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C.D.U. 616.314.Q89.23 PONTOS DE CONTATOS ENTRE ARCADAS ANTAGONISTAS EM RELAÇÃO CENTRAL E OCLUSÃO CENTRAL * -. (1) Rziodo Nonato Gronwell ArauJo· RESUMO Analise em modelos de gesso montados no articulador \oJhip-Mix, dos contatos entre arcadas antagonistas em Oclusão Central e Rela çao Central. 1 - INTRODUÇÃO Nos estudos da oclusão dental para fins protêticos,pos! ções de oclusão central (O.C.) e relação central (R.C.), bem co mo problemas de posicionamento excêntrico da mandíbula, ganham especial importância, mormente quando o aparelho mastigador é considerado em função. Entretan to, dessas duas posições mandi bulares, estudiosos da oclusâo como GLICKMAN (1958), RAMFJORD &ASH (1968) e PARMEIJER et aI. (1969), estão concordes em acei tar O.C. como posição que propo~ ciona "máximo" contato entre den tes antagonistas, numa situação própria de mastigação; a de R.C. propicia contatos afisio1ógicos. 1< POSSEL'l' (1961) c'aut.e Lo samente evita uso da expressao Oclusão Central, pois embora de acordo que possa existir pos! ção de máximo contato entre den tes, acha que "centa1" implica em centralização dos cóndi10s na cavidade glenóidei isto nao acontece sempre, uma vez que ê a posição das cúspides que de terminará posicionamento mandi bular. ~ ainda de opinião que esta intercuspidação possa es tar em desarmonia com músculos e articulações. BEYRON(1969) , ao ence tar estudos em aborígenes aus tralianos, tin 'a finalidade e~ pecifica de responder às segui~ de Professor Titular do Dêpa~ Trabalho apresentado para o Concurso tamento de Odontologia I -UFMa. (1) Mestre em Odontologia, Professor Adjunto do Departamento ~eOdon tologia I da Universidade Federal do Maranhão. Cada Pesq, são Luís, 3 (1): 107 - 123, jan./jun. 1987 1 Q.7

OCLUSÃO CENTRAL RESUMO - UFMA 4(4).pdf · c.d.u. 616.314.q89.23 pontos de contatos entre arcadas antagonistas em relaÇÃo central e oclusÃo central * (1) rziodo nonato gronwell

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C.D.U. 616.314.Q89.23

PONTOS DE CONTATOS ENTRE ARCADAS ANTAGONISTAS EM RELAÇÃO CENTRAL EOCLUSÃO CENTRAL *

-. (1)Rziodo Nonato Gronwell ArauJo·

RESUMO

Analise em modelos de gesso montados no articulador \oJhip-Mix,dos contatos entre arcadas antagonistas em Oclusão Central e Relaçao Central.

1 - INTRODUÇÃONos estudos da oclusão

dental para fins protêticos,pos!ções de oclusão central (O.C.) erelação central (R.C.), bem como problemas de posicionamentoexcêntrico da mandíbula, ganhamespecial importância, mormentequando o aparelho mastigador éconsiderado em função. Entretanto, dessas duas posições mandibulares, estudiosos da oclusâocomo GLICKMAN (1958), RAMFJORD&ASH (1968) e PARMEIJER et aI.(1969), estão concordes em aceitar O.C. como posição que propo~ciona "máximo" contato entre dentes antagonistas, numa situaçãoprópria de mastigação; a de R.C.propicia contatos afisio1ógicos.

1<

POSSEL'l'(1961) c'aut.e Lo

samente evita uso da expressaoOclusão Central, pois embora deacordo que possa existir pos!ção de máximo contato entre dentes, acha que "centa1" implicaem centralização dos cóndi10sna cavidade glenóidei isto naoacontece sempre, uma vez que êa posição das cúspides que determinará posicionamento mandibular. ~ ainda de opinião queesta intercuspidação possa estar em desarmonia com músculose articulações.

BEYRON(1969) , ao encetar estudos em aborígenes australianos, tin 'a finalidade e~pecifica de responder às segui~

de Professor Titular do Dêpa~Trabalho apresentado para o Concursotamento de Odontologia I -UFMa.

(1) Mestre em Odontologia, Professor Adjunto do Departamento ~eOdontologia I da Universidade Federal do Maranhão.

Cada Pesq, são Luís, 3 (1): 107 - 123, jan./jun. 1987 1 Q.7

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tes Lndaqaçôesi em que pos.içãomandibular existe máxima intercuspidação? essa intercuspidaçãoocorre em harmonia com funçãomuscular e articular? coincidecom posição mais retraída da mandlbula? Assim, respostas dadaspelo autor foram: posição de maximo contato entre dentes situa-se à frente da R.C. cerca delmm com variações de O a 2mmi cada máxima intercuspidação poderáocorrer lateralmente à R.C. Haverá esse fato devido a uma interferência e será sempre acompanh~da de movimento nao coordenado.Considera a.c. como "posição mu!cular", tendo verificado coincidência de a.c. com R.C. em 10%dos casos.

Coincidência de a.c.com R.C., segundo POSSELT (1961)existe em 5% de indivíduos j~vens normais, com dentaduras naturais completas, que ainda p~dem retrair mandíbula cerca delmm em 90% dos casos. Sobre estamatéria específica, eric ont.zarno strabalho de T~ffiKI(1964), realizado em desdentados, e MUNIZ(1971) estudando em dentados nor

mais. O primeiro encontrou coincidência de R.C. e a.c. em 15%dos casos e o segundo, 10%.

A Oclusão preconizadapelos protesistas da escola gn!

108

tológica t.aí.s comoSTt';.LLARP ~;STUART (19.6.3) I LUCIA (1962 ) e

THOMAS (1967) é diferente, poisvertentes de cúspides contatantes tocam no perímetro da fossa, formando assim contato cha

mado tripodismo. Esta concepçãode oclusão con si.der a pos.i.çãodea.c. e R.C. coinciden~es, 2nco~t.r-ando-e se , portanto, a lllai1cli'bu

Ia nessa posição sem lib~rdadede movimento.

Estudos sobre contat.o: .. prU[rÍi.imente c: .._í~G~o

ciam--se talvez com t.r aba Lr.os deHELLML. (192J i. Pesqu.i Séij-ldo é.:J.:::-

nios s e Lec í.on ad os em 1;:-:·.s"\'.itutosdos Estado~ Unidos da

do Norte, p6de co~clu~.~ auek

ra reconstruç~o de sv.periici~~

oclusal com 32 dentes devem serconsider2dos 138 pontos de CSl.

tato entre os antagonistas. Ausência de um fator LmpLã.carí.aem redução de 0,8 % da ílon"al;dade. Para esse autor, tjpo deoclus~o no homem parece ser r~

presentado por: u.n .Tfk'_:LE-'.110 ,,':.::3

tigat5rio que tem em m~dia apr~ximadamente 90% de perfeiçaocom desvio de 6%. A m~dia repr~sentaria o normal, enquanto queo grau de variabilidade, c ~l

po ,

LISCHER li< OE'I'O?JUC)jl) .:

continuando investigaç6es de

Cad. Pesq. São·Luís, 3 (1): 107 - 123, jd.üo/jU>:lo 1987

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Hellman, encontraram apenaade "normalidade.".

5%

Para KAZIS & KAZIS(1957), conceito de oclusio nor

mal consiste em intercuspidaçãoapropriada, altura vertical ace~tãvel, harmonia entre O.C. e R.C. e equilíbrio muscular.

Para SAIZAR(1958),ocl~sao normal é aquilo que cada umforma na mente como concepçaoperfeita. Fechamento suave damandíbula na O.C. seria oclusãoS0ffi esforço e oclusão forte seria produzida por forte pressaomuscular.

Por outro lador boaO, C"' no en tender de DELLA SERRJ..(~970) deverã ter 84 pontos de

contato. GLICKMAN (1958) contoupor sua vez, em dentaduras naturais completas, 68 contatos emo.c.

RAMFJORD & ASH(1968)estio igualmente de acordo com este nGmero e acrescentaram queinGmeras pessoas receberam extensas reabilitaç6es, apenas pOEque não havia relação cúsp~de-fossa ou ainda esse nGmcro decontatos.

Segundo APRILE et aI.(1967), hã quatro tipos fundmnentais de contatos:

1 - por superficie de contato

(vestibuJ.a:ce)3 de. inferiorescom )Ja~atlna~.3.c;ssuperioresnos Lnc Ls í.v o s G c an í.nos )

2 - entre cGspides e fossa (vértice da cG~piÓ~ se aloja emf05S~ pr~~cipal~. secundãria) I

3 - entre cGspide e embrasura(quando facetas armadas das

cú sp 'des 58 a Lo j am ;\0 sulcointe.dentãrio formado pelosseus antagonistas) ;

4 - evt.re c:ci,'::;, .", 8111co (ouando

arestas transversais lisasou armadas de Uí:'.D cGspidese alojam num sulco oclusaldo antagoni.sta).

RICKETTS(1969)considera boa oclusão halall..:.eada,arc~das que tenham, de cada lado,e~tre 16 a 24 co~tatosi o que daria uma oclusão central com número de contatos entre 64 e 96.Nesta hip6tese ele ~~o considera contatos nos terceiros molares.

AORI et a1. (1970)

e pintando a s~~erf~cie do mod~10 superior C2 O pacientes comfuligem de uma s:.:..bst,ância 1e

nhosa queimada,obteve os segui~t.e s r e su l,tao.,:)s ~

- con+a tos em Cen

Cad. Pesq. são Luís, 3 (1): 107 - 123 jan./juno 1987 109

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de de comunicação, naDesse modo, grande partecolas maranhenses de 19chegou a receber essacurricular.

época,dases

grau nemproposta

Sabe-se, por outro lado, que o entendimento perfeitodo Guia, assim como a Lei 5692 /

71, não é simples, pressupondoconhecimentos acerca das idéiasde teóricos como Dewey, Piaget,Bruner e outros, cujos trabalhosorientaram tanto a Legislação cQmo as "Diretrizes". Dessa forma,acredita-se que boa parte dosprofessores que tiveram acessoãs "Diretrizes" nao as compree~deram plenamente.

uma recente pesquisaque realizamos, onde for~ visitadas 40 escolas de 19 srau, pe~guntamos pela proposta curricular dessas escolas. Apenas 4 escolas responderam que elaboramsuas propostas curriculares egrande parte delas responderamque nunca possuíram o Guia Curricular.39

Somos de opinião,pois,que as formas tecnicistas de ensino foram difundidas nas escolas, sobretudo através dos li

vros didáticos que seguem, decerta forma, essa metodologia.Através da pesquisa a que hápouco nos referimos,foi poss~vel saber que, na maioria dasescolas investigadas,o conteüdGdas diversas matérias é ministrado segundo o roteiro dos livros didáticos adotados, o quevem reforçar essa nossa hip6t~se. Além dos livros didáticos,exig~ncias da Secretaria, comoplanej amento escolar, p:cocedime=-.tos de avaliaçao I etc f tal,lbÉ;-"

contribuiram para a difusão dessas formas de ensino.

Queremos ressalt.ar,todavia, que o fato de hdver divulgação dessas propostas nasescolas, isso não pressupoe queo professor tenha uma posturatecnicista e que, por consegui~te, essas propostas sejam realmente aplicadas. Dessa forma.essa metodologia pode n~o seradotada, apesar de ser d í.funôí,

da na escola. Por outro lado, ofato de ela ser aplicada naoquer dizer que ela seja exclus~va. Ela pode ser empregada;me~clada com outras pr-opcstas es'"::~lanovistas, tracionais.

A pesquisa que reali

39 CABRAL, Maria do Socorro Coelho. O ens~no de História d o l-i a r a nh a o

no 19 grau (3a. e 4a. séries) mime o , 1987.

110 Cad. Pesq. são Luís, 3 (1): 59 _. 86, jan./jun. 1987

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térios em jovens com idade en-L.e18 e 24 anos:

presença de todos os dC:C.tL8S

nas arcadas r CU[(; 2xceçao dos

terceiros molares;

- cfispides e facetas dos dentessem abras~c anormal;

aspecto pericdontal dentro dal'ormalidad,c,i

- articulaç6es t~illpero-rno.ndibuares clinicament2 normai.s.

homens do 249 Bat.alhao de Co.<,:ad(.J.res de são Lu i.

gei1.S e exw.E::~· c J::..~'

... '.. lU

constituida de L~ ~~Clente~ 00

da um t.od o s os ex .L:~Ji

dos.

Para execuçao da nar~eeXfJe:r:imentalforam u sado s os se

guintes materiais e instrumantos:

Alginato JeltrateGesso especial Vel-MixGesso pedra HerodenteCera rosa n9 7

Pasta de óxido de zinco e eugenolVaselina JohnsonTinta ParkerEstearato de zinco

Cad. Pesq. são Luís, 3 (1) 107

B

G éc LC;: :o.c·"

E ict p2ri gessoL..'"...,ac~_ c.. 31., ,)

E ;;t:L~~aLe Cr ci:

A (:1l1o:,dor lL:.u-r-h",

A ~:ê~!...~.é.:_. ç;!.J:;.c:k~l',lo-,-.,,:!.::.c

3 Métoclo

\lcr i:c~caçac o.o I1UIl18Lv

d~ contato erit.r e arcadas i;,ntag.:::D~SLas em Oclu~~o Central e Re

sc... . ·-a.] u.s távE;: ,.ihip·f-iix ; poi E;,emE Tic'cia anterior, em traba

ac0Dtagens e documen dc s con

t.a r.os .

E'l i.m Ln arnc .es t;e estu

contatos dadas pelos termolares, v í sr . q:Ietrab.<::com 28 d errtes assim olhamos

fizemos por havermos ificadoqü.e, em estudos rea L. 2;3::105 por~.\S.ZOLA (196S), os ter:.>eirosmolares são os dente~ ffi~lS afetados retençãiJ e

determin·)':i3.agen~

popul.<::equiv~

pelaF·j,a

cao. Sua retençãu""

tanto superi.:::

jan./jun. 1987 111

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res quanto para inferiores(49,9%)e agenesia pareceu ocorrer maisvezes entre os superiores (53%ldoque nos inferiores(33,9%).3.2.1 - Obtenção dos modelos

Moldamos as arcadasdentãrias superior e inferiorcom alginato e concurso de moIdeiras Vernes. Os modelos foramconfeccionados com gesso Vel-Mix.3.2.2 - Obtenção dos registros

da Relação Central

Usamos registro intra-oral em cera, seguindo recomendaç6es de POSSELT(1961) e FElTOSA(1973) , onde podemos destacar os seguintes itens:- cera amoleclda durante o regi~

t r o ,

- marcas pouco profundas;- não haver contato com partes

moles;- cera delgada com cerca de 2mm- pequena abertura da boca~.

O procedimentotenção do registro daCentral foi o seguinte:

de obRelação

a) 3 lâminas de cera rosa n9foram recortadas e adaptadasao modelo superior, deixandoum espaço para vestibular decerca de 2mm. Usamos placasde zinco para reforçar a zo

112

na posterl-or,

b) o paciente1:0i então colocado confortavelmente na cadeira, com a cabeça apoiada noencosto, para tomada dos registros;

c) a placa foi aquecida ligeir~mente e levada à boca pararegistre das pontas das cuspides, na posição de RelaçãoCentral. A Relação Centralfoi obtida por relaxamentomuscular com movimento mandibular dirigido na posiçãoterminal de bisagra. Em seguida, manipulamos a pastade 5xido de zinco e eugenole colocamos nas areas correspondentes às pontas dascGspides marcadas na ceru;levamos novamente à boca e completamos o registro.

Todo o processo foirepetido mais duas vezes, paraque tivéssemos sempre três registros da Relação Central paracada paciente.3.2.3 - Fixação dos modelos no

articulador

7 3.2.3.1 - Montagem do modelo su

periorUsamos arco facial p~

ra montagem do modelo superior,seguindo os seguintes passos:a) colocamos o relator do nasion

Cad , Pesq. são Luís, 3 (1): 107- 123, jan./jun. 1987

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(terceiro ponto decia) sobre a barra

referêntransver

sal do arco facial, com o p~rafuso desatarraxado, mantendo-o em posição com o elástico colocado entre as hasteslaterais;

b) desatarraxamos os tres parat~sos superiores e as duas pr~silhas;

c) em seguida, usando cera pr~viamente colocada no garfomoldamos as cúspides dos dentes superiores e reajustamosa moldagem com pasta de 6xidode zinco e eugenol;colocamos;tamb~m, cera na parte inEerior do garfo, para facilitar

GRÁF!C;o I

o posicionamento rnand í.hu La rem fechaméI'to.

d) o _suporte para o qarfo foicolocado em posição e os suportes plásticos colocadosno meato auditivo externos;

s) o paciente, segurando as ha~tes laterais e pressionandopara a frente, rr~ntinha o arco em posiçao;

f) ajus mos, então, o relatorsobre o nasion e o fixamosem posição; a presilha quesusta o c~rfo foi levada at~próximo aos lábios e fixada;todos os parafusos foram ape!:.tados cuidadosamente; (verGráfico 1).

RELAÇÃO CENTRAL

.-........<,

~l\\\\\

89

Cad. Pesq. São Luis, 3 (l): 107 - 125, jan./jun. 1987 113

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g) determinamos, em seguida, adistância intercondilar pelareferência encontrada na paE.te frontal do arco facial;

h) após o registro da distânciaintercondilar, todos os trêsparafusos superiores e o relator do nasion foram novamentedesatarraxados e removido todo o conjunto;

i) apos a calibração do articulador, para a distância intercondilar encontrada com aajuda do arco facial e ajust~das as angulagens da guia condilar em 309, removemos o p~no guia e ajustamos os orifícios dos suportes auricularesdo arco, nos pinos situados

nas guias condilares da armação superior ;

j) fechamos, então, o articulador até que o encaixe do gaE.fo se apoiasse na plataformaincisal do ramo inferior;

1) a placa de montagem foi aju~tada no ramo superior;

m) no modelo de gesso foram feitos três entalhes, isoladocom vaselina e colocado sobre o garfo e adaptado a moIdagem feita anteriormente;gesso pedra Herodente foiusado para fixação no ramosuperior: (ver Gráfico 2)

n) após a presa de gesso, removemos o arco facial e colocamos o pino guia incisal.

GRAFICO II

OCLUSÃO CENTRAL

200

I n:1$0

120

'233228 ao' u

li!.10 ;!;

840 80 ..J

200 1.0 120 40 '">-'"..:::>

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110 olII IV '"we,

200 . ~,~ou,

114 Cad. pesq. são Luís, 3 (1) : 107 - 123, jan./jun. 1987

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3.2'.,3.2 - Montagem do modelo inferior

3.2.3.2.1 Montageffi do modeloinferia!' em Oclus~oCentral

a) foram feitos entalhes na basedo modelo inferior;

b) O modelo inferior foi entãoengrenado ao modelo superior(máxima intercuspidação),amaErado com barbantes e tambémfixado com ceraj

c) invertemos o articulador e fixamos o modelo no ramo inferior com gesso Herodente.

3.2.3.2.2 - Montagem do modeloinferior em RelaçãoCentral.

a) após a contagem dos contatosem oclusão central, removemosdo articulador o modelo inferiorj

b) colocamos o registro dação central no modelorior e posicionamos oinferior no registro;

relasup~

modelo

c) invertemos o articulador efixamos o modelo inferior comgesso pedra Herodente.

Usamos a técnica do modelo dividido (split cast) deKORNFELD(1972) para verificar acorreção dos registros. Caso ostrês registros tivessem posiçõesdiferentes, repetiamos todo o

processo. Consideramos corretoO registro quando havia coincidência de pelo menos dois regi~tros com a mesma. posiçâo dos modelos no articulador.3.2.4 - Frepalbç~o dos dentes

dos modelos para contagem dos contatos

a) com os modelos montados noartic lador, pintamos os dentes com tinta Parker, usandopincel;

b) pulverizamos a superfíciepintada com estereato de zi~co e removemos o excesso,to~nando, dessa maneira, a superfície fosca;

c) arcadas antagonistas eram então colocadas em contato, mediante movimentos de abertura e fechamento do articulador;

d) com isso os contatos, tantona Oclusâo Central como emRelação Central, apareciamsob a forma de pontos azuisbrilhantes.

3.2.4.1 - Contagem de Pontos deCont~to em OclusãoCentr~l e Relação Centra 1.Os contatos foram ano

tados em fichas procurando-seguardar as mesmas relações exi~tentes nos modelos.As dnotaçõesforam feitas em negro na supe~

Cad. Pesq. são Luís, 3 (1): 107 - 123, jan./jun. 1987 115

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ficie do desenho. Como a fi.chadava apenas visão da superfícieoclusal, sempre que apareciamnos modelos contatos nos terçosoclusais ou incisais, estes eramanotados em vermelho na borda dodesenho.

Separamos as fichas emdois grupos:

Ficha 1 - anotações para OclusãoCentral;

Ficha 2 - anotações para RelaçãoCentral.

Estas anotações foramtransportadas para as tabelas,adotando-se as anotações daFédération Dentaire Internacionale.

4 - RESULTADOS

Na Tabela 1 (ver anexo) estão os resultados colhidosna contagem dos pontos de contato dos dentes estudados na pos~ção de Oclusão Central de 25 individuos.

A média aritmética doscontatos foi de 36,88 com desviopadrão de 11,35.

Na Tabela 2 (ver anexo)estão os resultados colhidos nacontagem dos pontos de contatodos dentes estudados na posição

116

de Relação Central.

Media aritmética

i incluindo os casos de coincidência entre Relação Central e oclusão Central

]J i 39825

15,92

ii - excluindo os casos coincidentes e deduzindo a popul~çao

]J ii 244 = 11,6221

Desvio padrão

oioii

13,125,6

21 indivíduos (84% )

apresentaram diferença entreOclusão Central e Relação CentraI. Em 4 indivíduos (16%) houve coincidéncia.

Nas cúspides de contenção cêntrica ocorreram 307contatos e nas cúspides não centricas, 92.

4 pacientes nao apr~sentaram contatos nas cúspidesnão cêntricas.

Cad. P~sq. são Luís, 3 (1): 101 - 123, jan./jun. 19r-

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FICHA 1

CONTATOS EM OCLUSÃO CENTRAL

Nome do paciente , .

Idade ..•........ Profissão Cor Sexo .

Endereço •................•..•.••..•..•..•..............•............••.

Cad. Pesq.' são Luís, 1 (1): 107 - 123, jan./jun. 1987

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Na Tabela 3 estão dados de diversos autores mostrando de india percentagem

viduos nos quais a Relação CentraI e €lclusão Cental nao coincidem.

TABELA 3

PERCENTAGEM DE INDIVlDUOS NOS QUAIS A RELAÇÃO CENTRAL NÃOCOM OCLUSÃO CENTRAL

COINCIDE

AUTORPOSSELT (1952)DONOVAN ;('1953)KIDD e SANDER (1961)INGERVALL (1964)HODGE e NAHAN (1967)

PERCENTAGEM N9 DE INDIVIDUOS88% 5093% 100

100% 14100% 29

57% 101

FONTE: AOKI (1970)

5 - DISCUSSÃOO desvio padrão de

11,35 encontrado para as anotações em Oclusão Central são sup~riores aos dados obtidos na pe~quisa realizada para obtenção dotitulo de Mestre, em Bauru - sãoPaulo, que foi de 9,56. Isto confirma a grande variabilidade dedados e freqüência, comprovandoassim que é anticientifico estabelecer padrões de contato paraOclusão Central em dentes naturais.

O desvio padrão de15,92, incluindo os casos decoincidência em Oclusão Centrale Relação Central mostram, também, grande variabilidade de da

dos e freqüência.Devido ao alto desvio

padrão, tentou-se a análise daMODA, porém não houve grupo pr~dominante quanto ao número decontato.

A percentagem de individuos nos quais a Relação Ce~tral não coincidem com a OclusãoCentral, corresponde aosobtidos por POSSELT. (verIa 3).

dadosTabe

A simetria dos contatos está demonstrada nos Gráficos r e 11, sendo estas as anotações por quadrante:

OCLUSÃO CENTRALI - lado superior

228 toquesdireito:

Cad. Pesq. são Luís, 3 (1): 107 - 123, jan./jun. 1987119

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11 lado superior esquerdo233 toques

111 - lado inferior direito:228toques

IV - lado inferior esquerdo233 toques

RELAÇÃO CENTRALI - lado superior direito:110

toques11 lado superior esquerdo

89 toques111 lado inferior direito:110

toquesIV - lado inferior esquerdo:89

toques

O número de contatos,em Relação Central é menor que

na Oclusão Central

6 - CONCLUSÕES

Do exposto podemos concluir que:- o número de pontos de contato

observados em 25 pacientes, emmédia, foi na Oclusão Centralde 36,88 com desvio padrão de11,35.

- o número de pontos de contatoobse.rvados em 25 pacientes, emmédia, foi na Relação Centralde 15,92, com desvio padrão de13,12.'

- a maioria dos contatos foi observada nos molares. (TABELA 4)

120

em 84% dos pal\':ientes examinados não houve coincidenciaentre Oclusão Cent!.rále, RelaçãoCentral.

- em 16% dos pacientes nao houvecontatos nas cúspides não centricas.

SUMMARY

Analysis of contactpoints between oppsing dentalaeches both in centric occlusibnand relation, made incasts mounted in aarticulation.

plasterWhip-Mix

7 - REFER~CIAS BIBLIOGRÁFICASAOKI, H.et aloCLí.n.í.c aL.' evaluation

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122

ENDEREÇO DO AUTOR

EzIoDO NONATO CRONWELL ARAOJO

Departamento de CXlontologiaI-<::CSUniversidade Federal do MaranhãoRua Treze de Maio, 506-CentroTEL.: (098) 222-637165.010 SÃO LuIs - MA.

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Fonte: PESQUISA REALIZADA NO QUARTEL DO 24!? de

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