessante que o corpo docente do curso

sendo ministrado tenha outras alternativas para tirar dúvidas (TREVELIN et al, 2013), por

exemplo, a partir da plataforma Moodle 32 , que tem recursos como Fóruns de Dúvidas,

armazenamento do material a ser lido em casa pelo aluno, questionários entre outros.

Outro ponto importante de se notar é que o Flipped Classroom não é apenas uma

inversão de lugares de onde acontece o aprendizado. A exposição de conteúdo não é dada

simplesmente como lição de casa, mas sim como lição obrigatória, pois é de crucial

importância para a continuidade do curso. Dessa maneira, é dedutível que o Flipped

Classroom não inverte as coisas, e sim adiciona a formação curricular do aluno (BISHOP;

VERLEGER, 2013).

Para uma melhor ilustração do panorama supracitado, expõe-se o Quadro 1:

32 O Moodle é uma plataforma de aprendizagem feita para prover para educadores, administradores e estudantes com um único, seguro e robusto sistema integrado para criar ambientes de aprendizado personalizados. Disponível em: <https://docs.moodle.org/30/en/About_Moodle>

Page 42: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

42

Quadro 2 – As exposições de conteúdo em sala de aula

PARADIGMA DE AULAATIVIDADES DENTRO

DE SALA DE AULAATIVIDADES FORA DE

SALA DE AULA

Aprendizado tradicional

Exposição de conteúdo tradicional, se possível alguma dinâmica com o

grupo de alunos.

Atividades para casa, como lista de exercícios e afins.

Flipped Classroom com apenas inversão

Exposição de conteúdo,Exercícios Práticos e Solução

de Problemas.

Exercícios Práticos e Solução de Problemas,

Exposição de Conteúdos por vídeos.

Flipped Classroom de Fato

Perguntas e Respostas,Solução de problemas em

grupos, geralmente dissertativos, provendo a

interação da classe.

Exposição de conteúdo por vídeos,

Exercícios fechados e exercícios práticos.

Fonte: Elaboração do Autor.

Avaliando a criação de podcasts a partir das considerações do quadro 1, chega-se à

conclusão de que, no aprendizado tradicional, os podcasts criados para propósito desse

trabalho seriam ouvidos apenas como lição de casa complementar após a exposição teórica de

algum conteúdo. Caso viessem a ser utilizados dessa forma, não teriam o propósito de ser um

dos únicos catalizadores de conteúdo da disciplina e sua criação não se justificaria. No caso

de Flipped Classroom com apenas inversão, como defendido por Lage et. al. (2000), a criação

do podcasts também não se sustentaria, visto que o conteúdo seria visto em sala de aula de

qualquer maneira. Já investigando a criação de podcasts no contexto de Flipped Classroom

fendida pelos demais autores, é possível concluir que a criação e atualização de um podcast

seria justificada, já que esse será um dos principais centralizadores de conteúdo expositivo, o

que é o caso desta proposta para o curso a distância do Projeto Laletec.

Bishop e Verlager (2013, p. 2, tradução nossa), Lage et al. (2000), Evseeva e

Solozhenko (2015), Trevelin et. al. (2013) defendem que o conteúdo expositivo ministrado

em casa no Flipped Learning é em formato de vídeo, visto o caráter expositivo da mídia. No

Page 43: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

43

entanto, o mesmo caráter de exposição de conteúdo recai sobre podcasts, já que são blocos de

conteúdo igualmente extensos, validando-o assim para a exposição de tal conteúdo.

Sendo assim, o aqui exposto esclarece que as definições de Flipped Learning

defendem que o conteúdo expositivo a ser “consumido” em casa pelos alunos deve aparecer

no formato de vídeos. Este trabalho contribui como diferencial por oferecer conteúdo a partir

de outro tipo de objeto de aprendizagem, que é o podcast.

Apresentam-se, a seguir, considerações sobre a educação a distância, uma vez que a

proposta de uso dos podcasts para ensinar redação do texto científico sob a abordagem de

Flipped Learning acontece nessa modalidade de ensino-aprendizagem.

2.3.3 Educação a Distância e sua relação com Podcasts

Devido ao fato de os podcasts, objeto de estudo e aplicação deste trabalho, estarem em

um Curso de EaD, é necessário estabelecer a relação entre essa modalidade de educação e os

podcasts, bem como contextualizar a EaD.

O conceito de EAD como conhecemos vem de um conceito de educação há muito

concebido pelos jesuítas na descoberta do Brasil. Esse conceito de educação básica, em que o

educador era o centro do aprendizado foi evoluindo e mudando ao longo do tempo até se

tornar o conceito mais abrangente de educação que vemos hoje em dia. Uma das grandes

vantagens que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) proporcionaram para a

Educação foi a EaD (MOTTA; ANGOTTI, 2011).

Nos dias de hoje, é muito comum a ideia de um curso sendo ministrado a distância.

Nesse contexto, o que mais salta aos olhos, sem dúvida, é o fato de que, no ensino a distância,

não apenas o professor tem se tornado cada vez menos o centro da sala de aula, mas cada vez

mais o aluno vem contribuindo para a aula. Além de subversão de papéis, também é visível a

mudança nas ferramentas do ensino (MOTTA; ANGOTTI, 2011). Principalmente graças aos

benefícios das TIC, tecnologias como o streaming, por exemplo, possibilitaram a expansão

massiva do EaD com os chamados CAOMs33 como Khan Academy34, Coursera35 entre outros.

33 Cursos Abertos Online Massivos ou MOOCs em inglês. Disponível em: <https://www.mooc-list.com/content/about-faqs>

34 A Khan Academy oferece exercícios, vídeos de instrução e um painel de aprendizado personalizado que habilita os estudantes a aprender no seu próprio ritmo dentro e fora da sala de aula. Abordamos matemática,

Page 44: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

44

Reese (2013, p. 3, tradução nossa) explica:

Educação Online emergiu nas universidades através do país (EUA) devido a habilidade de conectar estudantes a professores, a outros estudantes e ao conteúdo por intermédio de ambientes assíncronos e flexíveis36.

Isso demonstra que o aproveitamento de um ambiente a distância pode ser

multifacetado. Várias universidades e instituições aplicaram e aplicam EaD em geralmente

dois formatos, totalmente EaD, e formatos em que o mesmo curso ou disciplina é ensinado a

distância, com atividade e textos e presencialmente com aulas regulares (REESE, 2013).

Os podcasts podem ser distribuídos para um curso, tanto parcialmente presencial

como tipo de mídia consumível pelo aluno em um curso totalmente EaD. Apesar de seu

caráter, na maioria das vezes, ter como ênfase o entretenimento, é notável seu bom

aproveitamento na área acadêmica, com projetos como o de Rainsbury (2006).

Outro conceito importante para o entendimento em como o podcast foi planejado e

executado é necessário compreender que ele foi previsto quando se aplicou o conceito de

design instrucional (DI) no curso de redação científica. Rodrigues (2015, p. 2) define DI

como um:

[...] processo sistemático e adaptativo que consiste no planejamento, implementação e avaliação de uma situação de ensino aprendizagem, concretizada por meio de um curso virtual.

Segundo Gorgulho Júnior (2012, p. 11), o trabalho do designer instrucional é o de

“planejamento e implementações de ensino aprendizagem” em ambiente virtual. O curso de

redação científica LALETEC foi elaborado a partir dos construtos do DI para o planejamento,

execução e controle das atividades educacionais. Sendo assim, assume-se que os podcasts

foram planejados a partir das diretrizes do DI. Um dos recursos do DI é o mapa de atividades,

apresentado no Quadro 2. Segundo Filatro (2008, p. 38), o mapa de atividades é:

ciência, programação de computadores, história, história da arte, economia e muito mais. Disponível em: <https://pt.khanacademy.org/about>

35 O Coursera é uma plataforma de ensino que realiza parcerias com as melhores universidades e instituições de ensino em todo o mundo para oferecer cursos on-line a todos.

36 “Online education has emerged at universities across the country because of its ability to connect students to instructors, peers, and course content through flexible and asynchronous environments.”

Page 45: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

45

um recurso que permite ter uma visão panorâmica de cada unidade de aprendizagem, através da organização dos elementos básicos do processo educacional como objetivos, papeis, atividades, conteúdos, ferramentas, ambientes e avaliação.

Conclui-se que o papel do mapa de atividades é o de guiar os instrutores e tutores do

curso sobre em que períodos será lecionado qual conteúdo, ajustando, assim, tanto a

ferramenta Moodle para comportar esse novo conteúdo como os assuntos abordados nos

podcasts.

Pode-se ver no Quadro 2 que as subunidades ou subtemas correspondem diretamente

aos temas dos podcasts, já que esses foram feitos de maneira a acompanhar o

desenvolvimento do curso, por toda sua extensão facilitando o entendimento dos alunos por

intermédio da exposição de conteúdo via podcast, como comentado na seção de Flipped

Learning. Pode-se chamar a etapa de planejamento na qual os dois assuntos foram

correspondidos como a etapa de pré-produção dos podcasts, que já foi fundamentada

anteriormente.

Todos os aspectos referenciais do trabalho foram até aqui abordados, desde a pré-

produção até a utilização dos podcasts no curso EAD. A seguir, serão abordados os métodos e

procedimentos utilizados para a produção dos podcasts para o curso de Redação científica

LALETEC.

Page 46: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM
Page 47: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

47

Quadro 3 – As exposições de conteúdo em aula

Aula/ Semana

(período)

Unidade (Tema

principal)

Subunidades (Subtemas)

Objetivos específicos

Atividades teóricas e mídias / ferramentas de EaDAtividades práticas e mídias/ferramentas

de EaD

Semana 14h

7 dias06 a 12/09

Texto científico

Gênero - tema, composição, estilo e tipo

textual argumentativo

Reconhecer gêneros textuais científicos: seus temas, sua composição, estilo e tipo textual.Realizar revisão da literatura sobre o tema de pesquisa.

Atividade 2: Podcast

Atividade 3: Leitura “Texto Científico” (ABREU; PRODANOV e FREITAS).

Atividade 4: Vídeos

Gênero literário – texto científico (Zucolotto)

https://www.youtube.com/watch?v=CZR0ptpPaR0

Pesquisa - Tema, Problema, Hipótese e Variáveishttps://www.youtube.com/watch?v=yYzwen5BzE8

Atividade 1: Fórum de apresentação: “Quais são suas experiências com o texto científico? Você realiza alguma pesquisa? Onde? Que curso? Qual o tema? Conte um pouco mais sobre sua formação”.

Atividade 5:Resolução de um Questionário de múltipla escolha –Reconhecimento de gêneros científicos

Atividade 6: Tarefa: Realizar revisão da literatura sobre o tema de pesquisa, a partir de roteiro.

Fonte: Elaboração do Autor.

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Page 49: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

49

Capítulo

3 Metodologia

Neste capítulo metodológico, são apresentadas as técnicas, tecnologias e métodos para

a pré-produção, produção e pós-produção dos podcasts para o curso de redação científica

LALETEC.

A partir da pesquisa bibliográfica, será aqui descrita a ordem da apresentação dos fatos

que resultaram a criação dos podcasts. Inicialmente serão abordados aspectos pertinentes ao

planejamento e não execução propriamente dita do podcast, como por exemplo a escolha do

nome, dos equipamentos, entre outros. Depois da fase preparatória, entraremos na produção

do podcast de fato, abordando todos os aspectos de sua produção, da pré-produção à sua

distribuição. E, por último, é necessário salientar que, durante todo o processo de descrição

dos procedimentos e técnicas, serão abordados aspectos educacionais, como por exemplo,

Flipped Learning, Design Instrucional, entre outros.

3.1 Antes de começar o podcast

Aqui serão abordadas todos as características e decisões que tiveram de ser tomadas

antes da preparação para a gravação dos podcasts.

Os passos foram: a escolha da temática do podcast, seu formato, os participantes, a

escolha de seu nome e, por fim, os equipamentos que foram utilizados para a gravação.

3.1.1 A temática do podcast

Inicialmente, foi cogitada a ideia de produzir podcasts com foco em ensino, porém

lidando com o público do ensino médio. Tal proposta foi analisada e descartada, pela falta de

recursos para a interação com os alunos, isso sem levar em consideração aspectos de formato

e afins.

Page 50: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

50

Sendo assim, é interessante descrever que a ideia desse projeto nasceu

concomitantemente com a criação do curso de redação científica LALETEC, o que motivou

seu objetivo: a construção de material didático de um curso de extensão na modalidade a

distância para o ensino de redação acadêmica no Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia (IFSP) câmpus São João da Boa Vista (SBV). Com isso em vista, foi escolhida a

temática dos podcasts, compatível com a temática do curso – a redação de textos científicos.

Outro processo interessante de ser descrito nessa seção é que o Design Instrucional do

curso serviu diretamente como construtor das pautas do podcast, sempre guiando qual seria o

tema de cada podcast em um nível individual.

3.1.2 O formato do podcast

Os podcasts foram lançados semanalmente, em consonância com o calendário do

curso de redação científica LALETEC, do qual o podcast serviria como objeto de

aprendizagem. Foi também acertado seriam produzidos dez podcasts devido ao fato de o

curso ter dez semanas, abordando-se os temas correntes do curso, conforme explicado

anteriormente. Já quanto ao formato propriamente dito, escolheu-se um programa com a

duração média de quinze minutos e de gêneros variados. Porém é visível, no Quadro 3, que,

por complicações temporais (que serão explicadas mais à frente no trabalho), não houve um

tempo hábil para adaptação tanto do apresentador quanto dos participantes para prover maior

flexibilidade ao gênero abordado nos podcasts.

Quadro 4 – Os Gêneros do Texto Ouvido

Nº Tema Gênero Previsto Gênero Gravado

1Texto científico (gênero: tema, composição,

estilo e tipo textual argumentativo)Entrevista Entrevista

2Texto argumentativo (modelo da retórica

aristotélica)Ágora Entrevista

3 Artigo científico (seções)Receita

Culinária

Receita

Culinária

Page 51: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

51

4Desenvolvimento (referencial teórico e

metodologia)

Experiência

CientíficaEntrevista

5 Conclusão (resultados e discussão) Jornal diário Entrevista

6 Estilo (linguagem) Serão cômico Discussão

7 Resumo (segundo a ABNT) Jornal Diário Entrevista

8 Abstract (e o uso da tradução automática)Receita

CulináriaEntrevista

9Uso de dados visuais (tabela, quadros, gráficos,

etc.)

Apresentação de

um BlogEntrevista

10Coesão textual (tópico frasal / marcadores

discursivos)Talk show Entrevista

Fonte: Elaboração do autor.

Uma vez apresentados os aspectos acerca do formato dos podcasts, pode-se seguir

para a escolha do nome.

3.1.3 A escolha do nome

O nome foi escolhido na mesma data da definição do tema e formato. Foi escolhido o

nome “Texto Ouvido”, dada sua clara relação com a temática escolhida para conduzir o

podcast. Também foram levados em consideração aspectos práticos do curso como, por

exemplo, o fato de que algumas atividades do curso envolviam a escrita de textos pelos alunos

e que a principal condução de ideias dada pelo podcast seria auditiva, daí surgiu o nome

“Texto Ouvido”. Outro aspecto interessante é que, pelo nome se relacionar diretamente com a

temática, a busca por esses podcasts seriam facilitadas pelos buscadores mais comuns se

usuários não ligados ao curso procurassem algo aproximado a temática principal do podcast

“texto científico”.

Page 52: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

52

3.1.4 Os Participantes

Os integrantes e participantes foram escolhidos com base direta no envolvimento com

o tema abordado, em termos de competência para se discorrer sobre o assunto. A partir desse

critério, foram escolhidos professores, um servidor e um aluno do IFSP Câmpus São João da

Boa Vista, além do pesquisador, que apareceu como apresentador de todos os programas. No

quadro 4, é visível a informação de qual participante foi escolhido para cada podcast.

Quadro 4 – Os Participantes do Texto Ouvido

Nº Tema Função no Câmpus Nome

1

Texto científico (gênero: tema,

composição, estilo e tipo textual

argumentativo)

ProfessoraRosana Ferrareto

Lourenço Rodrigues

2Texto argumentativo (modelo da

retórica aristotélica)Professor Gustavo Aurélio Prieto

3 Artigo científico (seções) ServidorMaria Carolina

Gonçalves

4Desenvolvimento (referencial

teórico e metodologia)Professor Gustavo Aurélio Prieto

5 Conclusão (resultados e discussão) ProfessoraRosana Ferrareto

Lourenço Rodrigues

6 Estilo (linguagem) Aluno Rubens dos Santos Júnior

7 Resumo (segundo a ABNT) ServidorMaria Carolina

Gonçanves

8Abstract (e o uso da tradução

automática)Professora

Rosana Ferrareto

Lourenço Rodrigues

9Uso de dados visuais (tabela,

quadros, gráficos, etc.)Servidor

Maria Carolina

Gonçanves

Page 53: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

53

10Coesão textual (tópico frasal /

marcadores discursivos)Professora

Rosana Ferrareto

Lourenço Rodrigues

Fonte: Elaboração do autor.

3.1.5 Os equipamentos utilizados para a gravação

Inicialmente, para a captação de som, utilizou-se um tablet com um aplicativo para tal

função chamado Sound Recorder HD. Depois de gravar o áudio, ele seria transferido para o

computador a fim de se editar e distribuir os podcasts via RSS. Esse processo de gravação e

transferência de dados, assim como a primeira configuração dos equipamentos utilizados, são

expressos na figura 4.

Figura 4 – Primeira configuração dos equipamentos utilizados

Fonte: Elaboração do autor.

Já em um segundo momento, foi vislumbrada a possibilidade da utilização de

equipamentos providos pelo próprio IFSP Câmpus São João da Boa Vista para a captação do

áudio. Assim sendo, o câmpus proveu por algumas gravações microfones de lapela, e uma

mesa de som. Porém tal equipamento não gravava o áudio propriamente dito. Para tal tarefa,

era necessário um gravador de mão que a instituição não tinha. Decidiu-se então gravar os

podcasts com um gravador de mão emprestado de um aluno do IFSP Câmpus São João da

Boa Vista que estivesse disposto a ajudar a pesquisa. O aluno Diego Divino Duenhas37 se

37 Estudante do curso Tecnólogo em Sistemas para a Internet no IFSP Câmpus São João da Boa Vista.

Page 54: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

54

disponibilizou a ajudar, emprestando seu gravador de mão. Assim sendo, foi feita a segunda

configuração dos equipamentos, disposta na figura 5.

Figura 5 – Segunda Configuração dos equipamentos utilizados

Fonte: Elaboração do autor

Porém, alguns problemas técnicos na segunda configuração dos equipamentos foram

encontrados, por exemplo um ruído muito forte, que depois foi solucionado pela ferramenta

de edição utilizada. Porém o fato do ruído salientou a necessidade do conhecimento de

operação da mesa de mixagem que o pesquisador não possui. Feita a substituição necessário,

passou-se, assim, a uma terceira configuração dos equipamentos, que foi a utilização mais

confiável pelo pesquisador. O gravador de mão provido pelo aluno previamente referido

possui um microfone dinâmico em seu topo, que se provou o melhor para a captação e

gravação do áudio. Uma figura da terceira configuração é provida a seguir.

Figura 6 – Terceira configuração dos equipamentos utilizados

Fonte: Elaboração do Autor

A disposição encontrada na figura 6, além da mais fácil de ser manipulada, foi a que

proveu uma melhor qualidade do áudio gravado.

Uma vez apresentado o processo de produção propriamente dito, a seguir é possível

vislumbrar os aspectos da pré-produção dos podcast Texto Ouvido.

Page 55: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

55

3.2 A pré-produção dos conteúdos de áudio

Muito conteúdo para salas de aulas é produzido diariamente por professores de todo o

mundo. Tal conteúdo com certeza é idealizado por seus criadores, com base em uma ementa

ou guia. Para a construção do curso de redação científica LALETEC não foi diferente. Uusou-

se para criar a base de conteúdo o já citado design instrucional (DI), com a ajuda de mapas de

atividades. Tais mapas foram preenchidos pelos monitores bolsistas do LALETEC. Como

pode ser visto no quadro 5, os temas dos podcasts se alinharam totalmente com o conteúdo

entregue na referida semana, já que visam ser objetos de aprendizagem do referido curso.

Outro tom importante dado pelo quadro 5 é que é possível visualizar que da semana 5 para a 6

há a mudança no tom do curso, para focar mais na microestrutura do texto científico.

Também é possível notar que toda primeira atividade de cada uma das semanas

consiste em ouvir o podcast, o que é condizente com a concepção do Flipped Learning no

emprego desse recurso como objeto de aprendizagem no curso.

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57

Quadro 6 – Mapas de atividades do curso de redação científica

PeríodoUnidade / Tema

principalSubunidades(Subtemas)

Base Teórica da semana Temas Podcasts

Semana 14h

7 dias06 a

12/09

Texto científico

Gênero - tema, composição, estilo e tipo textual argumentativo

Atividade 1: Ouvir o podcast

Atividade 2: Leitura “Texto Científico” (ABREU; PRODANOV e FREITAS).

Atividade 3: Vídeos Gênero literário – texto científico (Zucolotto)https://www.youtube.com/watch?v=CZR0ptpPaR0Pesquisa - Tema, Problema, Hipótese e Variáveishttps://www.youtube.com/watch?v=yYzwen5BzE8

Texto científico (gênero: tema,

composição, estilo e tipo textual

argumentativo)

Semana 24h

7 dias13 a

19/09

Macroestrutura do texto

argumentativo

Modelo da Retórica Aristotélica

Atividade 1: Ouvir o podcast

Atividade 2: Leitura de conteúdo sobre “Retórica Aristotélica e Macroestrutura do Texto Argumentativo” (ABREU; FIORIN)

Atividade 3: Assistir ao vídeo “Lógica do Texto Científico” https://youtu.be/-FJLu0CLbyw

Texto argumentativo (modelo da retórica

aristotélica)

Semana 34h

7 dias20 a

26/09

Artigo científico Seções

Atividade 1: Ouvir o podcast

Atividade 2: Leitura de conteúdo sobre “Artigo Científico” (PRODANOV; FREITAS)

Atividade 3: Assistir aos vídeos “Artigo Científico”(https://www.youtube.com/watch?v=iG9zNOXOkhs&feature=youtu.be) e “Redação Científica - Por onde começar” (https://www.youtube.com/watch?v=piP6xslHQmE)

Artigo científico (seções)

Continua...

Page 58: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

58

PeríodoUnidade / Tema

principalSubunidades(Subtemas)

Base Teórica da semana Temas Podcasts

Semana 44h

7 dias27 a

03/10

DesenvolvimentoReferencial Teórico e

Metodologia

Atividade 1: Ouvir o podcast

Atividade 2: Leitura de conteúdo pertencente à Unidade “Desenvolvimento” - Texto 1: Sobre diretrizes para a elaboração do referencial teórico e Texto 2: Metodologia e Métodos de Pesquisa (ABREU; PRODANOV e FREITAS)

Atividade 3: Assistir aos vídeos que abordam “Desenvolvimento” (nesta ordem): Referencial teórico https://www.youtube.com/watch?v=9KoFDhNHoos e https://www.youtube.com/watch?v=L6qEQVQLSl0&feature=youtu.be / O método científico e os tipos de pesquisahttps://www.youtube.com/watch?v=ey9bTshV308 ehttps://www.youtube.com/watch?v=1S0tZIztBJ0&feature=youtu.be

Desenvolvimento (referencial teórico e

metodologia)

Semana 54h

7 dias04 a

10/10

Introdução e Conclusão (ou Considerações

Finais)

Tema, objetivos, justificativa e

organização do trabalho.

Resultados e discussão.

Atividade 1: Ouvir o podcast

Atividade 2:Texto 1: Leitura de conteúdo sobre “Introdução e Conclusão”; e Texto 2: Leitura de conteúdo sobre “Desenvolvimento do parágrafo” (ABREU; PRODANOV; FREITAS)

Atividade 3: Assistir aos vídeos que abordam “Introdução e Conclusão”Introdução -https://www.youtube.com/watch?v=exM8rHnvp7c e Considerações finais/Conclusão -

Conclusão (resultados e discussão)

Continuação

Page 59: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

59

PeríodoUnidade / Tema

principalSubunidades(Subtemas)

Base Teórica da semana Temas Podcasts

https://www.youtube.com/watch?v=eYi_zPzyVKs

Semana 64h

7 dias11 a

17/10

EstiloA linguagem do texto

científico

Atividade 1: Ouvir o podcast

Atividade 2: Leitura do texto em PDF: Impessoalização do texto científico

Atividade 3:Assistir aos vídeos: Estilo e Redação de um Texto, Observação e Linguagem Científica: https://www.youtube.com/watch?v=ljXbLUbknZcEstilo Científico:https://www.youtube.com/watch?v=xNfXpIDcPEw

Estilo (linguagem)

Semana 74h

7 dias18 a

24/10

Resumo Científico

Técnicas de resumo Normas da ABNT

Atividade 1: Ouvir o podcast

Atividade 2: Leitura dos textos: - e-book: http://docente.ifrn.edu.br/valcinetemacedo/disciplinas/metodologia-do-trabalho-cientifico/e-book-mtc

Atividade 3: Assistir aos vídeos: Resumo convencional:https://www.youtube.com/watch?v=1KpFUDI9P3wResumo criativo: https://www.youtube.com/watch?v=VkxjcAdoTaM

Resumo (segundo a ABNT)

Semana 84h

7 dias25 a

31/10

Abstract Tradução automática

Atividade 1: Ouvir o podcast

Atividade 2: Utilizar material de apoio para ajuda no uso do Google Tradutor:http://sbv.ifsp.edu.br/linguistica/elseif/index.xhtml

Abstract (e o uso da tradução automática)

Continuação

Page 60: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

60

PeríodoUnidade / Tema

principalSubunidades(Subtemas)

Base Teórica da semana Temas Podcasts

Atividade 3: Assistir ao vdeo: Títulos, Autores e Abstract:https://www.youtube.com/watch?v=e968B1PwIbs&list=PLanIJRjQ4jdZ8JhhqOWwwuRV3buG_8bbV

Semana 94h

7 dias01 a

07/11

Dados visuaisTabelas e ilustrações (quadros, gráficos,

figuras etc)

Atividade 1: Ouvir o podcast

Atividade 2: Leitura dos textos: <http://www.tempodelogistica.com.br/resources/quadros-tabelas-e-figuras-como-formatar-como-citar-qual-a-diferenca.pdf> e <http://docente.ifrn.edu.br/valcinetemacedo/disciplinas/metodologia-do-trabalho-cientifico/e-book-mtc>. pp. 207-214.

Atividade 3: Assistir ao vídeo: Resultados - Figurashttps://www.youtube.com/watch?v=xdbE2Irop0Y

Uso de dados visuais (tabela, quadros,

gráficos, etc.)

Semana 104h

7 dias08 a

14/11

Coesão textualA referenciação como mecanismo de coesão

textual

Atividade 1: Ouvir o podcast

Atividade 2: Leitura PDF: Texto 1 - Coesão textual e Texto 2 – Marcadores discursivos

Atividade 3: Assistir aos vídeos: Estratégias de coesão:https://www.youtube.com/watch?v=f9Flp1nX6oICoesão textual:https://www.youtube.com/watch?v=ABcrkmFgrKs (com foco até minuto 10)

Coesão textual (tópico frasal /

marcadores discursivos)

Fonte: Elaboração do autor.

Fim

Page 61: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

61

Além dos aspectos gerais do curso mostrados no quadro 5, as pautas para os

programas foram criadas a partir dos textos e vídeos dispostos na coluna “Base teórica da

semana”, ou seja, referenciando esse material na introdução dos ditos podcasts. Para cada um

dos programas foi criada uma pauta mista entre as pautas guia e lembrete introduzidos por

Tremeschin (2013). Essas pautas, muitas vezes, eram feitas no papel, horas ou minutos antes

da gravação. Uma pauta mais detalhada não foi elaborada, pois, se uma pauta mais engessada

fosse admitida, seria mais complicado se mantar uma conversa natural e fluida, como também

dito por Tremeschi (2013).

Outro aspecto importante da pré-produção do podcast Texto Ouvido foi que, devido

ao lançamento semanal dos programas, essas pautas tiveram que ser elaborados com uma ou

duas semanas de antecedência à gravação do programa, tanto pelo pesquisador e apresentador,

como para os participantes. Esse aspecto temporal não deu espaço para a adaptação aos

gêneros, tanto para o apresentador do programa, quanto para os integrantes. Pensou-se

também que, se muito tempo fosse dedicado à adaptação das pautas para que coubessem em

um programa com gênero diferenciado, pouco tempo seria dedicado à criação das pautas.

Esses foram os principais aspectos que guiaram a pré-produção do podcast Texto

Ouvido. Tendo isso apresentado, podemos passar para as partes práticas da gravação e edição

constantes na fase de produção do programa.

3.3 A produção dos podcasts

Aqui serão dispostos os passos tomados para a gravação e edição do podcast Texto

Ouvido. Tais passos serão segmentados em duas partes, uma de apresentação de software e

ferramentas que foram utilizadas na gravação, adicionando a lista de equipamentos antes

descrita, nomes e detalhes relevantes a gravação. E em um segundo momento, a descrição das

gravações em si.

3.3.1 O necessário para gravar

Antes mesmo de gravar um áudio e editá-lo, deve-se escolher por intermédio de qual

software fazê-lo. Existe uma miríade de softwares de gravação e edição de áudio, alguns que

Page 62: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

62

só editam, outros que só gravam. Alguns desses são listados no quadro 6 e é de vital

importância que não apenas fique claro que o quadro é limitado aos propósitos do trabalho,

como que, visto a quantidade de softwares disponíveis para tal tarefa, o quadro ainda crescerá

muito, já que a criação desse tipo de software ainda está em expansão. No caso, estão no

Quadro 2 softwares que foram visitados e cogitados na tarefa de gravação e edição de

podcasts.

Quadro 7 – Os Softwares de gravação e edição de áudio

Nome Plataforma Pago Função Endereço

Adobe Audition Windows SIMGravação e

Edição

http://www.adobe.com/br/pro

ducts/audition/

AudacityWindows /

Linux / MACNÃO

Gravação e

Edição

http://web.audacityteam.org/

download/

Sony VAIO

Movie CenterWindows SIM Edição Sem link para download38

Sound Recorder

HD, eFusionAndroid NÃO Gravação

https://play.google.com/store

/apps/details?id=eapps.pro.vo

icerecorder&hl=pt_BR

Fonte: Elaboração do Autor.

Inicialmente, vislumbrou-se a possibilidade de utilizar o Sony VAIO Movie Center

para editar os podcasts. Porém o viés econômico desmotivou a utilização dele, já que o custo

do sistema operacional Windows é muito alto para a elaboração do projeto. Ainda o Adobe

Audition foi pensado como alternativa para as tarefas de edição e gravação de áudio, porém,

além do custo da aquisição do sistema operacional Windows, o Adobe Audition requer um

pagamento separado para sua utilização39.

Já o software Audacity parecia uma ótima opção para a edição dos podcasts no que

quesito custo, visto que, além de ser gratuito, é multiplataforma, estando o Linux entre as

38 Software apenas disponível para computadores SONY VAIO que utilizam a plataforma Windows. Odownload é efetuado por intermédio do próprio Sistema Operacional.

39 Tabela de preços de pessoa física disponível em <https://creative.adobe.com/plans?locale=pt&promoid=KLXMK>.

Page 63: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

63

plataformas disponíveis. Assim, além do custo do projeto ser zero, o software também contém

uma página de tutoriais40, que ensinam praticamente todas as funções da versão mais recente

do aplicativo. Porém, apesar do aplicativo ter a ferramenta de gravação de áudio, ele não foi

escolhido para tal tarefa, visto haver melhores alternativas para a captação do som

diretamente.

A primeira alternativa encontrada foi o aplicativo Sound Recorder HD, disponível

para plataformas Android. Essa escolha se deu devido ao fato de um dispositivo Android ser

mais móvel que um dispositivo Linux, o que torna a gravação do podcast algo mais facilitado,

e menos burocrático. Depois disso, como descrito na seção de equipamentos já comentada

foram utilizados para a captação, microfones de lapela que se conectavam a uma mesa de som

que se conectava ao gravador de mão Sony ICD-PX312, e por fim foi utilizado o gravador

Sony ICD-PX312 somente, sendo esse último o que captou o áudio com menos falhas.

A etapa seguinte à apresentação dos dispositivos de gravação e edição de um podcast

é a descrição dos processos pelos quais se grava e edita um podcast nas ferramentas

selecionadas, a saber: Sound Recorder HD, para a plataforma Android para a gravação, os

microfone; e Audacity, para Linux, para a edição do áudio. Em seguida, será descrita a

escolha da ferramenta de distribuição por RSS, assim como o passo a passo de como fazê-lo.

3.3.2 Passos para a gravação de um podcast

Essa seção está dividida em três etapas, a partir das quais serão descritos os processos

de gravação das configurações de áudio 1, 2 e 3 previamente descritas na seção antes de

começar.

Configuração de áudio 1 – usando o Sound Recorder HD e um computador Linux

O processo de gravação de áudio na ferramenta Sound Recorder HD é simples. Depois

do download efetuado pelo dispositivo móvel na loja de preferência do usuário41, é necessário

40 Disponível em <http://wiki.audacityteam.org/wiki/Category:Tutorial>.

41 Google Play Store, no caso do Android: <https://play.google.com/store> e ITunes Store, no caso do IOS: <http://www.apple.com/itunes/>.

Page 64: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

64

abrir o programa. Para tal, deve-se apenas tocar no ícone do programa uma vez que ele estiver

disponível. Uma vez aberto o programa, alguns controles estarão visíveis, como o botão para

gravar, o botão para parar a gravação, na parte inferior da tela. No centro da tela, encontra-se

uma grande imagem de um gravador sem nenhuma função e, acima, existe o controle de

funções do aplicativo. À esquerda desse controle, fica a aba “gravador”, que contém os botões

supracitados. Ao lado direito, em “lembretes de voz”, a lista de áudios gravados toma o lugar

do microfone no centro da tela. Assim que escolhido um dos áudios por intermédio do toque,

um botão de play aparece ao lado esquerdo do som escolhido. Ao clicar no botão, o áudio

gravado toca. Na parte inferior da tela, existem ferramentas de atraso de som por um

determinado intervalo de tempo, como, por exemplo, atrasar o áudio em 5 segundos, para

ouvi-lo novamente. Assim como também existe a ferramenta de adiantamento de tempo por

um determinado intervalo de tempo, com a mesma lógica. A Figura 7 exemplifica tais telas.

Figura 7 - O Gravador de áudio Audio Recorder HD

Fonte: Elaboração do Autor.

O processo de gravação é igualmente muito simples. Para proceder à gravação, deve-

se: navegar até a tela de “gravador” e apertar o botão de gravar. Grava-se, então, o programa,

falando no microfone do dispositivo, uma vez que o programa termine de ser falado, deve-se

clicar no botão de parar. Assim, o áudio gravado vai para a lista de “lembretes de voz” e, para

Page 65: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

65

testar a gravação, deve-se apenas clicar no áudio e apertar play. A Figura 7 ilustra o processo

de gravação do áudio.

Uma vez que o áudio esteja gravado, o próximo passo é coletá-lo do dispositivo para a

edição em ambiente Linux. Para tal coleta, é necessário conectar o dispositivo Android ao

computador e navegar pelas pastas do dispositivo Android para encontrar os áudios. Tal

caminho do aplicativo no dispositivo é relativamente simplificado. Na figura 8, fica claro que

os arquivos de áudio dentro do dispositivo Android se encontram no caminho

“/Dispositivo/VoiceRecorder/” arquivos.

Figura 8 – O caminho dos arquivos no dispositivo Android

Fonte: Elaboração do autor.

É importante destacar que, dependendo do dispositivo Android em questão, os

arquivos de áudio podem se encontrar em outra localidade, de modo que caminho de pastas

dentro do dispositivo será outro. Porém o foco deve estar em achar o diretório chamado

VoiceRecorder dentro do dispositivo, pois uma vez encontrado, todos os arquivos de áudio

estarão dentro dele.

Assim que os arquivos no dispositivo Android forem encontrados, é necessário copiá-

los para o ambiente onde a edição será feita, neste caso a máquina Linux. É mais seguro

trabalhar com o áudio na máquina de edição, pois, se algum equívoco é cometido durante a

Page 66: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

66

edição, os arquivos continuam no dispositivo Android, bastando apenas a transferência

novamente de tais arquivos para o ambiente de edição para se recomeçar o processo.

A respeito de segurança, é relevante destacar que, muitas vezes os arquivos de áudio

são relativamente longos, pois tratam-se de programas de rádio, sendo assim, uma cópia de

segurança é justificada caso haja perda do arquivo, para que o trabalho todo não seja

desperdiçado.

Configuração de áudio 2 – usando microfones de lapela, mesa de som e gravador de

mão

Já para a gravação utilizando a configuração dos equipamentos de áudio 2, os

equipamentos requerem uma determinada familiaridade com eletrônica. Já nessa

configuração, para a captação do áudio dois microfones de lapela wireless Shure PGXD1

Bodypack Transmitter42 foram utilizados, mandando seus sinais para a base de mesma marca

Shure PGXD4 Wireless Receiver, essa base tem uma saída de sinal no padrão xrl que foi

conectada na mesa de som Behringer Europower PMP100043 que por sua vez, foi conectada

no gravador de mão Sony ICD-PX312.

Antes de começar a descrição do processo é importante definir o que, nesse caso,

alguns termos significam. Quando for exposta a palavra “entrada”, isso significa que o áudio,

ou sinal de áudio está entrando no aparelho em questão, seja ele qual for, e quando for

convida a palavra “saída” significa um sinal, ou áudio que está sendo enviado a um outro

aparelho. Portanto, nesse contexto, quando se afirma, “o som entrou pelo microfone e

navegou até sua saída para a entrada da mesa, que por sua saída transmitiu o som para a

entrada do gravador”, na realidade se quer dizer que o som foi captado pelo microfone e pelos

cabos foi transmitido até a mesa, que processou o som e o transmitiu ao gravador.

Para iniciar o processo de gravação do áudio, tudo deve estar conectado e funcionando

ao mesmo tempo. Não foi serialmente que se ligaram os equipamentos para a gravação. O

processo de preparação para a gravação começou com a mesa de som. Primeiro, desligou-se a

42 Mais informações disponíveis em: <http://www.shure.com/americas/products/wireless-systems/pgxd-systems/pgxd1-bodypack-transmitter>

43 Manual disponível em: <http://www.manualslib.com/manual/214305/Behringer-Pmp1000.html>

Page 67: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

67

mesa de som, para se entender os processos pelos quais ela funciona. A mesa de som

Behringer Europower PMP1000 é uma mesa com muitos canais e funções e em sua maioria

não foram utilizadas por sua complexidade não ser estritamente necessária para a gravação do

áudio em questão e por não receber um operador totalmente capacitado (pesquisador).

No caso dos programas gravados pela mesa, apenas as entradas um e dois, destacadas

na figura 9 por um quadro vermelho, foram utilizadas, já que somente as vozes de duas

pessoas foram gravadas simultaneamente. Pode-se ver na figura 9 vários destaques, como por

exemplo, destacado em azul está demarcada a área do conector XLR do microfone utilizado

para a gravação dos programas. Já em amarelo está o controlador do volume da saída (para o

gravador) do microfone conectado àquela entrada destacado em azul, na parte superior da

imagem. A maioria dos outros componentes da mesa seguem essa mesma lógica vertical, em

que tudo que ajusta aquele determinado canal de entrada para saída está disposto na vertical,

inferior com relação a posição da imagem dos canais. Já em marrom, ao lado direito, está

indicada a saída de áudio, em que o conector de entrada do gravador foi plugado.

Figura 9 – A mesa de som Behringer Europower PMP1000 com destaques

Fonte: Elaboração do Autor

Page 68: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

68

O controlador indicado em branco na imagem, acima do controlador de volume

indicado por vermelho, é utilizado para a noção espacial do som estéreo. A ideia por trás

desse controlador é poder separar o som emitido pela mesa em sua saída por mais de um

canal, ou seja, separar qual som vai do lado esquerdo e qual som vai do lado direito, podendo-

se segmentar a voz de cada participante de um lado da gravação. Mais à frente, na seção

dedicada à edição do som, será explicado o porquê de tal efeito ser benéfico.

Figura 10 – A traseira mesa de som Behringer Europower PMP1000 com destaques

Fonte: Elaboração do Autor

Uma vez que se teve noção de todas essas funcionalidades, ligou-se a mesa. Um botão

em formato quadrado se encontra em sua traseira, indicado em vermelho na figura 10. Ao

lado esquerdo do já indicado botão, encontra-se a entrada de energia da mesa. Nessa entrada,

deve-se conectar o cabo de energia que deve ser ligado à rede elétrica.

Uma vez com a mesa ligada, foi ligada a saída destacada em marrom à direita na

figura 8. Foi ligado um cabo que se conectou na entrada de microfone encontrada na parte

superior esquerda do gravador de mão Sony ICD-PX312, conforme indicado na figura 11 na

cor vermelha. Depois desse processo, liga-se o gravador. O Gravador Sony ICD-PX312 tem

operação bem básica e simples. Para ligá-lo, foram utilizadas duas pilhas AA, encaixadas na

parte de trás do aparelho. Depois desse processo, basta puxar a alavanca na lateral esquerda,

indicada pela figura 11 em verde, por alguns segundos e o display se iluminará e a tela de

gravação aparecerá de imediato.

Uma vez ligado o equipamento, para gravar, é necessário apenas apertar o botão

frontal “REC/PAUSE”, que a gravação é iniciada, dependendo diretamente do que está

conectado em sua entrada de microfone destacada em vermelho na figura 11. Na parte traseira

Page 69: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

69

do aparelho, a figura 12 exemplifica melhor as entradas, saídas e o microfone dinâmico do

aparelho.

Figura 11 – O gravador de Mão Sony ICD-PX312 ligado

Fonte: Elaboração do Autor

A saída do gravador de mão é utilizada para feedback, como pode ser visto na figura

12, por intermédio de um fone de ouvido ou similar. Tanto a entrada do microfone, quanto a

saída do fone de ouvido do Sony ICD-PX312 são no formato P2, sendo que na saída da mesa

de som o formato do cabo de saída é P10. Para resolver o problema da incompatibilidade dos

cabos, foi utilizado um cabo P2/P10 provido pelo pesquisador.

Figura 12 – As entradas superiores e o microfone dinâmico do Sony ICD-PX312

Fonte: Elaboração do Autor

Page 70: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

70

Uma vez que o gravador foi conectado à mesa e gravando sua saída, foram dispostos

os receptores do sinal dos microfones Shure PGXD4 Wireless Receiver. Na figura 13, são

dispostos frente e traseira do aparelho com destaques.

Vê-se, inicialmente em vermelho, a saída de microfone no padrão XLR que por

intermédio de um cabo se conectará a uma das entradas de microfone da mesa. À esquerda da

saída de microfone do produto, é encontrada a entrada de energia, onde uma fonte também

provida pela instituição foi conectada para os dois aparelhos. Já na parte superior da imagem,

o número 32 é o canal de recebimento sem fio. Esse aparelho tem vários canais de

sincronização para que dois aparelhos não captem o sinal recebido de um microfone. Para

alterar o canal de recebimento do microfone, basta apertar o botão à direita do painel com os

dizeres “channel”. Já em amarelo, ao lado direito do display do canal de recebimento, é

destacado um painel infravermelho. Tal painel é utilizado para sincronizar microfone e

recebedor de sinal de áudio, a fim de aquele microfone fique alinhado apenas com aquele

receptor. Uma vez que estejam conectados os cabos no receptor wireless, é hora de avançar a

configuração dos microfones wireless, última fase dessa configuração.

Figura 13 – O Receptor de áudio Shure PGXD4 Wireless Receiver

Fonte: Elaboração do Autor

Page 71: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

71

O processo de configuração do transmissor do sinal de áudio Shure PGXD1 Bodypack

Transmitter é considerado um pouco mais simples. Para ele bastam duas pilhas AA e assim

que conectadas, o transmissor já é ligado. Como pode ser visto na figura 14, é possível

verificar, na parte destacada de vermelho, o microfone de lapela propriamente dito que se

conecta via padrão mini XLR. Agora deve-se sincronizar o emissor e o receptor do sinal de

áudio para que eles se conectem e o áudio comece a ser transmitido. Para isso, deve-se utilizar

a parte destacada de amarelo, tanto na figura 14 como na 13, e apertar o botão redondo à

direita da área destacada em amarelo na figura 12. Uma vez sincronizados, o áudio começará

a ser transmitido.

Figura 14 – O emissor de áudio Shure PGXD1 Bodypack Transmitter

Fonte: Elaboração do Autor

Uma vez que todos os aparelhos previamente descritos foram conectados, conforme

aqui descrito, houve um teste na saída de áudio do gravador via fone de ouvido para saber se

tudo estava sendo gravado corretamente. Uma vez que todo o processo fosse aprovado pelo

pesquisador, esse chamava o convidado para começar o procedimento de gravação. Como

pode ser visto pela extensão do processo de estabelecimento dessa configuração de áudio,

Page 72: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

72

pode-se inferir que esse processo de gravação não é trivial, exigindo-se um conhecimento, no

mínimo, básico de como esses aparelhos funcionam antes de começar.

Uma vez concluído o processo de gravação, deve-se transmitir o arquivo recém-

gravado a um computador a fim de editá-lo. Tal processo de busca dos arquivos gravados é

em natureza muito parecido com o processo anteriormente descrito para a busca no

dispositivo Android. Basta que se conecte o gravador via sua saída mini USB no computador

que ele reconhecerá o gravador e abrirá seus arquivos em uma pasta.

Configuração de áudio 3 – utilizando apenas o gravador de mão

Já no processo de gravação realizado pela terceira configuração de áudio, apenas o

gravador Sony ICD-PX312 foi utilizado para a captação do áudio, utilizando seu microfone

dinâmico disposto na figura 12 pelo círculo com furos. Depois da preparação antes da

gravação, no espaço de tempo em que os participantes revisam a pauta rapidamente, colocou-

se o gravador Sony ICD-PX312 em uma posição em que o som das vozes dos participantes

fosse perfeitamente audível. Como o gravador Sony ICD-PX312 não foi utilizado em posição

vertical para uma melhor captação, a posição escolhida foi em cima da mesa onde os

participantes gravavam o programa, perpendicular à posição dos participantes na mesa. Essa

configuração é descrita na figura 15, em que o gravador é destacado em vermelho, enquanto o

apresentador é representado pelo boneco de lápis enquanto o participante é representado como

a pessoa que não tem nada na mão.

Figura 15 – A gravação do podcast

Fonte: Elaboração do autor

Page 73: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

73

Depois de concluído o processo de gravação, o processo de recolhimento dos arquivos

de áudio é realizado. Assim como nas duas configurações descritas anteriormente, o

recolhimento dos áudios foi um processo bem simplificado para o Sony ICD-PX312. Uma

vez conectado ao computador por sua entrada mini USB, a pasta onde os arquivos se

encontram foi aberta automaticamente. Assim que aberta a pasta, uma cópia do arquivo foi

criada localmente para a edição.

3.3.3 Gravando podcasts com pessoas

Todos os podcasts gravados nesse trabalho tiveram dois participantes, apresentador e

entrevistado ou papéis similares de gravação. Nesse ponto, é importante entender que se teve

relação amigável entre interlocutor e apresentador. Sem essa relação, a gravação se tornaria

quase impossível, dada a quantidade de preparação necessária para o programa. Outro ponto

de importante entendimento é que algumas vezes surgiram situações de despreparo, no

sentido de que muitas pessoas podem não estão acostumadas a terem suas vozes gravadas.

Dado esse fato, teve-se então que as preparar para a gravação. Frases descritivas como

“vamos inicialmente falar do ponto X, depois prosseguiremos para Y” foram utilizadas para

vencer essas dificuldades.

Assim como a explicação pormenorizada dos pontos veio a ajudar as gravações,

também é de importante ressalva salientar que, por vezes, os entrevistados se esqueciam de

algum dado durante a gravação, por exemplo, um termo. Isso é totalmente aceitável.

Inicialmente, houve uma preocupação muito grande com o tempo dispendido, tanto do

apresentador, como de participantes do programa com tais situações. Para tranquilizar ambos,

muitas vezes, a edição do programa foi usada como argumento, pois tal passo da produção

conteria esses erros ao mínimo.

Uma vez apresentados os processos de gravação e realocação do arquivo de áudio do

podcast para dentro do ambiente de edição, assim como quais foram as atitudes tomadas

quando em gravação, será agora descrito o processo de edição propriamente dito.

3.4 A edição ou pós-produção de um podcast

Breen (2013, p. 1, tradução nossa) exalta a necessidade de se fazer o processo de

edição ou pós-produção, pois “[...] pode haver algum barulho no fundo ou o hábito irritante de

Page 74: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

74

alguém batendo em sua mesa que podem ser captados pelo microfone”44. A correção de áudio

não é a única motivação da pós-produção. Ela também possibilita a equalização e mixagem

do som. Segundo Breen (2013), a pós-produção também normaliza o som para uma melhor

sonoridade e benefício do ouvinte.

Antes de abrir a ferramenta de pós-produção escolhida (Audacity), é necessário ter em

mente o que será feito com o áudio antes da edição, no sentido de se pensar no objetivo do

programa e o que ele tenta alcançar, em outras palavras, qual o gênero do programa. Assim

sendo, vê-se que a técnica de pós-produção deve atender ao meio de comunicação ou gênerotextual que pretende ser produzido. Por exemplo, o processo de pós-produção de uma

entrevista é diferente do processo de pós-produção de uma discussão, ou de uma simples

discussão. Assim como para o texto escrito existem registros diferentes para gêneros diversos,

não é diferente para programas de áudio.

Neste projeto, o trabalho de pós-produção é feito pela ferramenta Audacity, que é bem

complexa, com várias funções para pós-produção de áudio. Antes de começar a edição

propriamente dita do áudio, é necessário realizar o download da ferramenta, para isso deve-se

acessar a página de download45 e clicar em download. Para a utilização da ferramenta de

maneira satisfatória, é necessária uma apresentação do software e suas funções, o que será

feito a seguir.

3.4.1 A apresentação da ferramenta Audacity

A ferramenta Audacity tem o aparato necessário para a pós-produção de podcasts.

Abrindo a ferramenta, é possível visualizar alguns painéis, conforme exibido na Figura 16,

descritos a seguir:

1 – Barra de Menu, contendo o menu do sistema;

2 – Barra de transporte, contendo o transporte do áudio, botões como o play, back,

forward e stop, além do botão de gravador;

44 “[...] there could be background noise, or someone's annoying habit of drumming on their desk, could be picked up by their mic”.

45 Disponível em <http://www.audacityteam.org/download/>

Page 75: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

75

3 – Barra de ferramentas, contendo os controles de normalização de volume, zoom e

velocidade de reprodução do áudio;

4 – Barra de volume de gravação, contendo o volume da gravação quando gravando

áudio;

5 – Barra de volume de reprodução, que marca o volume em que o áudio está sendo

reproduzido;

6 – Barra de ajuste de volume, contendo o controle de volume de gravação e

reprodução do áudio;

7 – Barra de Edição, com ferramentas para edição do áudio, tais como cortar, copiar,

colar, recortar tudo menos o áudio selecionado, silenciar o áudio selecionado, entre outros;

8 – Barra de transcrição, que altera a velocidade na qual o áudio é reproduzido;

9 – Barra de dispositivos, que contém todos os dispositivos disponíveis para a

gravação ou reprodução do áudio;

10 – Linha do tempo, com visualização de quanto tempo as faixas de áudio sendo

editadas ocupam, além de seleção de todas as faixas de áudio ao mesmo tempo;

11 – Painel de controle da faixa, que contém algumas informações, como a frequência de gravação em HZ, assim como se é mono ou stereo;

12 – Faixa de Áudio, área editável do som, onde é possível a seleção e opções de

edição da faixa;

13 – Faixa de rótulo, que contém uma faixa sem áudio propriamente dito, com

marcações para o que fazer em certa faixa de áudio;

14 – Barra de seleção, que contém controles para precisamente editar de onde será

reproduzido e onde será parada a reprodução do áudio;

15 – Barra de status, cuja função é ajudar o editor do áudio, com informações sobre o

estado corrente do sistema.

É importante destacar que alguns painéis e barras não estão visíveis quando se abre o

sistema diretamente, como os painéis 11 e 12, que são inseridos apenas quando se abre uma

faixa de áudio para a edição pelo programa. Outros painéis também não serão vistos, como o

13, de rótulo, ou 9, de dispositivos, visto que não há necessidade direta deles na edição, assim

como é possível ocultá-los para que não atrapalhem o processo de edição.

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76

Figura 16 – Os setores do Audacity

Fonte: <http://manual.audacityteam.org/o/index.html>

Tendo apresentado toda a ferramenta, será a seguir exibida como a pós-produção do

áudio é feita.

3.4.2 A edição do áudio

Para a edição do áudio, inicialmente é necessário ouvir toda a faixa gravada,

procurando por lugares onde a dinâmica da conversa deixa espaços muito grandes não

preenchidos de som, como, por exemplo, silêncio da voz dos participantes do podcast. Ao

identificar esses espaços de silêncio desnecessários, é então utilizada a ferramenta de corte do

Audacity, que se encontra na barra de edição, previamente apresentada como número 7. Esse

tipo de “espaço silencioso” é mostrado na Figura 17. É importante destacar que, nessa fase de

corte de silêncio, são necessários dois cuidados específicos. Primeiro, o de não se cortar

demais, a fim de não deixar o som da fala não natural, pois certas pausas são normais e

necessárias para dar fluidez ao discurso falado. E, segundo, o de dar uma atenção especial ao

Page 77: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

77

gênero que se está gravando no podcast. No caso deste trabalho, o primeiro podcast encenado

como um plantão de dúvidas entre um aluno e uma professora, em que algumas pausas de

dúvidas são necessárias para dar naturalidade ao diálogo.

Figura 17 – As ondas de voz cercadas pelo silêncio a ser cortado.

Fonte: Elaboração do Autor

Já em um segundo momento da edição do áudio do podcast, é necessário o

nivelamento da voz dos participantes, pois eles, em alguns momentos, pela própria modelação

da voz para o discurso falado, aumentam ou diminuem o tom de voz. Sendo assim, torna-se

necessária a utilização da ferramenta de modelagem de volume do Audacity, que se encontra

respectivamente na barra de ferramentas, o número 3, segundo a apresentação do sistema.

Finalizando a parte do nivelamento, para preencher a ausência do conteúdo já

apresentado, assim como para promover o fechamento do texto, grava-se e edita-se uma

vinheta, também a partir do mesmo processo anteriormente descrito. Essa vinheta deve ser

colocada no início e no fim do podcast, sinalizando assim seu início e seu fim. Para a

colocação desse áudio e de outros áudios auxiliares, é necessário copiar e colar o áudio da

barra de edição, assim como usar a ferramenta de manipulação de tempo na barra de

ferramentas do Audacity.

Assim que se chega ao fim da etapa da vinheta, o áudio já está decentemente pós-

produzido para ser publicado. Sendo assim, é feita sua exportação para o formato .mp3, por

intermédio da barra de menu, no item file e, dentro desse, clica-se em export, escolhendo

assim seu lugar para ser gravado. Tem-se, assim, o primeiro podcast do projeto já editado,

pronto para a publicação.

Page 78: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

78

3.4.3 A publicação do podcast

Dois métodos de armazenamento na internet foram utilizados para hospedar os

podcasts. Inicialmente o IFSP câmpus São João da Boa Vista forneceria um espaço para a

hospedagem dos programas chamado IFSP Nuvem, mas, devido a problemas burocráticos,

esse espaço não foi fornecido a tempo, ou seja, anterior ao início do curso. Portanto, como

medida provisória para o armazenamento dos programas na internet, foi utilizada a plataforma

de compartilhamento e criação de áudio chamada SoundCloud46. Essa não é a única opção

para que se faça o armazenamento de arquivos de áudio, porém, das encontradas, foi a de

mais simples ingresso e estabelecimento, já que o tempo nesse caso era crucial.

A utilização da ferramenta SoundCloud

Anterior ao processo de upload (transferência de arquivos do computador para a

internet) do podcast propriamente dito, é necessário criar uma conta no site. Para que se crie a

conta, é necessário obter um endereço de e-mail. Devido à comodidade e simplicidade do

sistema de criação, criou-se um endereço de e-mail na plataforma Gmail, pelo nome

[email protected]. Uma vez com o endereço de e-mail criado, volta-se a plataforma

SoundCloud para se criar uma nova conta. A página de criação é exibida na figura 18.

Figura 18 – A tela de cadastro de uma nova conta no SoundCloud

Fonte: https://soundcloud.com/

46 SoundCloud é a plataforma sonora social líder mundial onde pode criar sons e compartilhá-los em qualquer lugar. (SoundCloud is the world’s leading social sound platform where anyone can create sounds and share them everywhere, Tradução nossa) Disponível em: < https://soundcloud.com/pages/contact >

Page 79: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

79

Depois de criada a conta na plataforma, deve-se realizar o upload propriamente dito

do arquivo .MP3 gerado pelo Audacity na plataforma. Para tal processo, é necessário clicar no

link de upload, disponível na página, conforme destacado na figura 19. Para adicionar o

arquivo na plataforma, basta procurá-lo na pasta do computador onde ele foi exportado do

Audacity.

Figura 19 – O upload do arquivo na ferramenta SoundCloud

Fonte: https://soundcloud.com/

É possível visualizar que se tem controle de alguns dados na realização do upload da

ferramenta, como por exemplo a imagem do programa, o título do áudio, gênero, etiquetas e

descrição do podcast. É possível fazer algumas relações quanto ao já exposto na pesquisa

bibliográfica arquivo RSS que guarda Metadados do arquivo de áudio. É importante destacar

que as informações contidas na figura 19 são de exemplo, não coincidindo diretamente com

os mesmos atributos da versão real do primeiro podcast.

Page 80: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

80

Uma vez que o upload do arquivo esteja concluído, ele pode ser consultado por

qualquer pessoa no planeta com acesso à internet. Na figura 20, é possível ver alguns ajustes

que podem ser feitos no áudio, uma vez que seu upload é concluído.

Figura 20 - Ajuste de configurações na ferramenta SoundCloud

Fonte: https://soundcloud.com/

É importante visualizar, na figura 20, que o item incluir no feed RSS deve estar

marcado. Uma vez marcado, a plataforma SoundCloud gerará um arquivo RSS automático.

Se qualquer um tiver assinado tal feed em um aplicativo agregador de podcasts em um

celular, por exemplo, este receberá uma notificação avisando o usuário de um novo episódio

do podcast automaticamente. Ou seja, uma vez que se realiza o upload do podcast nessa

plataforma e se marca item referido para a inclusão do áudio do podcast no feed, o podcast

está oficialmente publicado. No SoundCloud, uma página é oferecida para acesso aos áudios

por domínio também. Essa tela é mostrada na figura 21.

Page 81: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

81

Figura 21 – A exibição do podcast na ferramenta SoundCloud

Fonte: https://soundcloud.com/textoouvido/podcast-01-o-tema-composicao-e-estilo-do-texto-

cientifico/

A essa altura do processo, é importante destacar que todo o processo de criação de

conta, tanto de e-mail quanto a conta SoundCloud, são totalmente gratuitos, porém a

plataforma tem alguns planos que exigem pagamento, os quais oferecem algumas vantagens.

Na versão gratuita do SoundCloud, que foi a utilizada nesse projeto, há uma restrição da

quantidade máxima de tempo de que se pode fazer upload, o que, no caso dos podcasts, foi

especialmente prejudicial, já que os arquivos são consideravelmente mais extensos que

músicas em si. Se, durante a execução do projeto, tivesse sido paga a taxa para a utilização do

SoundCloud Pró, não haveria restrições quanto ao máximo de tempo que se poderia fazer de

upload. Uma lista dos planos disponíveis para a contratação é encontrada no site47.

Já para a publicação para os alunos do conteúdo dos podcasts, por motivos de

comodidade, foi colocado um link para a página de domínio do podcast no ambiente do

Moodle para os alunos, conforme mostrado pela figura 22. Nesse link, os alunos são

encaminhados diretamente para a página referida na figura 21. O referido link na imagem 22

se encontra destacado em vermelho.

47 Disponível em: <https://soundcloud.com/pro>

Page 82: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

82

Figura 22 – A exibição do podcast na plataforma Moodle

Fonte: https://sbv.ifsp.edu.br/material/course/view.php?id=384

Durante a execução do projeto, notou-se que a quantidade de tempo provida pelo

SoundCloud gratuitamente não iria ser suficiente para o armazenamento de todos os podcasts.

Para resolver esse problema, a essa altura da execução do projeto, a plataforma IFSP Nuvem,

que inicialmente seria utilizada, porém sem sucesso na época, já estava então disponível.

Sendo assim, houve um esforço para realizar o upload dos últimos podcasts nessa ferramenta.

O processo de publicação pela ferramenta IFSP Nuvem é descrito a seguir.

Page 83: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

83

A utilização da ferramenta IFSP Nuvem

Para realizar o upload e distribuição dos podcasts nessa plataforma, foi necessária a

criação de um usuário na plataforma Nuvem IFSP provida pelo IFSP câmpus São João da Boa

Vista. O sistema pode ser acessado somente na URL https://nuvem.sbv.ifsp.edu.br/ e

normalmente não pode ser utilizado por usuários que não são alunos da instituição, sendo o

acesso feito para a publicação dos podcasts uma exceção. Uma visualização da página

principal da ferramenta é provida logo quando se entra no sistema. Uma visão dessa página

principal é provida na figura 23.

Figura 23 – A exibição da ferramenta IFSP Nuvem

Fonte: https://nuvem.sbv.ifsp.edu.br/

O processo de upload na ferramenta IFSP Nuvem é um pouco mais simplificado se

em comparação com o processo de upload provido pelo SoundCloud, mas em contrapartida,

alguns metadados devem ser inseridos manualmente via RSS como será mostrado a seguir.

Para realizar o upload do arquivo, basta clicar no botão com o sinal de mais no topo da

ferramenta, isso abrirá uma janela no Windows Explorer onde se pode procurar o arquivo

correto para realizar o upload, assim armazenando o arquivo na nuvem. Porém, no caso da

ferramenta IFSP Nuvem, o processo de publicação com o upload não está completamente

terminado, falta ainda distribuir o arquivo de fato. Para a realização de tal tarefa, a plataforma

Page 84: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

84

oferece o serviço de compartilhamento de arquivos pela plataforma, como pode ser visto na

figura 24. Para que tal ação seja desperta, é necessário clicar no arquivo para que um menu

lateral apareça, e depois clicar na aba compartilhamento. Uma vez nesse menu, basta checar o

item “Compartilhar Link”. Uma vez checado, o link de compartilhamento é gerado, conforme

destacado em vermelho na figura 24.

Figura 24 – Compartilhando o podcast na ferramenta IFSP Nuvem

Fonte: https://nuvem.sbv.ifsp.edu.br/

Como pode ser visualizado pelas figuras 21 e 22, o upload de vários arquivos já foi

realizado, entre eles, a imagem que serve como capa dos episódios e o arquivo RSS, chamado

podcast.rss. É importante dizer que o processo de compartilhamento teve de ser feito em

todos os arquivos, para que eles pudessem ser acessados por quaisquer pessoas que tivessem o

link em mãos. Outro ponto de importante a ressaltar é que, apesar de o arquivo estar

compartilhado, usuários que acessem esse link pela internet não podem alterar esse arquivo,

mantendo assim a confiabilidade do que é feito no upload.

Sendo assim, pode-se ver que a ferramenta não permite a inclusão de metadados nos

arquivos de dados facilmente, conforme visto na apresentação do sistema SoundCloud. Para a

inclusão de tais Metadados, o arquivo RSS foi utilizado, conforme ilustrado, em parte, na

figura 25. Nela, é possível visualizar alguns desses metadados, como por exemplo entre as

tags <item></item> é possível visualizar todas as informações pertinentes quanto ao episódio

número 7 do Texto Ouvido, assim como anterior a tag de item já descrita, é possível

Page 85: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

85

visualizar informações gerais sobre o próprio podcast, como por exemplo sua descrição, seu

nome, data de sua publicação, entre muitos outros.

Figura 25 – O arquivo RSS utilizado

Fonte: Elaboração do Autor

Uma vez que o arquivo RSS foi elaborado e inserido na ferramenta Nuvem IFSP, o

podcast estava oficialmente publicado. Partindo desse pressuposto, qualquer pessoa que

tivesse se inscrito no RSS pelo link de compartilhamento antes descrito, receberia uma

notificação de atualização do feed com mais um podcast. É importante dizer que esse RSS

feed é diferente do gerado pelo SoundCloud para o podcast Texto Ouvido, sendo assim dois

arquivos RSS foram gerados, um pelo SoundCloud e outro pelo pesquisador. Porém isso não

é impedimento para o acesso ao conteúdo pelos alunos, uma vez que os alunos têm acesso

direto ao link do podcast pela página do Moodle. Nesse link, ao invés do player ser provido

pela ferramenta SoundCloud, o download do arquivo do podcast era efetuado, para que o

aluno pudesse ouvir o podcast localmente, no player de sua escolha.

Foram aqui apresentados todos os aspectos técnicos e científicos para a preparação,

gravação e distribuição dos podcasts Texto Ouvido. A seguir, serão apresentados os

Resultados – os podcasts em si e uma pesquisa de impacto realizada para medir a satisfação

dos alunos com relação a esse recurso, quando da conclusão do curso de Redação Científica.

Page 86: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

86

Capítulo

4 Resultados

Dois principais materiais podem ser apresentados como resultados nesse trabalho, o

primeiro sem dúvidas são os podcasts em si, juntamente com o arquivo RSS gerado para

distribuí-los; e o segundo são os resultados de uma avaliação de satisfação conduzida

anonimamente no último dia de aula do curso de redação científica. Outros aspectos menores

conduzidos nesse capítulo são as dificuldades da produção do podcast, assim como as

soluções encontradas para tais problemas.

4.1 Os podcasts produzidos

Onze podcasts foram produzidos no total, um podcast para cada semana do curso e

um podcast extra da semana 2 que tiveram como tema principal a argumentação. O quadro 7

expõe os principais dados sobre os podcasts, como por exemplo configuração de áudio na

qual foi gravada, e link para download, assim como nome do podcast na ferramenta onde o

programa está disposto.

No Quadro 7, é possível visualizar vários aspectos importantes de serem ressaltados

do podcast Texto Ouvido. O primeiro desses aspectos é sua continuidade ao longo do tempo.

Contextualizando, o podcast Texto Ouvido foi continuamente distribuído durante dez

semanas seguidas, como parte das atividades do curso de redação científica LALETEC. O

curso foi ministrado do dia 05/09/2015 até o dia 05/12/2015 e, para que se tivesse uma

margem de folga para caso algo acabasse errado durante os processos de gravação, edição e

publicação dos podcasts, eles sempre eram distribuídos para a avaliação dos docentes

responsáveis pelo curso uma semana antes de os alunos terem acesso a ele via plataforma

Moodle. Portanto, é possível dizer que a duração do projeto no quesito pré-produção,

produção e pós-produção tomou ao todo algo em torno de 11 semanas, visto que a primeira

semana serviu de preparação para a publicação do primeiro podcast.

Page 87: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

87

Quadro 8 – Os podcasts do Texto Ouvido

Nome do Podcast Tema Link para DownloadConfig. de

ÁudioPublicação Duração

O Texto Ouvido 01 - O Tema, Composição e Estilo do Texto

Científico.

Texto científico (gênero: tema, composição, estilo e tipo textual argumentativo)

https://soundcloud.com/textoouvido/podcast-01-o-tema-composicao-e-estilo-do-texto-

cientificoConfig. 1 SoundCloud 27:02

O Texto Ouvido 02 - A Argumentação

Texto argumentativo (modelo da retórica aristotélica)

https://soundcloud.com/textoouvido/o-texto-ouvido-02-a-argumentacao

Config. 2 SoundCloud 43:36

O Texto ouvido 02 B - A Argumentação Extras

Não Previstohttps://soundcloud.com/textoouvido/o-texto-

ouvido-02-b-a-argumentacao-extrasConfig. 2 SoundCloud 20:22

O Texto Ouvido 03 - As Seções Do Artigo Científico (melhor

qualidade de áudio)Artigo científico (seções)

https://soundcloud.com/textoouvido/o-texto-ouvido-03-as-secoes-do-artigo-cientifico-

melhor-qualidade-de-audioConfig. 2 SoundCloud 12:24

O Texto Ouvido 04 - A Metodologia

Desenvolvimento (referencial teórico e metodologia)

https://soundcloud.com/textoouvido/o-texto-ouvido-04-a-metodologia

Config. 3 SoundCloud 27:29

O Texto Ouvido 05 - A Introdução E A Conclusão

Conclusão (resultados e discussão)

https://soundcloud.com/textoouvido/o-texto-ouvido-05-a-introducao-e-a-conclusao

Config. 3 SoundCloud 23:50

O Texto Ouvido 06 - O Estilo, Técnicas de Impessoalização do

Texto CientíficoEstilo (linguagem)

https://soundcloud.com/textoouvido/podcast-6-o-estilo-tecnicas-de-impessoalizacao-do-

texto-cientificoConfig. 3 SoundCloud 19:30

O Texto Ouvido 07 - O Resumo Resumo (segundo a ABNT)https://nuvem.sbv.ifsp.edu.br/index.php/s/dgb

lVDiFtohOrzHConfig. 3

Nuvem IFSP

15:05

O Texto Ouvido 08 - O AbstractAbstract (e o uso da tradução

automática)https://nuvem.sbv.ifsp.edu.br/index.php/s/YT

AarWeGXGm39GtConfig. 3

Nuvem IFSP

10:00

O Texto Ouvido 09 - Os Dados Visuais

Uso de dados visuais (tabela, quadros, gráficos, etc.)

https://nuvem.sbv.ifsp.edu.br/index.php/s/FEWg34673V0Hxlw

Config. 3Nuvem IFSP

17:28

O Texto Ouvido 10 - A Coesão no Texto Científico

Coesão textual (tópico frasal / marcadores discursivos)

https://nuvem.sbv.ifsp.edu.br/index.php/s/Nl0FMUZCD7JSc13

Config. 3Nuvem IFSP

16:02

Fonte: Elaboração do autor.

Page 88: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

88

Esse é o primeiro resultado explícito deste trabalho: o lançamento de seus programas

no prazo estipulado, provando assim que é possível realizar todo o processo de produção em

uma semana, como inicialmente foi estipulado.

O segundo fato importante que pode ser derivado do quadro é que alguns imprevistos

técnicos aconteceram, como era de se esperar, tanto durante as gravações quanto fora delas.

Esses aspectos contam como dificuldades encontradas e são descritas a seguir.

4.1.1 Dificuldades encontradas na produção do Texto Ouvido

A maioria das dificuldades que merecem nota foram obtidas nos aspectos técnicos da

gravação dos podcasts, mas algumas não, como por exemplo, o agendamento de um horário

para a gravação com os participantes. Uma vez que tanto o apresentador como os

participantes do programa trabalham, foi necessária a coordenação das agendas por essas duas

partes. No cruzamento de tais agendas, muitas vezes o local mais cômodo para realizar a

gravação foi o próprio câmpus. Outra dificuldade importante de ser comentada no aspecto

humano é que todos os participantes acabaram apresentando algum tipo de nervosismo na

primeira vez que gravaram, incluindo o apresentador, mas, depois de algumas seções de

gravação, os participantes, assim como apresentador, começaram a se acostumar com o fato.

Um outro acontecimento que causou a extrapolação da duração prevista do segundo

podcast, assim como a criação de um segundo podcast b, foi a extensão do assunto e o

interesse em falar dele. No decorrer do episódio, a gravação total para a criação desses dois

podcasts foi de mais de uma hora, quando estava-se estimando por volta de 20 minutos por

episódio. Por isso, houve a quebra em dois, pois tudo o que foi discutido era necessário para o

entendimento do assunto. Então, foi provido um pouco mais dos quarenta minutos e, caso o

aluno tivesse interesse de se aprofundar no assunto, ele tinha a opção de ouvir o podcast

extra, que continha mais alguns exemplos e apresentação de conceitos complementares.

Sendo esses todos os aspectos humanos que influenciaram diretamente na qualidade

do podcast, são apresentados a seguir aspectos práticos e técnicos.

Page 89: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

89

Dificuldades técnicas e práticas

Uma miríade de dificuldades técnicas foi encontrada durante a execução do projeto.

Inicialmente, o fato que mais contou para a tomada de decisão sobre quais equipamentos

utilizar para realizar a gravação era o fato de que não haveria um lugar dentro do próprio

câmpus que fosse silencioso o suficiente para realizar as gravações do podcast. O local mais

silencioso encontrado foi o auditório do Câmpus IFSP, que é equipado com a mesa de som

anteriormente descrita e, por isso, tomou-se a iniciativa de se utilizar esse equipamento.

Logo depois de se resolver dificuldade prática quanto ao local da gravação,

começaram as dificuldades técnicas de operação da mesa e microfones, citados na

metodologia desse trabalho. Entre as dificuldades técnicas, uma das mais importantes a

serem ressaltadas é a gravação contínua de um ruído proveniente da mesa que, pela falta de

conhecimento técnico de sua operação, não se conseguiu silenciar. Em todos os podcasts

gravados com a segunda configuração do áudio, é possível ouvir o ruído em algum momento

do áudio. Para superar esse problema, inicialmente, encontrou-se um filtro na ferramenta de

edição Audacity, chamado Noise Reduction ou redução de ruído. Para utilizar essa ferramenta

provida pelo software, deve-se inicialmente pegar o perfil do áudio, para que o Audacity saiba

que ruído eliminar e depois aplicar esse filtro a todo o áudio. Já, em um segundo momento, o

apresentador e operador da mesa foi um dia tentar eliminar o ruído e o conseguiu, verificando

que o que acontecia era um mal contato entre os encaixes do microfone e mesa, que gerava o

ruído eletrônico.

O segundo desafio quanto à operação da mesa de som é a quantidade de

configurações que por ela é oferecida, combinada com a falta de experiência de quem a opera.

Como exemplo, é apresentado o fato que motivou o desuso da mesa para a continuidade do

projeto. Durante a gravação do podcast O Texto Ouvido 03 - As Seções Do Artigo Científico,

um controle de ganho, que é a amplitude da onda que pode ser transmitida pela mesa, foi

configurado muito alto por motivo de falta de experiência com a operação da mesa de som.

Tal configuração causou um efeito de clipping, que é quando o som é gravado em ondas

muito altas que não são possíveis de serem reproduzidas pelos fones de ouvido. Sendo assim,

mesmo após a publicação, a gravação de um novo programa teve que ser feita, para que se

melhorasse a qualidade do áudio, por que o Audacity não consegue corrigir esse efeito na

pós-produção. Depois da gravação desse programa, que foi descartado, somente utilizou-se a

configuração 3 para a gravação do áudio que, apesar de ser mais simplificada e conter menos

Page 90: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

90

configurações para o ajuste do áudio captado, serviu para os propósitos do projeto. Uma vez

que se parou a produção dos podcasts com a segunda configuração da mesa, não se obtiveram

mais problemas com essa configuração.

Antes da edição do áudio propriamente dito, durante a transmissão dos arquivos de

áudio para o computador, somente na primeira configuração de áudio, em que um tablet se

conectava com o computador, houve uma dificuldade para encontrar os arquivos gravados, já

que não havia um conhecimento muito grande na área de Android e seu gerenciamento de

arquivos. Mas com o esforço de procura um pouco demorado foi-se capaz de encontrar os

arquivos.

Durante a edição do áudio foi introduzida uma ou mais músicas de fundo para que

não houvesse momentos de silêncio e também para que as músicas escondessem algumas

falhas da edição que também foram causadas pela falta de experiência com o software. Mas,

ao longo do tempo, a qualidade do áudio foi melhorando, já que se ganhou experiência com o

uso da ferramenta, aprendendo-se que ferramentas usar e como as usar para um melhor

aproveitamento do áudio dos podcasts.

Já foi citada a restrição da ferramenta SoundCloud para o upload dos programas e

uma dificuldade encontrada foi a demora para a configuração do ambiente IFSP Nuvem para

que ele fosse utilizado com os podcasts, contudo as credencias de acesso foram passadas e se

pôde realizar o upload desses programas sem maiores problemas.

Com essas dificuldades apresentadas, pode-se apresentar o segundo bloco de

resultados gerado pelo projeto: um questionário de avaliação do podcast.

4.2 O questionário de avaliação do Texto Ouvido

O questionário foi aplicado aos alunos em sua última aula, que era presencial. Nessa

última aula, havia uma prova e, por fim, convidou-se os alunos a responderem o questionário

como atividade optativa. É importante ressaltar que o questionário foi respondido

unanimemente pelos trinta e dois participantes, sua criação se deu por intermédio de uma

ferramenta de construção de formulários criada pelo Google o Google Forms48. O formulário

completo das perguntas que foram elaboradas segue no Apêndice A.

48 Disponível em: <https://apps.google.com/intx/pt-BR/products/forms/>

Page 91: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

91

Uma vez que se responde um questionário na plataforma Google Forms seus

resultados se reúnem em uma planilha que também é um serviço provido pelo Google,

chamado Google Spreadsheets49. Esse serviço provém o recurso de geração de gráficos a

partir das respostas dos usuários, e esses gráficos serão apresentados para evidenciar alguns

resultados.

Inicialmente, para se ter uma ideia de qual a amostragem dos participantes que

preencheram os formulários, apresenta-se a figura 26, que demonstra em qual estágio do

ensino os ouvintes se encontravam, sendo que 51,7% dos participantes estavam atualmente

cursando ou completado a graduação, 20,7% completado ou cursando o mestrado e 10,3%

completado ou cursando o Doutorado. Ou seja, um grande público com ensino superior

acabou consumindo os podcasts.

Figura 26 – Amostragem de Participantes

Fonte: Elaboração do Autor baseado em https://apps.google.com/intx/pt-BR/products/sheets/

Outro aspecto importante da amostragem é a Área do conhecimento dos ouvintes do

podcast. Podemos ver destacado na Figura 27 que 28,1% dos ouvintes é da área de exatas

49 Disponível em: <https://apps.google.com/intx/pt-BR/products/sheets/>

Page 92: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

92

enquanto 12,5% dos ouvintes é da área de humanas, as demais áreas também são dispostos na

figura 27.

Figura 27 – Área de conhecimento dos participantes

Fonte: Elaboração do Autor baseado em https://apps.google.com/intx/pt-BR/products/sheets/

Em um segundo momento, já com a amostragem dos ouvintes sabida, pode-se avaliar

outros aspectos do podcast, como por exemplo o aspecto Flipped Learning dos podcasts, ou

seja, eles terem sido ouvidos antes de realizarem de fato as tarefas do curso. A figura 28

exemplifica que 31 dos 32 ouvintes acredita que ouvir o conteúdo antes de realizar as tarefas

beneficia em seu aprendizado. É importante dizer que o gráfico de barras foi utilizado nesse

caso para mostrar de uma forma mais explícita a quantidade de pessoas que escolheu cada

uma das opções.

Figura 28 – Reação com o Flipped Learning

Fonte: Elaboração do Autor baseado em https://apps.google.com/intx/pt-BR/products/sheets/

Page 93: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

93

Já no quesito objetos de aprendizagem, que pode ser visualizado na figura 29, o

mesmo resultado foi obtido, 31 dos 32 ouvintes que preencheram a pesquisa gostariam de ver

mais podcasts aplicados como objetos de aprendizagem.

Figura 29 – Suporte a Objetos de aprendizagem

Fonte: Elaboração do Autor baseado em https://apps.google.com/intx/pt-BR/products/sheets/

Quanto às avaliações sobre a qualidade geral dos podcasts, mostradas na figura 30,

pode-se um bom aproveitamento quanto à sua qualidade. Nota-se ainda que o número 1 não

está disposto porque ninguém o escolheu.

Figura 30 – Aferindo a qualidade dos podcasts em geral

Fonte: Elaboração do Autor baseado em https://apps.google.com/intx/pt-BR/products/sheets/

Page 94: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

94

Quanto à classificação dos podcasts, os ouvintes classificaram os podcasts do melhor

para o pior, tanto quanto ao aspecto de auxílio no curso, quanto ao desenvolvimento da

pesquisa na qual os ouvintes estavam engajados. Pode-se concluir, a partir dos gráficos

mostrados na Figura 31, que o primeiro podcast é o que mais auxiliou os alunos no progresso

do curso, enquanto que os dados mostrados na figura 32 mostram que o segundo podcast foi o

que mais contribuiu para o desenvolvimento da pesquisa dos ouvintes.

Quanto aos motivos de escolha desses podcast para o primeiro lugar, os alunos foram

sucintos, justificando a escolha do primeiro podcast como o mais importante para a

elaboração da pesquisa, já que diz respeito à escolha do tema.

Page 95: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

95

Figura 31 – A classificação dos Podcasts quanto ao Curso de Redação Científica

Fonte: Elaboração do Autor

Page 96: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

96

Figura 32 – A classificação dos Podcasts quanto ao desenvolvimento da pesquisa

Fonte: Elaboração do Autor

Page 97: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

97

Um dos alunos, quando justificou sua escolha do primeiro lugar, usou a seguinte

justificativa “Porque é fundamental para o início da organização do trabalho”, outro ainda

“Pois me permitiu entender como se começa uma pesquisa”.

Já no quesito de qual podcast beneficiou mais as pesquisas dos ouvintes, referente à

figura 32, é possível visualizar que o segundo podcast sobre argumentação acabou sendo

escolhido por um participante a mais que o primeiro. E para justificar a escolha desse podcast,

os ouvintes utilizaram argumentos variados, um exemplo de argumento foi “Porque através

das dúvidas e exemplos apresentados pelo personagem no podcast e as mesmas sanadas pude

desenvolver melhor os argumentos para a minha pesquisa”; outro ainda expôs “Minha

pesquisa tem caráter mais monográfico. Assim, o estudo da argumentação e das metodologias

são mais importantes para a construção textos”.

O elemento de crítica é importante para a produção construtiva de um tópico, seja ele

qual for. No caso, a última pergunta que tinha como texto “Você tem alguma crítica, sugestão

ou avaliação que você gostaria de compartilhar conosco sobre o podcast?” tinha como

propósito prover críticas. Por ser do tipo dissertativa, essa foi uma das principais questões

para avaliar o que foi ruim durante a elaboração dos podcasts. Entre os argumentos

apresentados para essa questão estão: “Minha sugestão é que a voz que faz a apresentação e o

encerramento fosse diferente daquela dos participantes da entrevista. Acho que isso pode dar

um caráter mais teatral e, portanto, contribuir mais”. Outra sugestão veio por esse argumento:

“O podcast pode ser um pouco mais objetivo, muitas vezes repetiu uma mesma informação

várias vezes”. Mas muitas vezes essa questão mostrou aspectos positivos quanto à elaboração

dos podcasts no ponto de vista dos ouvintes, como por exemplo um aluno citou “Somente

gostaria de parabenizar e agradecer”, outro ainda disse como crítica que queria apenas

“Parabenizar, a ideia é muito boa”.

Já no fim dessa análise torna-se necessário uma explicação da não utilização das

perguntas 8, 9, 10 e 11 nesses resultados, isso é devida a pouca relevância das questões no

contexto analítico já que tais questões são referentes aos temas e estruturas diferentes dos

podcasts que foram planejados, porém pela falta de tempo entre uma semana e outra foi de

impossível implementação, é possível dizer que elas não medem nenhum aspecto diretamente

relevante ao trabalho.

Nessa seção apresentaram-se todos os principais resultados que a pesquisa obteve ao

longo de todo o projeto. A seguir, apresentam-se as conclusões.

Page 98: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM
Page 99: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

99

Capítulo

5 Conclusões Finais

Várias conclusões foram tiradas de acordo com os resultados e de acordo com a

experiência do pesquisador ao longo da realização desta pesquisa, podendo-se abordar vários

aspectos, educativos e técnicos, com pertinência a todo processo de produção dos podcasts

aqui apresentados.

Abordando inicialmente os aspectos educativos do trabalho e tendo como base um

trabalho científico, é possível afirmar que os objetivos dispostos nesse trabalho foram

alcançados, ou seja, foram criados dez podcasts que serviram como objetos de aprendizagem

para o curso de redação científica LALETEC. A obrigatoriedade da escuta desses programas

antes que os alunos executassem outras tarefas prova que a técnica Flipped Learning foi

aplicada, mesmo sem a utilização de vídeos.

Conclui-se também que podcasts podem então ser usados como objetos de

aprendizagem e que os alunos aprovam sua utilização como apontado pela seção de resultados

desse trabalho. Ainda pode-se correlacionar o fato do bom aproveitamento do podcast no

quesito qualidade, conforme avaliado pelos alunos como fator para ele ser aceito como Objeto

de Aprendizagem. O mesmo ocorre quando se avalia o Flipped Learning, também é possível

correlacionar a qualidade dos podcasts apontadas pelos próprios alunos quanto a admissão do

Objeto de Aprendizagem nessa abordagem.

Outro ponto importante de se estabelecer é o vínculo claro entre esse projeto na

interface Informática e Educação, já que foi criada uma ferramenta baseada na utilização de

TICs para auxiliar no processo de aprendizagem. Além disso, é possível perceber que todos os

aspectos que envolvem a concepção, elaboração e distribuição de um podcast envolvem TICs.

Além disso, é possível ressaltar que os objetivos específicos do trabalho foram

alcançados, não apenas foram pré-produzidos, produzidos e pós produzidos 10 podcasts por

um processo preestabelecido para esses passos, como os alunos acessaram esses podcasts

como objetos de aprendizagem em uma abordagem Flipped Learning.

E finalmente pode-se dizer que esse é um projeto pioneiro no sentido criação e

manutenção de um podcast no abordando a temática de redação científica. Assunto esse que

não é normalmente abordado vias educacionais normativas, não sendo nem possível estimar a

Page 100: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

100

dificuldade de se encontrar algum material na mesma linha de podcasts sendo desenvolvido

na linha de redação científica.

Já em um segundo momento é possível discorrer sobre as conclusões técnicas do

trabalho. Quanto a esse ponto conclui-se ser fácil produzir um podcast e mantê-lo seja ele

para suporte de um curso, como Objeto de aprendizagem ou não. Existem ferramentas que

facilitam muito todos os processos necessários para a gravação sem utilizar muitos recursos,

tanto que, exceto o gravador de mão utilizado para as gravações, emprestado por um aluno do

IFSP, o custo para a implementação inicial desse podcast foi zero. Se levarmos em

consideração a primeira configuração de áudio, totalmente possível de ser adotada com

dispositivos atuais de mercado, como por exemplo smartphones ou tablets, é possível se

manter o processo todo a custo zero.

Outro pensamento conclusivo sobre esse trabalho é a facilitação do processo de se

planejar, gravar e distribuir o podcast, auxiliado tanto pela estrutura do design instrucional

para a parte da pré-produção, como a divisão em três processos, pré-produção, produção e

pós-produção, o que ajudou imensamente a criação e gerência de todos os processos relativos

ao podcast.

Apesar de ser um processo fácil de ser iniciado, um outro pensamento conclusivo é

que não se deve expandir para um método de gravação dos podcasts mais complicado sem o

tempo hábil para aprender como ele funciona e como os ajustes necessários podem influenciar

a maneira com que se editam os podcasts na fase de produção do áudio.

Logicamente, quando se busca uma maior sofisticação no quesito de qualidade de

áudio, ou no quesito continuidade semanal ou mensal, a necessidade de um investimento

monetário já cresce. Isso é exemplificado pelo próprio uso da mesa de som descrita

anteriormente, assim como o próprio gravador de mão e a utilização do IFSP Nuvem, pois, se

o câmpus não tivesse oferecido a alternativa que foi o IFSP Nuvem, o plano provido pelo

SoundCloud deveria ser adotado, aumentado assim o custo do podcast no total.

Dito isso, é necessário exaltar alguns pontos quando falamos do projeto em geral.

Não é difícil encontrar projetos multidisciplinares, no entanto esse projeto é pioneiro não por

apenas relacionar TICs com educação, mas sim por aplicar dois conceitos de grande

importância educacional que são Objetos de Aprendizagem e Flipped Learning. No entanto

esses temas não são os únicos abordados, durante sua duração. A envergadura técnica do

projeto com equipamentos de áudio, mais a complexidade do manuseio com as ferramentas de

publicação dos podcasts não fazem desse apenas “mais um” na galeria de projetos

Page 101: O TEXTO CIENTÍFICO ENSINADO EM

101

interdisciplinares, mas sim um projeto único que é valoroso por vários aspectos. Entre eles

estão, ser reaplicável, apresentar conteúdo que geralmente só seria dado em sala de aula fora

da sala de aula, por intermédio de uma TIC, muito mais simples de ser produzida e editada do

que um vídeo e além disso ser publicado na web e acessível por qualquer pessoa.

Pode-se ainda avaliar a possibilidade de trabalhos futuros com base nesse, sugere-se

inicialmente a criação de um novo ciclo de um curso de redação científica, dentro ou fora,

para a aplicação e reusabilidade dos mesmos podcasts, de maneira comparativa no aspecto de

Flipped Learning, para que se verifique os benefícios da metodologia com base nas notas e

opiniões dos ouvintes dos podcasts. Outra sugestão é o lançamento de um outro curso de

redação que não ofereça os podcasts como objeto de aprendizagem, para que se tenham dados

quantitativos de notas desses alunos em comparação sem esse material, medindo assim o

impacto direto dos podcasts nos alunos.

Como término de sugestão fica ainda a ideia de que o podcast é uma mídia versátil,

podendo seu processo de desenvolvimento ser adaptado para abordar qualquer assunto, seja

esse educacional ou não. Como sugestão então fica a introdução de podcasts como objetos de

aprendizagem no geral, para todos os cursos ministrados, não apenas pelo LALETEC, como

também para cursos de graduação regulares, do ensino médio e talvez até a introdução de

podcasts nos anos finais do ensino fundamental.

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103

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Apêndice A

Formulário de satisfação e avaliação do Texto Ouvido Podcast

Informações Pessoais

1 - Instituição *Qual instituição que suporta sua pesquisa?

1 - Área do Conhecimento *

Humanas

Exatas

Saúde/Biológicas

Tecnológicas

Outro:

2 - Curso *

Médio

Graduação

Especialização

Mestrado

Doutorado

Pós-Doc

Outro:

3 - Status da Pesquisa *

No Início

Em Andamento

Em Vias de Conclusão

Concluída

4 - Qual o nome de sua Pesquisa? *Caso o nome esteja pouco desenvolvido, o tema pode ser inserido.

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O Desempenho do Podcast

O Desempenho do Podcast com Relação ao Curso.

4 - Em um ranking, qualifique os Podcasts, que mais beneficiaram o seu desempenho no curso? *Role a seleção de podcasts horizontalmente para preencher.

1 - Tema, Composição e Estilo do Texto Científico

2 - A Argumentação

3 - As Seções do Artigo Científico

4 - A Metodologia

5 - A Introdução e a Conclusão

6 - O Estilo, Técnicas de Impessoalização do Texto Científico

7 - O resumo

8 - O Abstract

9 - Os Dados Visuais

10 - A Coesão no Texto Científico

Primeiro

Segundo

Terceiro

Quarto

Quinto

Sexto

Sétimo

Oitavo

Nono

Décimo

5 - Por quê escolheu esse podcast para o primeiro lugar? *

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O Desempenho do Podcast com relação a sua pesquisa.

6 - Em um ranking, qualifique os Podcasts, que mais beneficiaram o seu desempenho na pesquisa? *Role a seleção de podcasts horizontalmente para preencher.

1 - Tema, Composição e Estilo do Texto Científico

2 - A Argumentação

3 - As Seções do Artigo Científico

4 - A Metodologia

5 - A Introdução e a Conclusão

6 - O Estilo, Técnicas de Impessoalização do Texto Científico

7 - O resumo

8 - O Abstract

9 - Os Dados Visuais

10 - A Coesão no Texto Científico

Primeiro

Segundo

Terceiro

Quarto

Quinto

Sexto

Sétimo

Oitavo

Nono

Décimo

7 - Por quê escolheu esse podcast para o primeiro lugar? *

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Quanto a Aderência dos Temas

Relação Temas/Estrutura – Curso

8 - Você achou que a escolha dos temas dos podcasts teve relação direta com a escolha de temas do curso? *

Não teve nenhuma Relação

Vi poucas relações entres os temas

As relações entre os temas eram satisfatórias

Não percebi a diferença entre os temas.

9 - Você achou que a escolha dos temas dos podcasts foi relevante para o desenvolvimento da sua pesquisa? *

Não foi nada relevante

Foi pouco relevante

Foi relevante

Foi Extremamente Relevante

10 - Você gostou das estruturas diferenciadas dos podcasts? *Estrutura de um apresentador e entrevistados, aluno e orientador, receita de bolo.

As estruturas foram péssimas

As estruturas foram ruins

As estruturas foram boas

As estruturas foram extremamente boas

11 - Você acredita que as estruturas diferenciadas dos podcasts facilitaram a exposição do conteúdo? *Estrutura de um apresentador e entrevistados, aluno e orientador, receita de bolo.

Piorou o entendimento

Não Facilitou

Facilitou

Não entenderia o conteúdo se não fosse a estrutura