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Bacharelado em Engenharia Civil ALANNA DE SANTANA PASSOS O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA ENERGÉTICA EM RESIDÊNCIAS DE MÉDIO PADRÃO NA CIDADE DE LAGARTO (SE) Paripiranga 2021

O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

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Page 1: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

Bacharelado em Engenharia Civil

ALANNA DE SANTANA PASSOS

O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA ENERGÉTICA EM RESIDÊNCIAS DE MÉDIO

PADRÃO NA CIDADE DE LAGARTO (SE)

Paripiranga 2021

Page 2: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

ALANNA DE SANTANA PASSOS

O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA ENERGÉTICA EM RESIDÊNCIAS DE MÉDIO

PADRÃO NA CIDADE DE LAGARTO (SE)

Monografia apresentada no curso de graduação do Centro Universitário AGES como um dos pré-requisitos para obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Me. Raphael Sapucaia dos Santos

Paripiranga

2021

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Passos, Alanna de Santana, 1994 O uso do sistema fotovoltaico como alternativa energética em residências de médio padrão na cidade de lagarto (SE). – Paripiranga, 2021.

64 f.: il. Orientador: Profª. Me. Raphael Sapucaia dos Santos Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia

Civil) – UniAGES, Paripiranga, 2021.

1. Energia solar. 2. Sistema fotovoltaico. 3. Dimensionamento. I. Título. II. UniAGES.

Page 4: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

ALANNA DE SANTANA PASSOS

O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA ENERGÉTICA EM RESIDÊNCIAS DE MÉDIO PADRÃO NA CIDADE

DE LAGARTO (SE)

Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil à Comissão Julgadora designada pela Coordenação de Trabalhos de Conclusão de Curso do Centro Universitário AGES. Paripiranga, _ 8 de julho de 2021 .

BANCA EXAMINADORA

Prof. Me. Raphael Sapucaia dos Santos Ages

Prof. Me. Alberto Brigeel Noronha de Menezes Ages

Page 5: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, а Deus, que fez com que meus objetivos fossem alcançados,

durante todos esses anos de estudos.

À instituição de ensino UniAges, essencial no meu processo de formação

profissional, e por tudo o que aprendi ao longo dos anos do curso.

Ao meu orientador, que conduziu o trabalho com dedicação e extrema

competência, sempre disponível a compartilhar todo o seu grande conhecimento.

Aos professores, pela ajuda e pela paciência que guiaram o meu aprendizado.

Aos meus colegas de curso, José Nelson e Jonanthas, com os quais convivi

durante os últimos anos, pelo companheirismo e pela troca de experiências que me

permitiram crescer não só como pessoa, mas também como formanda.

Aos meus pais, Josefa Maria e Nelson Menezes pelo amor, incentivo e por

sempre estarem ao meu lado me apoiando ao longo de toda a minha trajetória. Aos

meus irmãos e irmãs, pela amizade e carinho. Especialmente a minha irmã Vitória

Paulina, por estar sempre do meu lado. E ao meu cunhado Rogério Reis, pelo imenso

incentivo a essa graduação desde o início. Muito obrigada a todos!

Ao meu noivo, Matheus Cornago, pelo imenso apoio, compreensão e paciência

demonstrada durante todos esses anos. Sem você ao meu lado não teria chegado até

aqui.

A todos que participaram, direta ou indiretamente, do desenvolvimento deste

trabalho de pesquisa, enriquecendo o meu processo de aprendizado.

Page 6: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

RESUMO

Com o aumento populacional no Brasil, aumenta-se também o consumo de energia elétrica, consequentemente, há um aumento no preço das concessionárias de energia. Desse modo, buscando uma alternativa eficiente e limpa para a geração de energia, houve a descoberta da energia fotovoltaica On-Grid ou conectada à rede, a qual vem crescendo de forma gradativa no mercado brasileiro. Através de uma revisão bibliográfica, o presente trabalho apresenta a metodologia para a realização do dimensionamento de um sistema fotovoltaico conectado à rede de uma residência de médio padrão, trazendo ainda a viabilidade econômica e rentabilidade do sistema. Foram indicados análises e informações relevantes para o correto dimensionamento do sistema, bem como uma metodologia de cálculo simplificada para otimizar a geração de energia diante dos equipamentos selecionados. O SFCR dimensionado demonstrou capacidade de suprir totalmente o consumo médio solicitado pela unidade consumidora. Foi estimado um tempo de retorno do investimento em torno de 7 anos após a implantação do sistema e uma taxa de rentabilidade de 13,96%. Esse tempo de retorno que foi estimado é extremamente satisfatório, visto que ficou abaixo de todos os prazos de garantias fornecidos pelos fabricantes e fornecedores para os equipamentos fotovoltaicos descritos no dimensionamento. PALAVRAS-CHAVE: Energia solar. Dimensionamento. Eficiência energética. Viabilidade.

Page 7: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

ABSTRACT

With the population increase in Brazil, the consumption of electricity also increases, consequently, there is an increase in the price of energy concessionaires. Thus, looking for an efficient and clean alternative for energy generation, there was the discovery of On-Grid photovoltaic energy or connected to the grid, which has been growing gradually in the Brazilian market. Through a literature review, the present work presents the methodology for performing the dimensioning of a photovoltaic system connected to the network of a medium standard residence, also bringing the economic feasibility and profitability of the system. Analyzes and relevant information for the correct system sizing were indicated, as well as a simplified calculation methodology to optimize energy generation for the selected equipment. The dimensioned SFCR demonstrated the ability to fully supply the average consumption requested by the consumer unit. A payback time of around 7 years after system implementation and a 13.96% investment were estimated. This estimated turnaround time is extremely satisfactory, as it was below all warranty periods provided by manufacturers and suppliers for the photovoltaic equipment described in the dimensioning. KEYWORDS: Solar energy. Sizing. Energy efficiency. Viability.

Page 8: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

LISTA DE FIGURAS

1: Estrutura interna e da superfície do sol. ................................................................ 17

2: Energia solar, fontes nucleares e fósseis comparadas ao consumo de energia

mundial em um ano. .............................................................................................. 18

3: Reflexão solar. ...................................................................................................... 19

4: Irradiação Solar no Brasil. ..................................................................................... 20

5: Sistema FV Off-Grid. ............................................................................................. 22

6: Sistema FV On-Grid. ............................................................................................. 23

7: Componentes do sistema fotovoltaico. .................................................................. 24

8: Célula Silício Monocristalina. ................................................................................. 26

9: Célula Silício Policristalina. .................................................................................... 26

10: Célula Silício Amorfo. .......................................................................................... 27

11: Camadas de um módulo fotovoltaico de silício cristalino. ................................... 28

12: Célula solar, módulo, painel e constituição da matriz. ......................................... 28

13: Tipos de Baterias. ............................................................................................... 29

14:Tipos de Inversor Off-Gride e On-Grid. ................................................................ 30

15: Consumo energético mundial de 1990 a 2040. ................................................... 34

16: Geração mundial de eletricidade por tipo de combustível, de 2010 a 2040.

....................................................................................................................................35

17: Estrutura de participação das fontes de energia no Brasil....................................36

18: Localização da cidade de Lagarto.........................................................................39

19: Localização da local de estudo via satélite........................................................... 45

Page 9: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

LISTA DE TABELAS

1: Dados da irradiação solar diária média mensal no município de Lagarto - SE.........46

2: Especificações do painel solar fotovoltaico.............................................................48

3: Custos do Sistema Fotovoltaico on-grid..................................................................52

4: Payback do sistema fotovoltaico.............................................................................54

Page 10: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

LISTA DE GRÁFICOS

1: Consumo energético do local. ............................................................................... 47

2: Consumo energético x Geração esperada. ........................................................... 51

Page 11: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

LISTA DE EQUAÇÕES

1. ............................................................................................................................... 40

2. ............................................................................................................................... 41

3. ............................................................................................................................... 42

4. ............................................................................................................................... 43

5. ............................................................................................................................... 44

6. ............................................................................................................................... 44

7 ................................................................................................................................ 44

Page 12: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 17

2.1 Energia Solar .................................................................................................. 17

2.2 Sistema Fotovoltaico ....................................................................................... 21

2.2.1 Componentes do sistema fotovoltaico ................................................... 24

2.2.1.1 Células fotovoltaicas ......................................................................... 25

2.2.1.2 Módulos ou painéis fotovoltaicos ..................................................... 27

2.2.1.3 Matriz ................................................................................................ 28

2.2.1.4 Bateria .............................................................................................. 29

2.2.1.5 Inversor ............................................................................................. 30

2.2.1.6 Controlador de carga ........................................................................ 30

2.2.1.7 Cabos ............................................................................................... 31

2.2.1.8 Contra surtos .................................................................................... 31

2.3 Vantagens e Desvantagens ............................................................................ 31

2.4 Legislação Brasileira – Normas ANEEL .......................................................... 32

2.5 Matriz Energética Mundial ............................................................................... 33

2.6 Matriz Energética Brasileira ............................................................................ 35

2.7 Energia Solar Fotovoltaico Brasileira .............................................................. 36

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 38

3.1 Definição do Ambiente de Estudo ................................................................... 38

3.2 Procedimentos para Cálculo ........................................................................... 39

3.2.1 Identificar o Local de Estudo para a Implantação do Sistema Solar e a

Irradiação ....................................................................................................... 40

3.2.2 Dados do Consumo Energético do Local de Estudo e o Tipo de Ligação

........................................................................................................................ 41

3.2.3 Determinar o Tipo do Painel Fotovoltaico On-Grid ................................ 41

3.2.4 Escolha do Inversor ou Microinversores ................................................ 42

3.2.5 Potência de Pico do Painel Fotovoltaico ............................................... 42

3.2.6 Estimativa do Número de Módulos Fotovoltaico ................................... 43

Page 13: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

3.2.7 Geração Fotovoltaica Esperada ............................................................ 43

3.2.8 Viabilidade Econômica do Sistema ....................................................... 44

4 RESULTADOS ....................................................................................................... 45

4.1 Local de Estudo .............................................................................................. 45

4.2 Dados Coletados de Irradiação Solar do Local ............................................... 46

4.3 Consumo Energético do Local ........................................................................ 47

4.4 Potência do Sistema ...................................................................................... 48

4.5 Tipo do painel fotovoltaico............................................................................... 48

4.6 Escolha do Inversor ........................................................................................ 49

4.7 Potência de pico do painel fotovoltaico ........................................................... 49

4.8 Estimativa de módulos Fotovoltaicos .............................................................. 50

4.9 Geração Esperada .......................................................................................... 50

4.10 Viabilidade econômica do sistema fotovoltaico ............................................. 52

4.11 Rentabilidade do sistema fotovoltaico ........................................................... 55

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 56

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57

ANEXOS ................................................................................................................... 61

Page 14: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

14

1 INTRODUÇÃO

Desde os tempos remotos que as civilizações antigas utilizam a inesgotável

energia do sol para a realização de diversas atividades. O Sol é a principal fonte de

energia de nosso planeta, sendo que todas as outras fontes conhecidas de energia

(eólica, hidrelétrica, biomassa) derivam de forma direta ou indireta da energia solar

(CRESESB, 2006).

A conversão de energia solar em energia elétrica a partir do princípio do

elemento fotovoltaico é uma das formas mais promissoras de energia alternativa,

sabe-se que painéis fotovoltaicos podem ser os grandes responsáveis pelo aumento

da produção de energia limpa em grandes centros, seja para demandas residenciais

ou empresariais, ganhando cada vez mais adeptos. Muitos autores acreditam que

adotar geração própria de energia solar é uma decisão acertada e que garante

eficiência à produção e redução de custos em médio e longo prazo (BRUSCHI et al.,

2011).

Partindo do que é observado no consumo energético de combustíveis fósseis

ao redor do mundo e levando em consideração a diversidade de energias limpas e

renováveis, sem a produção de poluição, o presente trabalho tem como problemática

responder se é possível a inserção da energia fotovoltaica nas residências de

pequeno porte para a busca da eficiência energética para grande parte da população.

As fontes de geração de energia se dividem em não renováveis, como

combustíveis fósseis e a nuclear, e renováveis, como hídrica, eólica, solar e biomassa.

Os combustíveis fósseis são grandes causadores de problemas climáticos, que

colocam em risco a sustentabilidade e o abastecimento de longo prazo do planeta.

Em virtude desses fatores, assuntos relacionados à preservação do meio ambiente e

aos recursos naturais têm sido amplamente discutidos em eventos nacionais e

internacionais, estando entre as prioridades e as preocupações atuais da comunidade

mundial (VENTURA FILHO, 2009).

É sabido que a forma de energia mais consumida no mundo está relacionada

aos combustíveis fósseis, a qual se trata de um recurso esgotável. Desse modo, a

hipótese para a problemática desse trabalho está na implantação do sistema

fotovoltaico em residências que oferecem ao consumidor autonomia em eficiência

Page 15: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

15

enérgica e com redução de danos ao meio ambiente, justamente por se tratar de uma

energia limpa e renovável advinda do sol.

Novas fontes de energias alternativas têm sido demasiadamente investigadas

nas últimas décadas, a fim de complementar a matriz energética atual, que baseia

majoritariamente em hidráulica e biomassa. Estudos mais recentes apontam que uma

energia que começou a ser utilizada em 1950 tem ganhado espaço e atenção no

cenário nacional (VENTURA FILHO, 2009).

O objetivo principal desse projeto é apresentar a viabilidade da introdução do

sistema fotovoltaico para a busca da eficiência energética em edificações de médio

padrão. No tocante aos objetivos específicos atrelados a esse trabalho têm-se:

demonstrar os conceitos que se referem à geração de energia elétrica com o uso do

sistema fotovoltaicos, elucidar as vantagens e desvantagens desse modelo de

alternativa energética e analisar a implantação do sistema de energia solar

fotovoltaica para uma residência unifamiliar de pequeno porte. Desse modo, será

dimensionado sistema fotovoltaico para uma residência em um centro urbano na

cidade de Lagarto/SE.

A realização desse trabalho justifica-se em função da relevância da energia

solar, visto que possui diversas vantagens se comparada a outras fontes energéticas.

Por ser renovável, inesgotável e não emitir gases poluidores, é considerada de baixo

impacto ambiental, bem diferente das hidrelétricas, o sistema fotovoltaico não

necessitam de uma grande área de instalação nem o desmatamento de vegetações

ou inundações para que possam funcionar.

Este trabalho foi desenvolvido por intermédio de uma revisão bibliográfica, por

meio de livros e artigos, com o intuito de analisar a viabilidade da implantação da

energia solar para residência de pequeno porte, visando descrever detalhadamente o

dimensionamento do sistema fotovoltaico on-grid. Quanto ao tipo de pesquisa,

identifica-se o delineamento como estudo de caso, com objetivos de caráter

exploratório e descritivo, assim como de uma abordagem qualitativa.

Por todos os motivos aqui descritos, é considerada uma energia limpa e

importante para o controle e preservação do meio ambiente. Além de não retirar da

natureza recursos essenciais à vida, a saber: a água potável, não emitir gases do

efeito estufa, como os combustíveis fósseis, além de não poluir rios e mares com

vazamentos como o petróleo, por exemplo. Dessa forma, este trabalho contribui como

um estudo de caso da instalação do Sistema Fotovoltaico on-grid, estabelecendo um

Page 16: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

16

sistema de compensação de energia e se tendo como utilização de uma fonte de

energia elétrica sustentável.

Diante do exposto, o presente trabalho está dividido em 6 capítulos que

abordam os seguintes assuntos: O capítulo 1 corresponde à introdução. O capítulo 2,

apresenta a revisão bibliográfica necessária ao desenvolvimento do trabalho. O

capítulo 3 apresenta os procedimentos para cálculo referente ao dimensionamento do

sistema fotovoltaico para uma residência. O capítulo 4 expõe a metodologia de

desenvolvimento adotada na pesquisa. O capítulo 5 traz os resultados encontrados a

partir dos procedimentos de cálculo e o capítulo 6 apresenta as considerações finais.

Page 17: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

17

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Energia Solar

É notável que com o passar dos tempos o consumo de energia relacionado aos

combustíveis fósseis tem aumentado, mesmo sabendo que se trata de um recurso

esgotável e gera grandes poluições através da sua queima. Com esse fato, questiona-

se o modelo energético atual. O sol se trata da maior fonte primária de energia

existente no planeta terra, sendo que ela influencia diretamente nas águas, nos

ventos, nas plantas e nos próprios combustíveis fósseis (BORGES et al., 2012).

A busca por uma alternativa energética sustentável a longo prazo vem

despertando interesse em formas de energias limpas e renováveis, de modo a

satisfazer as necessidades energéticas e sem ocasionar grandes mudanças para o

planeta. Para a resolução dessa questão, é que se insere a energia fotovoltaica, a

qual se trata da forma de energia gerada a partir da luz solar e pode ser vista com

variadas vantagens sobre as formas de geração tradicional (BORGES et al., 2012).

De acordo com Moreira (2017), a energia do sol é gerada a partir do fenômeno

da fusão nuclear que acontece nas camadas internas do sol. Na Figura 1 é possível

observar a estrutura solar.

Figura 1: Estrutura interna e da superfície do sol. Fonte: NASA (2017).

Page 18: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

18

A energia do sol vem sendo usada desde os tempos remotos para realizar

diversas atividades. De acordo com Moreira (2017), a história traz que o primeiro uso

essa energia foi século VII a.C., quando elementos vitrificados foram utilizados como

concentradores para a produção de fogo. E em 1931, as células fotovoltaicas foram

desenvolvidas nos EUA. Já em 1999, a capacidade instalada de energia solar

fotovoltaica no mundo todo já ultrapassava 1000 MW.

Com esse breve histórico, é possível observar que a energia solar veio sendo

incrementada pelo homem com o passar dos anos e com isso, criando diversas formas

de utilização para essa fonte de energia. O uso dos sistemas relacionados à energia

solar tem potencial para suprir grande parte da necessidade de energia do planeta.

Porém, há uma grande diversidade de limitações e barreiras que devem ser

ultrapassadas (MOREIRA, 2017).

Segundo Philippi Jr. et al. (2016), essas questões estão relacionadas

principalmente ao rendimento dos sistemas, aos seus custos e às necessidades de

armazenamento, isso porque a energia solar não está disponível no período da noite.

Os avanços tecnológicos têm tido o papel de superar esses problemas, sendo que a

adoção em massa dos sistemas solares auxiliaria muito neste sentido.

Figura 2: Energia solar, fontes nucleares e fósseis comparadas ao consumo de energia mundial em um ano. Fonte: The German Energy Society (2008).

Conforme Moreira (2017), a transmissão da energia do sol para a Terra, se dá

através das ondas curtas da radiação eletromagnética. Os comprimentos de onda de

97% da radiação solar variam entre 0,3 e 3,0 μm. Além disso, a radiação solar

Page 19: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

19

incidente no limite superior da atmosfera sofre uma série de reflexões, dispersões e

absorções, por causa das flutuações climáticas, em seu caminho até o solo.

A consequência da incidência total da radiação solar em contato de um corpo

no solo é o somatório de três componentes, uma direta, outra difusa e refletida. A

radiação direta é aquela oriunda diretamente do disco solar sem sofrer nenhuma

mudança de direção, além da provocada pela refração atmosférica. A radiação difusa

é aquela que um corpo recebe após a modificação da direção dos raios solares por

reflexão ou espalhamento na atmosfera. E a radiação refletida é influenciada pelas

características do solo e da inclinação do equipamento captador (PHILIPPI JR. et al.,

2016).

Na superfície terrestre, chega aproximadamente 51% a irradiação que incide

sobre a Terra, os outros 49% são refletidos ou absorvidos por outros meios e

fenômenos naturais. O efeito de reflexão da energia solar é demonstrado abaixo, na

Figura 3 (GOSWAMI, 2014).

Figura 3: Reflexão solar. Fonte: Pereira e Oliveira (2015).

A radiação solar total incidente sofre variações diferentes nos locais da

superfície da Terra. Enquanto uma superfície horizontal no Sul da Europa ocidental

(Sul da França) recebe em média por ano uma radiação de 1.200 kWh/m² e 1.500

kWh/m², ou mais, e no Norte, a energia anual varia entre 800, uma superfície no

deserto do Saara recebe cerca de 2.600 kWh/m² por ano, ou seja, duas vezes a média

europeia (BORGES et al., 2012).

Page 20: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

20

No Brasil, há um ótimo índice de radiação solar, principalmente no Nordeste

brasileiro. Na região do semiárido estão os melhores índices, com valores típicos de

200 a 250 W/m2 de potência contínua o que equivale a cerca de 1.752 a 2.190

kWh/m2 por ano de radiação incidente. Isso coloca o local entre as regiões do mundo

com maior potencial de energia solar (PHILIPPI JR. et al., 2016). A figura 4 mostra a

irradiação solar nos estados brasileiros.

Figura 4: Irradiação Solar no Brasil. Fonte: Pereira et al., (2006).

Para a produção de energia elétrica, há uma diferenciação que se dá

principalmente no processo de captação da radiação solar e seu condicionamento

adequado aos requisitos da tecnologia de uso final. A exemplo disso, existe a

tecnologia fotovoltaica, que efetua transformação direta da radiação solar em energia

elétrica (PHILIPPI JR. et al., 2016).

Page 21: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

21

2.2 Sistema Fotovoltaico

Um sistema fotovoltaico de energia se trata da composição de um ou mais

módulos fotovoltaicos, juntamente com um conjunto de equipamentos, como bateria,

controladores de carga, inversores e alguns equipamentos de proteção. Esses

equipamentos podem variar a depender da aplicação. Os sistemas fotovoltaicos

contêm células solares capazes de converter a energia solar diretamente em

eletricidade. Cada célula solar tem em sua composição de camada material

semicondutor. Quando a radiação solar incide sobre uma célula solar é gerado um

potencial elétrico (tensão) através das camadas de material semicondutor. Esse

potencial é responsável pela circulação de corrente elétrica por um circuito externo

quando este é fechado (PHILIPPI JR. et al., 2016).

A tecnologia fotovoltaica pode ser instalada em quase todas as regiões do

planeta. Por não conter partes móveis, esses sistemas podem operar de forma

silenciosa. Sistemas fotovoltaicos geralmente têm uma durabilidade de 25 anos

(PHILIPPI JR. et al., 2016).

Os Sistemas fotovoltaicos podem ser instalados próximos aos grandes centros

de consumo de energia, de forma centralizada ou descentralizada, conectada ou

desconectada da rede elétrica. Eles podem prover energia para pequenas ou grandes

aplicações. Nesse contexto, as aplicações de um sistema fotovoltaico podem ser

divididas em: sistemas autônomos (OFF-GRID) e sistemas conectados à rede elétrica

(ON-GRID) (BALFOUR, 2016).

Se faz necessário considerar que sistemas que não são integrados à rede

possuem baterias que armazenam a energia gerada, não sendo necessário nos

sistemas integrados, pois nesses casos a energia produzida excedente pode ser

transmitida para a rede e ser localizada em outros locais (CHUCO, 2007).

Nos sistemas OFF-GRID, que é retratado na Figura 5, possuem toda a energia

gerada guardada em baterias, o que assegura que o sistema atenda a demanda

mesmo em períodos em que a incidência solar seja insuficiente, funcionando da

seguinte forma: o sistema capta a luz solar a partir das placas fotovoltaicas, produz

energia elétrica a partir e corrente contínua, essa energia passa por um controlador

de carga responsável pela proteção das baterias contra descargas profundas e

Page 22: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

22

excesso de carga, toda esta energia será armazenada em um banco de baterias e só

então, passa por inversor de frequência que a converte de corrente contínua para

corrente alternada e só então é utilizada para consumo (RIBEIRO, 2012).

Figura 5: Sistema FV Off-Grid. Fonte: Neosolar (2019).

Os sistemas ON-GRID, demostrado na Figura 6, possuem características

semelhantes ao do sistema off-grid, a diferença básica é que a energia elétrica

proveniente das placas fotovoltaicas passam por um inversor grid-tie que realiza a

conversão de corrente continua em corrente alternada, sincronizando-a com a

frequência da rede (60Hz) a partir de um oscilador interno e ao mesmo tempo limita a

tensão de saída para que não seja maior do que a da rede, e, então, utiliza-se um

relógio de luz bidirecional que medirá a energia da concessionária, utilizada em

períodos que a energia fotovoltaica for insuficiente para atender a demanda, bem

como a energia solar gerada em excesso pelo sistema, que será inserida na rede da

concessionária distribuidora de energia elétrica (BRAGA, 2008).

Segundo Rüther (2004), basicamente, os sistemas on-grid podem se dividir em

dois tipos: o de forma centralizada, como se fosse uma usina convencional e longe

dos consumidores (grandes centrais fotovoltaicas) e de forma integrada a edificação,

próxima ao consumidor e descentralizada (pequeno porte).

Page 23: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

23

Os sistemas centralizados, por outro lado, podem produzir uma grande

quantidade de energia, de centenas de kW até vários MW, em um único local. Esses

sistemas são chamados de centrais fotovoltaicas e, geralmente, produzem energia

para indústrias ou centros urbanos com grande intensidade energética (BALFOUR,

2016).

Figura 6: Sistema FV On-Grid. Fonte: Neosolar (2019).

Os sistemas autônomos híbridos são sistemas em que a configuração não se

restringe apenas à geração fotovoltaica. Em outras palavras, são sistemas isolados

da rede elétrica nos quais existe mais de uma forma de geração de energia, por

exemplo, gerador diesel, turbinas eólicas e geração fotovoltaica. Esses sistemas são

mais complexos e necessitam de algum tipo de controle capaz de integrar os vários

geradores, de forma a garantir a melhor forma de operação para o usuário. Os

sistemas fotovoltaicos, além de serem usados para alimentação de cargas individuais,

remotas ou urbanas, podem ser instalados em minirredes associadas a outros tipos

de fontes, para alimentação de um grupo de cargas (MOREIRA, 2017).

Page 24: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

24

2.2.1 Componentes do sistema fotovoltaico

Os principais componentes de um sistema fotovoltaico são os módulos

fotovoltaicos nos quais ocorre a conversão direta de energia solar em energia elétrica

em corrente contínua e variável, o inversor presente em sistemas FV conectados à

rede ou em sistemas FV autônomos com cargas em corrente alternada e banco de

baterias com controlador de carga-descarga, que normalmente não e utilizado em

sistemas conectados à rede. Na Figura 7 é possível observar os componentes dos

dois tipos de sistema fotovoltaicos (BALFOUR, 2016).

Figura 7: Componentes do sistema fotovoltaico. Fonte: Portal Solar (2019).

Portanto, o processo de conversão da energia solar em energia elétrica

acontece por meio de células fotovoltaicas onde normalmente são feitas de silício ou

outro material semicondutor, sendo em duas camadas: uma positivamente carregada

e outra negativamente carregada, formando uma junção eletrônica. Quando a luz do

sol atinge o semicondutor na região dessa junção, o campo elétrico existente permite

o estabelecimento do fluxo eletrônico, antes bloqueado, e dá início ao fluxo de energia

Page 25: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

25

na forma de corrente contínua. Quanto maior a intensidade de luz, maior o fluxo de

energia elétrica, mas não precisa do brilho do sol para operar, pois gera eletricidade

também em dias nublados (ANEEL, 2008).

Geralmente são três componentes básicos de um sistema fotovoltaico para

geração de energia elétrica. O primeiro, é responsável pela geração de energia

através de painéis fotovoltaicos. O segundo, usado apenas no sistema off-grid, é

responsável pelo armazenamento da energia gerada em corrente contínua, sendo

constituído basicamente por um banco de baterias. Por fim, o terceiro é responsável

pelo condicionamento de potência, sendo composto por um inversor que transforma

a corrente contínua oriunda do banco de baterias em corrente alternada compatível

com equipamentos convencionais, no qual para o sistema off-grid exige um

controlador de carga que permite controlar a carga e descarga, bem como proteger o

banco de baterias (PINHO, 2014).

Conforme Philippi Jr. et al. (2016), os sistemas fotovoltaicos são

personalizados, dependendo das necessidades do local. Cada local tem fatores

ambientais diferentes. Esses fatores afetam o tipo de sistema necessário e o seu nível

de desempenho.

2.2.1.1 Células fotovoltaicas

As células fotovoltaicas, quando tratadas com impurezas químicas, em um

processo chamado dopagem, essas finas seções de material semicondutor reagem à

luz solar, criando tensão e corrente. As células fotovoltaicas são feitas de materiais

capazes de transformar a radiação solar diretamente em energia elétrica. As células

fotovoltaicas de silício podem ser classificadas de acordo com a sua estrutura

molecular que são: monocristalino, policristalino e silício amorfo (BALFOUR, 2016).

Os monocristalinos, conforme Figura 8, são feitos a partir de um único cristal

de silício ultrapuro. Esse silício é mais caro do que o policristalino, porém tem maior

eficiência (CEPEL. 2016).

Page 26: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

26

Figura 8: Célula Silício Monocristalina. Fonte: CEPEL (2016).

As células de silício policristalino, conforme Figura 9, são mais baratas que as

de silício monocristalino, pois exigem um processo de separação de células menos

rigoroso, portanto a eficiência é um pouco menor em comparação com às de

monocristalino.

Figura 9: Célula Silício Policristalina. Fonte: CEPEL (2016).

A célula de silício amorfo, Figura 10, apresenta alto grau de desordem na

estrutura e são obtidas por meio da deposição de camadas muito finas de silício sobre

superfícies de vidro ou metal. A utilização de silício amorfo para uso em fotocélulas

tem mostrado grandes vantagens tanto nas propriedades elétricas quanto no processo

de fabricação (CEPEL,2016).

Page 27: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

27

Figura 10: Célula Silício Amorfo. Fonte: CEPEL (2016).

2.2.1.2 Módulos ou painéis fotovoltaicos

Os módulo ou painéis consistem em várias células ligadas em série e em

paralelo, para fornecer tensões e corrente. O módulo fotovoltaico é o componente

responsável pela captação da radiação solar. Ele é composto por um conjunto de

células solares interligadas, geralmente fabricadas com tecnologias de silício cristalino

ou tecnologias de filmes finos. A Figura 11 apresenta o diagrama de um módulo

fotovoltaico plano composto por células de silício cristalino (BALFOUR, 2016).

Page 28: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

28

Figura 11: Camadas de um módulo fotovoltaico de silício cristalino.

Fonte: Philippi Jr. et al. (2016).

2.2.1.3 Matriz

O componente matriz, Figura 12, consiste em vários painéis ligados em série e

em paralelo, para fornecer tensões e correntes específicas. A matriz normalmente é

presa a uma estrutura de montagem (PHILIPPI JR. et al., 2016).

Figura 12: Célula solar, módulo, painel e constituição da matriz. Fonte: Portal Energia (2019).

Page 29: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

29

2.2.1.4 Bateria

A bateria, que pode ser definida como um dispositivo de armazenamento de

energia elétrica de corrente direta (DC). Há diversos modelos de baterias existentes

no mercado, como demonstrado na figura 13. Até mesmo os sistemas FV conectados

à rede de distribuição de energia elétrica frequentemente podem se beneficiar de um

sistema de armazenamento em baterias, em que a falta de energia é uma

preocupação (PHILIPPI JR. et al., 2016).

Os sistemas de energia solar que utilizam banco de baterias como fonte de

alimentação, necessitam de controlador de carga para administrar a carga e descarga

das baterias, pois o controlador oferece controle para facilitar a máxima transferência

de energia do módulo fotovoltaico ao banco de baterias, ainda protege as baterias de

cargas ou descargas excessivas. Os controladores de carga devem ser compatíveis

com a tensão do banco de baterias que se deseja carregar (GREENPRO, 2004).

Figura 13: Tipos de baterias. Fonte: Portal Solar (2019).

Page 30: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

30

2.2.1.5 Inversor

O inversor DC-AC, que converte a energia de corrente direta (DC) para corrente

alternada (AC), para ser utilizada em eletrodomésticos, eletrônicos e outros

dispositivos. Para cada tipo de sistema fotovoltaico deve ser utilizado o inversor que

esteja de acordo com o sistema (BALFOUR, 2016). Na Figura 14 é possível observar

a variedade de modelos de inversores.

Figura 14:Tipos de Inversor Off-Gride e On-Grid. Fonte: Portal Solar (2019).

2.2.1.6 Controlador de carga

O controlar de carga regula, carrega e mantém a tensão da bateria; carga

elétrica, inclui os eletrodomésticos e outros dispositivos que usam a energia gerada

pelo sistema FV. As cargas elétricas podem ser DC ou AC. É possível ter os dois tipos

de carga elétrica no mesmo sistema FV (PHILIPPI JR. et al., 2016).

Page 31: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

31

2.2.1.7 Cabos

Cabeamento são os fios, também conhecidos como condutores, que conectam

os componentes do sistema para produzir circuitos (BALFOUR, 2016).

2.2.1.8 Contra surtos

Um protetor contra surtos é um dispositivo que protege contra choques elétricos

provenientes de curtos-circuitos e contra danos decorrentes das flutuações de energia

(BALFOUR, 2016).

2.3 Vantagens e Desvantagens

A energia solar apresenta diversas vantagens. De acordo com Braga (2008), a

vantagem mais clara é não precisar pagar conta de luz, pois a luz solar é de graça.

Esse modelo de geração de energia é limpo, já que não produz nenhum tipo de

poluição, e é renovável.

Quanto ao sistema fotovoltaicos, a vantagem para os módulos é a necessidade

de mínima manutenção, já que sua vida útil é superior a 25 anos e possui uma fácil

instalação, sem necessidade de peças móveis, desse modo, requer o mínimo de

manutenção, somente limpeza dos painéis. A instalação é simples, não há consumo

algum de combustível, é resistente a condições climáticas externas (granizo, vento,

temperaturas e umidade), não causa impacto ambiental, permite aumentar a potência

instalada através de incorporação de módulos adicionais, gera energia mesmo em

dias nublados (NARUTO, 2017).

Firmino & Souza (2015) enfatizam que além de redução de perdas por

transmissão e distribuição de energia, já que a eletricidade é consumida onde é

produzida, ocorre também a redução de investimentos em linhas de transmissão e

distribuição e fornece maior quantidade de eletricidade nos momentos de maior

Page 32: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

32

demanda (exemplo: uso de ar-condicionado é maior ao meio-dia, e a produção de

energia também é maior neste momento), não exige uma área física dedicada.

As desvantagens são que as células fotovoltaicas necessitam de tecnologia

sofisticadas para a sua fabricação, o custo do investimento ainda é elevado e o

rendimento real de conversão de um módulo é reduzido, face ao custo de investimento

(NARUTO, 2017).

O custo de rendimento é atrelado ao índice de radiação, temperatura,

quantidade de nuvens, dentre outros e um painel solar consome uma quantidade

enorme de energia para ser fabricado, sendo que a energia para a fabricação de um

painel solar pode ser maior do que a energia gerado por ele (SHAYANI, 2006).

Outro ponto que se trata de uma desvantagem, são que as formas de

armazenamento da energia solar são pouco eficientes quando comparadas, por

exemplo, aos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) a energia hidrelétrica

(água) e a biomassa (bagaço da cana ou bagaço da laranja) (TORRES, 2012).

2.4 Legislação Brasileira – Normas Agência Nacional de Energia Elétrica

(ANEEL)

Com a edição da Resolução Normativa ANEEL nº 482, de 17 de abril de 2012,

a ANEEL favoreceu a ampliação da geração de energia solar fotovoltaica em unidades

consumidoras. De acordo com a ANEEL (2012), essa normativa que estabelece as

condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos

sistemas de distribuição de energia elétrica, criando o sistema de compensação de

energia, no qual injeta-se a energia produzida na rede, sendo tal energia abatida do

consumo da própria unidade ou de outra do mesmo titular.

Conforme a ANEEL (2012), as normas restringem a contratação de geração

distribuída pelas distribuidoras somente a empreendimentos de agentes

concessionários, permissionários e autorizados, não prevendo expressamente a

compra de unidades consumidoras que instalem painéis solares fotovoltaicos para

consumo e injetem o excedente de energia na rede.

Segundo a resolução 687 da ANEEL (2015), que complementa a resolução

anterior 482/12, vigente desde 1 de março de 2016, permite o uso de qualquer fonte

Page 33: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

33

renovável, além da cogeração qualificada, denominando-se microgeração distribuída

a central geradora com potência instalada até 75 quilowatts (KW) e minigeração

distribuída aquela com potência acima de 75 kW e menor ou igual a 5 MW (sendo 3

MW para a fonte hídrica), conectadas na rede de distribuição por meio de instalações

de unidades geradoras. Quando a quantidade de energia gerada em determinado mês

for superior à energia consumida naquele período, o consumidor fica com créditos que

podem ser utilizados para diminuir a fatura dos meses seguintes.

Ainda de acordo com a resolução da ANEEL (Agência Nacional de Energia

Elétrica, 2015) 687/15 as novas regras, o prazo de validade dos créditos passou de

36 para 60 meses, sendo que eles podem também ser usados para abater o consumo

de unidades consumidoras do mesmo titular situadas em outro local, desde que na

área de atendimento de uma mesma distribuidora. Esse tipo de utilização dos créditos

foi denominado “autoconsumo remoto”.

Caso a energia injetada na rede seja superior à consumida, cria-se um “crédito

de energia” que não pode ser revertido em dinheiro, mas pode ser utilizado para abater

o consumo da unidade consumidora nos meses subsequentes ou em outras unidades

de mesma titularidade (desde que todas as unidades estejam na mesma área de

concessão), com validade de 60 meses (ANEEL, 2015).

Um exemplo é o da microgeração por fonte solar fotovoltaica: de dia, a “sobra”

da energia gerada pela central é passada para a rede; à noite, a rede devolve a

energia para a unidade consumidora e supre necessidades adicionais. Portanto, a

rede funciona como uma bateria, armazenando o excedente até o momento em que

a unidade consumidora necessite de energia proveniente da distribuidora (ANEEL,

2015).

2.5 Matriz Energética Mundial

A matriz energética é o panorama de distribuição real de aproveitamento dos

recursos energéticos dentro de um país, de uma região ou do mundo. Sua

determinação está diretamente vinculada ao balanço energético, e sua aplicação

consiste em estudos setoriais que têm por finalidade apresentar a evolução da

Page 34: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

34

demanda e da oferta de energia de um país, região ou de todo o mundo (MOREIRA,

2017).

A matriz energética é criada tendo como base o período de um ano e a análise

de um cenário específico. Projetada para determinado período, propõe como deve ser

o desenvolvimento energético de uma região nesse espaço de tempo. A construção

da matriz é feita levando-se em consideração os diversos setores de produção,

industrial, residencial, agropecuário e de serviços do lado da demanda e, do lado da

oferta, os centros de transformação das principais fontes de energia. O gráfico da

Figura 15 apresenta o consumo energético mundial, com a evolução da oferta e do

consumo, de 1990 a 2040, e o gráfico da Figura 16 mostra a geração líquida de

energia por cada tipo de combustível (MOREIRA, 2017).

Figura 15: Consumo energético mundial de 1990 a 2040. Fonte: IEA (2013).

Page 35: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

35

Figura 16: Geração mundial de eletricidade por tipo de combustível, de 2010 a 2040. Fonte: IEA (2013).

2.6 Matriz Energética Brasileira

Segundo o relatório final do Balanço Energético Nacional de 2014 (MME/EPE,

2014), o Brasil dispõe de uma matriz elétrica de origem predominantemente

renovável, sendo que 64,9 % da oferta interna correspondem à geração hidráulica e

79,3 % da oferta interna de eletricidade correspondem às fontes renováveis. Do lado

do consumo, o setor residencial apresentou alta de 6,2 %. O setor industrial registrou

uma ligeira alta de 0,2 % no consumo de eletricidade em relação ao ano de 2012. Os

demais setores (público, agropecuário, comercial e transportes) apresentaram alta de

4,8 % em relação a 2012. O setor energético aumentou 12,6 % (MOREIRA, 2017).

Em 2013, a capacidade total instalada de geração de energia elétrica do Brasil

(centrais de serviço público e autoprodutoras) somou 126.743 MW, o que representa

um acréscimo de aproximadamente 5,8 GW. Na expansão da capacidade instalada,

as centrais hidrelétricas contribuíram com 30 %, enquanto as centrais térmicas

responderam por 65 % da capacidade adicionada. Por fim, as usinas eólicas foram

responsáveis pelos 5 % restantes de aumento do grid nacional (MOREIRA, 2017). Na

Page 36: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

36

figura 17 é possível observar o balanço energético de acordo com as participações

das fontes energéticas do Brasil.

Figura 17: Estrutura de participação das fontes de energia no Brasil. Fonte: Balanço Energético Nacional (2020).

2.7 Energia Solar Fotovoltaica Brasileira

O Brasil apresenta um satisfatório índice de radiação solar, principalmente

quando se considera as altas temperaturas no nordeste do país, na região do

semiárido encontra-se os índices mais promissores, com valores entre 1.752 até

2.190kWh/m² por ano de radiação incidente, esse fato dá ao Brasil uma vantagem

quando comparado aos países industrializados no que diz respeito à aplicação de

energia fotovoltaica (TIBA; FRAIDENRAICH; BARBOSA, 2001).

No entanto, ainda que o Brasil possua um enorme potencial para a utilização

desse tipo de energia, os baixos rendimentos apresentados pelas tecnologias, em sua

conversão de energia solar em eletricidade, e os investimentos iniciais de valores

elevados formam empecilhos consideráveis para a utilização em terras nacionais

(PINHO et al., 2008).

Page 37: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

37

Ainda que apresente diversos obstáculos para a geração de energia

fotovoltaica, o Brasil é o país na América do Sul que as pesquisas e tecnologias para

geração de energia fotovoltaica estão mais avançadas. Sendo o pioneiro na

fabricação de célula fotovoltaica para comercialização, através de silício

monocristalino, indo além da montagem primária de painéis solares (MARINI; ROSSI,

2003).

A produção de energia solar no Brasil, principalmente em regiões de difícil

acesso e favorecida pelo seu elevado índice de insolação. É ainda um sistema muito

vantajoso para o ambiente, tendo em vista que o sistema solar, funcionando como um

reator à fusão fornece ao planeta diariamente uma capacidade energética

consideravelmente alta e inigualável a qualquer outro sistema energético, sendo a

fonte essencial e imprescindível para quase a totalidade dos sistemas energéticos

comumente utilizados pelo homem (MACEDO, 2006).

Page 38: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

38

3 METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido através de uma revisão bibliográfica, por meio

de livros e artigos, com o intuído de analisar a viabilidade da implantação da energia

solar para residência de pequeno porte, visando descrever detalhadamente o

dimensionamento do sistema fotovoltaico on-grid.

A pesquisa bibliográfica procura explicar e discutir um tema com base em

referências teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos e outros. Busca

também, conhecer e analisar conteúdos científicos sobre determinado tema

(MARTINS, 2001).

Este tipo de pesquisa tem como finalidade colocar o pesquisador em contato

direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto

(MARCONI; LAKATOS, 2007). Desta forma, segundo os autores acima, a pesquisa

bibliográfica não é apenas uma mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre

determinado assunto, mas sim proporciona o exame de um tema sob novo enfoque

ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras.

Quanto ao tipo de pesquisa, identifica-se o delineamento como estudo de caso,

com objetivos de caráter exploratório e descritivo, assim como de uma abordagem

qualitativa. Conforme descrito por Lakatos (2003), o autor vai analisar criticamente os

dados coletados, ou seja, ler e interpretar para chegar a suas próprias conclusões a

partir de estudos observacionais. Bem como na elaboração dos resultados, a partir do

dimensionamento de um sistema fotovoltaico para uma residência.

3.1 Definição do Ambiente de Estudo

O local de pesquisa está situado na cidade de Lagarto, no interior do estado de

Sergipe, com uma população estimada de 105.221 mil habitantes. Nesse município,

será realizado um projeto de dimensionamento do sistema fotovoltaico on-grid em

uma residência unifamiliar, composta por 4 pessoas. Como está localizado no

nordeste do país, possui um grande potencial para o uso da energia solar.

Page 39: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

39

Figura 18: Localização da cidade de Lagarto. Fonte: Weather Spark (2021).

3.2 Procedimentos para Cálculo

Para a realização do dimensionamento do sistema fotovoltaico conectado à

rede (on-grid), foi levado em consideração as teorias do manual de engenharia para

o sistema fotovoltaico dos autores Pinho e Galdino (2014) da CEPEL-CRESESB. Para

melhor compreensão do dimensionamento do sistema fotovoltaico, neste trabalho,

será apresentado por partes, explicando como se dá o processo de cálculos.

Desse modo, a primeira etapa do dimensionamento se trata da identificação do

local do projeto que será instalado os módulos fotovoltaicos e, consequentemente,

analisar a irradiação que incide no local da implantação. A próxima etapa, compreende

em verificar o consumo energético da residência unifamiliar e o tipo de ligação com a

concessionária.

Depois de obtidos esses dados, se faz necessário determinar o modelo do

painel solar fotovoltaico a ser usado no sistema fotovoltaico e escolher qual tipo de

Page 40: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

40

inversor ou microinversores será mais viável para a unidade consumidora. Após a

obtenção desses dados, será realizado uma análise para estimar o tempo do retorno

financeiro, ou seja, o payback.

3.2.1 Identificar o Local de Estudo para a Implantação do Sistema Solar e a Irradiação

Se faz extremamente necessário uma análise completa do local de estudo, ou

seja, coletar todos os dados disponíveis que possam contribuir na estimativa da área

disponível para o dimensionamento. Essa análise pode ser realizada através de

registros fotográficos ou por meio de programas de imagem via satélite, que permitem

visualizar o local de instalação do sistema fotovoltaico e se há a existência de

possíveis sombreamentos.

A região Nordeste dispõe de um dos maiores índices de radiação solar e no

estado da Sergipe possui um grande potencial para implantação do sistema

fotovoltaico. Desse modo, para calcular esses dados especificamente na cidade de

Lagarto - SE, utilizou-se o programa online sundata, que é ofertado pelo site do Centro

de Referência Solar e Eólica Sérgio Brito (CRESESB).

Desse modo, coletar as informações de irradiação solar diária média mensal

proporcionam uma grande contribuição para os cálculos de dimensionamento do

sistema fotovoltaico. Além disso, é necessário, obter a quantidade de horas de sol

pleno (HSP) na região de estudo, pois representa a maior quantidade de horas por dia

que a radiação permanece constante e igual a 1 KW/m². Com o dado da irradiação

solar diária média mensal coletada pelo programa sundata, através das coordenadas

geográficas da unidade consumidora (UC), calcula-se com a equação 1, com isso, irá

estipular a quantia de horas de sol pleno do local de interesse.

𝐻𝑆𝑃 (ℎ

𝑑𝑖𝑎) =

𝑖𝑟𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎çã𝑜

1𝐾𝑊𝑚2

(1)

Page 41: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

41

3.2.2 Dados do Consumo Energético do Local de Estudo e o Tipo de Ligação

Para o dimensionamento fotovoltaico, deve-se analisar os últimos doze meses

do consumo de energia elétrica do local do projeto. Com isso, o valor da média anual

do consumo em KW/h (Kilo Watts/hora), deverá ser descontado o valor do custo de

disponibilidade de energia pela concessionária, sendo sua variação tarifária de acordo

a ligação residencial. Desse modo, reduzindo 30KW/h para monofásico, 50KW/h para

bifásico e 100KW/h para trifásico. Portanto, aplicando esses dados na equação 2,

permite determinar a geração ideal do sistema fotovoltaico.

Onde:

GI = Geração ideal;

CM = Consumo mensal;

CD = Custo de disponibilidade.

3.2.3 Determinar o Tipo do Painel Fotovoltaico On-Grid

Para cálculo do dimensionamento do sistema fotovoltaico é necessário

conhecimento de outros dados além da área disponível para instalação dos

equipamentos, horas de sol pleno (HSP) e histórico de consumo energético. Outros

dados que devem ser considerados são os tipos de painéis fotovoltaicos, as

especificações técnicas, orientação e ângulo de inclinação, sombreamento, modelos

de fabricação, eficiência energética, perdas de cargas, tolerância de potência do

painel fotovoltaico, qualidade da moldura e garantia do arranjo fotovoltaico.

Desse modo, foram analisados alguns fabricantes de painéis solares

fotovoltaicos ativos atualmente do mercado, tais como: Canadian Solar, SunPower,

Jinko Solar, Trina Solar, Kyocera Solar, LG Solar, Yingli Solar, e First Solar.

𝐺𝐼 = 𝐶𝑀 − 𝐶𝐷

(2)

Page 42: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

42

3.2.4 Escolha do Inversor ou Microinversores

Com o tipo de placa solar determinada, é importante escolher o inversor ou

microinversores do sistema. Vale ressaltar que devem ser compatíveis com a potência

de pico do painel solar fotovoltaico.

Foi possível perceber que no mercado há dois tipos de inversores: o inversor

solar tradicional e os microinversores. Nesse projeto de dimensionamento de sistema

fotovoltaico, foi levado em consideração, alguns critérios como o monitoramento

individual das placas solares, prevenção contra possíveis sombreamentos que

poderão vir a existir ao longo da vida útil, desempenho individualizado, segurança na

instalação e modularidade do sistema fotovoltaico.

3.2.5 Potência de Pico do Painel Fotovoltaico

O cálculo da potência de pico do painel fotovoltaico tem como objetivo estimar

a potência máxima suportada pela fonte de alimentação. Com a determinação dessa

informação, possibilita uma proteção, evitando possíveis defeitos na fonte de

alimentação. A potência de pico pode ser calculada com a equação 3.

𝑃𝑓𝑣 (𝑊𝑝) =(

𝐸𝑇𝐷)

𝐻𝑆𝑃𝑚𝑎

(3)

Nessa perspectiva:

Pfv (Wp) = Potência de pico do painel fotovoltaico;

E (Wh/dia) = Consumo diário médio anual da edificação (descontado o valor mínimo

de disponibilidade de energia);

HSPma (h) = Média diária anual de horas de sol plena (HSP) incidente no plano do

painel fotovoltaico;

TD (adimensional) = Taxa de desempenho.

Page 43: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

43

A taxa de desempenho é uma relação entre o desempenho real do sistema sob

determinadas condições e o provável desempenho teórico máximo. Segundo Pinho e

Galdinho (2014), a taxa de desempenho adotada para o sistema fotovoltaico

conectado à rede (SFCR), sem sombreamento e nas condições de radiação solar no

Brasil gira em torno de 70% a 80% TD.

3.2.6 Estimativa do Número de Módulos Fotovoltaico

Para o cálculo da estimativa inicial da quantidade de painéis solares fotovoltaico

necessários ao sistema on-grid, utiliza-se a equação 4, levando em consideração as

máximas potências dos módulos fotovoltaicos.

𝑄𝑢𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 = 𝑃𝑓𝑣(𝑊𝑝)

𝑃𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙

(4)

Onde:

Pfv (Wp) = Potência de pico do painel fotovoltaico;

Ppainel = Potência do painel.

3.2.7 Geração Fotovoltaica Esperada

Com o sistema fotovoltaico em uso na unidade consumidora (UC), com todos

os componentes definidos, é nítido que será gerado uma certa quantidade de energia

solar fotovoltaica. Com essa questão, é imprescindível calcular o quanto de energia

será produzida pelo sistema fotovoltaico, de modo que possibilita uma comparação

entre o consumo energético e a geração fotovoltaica, conforme a equação 5.

Page 44: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

44

𝐺𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∑ 𝐼o ∗ A ∗ Ƞ 𝑛

𝑡=0

(5)

Onde:

n = Número de dias no mês;

Io = Radiação média diária do mês em KWh/m²dia;

A = Área total dos módulos fotovoltaicos;

Ƞ = Eficiência do painel.

3.2.8 Viabilidade Econômica do Sistema

Nesta parte do projeto, realiza o cálculo do período de retorno do investimento

que foi aplicado para a implantação do sistema fotovoltaico através da equação 6.

Com isso, obtendo uma projeção da quantidade de tempo necessário para recuperar

os custos investidos nesse projeto.

𝑃𝐷 =𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 ∗ 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 [𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠]

(6)

Deve-se calcular também, a taxa de retorno anual, para isso, basta verificar a

proporção entre a economia obtida no primeiro ano e o investimento inicial do sistema

(SOLAR, 2017).

𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐸𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙

𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

(7)

Page 45: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

45

4 RESULTADOS

4.1 Local de Estudo

A área de estudo se encontra na cidade de Lagarto, no estado de Sergipe. Se

trata de uma residência unifamiliar e está localizada na Rua Filadelfo Dórea, 825, no

centro da cidade, com as seguintes coordenadas: latitude: 10°54'45.3" Sul e longitude:

37°39'42.2" Oeste. Com as coordenadas e com auxílio do Google Maps, foi possível

obter a localização via satélite, conforme a Figura 19.

Figura 19: Localização do local de estudo via satélite. Fonte: Google Maps (2021).

Page 46: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

46

4.2 Dados Coletados de Irradiação Solar do Local

Foi realizado coletas de informações a respeito da irradiação solara diária

média mensal, tanto no plano horizontal quanto no inclinado na região de lagarto –

SE. Os dados em questão foram retirados do banco de dados na CRESESB, pelo

programa sundata. Desse modo, a Tabela 1 traz de forma mais clara esses dados.

Tabela 1: Dados da irradiação solar diária média mensal no município de Lagarto - SE. Fonte: CRESESB (2018).

Com a análise desses dados, é possível perceber uma oscilação da geração

de energia fotovoltaica e essa diferença está relacionada a variação climática da

região. Dessa forma, em estações mais quentes haverá maior produção de energia,

principalmente no plano horizontal. Em tempos nublados a produção será

consideravelmente reduzida.

Analisando a Tabela 1 e executando as médias desses dados, resultará uma

maior quantidade de irradiação solar no plano inclinado, em 5,23 KWh/m²dia e uma

menor irradiação solar no plano horizontal, em 5,21 KWh/m²dia. Contudo, para o

dimensionamento do sistema fotovoltaico conectado à rede (SFCR), é recomendado

considerar as condições menos favoráveis para os cálculos, portanto, adotou-se a

irradiação solar no plano horizontal de 5,21 KWh/m²dia.

Vale ressaltar que no SFCR, haverá meses em que a produção será

insuficiente ao consumo, podendo então ser abastecida pela rede elétrica da

concessionária. Por outro lado, o dimensionamento proporcionará na maioria dos

Page 47: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

47

meses, uma compensação energética, ou seja, a geração será maior que a produção

e garantirá créditos energéticos na própria concessionária.

Conforme a equação 1, a quantidade de HSP é a mesma da irradiação solar

diária média anual, ou seja, o resultado obtido é de 5,21 horas de sol pleno (HSP).

4.3 Consumo Energético do Local

Para determinar os dados de consumo energético, foi necessária uma análise

dos dados da fatura de energia elétrica no período de 12 meses. O levantamento

encontrado está abaixo no Gráfico 1.

Gráfico 1: Consumo energético do local. Fonte: Criação da autora (produzido em 2021).

Com os dados da fatura de energia fornecido pela energia, foi possível analisar

os últimos doze meses entre o ano de 2020 e 2021. Desse modo, obteve-se o

resultado de 380,58 KWh/ mês, através de uma média dos valores de consumo. Após

a obtenção desses dados, deverá subtrair a taxa mínima de disponibilidade de energia

350,00 344,00

450,00

420,00400,00

360,00 358,00 350,00 355,00 360,00

400,00420,00

380,58

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Val

ore

s em

KW

/h

Consumo dos últimos doze meses

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48

de uma unidade consumida monofásica. Desse modo, aplicando a equação 2, obtém-

se o resultado estimado para geração ideal de energia de 350,58 KWh/mês, sendo

equivalente a 11,68 KWh/dia.

𝐺𝐼 = 380,58 − 30

𝐺𝐼 = 350,58 𝐾𝑊/ℎ

4.4 Determinar potência do sistema

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 =𝑔𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 𝑚é𝑑𝑖𝑎

𝐻𝑆𝑃 ∗ (1 − 𝐹𝑃)

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 =11,68

5,21 ∗ (1 − 0,25)

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 2,98 𝑘𝑊𝑝

FP = fator de perda = 25%

4.5 Determinar o tipo do painel fotovoltaico on-grid

Buscando atender aos requisitos de durabilidade, confiabilidade no mercado,

custo e benefício e eficiência do módulo, optou-se por escolher os painéis solares

policristalinos da marca Canadian Solar, conforme a Tabela 2, com potência nominal

de 390W e modelo CS3U KUMAX.

Tabela 2: Especificações do painel solar fotovoltaico. Fonte: Genyx (2021).

Fabricante Canadian Solar

Potência máxima (pmax) 390 w

Tensão de circuito aberto (voc) 46,8 v

Tensão em potência máxima

(vmp)

38,3 v

Corrente de curto-circuito (isc) 10,74 a

Corrente em potência máxima

(imp)

10,19 a

Tolerância de potência 0 ~ + 5 w

Eficiência do módulo 17,65%

Dimensões 2108 X 1048 X 40 mm

Page 49: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

49

O posicionamento dos painéis solares para otimizar o seu desempenho é

direcionada ao Norte. Desse modo, através dos dados do sundata da CRESESB, foi

possível identificar que a inclinação ideal para absorção do maior potencial de

irradiação solar é igual a latitude da região de estudo, que dispõe de ângulo igual a

latitude de 11º de inclinação ao Norte.

4.6 Escolha do Inversor

O modelo adotado foi o inversor fronius de 3,0Kw, da fabricante Fronius. A

escolha foi feita com base na potência que foi determinada para os sistemas. Este

modelo possui potência nominal de 3000W na saída e na entrada pode operar arranjos

de módulos fotovoltaicos com potência instalada entre 2,5KW e 4,5KW.

4.7 Potência de pico do painel fotovoltaico

Para a realização do cálculo de potência de pico dos módulos fotovoltaicos,

optou-se por adotar uma taxa de desempenho (TD) de 80%, isso porque há uma

redução de 20% ao ano da eficiência dos painéis, de acordo com a garantia de

desempenho linear do fabricante. Utilizou-se os resultados do consumo diário médio

anual de 11,68 KWh/dia e HSP de 5,21 horas na equação 4. Portanto, a potência de

pico dos painéis é de 2,80 Wp (Watts pico).

𝑃𝑓𝑣 (𝑊𝑝) =(11,68

0,8 )

5,21

𝑃𝑓𝑣 (𝑊𝑝) = 2,80

Page 50: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

50

4.8 Estimativa do número de módulos fotovoltaicos

Após a potência de pico determinada, foi possível determinar também a

quantidade de módulos fotovoltaico que serão instalados para atender à necessidade

e ser compatível com o sistema. Desse modo, utilizando a equação 5, com os valores

da potência de pico e potência dos painéis solares resultará em 7,17 painéis. Optou-

se por arredondar a quantidade de painéis solares desse sistema para 8 módulos

fotovoltaicos de 390 Watts.

𝑄𝑢𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 = 2800

390 = 7,17

4.9 Geração fotovoltaica esperada

Com a resolução dos cálculos da equação 7, permitiu-se estimar a geração de

energia solar mensal e anual do sistema fotovoltaico na unidade consumidora. Com o

Gráfico 2 é possível observar a relação entre o consumo energético e a geração

esperada.

Page 51: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

51

Gráfico 2: Consumo energético x Geração esperada. Fonte: Criação da autora (produzido em 2021).

Para a chegar na geração esperada, foram necessários dados, a saber: 30 dias

para todos os meses, uma quantidade de 8 módulos solares, área do painel solar e

sua eficiência energética. Então, percebe-se que na maioria dos meses a geração

esperada pelo sistema fotovoltaico ultrapassará o consumo energético da UC. Os

meses que a geração foi menor que o consumo, se dá ao fato de ser o período de

inverno, ou seja, o HSP desses meses é menor.

Desse modo, o saldo dos meses de maior geração, disponibilizará créditos

energéticos na concessionária de energia, ou seja, uma compensação para os meses

de baixa geração do sistema fotovoltaico conectado à rede (SFCR). Esses créditos

poderão ser utilizados em até 60 meses.

464,10

387,68360,65 373,70

416,57

492,99526,53

567,54 577,79 566,61 554,49 542,38

350,00 344,00

450,00420,00

400,00

360,00 358,00 350,00 355,00 360,00

400,00420,00

0

100

200

300

400

500

600

700V

alo

res

em K

W/h

Geração Esperada Consumo Mensal

Page 52: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

52

4.10 Viabilidade econômica do sistema fotovoltaico

Para estipular a viabilidade econômica, foi necessário realizar um levantamento

dos custos do investimento com o SFCR. Dessa forma, com base nas equações e

etapas anteriores, o sistema fotovoltaico on-grid será composto por 08 painéis solares

de 390W da fabricante Canadian solar e 1 inversor de 3,0Kw da fabricante Fronius,

equipado com uma potência instalada entre 2,5KW e 4,5KW.

Portanto, para a instalação do sistema fotovoltaico, foi levado em consideração

os valores de mercado e serviços locais. Os valores estimados dos custos estão

apresentados no orçamento da Tabela 3.

Tabela 3: Custos do Sistema Fotovoltaico on-grid. Fonte: Criação da autora (produzido em 2021).

Desse modo, para esse dimensionado de energia solar fotovoltaica o custo

para o investimento ficou em torno de R$ 22.126,39, esse valor foi determinado de

acordo com a necessidade de consumo da residência unifamiliar.

Vale ressaltar que para determinar a viabilidade econômica, é necessário

compreender que os módulos fotovoltaicos possuem garantia de 10 anos contra

defeito de fábrica e 25 anos para perda de eficiência dos painéis, acima de 20% ao

longo desses anos. Além disso, o inversor possui garantia de 07 anos contra defeito

de fabricação.

Diante do valor do investimento proposto, se faz necessário calcular o período

de retorno financeiro, também chamado de payback.

Equipamento e serviços

Quantidade Custo (R$)

Módulos fotovoltaicos 08 6.892,32

Inversor 01 8.834,07

Estrutura de fixação - 1.500,00

Cabos e conectores - 1800,00

Projeto e Homologação - 1.400,00

Instalação - 1.700,00

TOTAL 22.126,39

Page 53: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

53

O tempo de retorno do investimento, em inglês payback, no dimensionamento

de um sistema solar indica o tempo necessário para que as economias geradas

cubram todos os gastos iniciais da instalação, e assim dar lucro para ao proprietário.

Em suma, este cálculo é feito pelo levantamento do custo total do investimento e

dividindo-se pela economia proporcionada mensalmente, conforme equação 6

(SOLAR, 2017).

Para determinar o payback do investimento no sistema fotovoltaico conectado

à rede (SFCR), foi utilizado a equação 6. Na Tabela 4, é possível uma melhor

visualização dos dados encontrados. Portanto, conforme a equação 6, o payback para

esse projeto será de aproximadamente 85 meses, equivalente a 7 anos.

Fazendo o uso da equação 6 com o investimento inicial de R$ 22.126,39 e uma

energia gerada de 485,91 kWh, valor obtido a partir da geração média anual, sendo

por 12 (quantidades de meses no ano), a tarifa considerada foi a de R$ 0,53/kWh.

𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 =22.126,39

485,91 ∗ 0,53 ~ 85 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠

O custo para obtenção de um sistema fotovoltaico, além do investimento inicial,

também inclui custos operacionais, de manutenção e reposição. Com isso, o cálculo

do retorno de investimento será realizado considerando o pagamento à vista do

sistema. Além disso, será considerada uma vida útil de 25 anos dos módulos

fotovoltaicos, que de acordo com Energia (2015), é a expectativa média que os

fabricantes garantem, sendo 90% da potência até o 12º ano e 80% em 25 anos.

O retorno de investimento foi calculado a partir da projeção do preço da energia

juntamente com à capacidade média anual de geração do sistema. O valor inicial é o

de kWh 5.831,00 produzidos anualmente, é possível observar isso na Tabela 4, sendo

que a cada ano foi considerado uma depreciação de 1,25% ao ano, já que em média

os módulos têm uma eficiência de 80% no final dos primeiros 25 anos.

Para o cálculo do valor da economia, foi levada em conta a energia gerada no

ano multiplicado pela projeção do preço do kWh, que, atualmente, em Sergipe sai a

aproximadamente R$ 0,53. O primeiro fluxo de caixa é obtido subtraindo-se o valor do

investimento inicial pela economia do primeiro ano. Os seguintes são calculados a

partir da economia do ano e do fluxo de caixa passado. Para a projeção do preço da

energia, foi atribuída uma inflação energética de 10% ao ano, dado obtido a partir de

Page 54: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

54

uma estimativa após análise dos cenários dos últimos anos. Neste caso foi utilizado a

taxa de 11% ao ano.

Alguns componentes do sistema fotovoltaico não possuem a mesma

durabilidade que os módulos solares. O inversor, por exemplo, tem uma vida útil de

cerca de 07 anos, podendo chegar a 10 ou mais, dependendo das condições do

ambiente e da ocorrência de descargas atmosféricas (ENERGIA, 2015). Desse modo,

no 10º ano será considerada a troca do inversor, que para os fins matemáticos foi

considerado o mesmo preço orçado anteriormente. Os cálculos da economia do

sistema foram realizados usando como referência Colaferro (2017), na Tabela 4.

Tabela 4: Payback do sistema fotovoltaico. Fonte: Criação da autora (produzida em 2021).

ANO GERAÇÃO

(KW/h) TARIFA (R$)

ECONOMIA (R$)

FLUXO DE CAIXA (R$)

1º 5.831,00 0,53 3.090,43 - 19.035,96

2º 5.786,11 0,58 3.355,94 - 15.680,02

3º 5.686,13 0,64 3.639,12 - 12.040,89

4º 5.615,05 0,71 3.986,69 - 8.054,21

5º 5.544,86 0,78 4.324,99 - 3.729,22

6º 5.475,54 0,86 4.708,96 979,75

7º 5.407,09 0,95 5.136,74 6.116,48

8º 5.339,50 1,05 5.606,48 11.722,96

9º 5.272,75 1,16 6.116,39 17.839,35

10º 5.206,84 1,28 6.664,76 24.504,10

11º 5.141,75 1,42 7.301,29 31.805,39

12º 5.077,47 1,57 7.971,63 39.777,02

13º 5.014,00 1,74 8.724,36 48.501,38

14º 4.951,32 1,93 9.556,05 58.057,42

15º 4.889,42 2,14 10.463,36 68.520,78

16º 4.828,30 2,37 11.443,07 79.963,85

17º 4.767,94 2,63 12.539,68 92.503,54

18º 4.708,34 2,91 13.701,27 106.204,81

19º 4.649,48 3,23 15.017,82 121.222,63

20º 4.591,36 3,58 16.437,07 137.659,69

21º 4.533,96 3,97 17.999,82 155.659,52

22º 4.477,28 4,40 19.700,03 175.359,55

23º 4.421,31 4,88 21.575,99 196.935,54

24º 4.366,04 5,41 23.620,28 220.555,82

25º 4.311,46 6,00 25.868,76 246.424,58

Page 55: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

55

4.11 Rentabilidade do sistema fotovoltaico

Tendo em vista o retorno de investimento como um indicador importante no

momento de aquisição de um sistema fotovoltaico, outro fator interessante a ser

analisado é, também, a rentabilidade do projeto. Através da equação 7, foi possível

chegar a taxa de rentabilidade para o sistema fotovoltaico em questão.

No cenário atual, a relevância do retorno obtido investindo em energia solar é

bastante significativa frente às outras aplicações. A rentabilidade de um sistema

fotovoltaico pode ir de 10% a 50% ao ano, dependendo do tamanho do sistema e do

valor da tarifa (SOLAR, 2017).

𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑑𝑎𝑑𝑒 = 3.090,43

22.126,39= 0,1396 = 13,96%

Page 56: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

56

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o objetivo inicial de analisar a viabilidade um sistema fotovoltaico

residencial como alternativa de geração de energia e que suprisse as necessidades

dos seus usuários para uma para residência de pequeno porte, foi proposto neste

trabalho todo o detalhamento desse projeto de engenharia através do

dimensionamento. Diante dos cálculos de dimensionamento, investimento e taxa de

retorno do sistema, chegou-se à conclusão de que a execução do projeto é viável

devida à sua rentabilidade.

Tendo um investimento inicial de R$ 22.126,39 para aquisição dos módulos

fotovoltaicos e acessórios do sistema, já incluso mão de obra, a potência total

instalada será de 2,98 KWp distribuídas em 08 módulos. A capacidade de geração

anual, no primeiro ano, será de 5.831,00 kWh, resultando em uma economia inicial de

R$ 3,090,43.

Considerando o pagamento à vista do sistema, o tempo retorno de investimento

é igual a 7 anos, dentro dos padrões esperados para um sistema solar residencial.

Vale ressaltar que independentemente da escolha da forma de pagamento, o

proprietário terá em mãos um sistema com vida útil de no mínimo 25 anos, capaz de

gerar uma grande economia nas faturas de energia por muitos anos. Por se tratar de

uma residência de médio padrão, com baixo consumo se comparado a residências de

alto padrão, o tempo de retorno se torna bem superior. Desse modo, vale ressaltar

que quanto maior for o consumo energético da residência, maior viabilidade terá

sistema fotovoltaico.

O investimento no sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica, portanto,

torna-se uma opção muito viável devido ao cenário energético atual do país. Além

disso, a microgeração distribuída teve grande crescimento nos últimos anos, sendo

um cenário favorável para esse tipo de sistema.

Page 57: O USO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO COMO ALTERNATIVA …

57

REFERÊNCIAS

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58

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60

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ANEXO A - TERMO DE RESPONSABILIDADE DO REVISOR

DE LÍNGUA PORTUGUESA

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ANEXO B - DOCUMENTO COMPROBATÓRIO DE

HABILIDADE COM A LÍNGUA PORTUGUESA

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ANEXO C - TERMO DE RESPONSABILIDADE DO

TRADUTOR

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ANEXO D - DOCUMENTO COMPROBATÓRIO DE

HABILIDADE COM A LÍNGUA ESTRANGEIRA