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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ PÓS GRADUAÇÃO LOGÍSTICA EMPRESARIAL ACADÊMICAS: DANIELA ALEJANDRA B. P. DE ARAUJO DENISE CRISTINA LIMA DA SILVA DISCIPLINA: TECNOLOGIA E SISTEMAS DE TRANSPORTE PROFESSOR: MSC RONALDO TELLES O TRANSPORTE DE CARGAS NO BRASIL São José 2015

O Transporte de Cargas No Brasil

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Situação do transporte de cargas no Brasil e seus modais

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Page 1: O Transporte de Cargas No Brasil

FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ

PÓS GRADUAÇÃO LOGÍSTICA EMPRESARIAL

ACADÊMICAS: DANIELA ALEJANDRA B. P. DE ARAUJO

DENISE CRISTINA LIMA DA SILVA

DISCIPLINA: TECNOLOGIA E SISTEMAS DE TRANSPORTE

PROFESSOR: MSC RONALDO TELLES

O TRANSPORTE DE CARGAS NO BRASIL

São José

2015

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1 INTRODUÇÃO

Este artigo trata um assunto de grande importância para as operações

logísticas, o sistema de transporte de cargas. O transporte representa um dos

elementos mais importantes do custo logístico em grande parte das empresas e tem

papel fundamental na prestação do serviço ao cliente. Representa uma base

importante da economia sendo um campo categórico nas decisões sobre as

exportações, com impactos importantes na produção e na criação de novos

empregos, além de trazer maiores ganhos cambiais para o país. Vários modais de

transportes podem ser utilizados de acordo com a necessidade econômica e

geográfica, viabilizando a entrega e barateando os custos, são eles: Rodoviário,

ferroviário, Aquaviário, Hidroviário ou Aeroviário e Dutoviário.

No Brasil o mais utilizado é o modal Rodoviário, sendo um dos mais

flexíveis, porém não dos mais baratos, em muitos casos é mais caro que a

mercadoria transportada.

O objetivo deste trabalho é apresentar os pontos mais importantes sobre a

infraestrutura do sistema de transporte, os modais utilizados e os custos dessa

operação utilizada por todo o mundo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Sistemas de Transportes no Brasil

O sistema de transporte é responsável por uma grande diversidade de

atividades econômicas, em consequência a cidade, região ou país também se

desenvolvem. Por exemplo, para comprar qualquer artigo de vestuário, o algodão

deve ser transportado para a fábrica de tecidos e posteriormente seguir para loja

onde será vendida a peça de roupa.

A origem da palavra “transporte” vem do latim trans (de um lado a outro) e

portare (carregar), onde se pode mencionar que é o deslocamento de pessoas ou

alguma coisa de um lugar para outro.

O Brasil é conhecido como um país com grandes dimensões territoriais,

tanto de norte a sul quanto de leste a oeste, por esse motivo é necessário que a

rede de transporte seja bem ampla e articulada com intuito de ligar várias cidades do

território nacional e com isso proporcionar um bom deslocamento para as pessoas e

mercadorias.

Sem o transporte, teríamos vários problemas, pois as mercadorias não

chegariam ao seu destino final, ou seja, ao consumidor. Pode-se dizer que o sistema

de transporte não é só importante para o Brasil, em todos os outros países existem e

é muito importante, principalmente os de mesma extensão do Brasil.

Conforme Alvarenga e Novaes (2000), para organização de um sistema de

transporte é necessário ter uma ampla visão sistêmica, onde se precisa planejar

porem antes desse processo é preciso conhecer: as entradas nas diversas ligações

da rede; o nível do serviço atual; o nível do serviço esperado; os atributos ou

parâmetros sobre a mercadoria; os modelos de equipamentos necessários e suas

características (capacidade, fabricante); e os sete princípios sobre a aplicação da

abordagem sistêmica.

Sobre os parâmetros da mercadoria, os principais meios são: peso e

volume, densidade média; dimensão da mercadoria; tamanho do veículo; grau de

fragilidade da mercadoria; vencimento do produto; estado físico; assimetria; e

compatibilidade entre mercadorias diversas.

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O transporte de carga é uma enorme base da economia de um país. É um

campo categórico nas decisões sobre as exportações, com impactos importantes na

produção e na criação de novos empregos em diversos outros setores, além de

trazer maiores ganhos cambiais para o país.

Sendo assim, pode-se mencionar que no transporte de carga, precisam ser

analisados diversos parâmetros com objetivo de atingir uma excelência no nível de

serviço ao cliente. Em análise as características do serviço, serão realizadas uma

seleção para averiguar qual o melhor modal a ser utilizado. Segundo Ballou (2001),

a escolha de um modal de transporte pode ser adotada para gerar vantagens

competitivas de um serviço. Enfim, no decorrer do artigo será visto algumas

características dos modais de transporte.

2.2 Modais de Transporte

Para eleger qual o modal correto para o transporte da carga que se espera

utilizar para entregar, devem-se analisar quais as características operacionais

relativas por cada modal de transporte. Conforme analisa Nazário (In: Fleury et al.

2000), em relação aos modais, existem cinco critérios importantes para se escolher

qual o melhor transporte: velocidade, disponibilidade, confiabilidade, capacidade e

frequência. Há cinco tipos básicos de modais para o transporte de cargas:

Rodoviário, ferroviário, Aquaviário, Hidroviário ou Aeroviário e Dutoviário. Abaixo

pode-se verificar gráfico com proporção de utilização de cada modal no Brasil.

FONTE: ANTT

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2.3 Transportes Rodoviários no Brasil

O transporte rodoviário no Brasil é o modal mais utilizado entre todos, ou

seja, é responsável por grande parte dos fluxos de bens e pessoas no país. O que

incentivou a construção das rodovias foi à possibilidade da entrada das empresas

estrangeiras do setor automobilístico no país.

A perspectiva era planejar o modal rodoviário com objetivo de possibilitar a

construção de polos industriais de automóveis no Brasil com isso aumentar a

geração de empregos, ainda que atualmente as indústrias desse setor estejam

diminuindo as contratações em vista das novas tecnologias fabris. (PENA, 2015)

Conforme Keedi (2003) ressalta que os transportes rodoviários não se

mantem, em uma única hipótese, a trajetos fixos, pois tem a habilidade de transitar

por outros lugares, proporcionando uma flexibilidade impar, e com isso oferecer uma

vantagem competitiva que os outros modais não possuem.

Uma grande crítica ao transporte rodoviário e o questionamento sobre essa

dinâmica da opção por rodovias, pois não é recomendada para países com uma

extensão territorial muito grande, como a do Brasil. Resultado dessa dinâmica são

altos custo de manutenção, muito superiores a de que outros meios de transporte,

como o ferroviário e o hidroviário, sem considerar o alto custo com combustíveis e

veículos. (PENA, 2015)

Cabe observar que no Brasil a falta de condições nas rodovias e a

desorganização dos veículos no trânsito, são pontos negativos para o crescimento

deste modal que é muito importante para as ampliações das empresas e que ao

mesmo tempo são tão pouco valorizados pelas entidades governamentais.

Em pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) a

respeito do estado de conservação das rodovias, afirma que 69% da malha

rodoviária do Brasil está em péssimo, ruim ou regular estado de manutenção. Dos

89.552Km avaliados, apenas 27.713Km são considerados em bom ou ótimo estado.

Abaixo podemos observar as divisões por região.

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FONTE: CNT

A CNT conclui a pesquisa com a afirmação abaixo:

Esses resultados denotam a situação deficiente de uma larga extensão da malha rodoviária e, ao mesmo tempo, representam os grandes desafios que devem ser enfrentados com o objetivo de capacitar a principal infraestrutura de transporte utilizada no país,

Pode-se considerar que um dos fatores principais pela situação ruim das

rodovias, é a má administração dos recursos recolhidos com a Contribuição de

Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Essa foi criada para que a manutenção

da malha rodoviária fosse realizada e porem os recursos nunca são repassados,

afirma a CNT.

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2.4 Transportes Ferroviários no Brasil

Até o auge da expansão das rodovias, o transporte ferroviário era o modal

mais utilizado no Brasil. Contudo, com o aumento na utilização dos automóveis, o

sistema ferroviário sofreu grande impacto, ocasionando desativação de várias

ferrovias e as que permaneceram não foram mais utilizadas e sofreram com o

processo de sucateamento, pois não recebiam mais investimentos. (REIS, 2013)

FONTE: PORTAL BRASIL

De acordo com Ballou (1993:127) há dois modelos de serviço ferroviário, o

transportador regular e o privado. O transportador regular presta serviços para

qualquer usuário, desde que seja regulamentado pelos termos econômicos e de

segurança do governo. O transportador privado presta serviços exclusivos a um

usuário particular.

2.5 Transportes Hidroviários ou Aquaviário no Brasil

O transporte hidroviário é o modal menos utilizado em território nacional, o

que é uma contradição, devido ao potencial hidroviário que o Brasil apresenta. A

rede hidroviária brasileira é muito ampla em rios navegáveis que não exigem

construções e instalações de equipamentos para correções e nivelamento da água.

Enfim, o sistema hidroviário seria uma alternativa muito importante e uma

excelente opção para integrar a logística de transportes do Brasil, pois possui um

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custo de instalação e manutenção relativamente baixos quando comparados aos

dos outros modais. (REIS, 2013)

FONTE: PORTAL BRASIL

2.6 Transportes Dutoviário no Brasil

A utilidade do transporte dutoviário é ainda muito restringida, pois destina-se

principalmente ao transporte de líquidos e gases em grandes volumes e materiais

que podem ficar suspensos, como petróleo bruto e derivados, minérios. O

deslocamento via dutos é muito lenta, sendo compensada apenas pelo fato de que o

transporte opera 24 horas por dia e sete dias por semana.

Como vantagens, o transporte dutoviário proporciona mais confiabilidade do

que os outros modais, pois existem poucas interrupções para causar variabilidade

nos tempos e os fatores meteorológicos não são significativos.

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2.7 Transportes aeroviários

O modal aeroviário representa uma parcela muito pequena no transporte de carga,

sendo relevante somente quando o produto é de altíssimo valor agregado e cargas

expressas. Esse modal possui maior preocupação com o transporte de passageiros.

FONTE: PORTAL BRASIL

2.8 Custos de transporte segundo as distâncias

Realizando uma análise nos custos referente a distancia percorrida é

possível verificar que para distâncias menores o modal rodoviário é mais indicado;

para distância média o modal ferroviário tem maior rendimento e para grandes

distâncias a hidrovia é a melhor alternativa. Contudo, devido a fatores históricos, a

falta de investimentos ou até mesmo aspectos naturais, promove uma defasagem na

organização dos transportes no Brasil.

Em relação a custo de transporte podemos dividi-lo em custos fixos e

variáveis conforme os autores SÁ e SÁ (1995, p.127) custos fixos é “gasto que se

opera sempre dentro das mesmas medidas, independentemente do volume da

produção”.

E para Bowersox e Closs (2001) são os custos que não se modificam a curto

prazo e são incorridos ainda que a empresa deixe de atuar. Esta categoria de custos

não é afetada diretamente pela quantidade de carga que a transportadora carrega.

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Conforme os autores SÁ e SÁ (1995, p.137) o conceito de custos variáveis é

“custo que oscila de acordo com as quantidades produzidas”. Ou seja, gastos que

são ocasionados devido a prestação de serviço do transporte da carga, ou seja,

gastos com combustível, manutenção, mão de obra e outros.

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CONCLUSÃO

Entendemos que o sistema de transportes é importante para o fluxo de mercadorias

e serviços. Fazem parte do sistema da empresa, e estão interligados de forma a

realizar as atividades de escoamento e auxiliar na distribuição dos produtos.

Representam grande parte dos custos das empresas, devido a isso precisam ser

estudados com cautela, para que as empresas não percam seus lucros no fim da

cadeia. Em regra ocorre com frequência, pois alguns parâmetros como peso,

fragilidade, dimensão e compatibilidade não são observados e levam a excesso de

manuseio e avarias no produto.

A empresa precisa ter uma logística planejada com um nível de serviço adequado as

necessidades dos clientes. Dessa forma é importante avaliar bem todos os pontos a

serem adotados para a realização do transporte, qual a melhor opção de modal a

ser escolhida para alinhar de forma econômica e rápida a distribuição os produtos da

empresa.

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REFERÊNCIAS

ALVARENGA, A. C., NOVAES, A. G. N. Logística Aplicada: Suprimento e

Distribuição Física. 3a edição. São Paulo: Edgar Blücher, 2000.

BALLOU, Ronald H.. Gerenciando a Cadeia de Suprimentos: planejamento,

organização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001.

BOWERSOX, Donald J. Logística empresarial: o progresso de integração da

cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001,

CABRAL, P. C., RIBEIRO, K. A. F. Logística e Transportes: Uma Discussão sobre

os Modais de Transporte eo Panorama Brasileiro. XXII Encontro Nacional de

Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002. Disponível em

http://www.tecspace.com.br/paginas/aula/mdt/artigo01-MDL.pdf. Acesso em 25 fev

2015

KEEDY, Samir. Transportes, inutilizarão e seguros internacionais, 2.ed;São

Paulo:Aduaneira,2003.

NAZÁRIO, Paulo. Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo:

Atlas, 2000.

PENA, R. F. A. Transportes no Brasil. Disponível em:

http://www.mundoeducacao.com/geografia/transportes-no-brasil.htm Acesso em 25

fev 2015

REIS, J.P.M., A. Modais de Transporte. Disponível em

http://rodadeestudante.blogspot.com.br/2013/08/atualmente-vivemos-em-um-

mundo.html. Acesso em 26 fev 2015

SÁ, L. M. Ana e SÁ, L. Antônio. Dicionário de contabilidade. 9° edição, São Paulo:

Atlas, 1995.