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POLILAB CONSULTORIA O uso correto de aditivos para peças plásticas Fernando J. Novaes* A necessidade constante e minha vivência, tanto em projeto como em formulação de materiais para a indústria automotiva me motivaram a escrever esse post. Em geral a combinação de interesses e falta de tempo no projeto, levam a supervalorização do produto numa tentativa de "proteção" contra o futuro, o que acaba encarecendo o produto não os torna competitivos. Materiais plásticos com o passar do tempo e em função do seu uso contínuo, em geral sofrem rapidamente os efeitos da temperatura, luz, tensões mecânicas tanto de cisalhamento quanto de carregamento ou estresse, alem de outras energias. O uso de aditivos vem auxiliar ou suportar o material a resistir e prolongar a vida útil da peça ou produto, mantendo-o por mais tempo e em condições operacionais e visuais a sua condição de usabilidade e função, recurso também pouco usado em reciclabilidade, alem de preservar ou recuperar parte de propriedades mecânicas, o que em outra ocasião falaremos mais. Num ambiente de oxigênio e calor e outras fontes de energia, os aditivos são usados para combater a degradação durante seu processamento e uso e posteriormente, dependendo da necessidade, sua capacidade de manter a cor e a resistência a luz e/ou calor. O uso correto de aditivos passa por requisitos de projetos nem sempre adequados ao uso da peça ou produto. Quando atentamos para peças plásticas, muitas vezes nos deparamos no projeto ou na especificação, com super exigências de função que não são compatíveis ao uso da peça ou produto. As exigências de função, em geral não passam por um processo seletivo na hora da especificação, ou seja, são pouco testados em campo e na sua função e uso específico, fazendo com que quem produz a peça, passe a "superaditivar" o produto e consequentemente fazer com que encareça e fique "desnecessariamente" protegido, quando na verdade poderia ser mais adequado se sua função fosse determinada e testada corretamente. Não raras as vezes peças de exposição interna em automóveis por exemplo, são solicitadas ou especificadas de forma como se fossem ficar em exposição constante ao sol e calor continuamente, a impressão que se tem é que ou se superestimam em função do projeto ter sido feito fora, ou desenho da peça veio de fora e "acham" que a proteção será insuficiente, ou existe um desconhecimento básico de que há aditivos específicos e especializados para a aplicação. Outra maneira de se "supervalorizar" a peça é solicitar que resistências a longo períodos de exposição ao calor sejam supervalorizados, quando na verdade as solicitações são mais brandas e por consequência a aditivação fica novamente fora do contexto funcional correto e o que se vê, por exemplo em testes de envelhecimento acelerado com mais horas de resistência do que se poderia querer em função da utilização e função, atentando para que na formulação existe um valor ótimo para cada produto ou função orgânica especifica, não adiantando colocar a mais que o ótimo de aditivos proporcionalmente, e isso só se consegue saber testando e caracterizando o material e produto em simulações artificiais ou naturais, bem como testes de calor e de resistência mecânica e fluência. Aditivos, em geral, correspondem a cerca de 2% da formulação em um produto, porém, sua correspondência em termos de custos varia grandemente em função do grade e do fabricante utilizado e não raras as vezes correspondem a até 1/3 do custo da peça. Por essa razão a necessidade de haver um critério de excelência e testes na realização da especificação da resistência às intempéries, à solidez da cor a luz e ao envelhecimento acelerado, bem como suas propriedades mecânicas em baixas e altas temperaturas para peças plásticas, torna-se imprescindível tanto do ponto de vista funcional como do ponto de vista econômico que aliado a sua condição ambiental como VOC e toxicidade por exemplo, fazem o produto sustentável. * Polilab Consultoria Empresarial - www.polilab.com.br - [email protected]

O uso correto de aditivos para peças plásticas

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O uso correto de aditivos para peças plásticas

Fernando J. Novaes*

A necessidade constante e minha vivência, tanto em projeto como em formulação de materiais para a indústria automotiva me motivaram a escrever esse post. Em geral a combinação de interesses e falta de tempo no projeto, levam a supervalorização do produto numa tentativa de "proteção" contra o futuro, o que acaba encarecendo o produto não os torna competitivos. Materiais plásticos com o passar do tempo e em função do seu uso contínuo, em geral sofrem rapidamente os efeitos da temperatura, luz, tensões mecânicas tanto de cisalhamento quanto de carregamento ou estresse, alem de outras energias. O uso de aditivos vem auxiliar ou suportar o material a resistir e prolongar a vida útil da peça ou produto, mantendo-o por mais tempo e em condições operacionais e visuais a sua condição de usabilidade e função, recurso também pouco usado em reciclabilidade, alem de preservar ou recuperar parte de propriedades mecânicas, o que em outra ocasião falaremos mais. Num ambiente de oxigênio e calor e outras fontes de energia, os aditivos são usados para combater a degradação durante seu processamento e uso e posteriormente, dependendo da necessidade, sua capacidade de manter a cor e a resistência a luz e/ou calor. O uso correto de aditivos passa por requisitos de projetos nem sempre adequados ao uso da peça ou produto. Quando atentamos para peças plásticas, muitas vezes nos deparamos no projeto ou na especificação, com super exigências de função que não são compatíveis ao uso da peça ou produto. As exigências de função, em geral não passam por um processo seletivo na hora da especificação, ou seja, são pouco testados em campo e na sua função e uso específico, fazendo com que quem produz a peça, passe a "superaditivar" o produto e consequentemente fazer com que encareça e fique "desnecessariamente" protegido, quando na verdade poderia ser mais adequado se sua função fosse determinada e testada corretamente. Não raras as vezes peças de exposição interna em automóveis por exemplo, são solicitadas ou especificadas de forma como se fossem ficar em exposição constante ao sol e calor continuamente, a impressão que se tem é que ou se superestimam em função do projeto ter sido feito fora, ou desenho da peça veio de fora e "acham" que a proteção será insuficiente, ou existe um desconhecimento básico de que há aditivos específicos e especializados para a aplicação. Outra maneira de se "supervalorizar" a peça é solicitar que resistências a longo períodos de exposição ao calor sejam supervalorizados, quando na verdade as solicitações são mais brandas e por consequência a aditivação fica novamente fora do contexto funcional correto e o que se vê, por exemplo em testes de envelhecimento acelerado com mais horas de resistência do que se poderia querer em função da utilização e função, atentando para que na formulação existe um valor ótimo para cada produto ou função orgânica especifica, não adiantando colocar a mais que o ótimo de aditivos proporcionalmente, e isso só se consegue saber testando e caracterizando o material e produto em simulações artificiais ou naturais, bem como testes de calor e de resistência mecânica e fluência. Aditivos, em geral, correspondem a cerca de 2% da formulação em um produto, porém, sua correspondência em termos de custos varia grandemente em função do grade e do fabricante utilizado e não raras as vezes correspondem a até 1/3 do custo da peça. Por essa razão a necessidade de haver um critério de excelência e testes na realização da especificação da resistência às intempéries, à solidez da cor a luz e ao envelhecimento acelerado, bem como suas propriedades mecânicas em baixas e altas temperaturas para peças plásticas, torna-se imprescindível tanto do ponto de vista funcional como do ponto de vista econômico que aliado a sua condição ambiental como VOC e toxicidade por exemplo, fazem o produto sustentável. * Polilab Consultoria Empresarial - www.polilab.com.br - [email protected]