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O TICO -TICO *¦" ipk- <'ç*\Jr ANNO XXIV . RIO OE JANEIRO. 11 OE SETEMBRO DE 1929 Por causa de um serrote NUM. 1.249 |E§4__f MmmmW**______!L^WJ^BHHBBB^^?'-£•_-^^T^^^^^^-t.____H--.\ Eu vi, Jujuba. eu vi. Dois homens brigando por cau sa de um serrote. Dizia Lamparina, aiwntando para os lados da estrada de ferro ___¦__ Pois então. respondeu Jujuba, vamos chamar um soldado para prendel-os. E assim fizeram os dois* garotos. _______________¦_!__£ Tmm^mmmmmmmmmmmmmmmmmWmmmmmmmmmm\ ,^'(\lMmW i______^_^_fm / mm\ ' ~*Tar a Iam I mwi_»^» I T~~T)'^^8__H__L___T JmmWmmmmm'''mmmf '79j"^^K_âF '/' -¦'/M mc í /'~* --V|___2 i____^'^__^__^^^^/X/ <JI ' ^°Wri_>^ ^£^# ^__ A ^-"-^-.--^--^ \ \ i *«ei& /-^^~^T7i . ?lV^__T^^_ \ __/ _^HH A. >w^lip^i\\1 \ mwSÊx/ 's ^-___T""->-~\\JMÍLBI ___k mmwr W-tA^^n //,<^í_ ^^'^^^^.t.si^ísf^íl ___L r-/!^ B__- fl__l_____4l K ?m£/^S \^*mmm%mW-\'' . ]3_M__9___Íü79HvT tn f, r: x m ; ___pj1 \ \ K--V.s»-*^""^ ^BS_^--^_____^__B _PPW______. ^~^h"'í""*'*\_^^5____F_-^"*"" """"— Bfe/ \ \ _j^ -vf^\.^«_Í_Ü_-_-_^^*-—^^****"**"*^-_-_-___ "^*" —'"^-Oc*'^ ^ Pouco-tempo depois chegaram Lamparina, Jujuba . o soUlado. Vinham prender os dois homens que brigavam por causa de um serrote. Eram dois humildes trabalhadores que se desfaziam em suor. serrando um trilho.

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O TICO -TICO *¦" ipk- <'ç*\Jr

ANNO XXIV . RIO OE JANEIRO. 11 OE SETEMBRO DE 1929

Por causa de um serroteNUM. 1.249

|E§4__f MmmmW ** ______! L^W J^BHH BBB^^ ^È '- £•_- ^^T^^^^^^-t. ____H--. \

— Eu vi, Jujuba. eu vi. Dois homens brigando por causa de um serrote. — Dizia Lamparina, aiwntando para oslados da estrada de ferro

___¦__

— Pois então. — respondeu Jujuba, — vamos chamarum soldado para prendel-os. E assim fizeram os dois*garotos.

_______________¦_!__£ Tmm^mmmmmmmmmmmmmmmmmWmmmmmmmmmm\

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Pouco-tempo depois chegaram Lamparina, Jujuba . o soUlado. Vinham prender os dois homens que brigavampor causa de um serrote. Eram dois humildes trabalhadores que se desfaziam em suor. serrando um trilho.

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O TICO-TICO — 2 11 — Setembro — 1929

III! •

pC\ EM vOITGAHISAÇrfO.OlvlAlSCOMrLEtO,

LUXUOSO E AfTTISTICOANHUARIO .CINEMATOGRAPtlICO

edicco' qgotadas em 5 moiSEGUIDOS

eènos de petrata a cova aos mais fetosos aptistas do Cinema, oilcmac mintas

tpictipomiaí lindíssimas

bom-qo-5' biauaviDO MALHO -Itb«Je]cuteiro

QmwôyRIO

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11 — Setembro 1929 3 — O T I C O - T I CO

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om fom..rebomçroslo^lomar chá depois do sabor epela appa?eiidalheatro é de -bom tom? appétítosa que tem .es-»Tomal-o çombiscoitos^ses biscoitos.

AYA\ORE\é,indiscuti^^^Nâb se esquôÇâ.fxnãivelmente.debomgosto. |^ de'necommen<íaraosenDom gosto. repeKmòsAYçrèado que o chásejaseÉpela exscellencia dò^^mdã com os saborosos*

AVKOREMOINHO ÍNGLíZ *BUADA QUITANDA,10Ô * J?I5

¦¦ Moii.-.HoiNGier

.

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O TICO-TICO — 4 — 11 — Setembro — 1929

Deixem as creanças saltar e br mear!A actividade é o tônico da Natureza para

as creanças. Os alegres brinquedos, correrias,

«altos e jogos constituem OS MEIOS NA-

TURAES de desenvolvimento dos jovens cor-

pos. A natureza também fornece os alimentos

próprios, e necessários á construcção dos ossos,

doa músculos, ao desenvolvimento da força e

tio vigor, á Saúde. O Leite Maltado HOR-

UCK contém esses alimentos naturaes e in-

dispensáveis ás creanças no período do des-

envolvimento, o puro e rico creme, a.3 pro-\ f ¦ ™mm*wmw^\i ^3tmM\ teinas, as vitaminas, tudo isso se encontra

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O TICO -TICO

(PROPRIEDADE DA SOCIADADE ANONYMA "O MALHO")Retlactor-Cheíe: Carlos Slanhãcs — Dlrector-Gcrente: Antônio A. de Souza e Silva

'» Assignaturas a— llrnsUi 1 nono, 25S000, O mexes, 13*0110 -- Estrangeirai 1 nnno, 00$000| 8 mczea, 35$000i Ae assignaturas começam sempre no dia l <Jo mee em aue forem tomadas e serio acceitas annual oa semestralmente.{ TODA A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa do dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal ou carta registradai com valor declarado), deve ser dirigida a. Sociedade Anonyma O MALHO — Travessa do Ouvidor, 21. Endereço telegraphloot

ÍO MALHO — ltio. Telepnones: Gerencia: Norte, 6402. Kscripto»1o: Norte: 6818. Annuncios: Norte, 6181. Oíflelnas: Villa, 624T.

Suocursal em São 1'aulo, dirigida pelo Dr. Plínio Cavalcanti — Kua Senador Feljo n. 27, 8* andar. Salas 88 e 87,

ÍJCOQfi^ÊmSUOÜO*Ç$Í^mW V\ í^

SOBRE OS ANIMAES PEQUENINOSMeus netinhosi

A minha netinha Germana foi hon-tem assistir a uma sessão de cinema e vol-tou encantada com o que viu — uma inte-ressante fita que descreveu todo o trabalhodas abelhas na confecção dos saborosos fa-vos de mel. A Germana não podia compre-hender de que modo foram photographa-dos certos detalhes dos admiráveis inse-ctos, porque, dizia ella, não ha objectiva demachina photographica capaz de apanhar,tão nitidamente, microscópicos órgãos dasabelhas. E' que a Germana ignora, meusnetinhos, a existência de um apparelhochamado bioscopio. Esse apparelho foi in-ventado por um estudioso chamado Gas-narre e revela-nos o organismo e a estru-ctura de seres infinitamente pequenos, per-mitte observar todos os movimentos dosanimaes em liberdade ate á distancia dedois metros.

Esse apparelho tem ainda a vantagemde poder ser adaptado a uma machina pho-tographica, o que permitte obter a photo-

graphia dos animaes em attitudes natu-raes consideravelmente augmentada?.

O trabalho das abelhas nos cortiçosfoi estudado com as observações feitas noadmirável apparelho do Dr. Gasparre e cer-tamente a fita que Germana viu foi tam-bem obtida pelo bioscopio.

As formigas figuram no numero dosanimaes que se deixam observar mais fa-cilmente. Essas observações são muito in-teressantes, feitas com o bioscopio.

O Dr. Gasparre photographou muitasscenas da vida desses insectos. Numa dei-Ias, vê-se uma formiga fazendo sua "toi-lette"; noutra, dois desses animaes de for-migueiros differentes, lutando; numa ter-ceira, uma formiga encontrou uma moscamorta, abriu-lhe o ventre e comeu as vis-ceras.

Ha uma infinidade de seres do reinovegetal que, muito pequenos, só com o au-xilio do bioscopio podem ser observados.

V OVO

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O TICO-TICO 6 — 11 r— Setembro — 1929

t \ T—*'/ _ja_5JL_ ffi^k.

¦4íJf ^íriof l_i_stA.«_-Ji-J.

?OTI COT!COj^oi •tf7\í3!l5^?*^__-,

NASCIMENTOS

^ <v» O Sr. Jocclyn Saboia de Amorim e sua esposa,D. Antonietta Salles Cunha Amorim, têm o seu lar enri-querido pelo nascimento de seu fiihinho Ithamar.

*§> <$¦ O lar do Sr. Antônio Lisboa Filho e ca Sra. DonaOcirema Silveira Lisboa acha-se enriquecido com o nasci-mento da galante Clara.

Quanto dão pela gordura da Hygia? pelas perguntas do An-tonio B.? pelas conversas da Helena? pe-o acanhamento doJardel? pela infantilidade da Rosalina? pelo sorriso do Feliz-berto? pelo comportamento da Alice? pela elegância do Ra-belais? pela aristocracia do Paulinho M. ? pelo gemo alegrada Dorinha?

<S> $> Leilão de meninas e meninos do Meyer: Quantodão pela sinceridade da Therezinha? pelo sorriso do An-

<§¦ <$ Fernando é o nome do lindo menino, primogênito tonio? pelos vestidos da meda da Zaira? pelas calças largasdo illustre casal Dr. Álvaro de Macedo Soares e de DonaZaira de Macedo Soares Alves. Fernando nasceu no dia ilde Agosto ultimo e mandou essa alegre noticia a'0 Tico-Tico.

ANNIVERSARIOS

zz <í> <$ Passou a 21 do mez ultimo a data natalicia donosso intelligente amiguinho Joaquim de Oliveira Lima.

$ 3> Celina Braune, nossa graciosa amiguinha resi-

do Haroldo? pelos olhos negros da Maria Lúcia? pela "pose"do Eduardo? dela sympathia da Eugeuinha? pela intelligenciado Mario? pela distincçao da Coralia? pela amabilidnde doPedrinho? e pelas amabilidades da Verinha?

$ O CINEMA....,

<S> ? Para organizar o grande film intitulado "ChacalAmoroso", convidei os seguintes amiguinhos de Petropòlis:

dente em Barra do Pirahy, festejou a 28 do mez ultimo a Luiz Bueno, para fazer o papel do Chacal Amoroso; Lygiapassagem de seu anniversario natalicio. Holding, por ser a seduetora Dolores. Del Rio; AnnibafM.,

<t> <S> Faz annos hoje o menino Leonel, filho do Dr. o galante D._ Alvarado; Ncenva Alves, a Nita Naldi; PLindolpho Vieira de Castro. G. N., o endiabrado Chiquinho; Graziela Maurtua, a loura

^ Q> Festejou hontem a passagem dc seu anniversario Vilma Banky; Rrenze C. Lemos, o Chuca-Chuca; Henriqtnatalicio o menino Haroldo Baptistade Menezes, nosso estudioso amiguinhoresidente nesta capital.

PRIMEIRA COMMUNHÃO

^ <v» A 15 de Agosto ultimo feza sua primeira communhão, em Barrado Pirahy, onde reside, a interessanteRuth, dilecta filhinha do Sr. Ary Car-los dos Reis e Souza.

NA B E R L I N D A _ x .

Q> <?> Estão na berlinda as seguin-tes moças e rapazes de "A Principal":Olympio S., por ser intelligente; Abi-lio X., por ser risonho; João G., porser querido; Amarina R., por sermeiga i Rosalina C, por gostar deaneedotas; Ermelinda T., por fazerquestão de um boa-tarde; Armilia S.,por ser querida de todos, e eu, porgostar de romances.

? <S> Berlinda de meninas e me-ninos de diversos bairros: Devanaghi,por ter boa voz; Luiz Hiltner, por ser6ympathico; Lucy, "p01- ser carinhosa;Alceu, por ser bonito; Glorinha, poreer boazinha; Joel, por ser estudioso;Conceição Cerqueira, por ser graciosa;Paulo, por ser forte; Jacy, por serpianista; Walter, por ser levado; Al-tira, por ser intelligente; Geraldo, porser valente; Ruth, por ser amável;Augusto, por ser engraçado; Carlinda,por ser chie, e Júlio, por ser querido.

jE M L E I L A O . . «

3> <fc Estão em leilão os seguinte.».Joven» que conheço em Santa Thereza:

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Assim como O TICO-TICO <*>a única revista no gênero que <&encerra todos >os requisitos para <&recrear e educar a creança, o seuAlmanach contém, como não po»dia deixar dc ser, um repositório

® vasto dos mais úteis ensinamen-<S> tos E' elle o brinde cobiçado por ®

todas as creanças. Este anno <S>essa útil publicação vae exceder, ®quer na sua confecção material, ®quer no copioso e educativo tex- <S>to, a dos annos anteriores. As <S>mais bellas historias de fadas, $>

® os mais lindos brinquedos de ar' <&3> «iar, comédias, versos, historias, <$>

conterá o primoroso ALMA- $><3> NACII D'0 TICO-TICO para <8>

I93Ò> a sahir em Dczcmbm. ®<*><$> <& <s><«)<S.v$.<í.<í><5.ví><í;^>v$.<í>'í»<í>^><^v$.

Cunha, a Laura La Plante; João I .Eddie Phillipps: Virgínia Gomes Netto,a Dorothy Gulliver; Nicolau N„ oBuster Keaton; Steila Nicolay, a EvaNil; Mariot dos Santos, a Clara Bow;Steila de Deus, a Rachel Torres, e cu!por ser a — Dama Mysterioso.¦$> <8> Foram contractados para umgrande film os seguintes jovens: Paulo.o Charles Farrell; Dora, a Geta Gou-dal; Luiz, o Conrad Nagel; Luizir.iin. aBetty Compson; Raul, o Ricardo Cor-tez; Lili, a Lia Tora; Roberto, o Ri-chard Dix; Eva, a Liiy Damita: Al-varo, o Ramon Novarro; Esther. aNorma Shearer; Vicente, o Hoot Gib-son; Nelson, o Harold Lloyd; MariaLuiza. a Anita Page; Manoel, o Oly.n-pio Guilherme; Nita, a Lia Tora.

NO JARDIM..;

^ ® Foi encontrado no Andarahyum lindo ramo com as seguintesflores: Lúcia, uma linda rosa; Braulio,tim cravo de Petropoüs; Antonina, umaorchidéa; Milton, um lyro; Aracy, umavioleta; Horacio. um jasmin; Diva,uma magnoiia; Octavio, um cactus:Lourdes, uma margarida; Saul, umamor-perfeito; Eponina, uma rosa chá;Maurício, um cravo branco.

SECÇÃO DA DOCEIRA...,

3> ? Receita de um bolo achadano Rio Comprido: 250 grammas dacamaradagem da Zilda; 100 grammasda sympathia do Nilo; 200 grammasdo sorriso da Alcinda; 100 grs. daeducação do Jayme; 50 grs. da elegan-cia da Lina e 30 grs. do andar do Nilo.

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11 — Setembro — 1D29 — Z O TICO-TICO

0 BATALHÃO DEBANDADO

Uns meninos lá do morro foram brincar de batalha.:Montados em longas varas — falsos cavallos de páo, eostentando á cabeça enormes chapéos armados, brandiamtoscas espadas feitas de arcos de pipa. O corneteiro ia áfrente, soprando o clarim de guerra — velho e quebrado chu-veiro de amassado regador. O menor de todos elles carrega-va uma bandeira, feita de um lenço rasgado. Perguntei aocommandante, um menino magro e russo que só sabia gri-tar: — Para onde vocês vão? ¦— Vamos para uma _atalha,vamos á guerra lutar! E o bando de garotos, montados nosseus cavallos, compridas varas de páo, partiu, correndo e

gritando, para o fundo de um quintal. Mas pouco tempo de-

pois, o bando que era' valente, que ia á guerra lutar, voltousem um só cavallo, sem-os chapéos de papel, sem uma únicaespada. Foi a mãe do commandante, o mais ousado do gru-po, que desarmou a columna, com tres puxões de orelhas nofilho tão gritador. A mãe do pequeno russo, lavadeira ca-

prichosa, teve a roupa dos freguczes, que estava a corar aosol, toda pisada e manchada pelos ardentes guerreiros. Eresolveu, de repente, com uns puxões de orelhas no ardorosocommandante de tão ardentes soldados, debandar a peque-nada do ruidoso batalhão.

CARLOS M A N H A E S

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O TICO-TICO — 8 11 — Setembro — 1929

CAPITULO 6«.

CONTO MEDIEVAL' * Qs Três Fios * DESENHODE

CICERO VALLADARES

Cabello do DiaboAo anoitecer, voltou DO

diabo. Ainda bem não ti-nha posto o seu pé de ca-bra deníro do inferno, e jánotava um certo cheiro quelhe era estranho:"Cheira-me á carne humana", dizia elle fungando."Alguma cousa ha aqui que não é costume!"

E poz-se a esquadrinhar por todos os cantos, masnada encontrou. A mãe, então, ralhando-lhe, disse:

"Ainda agora arrumei a casa e andas tu a pôrtudo em polvorosa; não tens outro cheiro que nãoseja o de carne humana! Anda dahi, senta-te e cqine,que o teu mal é fome!''

Depois de ter comido e bebido bem, sentiu-se can-sado, collocou a cabeça no regaço da mãe, a quem pe-diu para o embalar. Não tardou a adormecer, roncan-do que nem um porco e assoprando como uma loco-motiva. A velha aproveitou esse ensejo para lhe ar-rançar um cabello de ouro.

"Ai!" fez o diabo, "que faz mãe?'*"Ora, deixa-me cá: tive um sonho térrivel, e por

isso é que te arrepelei"."Com que sonhou então?""Sonhei que uma fonte que antigamente clava vi-

nho, agora nem água deita. Por que será?""Se soubesse!" respondeu o demo."Debaixo duma pedra vive um sapo, assim que o

matem, a fonte continuará a deitar um vinho". A ve-lha tornou a embalal-o e dahi a pouco Satan resona-va e assobiava em alto ruido, e com tal força, queate as vidraças estremeciam. A velha, vendo-o assim,arrancoti-lhe o segundo çabeilo."UiJ" gritou sobresaltado o rei dos infernos, "que

pesadello" foi eisse, mãe?"

"Não te apoquentes, fi-lho, foi um outro sonhoque tive!""E de que constava ei-le?" interrogou Bclzebuth."Duma arvore que an-

tes produzia maçãs de ouro e que actualmente estádespida de folhas. Qual a razão do caso?"''Ora, é bem simples!" tornou o demônio."E' um rato que róe a raiz. Matem-no que a ar-vore continuará a dar maçãs de ouro;.do contrario orato continuará na sua obra de destruição e a arvoredefinhará. Mas me deixe socegado com sonhos; seme torna a acordar, não tenho outro remédio senãofaltar-lhe o respeito."

A velha ameigou-o com boas palavras, e continuouacalentando-o, até que o viu de novo ferrado no somno,então, arrancou-lhe o terceiro cabello. O diabo deu umpulo, soltou um grito e ia-se zangando deveras com amãe, mas esta cortou-lhe os ímpetos, dizendo:"Oh, filho, quem é que é superior aos sonhos?""Que sonho foi esse para assim me despertar! Decerto é muito curioso!""Sonhei

que um barqueiro se lastima bartante emandar duma banda para outra sem que seja substi-tuido.""Porque é um asno chapado!" exclamou Satan."Ao primeiro passageiro que lhe peça para atravessara margem, não tem mais do que entregar-lhe os re-mos e safar-se!..."

Agora a velha, que já tinha arrancado os três ca-bellos de ouro e que tinha na mão a chave dos trêsenigmas propostos, deixou em paz o diabo, que dor-.miu até madrugada.

(Continua)'.

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NILTON, /W/ \l^. WILSON.filho do Sr. Heitor Bravo /fí///

^T •• \cw. filho de Waldemar Ribei-

Bacaxá — E. do Rio ////// ^\\vi\ ro *^lves — Kio —

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llll /// fÍlha d° TtC BraZ Melill° ((( /(((_/// lll Brandão \\\ l\\\ _//// Queluz — Minas *" \llj mw

llll (11 "i "IIllll 11/ i»__ãf JÊUH m i *¦___ ^

MIROVEU,filhinho do Sr. Florindo

David. Arceburgo — Minas

LÚCIA,filha do Sr. Basilio Loureiro

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Carlos, Zizo e Lourdes, filhos doJoão Lourenço Noronha Luz

Christina — Sul de Minas.

Maria Odette, Fabinho eJosé Roberto.

Casa Branca — São Paulo.

Dirce e Maria Lourdes Xavier,filhinhas do Sr. Ozéas Xavier.Campinas, Est. de S. Paulo.

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11 — Setembro — 1929 11 TICO-TICO

HISTORIAS DENOSSA PÁTRIA

Illustração de CiceroValladares

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I _J ^ Qya\cJfuví.^7-D_A-,

1Abdicação de

D. Pedro 1

As complicações da politica interna se tornam cadavez mais graves.

O governo tinha de andar contendo as continuasr.gitações em que vivia a população da capital,, e, a=

mesmo tempo, de reprimir o espirito de anarchia que la-

vrava por todo o paiz.Na província da Bahia não cessavam as perturba-

ções; e nem o rigor exemplar com que tinham sido casti-

gados cs revolucionários de Pernambuco escarmentava a

audácia e exaltação do - sentimento liberal.Acostumado a pôr em acção o seu prestigio pessoal,

resolveu D. Pedro ir ao norte.

Comquanto a sua presença não despertasse ali o en-

thusiasmo que esperava, não foi inteiramente improficua;

e tendo conseguido ainda uma vez applacar os animes

incendidos, e restaurar a ordem na província, voltou sem

demora o imperador para acudir aos negócios do Prata,

acerca dos quaes já nos antecipamos no capitulo LIII.

Na esperança de lá mudar, como tantas vezes tinha

feito em outros pontos, a situação das coisas, deliberou

D. Pedro ir ao extremo sul.Ao chegar, porém, ao Rio Grande, teve motivos para

retroceder incontinente, havendo confiado ao marquez de

Barbacena o commando geral das forças em operaçõescontra os argentinos.

Conforme já ficou referido, além de diversos encon-

tios parciaes, deu-se, por fim, a batalha de Ituzaingo, e a

retirada do exercito imperial.Soffria, ao mesmo tempo, a nossa esquadra ímpre-

visto revés nas águas do Prata. Seguiu-se o tratado de

paz com os argentinos, em virtude dc qual foi reconhe-

cida e assegurada a independência da republica do Uru-

guay.No meio dos embaraços que solicitavam de todos cs

lados a attenção do governo imperial, não se descuidavaeste das grandes medidas geraes tendentes a encaminharo desenvolvimento econômico do paiz.

De 1826 a 1829, celebrou o Brasil tratados de com-mercio com a França, com a Inglaterra, com a Áustria,

^

com Hamburgo e Bremen, com a Prússia, com a Dinamai"-ca. com a Hollanda, com os Estados Unidos, etc.

Em 1827, foram creadas por decreto de 11 de Agos>to, as duas academias de direito de Pernambuco e de S.Paulo, as quaes eram installadas logo no anno seguinte.

Ao mesmo tempo, tomava o governo providencias emprol da instrucção popular, determinando que se creas-sem escolas em todas as cidades e villas do império.

Mas, de 1828 em deante, as difficuldades crecent^sforam assoberbando o animo do imperador.

Dá-se, a 6 de Julho desse anno, a insólita affrontafeita ao Brasil pelo contra-almirante francez Roussin, oqual, com tres navios, penetra na nossa bahia e, de mer-rces accesos, exige, não só uma satisfação do governoimperial, mas ainda o pagamento immediato de prejuí-zcs causados a subdites da França e a entrega de naviesaprisionados no Prata por oceasião do bloqueio de Bue-nos Ayres.

O governo brasileiro teve de ceder á imposição.Poucos dias depois da aggressão dos francezes é a po-pulação do Rio de Janeiro alarmada com a revolta de ai-

guns batalhões dc mercenários.Reprimida, emfim, a sedição, foram os batalhões

dissolvidos e deportada *a maior parte dos que os compu-

nham.Em Janeiro de 1829, oceorreram novos motins na Ba-

hia e em Pernambuco.No dia 5 de Abril, resolve D. Pedro mudar o minis-

terio, chamando paia junto de si só os áulicos, com cujadedicação a sua causa pessoal poderia contar.

O povo, reunido no campo da Acclamação, incumbeuma commissão de Juizes de Paz de ir ao Paço de S.Christovão reclamar a reintegração do ministério desti-tuido.

D. Pedro não accede.-Mas as diversas milícias vão adherindo á causa po-

pular, até que D. Pedro, abandonado, resolve abdicarem seu filho (7 de Abril de 1831), e parte para a Eu-ropa.

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O TICO-TICO 12 — 11 — Setembro — 1929

f____4__D*_r -*' ^__f£vT^Tk.

A \ V \ Vr

__9 _______j__ISil^^fr

AS MÁS LEITURAS

Estudar!... Alberto fez uma careta deaborrecimento. E sobre a mesa, bem ao la-do dos horríveis livr-s d. estudo, o deli-cioso romance dc aventuras, cem a capaverde e amarella, que estava mesmo! a ten-tal-o... a pedir-lhe que o f olheasse!... _

Espera um pouco, meu bem; maistarde <?eliciar-me-hei comtigo,:

E Alberto, com ürr. grande suspiro lan-çou-se ao estudo.

Mas, como era monótono! Sempre amesma coisa, esses detestáveis (problemas deai-ithmetica...

Um homem comprou 30 carneiros...Que maçada! que lhe importavam os 30

carneiros de um pobre fazendeiro, quando"O Basão Espalha Brazas", com o di-nheiro ganho numa formosa emboscada,comprara palácios, jóias, gado e fazendas riNão... era mais forte do que elle!

E Aí berto, que fora noutros tempos omnino modelo da escola, jogou os cader-nos para o lado, e mergulhou-se na leituradas fantásticas aventuras de "O Barão Es~palha Brasas.".

Eram coisas iiiverosimeis, de arrepiar oscabellos, como as historias das " fitas cmséries" de que, estamos certos, não pôdegostar nenhum menino estudioso e bemeducado.

.Mas. Alberto, embora não fosse máu, jáestava com o gosto tão estragado, quc tudoaqtiillo o encantava. E ria-se, batia palmas,cnthusiasmava-se, falava sozinho.. -

Magnífico! estupendo I exclamavaelle .. que grande homem! isso é que égente!

Lá fora, ouvia-se a xòl dé Pedro, o fi-lho do jardineiro, que regava .as plantas,cantarolando:

Sclve Jahúl Ave altaneira!As tuas asas representama Bandeira Brasileira!....

Alberto levantou-se e foi â janella.O' Pedro! deixa isso, vem cá. Vem

vêr c.e bicho é o tal barão.

Pedro, que é um grandissimo malandro,não se fez de rogado. Subiu ao gabinete dèestudos, e Alberto releu para elle a em-polgante historia:" Era alta noite. O luar illuminava a fio-resta, dando-lhe formai fantásticas, quandoo barão foi pôr-se de guarda na estrada,por onde dvia passar um velho judeu, mui-tq rico, levando jóias e dinheiro"...

E si nós fizéssemos o mesmo, stigge-riu Pedro. Si queres, vamos á horta, ondea gente está mais á vontade... d lá com-binaremos o nosso plano.

Dito e feito. Na horta, á sombra dc umagrande mangueira, combinaram o malfadadoplano...

Sahiram logo dopois do jantar, e iriam"fazer o reconhecimento"' no campo que-havia perto de casa.

E| si não passar ninguém na estrada?perguntou Alberto já meio assustado como "plano"...

Qual nada, seu trouxa, a estrada éestrada é freqüentada; hoje então, que ésabbado, vem gente á bica, por causa doviolão no Polyteama...

E depois, não íatará tambem quem es-creva um livro contando as nossas faça-nhas. Si pegas com luxo, eu vou sozinho!

A idéa de um livro contando os seus fei-tos, enthusiasmou Alberto, muito mais doque as carteiras e as jóias dos transeuntes.

E elle já via o livro, com linda capa azulc verde, onde havia escripto:

"AVENTURAS DE ALBERTO"

Depois do jantar, uma chuva meuda etristonha ja desanimava o pobre Alberto,quando Pedro, inexorável, assobiou do jar-dim...

Não passar por medroso, ou temendo queo outro lhe chamasse "menino de saias",Alberto apanhou uma forte bengala de seu•pai, e tomando grandes ares de aventureiro,poz-se a caminho ao lado de Pedro.

A chuva molhava-o até"os ossos; a la-ma quasi não o deixava andar; e no silen-cio da matta Alberto começou a sentir-semal... Elle bem sabia que não estava an-dando direito, mas não havia, meios de re-cuar. O filho do jardineiro estava " trena-do" na vadiagem e nas estrepolias, c sa-beria obrigal-o a c.ntinuar.

A primeira pessoa que passar r.at cs-trada, si fòr "gente decente", dizia elle,terá dinheiro com certeza... e acabamoslogo com isto. E depois, com os bolsos re-cheiados, podemos nos divertir: cinema,automóvel, doces, sorvetes... E até umcigarrinhol

Cigarro?! Papai diz que faz muitomal ao coração ..

Eu cá, não tenho coração!E para ser um perfeito Barão de. Espa*

lha Brasas, é preciso mesmo não ter co-ração.

E Alberto deixava-se levar pelas perver-sas suggestões de seu companheiro.

De repente, numa! volta da estrada, appa-receu um homem... A* luz incerta de umlampeão a gaz, elle parecia enorme, gigan-tesco...

E' hora! disse Pedro.E' hora.... repetiu Alberto, titubean-

te, e como que tetanisado pelo medo.A bolsa, ou a vida! gritou o outro

correndo em direcção ao vulto.Alberto correu tambem, mesmo porque

já agora não tinha outro remédio sinão fi-car ao lado de Pedro.

O homem não respondeu. Parecia rir-se,balançando a cabeça... Os dois meninoslançaram-se furiosamente sobre elle, ás ca-cetadás, até !^'o cahir por terra, inerte...estava morto 1

Matámos o homem! balbuciou Alber-to... morto elle tambem, de medo...

E agora? — disse Pedro... cocandoa cabeça.

Mas logo, num movimento instinetivo depavor e remorso, deitaram os dois a fugir.A noite era agora fechada... a única luzapagada... tudo estava escuro! roncava atrovoada!... E os dois a correr, numacorreria louca, aos esbarrões nas arvores, atropeçar nas pedras, cahindo nas poças d'a-gua... realizaram na verdade uma tene-brosa aventura, mais horripilante que todasas façanhas do .'larão dc Espalha Brasas!!!

No dia seguinte, Alberto ficou de cama.Tinha febre, e delirava. Os pais, assusta-dos, chamáras o medico, que diagnosticou:grippc-pneumonica... mas não via razãopara delirio e toda aquella perturbação ner-VOS&. !

Ha de ser " surménage", dizia elle;— vésperas de exames... muito estudo,,cem certeza, até alta noite...

Entretanto, no seu delirio... (si delirioera 1) Alberto não deixava de pedir e sup-plicar:Soccorro! Soccorro! Açudam depressaao homem que matei na estrada... Elleestá cabido no caminho..., Vão vêrl Vãovêr!

Ao principio, ninguém deu attenção aessas palavras, tão certos estavam todos deser um delirio...

Mas, vendo a insistência no menino, querepetia a mesma cousa, mesmo nos momen-tos de calma, o pae, resolveu " tirar isso alimpo".

E foi.E sabem vocês quem era oj homem que

Pedro e Alberto haviam assassinado?!...Era um grande espantalho de papelão.

que, o dono de uma chácara ali perto pu-zera á beira da estrada para afugentar ospassarinhos e os morcegos.^ que. lhd vinhamcomer os figos e os sapotis.

O menino tranquillisou-se com a expli-cação que lhe deram; e desde que o espi-rito socegou, foi-se o delirio, e a cura dapneumonia fez-se rapidamente.'

E ficou tambem curado d'aquella outramclestia, que era a mania de estar lendo,dia d noite, aventuras excitantes e historiasde bandidos.

Não só a lição foi dura demais para seresquecida, como tambem a mãe, que des-cobriu a triste causa dc tão horrendos ef-feitos, tratou logo de applicar-lhe um re-medio radical.

' MADEMOISELLE ODETTE;

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11 _ Setembro - 1929

K A C A

-13

¦E- A

O TICO-TICO

N Ç AO JL

Simão ir. quebrar o seu eôeo, mas, viu Depressa apanhou o coco, subiu a uma ... .fino. Ahi permaneceu com o coco nasquo uma onça o espreitava. arvore e correu para um galho..._,, mãos. A onça então appareceu e...,,

..começou a farejar o pau, por onde ...a urrar, parecia querer subir á ar- Simão não a perdia cie vista, pois quc; apassou o macaco. Depois,... vore para apanhar o macaco. sua vida corria risco.

•Assim pois, esperou que a onça parasse ...que, com todo o peso b.ateu no Toei- Quando a fera se levantou poz-se a cor-«ob a arvoro e soltou o coco..» r.ho da onça fazendo-a cahir, rer, deixando Simão cm paz.

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O TICO-TICO — 1. — 11—- Setembro — 1929

D. Bosco, o fundador dos Salesianos,

que foi, a pouco, beatificado em Rom_,

nasceu a 16 de Agosto de 1815, em Bcc-

chi, perto de Castelnuovo d'Asti. A sua

mãe, que ficara viuva muito cedo, era

uma mulher de grande piedode, cheia do

verdadeiro espirito de sacrifício e de tra-

balho. Com extremas difficuldades criou

o seu filho, que se destinou ao sacer-

docic.

O joven presbitero entregaou-se de-

dicadamente á cura de almas nas pri-

soes. Ensinando e doutrinando jovens

criminosos, adquiriu a convicção de

que muitos delles, a maior parte talvez,

haviam entrado pela estrada do crime,

menos por maldade que por leviandade

e ignorância. Concebeu desde então- o

desígnio de pôr-se a serviço da moci-

dade, para prevenir-lhe as quedas de

preferencia a regeneral-a depois como

tarefa mais útil ao moço e á sociedade.

Inesperado impulso para a realização

do seu intento deu-lhe o conhecimento

que travou com um joven de quinze

annos, completamente analphabeto, Bar-

tholomeu Garelh. Começou D. Bosco a

ensinar a esse joven e a outros compa-

nheiros que o mesmo lhe .foi trazendo

Dava-lhes aulas no seu quarto, depois

na Igreja e depois ainda nos prados e

sob os telheiros.A essa fundação deu elle o nome

de "Oratório de S. Francisco de Sales''

Estava ahi o núcleo de onde devia sahir

a Congregação Salesiana, fundada por

D. Bosco, e cuja regra foi approvada

por Pio IX cm 1874

Quando morreu o santo fundador, em

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J/l VIV-J^. C=)rrs,->P^^ __ C?

procedam os meos e methodos. Tudo

está eui que seja aquella psychologia

bem compreendida e estas normas bem

formuladas.

Admittindo um destino sobrenatural,

preza D. Bosco acima de tudo a pratic.

dos Sacramentos. O Catholicismo en-

cerra já, em si, toda uma pedagogia.

Isso, porém, não basta, porque ha unia

outra face da questão que se não dev.

nem pode esquecer.

O principio fundamental da pedagogia

de D. Bosco é o chamado systema pre-

ventivo. O educador deve evitar que a

criança commeta uma falta, prevenir o

mal, velar e admoestar. Por que?

1." A criança previamente admoes-

L&ttl-r.l'"*™™ '¦••.•r.tJ ta(i0 nj- soffre humilhação com a falta

commettida nem se irrita contra a re-

prchenção.2o Acontece frequenteente que uma

criança commette uma falta e recebe o

castigo, sem ter pensado na primeira e

sem haver portanto merecido o segundo.

Tivesse uma voz amiga aconselhado

aquella criança ou alguém velado suffici-

entemente sobre ella, e provavelmente

não seria commettida a falta.3o O methodo de castigos, o syste-

ma repressivo pode impedir a desordem,

mas não conseguirá com facilidade me-

Ihorar os culpados. Facilmente esquece

a criança os castigos dos seus paes, dif-

ficilmente os dos seus mestres. O sys-

tema preventivo, ao contrario, torna o

D. BOSCO1888, contava a Congregação 250 eslabe-

leemicntos de ensino, oratórios, sem na-

rios, etc. com 300 Ü00 alumnos, em di-

versas partes do mundo,

No Brasil dirigem os filhos de D.

Bosco excellentcs estabelecimentos dc

ensino.Ensinar c fácil; difficil é educar

Para educar é preciso não violar a.

leis naturaes do desenvolvimento phy-

sico e mental da criança. Mas a edu-

cação não pode deixar de ter um obje-

ctivo; ella só pode ser' feita em vista

de um resultado a obter, de um ideal a

at tingir.

Em pedagogia, pois se a psychologia alumno amigo do educador porque nelle

infantil é um elemento importantíssima, vê um bemfeitor, que o admoesta, que

não pode, entretanto deixar de haver lhe quer bem, que o premune contra o

idéas normativas fundamentaes, de que dissabor, o castigo e a humilhação

-^>_ r*_ __, u?"^, ., Vc.v ^-ç <_^r_i_Z£__//f .£v>p ti* <_£ fe m, ^í$__ wt%—J£k-

$*. I Hn>1 Ll^ffl^wffiM^á»' é^h%S^tlíè^vrw\x/a\ \ &__****jg,^~ry^i^

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11 — Setembro — 1929 — 15 — O TICO-TICO

AS AVENTURAS .DE FAUSTINA E ZÉ MACACOFORAM TOMADOS. POR MALUCOS

TARARACHfM BUMf\//Í/A O ARROZ?Sou OA FUZARCA '

Como A bom serCEIEBR/DADZ 'rooO O MUMDv /V0S

CONHE.CE f

fft FAUSTINA HOJE )U E Eu Também.'» v? me s/mto ARrfsrafy s~\^.Ora viva1VA fàv C // f^^AS Vamos tra-*

i í \ ^/ Sé e por isso \ \ fíSJ^AA^S^^^A. \\L=lJI ef,fcrr?bem {/ou! \ ^K^AA^Ax £ZAv\

—. —. ^— .1 ,1Uxff C~) QUE P*SS<À\)<m. Somos ceí-bbrbs^ <Pubr£nws^-^ e^Vmimi. Wí™" \l /-f^4"'//¦6^\ v ^^A\ trjfc.5 5 U jeitos raí ujüMn1^ \\ fsr\ -rr-f/fFfw ^"Za™?!"**™/ /é3 u Af5^D£ c^IAttZf \a>&)//

FAÇAM O FAI/O* ESTAMOS CONTRA- A^\/T\ j PAVILHÀ~0 PE l Moiesr/A!

"1 ^ m»s/i« M^A /SiuA?*00*' *m «' i'^|i|TF OBSERVAÇÃO1 |«WM5

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O TICO-TICO — 16 — 11 —. Setembro — 1929

POR CAUSA DE UM L E N C O L^ia muito tempo que o velho André

____> se sentava á soleira da sua portaafim de contar ás creanças do povoa-do, que ali se reuniam quasi todas asnoites, as historias phantasticas queaabia tão bem arranjar.

O motivo dessa falta foi ter o velhoae ausentado de casa para tratar de unsnegócios de gado que o demoraram ai-gumas semanas pelo alto sertão.

Sua volta foi recebida com alegriapelas creanças que o crivaram de per-.pintas, ás quaes ia respondendo comopodia:Está muito secco "lá cm cima ei-ma," seu André?

Nem por isso. Tem havido algu-ma chuva.

E "Lampcão" já foi pegado?Nem sombra delle se vê mais. Di-

«m que anda lá para as bandas doJoazeiro.E que é que conta á gente dcnovo, heim?

Nada de novo. Tudo é velho mes-mo como eu, disse elle sorrindo.

Não, senhor; contestaram alguns."Velho é mulambo," e vosmecê aindaestá bem forte e corajoso.

Lá isso estou, graças a Deus;confirmou o bom velhote, cujo "fraco"era alardear ser forte, gozar boa saúdee não ter medo sinão dos castigos doCéo.

Não faz muito tempo que eu vinm povoado todo com medo de um pe-daço de panno.De um pedaço de panno?!... ex-clamaram todos admirados e sem com-prehender.Sim, senhor; de um pedaço depanno, confirmou o narrador, queren-do aguçar a curiosidade dos ouvintescom a falta de explicação.

Eu lhes digo: Lá para as banda*do Caicó havia um terreno que diziamJá ter sido cemiterio( e que era mal as-•ombrado.

Para augmentar a má fama do logartrm dia amanheceu lá enforcado num péde espinheiró um rapaz que era meiomaluco por ter tido a "doença do ar"(1) quando pequeno e vivia dizendoiçue toda a gente o queria matar.

Desde esse tempo nunca mais nin-guem quiz passar de noite ali por perto,porque diziam ouvir a voz do fallecidopedindo missa.

O riacho ficava ali pertinho, e o ru-mor da agua, correndo sobre as pedras,Jara também tomado como vozes dos da-luntos que foram ali enterrados, quando© campo era cemitério.

Vocês sabem que o mez de Agostoé sempre de muita ventania. O vento,ás vezes mais forte, passava assobiando«õs cipós "engrazados" no espinheiró> i.

(1) Congestão ou meningite nasfcreanças.

e os sertanejos medrosos diziam queeram almas penadas gemendo e uivan-do como si fossem, (comparando mal),cachorros em noite de lua.

As larandeiras, antes de bater a*Avc-Maria, já estavam deixando a beirado riacho, onde lavavam e estendiama roupa no capim, com medo das assom-brações.

Uma noite dc escuro, "chuviscosa" ede forte ventania, um caboclo que es-tava na porta da venda do seu Tibur-cio, já na hora de fechar o negocio, dizque viu uma alma vir voando pelos arese ficar trepada no pé do espinheiró ¦ ..

Elle viu, mesmo?!... interrogou,incrédulo, um dos pequenos mais atila-dos.

Dizia elle que tinha visto, e cha-mou depois todo mundo para ver a "ai-ma" balançando-se nos galhos do es-pinheiro, onde o maluco se tinha enfor-cado, parecendo até que era elle mesmoque lá estava outra vez dependurado.

A noticia correu de bocea em boceaaté chegar ao rancho onde eu estavaaboletado dormindo socegado na minharede.

Acordei com a zoada (2) que estavamfazendo por causa da assombração-

Vocês ainda estão acreditandonisso? perguntei eu aquella gente.

Deve de ser invenção ou inzona (3),d'essc cabloco que dizia ter visto a alma.

Não. senhor. Lá está ella. Quemquizer pode ver mesnlo daqui.

Como eu já tinha despertadodo som-no, me levantei da rede, sahi para aestrada e vi também uma cousa qual-quer, muito branca, balançando-se, Ialonge, agarrada ao pé do espinheiró.

Ninguém foi ver de perto o queé aquillo perguntei.

Credo! Disse logo um sertanejo.Quem é doido pro mór de ir lá?

Vocês estão com medo!Com medo inhôr, não; si fosse

pessoa viva desse mundo, mesmo quetivesse armada inté os dentes, eu tam-bem "batia mão ao cangaço," (4) e lâia ver de perto Deus por quem era.Mas porém com gente do outro mundonão quero negocio nem brincadeira

Pois eu vou ver o que e Ia dejunto.

Sozinho?! — perguntaram admt-rados.

Não. Com esse cacete... E, pe-gando num páu de peroba que estavaassim de lado, marchei firme para o es-pinheiro.E não teve medo?I««»

Medo?... P'ra que mentir? Con-fesso que, quando fui chegando perto,tive assim uma espécie de sobrôsso, (5)

(2) Rumor, barulho.(3) Insomnia, phantasia.:(4) Pegava em armas..

¦_____^SL

porque parecia que a tal sombra brancae comprida tinha uns braços grandes. . .que se abriam e fechavam, a modos queme estivessem chamando para me de-rem um abraço. Quiz voltar; mas pen-.ei que era uma vergonha p*ra um bo-mem já velho, e que nunca andou cor-rendo de caretas, nem fugindo sem verdc quê.

Apertei o pcêtc na mão, fechei osolhos e toquei p'ra frente com risco 'debater com a cara cm algum pé dc pá'.;.ou dar alguma topada em qualquer toco(6) de,matto.

Quando abri os olhos estava já quasiperto do espinheiró e vi um pedaçogrande de panno branco, agarrado no*espinhos, onde ficou pendurado balou-çando.

Não deixei dc achar graça no meususto. Arranquei o panno dc lá e vol-tei elle enrolado na 'mão.

Quando cheguei no rancho estavatodo o povo á minha espera, e um ser-tanejo foi logo dizendo:

Quando vosmincê foi chegandoperto a "alma" se sumiu...

Se sumiu, não, que eu vim comcila; declarei approximando-me.

Cruzes! exclamou a mulher dodono do rancho que tinha accordadotambém p'ra ver a assombração.

E, desenrolando o lençol disse:Está ella aqui!Um lençol! exclamaram todos.E por signal que é meu; declarei

a mulher. Quando fui apanhar a roupaque tinha lavado e botado p'ra exugarme esqueci desse lençol.

O vento, de noite, agüentou comelle, levando-o pelos ares até ao pé doespinheiró onde ficou preso nos espinhos,expliquei eu.

Mas porém de longe não tinha quever uma alma voando; ainda confirmouo sertanejo que dera o primeiro alarme-

A verdade é que, si não fosse eu.vocês todos ainda estariam pensando queum pedaço de panno branco era umaalma do outro mundo.

Era mesmo, confirmaram os ser-tanejos, emquanto eu voltava para mi-nha rede, onle fui dormir outra vez. iié o que vou fazer também agora, quejá é tarde. Até amanhã.

Até amanhã! responderam as cre-ànças dispersando-se a commentar a su-perstição dos sertanejos e o medo quetiveram de um simples pedaço de pan-na branco 1...

(5) Receio, medo.(6) Pedaço de trenco ou raiz de ar-

MALAZARTES.

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11 — Setembro — 1929 17 — O TICO-TICO

MODA INFANTIL1° — Costume para menino em flane "a

encarnada cem friso p.reto-.-° — Vestido de lã esceceza em forma

jpa-a mocinha. Golla e punhos branco.3o — Robe manteatt em ¦' forma para

mocinha

4o — Linda garçonnettc de linho rosa,guarnição com seda de cores vivas.

g* _ Vestido de velludo, fantasia. Cor-pinho em bico, bolsos em bicq com rolctpjera tafetá preto. A

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FUNDO DO PRESEPE — Esta peça deve ser -collada em cartolina grossa. Vejam para armar, o modelo já publicado. — (^ontinúa no próximo numero)

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o nco-Tico — _e 11 — Setembro — 1929

NARRA.TIV A Si

MAURINO

Fui Hontem passeiar com Vadinho no InstitutoLauro Sodré.

Quando passava pela Estrada do Marco, ouvi cha-mar-me; olhei, era Maurino, que suado, trazia á ca-beca um grande feixe de lenha que íôra buscar nasínáttas da Pedreira.

Olhamo-nos e sorrimos.Que fazes? interroguei.Estudo a Lei e cumpro um dos seus artigos,

yespendeu-rne.Achei graça e elle começou:

"O escoteiro é leal... O escoteiro está sempreAlerta para ajudar o próximo e praticar diariamenteuma bôa acção"...

Era a nossa Lei que elle decorava para não seesquecer. Paramos defronte do Bosque RodriguesAlves, na porta da casa de Maurino e elle arriott ofeixe.

Tempo é dinheiro. Todos os dias compramos-lenha para cozinhar os nossos alimentos. Hoje, resolviir á matta buscar lenha para a cozinha. E' pouca massempre serve. Creio que cumpri o 3.° artigo, não achas?

Aproveito a opportunidade para decorar a nossalei, senão no jogo do Código, a patrulha pôde perderum ponto e eu ser o causador. Entre para conver-

ESCOTEIRASsarmos um pouco, disse-me elle abrindo o portão eentrando. Entramos. Era uma grande casa, cujos -fim-tíos estavam um pouco arruinados.

Hoje, para mim, o dia tem sido de atropelo.De manhã fui ao mercado fazer as compras; depoisdo almoço fui á matta buscar lenha e agora é que ve-nho. E não deixo de fazer os meus exercícios de nóse estudar a Lei.

Quando fui ao mercado, salvei um cão que se de-batia no fundo -de um poço. Quanto mais'decoro a-Lei, mais desejo tenho de me tornar escoteiro, agiu-do como os cavalleiros antigos.

Quiz que eu me assentasse, mas continuei de péa observar a sua actividade. Da parede pendia umquadro rora os retratos de Baden rowell, Dr. AffonsoPenna Júnior e Álvaro Silva.

Tu, Herolgo é que és feliz... tens todo o tem-po para decorar os ensinamentos escoteiros.

Apertei-lhe as mãos ao retirar-me.Feliz és tu porque estudas e pues cm acçao

o que diz a nossa Lei. Tu és o mais feliz porque éstrabalhador, cumpridor dos deveres escoteiros; aju-das á tua familia com o teu pequeno esforço. Pu-desse- e_ ser tão útil aos meus paes como tu e seriamil vezes feliz!

Aspirante.

D U O M A D RConversavam, á entrada de um ran-

cho, duas panellas, uma de ferro e outrade barro.

Como todas as comadres, quando seencontram, contavam uma á outra "ca-sos" que se passavam na vizinhança, ecuja narração ellas ouviam, sem darmostras de sua curiosidade, sempre que«li se detinham os caminheiros fatiga-dos, á procura de um pouso.

E, emquanto fervia a água, para ocafé ou para a sopa de couves, á modamineira- • . trabalhando as línguas, jábastantes mortificadas durante a via-gem, como dentro das panellas canta-va o vapor, quanta cousa interessantenão ouviam, de seu cantinho, cada umadas panellas!...

Assim conversando, numa hora decalor, em que o galpão se achava so-litario, as duas panellas foram andando'pela estrada, até á beira de um rie.

que passava ali perto, e cujas águastambém cantavam p ssando apressadaspor cima das pedras.

Vamos entrar no íio? propoz apanella de feiro. Vamos íefrestar asnossas paredes, e... poderemos ouviro que a água está contando aquella?pedras.

Vá você, si quizer, respondeu aprudente panella de barro; eu cá, não-'gosto de melter-me onde não sou cha-mada.

Ora, retorquio a panella de ferro.Si a estrada é publica, o rio também é

de todos.Pódc ser de todos, disse a panella

de barro... mas, não é para todos._cê, com a sua carcassa de ferro, não

está sujeita a nenhum perigo, em casodc trahição.

Eu, porém, que sou frágil, e sei qu»

uma luta com as pedras me será fatal...para quê hei-de me aventurar no meiodessas águas, onde, não fui chamada, •:sem saber o que estão conspirando, alia dous passos, as águas c as pedras:!Ora!^ Ora! replicou a panella daferro, você mesmo reconhece que seuvalente e invulnerável. . . Encoste-sea mim, e tenha confiança. Nada lh-aconterá!

Deus me livre! exclamou a panei!-de barro, se eu despencar por essa ca-chocira abaixo encostada a você, útü-de poucos minutos estarei reduzida acacos! Em ultimo caso comadre... eume lembrarei sempre do conselho queme dava minha avó, quando eu era me-cinha, e queria ir passeiar:Olha, menina! escolhe as tuasamigas... Antes s6 do que mal acom-panhadal

GEM1IA D'LBA..

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Jl — Setembro — 1929 21 — O TICO-TICO

10 «Toque» Maravilhoso

PERSONAGENS

Mario — Empregado do consultório— 14 annos.Dino — seu collega vizinho — 12annos.O Paralytico \

doentes..O Surdo /O mudo / 'O Gago )O Doutor — medico — 30 annos.

Scenario:

Consultório medico do Doutor. Ar«rio com uma valize de ferramentas,avental e gorro branco. Um cabide aum canto.

MUCIO — (Entra, pôe a chapéo e opaletot e começa a arrumar os moveise limpal-os com um avental que tira doarmário, cantarolando) :

"Sou da fuzarcaSou da fuzarca,Não nego, não;Não nego nãoE é por isso mesmo,...c

DINO — (Apparecendo á porta econcluindo a canção):

Que vives sempre sem tostão..."MUCIO — (Voltando-se) E tens ra-

zão, meu irmão. Entra.DINO — (Entrando): O Doutor não

vem hoje?MUCIO — Não. Pois não sabes qua

elle vae á Hespanha estudar com o pro-prio Dr. Asuero, o meio de assoar onariz dos doentes?

DINO — Assoar o nariz dos doente.?MUCIO — Quero dizer: tocar o na-

riz dos doentes e elles ficarem bons?DINO — Não sabia.MUCIO — Pois é a verdade. Eu, que

me interesso por estas cousas, compreitambém o "toque". (Mostra um livroque vae tirar do bolso do paletot).

DINO — Já o mostraste ao Doutor?.MUCIO — Não. Comprei-o hontem

á tarde e passei quasi toda a noite lendoo que elle diz a esse respeito.

DINO — (Muito serio) O' Mucio,por que não vaes estudar Medicina, emvez de seres um simples empregado deconsultório medico?

MUCIO — (Muito serio): O' Diuo;por que não vaes estudar Direito, emvez de seres um simples empregado deadvogado ?

DINO — (Tristemente): Vontade ti-nha eu; mas não posso; sou pobre...

MUCIO — E' o que também te digo.Quando terminei meu curso pririiariotive de me empregar para ajudar minhamãe viuva e cuidar ainda de quatro ir-mãozinhos pequenos.

DINO — Justamente como eu...MUCIO — Nâo deixo, porém, de ler

íempre livros de Medicina de que gostomuito; e por isso foi que escolhi ser

(FARÇA EM 1 ACTO)empregado de um medico, para ir tendopratica.

DINO — Eu tambcm escolhi um es-criptorio de advogado, porque gostomuito do Direito e para ir tendo pra-tica do foro.

MUCIO — (Vestindo o avental ouroupão branco e pondo o gorro na ca-beca) Ah!..- Quando chegará o dia devestir um roupão como este. e botar nacabeça um gorro branco para dar umaconsulta ou fazer uma operação...

DINO — (Sorrindo): E o caso é queassim pareces mesmo um doutor...,

MUCIO Pareço, Então me chamadoutor... Chamai... Diz assim: —"Oh! Doutor 1..."

DINO — Pois não, meu caro doutor.Faz de conta que eu sou um cliente evenho me curar de... De quê, mesmo?

MUCIO — De rheumatismo porjxemplo.

DINO — Justamente.MUCIO — Tu íicas aqui á minha es-

nha espera e eu entro para te dar a con-sulta

DINO — Muito bem. (Senta-se).MUCIO — (Saindo por um momento)

Voltarei já. (Sae).DINO — Sim, Sr. Doutor. (Fecha

as mãos e entorta as pernas).O PARALYTICO—(Apparece á porta

com as mãos crispadas, as pernas tor«tas e fica observando, meio oceulto).

MUCIO — (Entrando, com muita gra-vidade, engrossando a voz: Que deseja,o senhor?.. .

DINO — Ah! meu caro Sr. Dou-tòr!... Vim aqui para o senhor doutorme curar desse rheumatismo que metomou as mãos e os pés, não me dei-xando trabalhar.

MUCIO — Muito bem. Antes da des-coberta do grande medico hespanholDr. Asuero, sua doença levaria muitotempo a ser tratada. Hoje, com uns doisou tres "toques," o senhor ficará com-pletamente curado.

DINO — Ah! Sr. Doutor! Si eu fi-car bom será mesmo um milagre...

MUCIO — Pois vae ver o milagreLevante-se.

DINO — (Fingindo grande difficuS-dade em se levantar e andar) Ai!...Oi!-.. Ui!... Não posso... Doem-me as pernas...

MUCIO — (Amparando-o) Dê-mesua mão...

Abra as mãos!DINO — Não posso...MUCIO — (Sentando-o numa cadeira

e sentando-se em outra defronte) V?eficar bom num momento. (Vae ao ar«mario de onde tira um pequeno espelhoreflector preso a um aro que p5e nacabeça e de dentro da valise tira umestylete ou galvano cauterio que fingeapplicar nas ventas do Dino) Prompto!Doeu?

DINO — Não, senhor Doutor.MUCIO — Levante-se!DINO — (Levantando-se rapidamen-

333

te): Prompto! (Anda com desembara-ço).

MUCIO — Dê-me sua mão!DINO — (Dando-lhe a mão aberta):

Eil-a I muito obrigado, senhor Doutor.:MUCIO — Eu não disse que o se-

nhor ficava bom num momento?DINO — Que milagre! Fingindo que

tira dinheiro do bolso) Aqui tem, Sr.Doutor... Desculpe si for pouco cemmil réis, pois não ha dinheiro que lhepague. i

MUCIO — (Finge acceitar e guar-dar o dinheiro). Acceito o que o cli-ente puder dar. Não sou ganancioso ..(RO-

PARALYTICO — (Apparecendo,apoiado a uma grossa bengala) Ah! Sc-nhor Doutor, eu vi tudo... E quero queo senhor me cure também.

MUCIO — Heim?l...DINO — Bonito!...PARALYTICO — Cure-me que cu

não faço questão de pagar seja quantofôr...

MUCIO — Mas é que cu...PARALYTICO — (Interrompendo-o)

Não diga que não, senhor doutor..-. Eubem sei que o senhor Doutor nâo temtempo, pois me disseram que ia embar-car hoje de tarde para a Hespanha, porisso vim antes... Vamos, senhor Dou-tor... attenda-me! Cure-me!

DINO (Ao Mucio) Quem sabe si vocêapplicando o processo "deveras" nãocura o homem?

. MUCIO — Tenho receio...O PARALYTICO — Não tenha, sr.

Doutor. Quem manda no meu narizsou eu. Pode applicar esse processo"do Dr. Veras", por minha conta.

MUCIO — Então vamos lá. (Leva-opara a cadeira).

O SURDO — (Enera e fica obser-vando).

DINO — (Ao Paralytico): Tire seuchapéo.

O PARALYTICO — Não posso. Nãocomsigo erguer os braços...

DINO — Então, com licença. (Tira-lhe o chapéo).

O PARALYTICO —, Muito obrigado(Senta-se).

MUCIO — Finge que lhe introduz oestylete) E agora?

O PARALYTICO — (Erguendo-se):Agora?... muito bem? (Erguendo obraço direito) Já ergo o braço direito...(Erguendo a perna direita) E a pernado mesmo ladof... Foi milagre!...

DINO Estou admiradissimo!...,MUCIO — E eu ainda mais!O PARALYTICO - Pois não têm

razão. Ainda ha pouco não curou esterapaz

MUCIO — Ah! E' verdade!O PARALYTICO — (dando-he di-

nheiro) Agora Sr. Doutor, acceite a pa-ga do seu serviço... (Mette lhe o di-nheiro nas mãos) •

MUCIO — (Recuando) Não senhor;

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O TICO-TICO 11 — Setembro 1929

é cedo. O senhor pagará quando ficarbom de todo.

O PARALYTICO — Não! Ahi estasomente a metade. Quando eu ficar bomdo outro braço c da outra perna dareio resto. (Sahindo) Até breve, senhorDoutor e muito agradecido. (Sae).

MUCIO — Mas olhe.... Venha ca,homem!

DINO — Foi-se!MUCIO — (Contando o dinheiro) 1-

deixou-mc 500 mil réis nas mãos!...DINO — Bravos!O MUDO — apparece e fica obser»

vando a scena).O SURDO — Agora sou cu. Sou

surdo. Não oiço coisa alguma, masVi tudo, c senhor Doutor vae me curar

(também. ¦.MUCIO — Mas cu não sei... (Quer

sahir).O SURDO — E' inútil falar porque

eu já disse que sou surdo, não o:ço pa-tavina e não pense em fugir para a He*-panha antes de me curar porque morre!(Puxa uma enorme pistola que põe no

peito do Mucio).MUCIO — (Erguendo as mãos) Ga-

nhou!DINO —• (Escondendo=_e atraz de

uma cadeira) Não brinque com este,não; porque além de surdo é doido!

MUCIO — (Finge que lhe dá os "to-

quês" e pergunta em voz alta). Estáouvindo agora?

O SURDO — (Recuando) Nao. grite,porque estou já ouvindo perfeitamentebem!

DINO — Mas isso é assombroso!...MUCIO —• Eu acabo ficando ma-

luco! , „O SURDO — Pois antes de ficar,

vou lhe trazer meu irmão que é gago.MUCIO —• Ahi Isso não. De gagos

eu não trato! ;.-,*»O SURDO — (Puxando a pistola):

líeim?...MUCIO — Trato, sim; pode trazer.DINO — E' até do que elle mais gos-

ta de tratar, é de gagos.O SURDO — Pois eu vou buscal-o.

Antes, porém, tome aqui o que lhe devo,e também o pagamento adeantado dacura do meu irmão.

MUCIO — Adeantado?!... Não pos-so acceitar. . •

O SURDO — (Puxando a pistola)Como diz?

DINO — O senhor pede com tãobons modos...

O SURDO — Comsvgo é assim: E'na bala! Pegue lá, e eu ainda lhe ficomuito obrigado. (Mette-lhe o dinheronas mãos e sae).

DINO — Aquelle é mesmo maluco. . .O SURDO — (Voltando com a pistola

em punho) Quem foi que falou aqui emmaluco?..'. (Pausa) Vamos! Quem foi,digal... Eu ouvi!

DINO — Fui cuí

MUCIO — Não foi!DINO — Fui cu sim. Disse que o

-meu amigo Mucio; isto c*. Doutor Mu-cio seria um maluco não' aceitando odinheiro que o senhor lhe oííercccutão* * • delicadamente.

O SURDO — Ahi... Então até já!...(Sae).

MUCIO (Cahindo na cadeira) Ufa!Que susto!...

DIXO — Pois eu nâo tive susto ai-

gmn.MUCIO — Não tiveste susto?!...DINO — Não! Eu tive foi medo...O MUDO — (Apparece fazendo Si-

gnaes da que quer ser curado. Senta-sena cadeira onde viu o surdo levar <>"toque" e mostra o nariz) Iluml Hum!Hum!

MUCIO — Mais outro!DINO — E este parece que é mudo.MUCIO — Parece, não. E' mudo

como utn peixe. Não vc?..DINO — Creio que elle está dizendo

que quer ser "tocado" também.MUCIO — Ah! Isso é que não!O MUDO — (Insistindo nos gestos.

a mostrar o nariz e o estylete do termo-cauterio) Hum! Hum! Hum'!

MUCIO — Nem um, nem dois! Vásahindo que çu quero fechar o cônsul-torio para assistir ao embarque do pa-trão. (Faz signaes de que el!e se váembora, mostrando-lhe a porta da sa»h:da).

O MUDO — (Diz que não com a ca.beca e tira do bolso uma caixa de phos-phoros qus mostra) : "•_'••'; ¦"'

MUCIO — Phosphoros? Obrigado.Não fumo!

DINO — Nem eu também.O MUDO — (Diz que não com cabe-

ça e tira do bolso um cartucho cilin-drico preso a um estopim e faz mençãode riscar um phosphoro): Puml...

MUCIO — (Recuando): Uma bom-ba!

DINO — (Recuando): E de dina-mite!

MUCIO — (Tomando-lhe a caixa ae

phosphoros) Não accenda que eu "lhe'

trato!... (Finge que lhe introduz o es-tylete no nariz): Prompto!

DINO — Doeu?.*-O MUDO — NãolMUCIO e DINO — Oh! Falou!...O MUDO — Eu falei !... Eu estou

falando?! Mas perece mentira! E eu quepensava que nunca ¦ mais falaria!... Soucavouqueiro de uma pedreira. Uma vez,sem que eu esperasse, uma "mina" es-tourou perto de mim. Eu tive um sustotão grande que fiquei mudo, e logo navéspera da fazer um discursos na So-ciedade de Resistência dos Materiaes eClasses Annexas de trabalhadores emPedreiras de que sou orador!

MUCIO — Agora o senhor pode fa-zer seu discurso.

O MUDO — E vou já, antes que o

vice-orador peça a palavra e fale! Ima-gine que tenho o meu improviso ha uiuanno desde que fiquei mudo!

. DINO — Então vá depressa! Nãoperca a oceasião porque está com corda-para falar todo o resta da sua vida eimais alguns annos ainda depois de mor-to!

O MUDO — Muito obrigado, Sr.Doutor! muito obrigado!.... (Sae cor-rendo).

MUCIO — Agora elle vae descontaranuo inteiro que passou calado.

DINO — Está falando pelos quatrocotovelos que tem.

MUCIO — Quatro cotovellos?!DINO — Sim. Contando com os das

pernas a que chainam joelhos.MUCIO — (Rindo) Ah! (Despe a

roupão).O GAGO — (Entrando com o Surdo)

Agó-gó-Agógo-ra eu!MUCIO — Como? I Então isso nãs»

acaba hoje? Preciso sahir!O SURDO — Sahirá depois. Eu nãa

disse que voltava?O GAGO — Pri.. .primeiro me tra.. «

trate da ga-ga-ga- da ga-ga-gueira.DINO — Elle tem de assistir ao em-

barque do patrão e na volta o tratará.,O SURDO — Qual volta, nem meia

volta! Ha de ser agora mesmo.MUCIO — Deixe isso para mais tar-

de!. .. (Quer sahir).O GAGO — Nã* • *nã* * .não! Ha do

ha de ser já já já!... (Põe-se deanteda porta e puxa da* cintura uma enormofaca de açougueiro) Si pa-passar mo-mo-morre!...

O SURDO — (Puxando a pistola)Commgo é na bala!...

MUCIO — Já não passo! Guardemas armas que eu attendo! (Veste nova-mente o roupão, leva o üago para a ca-deira e finge que lhe "toca" o narigcom o estylete): Prompto 1 E agora?,Fale!

O GAGO — (Rapidamente falando)Perfeitissimamente! Mas isso é uma ver-dadeira maravilha! Não sinto mais ãmiriima difficuldade em pronunciar osvocábulos exdruxulos compridos, diffi-ceis e superlapoticos; querem ver? Oi-çam como eu já digo bem esta palavracabalistica: InconstitucionalissimamentelViram?...

O SURDO, MUCIO e DINO — Bra-vo! "Bravissimo" !...

O GAGO (Mettendo a mão no bol«so): Agora quero recompensal-o...

MUCIO — Obrigado! Já recebi doseu irmão adeantadamente!

O GAGO — Mas tem de receber demim, sinão, sinão! (Puxa o faca):

MUCIO — Chega! Aceito. Guarde Sespeto!

O SURDO — Não convem contra-rial-o, porque elle tem o gênio mai^forte do que o meul

DINO — Livrai .

{Continua no irOximo nvmtro)

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U — Setembro — 1929 — 23 - .

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O TICO-TICO i— 24 — 11 — Setembro — 192!)

QUEM COM FERRO FERE COM FERRO SERÁ FERIDOUm beija-flor, mimoso colibri, minúsculo e brt-

lhante, construiu o seu ninho num delgado ramo <\euma goiabéira.

Primeiro elle juntou dois galhos que teceu comcrina, por.fora revestiu de fino capim, mas por den-tro era uma maravilha de macieza, atapetado de pai-na da mais pura e sedosa.

Nesse lar quente e confortável, o beija-flor e suacompanheira, criavam, com carinho tres filhotinhos,que já estavam empenando.

Uma cascavel, glutona e má, quiz "ter

um bom jan-tar á custa da pobre familia. Quando ella appareceu.silvando entre as hervas ao pé da goiabeira, os bei-ja-flores esconderam-se dentro do ninho horrorizados.

—¦ Olhem para mim pequenos, vejam como brilhamos meus olhos verdes como esmeraldas, dizia a cas-cavei.

Este é o artificio commum das serpentes paraatríahirem os passarinhos; mas os beija-flores, conti-nuaram escondidos, pois sabiam que, se olhassem umasó vez para as taes "esmeraldas brilhantes", que sãoos olhos da serpente, estariam perdidos; o poder ma-gnetizador do maléfico réptil os attrahiria e seriamfatalmente devorados.

A cascavel não desanimou e, vendo que o ramo 'daarvore onde estava construido o ninho era muitolino para agüentar com seu peso, enleiou-se no tron-co e começou a sactidil-o, na esperança que algum dosfilhotes cahisse do ninho.

Os beija-fíôres começaram a se lastimar, sup-plicando piedade ao insaciável réptil.

¦— Não sejas má, deixa-nos em paz; porque vocênão come inicias ou o mel das flores, como nós faze-mos? Poupe os nossos filhinhos que tanto trabalhonos tem dado para criar.

— Era só o que faltava grandes tolos, ora, ora, eucomer flores, quando tenho petiscos como este, diz acascavel, vendo cahir do ninho um dos filhotes, quecila enguliu num abrir e fechar de olhos, não obstan-te as supplicas desesperadas dos colibris.

De bariga cheia, a 'serpente deixou os beija-flores

se lamentando sobre a sua triste sorte e dirigiu-selentamente para um capinzal, onde tinha escondidoo seu ninho, no qual estavam doze ovos, dos quaescTáhi uns dois ou tres dias, haviam de sahir doze ser-pcntczinhas, tão cruéis e maldosos quanto a mãe.

Em meio do caminho a serpente começou a ou-vir um** grito muito seu conhecido, que a encheu depavor. "Guaco,

guaco, guaco"; cra um serpentario.

Este pássaro não só mata e como as serpentesmais temíveis, como tambem descobre-lhes o ninho e,quando as serpentezinhas estão formadas e prestesa sahir do ovo, quebra-o para comel-as, o queacham um manjar delicado.

A serpente accelerou o andar e, chegando á beirado ninho paralizou-se de horror e desespero.

O serpentario, soltando o seu grito de satisfa-ção, ''guaco, guaco, guaco", pulava de um lado para ooutro sobre as cascas dos ovos. Tinha comido todosos filhotes? Não faltava um!

Nãote approximes, serpente; se queres qtie eupoupe o único restante de tua bella ninhada.

A serpente começou o implorar a piedade doguaco.

Deixe-me este ao menos para me distrahír na mi-nha viuvez. Sou muito infeliz! Ha dias devoraste omeu marido e vou ficar só e isolada neste mundo.Tenha piedade.

Assim continuou e serpente muito tempo a im-piorar misericordic. e chorando suas misérias; mastraiçoeiramente ia rastejando pouco a pouco em di-recção ao pássaro, chorando cada vez mais, lamen-tavelmente.

O serpentario, farto, estava já decidido a deixal-aem paz com o ovo restante, não que se tivesse deixa-do enternecer, mas cem a intenção de deixal-os paraoutra refeição.

A serpente que pouco a pcuco se appr«>ximava'do pássaro, atira-se de repente contra elle num bote

formidável, exclamando cheia de ódio:Desta vez apanhei-te maldito, hei de vingar o

meu pobre marido e meus filhinhos.O serpentario felizmente vira a tempo o bote do

asqueroso réptil e, enfiando o bico no ovo que res-tava, voou para uma arvore próxima, onde o devorou ,socegadamente.

A serpente furiosa e sedenta de vingança, es-queceu toda a prudência, e envez de metter-se numburaco para preservar-se do terrível bico de seu ini-migo, tentou subir na arvore na esperança de alcan-çal-o.

O serpentaria já estava farto, mas para • não per-der o habito deu-lhe algumas bicadas matahdo-a.

Gemma dAíba

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11 Seiemoro — 1929 — _j O TICO-TICO

m\'M']

Tg^> »»»)

lS=IVpE 5 E N Hi O S ARA COL R I R

Depois de colorir

a lápis de cor ou

aqnarelta, devem os

desenhos desla pa-

gina ser enviados á

redacção do Tico»

Tico. Os autores dos

imclhores trabalhos

terão seus nomes

publicados cm logar

de destaque.

Na semana finda,

destacamos do gran-de numero de dese-

nhos recebidos os dos

seguintes meninos:

Epiphanio Anto-

nio Dias, Tbomé de

MARTI"' «MANO

Os carneirinhos — Desenho dc Martiniano

Souza Lamas, Glo-ria de S. Rocha,

Edith Juliana Bo-

ross, Fernando de

Araújo Gaspar, Mer.

pês Bini, Arl'nd3

Gomes de Carvalho,

Aluysío Cyrino, AU

tair de Souza, Car-

dina de Mello Lobo,

Aphrodisio de Oli-

veira Agra, Oeonyce

Corrêa, Dometillai

Wllches, Gilberto

Dutra, Déa Gonçal*

ves, Nino Vaz de

Lima e Álvaro Mat-

tos.

30E30E 30C30E 301 30E30I aonoc I0E30C aoc

A minha casa c um jardim.

Diz p'ra mamãe o paezinho,Minha flor! Logo p'ra mim

Mamãe â'z — és meu cravinhaJ

Minha mana é tão bonita!

Rosa é o seu nome — bem posto!

Meu maninho é cravo chita

Porque tem sardas no rosto.

D MEU MRDI

por Luiza P. C. Branco

Não acham que a coziuhera

Deverá ser couve-flor?

Saudade è a nossa copcira

Pois falta que é um horror.

O nome de papagaioE' Myosotis; bello, não?

O gatinho é Flor de Maio,

Chrysantheroos é o nosso cão.

Saibam pois quc no meu lar

P'ra gritar ninguém espera

Com euiluisiasmo sem par:Vivo a linda primavera!

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O TICO-TICO. 11 — Setembro — 1929

MM

gallo sonhou, uma mmÊ^^X^r^^rf^^^^j -

noite dentro do seu li'--:.- ÉÉÜbS

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Ws MwÊSÈnSm'

M gallo sonhou, uma

noite dentro do seu

confortável gal 1 i -

nheiro, numa granja prospera : —»

Sonhei que era e que não era gallo, Knão obstante ter a forma de um gallo jÊJSJs*

Era gente e, como tal, gozava dos

direitos dos homens.

Tinha casa, esposa, carruagem £

tudo o que um homem de boa so-

ciedade pode ter. Andava pelasruas de braço com a esposa, comia

penetrou, apanhou o gallo e fugiucom elle.

Com os gritos da ave surgiramdois cães em perseguição da rapo-sa. Ella, a principio, correu com o

gallo ás costas; mas, vendo os cães

já muito perto alijou fora sua pre-sa, c, assim aliviada correu sem

destino.

Foi então agarrada pelos cães.Antes de morrer a raposa pen-

sou: — Bem diz o dictado: O bombocado não é para quem o fas esim para quem merece*

^W^, .«mÍ ^Jtâ>'^^*r^~

nos boteis e só não tinha telepho-

ne em casa, porque não queria.

E assim dormia e sonhava.

Entretanto, á minha procura an-

dava ha dias, uma asttiti raposa,

vagabunda acostumada a saquear os

gallinheros da vizinhança.,

Nessa noite, porém, esqueceram

aberta a porta do gallinheiro e a,

raposa, aproveitando o ensejo, alirV]ROC.M.*íT" /-^ —

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©Ali^BA ©' O ÍI€©'1Í0€@

Angelina, filhinha do Sr. Casemiro da Luz.Valença — Bahia.

Oriwaldo, filhinho do Sr.Antônio Marra.

Arcerburgo — Minas.

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yÂ^AfâmW

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Rudy, filho do RudolphKnobloch.

— Capital. —

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Euripedes R. Japyassú,A. do Monteiro,

Parahvba do Norte.

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!. tS' mjf^ .flBflM________R^^^L

Wilson, Wagner e Wilma,„ filhinhos do Prefeito de S. Se-

Antônio Carlos e Eduardo Augusto filhinhos doSr. Luiz de Souza e Silva. — Capital. bastião do Alto, Sr. Júlio Vicetos.

WÊMimWmmiãmtMmmíWmmdLmfmí'' *»_V^f'^—/>v^--'* ^™t*T^^M _ flE^K. aW*^ ^

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S. Sebastião do Alto — Estado do Rio, EscolaMasculina dirigida pela professora D. Maria

Magdalena Brito Barboza.

S. Sebastião do Alto — Estado do Rio, EscolaFeminina regida pela professora Senhorita

Odette Martins Bogado.

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¦¦ Bk "Jagunço"i Bk 1das comédias |-''9 PÁ a S*li. P^ ^l BrS Ba c^° saD*° eda Our Jmmmrnm^^ m ' •¦¦$-•> . ,BJ^ à ¦_-*¦ ; festejado.Gang. i# Jà '. W

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11 — Setembro — lí>'23 — 2'j — O TICO-TICO

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RESULTADO DO CONCURSO N. 3363

A. ROGHASolução exacta:

Solucionistas: — Nair Passos de Hollan-da, Célia Corroa dc Almeida, Enid Cami-nha, Elza Muller, Luiza Argentina Leão,Hclio Bondin da Graça, Jayme SiqueiraRodrigues, Paulo Freire Machado, Waldo-miro Cathani de Curtis, Iracema GarcezDoria, José] Bandeira de Mello, Cyro Tei-xeira, Edméa Ferreira Lage, Francisco Ca-pocoama, Willy Meyer, Celina Panzera,Hilda Benevcnga Lovagne, Anna L. Evan-gelho, Marcello Rosiere, Maria Pires Tei-xeira, José Amazonas! Filho, Américo Pa-dula, Izaura Alves Rosa, Abigail Rio, De-zinho Rabello, Winicio Nalepinski, Irahy;Almira de Almeida, Anor Alves Menezes,Dirceu de Miranda Cordilha, Einar Alber-to Kot, Eduardo Azevedo Xavier, NelsonPedreira Fontoura, Nancy Conti, Hélio Re-zende, Rubens Padin, Hélio J. Rio, JoséÍEspinheira Montai vão, A. César Florencede Barros, Olga Salies Perdigão, Dyla Ro-bertson, Petronilla Oarbosa, Vera Rangel,Rubens S. Assumpção, Maria GranvilleCosta, Avany G. Costa, José Pereira deBarros, Simião Barbosa, Octavio Galvão,Leonor Albuquerque Pereira, Julieta Wins-che, Tercio ds Miranda Rosado, Magdale-«a Strauss, Talith Sampaio da Fonseca,jayme Bier da Silva, Antonio Carlos Ma-galhães, Elisa Jorge, Gloria da S. Rocha,Regina Minucci, Ecclesia de Assis Noguei-ra, Eloy Paulini, Belmarina Torrer, EdwinStrauss, Welster Fritsch, Luiza Mendes daCruz, Osmanzinho Vasques Plaisant, José

Troise, Inaya Licio de Freitas, YolandaRodrigues, Edmar Rosa, Francisco PettjrFilho, Francisco Alberto dos Santos, Ar*lindo Fonseca, Epitacio Alexandre das Ne-ves, Lygia Muniz! Flores de Oliveira, Ayr-ton Sá dos Santos, Octavio Secundino Ju-nior, José Carlos Reis do Magalhães, Jo_4Sdhor, Altair de Souza, Ângelo Patrasso,Sarit» Carvalho, Buju de Mello, RenatoBalKger, Eay Fidelis Assis Aguiar, .GíPrestes Bernardes, Fábio Homem de Mel-í_%Pwv_v-.-^.-.%r_"_-f_.

lo, Paulo Rubens Vaz de Mello, FioravaaMFernandes, Bieentina Fraaceschini, EditMFernandes, Maria Luiz* Maia, Ma-noel Machado, Alfredo Vieira Gomes R*.miro Jordão, José Carlos Filgueira* Li___,Romeu Riba. Esteves, Walter Ceva, Je_syMarques Simões, Domingos Deleonardl»,Ormrada Ferreira Leite, Jurandy Buena,Elza Lobo, Orchidéa Pereira de Oliveira,Helia da Sonseca Rldriguej Lopes, Mari»José Destri, Cláudio Sampaio, George R.

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O TICO-TICO — 30 — 11 — Setembro — 1929

Philiipptf, Bernardo Horstfann, Dante Mi-guletto, Antonio Rufino, Alberto do AmaralOsório, Ruth Silva, Isa Villela, Maria daLourdes Couto, João Jorge de Barros, Ju-Irio César Verlangierí, Carlos Eduardo PaesBarreto, Olinda Cruz, Odette Lucas de Fa-rias José Mamaprim, Oswaldo ArrudaArawjo, Joel B. Nogueira, Ângelo Lorciode Silvio, Eólo Capibenibe, Elcy Gonçalves,Egas Polônio, Aida de Araújo Coriolano,Zilka Faria, Alice Caldas Pereira, GilbertoDutra, João Silva, Leonardo Abrus-o,Neusa Moreira de Soutea, Yvonne de Aze-vedo Gomes, Luciano Pereira da SilvaMello, Regina Alves de Figueiredo, Octa-viano Galvão, Rubem Dias Leal, José daMaria Apparecida B. Santos, Eivia Lagesda Silva, Sylvio Augusto Bohn Vieira,Cecilia Bohn Vieira, Nelson de OliveiraCosta Azevedo, Elza da Silva, Saimuel H.de Souza, José Alves Linhares, AgostinoBruno, Ernesto Garcia, Eurydice Medeiros,Lúcia Carrilho, Ameliq Hilches, Paulo deAzevedo Carvalho.

Foi o seguinte o resultado final do con-curso:

i° Premio:

LÍVIA LAGES DA SILVA

de ii annos de idade e moradora na PraçaBaptista Campos, n. 5, em Belém, Estadodo Pará.

2° Premio:

ENID CAMINHA

de 6" annos de idade e residente á rua Do-«ningos Ferreira 141, nesta Capital.

RESULTADO DO CONCURSO N. 33<tf

Resçposras certas:

i" — Aroma — Ancora.2a — Pato — Rato.3* — Falúa.

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CERA DR. LUSTOSAPREFERIDA AOS REMÉDIOS

LÍQUIDOS.

4* — Rio da Prata.5* — Lima.

Solucionistas: — Moacyr Teixeira daSilva, Dylson Drummond, Clarice C. deAndrade e Silva, Antonio Rufino, LenyCarneiro de Sá, Helvécio Fagundes Penido,Oswaldo A. Silva, Natalicio Accioly dosS., Egas Polônio, Zilene Trindade Faria,Zilca, Faria, João Baptista Faria, Irahy Al-

meida de Oliveira, Dina Maria das Neves,Dulce de Vasconcellos, Ruth Bôa, ZüdéaGuimarães Pereira, Uracy Santos, JoséVinícius de Oliveira, João Jorge de Barros,Corina Medeiros de Carvalho, Luiz Gon-zaga Mattoso Nunes, Rachel Bruno, LúciaPrestes César, Nadir da Paz Floquot Fon-tes, Hugo W. Phirrpps, Aurora FerreiraNoval, José João, Willy Meyer, Julieta Ri-has Esteves, Arthur Vargas Júnior, OscarBarbosa Filho, Milton Cyriaco, Yedda Pau-Ia Rosa, Joaquim Bulicr de Almeida, Ro-berto Siqueira, Carlos Eduardo de PaulaPessoa, Nilva Musa, Eurico Nazareth No-gueira Ribeiro, José Schor, Ayrtor» Sá dosSantos, Edméa Ferreira Lage, Manoel Ma-chado dos Santos, Orchidéa Pereira de Oli-veira, Celso Ferreira Beranger, José Ama-zonas Filho, Antonietta Chobabi, Raul Ru-dge, Olga Ferreira Lima, Celena Esteves.Maria Pires Teixeira, Lygia Muniz Floresde Oliveira, Lavinia Motta, José da SilvaMangualde, Paulo Emílio Souto, José Ri-'beiro de Paiva, Myrian M. de Saint Bris-son Pereira, Francisco Alberto dos Santos,Maria dia Conceição Silveira, WaldomiroCathani de Curtis, Zoila A. Not, RobertoGranville Costa, Ivo Montagnesi, Fernan-do Octavio Gonçalves, Luiza Costa, Newtonda Cruz Ribeiro, Maria de Lourdes Pe-nante, Célia Penna, Maria de Lourdes An-tunes, Tercio de Miranda Rosado, Iracema

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11 — Setembro — 1.29 — 31 - O TICO-TICO

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iSTR EeB LATC Eeu» »o w-mio. _e/__> —«no ee .Animo

CONCURSO N. 3-377

P.\RA 03 LEITORES DESTA CAPITAI, I. DOS EsTADOS

INascimento'Fernandes, Cedrie A. Boske-wille, Walter FurlaneUo, Abigail Rio, Be-nedicto Roberto Franco, íris Luz de Cas-tro, Dezinho Rabello, Heloísa da FonsecaRodrigues Lopes, Rena Rublo de MoraesPereira, Suzanna de Lima, Dinzette R. Sil-va, Neide Conceição Azevedo Mendes, Au-gusto Bruno, Ebe Pacin, Heloisa DuarteMorena, Beatriz Gitirana, Ruy José Gon-çalves, Mario Rubens Montencgro, JoséGabriel Pereira, Yedda Regai Possolo, Ma-rildo Prewodowska, Waldemar Ludwig,Alfredo Novaes, Arlindo Fonseca, Almir-des Nascimento, i Eãlo Capiberibe, Arletteda Silveira Duarte, Clelia Maria de San-tiago Masarenhas, Elzita Serra, Mauro An-tonio Forjaz, Dulce de Miranda Cordilha,Mercedes Oliveira Corrêa Carmo, WaldyrC. C. Carmo, Abilio Corrêa do CarmoJúnior, Dyla| Robertson, José Alves Linha-ires, Rubem Dias Leal, Maria Cecilia deNiemeyer, Dirceu Villaça, Carolina deMello Lobo. Idalina Montenegro, OrlandoGomes Loques, Walter Oliveira C. Car-mo, Renato Gomes Loques, Maria Montai-vão, Maria Apparecida B. Santos, Hum-_-rto L. Astoriana, Nestor Lyra, HarcyGonçalves de Oliveira.

Foi premiada a concorrente:

ARLETTE DA SILVEIRA DUARTE

de ii annos de idade| e moradora na Fa-senda Bõa Vista, Paty do Alteres, E. doRio.

Vocês vão juntar os corpos, pernas, bra-

ços e cabeças do clichê junto, formandoas caricaturas tão conhecidas dos persona-gens acima.

As soluções devem ser enviadas á reda-cção d'0 Tico-Tico devidamente assigna-das, separadas das de outros quaesquer

ccncur.os e acompanhadas não só da de-claração de idade e residência do concur-rente como tambem do vale que vae publi-cado a seguir e tem o n. 3-377.

Para este concurso, que será encerradono dia I de Outubro vindouro, daremoscomo prêmios de Io e 2o logares, por sorte,entre as soluções certas, dois livros Qlus-trados para a infância.

PfíECOpoicPfíEMT\ ÉOMELHÔP

' £ AINDA. SUPERIORLQUTRQi /WS CAROS

11 í¥r r^\ »'¦BjJg "£> /PREÇO. \_' V_

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O TICO-TICO

O POBREDe porta em porta,Sobre os lentos passos.Acompanhado d'um netinho

seuEH-o que segue.Tendo os olhos baixos,

Esmola! EsmolaPelo amor de Deus!

Esmola! Esmola!Noutra porta implora!Envergonhado de pedir assim,

Quase recua,lias os olhos fitam,Contemplam o neto.E, prosegue emfim!

li o dia inteiro no pedir sevai

E' raro aquelle que vintémlhe dá!

A' noite escura, se recolheá casa

Onde o netinho vae coirsolar.

— 32 — 11 — Setembro — 1929

CõrnwA«?|—^l | | UM| II |" 'Wll |l|l| \

augmenta V. Ex. em peso, em carnes firmes e sólidas,em sangue roxo, tomando o mais puro óleo de figadode bacalhau em fôrma de pastilhas, as novas pastilhasBACALAOL, as quaes não têm cheiro nem sabor. A3pessoas fracas, doentias, cansadas e débeis, as que neces-sitam rodear o seu corpo de car-nes firmes e sólidas, assim comoas creanças rachiticas, devempromptamente aproveitar-se do

BACALAOLH A Y D I fi Únicos depositários: Sociedade Anonyma Lameiro — Rio

courcuRfomT 3.377

CONCURSO N. 3-373

Para os leitores desta capitai, ê dosEstados próximos

Perguntas:

i" — Qual o governante cujo nome seforma do tempo de verbo e da iriagua?

(4 syllabas) »Stella Fontoura

2* — No feminino sou mineralNo masculino nome de homem.

(2 syllabas).Gaby Pacheco

3" — Qual é a flor que. é nome de mu-lher?

(2 syllabas).Gaby Paceco

4a — Qual o rio da America que temnome de homem?

(2 syllabas).Carlos Vieira

5" — Qual é a habitação que é tempode verbo?

(2 syllabas).Maria Clante

As soluções devam ser enviadas á reda-cção d'0 Tico-Tico devidamente a?signa-das, acompanhadas do vale numero 3.378.

A imeeSea curiosaMartha era uma menina muito

boasinha, intelligente e estudiosa,porém tinha o péssimo defeito, mui-to curiosa, tudo queria ver e tocar.

Sua mãe estava sempre reprehen-cíendo-a desse máo costume, porémMartha não fazia caso dos conse-lhos da mamãe. Um dia a creadafora ao mercado e trouxera de láuma cesta • coberta com umas fo-lhas, e collocou-a na prateleira dacozinha.

A menina assim que a viu queriamexer, mas a creada lhe recomen-dou que não tocasse, pois eram unsbichos que ali estavam, porém Mar-tha não se conformou com a re-commendação.

Assim que se viu só, pegou umacadeira, trepou, e metteu a mão-zinha dentro da cesta. Qual não foi

Para este concurso, que será encerradono dia 30 do corrente mez, daremos comoprêmio, por sorte, entre as soluções certas,um rico livro dq historias infantis.

í^tP^ÊÊ PARAOCOMCttJRS©

1

a sua decepção ao sentir uma gran-de ferroada, era um enorme ca-rangueijo que vinha preso no seudedo.

Serviu-lhe esta de lição, pois des-de esse dia, Martha, envergonhada,nunca mais tocou naquillo que nãolhe pertencia.,

Haydje

O p S ui

mz 3.378

t S n h oCó-có-ró-có! Çjué haverá de novo?

Um bonito ovo!

Có-có-ró-có! A hora se avisiuhaDe pôl-o a galliuha.

Có-có-ró-có! Que aconteceráElla o chocará!

Toc-toc-toc! — Que haverá de novo?Uni pintinho no ovo!

Toc-toc-toc! — bate mui 1'geiroNa casca o brejeiro.

Toc-toc-toc — abriu-se o ovinho— Bom dia, pn.tinho!

M'HRODISIO AGRA

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11 — Setembro — 1929 -33 - O TICO-TICO

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A^^mW^mmm «mm\ mmw ÍN.

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FARINHA LÁCTEA FARINHA LÁCTEA, FARINHA LÁCTEA

NESTLf NESTLENESTLÉXAROPE

OCMEiMCL£1/eedj\deir0eipecificoe*coqueluche:

CRIANÇAS!Para as vossas roupas bran-cas, vossos vcstidinhos de i'«*verno nada existe melhor doque a famosa flanella ingleza

Clydella.Dizei a vossos pães que pe-çam amostras deste tecido a

MAPPIN STORESCAIXA 1391 — S. PAULO l

-wv*.r.,vvvw%ftf'U'\i'w,uv'wv'wv''^

O ANJ02SGUA3DAdas pD.iariCAS-:

FORMULA DO Dr= rtOÍÍTFIQO bWnaFabes. e Depoi.: F. JANNARELLI — Rua das

Palmeiras. 12 —- São Paulo.

Si cada sócio enviasse á Radio Sociedade umaproposta de novo consocio, em pouco tempo ellapoderia duplicar os serviços que yae prestando aosque vivem no Brasil.

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i

Irw%'.-.---.v-.-»-.-.-.-.-.-jvrw-v.-. ¦.•M-^mmmW-~m"mmSnrm~m'.'.:-.'Wl

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G TICO-TICO — 34 — 11 — Setembro — 1929

MUDARAM-SE OS ESCRIPTORIOS DO "0 MALHO"Os èscriptorios da Sociedade Anonyma "O Malho" muda-

ram-se para a TRAVESSA DO OUVIDOR, 21, onde serão re-cebidas, com a attenção de sempre, as ordens de seus annuncian-

tes, agentes e leitores.,

As officinas, porém, como a Redacção das diversas revistas

desta Empresa, continuam no edifício próprio da Rua Visconde

de Itaúna, 419, onde sempre estiveram.,

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Ü1ÂESME A VOSSOS FILHOSUCORwCACAU*Vermifugo de Xavier é O

melhor iombrigueiro porquenâo tem dieta, dispensa o

purgante, não con*tottpdfrft témoleo.é gostosowm&iifoGa**. h e fortifica as*ttfi«*<* crianças.caiu ivs crwnç»

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11 — Setembro 1929 — 00 — 0 TICO-TICO

SOS MYSTERIOS DE PARIS — Eujrenio Sue — Romance

de aventuras próprio para rapazes.IHEATRO DA INFÂNCIA — Peças religiosas. Operetas,

Comédias, Diálogos, Apólogos, Monólogos, etc.OS EXPLORADORES DA LUA — H. G. Well ^- Ro-

mance infantil de viagens e explorações.,A CAÇADA DA ONÇA — Monteiro Lobato — Novas

aventuras de Narizinho e de Rabicó e demais çompa-nheiros, acompanhado com diversos desenhos.

O REINO DAS MARAVILHAS « Contos de gênios e defadas, com figuras.

HISTORIA PARA CREANÇAS. -n Contos tradicionaesportnguezes, muito illustrados.

PETER-PAN (Pedro, o Voador) — Verdadeiro livro para. creanças, com illustrações.

CONTOS INFANTIS — Pequeno empório de contos in3-tmetivos, com figuras.

ALADINO E A LÂMPADA MYSTERIOSA «- Contospara creanças, com figuras e cores

SINDBAD, O MARINHEIRO -* Verdadeira jóia dascreanças, com figuras coloridas.

HISTORIAS INFANTIS — Com 30 bonitas illustraçõescoloridas, o encanto das creanças.

THEATRINHO INFANTIL -- Contendo pequenos dra-mas, comédias, monólogos, scenas cômicas e dramáticas,poesias cômicas, etc

D. QULXOTE DE LA MANCHA — Tradicional historiaadaptada para creanças.

HISTORIA DA CAROCHINHA -- E de João Ratão, quemorreu no caldeirão, com figuras.

OS MEUS BRINQUEDOS — Figueiredo Pimentel —Contos do berço, uma verdadeira maravilha paracreanças.

O MUNDO DOS MEUS BONITOS — Poemas de Augustode Santa Rita — Bonecos de cott. Teimo, lindos poemas.

UNS AMORZINHOS DE CREANÇAS — Optiraa collec-cção para pequerruchos, com lindos desenhos.

HISTORIETAS OUVIDAS A' LAREIRA -, Obra illus-trada com 10. gravuras.

HISTORIAS DE JOÃO RATÃO — Vasco Lima «-*. Lindo- livro de historias illustradas que faz a alegria da me-ninada.

OS MELHORES TRECHOS DA LINGUA PORTU-GUEZA — Compêndio de trechos com Catnillo, Eça,JhMo Diniz, Fialho, etc.

TUDO ISSO VENDE-SE NA «CASA LAURIA", AMELHOR FORNECIDA EM LIVROS DE CREANÇAS.

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:\Çlrcú de EscavalMnlho" e "OIrmão de PIsioccSnio"

Monteiro Lobato, cujo estylo bizarro e sempre novotanta fascinação exerceu em todas as camadas de leitores,acaba de apparecer, para regalo do mundo infantil, atravésde dois livros excellente;: '"Circo dc Escavallinho" e "OIrmão de Pinocchio".

Procurando emparelhar com o artista dos "Urupês"."Circo de Escavallinho" e "O Irmão de Pinocchio" sereconimendam também pela magnífica impressão e pelas

.gravuras coloridas que lhe dão, aquella apparencia elegantee bem cuidada, que tanto realçam os livros ingiezes destinadosás creanças.

Lançadas pela Companhia Editora Nacional, estas obras,ícito, não só constituirão grande sixeesso livreiro e li»

tçrario, como também novos triumnhos para o laureadocsçriptor.

SABONETETABARRA1 PARA CUTJS DELICADAS E RECÉM-NASCIDOS

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Todo serviço merece recompensaContam que o rei Felippe II empregava ura cidadão

Jacomo de Tirem no delicado tiabalho de fabricar instru-mentos scientificos de precisão, mas nunca lhe pagoaquarenta ducados que lhe devia.

Um dia o rei quiz que Jacomo lhe arranjasse uns re-logios e mandou-lhe dizer que trouxesse essa enconimenda ástrês horas. Jacomo não compareceu á hora marcada pelo rei.nem no dia seguinte e o monarcha, furioso, mandou bus-cal-o á força. Quando o rei viu o artista, perguntou-lhe:

O que merece um servo que não vem logo ao cha*niado do Senhor?

Merece que Hie paguem e que o despeçam! — res~pendeu Jacomo*

1x1/ CARNE VEGETALSabor agradável alimenta mais que ALIMENTOleite e se digere mais facilmente que COMPLETO A BASE

aquelle DE CEREAESr.

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AS AVENTURAS DO CHIQUINHO - O caçador caçado

Chiquinho viu-um caçador passar, com a suatréla de cães e jembrpu-se que o Jagunço, gue caça.»

...rato. podia ser caçador também no matto. MasBenjamim achou má a Idéa e fez. com que«.

... Chiquinho desistisse do seu plano e eDXOiasse Ja-gunço pan casa. i

; ^^ II _^ 11 ^.

O cãozinho. entretanto, ouvindo o ladrar doscães de caça, não &e conteve e sahiu a correr m

... atraz da caça. Inexperiente e prosa, para saü-entar-se procurou correr mais que os outros, a,.M

... ponto de passar adiante da caça, recebendo umtiro, por engano, que ia lhe custando a vida.