6
O local O O Núcleo Técnico de Operação Urbana da Secretaria de Planejamento do Governo do Estado de Pernambuco, sob a coordenação do Porto do Recife, com objetivo de requalificar os armazéns e urbanizar a área portuária do Porto do Recife, desenvolveu o Projeto Porto Novo. A área que vai do Armazém 9 até os Armazéns 16 e 17, localizada nas proximidades do Marco Zero do Recife, se transformará no Complexo Turístico, Comercial e Cultural Recife/Olinda, um complexo turístico que pretende unir comércio, cultura, lazer, gastronomia e eventos em mais de 1km de extensão de cais. Segundo o Porto do Recife, os armazéns não podem mais ser inseridos na zona operacional, pois não possuem profundidade suficiente no cais para receberem grandes navios. As construções estão abandonadas há mais de vinte anos. Próxima a equipamentos como o Centro Cultural Correios, a Caixa Cultural, o Paço do Frevo e o Centro de Artesanato de Pernambuco, a Av. Rio Branco junto com o complexo Recife/Olinda também se integra ao projeto de revitalização do bairro do Recife. A avenida já tem seu acesso restrito aos pedestres e bicicletas aos domingos e feriados, a proposta agora é, a exemplo de várias cidades da Europa, transformá-la em uma alameda de lazer permanente, com quiosques e mesas ao ar livre, no coração da cidade. Com cerca de 300 metros de extensão, 20 de largura e bastante arborizada, a Avenida Rio Branco ganhará novo piso. O asfalto dará lugar ao granito, mesmo revestimento do Marco Zero, na cor cinza claro e ao longo da via serão instalados quiosques padronizados, que poderão abrigar cafés, lanchonetes e floriculturas. Depois do Carnaval de 2014, a obra terá início e a via ficará permanentemente interditada para o tráfego de veículos. MOINHO RECIFE OCEANÁRIO 01/ 06 “Porque nos sonhos entramos num mundo inteiramente nosso, deixem que flutue na mais alta nuvem ou que mergulhe no mais profundo oceano. ” —J. K. Rowling. Seguindo a tendência mundial de zonas portuárias que se transformam em complexos turístico, comercial e cultural, o Porto do Recife está viabilizando um projeto de revitalização das suas áreas ociosas, que serão reutilizadas e integradas ao entorno portuário. O Projeto de Revitalização do Porto do Recife é parte de um plano diretor encabeçado pela Prefeitura do Recife com participação das três esferas de governo além do setor privado que leva o nome de Complexo Turístico, Comercial e Cultural Recife/Olinda. Algumas premissas já foram estabelecidas, existem projetos em andamento e outros já concluídos. Os armazéns 10 e 11 deverão dar lugar a escritórios comerciais e garagem. Já os armazéns 12, 13 e 14 estão sendo ocupados por bares, restaurantes, lojas, salas para exposições e teatro. Os armazéns 15, 16 e 17 integrarão um complexo com um hotel com no mínimo 100 leitos, marina náutica, centro de convenções e exposições com capacidade para duas mil pessoas, bares e restaurantes. O Oceanário proposto será uma adaptação dos conjuntos de silos localizados no Cais do Porto do Recife pertencentes à empresa Moinho Recife S.A.. Ao transferir suas atividades para o Porto de Suape, suas instalações estão desativadas e a futura ocupação com um diferente uso (O Oceanário) segue o ponto de partida dos projetos já existentes para o Cais do Porto do Recife de revitalização do entorno portuário. Paralelamente ao novo Complexo Turístico, Comercial e Cultural Recife/Olinda projetado para o Cais do Porto do Recife, a ‘’reciclagem’’ dos silos de concreto desativados, além da ausência de um edifício semelhante na cidade do Recife para a exibição da vida marítima, é uma oportunidade de criar um centro cultural e educacional sobre o meio ambiente marítimo regional e expor informações úteis para os turistas e a população local. Recife é mundialmente conhecida pelos ataques de tubarões a banhistas nas praias. O oceanário pode se transformar em um centro de pesquisa e expor o verdadeiro comportamento dos tubarões, desmistificando o medo existente em relação a esses animais. Silos Moinho Recife Cais Porto do Recife Av. Rio Branco Marco Zero Estacionamento Paço Alfândega

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O local

O O Núcleo Técnico de Operação Urbana da Secretaria de Planejamento do Governo do Estado de Pernambuco, sob a coordenação do Porto do Recife, com objetivo de requalificar os armazéns e urbanizar a área portuária do Porto do Recife, desenvolveu o Projeto Porto Novo. A área que vai do Armazém 9 até os Armazéns 16 e 17, localizada nas proximidades do Marco Zero do Recife, se transformará no Complexo Turístico, Comercial e Cultural Recife/Olinda, um complexo turístico que pretende unir comércio, cultura, lazer, gastronomia e eventos em mais de 1km de extensão de cais.

Segundo o Porto do Recife, os armazéns não podem mais ser inseridos na zona operacional, pois não possuem profundidade suficiente no cais para receberem grandes navios. As construções estão

abandonadas há mais de vinte anos. Próxima a equipamentos como o Centro Cultural Correios, a Caixa Cultural, o Paço do Frevo e o Centro de Artesanato de Pernambuco, a Av. Rio Branco junto com o complexo Recife/Olinda também se integra ao projeto de revitalização do bairro do Recife. A avenida já tem seu acesso restrito aos pedestres e bicicletas aos domingos e feriados, a proposta agora é, a exemplo de várias cidades da Europa, transformá-la em uma alameda de lazer permanente, com quiosques e mesas ao ar livre,

no coração da cidade.Com cerca de 300 metros de extensão, 20 de largura e bastante arborizada, a Avenida Rio Branco ganhará novo piso. O asfalto dará lugar ao granito, mesmo revestimento do Marco Zero, na cor cinza claro e ao longo da via serão instalados quiosques padronizados, que poderão abrigar cafés, lanchonetes e floriculturas. Depois do Carnaval de 2014, a obra terá início e a via ficará permanentemente interditada para o tráfego de veículos.

MOINHO RECIFEOCEANÁRIO 01/ 06

“Porque nos sonhos entramos num mundo inteiramente nosso, deixem que flutue na

mais alta nuvem ou que mergulhe no mais profundo oceano. ”

—J. K. Rowling.

Seguindo a tendência mundial de zonas portuárias que se transformam em complexos turístico, comercial e cultural, o Porto do Recife está viabilizando um projeto de revitalização das suas áreas ociosas, que serão reutilizadas e

integradas ao entorno portuário.

O Projeto de Revitalização do Porto do Recife é parte de um plano diretor encabeçado pela Prefeitura do Recife com participação das três esferas de

governo além do setor privado que leva o nome de Complexo Turístico, Comercial e Cultural Recife/Olinda. Algumas premissas já foram estabelecidas, existem projetos em andamento e outros já concluídos. Os armazéns 10 e 11

deverão dar lugar a escritórios comerciais e garagem. Já os armazéns 12, 13 e 14 estão sendo ocupados por bares, restaurantes, lojas, salas para exposições

e teatro. Os armazéns 15, 16 e 17 integrarão um complexo com um hotel com no mínimo 100 leitos, marina náutica, centro de convenções e exposições com

capacidade para duas mil pessoas, bares e restaurantes.

O Oceanário proposto será uma adaptação dos conjuntos de silos localizados no Cais do Porto do Recife pertencentes à empresa Moinho Recife S.A..

Ao transferir suas atividades para o Porto de Suape, suas instalações estão desativadas e a futura ocupação com um diferente uso (O Oceanário) segue o ponto de partida dos projetos já existentes para o Cais do Porto do Recife de

revitalização do entorno portuário.

Paralelamente ao novo Complexo Turístico, Comercial e Cultural Recife/Olinda projetado para o Cais do Porto do Recife, a ‘’reciclagem’’ dos silos de concreto desativados, além da ausência de um edifício semelhante na cidade do Recife

para a exibição da vida marítima, é uma oportunidade de criar um centro cultural e educacional sobre o meio ambiente marítimo regional e expor

informações úteis para os turistas e a população local. Recife é mundialmente conhecida pelos ataques de tubarões a banhistas nas praias. O oceanário

pode se transformar em um centro de pesquisa e expor o verdadeiro comportamento dos tubarões, desmistificando o medo existente em relação a

esses animais.

Silos Moinho RecifeCais Porto do RecifeAv. Rio BrancoMarco ZeroEstacionamento Paço Alfândega

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manter ao máximo a estrutura remanescente dos silos e remeter de certa forma à estrutura

industrial portuária.A estrutura dos silos é composta por vinte

cilindros de concreto armado com sete metros de diâmetro e trinta e três metros de altura superestruturados para conter a pressão proveniente dos grãos estocados

anteriormente.

Para implantar o oceanário e todos os setores, uma demolição básica foi tomada como

partida, um anel de circulação foi criado e um dos silos foi totalmente retirado e substituído

por dois pilares metálicos.

Essa estrutura se manteve nos primeiros pavimentos que comportam o setor

administrativo, parte do setor de serviço, o setor especializado e o primeiro pavimento

do setor expositivo. Ao chegar à área de exposição, o restante dos silos contidos

no anel de circulação foi parcialmente demolido e conservou alturas variadas que

se diversificam ao longo do percurso dos aquários.

A propostaA partir da análise das necessidades básicas

para o funcionamento de um oceanário, o edifício foi dividido em quatro setores , o

Setor Administrativo, o Setor de Serviço, o Setor Especializado e o Setor Expositivo.

Os silos escolhidos para a instalação do oceanário compõem a antiga estrutura

graneleira da empresa Moinho Recife. Eles estão interligados por uma passarela a outro

conjunto de silos, também pertencente ao Moinho, que através de uma ponte aérea recebia os grãos provenientes dos navios

graneleiros atracados no terminal graneleiro.

A ideia ao utilizar os silos desativados do Moinho Recife é estabelecer uma

relação com a estrutura portuária. Além de ser economicamente e ambientalmente

insustentável pensar na demolição, há nesses silos um valor histórico a ser preservado.

O conceito estabelecido no projeto foi de

CORTE0 5 10 151

ADMINISTRATIVOSETOR

ESPECIALIZADOSETOR

ESPECIALIZADOSETOR

DE SERVIÇOSETOR

DE SERVIÇOSETOR

EXPOSITIVOSETOR

MOINHO RECIFEOCEANÁRIO 02/ 06

01- Setor Administrativo02- Setor Especializado03- Setor de Serviço04- Setor Expositivo

01

03

04

03

02

Segundo conjunto de silos

Ponte aéreade grãos

Terminalgraneleiro

Oceanário

Demolição básica

MOINHO RECIFE

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MOINHO RECIFEOCEANÁRIO 03/ 06

0 5 10 15Rua Bernardo Vieira de Melo

Rua de São Jorge

Travessa Tiradentes

Planta baixa - térreo

1

2

9 10 11

13

12

9

14 15

16 17 18 19

20

21

22

22

3

4

5

6

7

8

23

23

24

24 25 26

27

1- Acesso exposição2- Lixo3- Gás4- Gerador / Subestação5- Doca de carga e descarga6- Plataforma hidráulica7- Acesso de serviço8- Controle9- Vestiário

10- Refeitório11- Cozinha12- Despensa13- Frigorífico14- Diretoria15- Sala de reunião16- Copa17-Depósito18- Arquivo19- Reprografia

20- R.H.21- Financeiro22-Administrativo23- Saída de emergência24- WC25- DML26- Saída exposição27- Central de água gelada

0 5 10 15

Rua Bernardo Vieira de Melo

Rua de São Jorge

Travessa Tiradentes1

2

3 4

5

6

7

78

910

11 12 13

14

15

16

17

1718

Planta baixa - 1° Pavto. - Veterinária

1- Acesso animais2- Cirurgia3- Preparação de animais4- Radiologia5- Terapia intensiva6- Lavatório7- Vestiário8- Lavanderia9- Esterilização10- Depósito

11- Isolamento12- Sala de reunião13- Copa14- Tratamento clínico15- Farmácia16- Biblioteca17-WC18- DML

Rua Bernardo Vieira de Melo

Rua de São Jorge

Travessa Tiradentes

0 5 10 15

1 1

1 123

4

5

6 7 8 9

10

11

12

13

1314

Planta baixa - 2° Pavto. - Laboratórios

1- Quarentena2- Equipamentos para transporte de animais / ração3- Cozinha4- Despensa5- Frigorífico6- Escritório7- Laboratório qualidade da água8- Sala de reunião9- Copa

10- Laboratório patologia11- Laboratório reprodução12- Laboratório monitoramento flora e fauna13- WC14- DML

0 5 10 15

Rua Bernardo Vieira de Melo

Rua de São Jorge

Travessa Tiradentes

1

1

1

1

1

1

2 3

4 5

6789

10

1011

Planta baixa - 3° Pavto. - Filtros e Bombas

1- Filtros e bombas2- Controle dos aquários / filtragem3- Oficina4- Reservatório5- Tanque de mistura6- Tanque de salmoura7- Tanque de armazenamento8- Acesso aos tanques

9- Depósito10- WC11- DML

O acesso dos visitantes é feito pela Rua Bernardo Vieira de

Melo através de uma estrutura remanescente do conjunto de

silos que abriga a bilheteria, já a entrada de serviço é

pela Rua de São Jorge. Uma plataforma hidráulica auxilia o acesso dos animais que é

feito pelo primeiro pavimento onde encontra-se o bloco

cirúrgico do oceanário e os animais possuem todo

tratamento necessário. No segundo pavimento está

inserido o centro de pesquisa do oceanário junto com a

Planta baixa - ExposiçãoAnel de circulação em destaque.

Corte esquemático do oceanário

0 5 10 15

quarentena e antes de chegar à área de exposição, um terceiro pavimento é responsável pela

filtragem dos aquários.

Todos os pavimentos estão conectados por duas escadas

de emergência. Três elevadores estão dispostos para o

funcionamento interno do oceanário, sendo um deles de carga e descarga, e mais dois elevadores funcionam como acesso dos visitantes à área

expositiva.Para chegar á área de exibição

dos aquários, os visitantes

sobem cerca de trinta metros para então começarem o percurso do oceanário. O

passeio foi criado no vazio consequente do anel de

demolição dos silos. Uma passarela em estrutura metálica

foi chumbada pontualmente nos silos remanescentes e

dela é possível vislumbrar o jogo de cheios e vazios dos

silos internos que abrigam os aquários e variam de altura ao longo do caminho. O circuito

é simples, a pessoa sobe o elevador e depois desce uma

passarela rampada em ‘’espiral’’

até o final do percurso, onde acessa novamente o elevador

até a saída do oceanário.

A proposta é convidar os visitantes a uma viagem ao

fundo do mar. O ambiente é então mantido numa penumbra

na tentativa de aproximar ao máximo possível da experiência

de estar dentro do oceano. Uma iluminação pontual ao longo da passarela indica o caminho e a luminosidade

dos aquários é tratada especialmente de acordo com a

necessidade de cada grupo de espécies.

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MOINHO RECIFEOCEANÁRIO 04/ 06

No decorrer da exibição, o percurso ‘’perfura’’ um dos silos e um aquário é exposto acima dos observadores que

contemplam os animais a partir de um ângulo diferente. A ideia é transpor a

tecnologia utilizada nos barcos ‘’lupa’’. Através de grandes visores côncavos,

possibilitam a observação do fundo do mar e suportam a pressão exercida

pela água.

Ao perfurar um dos cilindros de concreto, a ‘’espiral’’ da passarela é quebrada. Em um momento de

Corte esquemático da passarela perfurando o silo.

Barco lupa.Visor do barco lupa.

surpresa ao visitante, traz dinamicidade ao caminho e rompe a monotonia de percorrer um caminho ‘’circular’’ contínuo do começo

ao final da exposição do oceanário.Essa simples variação da trajetória

renova a experimentação do local. Novas perspectivas do ‘’fundo do mar’’ são

apresentadas às pessoas que visitam o oceanário. A manutenção dos aquários,

que são uma exposição à parte, pode ser observada com mais clareza através do

vazio que existe acima dessa passarela que cruza os silos.

i = 6,25%

i = 6

,25%

i = 8,

33%

i = 8,33%

N

NÍVEL +23.00m0 5 10 151

EIXO

DO

S SI

LOS

EIXO DOS SILOS

EIXO DOS SILOS

EIXO

DO

S SI

LOS

+21.20

+22.10+23.00

+20.20

+24.30

7.00

7.00

7.00

7.00 7.00 7.00 7.00

7.00 7.00 7.00 7.00

7.00

7.00

7.00

35.00

28.0

0

35.00

28.0

0

02

LEGENDA:

01 - TANQUE;02 - PLATAFORMA ELEVATÓRIA;

01 01

01

03 - EXPOSIÇÃO DE ESQUELETOS;04 - ÁREA DE PROJEÇÃO;

03

03

03

04

04

07

04

04

MOINHO RECIFE

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MOINHO RECIFEOCEANÁRIO 05/ 06

Plataforma elevatória. 0 5 10 15

Rua Bernardo Vieira de Melo

Rua de São Jorge

Travessa Tiradentes

Grua portuária.

0 5 10 15

Rua Bernardo Vieira de Melo

Rua de São Jorge

Travessa Tiradentes

Planta baixa - Manutenção.

Ao contrário do encontrado na maioria dos estudos de caso analisado, onde toda a parte

de serviço dos aquários estava camuflada e escondida aos olhos dos visitantes, o Oceanário

Moinho Recife propõe uma solução diferenciada e transforma o processo de manutenção dos

tanques em uma apresentação à parte.

Levando em consideração toda a estrutura portuária presente na região do edifício, por serem os silos equipamentos remanescentes do maquinário dessa tradição, a proposta é

trazer para dentro do oceanário um sistema de transporte equivalente aos utilizados na carga

e descarga dos navios graneleiros. As gruas utilizadas nos portos são máquinas de grande

porte e sua transposição para o interior do oceanário seria inviável. A alternativa equivalente

foi montar um sistema todo computadorizado em que três pontes rolantes estão instaladas no topo da área de exposição e através delas plataformas

transportam os funcionários responsáveis pela limpeza dos tanques ou pela alimentação dos

animais até o aquário específico, todo o processo pode ser observado pelos visitantes. O transporte

dos animais também é feito por esse sistema.

Os aquários do oceanário possuem um tampo de acesso na parte superior do tanque. Nos três silos

mais altos, há mais de um aquário sequenciado na vertical e entre cada aquário existe uma área

restrita de manutenção específica para cada tanque que é acessada por uma plataforma

elevatória locada no nicho criado pelos quatro silos internos Os funcionários chegam a essa plataforma elevatória a partir do transporte

sistematizado através de computadores feito pela ponte rolante. O nicho também funciona como

um shaft para a encanação dos aquários.

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MOINHO RECIFEOCEANÁRIO 06/ 06

Iluminação zenital dos silos. 0 5 10 15

Rua Bernardo Vieira de Melo

Rua de São Jorge

Travessa Tiradentes

A intenção no projeto foi manter o conjunto de silos o mais intacto possível. Na área funcional do oceanário, nos setores administrativo, especializado e de serviço, foram feitas algumas aberturas pontuais devido aos ambientes de permanência prolongada que foram projetados na periferia dos silos. Os recintos locados nos silos centrais e os banheiros possuem o suporte de um sistema de exaustão mecânica. Já a área de exposição foi conservada sem aberturas laterais, há janelas apenas nas antecâmaras das escadas de emergência. Além da iluminação artificial, o oceanário é provido de iluminação zenital. Um conjunto de vigas metálicas forma o diagrama de Voronoi e algumas células são translúcidas permitindo a penetração da luz natural. As placas translúcidas são fabricadas com vidros chamados fotocrômicos, vidros transitions. Esses vidros contêm íons prata e íons cobre que participam de um equilíbrio de oxirredução, sob efeito de sol forte a alta energia da luz ultravioleta provoca a formação de prata metálica e a lente escurece. Quando a intensidade da luz é reduzida, a reação se inverte, e a lente fica mais clara.Equação simplificada da oxirredução.

Fachadas.

0 5 10 15

Piranesi —Le Carceri d’Invenzione

A Proposta considera que o presente estado de semi-arruinamento da edificação constitui

expressão genuína de sua história. Portanto assume as “marcas do tempo” —não como

“danos” ou “defeitos” a serem corrigidos ou eliminados— mas sim como elementos de

significação arquitetônica.Nesse sentido, as novas vazaduras

propostas no interior —necessárias ao novo uso previsto— foram concebidas como

“amplificações” arquitetônicas de tais marcas. Numa espécie de poética da ruína” como

expressão contemporânea da Arquitetura.