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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU ARQUITETURA E URBANISMO LP2 GESTÃO DO ESPAÇO URBANO THAÍS SANTIAGO GOLLA O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATES São Paulo 2020

O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

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Page 1: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

ARQUITETURA E URBANISMO

LP2 – GESTÃO DO ESPAÇO URBANO

THAÍS SANTIAGO GOLLA

O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATES

São Paulo

2020

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THAÍS SANTIAGO GOLLA

O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATES

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

Arquitetura e Urbanismo LP2 – Gestão do Espaço

Urbano da Universidade São Judas Tadeu como

requisito parcial (qualificação) à obtenção de título

de Mestre em Arquitetura e Urbanismo.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Paula Koury

São Paulo

2020

Page 3: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

Golla, Thaís Santiago

G617u O urbano em espaço & debates / Thaís Santiago Golla. - São Paulo,

2020.

f. 66: il.; 30 cm.

Orientadora: Ana Paula Koury.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,

2020.

1. Espaço & debates. 2. Planejamento urbano. 3. Política urbana.

I. Koury, Ana Paula. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo. III. Título.

CDD 22 – 720

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca

da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecária: Adriana Aparecida Magalhães - CRB 8/10264

Page 4: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

O URBANO EM ESPAÇO & DEBATES

Thaís Santiago Golla

Orientadora: Profª Dr.ªAna Paula Koury

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Arquitetura

e Urbanismo, da Universidade São Judas Tadeu, como requisito para a obtenção do título

de mestre em Arquitetura e Urbanismo. Área de concentração: Gestão do Espaço

Urbano: com o objetivo de produzir novas abordagens sobre a cidade nos campos

históricos, teóricos e práticos.

Aprovado por:

___________________________________________

Prof.ª Dr.ª Ana Paula Koury

___________________________________________

Prof.ª Dr.ª Andréa de Oliveira Tourinho

___________________________________________

Prof.ª Dr.ª Gisela Cunha Viana Leonelli

São Paulo

2020

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, em primeiro lugar, a Deus, pois, sem Ele, nada seria. À minha

família, que sempre me apoiou, acreditando em meus sonhos. Aos mestres, que

compartilharam seus conhecimentos e sabedorias ao longo da minha vida acadêmica,

sem essa admiração, não estaria onde estou, em especial, à minha orientadora, Prof.ª

Dra. Ana Paula Koury, pela dedicação em suas orientações prestadas na elaboração

deste trabalho, me incentivando e colaborando no desenvolvimento.

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RESUMO

Esta pesquisa explora as interpretações sobre o “urbano” presentes na revista

Espaço & Debates entre 1981 e 2005, período de circulação do periódico. Procura-se

identificar as diferentes formas que o tema é apresentado nos artigos da revista. Para

isso, adota-se uma abordagem bibliométrica. O objetivo é investigar se há uma

interpretação hegemônica sobre esse tema presente nesse periódico. A revista

Espaço & Debates foi o principal veículo de difusão das ideias sobre planejamento

urbano em São Paulo. Constituiu uma rede nacional e internacional de colaboradores

e contribuiu para o debate sobre o tema nos vinte últimos anos do século XX. O

período de circulação do periódico abrange a grande explosão demográfica das

cidades brasileiras, acompanhada da crise econômica que ampliou as áreas de

pobreza nas regiões metropolitanas do país. Esse também foi o período em que os

movimentos sociais urbanos se mobilizaram para disputar a agenda da política urbana

brasileira, presente na Constituinte de 1988, marco da institucionalização da

democracia brasileira cuja transição havia iniciado em 1985.

Palavras-Chave: Espaço & Debates; Planejamento Urbano; Política Urbana.

Page 7: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

ABSTRACT

This research explores the interpretations of the “urban” present in the

magazine Espaço & Debates between 1981 and 2005, the period of circulation of the

periodical. It seeks to identify the different ways that the theme is presented in the

magazine's articles. For this, a bibliometric approach is adopted. The objective is to

investigate whether there is a hegemonic interpretation of this theme in this journal.

Espaço & Debates magazine was the main vehicle for disseminating ideas about urban

planning in São Paulo. It constituted a national and international network of

collaborators and contributed to the debate on the theme in the last twenty years of the

20th century. The period of circulation of the journal covers the great demographic

explosion of the Brazilian cities accompanied by the economic crisis that expanded the

areas of poverty in the metropolitan regions of the country. This was also the period

when urban social movements mobilized to dispute the Brazilian urban policy agenda

present in the Constituent Assembly of 1988, a milestone in the institutionalization of

Brazilian democracy whose transition had begun in 1985.

Keywords: Espaço & Debates; Urban Planning; Urban Policy.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Capa das três primeiras edições da Revista Espaço & Debates ............. 13

Figura 2 – Capa da edição n.19 "A cidade na Constituinte" ...................................... 14

Figura 3 – Capa das edições n.24 e 30 que abordam o tema "Poder Local" ............ 14

Figura 4 – Capa da edição n.40 ................................................................................ 15

Figura 5 – Capa das edições n.41 e 42 ..................................................................... 16

Figura 6 – Capa das últimas edições publicadas na revista n.43-44 (2003), n.45 (2004)

e n.46 (2005) ............................................................................................ 16

Figura 7 – Linha do tempo relativa ao histórico de publicação da revista (publicações

em preto e interrupções em cinza) ........................................................... 20

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Nome dos colaboradores e o ano em que contribuíram no Coletivo Editorial

da revista Espaço & Debates entre 1981 a 2005 .................................... 20

Tabela 2 – Organização da coleta de dados da bibliometria da Revista Espaço &

Debates ................................................................................................... 23

Tabela 3 – Títulos de artigos com o termo “urbano”, “urbana”, “urbanismo” e

“urbanização” na Revista Espaço & Debates. ......................................... 40

Tabela 4 – Legenda Tabela 3.................................................................................... 46

Tabela 5 – Títulos de artigos que procuram definir uma teoria para o “urbano” ........ 48

Tabela 6 – Títulos de artigos que abordam o “urbano” em uma perspectiva teórica e

histórica ................................................................................................... 51

Tabela 7 – Títulos de artigos que abordam o “urbano” em uma perspectiva sobre a

política urbana brasileira ......................................................................... 53

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LISTA DE SIGLAS

ABM – Associação Brasileira dos Municípios

E&D – Espaço & Debates

FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

FFLCH – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal

NERU – Núcleo de Estudos Regionais e Urbanos

SP – São Paulo

USP – Universidade de São Paulo

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO: A REVISTA ESPAÇO & DEBATES..................................... 12

1.1 Histórico da Revista ..................................................................................... 17

2 ESPAÇO & DEBATES EM UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA ..................... 22

2.1 Estudo da recorrência do “urbano” no sumário da E&D .............................. 39

2.2 O “urbano” em teoria, em perspectiva histórica e por uma nova práxis....... 47

2.2.1 O “urbano” em teoria ................................................................................... 47

2.2.2 O “urbano” em perspectiva histórica ............................................................ 50

2.2.3 Por uma nova práxis do “urbano” ................................................................ 53

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 57

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1. INTRODUÇÃO: A REVISTA ESPAÇO & DEBATES

Esta pesquisa explora as interpretações sobre o “urbano”, presentes na

revista Espaço & Debates entre 1981 e 2005, período de circulação do periódico.

Procura identificar como o tema é apresentado nos artigos da revista e se houve uma

interpretação hegemônica. Para isso, adota-se uma abordagem bibliométrica que

permite, por meio da sistematização dos índices da revista, ter uma visão global dos

artigos publicados ao longo do período de circulação do periódico, principais temas

de interesse e autores recorrentes. A revista Espaço & Debates foi o principal veículo

de difusão das ideias sobre o planejamento urbano em São Paulo. Constituiu uma

rede nacional e internacional de colaboradores e contribuiu para o debate sobre o

tema nos vinte últimos anos do século XX. O período de circulação do periódico

abrange a grande explosão demográfica das cidades brasileiras, acompanhada da

crise econômica que ampliou as áreas de pobreza nas regiões metropolitanas do país.

Este também foi o período em que os movimentos sociais urbanos se mobilizaram

para disputar a agenda da política urbana brasileira durante a Constituinte de 1987,

marco da institucionalização da democracia brasileira cuja transição havia iniciado em

1985.

Nos 46 números da revista E&D foram publicados cerca de 275 artigos nas

seções “Temas Urbanos e Regionais” e “Práticas Urbanas”. Uma primeira análise

desses artigos permite identificar as ideias sobre o urbano que circularam no período

da redemocratização do país e o intenso debate sobre a política urbana que a

acompanhou. O primeiro número foi publicado em 1981 e, já no ano seguinte, Mário

David Andreazza, presidente do Conselho Nacional de Política Urbana, propôs um

projeto de lei ao Presidente da República vigente para implantar um projeto de reforma

urbana no Brasil. Este, conhecido como PL 775, (BRASIL, 1983) foi acompanhado de

pareceres dos juristas Hely Lopes Meirelles e Miguel Reale. Esse documento é um

marco histórico na institucionalização do debate sobre a reforma urbana no Brasil, em

pauta desde o Seminário de quitandinha de 1963 (MOTA, 2011; KOURY, 2013;

BONDUKI, 2018). Curiosamente, o tema da reforma urbana comparece apenas em

1994, na 37ª edição, em um artigo assinado por Ana Clara Torres Ribeiro intitulado

“Reforma Urbana nos Limites da Modernização”, número sobre “A Cidade Brasileira

no Século XX”.

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A redemocratização brasileira ocorre em meados da década de oitenta, no

auge de um processo de concentração demográfica e vulnerabilidade nas grandes

cidades brasileiras (BRITO, 2006; SANTAGADA, 1990), que confere à questão urbana

um lugar de destaque na agenda política nacional. A revista, desde o seu primeiro

número, registra os estudos sobre a crise urbana que acompanha o debate sobre o

marco regulatório da política urbana no Brasil, nessa época. Como exemplo, temos o

estudo sobre a crise dos transportes e os movimentos reivindicatórios nas periferias,

publicados na primeira edição da revista (TELLES e CACCIA BAVA, 1981, n.1), o

texto sobre o propósito da urbanização de favelas, na segunda edição

(VALLADARES, 1981, n.2), e o artigo sobre autoconstrução na terceira (JACOBI,

1981, n.3).

Figura 1 – Capa das três primeiras edições da Revista Espaço & Debates

Fonte: Autoria própria

Se, por um lado, a revista acompanha a emergência dos movimentos sociais

urbanos como atores da política urbana brasileira, por outro, nota-se a ausência de

registros sobre a ação das instituições da política urbana criadas durante o período

militar como, por exemplo, a proposta de Reforma Urbana pelo PL 775/82,

encaminhada pela Comissão Nacional de Desenvolvimento Urbano (CNDU)

proponente. A Assembleia Constituinte foi eleita em 1986 e, no ano seguinte, os

trabalhos para a nova Constituição começaram. A instituição da Subcomissão da

Questão Urbana e dos Transportes, em 1987, abrigou o debate sobre a

regulamentação da questão urbana. Em 1986, na 19ª edição, foi publicado um número

especial da E&D: “A Cidade na Constituinte”.

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Figura 2 – Capa da edição n.19 "A cidade na Constituinte"

Fonte: Autoria própria

O tema do poder local versus a tecnocracia do estado também comparece

desde os primeiros números da revista, incluindo duas edições temáticas, o número

24, de 1988, intitulado “Poder Local” e, dois anos depois, em 1990, o número 30 com

o título de “Governo Local e Democracia”. Este número comemora os dez anos da

revista. A ligação desta com os temas da governança urbana é, provavelmente,

oriunda do debate realizado no mestrado em Planejamento Urbano da Fundação

Getúlio Vargas. Esses dois números trazem importantes reflexões sobre o poder local

e o documento que registra a proposta de Reforma Administrativa da gestão da

prefeita Luiza Erundina em 1990.

Figura 3 – Capa das edições n.24 e 30 que abordam o tema "Poder Local"

Fonte: Autoria própria

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Outro marco histórico da política urbana brasileira foi a vitória das

administrações municipais por partidos ligados ao projeto democrático popular, que

se elegeram a partir de 1989, como foram os casos de São Paulo, Belo Horizonte,

Porto Alegre, Santos, Santo André e Diadema. As experiências dessas

administrações estão relatadas na edição especial sobre governo local e democracia

(1990, n.30), que apresenta as experiências de Santo André e São Paulo.

Posteriormente, também foram relatadas em artigos gerais, em outros números da

revista (1990, n.30; 1996, n.39; 2001, n.41). Entretanto, a experiência paradigmática

do orçamento participativo em Porto Alegre não é um tema específico de nenhum

artigo da revista.

Figura 4 – Capa da edição n.40

Fonte: Autoria própria

A revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano

com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção aconteceu

no ano de 1993, depois em 1995 e em 1997, quando saiu a 40ª edição.

Depois disso, houve um intervalo de três anos em que a revista não circulou,

o que levou a 41ª edição sair apenas em 2001. Entre o número 39 e o número 40,

muitos membros do corpo editorial deixam a revista.

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Após três anos, houve uma tentativa de retomar a publicação da revista, que

acabou por produzir mais cinco números entre 2001 e 2005. A revista retomou a

publicação em 2001, abordando o tema das cidades globais que aparece em um

número especial intitulado “Aliança e competição entre cidades” (2001, n.41) e

“Periferias revisitadas” (2001, n.42).

Figura 6 – Capa das últimas edições publicadas na revista n.43-44 (2003), n.45 (2004) e n.46 (2005)

Com a interrupção da revista por mais um ano, debates como a aprovação do

Plano Diretor de 2002 e a criação do Ministério das cidades, já não poderiam ser

acompanhados pelas páginas da Espaço & Debates, muito embora os últimos

números da revista tenham saído entre 2003 e 2005.

Fonte: Autoria própra

Fonte: Autoria própria

Figura 5 – Capa das edições n.41 e 42

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1.1 Histórico da Revista

A revista Espaço & Debates (E&D) circulou entre 1981 e 2005, totalizando 46

números. Como registrado no editorial do segundo volume, ela foi criada por um grupo

de intelectuais ligados ao curso de Planejamento Urbano da Fundação Getúlio Vargas

em São Paulo, que instituiu o Núcleo de Estudos Regionais e Urbanos (NERU), um

grupo independente que ficou responsável pela edição da revista desde a sua

fundação até o último número1. Criava-se, dessa forma, um canal de debate

acadêmico sobre o urbano, independente dos órgãos diretamente ligados à

administração Municipal, como a Associação Brasileira dos Municípios (ABM), criada

em 1939, e o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), criado em 1952

após o II Congresso Nacional de Municípios, organizado pela Associação Brasileira

de Municípios na cidade de São Vicente (SP). Eram essas instituições que tratavam

dos problemas de planejamento e das administrações municipais, e que mantiveram

as publicações periódicas pelas quais circulavam muitas das ideias sobre o

planejamento urbano no Brasil.

Nas palavras dos editores, a revista E&D surgiu com a intenção de “expor e

contrapor tanto o pensamento como a prática que tem, por base, o contexto urbano e

regional”, procurando informar e problematizar o debate sobre esses tópicos no Brasil.

A abordagem incluía as “dinâmicas econômica, política e ideológica”, compreendendo

que as ideias sobre o urbano influíam no campo do planejamento e norteavam “as

diferentes formas e conteúdo de intervenção no espaço”2.

A revista atraiu leitores interessados na temática urbana e regional, e publicou

estudos, debates e pesquisas com o objetivo de, segundo indicado na proposta

editorial da segunda edição da revista (1981), “promover a recuperação da memória

do planejamento do Brasil”.

O grupo de intelectuais que formou o coletivo editorial do primeiro número era

composto por 29 membros, que permaneceram com poucas alterações até a 16ª

edição da revista (último número de 1985). A estrutura da revista era dividida em

quatro seções principais que se mantiveram praticamente inalteradas ao longo do

1 Informações coletadas em entrevista com Pedro Jacobi (Apêndice A), um dos fundadores do NERU e primeiro editor da Espaço & Debates, em 28 de outubro de 2019 das 18h às 19h (formato M4A 48 min). 2 Proposta Editorial publicada na segunda edição da revista no ano de 1981.

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tempo. Eram as seções: “Temas Urbanos e Regionais”, “Práticas Urbanas”, “Debates”

e “Resenhas e Comunicações”, respectivamente. A primeira delas reunia os textos

teóricos sobre o “urbano”, abordando, principalmente, a crise urbana e regional. A

segunda seção estava dedicada aos textos sobre relatos de experiências,

examinando as manifestações coletivas e as práticas reivindicatórias que refletem a

dimensão política dessas intervenções públicas e privadas no espaço da cidade. O

objetivo era trazer experiências de outras partes do mundo para contribuir com a

discussão das questões contemporâneas. A seção “Debates” apresentava

discussões, depoimentos e entrevistas de quem atuava e contribuía para a reflexão

sobre os temas relacionados ao urbano e ao regional. A quarta seção, “Resenhas e

Comunicações”, pretendia divulgar obras que tratavam de questões urbanas e

regionais.

Uma estrutura temática também foi adotada para organizar o corpo editorial

da revista a partir da 6ª edição (1982). Nesta, o corpo editorial dividiu-se em “Temas

Urbanos e Regionais”, “Práticas Urbanas” e “Colaboradores”. O corpo editorial, que

chegou a abrigar 29 membros na 16ª edição, passa a contar com apenas 13 membros

na 17ª edição. Nesta, a estrutura organizacional da revista também fica mais complexa

e vários membros do corpo editorial anterior passam a gerir funções executivas dentro

da revista. Essa alteração na estrutura foi explicada no editorial da 21ª edição

(segunda edição de 1987). Segundo ele, a revista afirmou um novo papel na 17ª

edição (primeira edição de 1986) e começou a apresentar uma “introdução de linhas

temáticas a cada número, suscitar a reflexão e o posicionamento dos pesquisadores

na área do urbano e regional”3. Outra seção que ganhou importância no periódico foi

a de “Comunicações”, que informava sobre eventos, teses, livros e publicações. A

revista passou a apresentar também, uma “Seção Livre”, abrindo espaços para textos

com “novas linguagens, incorporando percepções do urbano de outras áreas de

conhecimento”4, além de mais duas seções: “Resenhas” e “Notebooks”.

Na mudança realizada na 17ª edição (1986), o editorial apresentou os critérios

de escolha do tema a ser tratado em cada número que “refletem uma preocupação de

contextualizar a publicação E&D, recuperando questões conjunturais balizadas pelo

estágio da produção intelectual nos níveis nacional e internacional”5. A matéria do

3 Editorial apresentado na revista Espaço & Debates. São Paulo, Ano VII, v.1, n.21, 1987. 4 Editorial apresentado na revista Espaço & Debates. São Paulo, Ano VII, v.1, n.21, 1987. 5 Editorial apresentado na revista Espaço & Debates. São Paulo, Ano VI, v.1, n.17, 1986.

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editorial apresentava, ainda, o objetivo daquela edição que tratava sobre o centro

urbano. O número anunciava os textos: “São Paulo na virada do Século” de Raquel

Rolnik, “Bairros centrais industriais de São Paulo” de Ana Fernandes, “Anotações

sobre o espaço e a vida cotidiana” de Celina Albano e Nísia Werneck, “A

territorialidade homossexual” de Néstor Perlongher e “Notas sobre a intervenção da

cidade existente” de Nuno Portas.

Já na 20ª edição, a primeira publicada no ano de 1987, o editorial buscava

demarcar uma posição crítica na abordagem do regional e do urbano. Destaca o artigo

“Planejamento territorial para a transição na América Latina” de José Luis Coraggio, e

a transcrição de um debate sobre a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento

do Nordeste), com o subtítulo provocativo: “voltar a planejar? ”, contando com as

contribuições dos economistas Francisco de Oliveira, Inaiá de Carvalho, Tânia Bacelar

de Araújo e Sérgio Buarque.

A revista circulou com uma periodicidade regular, publicando de 2 a 4 números

por ano até a 36ª edição, em 1992, quando ocorreu a primeira interrupção de um ano.

O número seguinte viria apenas em 1994, ano no qual saíram a 37ª e a 38ª edições.

O número 39 sairia apenas em 1996, e o número 40, em 1997, seguido por uma

interrupção de três anos quando, em 2001, a revista retomou a publicação com os

números 41 e 42. Há uma pausa das publicações no ano seguinte e, em 2003, dois

números saem na mesma edição, o 43-44. Os dois últimos números da revista, o 45

e o 46, foram publicados em 2004 e 2005 respectivamente6.

6Anos e números das publicações da revista: 1981 (1-4)*, 1982 (5-7), 1983 (8-10), 1984 (11-13), 1985 (14-16), 1986 (17-19), 1987 (20-22), 1988 (23-26)*, 1989 (27-29), 1990 (30-31)**, 1991 (32-34), 1992 (35 e 36)**, 1994 (37 e 38)**, 1996 (39), 1997 (40), 2001 (41 e 42)**, 2003 (43-44 juntos), 2004 (45), 2005 (46).

Page 20: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

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Tabela 1 – Nome dos colaboradores e o ano em que contribuíram no Coletivo Editorial da revista Espaço & Debates entre 1981 a 2005

Esta tabela demonstra os nomes dos colaboradores que mais participaram do

Coletivo Editorial e qual o período da sua participação. Acima, podemos identificar o

ano em que a revista circulou, pulando os anos em que houve interrupções. Abaixo,

conseguimos visualizar os anos e os períodos em que a revista foi interrompida:

Figura 7 – Linha do tempo relativa ao histórico de publicação da revista (publicações em preto e

interrupções em cinza)

Fonte: Autoria própria

A revista circulou entre 1981-2005 e a coleção completa compreende 46

números. A organização dos conteúdos da revista segue uma estrutura dividida em

quatro seções principais que permaneceram praticamente inalteradas ao longo do

tempo:

Temas Urbanos e Regionais: onde estão publicados os textos teóricos que

refletem sobre o “urbano” e discutem, principalmente, o problema da crise urbana e

regional.

Fonte: Autoria própria

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Práticas Urbanas: reúne textos teóricos e relatos de experiências, examina

as manifestações coletivas e as práticas reivindicatórias que refletem a dimensão

política dessas intervenções públicas e privadas no espaço da cidade. O objetivo é

acompanhar o momento atual das edições e trazer experiências de outras partes do

mundo para contribuir para a discussão das questões.

Debates: discussões, depoimentos e entrevistas de quem atua e contribui

para a reflexão sobre os temas urbano e regional.

Resenhas e Comunicações: divulgação de obras que tratam questões

urbanas e regionais.

As seções “Temas Urbanos e Regionais” e “Práticas Urbanas” reuniram os

artigos publicados na revista E&D e contabilizaram 275 títulos nos 46 volumes

levantados. Uma análise preliminar dos artigos permite identificar diferentes

interpretações do urbano e um intenso debate sobre a política urbana brasileira. Suas

páginas são, literalmente, um espaço de debates, discussões e reflexões sobre o

assunto. O resgate e a sistematização de seus artigos contribuem para explicar uma

abordagem histórica do urbano no Brasil, a transformação dos estudos sobre o urbano

e o debate no período em que as experiências participativas de gestão estavam sendo

debatidas e colocadas em prática. As perguntas que este trabalho procura responder

são: quais as interpretações do “urbano” publicadas na E&D? Essas interpretações

transformaram-se ao longo do tempo de circulação da revista? Quais as matérias que

abordaram os principais temas em jogo na política urbana brasileira durante o período

de circulação da revista?

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2 ESPAÇO & DEBATES EM UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA

A partir de pesquisas nas bibliotecas da FAU-USP e FFLCH-USP, foi

realizado o levantamento das edições da revista E&D entre 1981 e 2005. A primeira

sistematização da coleção da revista foi a compilação de informações gerais sobre o

periódico, o levantamento dos sumários de cada uma das edições, e a reprodução de

uma primeira amostra de artigos. Os sumários foram organizados em uma planilha no

programa Microsoft Excel. Essa planilha apresenta o total de artigos em cada volume

identificados por: autor, título, edição, ano de edição e capa da edição. Preservando

a organização dos conteúdos como apresentado nos originais, isto é, dividido nas

respectivas seções: Temas Urbanos e Regionais, Práticas Urbanas, Debates,

Resenhas e Comunicações. O resultado da sistematização foi apresentado em uma

planilha com 46 edições, denominada Bibliometria E&D (Tabela 2).

A Tabela 2 ou Bibliometria E&D, apresenta, portanto, o índice de cada volume

contendo todos os artigos e textos organizados conforme a estrutura das seções

originais da revista, mencionadas acima. Essa planilha permite buscar, em toda a

coleção, os títulos dos artigos, o nome dos autores, a data de publicação e o número

da edição. Na Tabela 2 também é possível visualizar os sumários e as capas de cada

edição pelo número e ano de publicação.

A partir dessa tabela foi possível levantar a recorrência dos termos

empregados nos títulos dos artigos. As quantificações dessas recorrências são

apresentadas em planilhas de análise bibliométrica.

Page 23: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

23

Tabela 2 – Organização da coleta de dados da bibliometria da Revista Espaço & Debates

TOTAL DE

ARTIGOS

ARTIGOS

SOBRE O

URBANO

AUTOR TÍTULO DO ARTIGO PÁGINA

INICIAL REVISTA ANO

LOCAL DA

PESQUISA

1981 EDIÇÃO 1

1 1 Manuel Castells Posfácio à questão urbana 9

2 2 Marshall M. A. FeldmanUma resenha crítica da questão urbana de

Manuel Castells45

3 Jean Lojkine A análise Marxista do Estado 55

4Marta dos Ferreira Santos

Farah

Reflexões sobre o discurso de um

representante da intervenção no Estado na

questão habitacional

61

5Vera da Silva Telles e Silvio

Caccia Bava

O Movimento dos ônibus; a articulação de um

movimento reivindicatório de periferia 77

Vera da Silva Telles e Silvio

Caccia BavaPlanejamento em crise 103

Sergio Amad Costa A habitação em Engels 127

Myrtes Mirian 129

1981 EDIÇÃO 2

6 3 Lícia do Prado Valladares O propósito da urbanização de favelas 5

7Adriana Rolim de C. Batistuzzo

e Regina S. V. M. Pacheco

O processo de valorização dos terrenos em

uma área de intervenção pública concentrada:

Vila do Encontro

19

8 Ann Markusen Região e Regionalismo: um enfoque marxista 63

9 4 Maurizio Marcelloni Movimentos urbanos e lutas políticas na Itália 101

DEBATE: Estado e Favelas em São Paulo 127

DEPOIMENTOS: A ação do Estado nas

Favelas do Rio de Janeiro 157

Adalberto dos Santos Capelo A espoliação urbana - Lúcio kowarick 181

Pedro Jacobi Habitação em questão 183

Edison Nunes Cidade, Democracia e Socialismo 187

Edison Nuner e Pedro Jacobi A força do povo, o povo em movimento 189

Jorge Batista e Roque A. Silva Osasco: Povo e poder 193

1981 EDIÇÃO 3

10 Introdução 3

11 5 Raymond Ledrut Política Urbana e Poder Local 5

12 Pedro Jacobi Autoconstrução: mitos e contradições 21

13 Pedro Jacobi Liberdade para construir: John Turner* e suas

idéias sobre habitação pelo povo 45

14Maria Vitória de Mesquita

Benevides

A violência através da imprensa: os

linchamentos e a "justiça popular"55

15 Paulo Sandroni

As "greves cívicas" como forma de luta de

massas na Colômbia: de Rojas Pinilla (1953-

1957) ao pequeno "bogotazo" (1977)

91

Poder Local 117

Afrânio Mendes CataniO desafio da cidade (novas perspectivas da

antropologia brasileira)147

Teresa Haguette Bahia de todos os pobres 150

REVISTA ESPAÇO E DEBATES

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1981PRÁTICAS URBANAS

DEBATE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1981

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

COMUNICAÇÕES

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1981

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

Page 24: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

24

1981 EDIÇÃO 4

16 6

David M. Vetter, Dulce Maria

A. Pinto, Olga B. de L.

Friedrich e Rosa Maria R.

Massena

A apropriação dos benefícios das ações do

estado em Áreas Urbanas: Suas

Determinantes e Análise através de Ecologia

Fatoral

5

17 7Denise A. Capello e Maria

Fontana Garcia

Vila Economizadora: A memória Urbana

Preservada38

18 Doreen Massey Regionalismo: Alguns problemas Atuais 50

19 8 Charles DownsComissões de moradores e Lutas Urbanas em

Portugal revolucionário84

Plínio de Arruda Sampaio

Depoimento: O plano de Ação do Governo

Carvalho Pinto: Planejamento e Política no

Estado de São Paulo em 1959

127

Debate: Planejamento Urbano - do Populismo

aos Dias Atuais137

In Memorian 174

Milton Campanário A Justiça Social e a cidade 176

André Haguette Urbanização e Mudança Social no Brasil 179

1982 EDIÇÃO 5

20 9 Benício Viero Schmidt A politização do Espaço Urbano no Brasil 5

21 10 Reginaldo FortiNotas sobre a prática urbana na República

Popular de Moçambique31

22 Roberto SmithTroca Desigual - Aspectos Teóricos de uma

Controvérsia47

23José Guilherme Cantor

MagnaniOs pedaços das cidades 67

24 Nabil Georges BondukiOrigens do problema da habitação popular em

São Paulo81

25 Gustavo Lins RibeiroArqueologia de uma cidade: Brasília e suas

cidades-satélites113

Invasões e Favelas 127

Og DóriaA força que nasce de nós (a luta dos bairros

por quem dela participa) - GEP/URPLAN147

Vários autores - Margarida

Cintra GordinhoCidade, povo e poder 148

Pedro Porfírio O poder da rua 150

comunicado

Documento da ordem dos Advogados do

Brasil, Associação dos Sociólogos do Estado

de São Paulo e do Instituto Brasileiro de

Planejamento sobre o direito à habitação, a

política de uso do solo urbano e a

democratização do poder local

155

comunicado Pesquisa na área do Urbano e do Regional 158

1982 EDIÇÃO 6

26 David Harvey

O trabalho, o capital e o conflito de classes em

torno do ambiente construído nas sociedades

capitalistas avançadas

6

27 11 Francisco de Oliveira O Estado e o Urbano no Brasil 36

28 Ladislau Dowbor Planificação Central e Regional 55

29 12 Manuel CastellsA intervenção admnistrativa nos grandes

centros urbanos 64

30 13 Irlys AlencarFirmo BarreiraMovimentos Urbanos e constexto sócie-político

em Fortaleza76

Marilena Chauí; José Álvaro

Moisés; Luis Carlos Bresser

Pereira

O governo da cidade e a utopia 88

Milton Santos Manual de Geografia Urbana 106

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1982

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1982

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1981

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

Page 25: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

25

1982 EDIÇÃO 7

31 14 Alain LipietzAlguns problemas da produção Monopolista do

Espaço Urbano 5

32 Celso Lamparelli A habitação e a Industrialização das

Construções21

In Memorian 29

33 Alfredo Rodríguez A Cidade Dissolvida 31

34 Olgária C. F. MatosA cidade e o Tempo: Algumas reflexões sobre

a função social das lembranças 45

35 15 Pedro JacobiExclusão Urbana e Lutas pelo direito à

Moradia 53

Ana Amélia Silva; Delsia

Staufackar; Nazareno Affonso;

Pedro Paulo de Andrade;

Sérgio Souza Lima

Transportes e Perifería 71

Sergio de Azevedo HABITAÇAO E PODER: Da Fundação da casa

Popular ao BNH91

Teresa M. F. Haguette Mito das estratégias de sobrevivência 94

1983 EDIÇÃO 8

36 16 Richard Batley Política Urbana e Burocracia no Brasil 5

37 17 Jacqueline Doris Low-BeerRenda da Terra - Algumas noções básicas

para a compreensão do caso urbano31

38 Ignacy Sachs Os tempos-espaços do desenvolvimento 42

39 18 Lúcio KowarickLutas urbanas e movimentos populares: Alguns

pontos de Reflexão 55

40Renato Raul Boschi; Lícia do

Prado Valladares

Problemas Teóricos na análise de movimento

sociais: Comunidade, ação coletiva e o papel

do Estado

64

Formação e prática profissional do arquiteto -

três experiências em participação comunitária79

Carlos Roberto Azzori Teoria da Localização: Uma análise Crítica 99

Maria da Glória Gohn; Dirce

Spedo Rodrigues

Reinvidicações Populares Urbanas - Um

estudo sobre associações de moradores em

São Paulo

100

1983 EDIÇÃO 9

41 19 Richard Child HillO Capitalismo Transnacional e Crise Urbana: o

caso da Indústria automobilística e Detroit5

42 20Vicente del Rio e Geoffrey

Payne

Desenho urbano para a melhoria e

crescimento de um assentamento ilegal 22

43 21 Plínio A. de Aguiar Casali

A questão tecnocrática: campo Intelectual-

tecnocrático e o discruso dos agentes do

Planejamento urbano

42

44 Pedro Roberto Jacobi

Prefeituras democráticas, movimentos

populares e poder local: participação,

cooptação ou autonomia?

66

45 Ana Amélia da Silva O Estado, os movimentos sociais, o Partido

(última entrevista com Nicos Poulantzas)70

46 Eva Alterman BlayDo espaço privado ao público: A conquista da

cidadania pela mulher no Brasil 80

Marília Fontana Garcia Ecologia e Política 90

Carlos Cristo; Edison Nunes Ecologia e Política: a propósito do debate 99

Renato Raul Boschi; Irlys de

Alencar Firmo Barreira Movimentos Coletivos no Brasil Urbano 102

de Suzana Pasternak; Yvone

Mautner por Idalvo Cavalcanti

Toscano

Habitação da pobreza: alternativa de moradia

popular em São Paulo 104

de Ruben George Oliven por

Nilton Sergio Nascimento Violência e Cultura no Brasil 106

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1983

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1983

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1982

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

Page 26: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

26

1983 EDIÇÃO 10

47 David SlaterO imperialismo e as tendências espaciais do

desenvolvimento capitalista na periferia5

48Charles Downs e Fernando

Kusnetzoff

O Papel transformador exercido pelo governo

local na revolução Nicaraguense24

49Irlys Alencar F. Barreiro e

Paula Yone Stroh

O movimento dos desempregados nas ruas:

uma prática fora de tempo e lugar?42

50 22 Pedro Jacobi e Edison NunesMovimentos sociais urbanos na década de 80:

Mudanças na teoria e na prática 61

51 Ana Amélia da Silva Quebra-quebras de trens de Subúrbio:

Dimensão Pólítica da Opressão 78

Celso Daniel

Associação dos usuários de transportes

coletivos de Santo André um resumo do nosso

movimento

98

3 1984 EDIÇÃO 11

Índice Remissivo 4

52 Walter Benjamin Paris, capital do século XIX 5

Maria Cristina da Silva LemeAlgumas considerações sobre os escritos de

Walter Benjamin14

53 Wilson Roberto GambetaDesacumular a pobreza: Santos, liminar do

século17

54 23Carlos Nelson Ferreira dos

Santos

Em trinta anos passou muita água sob as

pontes urbanas28

55 Ephim Shluger

Os caminhos da participação popular - uma

reflexão sobre experiências em favelas

cariocas

41

56 24Luís Aureliano Gama de

Andrade e Sérgio de Azevedo

Lei de desenvolvimento urbano: análise política

preliminar56

57 25 Ian Procter

Algumas teorias de economia política da

urbanização e sugestões para um quadro de

pesquisa

68

A participação revisitada - Entrevista com

Francisco Whitaker81

Suzana Pasternak TaschnerRepensando a habitação, org. Lícia do Prado

Valadares88

Pedro JacobiConstrutores de Brasília, de Nair Heloisa

Bicalho de Souza92

Pedro Jacobi A questão urbana, de Manuel Castells 93

Pedro JacobiProdução do espaço e expansão industrial, de

Maria Lúcia E. Rodrigues94

Comunicações 95

1984 EDIÇÃO 12

58 26 Auriléa Gomes Abelém Ideologia e planejamento urbano: Reflexões

sobre uma experiencia em Belém5

59Eduardo Alcântara de

VasconcelosViolência no trânsito, Estado e comunidade 26

60 Suzana Pasternak Taschner Depois da queda ou a cidade que virou favela 37

61 Alain Lipietz

As transformações na divisão internacional do

trabalho: coniderações metodológicas e

esboço de teorização

66

62Irede Cardoso; Lia Junqueira;

Maria Lucia MontesMetrópole - S.A dos Excluídos 95

Pedro JacobiCondições de vida das camadas populares,

org Luis Antonio Machado Silva 103

Pedro Jacobi A cidade é nossa, org Estrella Bohadna 104

Silvia Helena Simões Borelli Espaços, cotidianos e Devaneios - Habitações

Indígenas, org. Sylvia Helena Simões Borelli105

Lúcio KowarickTerra de Habitação x Terra de espoliação,

org. Paulo J. Crischti107

Comunicações 110

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1984

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

EDITORIAL

1984

ARTIGOS

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1983

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

Page 27: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

27

1984 EDIÇÃO 13

63 Henrique Rattner Transnacionalização do capital e organização

do espaço5

64 27 Fany DavidovichUrbanizaçao brasileira: tendências, problemas

e desafios12

65 Roberto SmithAspetos da Industrialização no nordeste e a

dinâmica da acumulação 30

66Léa Goldenstein; Stela G.

Carvalhaes

Avaliação política da descentralização

industrial: a experiência do complexo

insdustrial da baixada santista

47

67 Bertha K. BeckerA fronteira em fins do século XX- proposições

para um debate sobre a Amazônia 59

68 George Martine O significado demográfico da fronteira agrícola 74

69 Benício V. Schmidt A presença do Estado nas grandes cidades 84

70 Carlos Nelson F. dos Santos Metrópoles e outras cidades brasileiras - bem

antes de 60, muito depois de 80 103

1985 EDIÇÃO 14

71 28 Gilberto MathiasUrbanização e Subdesenvolvimento: setor

informal e estratégias de sobrevivência 5

72 Henrique ReinachProjeto Vila nova Cachoeirinha - Construção

Habitacional por ajuda mútua 23

73 Marcus André B. C. de Melo A cidade dos mocambos: Estado, Habitação e

luta de classes no recife (1920/1960)45

74 Roberto ChavezCidades Pequenas e planejamento regional na

Nicarágua67

75 29 Alejandra Massolo As mulheres nos movimentos urbanos no

México 77

Modesto Azevedo, Agenor

dionízio da Silva, Paulino

Caetano Silva

Política Habitacional: impasses e alternativas 93

Suzana Pasternak Taschner

A política dos Outros: O cotidiano dos

moradores da periferia e o que pensam do

poder e dos poderosos por Teresa Pires do

Rio Caldeira

107

Vicente Del Rio

Low-income Housing in the Developing World:

The Role of Sites and Services and

Settlement Upgradnig. Org. Geoffrey K.

Payne

112

Gelson Silva JunquilhoMovimento Social Urbano, igreja e participação

popular, Ana Maria Doimo114

Maria Cristina da Silva Leme Cooperativas Agrícolas e Capitalismo no

Brasil, Maria Tereza Leme Fleury115

Comunicações 117

1985 EDIÇÃO 15

76 Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro

Formação do capital imobiliário e a produção

do espaço construído no Rio de Janeiro -

1870/ 1930

5

77 30 Evelyn Levy Olhando para trás: 40 anos de planejamento

urbano em São Paulo 33

78 Sarah Zarmati

Nos passos de Marco Polo e do irmão Attiret

- uma visão ocidental sobre a organização da

paisagem na China

55

79 Jean HébetteGrandes projetos e transformações na

fronteira 75

80 Manuel Correia de Andrade A seca: realidade e mito 87

81 31 Lima Barreto Memória urbana: emoção e sensibilidade num

flash do Rio Antigo - O Passeiador95

82 Ricardo Libanez Farret O Estado, a questão territorial e as bases da

implantação de Brasília 99

João Carlos A. Martins, Nabil

Bonduki, Vicente del RioDesenho Urbano e participação 109

Júlia Adão BernardesEspaço e movimentos reivindicatórios: o caso

de Nova Iguaçu139

Maria das Mercês Somarriba;

Maria Gezica Valadares e

Mariza Rezende Afonso

Lutas urbanas em Belo Horizonte 139

Antonio de Castro e outros Política urbana: a produção e o consumo da

cidade 140

Silvio Maranhão A questão Nordeste, paz e Terra 141

Jó Rezende Como se faz a luta de bairros 141

Rosa Maria FischerO direito da população à segurança: cidadania

e violência urbana 142

Comunicações

Seminário sobre transportes e serviços

urbanos na América Latina - Quito - Equador,

julho 1985

143

V Congresso nacional de transportes públicos -

Belo Horizonte, junho 1985148

Em São Paulo, uma inovação no transporte

público: Câmara Metropolitana articula os

órgãos do setor para um atendimento mais

eficiente da população

153

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1985

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1985

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1984

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

Page 28: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

28

1985 EDIÇÃO 16

83 Flávio Villaça A Terra como capital (ou a Terra-Localização) 5

84 Osvaldo Sunkel Dívida, desenvolvimento e meio ambiente 15

85 Lícia Valladares Políticas alternativas de habitação popular -

um vôo sobre a leitura internacional 33

86 32 Fernando Carrion O Desenvolvimento urbano de Quito entre suas

crises mais recentes 53

87 Marta Ferreira Santos FarahEstado e habitação no Brasil: o caso dos

Institutos de Previdência73

88 Rosélia PiquetMoradia operária em volta Redonda: de

símbolo do populismo à lógica capitalista 83

89 Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro

Errata do nº15 no texto "Formação do capital

imobiliário e a produção do espaço construído

no rio de janeiro - 1870/1930

107

Felix GuattariEspaço e poder: A criação de territórios na

cidade 109

Peter Ward (organizador) por

Vicente Del Rio"Self-Help housing: A critique" 121

Milton Santos por José Ronal

Moura de Santa InezEspaço e Método 124

Comunicações

Registro de livros, teses e dissertações 127

Eventos 132

Troca de divulgação 135

Números publicados de Espaço & Debates 139

1986 EDIÇÃO 17

90 Manuel Castells

Mudança Tecnologica , reestruturação

econômica e a nova divisão espacial do

trabalho

5

91 Gabriel Bolaffi Os mitos sobre o problema da habitação 24

92 Celina Albano e Nísia Werneck Anotações sobre espaço e vida cotidiana 33

93 Raquel RolnikSão Paulo na virada do século: o espaço é

política 44

94 Néstor PerlongherO Ghetto e a boca: a territorialidade

homossexual54

95 Ana FernandesBairros centrais industriais de São Paulo: uma

primeira aproximação 67

96 Enrique Copablanca Havana velha: ante-projeto de restauração 79

97 Nuno Portas Notas sobre a intervenção na cidade existente 94

Maria Tereza Sadek Ribeiro

de Souza

A propósito da proposta de reurbanização do

centro da cidade105

Milton SantosTradição, modernidade e cultura na cidade

grande108

Cândido Malta Campos Filho Reurbanização "selvagem" ou "civilizada"? 111

Regina Maria Prosperi Meyer Preservação e renovação: duas faces da

mesma moeda114

Paulo Sergio Pinheiro Contra o urbanismo despótico 118

Maria da Glória Gohn Confitualidade urbana no centro de São Paulo 121

José Guilherme Cantor

MagnaniOs pedaços do centro 127

Willi Bolle O centro da cidade como personagem de

ficção130

Italo Calvino por Regina Silvia

Pacheco

A inquietante familiaridade das "cidades

invisíveis"134

138

147

Comunicações

Registro de livros, teses e dissertações 151

Eventos 157

Divulgação de periódicos 166

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1986

O CENTRO EM QUESTÃO

DEBATE E DEPOIMENTOS

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

NOTEBOOKS

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1985

PRÁTICAS URBANAS

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

Page 29: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

29

1986 EDIÇÃO 18

98 33 Edmond Preteceille

Políticas urbanas, equipamentos e seviços

coletivos: elementos para um balanço das

pesquisas

5

99 34 Samuel JaramilloCrise dos meios de consumo coletivo urbano e

capitalismo periférico 19

100 35 Eduardo Trani

Mobilidade urbana e agravamento das

condições de deslocamento domicílio -

trabalho na RMSP

40

101

Denise Antonucci Capelo,

Edison Nunes, Maria Cristina

da Silva Leme e Pedro Jacobi

O desenvolvimento tecnologico nos transportes

públicos da grande São Paulo 1974/198455

102 Suzana Pasternak Taschner FAVELAS: fatos e políticas 79

Candido Malta Campos Filho

Comentário sobre projeto de lei Federal

regulador do Desenvolvimento urbano. Projeto

de lei nº775/83: Substitutivo Raul Ferraz

Seleção e tradução de Maria

Cristina da Silva Leme Os espaços de Marguerite Duras 133

135

139

Comunicações

Registro de livros, teses e dissertações 143

Eventos 149

Divulgação de periódicos 159

1986 EDIÇÃO 19

103 Silvio Mendes ZanchetiA cidade e o Estado no Brasil Colonial:

colocações para um debate 5

104 Mark Francis Desenho Comunitário 31

105 36 Samuel KruchinModernismo e cidade: o sentido do urbano nas

três primeiras décadas43

Azael Rangel Camargo; Maria

Cristina da Silva Leme, Regina

Silvia Pacheco

A cidade na constituinte - Pontos em debate 65

Sylvio Barros Sawaya A questão metropolitana: uma nova

abordagem 75

Flávio Villaça As regiões metropolitanas e a Constituinte 80

Silvio Mendes Zancheti Quarto poder ou a autonomia municipal? 85

Luís César Amad Costa Autonomia no município na atual Constituição 97

Maria M. Malta Campos Educação e Cidadania 102

Rogério BeldaO transporte coletivo, as metrópoles e a

Constituição 107

Bona de VillaA perspectiva de uma nova Constituição e o

uso dos espaços urbanos110

Pier Paolo Pasolini Seleção e

tradução de Rossella Rossetto

A linguagem dos objetos: a transformação da

realidade física117

121

129

Comunicações

Registro de livros, teses e dissertações 135

Eventos e informes 140

Divulgação de periódicos 147

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1986

DEBATE E DEPOIMENTOS - A CIDADE NA CONSTITUINTE

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

NOTEBOOKS

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1986

DEBATE E DEPOIMENTOS

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

NOTEBOOKS

Page 30: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

30

1987 EDIÇÃO 20

106 Rosa Maria Godoy da Silveira A questão regional, genese e evoluçao 7

107 Liana Casimiro

Mercado de trabalho, condições de vida e

relações e poder na região metropolitana de

Fortaleza

26

108 Flávio Tavares Lyra Uma nova política industrial para o Nordeste 52

109 José Luís Coraggio Possibilidades de um planejamento territorial 63

Francisco de Oliveira, Tânia

Bacelar, Sérgio Buarque e

Inaiá de Carvalho

SUDENE: voltar a planejar? 95

Seleção de Maria Cristina da

Silva Leme

A memória da cidade é cada vez menos física,

fica a poesia115

117

123

Comunicações

Teses e dissertações 129

Livros 133

Eventos 134

Divulgação de periódicos 137

índice Remissivo 139

1987 EDIÇÃO 21

110 Michael Piore Inovações Tecnológicas e o impacto sobre a

cidade 5

111 Philip Gun A informática e o assentamento industrial. As

implicações da inovação tecnológica 8

112 37 Mauricio de Almeida Abreu

A periferia de ontem: o processo de

construção do espaço urbano no Rio de

Janeiro 1870-1930

12

113 Martim O. Smolka

Para uma reflexão sobre o processo de

estruturação interna das cidades brasileiras: o

caso do Rio de Janeiro

39

114 Ivone SalgadoCaracterização dos promotores imobiliário que

atuam na cidade de São Paulo 1977-198251

115 38 Nadia Somekh Martins FerreiraA verticalização de São Paulo, um elemento de

segregação urbana?72

Della PaschoaOs muros mantêm a palavra (as imagens) e

não se enquadram89

95

107

Comunicações

Teses e dissertações 111

Livros 116

Eventos 117

Divulgação de periódicos 118

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1987DEBATE E DEPOIMENTOS

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

NOTEBOOKS

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1987

DEBATE E DEPOIMENTOS

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

NOTEBOOKS

Page 31: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

31

1987 EDIÇÃO 22

116 Nilson do Rosário Costa A questão sanitária e a cidade 5

117 Ricardo Toledo Silva

Plan de saneamento integral de bairros -

Managua uma experiência de cooperação

técnica internacional

26

118 39 Marcia Lucia Guilherme

Urbanização saúde e meio ambiente: o caso

da implantação do polo industrial de Cubatão

e seus efeitos urbanos e regionais nos setores

de saúde e poluição ambiental

42

119 Pedro Roberto Jacobi

Carência de saneamento básico e demandas

sociais: o movimentos por água na cidade de

São Paulo na década de 70

54

120 Suzana Pasternak Tascher Tendências nas condições habitacionais (1940-

1984)66

121 40 David Slater

Capitalismo e urbanização na periferia:

problemas de intepretação e análise

referentes à América Latina

78

95

103

Comunicações 109

Teses e dissertações

Livros

Eventos

Divulgação de periódicos

1988 EDIÇÃO 23

122 41 Christian Topalov Fazer a história de pesquisa urbana: a

experiência francesa desde 19655

123 42 Emilio Pradilla Cobos Crise econômica, política de austeridade e

questão urbana na America Latina 31

124 43 José Luis Coraggio Dilemas da pesquisa urbana a partir de uma

perspectiva popular na América Latina 50

125 44 Fernando Carrión M. A pesquisa urbana no equador 68

126 45 Henri Coing Serviços urbanos: velho ou novo tema? 86

127 46 David Slater

Capitalismo e urbanização na periferia.

Problemas de interpretação e análise

referentes à América Latina

96

Gabriel Garcia Marques La soledad de América Latina 111

115

119

Comunicações 121

3 1988 EDIÇÃO 24

4

128 47 Csaba Deák Preliminares para uma política urbana 7

129 Jordi Borja A participação citadina 14

130 48 Celso Daniel Poder local no Brasil urbano 26

131 Alejandra Massolo Em direção às bases: descentralização e

município40

132 49 Fernando Viviescas Identidade municipal e cultura urbana 55

133Maria Helena Guimarães de

Castro

Equipamentos sociais e política local no pós-

64: dois estudos de caso67

134 Marcus André B. C. Melo

Classe, burocracia e intermediação de

interesses na formação da política de

habitação

75

87

Amaral Rezende Idéiagrama para MC 88

91

Comunicações 95

Indicação de leitura 95

Eventos 100

EDITORIAL

1988

RESUMOS

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1988

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

NOTEBOOKS

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

1987

RESENHA E COMUNICAÇÕES

NOTEBOOKS

Page 32: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

32

5 1988 EDIÇÃO 25

7

Resumos/ Abstracts 9

135Alain Lipietz e Danièle

Leborgne O pós-fordismo e seu espaço 12

136 Allen J. Scott e Michael Storper Indústria de alta tecnologia e desenvolvimento

regional: uma crítica e reconstrução teórica 30

137 Doreen Massey

O legado perdura: o impacto do papel

internacional da Grã-Bretanha em sua

geografia interna

45

138 50 Milton SantosO meio técnico-científico e a urbanização no

Brasil 58

139 Paulo Henrique de AlmeidaA modernização do campo nos cerrados

baianos 63

140 Bertha K. BeckerCarajás: gestão do território e territorialidade

na Amazônia 77

141 Klára Kaiser Mori Notas sobre a formação do espaço brasileiro 90

Comunicações

Indicação de Leitura 111

Eventos 117

5 1988 EDIÇÃO 26

Resumos/Abstracts 7

142 Pedro Jacobi Atores sociais e Estado 10

143 51 José Luis Coraggio Pesquisa urbana e o projeto popular 22

144Norman Fainstein & Susan

Fainstein

A mudança do caráter da política comunitária

nas cidades norte-americanas: New York,

1968-1988

40

145 Roland RothA política local dos verdes nas cidades da

Alemanha Ocidental 53

146 52 Maria de Los Angeles Pozasmovimentos urbanos e a política estatal: o

caso do México65

147 53 Mario Lungo UclésMovimentos urbanos regionais na América

Central na década de 80 74

148 Wrana Maria Panizzi Entre cidade e Estado, a propriedade e seus

direitos 84

91

Comunicações

registro 97

Eventos 101

5 1989 EDIÇÃO 27

Resumos/ Abstracts 7

149 Siegfried KracauerCulto ao entretenimento nos palácios de

cinemas de Berlim10

150 Willi Bolle A cidade sem nenhum caráter. Leitura da

Paulicéia desvairada de Mario de Andrade14

151 Samuel Kruchin São Paulo 30-60: quatro movimentos 28

152 Carl E. SchorskeA cidade segundo o pensamento europeu - de

Voltaire a Spengler47

153 54 Marcelo Penteado Coelho Urbanismo e utopia: aproximações 58

154 55 Adauto Lúcio Cardoso Construindo a utopia: Lúcio Costa e o

pensamento urbanístico no Brasil 76

155 56 Mike Davis A renovação urbana e o espírito pós-moderno 92

98

Comunicações

Registro 102

Eventos 106

EDITORIAL

1989

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

EDITORIAL

1988

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

EDITORIAL

1988

APRESENTAÇÃO

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

Page 33: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

33

5 1989 EDIÇÃO 28

Resumos/ Abstracts 7

156 Michel AgliettaFases da expansão capitalista nos Estados

Unidos da América10

157 Csaba DeákO mercado e o Estado na organização

espacial da produção capitalista14

158 Philip GunnFrank Lloyd Wriight e a passagem para o

fordismo28

159 57 M. Gottdiener e Joe R. FeaginUma mudança de paradigma na sociologia

urbana47

160 Sarah FeldmanAs segregações espaciais da prostituição

feminina em São Paulo58

161 58 Maria Flora GonçalvesProcesso de urbanização no Brasil:

delimitação de um campo de pesquisa76

162 59 Michael HarloeMarxismo, Estado e questão urbana: notas

críticas a duas recentes teorias francesas92

163 60Maria Cristina Silva Leme e

Regina Silvia Pacheco

A questão fundiária, imobiliária e os serviços

urbanos: conceitos e referências teóricas em

teses e dissertações recentes

98

Comunicações

Registro 102

Eventos 106

5 1989 EDIÇÃO 29

Resumos/ Abstracts 7

164 Susan Buck-MorssO flânuer, o homem-sanduíche e a prostituta:

a política do perambular 9

165 Lucrécia d'Alessio Ferrara Um olhar entre vizinhos espaço social:

linguagem e interpretação 32

166 61 Sílvio Mendes ZanchetiDistribuição das atividades econômicas no

espaço urbano do Recife: 1850-188142

167 62 Edmond Preteceille Paradigmas e problemas das políticas urbanas 54

68

Conversa com Hablo de la Ciudad, O. Paz M.

A. Amaral Resende

72

Comunicações

Sinopses 78

1990 EDIÇÃO 30

Des anos de Espaço & Debates 5

Editorial 7

Resumos/ Abstracts 9

168 Celso Daniel As Administrações democráticas e populares

em questão 11

169 63 Ana Amélia da SilvaA luta pelos direitos urbanos: novas

representações de cidade e cidadania28

170 Csaba DeákElementos de uma política de transporte

público em São Paulo 42

171 Celina Maria de SouzaGestão local e gestão metropolitana: um falso

dilema?56

61

Conversa com Henri Lefebvre

Secretaria Especial da

Reforma Admnistrativa -

PMSP/SERA

Reforma administrativa em São Paulo:

Proposta de novo modelo de estrutura

organizacional da Prefeitura Municipal de São

Paulo

71

Sergio Crochik Informatização da Prefeitura de São Paulo 82

Comentários

Luísa BattagliaReforma administrativa em São Paulo:

algumas questões de fundo87

Pedro JacobiDescentralização da gestão municipal: a

inovação em debate89

91

Comunicações 94

índice Geral de E&D - nºs 1 A 30 96

EDITORIAL

1990

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

SEÇÃO LIVRE

DEBATE E DEPOIMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

EDITORIAL

1989

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

EDITORIAL

1989

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

RESENHAS

Page 34: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

34

1990 EDIÇÃO 31

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 7

172 Maria Ferreira Santos FarahPúblico e privado na provisão de habitações

nos países centrais 10

173 Marta Arretche Intervenção do Estado e setor privado: o

modelo brasileiro de política habitacional21

174 64 Marcus André B. C. de Melo

Estruturação intra-urbana, regimes de

acumulação e sistemas financeiros da

habitação: Brasil em perspectiva comparada

37

175Maura Pardini Bicudo Véras &

Suzana Pasternak Taschner Evolução e mudanças das favelas paulistanas 52

176 Rosélia PiquetGrandes projetos e tendências na ocupação

do território: a modernização excludente 72

177 Pedro de Almeida Vasconcelos Desigualdade sociais e espaciais no Brasil 82

94

1991 EDIÇÃO 32

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 7

178 James Anderson A nova direita e a privatização: malogros

britânicos, lições mundiais?12

179 Octavio BarrosO Brasil e o estágio atual do capitalismo

mundial 25

180 Csaba Deák Acumulação entravada no Brasil / e a crise dos

anos 8032

181 Bertha Becker

Modernidade e integração do território no

Brasil: da integração nacional à integração

competitiva

47

182 Roberto Smith Estagnação e territorialidade 57

183 Philip Gunn

Liberalismo Estatal e a persistência de

diferenciação espacial do território brasileiro -

o caso da Bahia

63

184 65 Marcus André B.C. de Melo

Entre Estado e mercado: Mudanças

estruturais na esfera pública e a questão

urbana

73

185Maria Helena Guimarães de

Castro

Descentralização e política social no Brasil: as

perspectivas dos anos 9080

186Antonio Sergio Alfredo

Guimarães

Sonhos mortos, novos sonhos (fordism,

recessão e tecnologia no Brasil)88

95

O Brasil é longe daqui

La cittá degli altri 99

Comunicações 102

1991 EDIÇÃO 33

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 7

187 Paulo Virilio A cidade superexposta 10

188 Giulio Carlos Argan O espaço visual da cidade 18

189 Maria Célia PaoliSão Paulo operária e suas imagens (1900-

1940)27

190 Hinnerk Bruhns Cidade e Estado em Max Weber 42

191 François FourquetCidade e economias-mundo segundo Fernand

Braudel53

192 Boaventura de Sousa Santos

Uma cartografia simbólica das representações

sociais: prolegômenos e uma concepção pós-

moderna do direito

63

Marcel Proust e a memória 80

São Paulo, parques e árvores 82

As cidades invisíveis 87

Comunicações

Eventos 89

EDITORIAL

1991

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

ENTREVISTA

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

EDITORIAL

1991

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

EDITORIAL

1990

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

Page 35: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

35

1991 EDIÇÃO 34

Editorial 5

Depoimentos 7

Resumos/ Abstracts 23

193 Christian Topalov Os saberes sobre a cidade: tempos de crise? 28

194 François Beguin As maquinarias inglesas do conforto 39

195Carlos Roberto Monteiro de

Andrade

O plano de Saturino de Brito para Santos e a

construção da cidade moderna no Brasil55

196 66 Maria Cristina da Silva LemeA formação do pensamento urbanístico, em

São Paulo, no início do século XX64

197 67 José Geraldo Simões JúniorO setor de obras públicas e as origens do

urbanismo na cidade de São Paulo71

198 Sílvio Mendes ZanchetiFormação e consolidação da Repartição de

Obras públicas de Pernambuco (1836-1844)75

199 68 Yara Vicentini 1930: a utopia urbana de Ford na Amazônia 84

200 69Ana Fernandes e Marco Aurélio

A. de Filgueiras Gomes

Idealizações urbanas e a construção da

Salvador moderna: 1850-192092

201 70Luís Lopes Diniz Filho e Vagner

de Carvalho Bessa

Vocação e nacionalismo: as visões do urbano

no pensamento do Estado brasileiro (1930-

1961)

104

202 Csaba Deák A cidade: do burgo à metrópole 113

1992 EDIÇÃO 35

Editorial 5

Depoimentos 7

Resumos/ Abstracts 11

203Eda Terezinha de Oliveira

Tassara

A propagação do discurso ambientalista e a

produção estratégica da dominação 16

204 Philip Gunn

Indústria e Ambiente - fatos e discursos

recentes nos setores de petróleo e

petroquímica

26

205 Catherine de VilmorinPolítica ambiental e estratégias territoriais na

França35

206 Bernard Barraque A gestão da água em alguns países europeus 46

207 71

Regina Silvia Pacheco, Maria

Rita Loureiro, Henrique

Fingermann, Helena Kerr do

Amaral e Sílvia Mac Dowell

Atores e conflitos em questões ambientais

urbanas52

208Ana Lúcia Ancona e Luís

Octávio da Silva

Estado de impacto: perspectivas de aplicação

a nível municipal 56

209 Klara Kaiser MoriEstudo de Impacto Ambiental - EIA - algumas

considerações 62

210 Bishwaprya Sanyal

Estudantes de países pobres em

universidades de países ricos: possibilidades

de ensino em planejamento para o século XXI

85

Nanterre

Robert Merle

Comunicações 90

Indicações de leitura 90

Eventos 92

Documentos 93

1992 EDIÇÃO 36

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 7

211 Michael BallO desenvolvimento do capitalismo na provisão

da habitação 11

212 Alain MoriceOs "peões" da construção civil em João

Pessoa35

213 Nilton VargasTendências de mudança na indústria da

construção 47

214Jean Lojkine, Benjamim Coriat

e Daniel Richter

Em debate: o trabalho hoje. Novas

recomposições ou gestão liberal?54

215 Yvonne MautnerA era das estradas de ferro: o trabalho

assalariado na indústria da construção 62

216 Martim O. SmolkaRevisando as relações entre a política

habitacional (SFH) e o mercado imobiliário69

217 72 Suzana Pasternak TaschnerMudanças no padrão de urbanização: novas

abordagens para a década de 9077

91

Fernanda Fernandes História da arte como história da cidade

Luís Lopes Diniz Filho e

Vagner de Carvalho Bessa

Shopping centers: espaço, cultura e

modernidade nas cidades brasileiras

EDITORIAL

1992

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

1992

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

EDITORIAL

1991

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

EDITORIAL

Page 36: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

36

1994 EDIÇÃO 37

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 6

218 Fania FridmanOs donos da terra carioca - alguns estudos de

caso 10

219 Maria Ruth Amaral de Sampaio O Papel da iniciativa privada na formação da

periferia paulistana19

220 Mauricio de Almeida Abreu

Reconstruindo uma história esquecida: origem

e expansão inicial das favelas do Rio de

Janeiro

34

221 José Tavares Correia de Lira

A romantização e a erradicação do mocambo,

ou de como a casa popular ganha nome.

Recife, década de 1930.

47

222 Sylvia Ficher Edifícios altos no Brasil 61

223 73Luiz César de Queiroz Ribeiro

e Adauto Lucio Cardoso

Planejamento urbano no Brasil: Paradigmas e

experiências 77

224 74 Celso Monteiro Lamparelli

Louis- Joseph Lebret e a pesquisa urbano-

regional no Brasil, Crônicas tardias ou história

prematura

90

225 75 Ana Clara Torres Ribeiro reforma urbana nos limites da modernização 100

Resenhas 107

Comunicações 113

índice remissivo E&D 120

1994 EDIÇÃO 38

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 6

226 Alian LipietzO local e o global: personalidade regional ou

inter-regionalidade?10

227Lena Lavinas e Maria Regina

NabucoRegionalização: problemas de método 21

228

Cássio Frederico Camargo

Rolim e Liana Maria da Frota

Carleial

A integração desintegradora: estudo de caso

do complexo agroindustrial do algodão no

Ceará

27

229 76 Maria Flora GonçalvesNovas configurações no desenvolvimento

urbano paulista39

230 77 Sandra Lencioni

Reestruturação urbano-industrial no Estado de

São Paulo: a região da metrópole de

desconcentrada

54

231Barjas Negri e Carlos Américo

Pacheco

Mudança Tecnologica e desenvolvimento

regional nos anos 90: a nova dimensão

espacial da indústria paulista

62

83

92

95

1996 EDIÇÃO 39

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 6

232 78 Edmundo Werna

As políticas urbanas das agências multilaterais

de cooperação internacional para países em

desenvolvimento

10

233 Mario LungoAs cidades e a globalização, a partir da

América Central e do Caribe 23

234 Jordi Borja e Manuel de FornPolíticas da Europa e dos Estaos Unidos para

as cidades32

235 79 David Harvey

Do gerenciamento ao empresariamento: a

transformação da administração urbana no

capitalismo tardio

48

236 Jorge L. A. Natal

Agudização do problema federativo e

esgotamento do padrão de desenvolvimento

no Brasil

65

237 Marta ArretcheA descentralização como condição de

governabilidade: solução ou miragem75

238 80Martim O. Smolka e Fernanda

Furtado

Argumentos para a reabilitação do IPTU e do

ITBI como instrumentos de intervenção urbana

(progressiva)

87

239 Suzana Pasternak TaschnerDegradação ambiental nas favelas em São

Paulo104

Aurílio Sérgio Costa Caiado Informe sobre a Conferência Habitat II 114

Ermínia Maricato Habitat II: Polêmicas e constrovérsias 116

Raquel RolnikPráticas bem-sucedidas de gestão municipal

são selecionadas para Habitat II120

122

124

EDITORIAL

1996

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

INFORMES HABITAT II

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

EDITORIAL

1994

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

SEÇÃO LIVRE

RESENHA E COMUNICAÇÕES

NÚMEROS EDITADOS

EDITORIAL

1994

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

Page 37: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

37

1997 EDIÇÃO 40

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 7

240 81 Philip GunnO paradigma de cidade-jardim na via fabiana

de reforma urbana 11

241 82 Marcos Tognon

Estilo, patrimonio, monumentalidade:

problemas para o nascimento do urbanismo

moderno italiano

28

242 83 Fernando Diniz Moreira

A formação do urbanismo moderno no Brasil:

as concepções urbanísticas do engenheiro

Saturino de Brito

55

243 84 Nadia SomekhSão Paulo anos 30: verticalização e legislação

urbanística 70

244 Renato L. S. Anelli Arquitetura e cidade na obra de Rino Levi 82

245 Jean RemyAs modas, as posições médias e as

especializações do social 93

246 85 Lúcio KowarickEspoliação urbana, lutas sociais e cidadania:

fatias de nossa história recente105

114

Sergio Ferro 30 anos de Arquietura Nova

122

Heitor Frúgoli Júnior São Paulo, espaços públicos e interação social

Lúcio KowarickTrabalho e vadiagem - A origem do trabalho

livre no Brasil

EDITORIAL 2001 EDIÇÃO 41

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 7

248

Allen J. Scott, John Agnew,

Edward W. Soja e Michael

Storper

Cidades-regiões globais 11

249 86 Ana Cristina Fernandes

Da reestruturação corporativa à competição

entre cidades: lições urbanas sobre os ajustes

de interesses globais e locais no capitalismo

contemporâneo

26

250 Alexandre de Carvalho TinocoIntegração ou fragmentação? O impasse

gerado pelo fetichismo da desconcentração 46

251 Saskia Sassen e Frank RoostA cidade: local estratégico para a indústria

global do entretenimento66

Desenvolvimento econômico local: aliança e

competição entre cidades75

96

José de Oliveira Reis Urbanismo e sua influência no município

Flávio Villaça Espaço intra-urbano no Brasil 102

Ipea/IBGE/NesurCaracterização e tendências da rede urbana

do Brasil107

2001 EDIÇÃO 42

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 7

252 87Eduardo Cesar Marques e

Renata Maindola Bichir

Investimentos públicos, infra-estrutura urbana

e produção da periferia em São Paulo9

253 Margareth da Silva PereiraAs palavras e a cidade: o vocabulário da

segregação em São Paulo (1890-1930)31

254 88 Márcia Regina da Costa Tribos urbanas, identidades e culturas juvenis 48

255Haroldo da Gama Torres e

Maria Aparecida de OliveiraQuatro imagens da periferia paulista 64

Antonio Saggese 70

José de Souza Martins 75

Juergen Richard Langenbuch 85

Nabil Bonduki 92

100

José Ponciano de Oliveira,

Rodolpho Rolim Pinheiro, João

Celestino Drummond, Joaquim

José Rodrigues Pinheiro e

Estevão Roberto da Silva

Para o levantamento de um bairro operário

Herculano Cruz Ayres e Bento

José TorresPara edificarem um novo bairro suburbano

108

Nelson Baltrusis, Laila Nazem

Mourad e Yeda Maria Inone

Akemi

A revisão do Plano Diretor de Diadema: a

construção de um processo participativo

Silvia Ferreira Santos WolffJardim América: a arquitetura do primeiro

bairro-jardim de São Paulo113

Mariana Fix Parceiros da exclusão 118

EDITORIAL

2001

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

DOCUMENTOS FOTOGRÁFICOS

DEBATE E DEPOIMENTOS

ARQUIVO

FORUM

RESENHA E COMUNICAÇÕES

2001

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

DEBATE E DEPOIMENTOS

ARQUIVO

RESENHA E COMUNICAÇÕES

EDITORIAL

1997

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

SEÇÃO DE DOCUMENTOS

RESENHA E COMUNICAÇÕES

Page 38: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

38

2003 EDIÇÃO 43-44

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 7

256 Sharon Zukin Aprendendo com Disney World 11

257 Otília Beatriz Fiori ArantesBerlim reconquistada. Falsa mistura e outras

miragens 28

258 Lorenzo MacagnoCidadania e cidade (aventuras e desventuras

do multiculturismo)51

259 Ângela PrysthonO cosmopolitismo e a cidade: transitando por

velhos e novos conceitos60

260 89 Robert Moses PechmanO mel e o fel da cidade. Lendo folhetins e

romances em busca de alguma moral urbana 71

261 Cibele Saliba RizekOs sentidos da cidade brasileira: figurações da

ordem e de seus avessos79

262 90 Silvio Mendes ZanchetiConservação integrada e planejamento urbano

na atualidade92

263 Maria da Silveira LoboEnsaio para uma história da arte construtiva no

Brasil como história de Brasília 105

Robert SmithsonUm passeio pelos monumentos de Passaic,

Nova Jersey120

Lílian Fessler Vaz e Paola

Berenstein Jacques

A cultura na revitalização urbana - espetáculo

ou participação?129

Isaura BotelhoOs equipamentos culturais na cidade de São

Paulo: um desafio para a gestão pública 141

Maria Arminda Nascimento

Arruda

Metrópole e cultura. São Paulo no meio do

século XX152

Paulo César Garcez MarinsAtravés da rótula: sociedade e arquitetura no

Brasil, Séculos XVII a XX156

2004 EDIÇÃO 45

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 7

264 91 Edmond PréteceilleA construção social da segregação urbana:

convergências e divergências 11

265 Peter MarcuseEnclaves, sim; guetos, não: a segregação e o

estado24

266 Mohammad A. Qadeer Segregação étnica em uma cidade

multicultural, Toronto, Canadá34

267 Marie Huchzermeyer

Subsídios habitacionais nas principais cidades

chilenas: tendências das três últimas décadas

e possíveis cursos de ação

47

268Francisco Sabatini, Gonzalo

Cáceres e Jorge Cerda

Segregação residencial nas principais cidades

chilenas: tendências das três últimas décadas

e possíveis cursos de ação

60

269

Jupira Gomes de Mendonça e

Heloisa Soares de Moura

Costa

Entre a homogeneização e a diversidade:

segregação socioespacial na metrópole belo-

horizontina e as especialidades do eixo sul

75

Aldaíza Sposati, Haroldo

Torres, Suzana Pasternak,

Flávio Villaça, Lúcio Kowarick,

Silvia Schor

A pesquisa sobre segregação: conceitos,

métodos e medições87

R ev. P. J. Lebret Sondagem preliminar a um estudo sobre

habitação em São Paulo - Fragmentos110

Donatella Calabi

A bolsa, a troca do dinheiro, a circulação das

idéias na Europa no século XVI. Problemas de

história comparada

122

EDITORIAL

2004

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

DEBATE E DEPOIMENTOS

ARQUIVO

PONTES E TRAÇADOS

EDITORIAL

2003

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

ARQUIVO

FORUM

RESENHA E COMUNICAÇÕES

Page 39: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

39

Dos 275 artigos da revista, o termo “urbano”, e seus derivados, aparece em

93 títulos de artigos, isto é, cerca de 34% do total, seguido do termo “cidade” que é

empregado no título de 28 artigos. “Região” e seus derivados (regional e regionalismo)

foi empregado em 15 títulos de artigos enquanto “local” foi empregado em 10.

“Metrópole” ou “metropolização” possui apenas 5 recorrências, e “município” ou

“municipal” são termos ainda menos mencionados, tendo apenas duas recorrências.

O deslocamento das palavras “regional” e, principalmente, “municipal” da centralidade

do debate e a ascensão do “urbano” como tema são as primeiras pistas depreendidas

da análise da bibliometria da coleção da Espaço & Debates.

2.1 Estudo da recorrência do “urbano” no sumário da E&D

Em uma primeira avaliação do material identificou-se que a principal

recorrência no título dos artigos recai no uso do termo “urbano” e seus derivados

(urbana, urbanismo e urbanização) empregado no título de 93 artigos. Esses artigos

foram organizados na Tabela 3.

2005 EDIÇÃO 46

Editorial 5

Resumos/ Abstracts 7

270 92 Rosalyn Deutsche Urbanismo Sensato 11

271 Adrián Gurza Lavalle

As dimensões constitutivas do espaço público:

uma abordagem pré-teórica para lidar com a

teoria

33

272 Nora RabotnikofEl espacio público: variaciones em torno a um

concepto45

273 Vera M. Pallamin Espaço público e as lutas por reconhecimento 55

274 Samira Feldman Marzochi

Redes eletrônicas e articulações não-

governamentais: "esfera pública transnacional"

em construção?

62

275 93 Josianne Francia Cerasoli

Por uma cidade em obras: embates públicos

em torno da questão urbana. São Paulo entre

o séc. XIX e XX

79

Lucila Hermann

Estudo do desenvolvimento de São Paulo

atravésda análise de um radial: a estrada do

café (1935)

94

Éder Roberto da Silva e

Ricardo Siloto da Silva

Origens e matrizes discursivas da reforma

urbana no Brasil144

Sorkin, Michael & Zukin,

Sharon (ed.), por Heitor Frúgoli

Jr.

After the World Trade Center: rethinking New

York City157

EDITORIAL

2005

TEMAS URBANOS E REGIONAIS

ARQUIVO

FÓRUM

RESENHA E COMUNICAÇÕES

Fonte: Autoria própria

Page 40: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

40

Tabela 3 – Títulos de artigos com o termo “urbano”, “urbana”, “urbanismo” e “urbanização” na Revista Espaço & Debates.

Nº TÍTULO AUTOR ANO DADOS DE

PUBLICAÇÃO EDIÇÃO

1 Posfácio à questão urbana Manuel Castells 1981 Revista Espaço &

Debates 1

2 Uma resenha crítica da questão urbana de Manuel Castells

Marshall M. A. Feldman

1981 Revista Espaço &

Debates 1

3 O propósito da urbanização de favelas

Lícia do Prado Valladares

1981 Revista Espaço &

Debates 2

4 Movimentos urbanos e lutas políticas na Itália

Maurizio Marcelloni

1981 Revista Espaço &

Debates 2

5 Política Urbana e Poder Local

Raymond Ledrut 1981 Revista Espaço &

Debates 3

6

A apropriação dos benefícios das ações do estado em Áreas Urbanas: Suas Determinantes e Análise através de Ecologia Fatoral

David M. Vetter, Dulce Maria A. Pinto, Olga B. de L. Friedrich e Rosa Maria R. Massena

1981 Revista Espaço &

Debates 4

7 Vila Economizadora: A memória Urbana Preservada

Denise A. Capello e Maria Fontana Garcia

1981 Revista Espaço &

Debates 4

8 Comissões de moradores e Lutas Urbanas em Portugal revolucionário

Charles Downs 1981 Revista Espaço &

Debates 4

9 A politização do Espaço Urbano no Brasil

Benício Viero Schmidt

1982 Revista Espaço &

Debates 5

10 Notas sobre a prática urbana na República Popular de Moçambique

Reginaldo Forti 1982 Revista Espaço &

Debates 5

11 O Estado e o Urbano no Brasil

Francisco de Oliveira

1982 Revista Espaço &

Debates 6

12 A intervenção admnistrativa nos grandes centros urbanos

Manuel Castells 1982 Revista Espaço &

Debates 6

13 Movimentos Urbanos e constexto sócie-político em Fortaleza

Irlys AlencarFirmo Barreira

1982 Revista Espaço &

Debates 6

14 Alguns problemas da produção Monopolista do Espaço Urbano

Alain Lipietz 1982 Revista Espaço &

Debates 7

15 Exclusão Urbana e Lutas pelo direito à Moradia

Pedro Jacobi 1982 Revista Espaço &

Debates 7

16 Política Urbana e Burocracia no Brasil

Richard Batley 1983 Revista Espaço &

Debates 8

17

Renda da Terra – Algumas noções básicas para a compreensão do caso urbano

Jacqueline Doris Low-Beer

1983 Revista Espaço &

Debates 8

Page 41: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

41

18 Lutas urbanas e movimentos populares: Alguns pontos de Reflexão

Lúcio Kowarick 1983 Revista Espaço &

Debates 8

19

O Capitalismo Transnacional e Crise Urbana: o caso da Indústria automobilística e Detroit

Richard Child Hill 1983 Revista Espaço &

Debates 9

20 Desenho urbano para a melhoria e crescimento de um assentamento ilegal

Vicente del Rio e Geoffrey Payne

1983 Revista Espaço &

Debates 9

21

A questão tecnocrática: campo Intelectual- tecnocrático e o discruso dos agentes do Planejamento urbano

Plínio A. de Aguiar Casali

1983 Revista Espaço &

Debates 9

22 Movimentos sociais urbanos na década de 80: Mudanças na teoria e na prática

Pedro Jacobi e Edison Nunes

1983 Revista Espaço &

Debates 10

23 Em trinta anos passou muita água sob as pontes urbanas

Carlos Nelson Ferreira dos Santos

1984 Revista Espaço &

Debates 11

24 Lei de desenvolvimento urbano: análise política preliminar

Luís Aureliano Gama de Andrade e Sérgio de Azevedo

1984 Revista Espaço &

Debates 11

25

Algumas teorias de economia política da urbanização e sugestões para um quadro de pesquisa

Ian Procter 1984 Revista Espaço &

Debates 11

26 Ideologia e planejamento urbano: Reflexões sobre uma experiencia em Belém

Auriléa Gomes Abelém

1984 Revista Espaço &

Debates 12

27 Urbanizaçao brasileira: tendências, problemas e desafios

Fany Davidovich 1984 Revista Espaço &

Debates 13

28

Urbanização e Subdesenvolvimento: setor informal e estratégias de sobrevivência

Gilberto Mathias 1985 Revista Espaço &

Debates 14

29 As mulheres nos movimentos urbanos no México

Alejandra Massolo

1985 Revista Espaço &

Debates 14

30 Olhando para trás: 40 anos de planejamento urbano em São Paulo

Evelyn Levy 1985 Revista Espaço &

Debates 15

31 Memória urbana: emoção e sensibilidade num flash do Rio Antigo – O Passeiador

Lima Barreto 1985 Revista Espaço &

Debates 15

32 O Desenvolvimento urbano de Quito entre suas crises mais recentes

Fernando Carrion

1985 Revista Espaço &

Debates 16

Page 42: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

42

33

Políticas urbanas, equipamentos e seviços coletivos: elementos para um balanço das pesquisas

Edmond Preteceille

1986 Revista Espaço &

Debates 18

34 Crise dos meios de consumo coletivo urbano e capitalismo periférico

Samuel Jaramillo 1986 Revista Espaço &

Debates 18

35

Mobilidade urbana e agravamento das condições de deslocamento domicílio – trabalho na RMSP

Eduardo Trani 1986 Revista Espaço &

Debates 18

36 Modernismo e cidade: o sentido do urbano nas três primeiras décadas

Samuel Kruchin 1986 Revista Espaço &

Debates 19

37

A periferia de ontem: o processo de construção do espaço urbano no Rio de Janeiro 1870-1930

Mauricio de Almeida Abreu

1987 Revista Espaço &

Debates 21

38 A verticalização de São Paulo, um elemento de segregação urbana?

Nadia Somekh Martins Ferreira

1987 Revista Espaço &

Debates 21

39

Urbanização saúde e meio ambiente: o caso da implantação do polo industrial de Cubatão e seus efeitos urbanos e regionais nos setores de saúde e poluição ambiental

Marcia Lucia Guilherme

1987 Revista Espaço &

Debates 22

40

Capitalismo e urbanização na periferia: problemas de intepretação e análise referentes à América Latina

David Slater 1987 Revista Espaço &

Debates 22

41 Fazer a história de pesquisa urbana: a experiência francesa desde 1965

Christian Topalov

1988 Revista Espaço &

Debates 23

42 Crise econômica, política de austeridade e questão urbana na America Latina

Emilio Pradilla Cobos

1988 Revista Espaço &

Debates 23

43 Dilemas da pesquisa urbana a partir de uma perspectiva popular na América Latina

José Luis Coraggio

1988 Revista Espaço &

Debates 23

44 A pesquisa urbana no equador

Fernando Carrión M.

1988 Revista Espaço &

Debates 23

45 Serviços urbanos: velho ou novo tema?

Henri Coing 1988 Revista Espaço &

Debates 23

46

Capitalismo e urbanização na periferia. Problemas de interpretação e análise referentes à América Latina

David Slater 1988 Revista Espaço &

Debates 23

47 Preliminares para uma política urbana

Csaba Deák 1988 Revista Espaço &

Debates 24

Page 43: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

43

48 Poder local no Brasil urbano Celso Daniel 1988 Revista Espaço &

Debates 24

49 Identidade municipal e cultura urbana

Fernando Viviescas

1988 Revista Espaço &

Debates 24

50 O meio técnico-científico e a urbanização no Brasil

Milton Santos 1988 Revista Espaço &

Debates 25

51 Pesquisa urbana e o projeto popular

José Luis Coraggio

1988 Revista Espaço &

Debates 26

52 movimentos urbanos e a política estatal: o caso do México

Maria de Los Angeles Pozas

1988 Revista Espaço &

Debates 26

53 Movimentos urbanos regionais na América Central na década de 80

Mario Lungo Uclés

1988 Revista Espaço &

Debates 26

54 Urbanismo e utopia: aproximações

Marcelo Penteado Coelho

1989 Revista Espaço &

Debates 27

55 Construindo a utopia: Lúcio Costa e o pensamento urbanístico no Brasil

Adauto Lúcio Cardoso

1989 Revista Espaço &

Debates 27

56 A renovação urbana e o espírito pós-moderno

Mike Davis 1989 Revista Espaço &

Debates 27

57 Uma mudança de paradigma na sociologia urbana

M. Gottdiener e Joe R. Feagin

1989 Revista Espaço &

Debates 28

58 Processo de urbanização no Brasil: delimitação de um campo de pesquisa

Maria Flora Gonçalves

1989 Revista Espaço &

Debates 28

59

Marxismo, Estado e questão urbana: notas críticas a duas recentes teorias francesas

Michael Harloe 1989 Revista Espaço &

Debates 28

60

A questão fundiária, imobiliária e os serviços urbanos: conceitos e referências teóricas em teses e dissertações recentes

Maria Cristina Silva Leme e Regina Silvia Pacheco

1989 Revista Espaço &

Debates 28

61

Distribuição das atividades econômicas no espaço urbano do Recife: 1850-1881

Sílvio Mendes Zancheti

1989 Revista Espaço &

Debates 29

62 Paradigmas e problemas das políticas urbanas

Edmond Preteceille

1989 Revista Espaço &

Debates 29

63

A luta pelos direitos urbanos: novas representações de cidade e cidadania

Ana Amélia da Silva

1990 Revista Espaço &

Debates 30

64

Estruturação intra-urbana, regimes de acumulação e sistemas financeiros da habitação: Brasil em perspectiva comparada

Marcus André B. C. de Melo

1990 Revista Espaço &

Debates 31

Page 44: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

44

65

Entre Estado e mercado: Mudanças estruturais na esfera pública e a questão urbana

Marcus André B.C. de Melo

1991 Revista Espaço &

Debates 32

66 A formação do pensamento urbanístico, em São Paulo, no início do século XX

Maria Cristina da Silva Leme

1991 Revista Espaço &

Debates 34

67 O setor de obras públicas e as origens do urbanismo na cidade de São Paulo

José Geraldo Simões Júnior

1991 Revista Espaço &

Debates 34

68 1930: a utopia urbana de Ford na Amazônia

Yara Vicentini 1991 Revista Espaço &

Debates 34

69 Idealizações urbanas e a construção da Salvador moderna: 1850-1920

Ana Fernandes e Marco Aurélio A. de Filgueiras Gomes

1991 Revista Espaço &

Debates 34

70

Vocação e nacionalismo: as visões do urbano no pensamento do Estado brasileiro (1930-1961)

Luís Lopes Diniz Filho e Vagner de Carvalho Bessa

1991 Revista Espaço &

Debates 34

71 Atores e conflitos em questões ambientais urbanas

Regina Silvia Pacheco, Maria Rita Loureiro, Henrique Fingermann, Helena Kerr do Amaral e Sílvia Mac Dowell

1992 Revista Espaço &

Debates 35

72

Mudanças no padrão de urbanização: novas abordagens para a década de 90

Suzana Pasternak Taschner

1992 Revista Espaço &

Debates 36

73 Planejamento urbano no Brasil: Paradigmas e experiências

Luiz César de Queiroz Ribeiro e Adauto Lucio Cardoso

1994 Revista Espaço &

Debates 37

74

Louis- Joseph Lebret e a pesquisa urbano-regional no Brasil, Crônicas tardias ou história prematura

Celso Monteiro Lamparelli

1994 Revista Espaço &

Debates 37

75 reforma urbana nos limites da modernização

Ana Clara Torres Ribeiro

1994 Revista Espaço &

Debates 37

76 Novas configurações no desenvolvimento urbano paulista

Maria Flora Gonçalves

1994 Revista Espaço &

Debates 38

77

Reestruturação urbano-industrial no Estado de São Paulo: a região da metrópole de desconcentrada

Sandra Lencioni 1994 Revista Espaço &

Debates 38

78 As políticas urbanas das agências multilaterais de cooperação internacional

Edmundo Werna 1996 Revista Espaço &

Debates 39

Page 45: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

45

para países em desenvolvimento

79

Do gerenciamento ao empresariamento: a transformação da administração urbana no capitalismo tardio

David Harvey 1996 Revista Espaço &

Debates 39

80

Argumentos para a reabilitação do IPTU e do ITBI como instrumentos de intervenção urbana (progressiva)

Martim O. Smolka e Fernanda Furtado

1996 Revista Espaço &

Debates 39

81 O paradigma de cidade-jardim na via fabiana de reforma urbana

Philip Gunn 1997 Revista Espaço &

Debates 40

82

Estilo, patrimonio, monumentalidade: problemas para o nascimento do urbanismo moderno italiano

Marcos Tognon 1997 Revista Espaço &

Debates 40

83

A formação do urbanismo moderno no Brasil: as concepções urbanísticas do engenheiro Saturino de Brito

Fernando Diniz Moreira

1997 Revista Espaço &

Debates 40

84 São Paulo anos 30: verticalização e legislação urbanística

Nadia Somekh 1997 Revista Espaço &

Debates 40

85 Espoliação urbana, lutas sociais e cidadania: fatias de nossa história recente

Lúcio Kowarick 1997 Revista Espaço &

Debates 40

86

Da reestruturação corporativa à competição entre cidades: lições urbanas sobre os ajustes de interesses globais e locais no capitalismo contemporâneo

Ana Cristina Fernandes

2001 Revista Espaço &

Debates 41

87

Investimentos públicos, infra-estrutura urbana e produção da periferia em São Paulo

Eduardo Cesar Marques e Renata Maindola Bichir

2001 Revista Espaço &

Debates 42

88 Tribos urbanas, identidades e culturas juvenis

Márcia Regina da Costa

2001 Revista Espaço &

Debates 42

89

O mel e o fel da cidade. Lendo folhetins e romances em busca de alguma moral urbana

Robert Moses Pechman

2003 Revista Espaço &

Debates 43-44

90 Conservação integrada e planejamento urbano na atualidade

Silvio Mendes Zancheti

2003 Revista Espaço &

Debates 43-44

91 A construção social da segregação urbana:

Edmond Préteceille

2004 Revista Espaço &

Debates 45

Page 46: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

46

convergências e divergências

92 Urbanismo Sensato Rosalyn Deutsche

2005 Revista Espaço &

Debates 46

93

Por uma cidade em obras: embates públicos em torno da questão urbana. São Paulo entre o séc. XIX e XX

Josianne Francia Cerasoli

2005 Revista Espaço &

Debates 46

Fonte: Autoria própria

Tabela 4 – Legenda Tabela 3

LEGENDA TABELA 3

Nº Número que permite contabilizar os artigos publicados nas revistas E&D com o termo "urbano" e derivados

Título Título original do artigo publicado

Autor Nome do autor da publicação

Ed. Ano Ano de publicação do artigo na revista

Ed. Nº Número da edição da revista em que o artigo foi publicado

Fonte: Autoria própria

A Tabela 3 foi analisada com o objetivo de responder às perguntas iniciais da

pesquisa, isto é, quais as interpretações do urbano, como se transformaram e qual o

debate sobre os principais temas que marcaram a época da circulação da revista, que

correspondeu ao período de redemocratização do país e ao intenso debate sobre a

política urbana brasileira. Dessa análise, depreendeu-se que a revista promoveu um

amplo debate sobre a questão urbana que tem como ponto inicial a obra de Manuel

Castells, que assinou um “posfácio à questão urbana” logo no primeiro número da

revista em 1981. De meados dos anos oitenta em diante, concentram-se vários

estudos sobre o urbanismo em perspectiva histórica. Durante todo o período de

circulação da revista, houve a divulgação de muitas matérias sobre os movimentos

sociais urbanos e as condições de moradia e transporte nas cidades brasileiras. Essas

matérias refletem a produção de uma agenda na qual os movimentos sociais urbanos

aparecem incluídos em uma nova práxis urbanística. Esse debate ocuparia a

centralidade da política urbana e da gestão democrática das cidades, refletida nos

planos diretores participativos e no Estatuto da Cidade de 2001 (Lei Federal 10.257).

Page 47: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

47

2.2 O “urbano” em teoria, em perspectiva histórica e por uma nova práxis

Os 93 artigos da Tabela 3 foram analisados em três grupos. O primeiro grupo

expressa o debate teórico sobre o urbano que circulou no Brasil por meio da revista

E&D. O segundo permite identificar a transformação da temática da revista,

principalmente por meio da instituição de um campo de estudos históricos sobre o

urbanismo no Brasil. E o terceiro grupo concentra os artigos que trataram dos temas

presentes na agenda da política urbana durante o período da redemocratização.

Esses últimos artigos abordam principalmente os movimentos sociais urbanos e o

problema de moradia e transporte nas grandes cidades brasileiras.

2.2.1 O “urbano” em teoria

Nesse grupo estão os artigos que procuram definir uma teoria para o urbano.

A revista Espaço & Debates contribuiu para fundamentar a pesquisa sobre o urbano

no Brasil. Em suas páginas é possível identificar a presença da sociologia urbana

francesa7 mediante autores como Topalov8, Lojkine9, Castells10 – sociólogo espanhol

radicado em Paris até finais da década de 80 e depois em Berkeley –, Alain Lipietz11,

Edmond Preteceille12 e Henri Lefèvre13. Estes autores integraram a bibliografia sobre

o urbano de uma geração e grande parte deles pode ser encontrada em obras

fundamentais como, por exemplo, “O Espaço Intra-urbano no Brasil” de Flávio Villaça

(2001). Nesta obra, o autor expressa sua contribuição distinguindo-se das principais

correntes de estudos urbanos da escola americana, representada pela “Escola de

Chicago”, e dos “estudos territoriais de base marxista”, representados pela sociologia

urbana francesa. A obra é fruto de uma reflexão madura que havia começado a ser

publicada ainda em 1968 com “Pesquisa do uso da terra urbana e sua aplicação em

7 Presente na seguinte tese: TOURINHO, Andréa de Oliveira. Do Centro aos centros: bases teórico-conceituais para o estudo da centralidade em São Paulo. 2004. 430 f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. 8 Publicado em duas edições, 23ª (1988) e 29ª (1989). 9 Publicado em duas edições, 1ª (1981) e 36ª (1992). 10 Publicado em três edições, 1ª (1981), 6ª (1982) e 17ª (1986). 11 Publicado em três edições, 7ª (1982),12ª (1984) e 25ª (1988). 12 Publicado em três edições, 18ª (1986), 29ª (1989) e 45ª (2005). 13 Publicado em uma edição (entrevista), 30ª (1990).

Page 48: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

48

planos locais integrados” e que, em 1985, registra um desenvolvimento importante na

E&D por meio da publicação do artigo “A Terra como capital (ou a Terra-Localização)”.

Assim, Villaça terá um papel importante na consolidação das pesquisas sobre

o urbano e na formação de outros pesquisadores que igualmente tiveram uma

contribuição fundamental para a história do urbanismo no Brasil, como Maria Cristina

Leme e Sarah Feldman14 , que terão um papel destacado no Coletivo Editorial da E&D.

Além da corrente francesa, notamos a presença de autores norte-americanos

como David Harvey, Marc Gottidiener e Richard Child Hill.

A presença das correntes internacionais identificadas na revista indica um

canal de internacionalização em um momento anterior à abertura política que ocorreu

após a redemocratização, quando houve uma maior difusão e internacionalização da

pesquisa no Brasil. Portanto, o que se observa é que a revista acolheu os trabalhos

realizados no país com uma abrangência nacional relevante, dando espaço para

jovens pesquisadores e veiculando o trabalho de autores brasileiros consagrados,

como é o caso de Milton Santos, por exemplo. Também se nota a concentração de

interesse e de temas sobre a América Latina.

Tabela 5 – Títulos de artigos que procuram definir uma teoria para o “urbano”

Nº TÍTULO AUTOR Ed. ANO Ed. Nº

1 Posfácio à questão urbana Manuel Castells 1981 1

2 Uma resenha crítica da questão urbana de

Manuel Castells Marshall M. A. Feldman 1981 1

3

A apropriação dos benefícios das ações do

estado em Áreas Urbanas: Suas

Determinantes e Análise através de

Ecologia Fatoral

David M. Vetter, Dulce Maria

A. Pinto, Olga B. de L.

Friedrich e Rosa Maria R.

Massena

1981 4

4 A politização do Espaço Urbano no Brasil Benício Viero Schmidt 1982 5

5 O Estado e o Urbano no Brasil Francisco de Oliveira 1982 6

6 A intervenção administrativa nos grandes

centros urbanos Manuel Castells 1982 6

7 Alguns problemas da produção

Monopolista do Espaço Urbano Alain Lipietz 1982 7

8 Política Urbana e Burocracia no Brasil Richard Batley 1983 8

14 Sarah Feldman integrou o corpo editorial da revista E&D nas edições nº 13 (1984), nº 14 (1985) e nº 29 (1990) a nº 46 (2005).

Page 49: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

49

Nº TÍTULO AUTOR Ed. ANO Ed. Nº

9 Renda da Terra – Algumas noções básicas

para a compreensão do caso urbano Jacqueline Doris Low-Beer 1983 8

10

O Capitalismo Transnacional e Crise

Urbana: o caso da Indústria automobilística

e Detroit

Richard Child Hill 1983 9

11

A questão tecnocrática: campo Intelectual-

tecnocrático e o discruso dos agentes do

Planejamento urbano

Plínio A. de Aguiar Casali 1983 9

12

Ideologia e planejamento urbano:

Reflexões sobre uma experiencia em

Belém

Auriléa Gomes Abelém 1984 12

13 Urbanizaçao brasileira: tendências,

problemas e desafios Fany Davidovich 1984 13

14 Urbanização e Subdesenvolvimento: setor

informal e estratégias de sobrevivência Gilberto Mathias 1985 14

15

Políticas urbanas, equipamentos e seviços

coletivos: elementos para um balanço das

pesquisas

Edmond Preteceille 1986 18

16 Crise dos meios de consumo coletivo

urbano e capitalismo periférico Samuel Jaramillo 1986 18

17 A verticalização de São Paulo, um

elemento de segregação urbana?

Nadia Somekh Martins

Ferreira 1987 21

18

Capitalismo e urbanização na periferia:

problemas de intepretação e análise

referentes à América Latina

David Slater 1987 22

19 Crise econômica, política de austeridade e

questão urbana na America Latina Emilio Pradilla Cobos 1988 23

20 Dilemas da pesquisa urbana a partir de

uma perspectiva popular na América Latina José Luis Coraggio 1988 23

21 A pesquisa urbana no equador Fernando Carrión M. 1988 23

22 Serviços urbanos: velho ou novo tema? Henri Coing 1988 23

23

Capitalismo e urbanização na periferia.

Problemas de interpretação e análise

referentes à América Latina

David Slater 1988 23

24 O meio técnico-científico e a urbanização

no Brasil Milton Santos 1988 25

25 Pesquisa urbana e o projeto popular José Luis Coraggio 1988 26

26 Urbanismo e utopia: aproximações Marcelo Penteado Coelho 1989 27

27 Paradigmas e problemas das políticas

urbanas Edmond Preteceille 1989 29

28 Estruturação intra-urbana, regimes de

acumulação e sistemas financeiros da Marcus André B. C. de Melo 1990 31

Page 50: O URBANO EM ESPAÇOS & DEBATESA revista manteve uma regularidade de publicação de três edições por ano com raras exceções durante os doze primeiros anos. A primeira interrupção

50

Nº TÍTULO AUTOR Ed. ANO Ed. Nº

habitação: Brasil em perspectiva

comparada

29

Entre Estado e mercado: Mudanças

estruturais na esfera pública e a questão

urbana

Marcus André B.C. de Melo 1991 32

30 Mudanças no padrão de urbanização:

novas abordagens para a década de 90 Suzana Pasternak Taschner 1992 36

31 Planejamento urbano no Brasil:

Paradigmas e experiências

Luiz César de Queiroz

Ribeiro e Adauto Lucio

Cardoso

1994 37

32

As políticas urbanas das agências

multilaterais de cooperação internacional

para países em desenvolvimento

Edmundo Werna 1996 39

33

Do gerenciamento ao empresariamento: a

transformação da administração urbana no

capitalismo tardio

David Harvey 1996 39

34

Da reestruturação corporativa à

competição entre cidades: lições urbanas

sobre os ajustes de interesses globais e

locais no capitalismo contemporâneo

Ana Cristina Fernandes 2001 41

35 A construção social da segregação urbana:

convergências e divergências Edmond Préteceille 2004 45

36 Urbanismo Sensato Rosalyn Deutsche 2005 46

Fonte: Autoria própria

2.2.2 O “urbano” em perspectiva histórica

Nesse segundo grupo apresenta-se a tabela 6 contendo os artigos que

abordam o “urbano” em uma perspectiva teórica e histórica, permitindo percorrer as

transformações dos estudos. A tabela demonstra o momento em que, na revista E&D,

a questão do urbano foi objeto de revisões historiográficas, e o termo “urbanismo”

passou a ser empregado nos títulos dos artigos publicados pela revista.

A revista Espaço & Debates foi um importante dispositivo para a consolidação

dos estudos urbanos no país no momento de ampliação dos programas de pós-

graduação na área de ciências sociais aplicadas. Isso ocorreu ao mesmo tempo em

que o país elaborava o regramento de sua democracia arduamente negociada. A

análise e sistematização das contribuições publicadas nos 46 números da revista E&D

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permitem acompanhar a consolidação de um campo de pesquisa acadêmico que

ocorreu no auge de uma disputa política, na qual o urbano estava inserido.

A constituição dos estudos urbanos como disciplina, analisados pela lente da

revista E&D, demonstra uma presença importante da sociologia urbana francesa com

base marxista. Entretanto, embora importante, essa vertente de estudos não foi

hegemônica na revista e conviveu com diferentes matrizes de pensamento sobre a

cidade, como os estudos histórico críticos difundidos a partir da Itália, ou ainda, os

estudos sociais do planejamento urbano difundidos a partir da Comissão Econômica

para a América Latina e o Caribe (Cepal).

A revista não foi um meio de institucionalização da pesquisa acadêmica sobre

o urbano, mas um veículo aberto às perspectivas interpretativas que procuravam

decifrar o lugar da cidade na teoria e na prática da Nova República e desde o início

se propôs “promover a recuperação da memória do planejamento do Brasil”. Uma

missão que se desdobrou muito além dos 46 números editados, mas que encontrou

neles um dispositivo político para a sua própria institucionalização.

Tabela 6 – Títulos de artigos que abordam o “urbano” em uma perspectiva teórica e histórica

Nº TÍTULO AUTOR Ed. ANO Ed. Nº

1 Vila Economizadora: A memória Urbana Preservada

Denise A. Capello e Maria Fontana Garcia

1981 4

2 Olhando para trás: 40 anos de planejamento urbano em São Paulo

Evelyn Levy 1985 15

3 Memória urbana: emoção e sensibilidade num flash do Rio Antigo – O Passeiador

Lima Barreto 1985 15

4 Modernismo e cidade: o sentido do urbano nas três primeiras décadas

Samuel Kruchin 1986 19

5 A periferia de ontem: o processo de construção do espaço urbano no Rio de Janeiro 1870-1930

Mauricio de Almeida Abreu 1987 21

6 Fazer a história de pesquisa urbana: a experiência francesa desde 1965

Christian Topalov 1988 23

7 Identidade municipal e cultura urbana Fernando Viviescas 1988 24

8 Construindo a utopia: Lúcio Costa e o pensamento urbanístico no Brasil

Adauto Lúcio Cardoso 1989 27

9 A renovação urbana e o espírito pós-moderno

Mike Davis 1989 27

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Nº TÍTULO AUTOR Ed. ANO Ed. Nº

10 Distribuição das atividades econômicas no espaço urbano do Recife: 1850-1881

Sílvio Mendes Zancheti 1989 29

11 A formação do pensamento urbanístico, em São Paulo, no início do século XX

Maria Cristina da Silva Leme

1991 34

12 O setor de obras públicas e as origens do urbanismo na cidade de São Paulo

José Geraldo Simões Júnior 1991 34

13 1930: a utopia urbana de Ford na Amazônia

Yara Vicentini 1991 34

14 Idealizações urbanas e a construção da Salvador moderna: 1850-1920

Ana Fernandes e Marco Aurélio A. de Filgueiras Gomes

1991 34

15 Vocação e nacionalismo: as visões do urbano no pensamento do Estado brasileiro (1930-1961)

Luís Lopes Diniz Filho e Vagner de Carvalho Bessa

1991 34

16 Louis- Joseph Lebret e a pesquisa urbano-regional no Brasil, Crônicas tardias ou história prematura

Celso Monteiro Lamparelli 1994 37

17 O paradigma de cidade-jardim na via Fabiana de reforma urbana

Philip Gunn 1997 40

18 Estilo, patrimônio, monumentalidade: problemas para o nascimento do urbanismo moderno italiano

Marcos Tognon 1997 40

19 A formação do urbanismo moderno no Brasil: as concepções urbanísticas do engenheiro Saturnino de Brito

Fernando Diniz Moreira 1997 40

20 São Paulo anos 30: verticalização e legislação urbanística

Nadia Somekh 1997 40

21 Espoliação urbana, lutas sociais e cidadania: fatias de nossa história recente

Lúcio Kowarick 1997 40

22 Investimentos públicos, infra-estrutura urbana e produção da periferia em São Paulo

Eduardo Cesar Marques e Renata Maindola Bichir

2001 42

23 Tribos urbanas, identidades e culturas juvenis

Márcia Regina da Costa 2001 42

24 O mel e o fel da cidade. Lendo folhetins e romances em busca de alguma moral urbana

Robert Moses Pechman 2003 43-44

25 Por uma cidade em obras: embates públicos em torno da questão urbana. São Paulo entre o séc. XIX e XX

Josianne Francia Cerasoli 2005 46

Fonte: Autoria própria

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2.2.3 Por uma nova práxis do “urbano”

Os filtros anteriores decorrem da observação de que haviam duas linhas

principais que apareciam associadas ao urbano na revista E&D. Na primeira linha

observamos que o urbano era parte de um debate teórico, no qual diversas matrizes

do urbanismo comparecem com destaque para as análises marxistas que incluíam

autores franceses, norte e latino-americanos. Na segunda linha identificamos a

construção de uma vertente histórica que se desdobraria no campo da história da

cidade. Excluindo os dois filtros anteriores, resta um conjunto de artigos no qual se

notou a presença dos estudos sobre os movimentos sociais urbanos, sobre os

instrumentos urbanísticos e, ainda, artigos com uma abordagem crítica.

Tabela 7 – Títulos de artigos que abordam o “urbano” em uma perspectiva sobre a política urbana brasileira

Nº TÍTULO AUTOR Ed. ANO Ed. Nº

1 Comissões de moradores e Lutas Urbanas em Portugal revolucionário

Charles Downs 1981 4

2 Notas sobre a prática urbana na República Popular de Moçambique

Reginaldo Forti 1982 5

3 Movimentos Urbanos e contexto sócio-político em

Fortaleza Irlys AlencarFirmo

Barreira 1982 6

4 Exclusão Urbana e Lutas pelo direito à Moradia Pedro Jacobi 1982 7

5 Lutas urbanas e movimentos populares: Alguns pontos de Reflexão

Lúcio Kowarick 1983 8

6 Desenho urbano para a melhoria e crescimento de um assentamento ilegal

Vicente del Rio e Geoffrey Payne

1983 9

7 Movimentos sociais urbanos na década de 80: Mudanças na teoria e na prática

Pedro Jacobi e Edison Nunes

1983 10

1 O Desenvolvimento urbano de Quito entre suas crises mais recentes

Fernando Carrion 1985 16

2 Mobilidade urbana e agravamento das condições de deslocamento domicílio - trabalho na RMSP

Eduardo Trani 1986 18

3 As mulheres nos movimentos urbanos no México Alejandra Massolo 1985 14

4

Urbanização saúde e meio ambiente: o caso da implantação do polo industrial de Cubatão e seus efeitos urbanos e regionais nos setores de saúde e poluição ambiental

Marcia Lucia Guilherme

1987 22

5 Preliminares para uma política urbana Csaba Deák 1988 24

6 Poder local no Brasil urbano Celso Daniel 1988 24

7 movimentos urbanos e a política estatal: o caso do México

Maria de Los Angeles Pozas

1988 26

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Nº TÍTULO AUTOR Ed. ANO Ed. Nº

8 Movimentos urbanos regionais na América Central na década de 80

Mario Lungo Uclés

1988 26

9 Uma mudança de paradigma na sociologia urbana M. Gottdiener e Joe R. Feagin

1989 28

10 Processo de urbanização no Brasil: delimitação de um campo de pesquisa

Maria Flora Gonçalves

1989 28

11 Marxismo, Estado e questão urbana: notas críticas a duas recentes teorias francesas

Michael Harloe 1989 28

12 A questão fundiária, imobiliária e os serviços urbanos: conceitos e referências teóricas em teses e dissertações recentes

Maria Cristina Silva Leme e Regina Silvia

Pacheco

1989 28

13 A luta pelos direitos urbanos: novas representações de cidade e cidadania

Ana Amélia da Silva

1990 30

14 Atores e conflitos em questões ambientais urbanas

Regina Silvia Pacheco, Maria Rita Loureiro,

Henrique Fingermann,

Helena Kerr do Amaral e Sílvia

Mac Dowell

1992 35

15 reforma urbana nos limites da modernização Ana Clara Torres

Ribeiro 1994 37

16 Novas configurações no desenvolvimento urbano paulista

Maria Flora Gonçalves

1994 38

17 Reestruturação urbano-industrial no Estado de São Paulo: a região da metrópole de desconcentrada

Sandra Lencioni 1994 38

18 Argumentos para a reabilitação do IPTU e do ITBI como instrumentos de intervenção urbana (progressiva)

Martim O. Smolka e Fernanda

Furtado 1996 39

19

Da reestruturação corporativa à competição entre cidades: lições urbanas sobre os ajustes de interesses globais e locais no capitalismo contemporâneo

Ana Cristina Fernandes

2001 41

20 Conservação integrada e planejamento urbano na atualidade

Silvio Mendes Zancheti

2003 43-44

21 A construção social da segregação urbana: convergências e divergências

Edmond Préteceille

2004 45

Fonte: Autoria própria

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa dissertação realizou uma análise dos sumários dos volumes da revista

E&D, que foi um importante canal de comunicação durante seu período de circulação.

A revista organizava edições temáticas e os artigos eram selecionados a partir da

temática de cada edição. A revista circulou entre 1981 e 2005, publicou 46 números e

275 artigos em suas duas seções, uma dedicada a teoria e outra à prática do urbano.

Embora não tenha havido uma seção dedicada à história do urbano na revista, muitos

artigos trataram da história da cidade.

A bibliometria elaborada no programa Microsoft Excel, a partir dos sumários

dos 46 volumes, permitiu construir uma análise dos temas recorrentes na revista. Logo

de início, identificou-se o uso frequente do termo urbano na coletânea. Filtramos os

títulos com a raiz “urban” e montamos uma seleção de 93 artigos para análise.

Apesar de a revista afirmar que a sua proposta editorial era de expor e

contrapor o pensamento sobre o urbano e o regional, o termo regional aparece apenas

12 vezes, o que significa apenas 4% dos artigos da revista.

O levantamento e a sistematização dos sumários nos permitiram pontuar

algumas hipóteses sobre as vertentes das interpretações do urbano no período da

redemocratização do país, mas que também foi o período de estruturação dos

programas de pós-graduação. Assim, as vertentes identificadas indicam as linhas de

investigação do urbano que se estabeleceram no período.

A hegemonia sobre o tema e as interpretações do urbano, assim como foi

apresentado no desenvolvimento desta dissertação, com o levantamento bibliométrico

e a tabelas, nos levou a formação de três grupos de artigos que utilizaram o termo

urbano com diferentes perspectivas: o “urbano” em teoria, em perspectiva histórica e

por uma nova práxis. No posfácio de 1975, Castells aborda a sua utilização do termo

sistema urbano como “instrumento formal” e não como definição teórica do urbano, já

que “uma cidade concreta não é somente uma unidade de consumo. Ela é,

naturalmente, composta de uma grande diversidade de práticas e funções.” Ratifica

que não há uma definição exata ou rigorosa sobre o termo e o uso do urbano, mas

mantém “o essencial dos problemas definidos como urbanos está de fato ligado aos

processos de consumo coletivo, ou ao que os marxistas chamam de organização dos

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meios coletivos de reprodução da força de trabalho” 15. Já no artigo publicado na 6ª

edição da revista E&D “O Estado e o Urbano no Brasil”16, o economista e sociólogo

Francisco de Oliveira, faz uma interpretação sobre as transformações urbanas no

contexto de divisão social do trabalho, em sua introdução faz uma observação sobre

a falta de teorização nas questões de relação entre estado e o urbano, sendo

desvantajoso ou vantajoso. A abordagem do uso do termo se relaciona com alguma

questão urbana, no caso do artigo “Renda da Terra – Algumas noções básicas para a

compreensão do caso urbano”17, de Jacqueline Low-Beer, discute os problemas

urbanos mais especificamente da produção do espaço urbano com a questão

fundiária urbana no capitalismo.

O urbano em teoria, expressa o debate teórico sobre o urbano que circulou

no Brasil por meio da revista, nela demonstramos através da introdução e tabela as

influencias internacionais que foram publicadas como meio de ferramenta para a

interpretações sobre as questões urbanas nacionais, neste sentido de teoria do

urbano entendemos que a disputa foi na hegemonia do termo com a abordagem

discutida nas pesquisas.

Por outro lado, também se observa que a revista muda ao longo do tempo.

Por isso, procuramos ressaltar a periodicidade da revista e dos membros do corpo

editorial com maior número de recorrências.

A revista publicou principalmente os trabalhos realizados no país e teve uma

abrangência nacional relevante, contribuindo para o intercâmbio entre as instituições

de ensino superior no país. A revista deu espaço para jovens pesquisadores, que

ainda se afirmavam no contexto acadêmico do período, e veiculou o trabalho de

autores consagrados. Dessa forma foi, em nossa interpretação, um dispositivo

fundamental para a formação do debate acadêmico sobre o urbano no final das

décadas de XX.

15 Castells, M. Posfácio La Question urbaine. Revista Espaço & Debates. São Paulo, Ano I, v.01, 1981. 16 Oliveira, F. “O Estado e o Urbano no Brasil”. Revista Espaço & Debates. São Paulo, Ano II, v.06, 1982. 17 Low-Beer, J. “Renda da Terra – Algumas noções básicas para a compreensão do caso urbano”.

Revista Espaço e Debates. São Paulo, Ano III, v.08, 1983.

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________. Planejamento urbano nos anos 90 novas perspectivas para velhos temas. L. C. Q. Ribeiro, & O. Santos Jr. (Eds.). Globalização, fragmentação e reforma urbana. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1994.

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APÊNDICE A – ENTREVISTA

Sobre a Revista Espaço & Debates

Entrevista com Pedro Jacobi 28 /10/2019

Ana Paula Koury e Thaís Santiago Golla

TSG: Sou orientanda da Profª Ana Paula. A nossa dissertação vai ser um

recorte sobre periferia no Itaim Paulista. E para fazer esse recorte escolhemos a

revista Espaço & Debates, que desde a sua primeira edição tratou deste assunto,

sempre com questões regionais, urbanas e habitação. Com isso decidimos fazer o

primeiro capítulo para justificar o porquê de a gente escolher a revista Espaço &

Debates, logo no início desse capítulo contextualizar um pouco o que foi a revista. E

achamos interessante pegar um pouco da visão de quem realmente participou do

coletivo editorial.

PJ: Eu criei a revista. Eu fundei a revista com meus orientandos da Fundação

Getúlio Vargas no em 1980. Ela foi lançada em dezembro de 1980 e a gente se

organizou desde 79 já planejava a revista. E a revista desde o primeiro número foi

publicada pela editora Cortez. Depois ela teve muita mudança ao longo dos anos.

Existia um coletivo editorial. Eu participei até o momento onde eu criei uma outra

revista que é a Ambiente e Sociedade que é de 1997, então eu praticamente participei

de 80 a 96. O primeiro número foi assim um número que marcou bastante, publicamos

artigos do Castells, Jean Lojkine. O Posfácio do Castells foi publicado antes do livro

“A questão Urbana” de ser publicado no Brasil18. Participaram do coletivo editorial

pessoas que estavam fazendo mestrado no mestrado em Planejamento Urbano da

Fundação Getúlio Vargas, profissionais que já tinham mestrado ou doutorado no Brasil

e fora do Brasil Agora sobre o tema mais diretamente, a revista hoje não existe mais,

nos últimos anos ela ficou sob a responsabilidade de professores da FAU-USP, e não

continuou. É uma pena, pois era uma revista importante que tivesse continuidade. Dá

muito trabalho fazer uma revista demanda muito tempo e energia, não é fácil ainda

mais agora para estar classificada nos parâmetros da CAPES.

Mas voltando ao tema, eu fiz a minha tese de doutorado entre 1978 e 1985

com o tema de saneamento básico e saúde, e nesta época eu participava de um

18 A versão em português é de 1983.

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centro de pesquisa chamado CEDEC e neste centro de pesquisa participava o

professor o Lúcio Kowarick. A ideia que se desenvolveu era a de urbanização por

expansão da periferia, segue o exemplo como São Miguel Paulista e Ermelino

Matarazzo. Esses são exemplos bem marcante de urbanização por expansão de

periferia, ou seja, tem uma parte de desenvolvimento urbano com acesso à serviços

e gradualmente foram ou loteadas ou invadidas áreas por população que chega na

metrópole. A metrópole crescia naquela época entre 60 até 80 entre 6% e depois caiu

para 4%, mas era um crescimento muito grande e uma parte significativa das pessoas

não dispunha renda. A ocupação do território vai se dando através de uma espécie de

conluio entre o setor imobiliário, quando vendia terra e os terreno que eram

considerados ilegais por que eles ou estavam dentro de áreas de mananciais ou não

tinham todos os serviços que deveriam ter. Então essa foi uma urbanização que

ocorria apenas pela necessidade de sobrevivência das pessoas de menor renda e em

áreas muitas vezes com risco como córregos e morros. Como é a cara da periferia de

São Paulo hoje.

TSG: Interessante por que o nosso recorte é ali no Itaim Paulista e faz divisa

com São Miguel Paulista e Ermelino Matarazzo.

JP: São Miguel é uma região ainda mais no extremo do município, próximo à

Itaquaquecetuba. É uma das regiões mais pobres da cidade e com pessoas com as

piores condições e obviamente sujeitas a uma situação extremamente excludente.

TSG: Eu sei bem, sou de Itaquaquecetuba.

APK: Pedro, o CEDEC e o Kowarick ele estava também no CEBRAP, que foi

criado em 69.

JP: Ele saiu do CEBRAP e foi para o CEDEC, não sei os bastidores, mas teve

uma época em que no CEDEC estava mais para o PT e o CEBRAP para o PSDB

apesar de ter o Paul Singer e o Chico de Oliveira no CEBRAP. Mas o CEBRAP tinha

mais uma fonte de financiamento de pesquisas e o CEDEC era mais militante. O

CEDEC começa em 76 e eu me envolvo a partir de 78 mais ou menos.

APK: O CEDEC tinha uma ligação muito grande com o pessoal da área de

saúde, né?

JP: Então, o CEDEC tinha uma pessoa diretamente vinculada a área da saúde

a Amélia Cohn e eu trabalhei com ela. Eu estava trabalhando na minha tese de

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doutorado19, então estava mais focado em um artigos de um livro, junto com o Nabil

Bonduki e a Raquel Rolnik que eram orientandos do Kowarick. Depois eu fui

desenvolvendo, quando entrei na faculdade estatal eu fui desenvolvendo meu trabalho

na área de política pública de educação e aí eu me integrei mais com o grupo da

Amélia Cohn Eu então trabalhava com educação e saúde simultaneamente e depois

eu comecei a trabalhar a temática ambiental no começo dos anos 90. Eu trabalhava

o tema dos movimentos sociais, os movimentos por água e saúde na periferia da zona

leste, zona norte, sul e oeste, então trabalhei com os movimentos de saúde na região

de São Miguel Paulista, Itaquera, Jardim Nordeste que são regiões bem excluídas dos

programas saúde. Tinha o Eduardo Jorge que era médico sanitarista bem envolvido

com movimentos sociais da região. Na zona norte eu trabalhei no Jardim Carombe,

Jardim Damasceno, lá no fim da Brasilândia, na zona sul eu trabalhei nas regiões de

Grajaú, naquela região toda que lutava por água. Na região Oeste eu trabalhei menos,

acabei trabalhando toda a região de expansão do Butantã. Então eu me envolvi com

esses temas, mas depois eu fui me afastando da Amélia, porque ela não dava

importância para a temática ambiental. Eu era professor da Faculdade de Educação

e desde 1995 eu já era professor do PROCAN (Programa de Pós-Graduação em

Ciência Ambiental).

APK: Em 1995 você vai para o PROCAN.

JP: Em 1995 eu me vinculo ao PROCAN pois a temática ambiental me

interessava, como também do urbano e do habitat urbano. O tema ambiental envolvia

saúde e cidade e daí fica mais convergente o tema do meio ambiente. Eu fiz uma

pesquisa que foi publicada em um livro Cidade e meio ambiente, sobre percepções

ambientais na cidade de São Paulo. Esse livro foi publicado pela Editora Anablume,

eu doei para a biblioteca do IEE e deve ter também na biblioteca da educação. Eu fui

me envolvendo cada vez mais com a temática ambiental e a partir daí eu praticamente

me afastei do CEDEC estava no PROCAN, orientando e fazendo trabalho de pesquisa

e nessa época criamos a revista Ambiente e Sociedade (1997) e depois (2000) a

ANPAS (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e

Sociedade). O importante é que o meu movimento foi através do tema da cidade,

19 Doutorado em Sociologia (USP) POLITICAS PUBLICAS DE SANEAMENTO BASICO E SAUDE E REIVINDICACOES NO MUNICIPIO DE SAO PAULO - 1974-1984, Ano de obtenção: 1986. Orientador: HENRIQUE RATTNER.

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porque eu tenho mestrado em planejamento urbano então sempre tem um diálogo

principalmente com a temática da cidade, da saúde, do habitat e do meio ambiente

APK: Pedro, então o NERU que publica a revista Espaço & Debates ele era

vinculado ao mestrado em planejamento da Fundação Getúlio Vargas, é isso?

JP: Não, a gente inventou um nome fantasia para fazer a revista, e a gente

tinha um outro para fazer o financiamento da revista, mas no NERU foi mais um atalho

para poder tocar a revista, mas nunca se consolidou como um centro de pesquisa.

Acho que a gente não deu conta de fazer isso.

TSG: É muita coisa! Eu fiz uma tabela com as suas publicações e vi que em

1983 você publica um artigo na revista “Prefeituras democráticas, movimentos

populares e poder local: participação, cooptação ou autonomia? ” E depois vai para

movimento sociais urbanos.

JP: É, no CEDEC tínhamos um grupo de movimentos sociais urbanos e então

daí que saíram este monte de trabalho, artigo e livro publicado. Tem uma associação

a ANPOCS (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais)

e eu coordenava o grupo de Movimentos Sociais Urbanos da ANPOCS. Como eu

tinha formação em ciências sociais eu coordenava o grupo de movimentos urbanos.

Este livro é de 1982.

TSG: Aí dá para ver bem claramente essa mudança entra 83 com movimentos

urbanos Condições de vida das camadas populares em1984 e depois muda para

Carência de saneamento básico e demandas sociais, em 87.

JP: Eu participava de um grupo de professores da américa latina, coordenado

por um arquiteto argentino muito famoso Jorge Henrique Hardoy. E ele conseguia

sempre recurso para que a gente publicasse artigo e participasse de congressos

[Interrupção de áudio]

JP: A América Latina estava em um período das ditaduras Argentina, Chile,

Uruguai só não tinha México. E o Jorge ajudou muitos pesquisadores Latinos

Americanos inclusive a saírem do país. Eu tenho uma relação muito forte com a Alicia

Ziccardi20 que tinha feito doutorado com a Ruth Cardoso. É uma colega argentina que

eu conheci aqui em São Paulo durante o meu doutorado e somos amigos até hoje. E

aí o Jorge Hardoy era muito próximo deles, desse pessoal da Argentina, do Uruguai,

20 Professora dos Programas de Pós-graduação em Ciências Políticas e Sociais e em Urbanismo da Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM).

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do Chile, do Equador, da Colômbia. Aconteciam muitos eventos e também havia uma

publicação de um Centro na Argentina que se chamava CEUR (Centro de Estudios

Urbanos y Regionales) que publicava uma revista que existe até hoje. É uma revista

que o Hardoy começou que se chama Environment and Design Solution e eles fizeram

também umas publicações na Argentina sobre esses temas e eu escrevi também na

revista “Environment and Urbanization” e na revista Medio Ambiente y Urbanización

que era uma revista Argentina organizada pelo CEUR. Ai que eu fui cada vez mais me

envolvendo com temas urbanos, porque eu era planejador urbano e depois tive um

interesse maior com o tema saúde e águas.

Eu fui entrando mais na temática ambiental e da ecologia no ano que me

envolvi mais no PROCAN, e eu fui me integrando mais com o pessoal do Rio de

Janeiro e do Paraná alguns parceiros que tenho até hoje com os quais fundamos a

revista Ambiente e Sociedade. Eu sou o único editor desde que criamos a revista em

1997 e depois criamos a ANPAS nossa associação, mas eu mudei mesmo de

parceiros e fui mais para a área ambiental.

APK: O que a gente está procurando na revista, é que no primeiro ano da

revista ela coincide com essa, vamos dizer, no momento de virada no qual a pobreza

urbana está basicamente concentrada nas regiões metropolitanas e a revista é um

bom diagnóstico de um pensamento de época sobre a cidade e movimentos sociais.

E o que a Thaís está procurando é como este pensamento de época se rebateu nos

instrumentos de intervenção da cidade através do plano diretor.

JP: Na Espaço e Debates o pessoal se envolvia mais com a questão do

planejamento e com a história. Havia a Cristina Leme, a Denise Antonucci que ainda

ia fazer doutorado, a Sarah Feldman já estava em São Carlos. Eu fui acompanhando

um pouco, enfim fazer revista não é brincadeira. Como eu faço a Ambiente e

Sociedade, tem 5 editores adjuntos, mais de 50 pessoas envolvidas voluntariamente

e sem recursos o suficiente, então é uma pauleira tocar uma revista. Mas assim,

voltando um pouco a conversa, Kowarick, Ruth Cardoso eles trabalhavam com o tema

de favelas e a favela que eles trabalhavam é onde fica o Cingapura no Morumbi sobre

a Marginal. O Kowarick estava como consultor ele estava mexendo com planos, com

tudo isso ai essa nova geração que vai gradualmente assumindo Nabil, Raquel e

depois vem mais uma nova geração, é um pessoal que trabalha mais com habitação

e planejamento. A literatura sobre exclusão social vem por parte de uma abordagem

da igreja católica progressista que trabalha com o tema no Chile inclusive de

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marginalidades sociais, não marginalidade no sentido que se usa hoje o termo, mas

no sentido de exclusão social. O Manuel Castells que estuda por exemplo os

acampamentos chilenos. Eu me baseio muito no referencial do Castells para trabalhar

o meu tema de doutorado. De mestrado não, quando eu fiz planejamento urbano eu

não tinha dinheiro para vir para o Brasil fazer trabalho de campo, era outros tempos

daí eu trabalhei com literatura daquilo que em Bogotá se denominava de embargos

de (...), fiz uma monografia e publiquei um outro artigo, o que me interessava mais era

estuda a autoconstrução porque eu tive aula com John Turnere com o assistente dele

e acompanhei bastante isso. Eu fiz uma pesquisa sobre autoconstrução no munícipio

de São Paulo dentro de um outro pequeno centro de pesquisa que ficava junto com o

CEDEC no seu início na PUC, chamado URPLAN que foi fundada por Candido Malta

da FAU, Luis Eduardo Wanderley da PUC-SP, que era na época que se podia fazer

coisas fora da universidade e nesta época, quando o Jorge Wilheim foi secretário de

planejamento do governo de Paulo Egidio Martins e a (...) era coordenadora dessa

secretaria.

APK: Os arquivos dessa pesquisa estão na PUC Campinas?

PJ: Não, é na PUC de São Paulo, esse material foi transformado em um livro

da Secretaria de Planejamento publicado em 1980

APK: Quem é o autor do livro?

PJ: Eram vários, várias pessoas que estavam trabalhando na CECAP que

depois virou CDHU, Pedro Paulo Martoni Branco, eu e mais algum colega dele, mas

era totalmente amador, nós íamos para Parelheiros para fazer entrevista de história

de vida de auto construtores em várias regiões da cidade. Foi um trabalho gostoso

inventamos a metodologia, íamos para Parelheiros em 78, não era brincadeira. Esse

histórico de autoconstrução é histórico que tem toda uma questão que a Emília

Maricato aborda e o Kowarick também, que é a questão da autoconstrução

influenciando na dimensão do custo de reprodução da força de trabalho, a pessoa

está construindo a sua casa e não tem política pública ela vai gastar todo o seu

dinheiro e seu final de semana como até hoje construindo a sua casinha a maior parte

delas que está inacabada.

APK: É, isso é o Chico de Oliveira em 1972, em que ele escreve crítica à

razão dualista, ele aponta isso.

PJ: Sim, você tem por exemplo novidades como o Estatuto da Cidade, não

é? Então, ele é uma coisa importante e antes disso todo o movimento da reforma

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urbana, que eu acompanhei bastante com o pessoal do rio de janeiro, que trabalhou

muito no movimento da reforma urbana e que deu origem ao estatuto da cidade, se

criou uma oportunidade boa inclusive no governo Lula com o Olívio Dutra, a Ermínia

participando, havia todo o potencial de avanço e recursos também para melhorar as

condições, conseguir recursos para urbanização. Bom, urbanização de favelas já é

uma coisa que se fazia antes, desde a gestão Covas, fez o projeto de conjunto

habitacionais, COHAB em Itaquera, e tudo aquilo. Mas também recurso para urbanizar

favelas, urbanizar essas áreas de loteamentos, mas sem dúvida a paisagem ainda

entristece muito porque ela não mudou muito como deveria ter mudado, não é?

Então é bastante decepcionante e hoje esse quadro se torna mais dramático

pelo desemprego, pessoas que antes podiam alugar hoje não podem mais, então é

muito triste de fato a realidade. A gente acompanhou muitos projetos na região de

Guarulhos perto do rodoanel, é uma loucura parece que você está na Índia, morros

inteiros com situações super precárias.

APK: Obrigada, Pedro!

PJ: Ajudou vocês?

APK: Sim, sim! A gente está começando este trabalho e eu tinha muita

curiosidade em entender um pouco a sua participação na criação da revista Espaço

& Debates e quem estava nesse grupo, como que um grupo passou para o outro.

40.39

PJ: É porque as pessoas foram entrando, para você ter uma ideia Celso

Daniel fazia parte da revista, ele era meu aluno na FGV. O Celso e o Bruno, irmão

dele que agora é candidato pelo PSOL em Santo André. Ele estava fazendo o

mestrado em planejamento urbano lá na GV, e começou nessa ideia junto com os

alunos, um pessoal foi chamando outro e a coisa foi andando e depois muita gente, e

ai muita gente não permanece e isso abre mais espaço para um grupo do pessoal da

FAU que acaba se dedicando mais nisso, mas foi um processo natural. Outra pessoa

que faz parte disso era Eduardo Trani. Ele tinha voltado da França, com o José Ronal

e uma professora da FGV que também dirigiu a Escola de Governo em Brasília,

também arquiteta. Todos fizeram doutorado na França. Depois teve um outro pessoal

que estava fazendo pós-graduação na FAU, na PUC e também algumas pessoas que

estavam comigo quando eu dava aulas na arquitetura na PUC de Campinas de 1980

a 1982. Entre77 e 87 eu fiquei na FGV e dava aula no mestrado de Planejamento

Urbano entrei na PUC-SP na área de Administração em 82 e dois anos depois eu

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entrei na economia na PUC e em 87 eu fiz concurso e 1988 eu comecei na USP, o

que coincidiu na época em que eu faria parte do CEDEC, porque estava envolvido

com temas urbanos e menos ambientais.

APK: tá, em 1988 você vai para educação, é isso?

PJ: É, em 1988 eu fiz o concurso na educação me dediquei à políticas

públicas em 1988 e 1995 já me envolvia com estudos ambientais, eu estava no

CEDEC ainda, estava no CEDEC desde 1977.

APK: Foi a época daquela pesquisa sobre a periferia que o Lúcio Kowarick

faz com a Ruth Carvalho e Eunice Durhan?

PJ: Não, essa pesquisa eles ainda fizeram no CEBRAP, ainda não era do

CEDEC, depois que o Lúcio se junta com o Weffort e outros e criam o CEDEC. Mas

estava no CEDEC colaborando com o grupo de movimentos sociais urbanos aí

aparecia alguns financiamentos para tocar pequenos trabalhos, ai eu me envolvia

nesse trabalho com o Kowarick sobre o tema de periferia. Então tudo é uma transição

que vai acontecendo sem ruptura, vai naturalmente no meu envolvimento e na minha

motivação

APK: Os arquivos do CEDEC estão onde?

PJ: Muitos materiais estão no próprio local do CEDEC, eu acho que hoje ele

está na Rua Riachuelo, eu acho que está vinculado com a UNESP. A revista chama-

se LUA NOVA, é uma revista de sociologia, mais teórica, estou vendo que tem curso

livre, mas não acompanho nada. Tem uma nova geração de pessoas novas

envolvidas tem um artigo meu no caderno 66 do CEDEC. São Paulo ocupação do solo

e degradação ambiental de 1998.

[Interrupção da gravação]

Muito Obrigado Pedro