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Técnicos em Multimeios Didáticos Regina Célia Almeida Silva Barbosa 2015 Oficinas Culturais

Oficinas Culturais - Sistema Acadêmico · d) É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade; fruto do esforço coletivo pelo aprimoramento de valores espirituais,

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Técnicos em Multimeios Didáticos

Regina Célia Almeida Silva Barbosa

2015

Oficinas Culturais

Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da República Michel Temer Ministro da Educação Cid Ferreira Gomes Secretário de Educação Profissional e Tecnológica Marcelo Machado Feres Coordenação Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Arêas Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto César Gonçalves

Governador do Estado de Pernambuco Paulo Henrique Saraiva Câmara

Vice-Governador do Estado de Pernambuco

Raul Jean Louis Henry Junior

Secretário de Educação e Esportes de Pernambuco

Frederico da Costa Amâncio

Secretário Executivo de Educação Profissional Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Gerente Geral de Educação Profissional Maria do Socorro Rodrigues dos Santos

Gestor de Educação a Distância

George Bento Catunda

Coordenação do Curso Terezinha Beltrão

Coordenação de Design Instrucional

Diogo Galvão

Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevêdo

Diagramação

Klébia Carvalho

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3

1. COMPETÊNCIA 01 | EXEMPLIFICAR CULTURA: CARACTERÍSTICAS DA CULTURA ERUDITA,

POPULAR E DE MASSA .............................................................................................................. 5

1.1 A Cultura como Objeto de Estudo da Ciência ....................................................... 7

1.2 As 3 Concepções sobre Cultura de Felix Guattari ................................................ 12

1.3 Características das Três Concepções de Cultura de Felix Guattari ...................... 12

1.4 Preliminares da Formação da Cultura Brasileira .................................................. 15

1.4.1 Formação da Cultura Brasileira: os Indígenas ................................................... 15

1.4.2 Formação da Cultura Brasileira: os Africanos ................................................... 17

1.4.3 Formação da Cultura Brasileira: os Portugueses e os Imigrantes ..................... 18

1.5. Cultura Erudita e Cultura Popular ....................................................................... 20

1.5.1 A Cultura de Massa ........................................................................................... 24

2. COMPETÊNCIA 02 | APRESENTAR ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DAS MANIFESTAÇÕES

CULTURAIS DAS REGIOES BRASILEIRAS .................................................................................. 28

2.1 Manifestações Culturais da Região Norte ............................................................ 32

2.1.1 A Arquitetura da Região Norte .......................................................................... 33

2.1.2 A Arte da Região Norte ..................................................................................... 37

2.1.3 A Culinária da Região Norte .............................................................................. 43

2.2 Manifestações Culturais da Região Nordeste ...................................................... 44

2.2.1 A Arquitetura da Região Nordeste .................................................................... 45

2.2.2 A Arte da Região Nordeste ................................................................................ 48

2.2.3 A Culinária da Região Nordeste ......................................................................... 52

2.3 Manifestações Culturais da Região Centro-Oeste ............................................... 54

2.3.1 A Arquitetura da Região Centro-Oeste ............................................................. 55

2.3.2 A Arte da Região Centro-Oeste ......................................................................... 55

2.3.3 A Culinária da Região Centro-Oeste .................................................................. 58

2.4 Manifestações Culturais da Região Sudeste ........................................................ 59

2.4.1 A Arquitetura da Região Sudeste ...................................................................... 60

2.4.2 A Arte da Região Sudeste .................................................................................. 61

2.4.3 A Culinária da Região Sudeste ........................................................................... 65

2.5 Manifestações Culturais da Região Sul ................................................................ 65

2.5.1 A Arquitetura da Região Sul .............................................................................. 66

Sumário

2.5.2 A Arte da Região Sul .......................................................................................... 71

2.5.3 A Culinária da Região Sul ................................................................................... 80

3. COMPETÊNCIA 03 | APRESENTAR PROPOSTA DE OFICINAS CULTURAIS EM UMA ESCOLA

DA REDE PÚBLICA OU PRIVADA, DE ACORDO COM A SUA ATUAÇÃO, RELACIONANDO AOS

VALORES MATERIAIS E IMATERIAIS DA ESCOLA. ................................................................... 83

3.1 Princípios da Legislação sobre Patrimônio Material e Imaterial à Luz da

Constituição Federal................................................................................................... 84

3.2 O patrimônio Cultural Imaterial ........................................................................... 85

3.3 O Patrimônio Cultural Imaterial ........................................................................... 86

3.4 Proposta de oficinas culturais em uma escola da rede pública ou privada, de

acordo com a sua atuação, relacionando aos valores materiais e imateriais da escola.

.................................................................................................................................... 88

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 98

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 99

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Oficinas Culturais

INTRODUÇÃO

Olá, caro cursista, tudo bem?

É com muita alegria e motivação, que socializo com você as minhas ideias

sobre Oficinas Culturais que apresentará três competências para juntos,

compreendermos como a Cultura está presente e traz muitos significados à

nossa existência.

E por falar em existência quero antes fazer uma breve apresentação sobre

mim pra você!

A minha graduação é em Filosofia (licenciatura e bacharelado, 1996) pela

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). E foi nesta instituição que

prossegui fazendo o Mestrado em Ciência Política (2000). O início do meu

magistério, como professora de Filosofia, foi em 1996 no Colégio Marista

(Recife-PE) lecionando para o ensino médio.

Contudo, desde 1997 estou como docente atuando no ensino superior na

graduação de vários cursos como: pedagogia, turismo, comunicação social,

direito, ciências contábeis, administração, enfermagem e medicina; além de

lecionar, também, nas turmas de pós-graduação.

Nesta mesma jornada atuo, até o presente momento, como pesquisadora, na

área de política social, direitos humanos e violência.

Após a breve apresentação, quero retomar ao nosso propósito que é oferecer

a você a partir das Oficinas Culturais a oportunidade de discutirmos sobre o

conceito de Cultura, preliminares da sua história no Brasil destacando a

primeira competência que é exemplificar cultura caracterizando a cultura

erudita, popular e de massa. Para fundamentar a exemplificação,

apresentaremos na segunda competência, algumas características das

manifestações culturais de cada região brasileira.

Se você quiser conhecer, um

pouco mais sobre a minha trajetória de

trabalho, acesse o link

http://lattes. cnpq.br/072509

6144095882.

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Técnico em Multimeios Didáticos

E assim, para despertar as suas habilidades vamos aproveitar a terceira

competência, para apresentar propostas de oficinas culturais em uma escola

da rede pública ou privada, de acordo com a sua atuação, relacionando aos

valores materiais e imateriais da escola.

Antes de tudo, é necessário compreender que só o homem é capaz de

produzir cultura através da linguagem a comunicação, do trabalho a técnica,

da arte a expressão do seu pensar e dos seus sentimentos, da socialização seu

ethos e seus valores, das suas experiências a sua história. Deste modo, o seu

legado é a sua cultura e a cultura expressa e revela a sua identidade.

Na expectativa de que o conteúdo teórico aqui proposto possa nos ajudar a

vivenciar, de forma efetiva, a nossa cultura nas suas mais diversas formas do

erudito ao popular, como também conhecer e/ou relembrar as peculiaridades

da cultura regional brasileira e despertar a criatividade para desenvolvermos

atividades que nos ajude a entender que preservar a cultura é preservar um

dos maiores patrimônios construídos pela humanidade; nossa expectativa é

que você, nestas três semanas de estudos possa renovar o seu entusiasmo e

admiração pela riqueza que existe na nossa cultura brasileira.

Bons estudos!

Regina Célia Almeida Silva Barbosa

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Oficinas Culturais

1. COMPETÊNCIA 01 | EXEMPLIFICAR CULTURA: CARACTERÍSTICAS

DA CULTURA ERUDITA, POPULAR E DE MASSA

Logo de início, vou afirmar que para exemplificarmos a cultura e caracterizá-

la, é necessário defini-la; o que não é uma tarefa de fácil execução!

Isto porque existem inúmeras definições sobre cultura e, para cada contexto o

seu uso tem relevantes significados.

Grosso modo, afirma-se que cultura é

o conjunto de atividades e modos de agir, costumes e tradições de um povo. É o meio pelo qual o homem se adapta às condições de existência transformando a realidade. Cultura é um processo em permanente evolução, diverso e rico. É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade; fruto do esforço coletivo pelo aprimoramento de valores espirituais, materiais e imateriais1.

Você percebeu que há várias expressões em uma só definição sobre o mesmo

vocábulo? Observe:

a) Conjunto de várias atividades e modos de agir, costumes e

tradições de um povo;

b) Meio pelo qual o homem se adapta às condições de

existência transformando a realidade;

c) Processo em permanente evolução, diverso e rico;

d) É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma

comunidade; fruto do esforço coletivo pelo aprimoramento

de valores espirituais, materiais e imateriais.

1BORGES, Clério. DEFINIÇÕES DE CULTURA. In:< http://www.clerioborges.com.br/cultura00.html>. Acesso em: 01 de março de 2014.

Competência 01

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Técnico em Multimeios Didáticos

É por isso que muitos autores afirmam que em torno deste vocábulo há

muitas imprecisões! O que faz com que em sua constituição, o termo cultura

seja um termo polissêmico (significados diferentes para um mesmo vocábulo),

como também, seja um termo que agrega um somatório de conhecimentos.

Com certeza, você já ouviu falar ou leu sobre cultura política, cultura social,

cultura artística, cultura religiosa, cultura gastronômica, cultura do senso

comum, cultura ideológica de um determinado partido político, cultura

televisiva, cultura musical, cultura global; além de cultura popular, erudita e

cultura de massa.

E por ouvir falar ou ler sobre essas diversas formas, é natural que tenhamos

certa dificuldade em definir tal termo. Contudo, é necessário, pelo menos, ter

como ponto de partida a definição etimológica de cultura cuja origem latina

cultura-ae, cognato do verbo colocolui-cultum-colére.

Alguns sentidos de colére são: encontrar-se habitualmente cultivar, morar em, cuidar de, adornar, preparar, proteger, ocupar-se de, realizar, cumprir, praticar, honrar, venerar, respeitar. Ainda no Latim, alguns derivados de colére são: colonus/i, o lavrador, rendeiro, feitor, agricultor; cultio/onis, cultura, amanho, adoração, veneração; cultor/oris, aquele que cultiva, que habita em, que adora os deuses. Cultus/us, também forma verbal de colére, significa igualmente, como substantivo,cultura da terra, educação, civilização, gênero de vida, costume, adoração, reverência, respeito, maneira de viver, culto. (O conceito etimológico de cultura. In: http://www.tokstok.com.br/premio/imagens/prof_eddy2.html. Acesso em 01 de março de 2014).

Esta é a hora para você

pesquisar sobre o conceito de

cultura segundo a filosofia, história,

sociologia e a antropologia.

Competência 01

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Oficinas Culturais

1.1 A Cultura como Objeto de Estudo da Ciência

Figura 1 - Auguste Comte Fonte: http://www.estudopratico.com.br/positivismo-conceito-e-resumo- de-suas-caracteristicas/#ixzz2uk1uX4Mn

Considero a necessidade de mencionar que a cultura como objeto de estudo

ganha significativa relevância com o positivismo; corrente do pensamento que

dominou a Europa no século XIX e se espalhou por todos os continentes,

tendo como seu principal teórico Auguste Comte (1798-1857).

Você deve lembrar que para a consolidação da ciência moderna era

necessário que todo o corpus científico tivesse como regência o comando

positivista. As ciências naturais e a matemática foram o crivo necessário para

o estabelecimento das ciências humanas.

A perspectiva era a de reinterpretar a dinâmica das relações sociais, políticas e

econômicas, além da origem do homem, sua história, sua biologia, geografia,

cultura e sociedade à luz da ciência positiva e não mais da filosofia.

Entre 1830 e 1842 Comte publicou a

obra Curso de Filosofia Positiva e, pode-se-dizer, que

a ideia-chave do Positivismo de

Comte era a Lei dos Três Estados, que

afirmava que o homem passou e

passa por três estágios em suas

concepções, sendo elas:

1.Teológico Afirmava que o

homem explicava a realidade por meio

de entidades sobrenaturais

buscando responder

questões como “de onde viemos?” e

“para onde vamos?”. Fora isso,

buscava-se o absoluto. É o estágio que a imaginação se sobrepunha à

razão. 2.Metafísico ou

Abstrato Pode ser

considerado como um meio-termo

entra a teologia e a positividade.

3.Positivo Última e definitiva

etapa. Não já se buscava mais o

porquê das coisas, porém o como as

coisas aconteciam. A imaginação vira

subordinada à observação e

busca-se somente o visível e concreto.

Competência 01

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Técnico em Multimeios Didáticos

Figura 2 – O Homen Vitruviano Fonte: http://tatiana-tatamarin16gmailcom.blogspot.com.br/

A perspectiva era a de reinterpretar a dinâmica das relações sociais, políticas e

econômicas, além da origem do homem, sua história, sua biologia, geografia,

cultura e sociedade à luz da ciência positiva e não mais da filosofia.

A “Ordem e Progresso” são os novos guias dos estudos e métodos científicos

no século XIX. O paradigma “Ordem e Progresso” tornará a condição das

investigações sobre natureza humana, cultura e civilização, determinante e

complexa a compreensão sobre o status científico das ciências humanas.

Contudo, a orientação neste contexto é garantir o máximo de objetividade e

especificidade. Assim, a História, a Sociologia e a Antropologia tornaram-se,

especificamente, as áreas das ciências humanas que definiram o diálogo sobre

a cultura sua estrutura, organização e função de forma racional e explicável a

partir de princípios quantificáveis (estatísticas) com métodos e procedimentos

utilizados pelas Ciências da Natureza.

Ao explicar sobre os fundamentos do paradigma positivista na análise sobre o

desdobramento do conceito de cultura as professoras Cássia Lobão Assis e

Cristiane Maria Nepomuceno2 afirmam o seguinte:

Cada paradigma acolhe uma série de abordagens ou correntes de pensamento distintas, estas se

2 Assis, Cássia Lobão e Cristiane Maria Nepomuceno. Estudos contemporâneos de cultura. Campina Grande:

UEPB/UFRN, 2008.

Você observou a imagem ao lado

no centro da página? Você lembra? Ela é

muito conhecida, não é mesmo? Que tal pesquisar sobre a história dessa

imagem, seu criador e seu

significado, ok?

Competência 01

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Oficinas Culturais

fundamentam e orientam-se pelos objetivos propostos a partir do por que e para que conhecer. Assim, a escolha dos aspectos que se deseja estudar no objeto é consubstanciada no percurso que cada estudioso encontra para chegar ao conhecimento. A cultura, por exemplo, pode ser estudada sob o prisma das relações sociais, das instituições, do comportamento em algumas situações do cotidiano, religião, organização política, festas etc., ou seja, pode ser estudada, concebida ou entendida de acordo com o interesse e os instrumentos de análise (teorias e métodos) utilizados por cada estudioso. Mas no caso da cultura, esta tanto se constitui em objeto de estudo, conceito como também é paradigma por meio do qual é possível elaborar uma explicação do homem e da sociedade. A cultura é um instrumento de análise, um mecanismo de interpretação e compreensão da diversidade humana e, por sua vez, também se encontra intrinsecamente relacionado a interesses específicos.

Em um momento anterior, nós apresentamos cinco expressões que definiam

o termo cultura, está lembrado? Então, para dar continuidade aos nossos

estudos eu vou escolher duas das alternativas apresentadas e definir cultura

do seguinte modo:

Conjunto de várias atividades e modos de agir, costumes e tradições de um

povo, de um grupo social, uma nação, uma comunidade; cujo

desenvolvimento é fruto do esforço coletivo pelo aprimoramento de valores

espirituais, materiais e imateriais.

Ao organizar essas ideias em torno do vocábulo cultura, podemos prosseguir

afirmando que há uma complexidade no conceito; de tal forma que houve a

necessidade de criar uma ciência social como a antropologia para discutir

sobre o assunto.

Competência 01

10

Técnico em Multimeios Didáticos

Antropologia é um termo de origem grega, formado por “anthropos”

(homem, ser humano) e “logos” (conhecimento). Desde a antiguidade

clássica, a antropologia já fazia parte dos estudos gregos na busca de tentar

responder o que é o homem? E as suas mais diversas formas de

conhecimentos adquiridos pela experiência no grupo e a preservação dos

valores e tradições. Considera-se que só no século XVIII, a antropologia,

como resultado do Movimento Iluminista, foi classificada como uma ciência

social. Assim, ao buscar definir o que é o homem, as tipologias étnicas e a

diversidade dos valores culturais como objeto de estudo, a antropologia

apresenta como principais áreas:

Antropologia Física ou Biológica – estuda os aspectos genéticos e

biológicos do homem.

Antropologia Social: analisa o comportamento do homem em

sociedade, a organização social e política, as relações sociais e

instituições sociais.

Antropologia Cultural: investiga as culturas no tempo e espaço,

envolvendo os costumes, mitos, valores, crenças, rituais, religião,

língua; e subdivide-se em outras especialidades como: Etnografia,

Etnologia, Arqueologia e Linguística

A propósito, você pesquisou o conceito de cultura nas áreas que eu solicitei?

Filosofia, história, sociologia e antropologia?

Então, você deve ter conhecido, no mínimo, as seguintes perspectivas sobre o

conceito de cultura de cada área. De qualquer forma eu sintetizei abaixo, para

você!

Deste modo, assista o vídeo

sobre “Crianças

criadas por animais”

Reportagem do Programa

Domingo Espetacular. Enviado em 23/12/2010.

In: https://www. youtube.com/watch?v=Yfmn

XFnqAGo

Competência 01

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Oficinas Culturais

Cultura na Filosofia

De acordo com a filosofia, a cultura é o conjunto de manifestações humanas

que contrastam com a natureza ou o comportamento natural. É uma atitude

de interpretação pessoal e coerente da realidade, destinada a posições

suscetíveis de valor íntimo, argumentação e aperfeiçoamento. Além dessa

condição pessoal, cultura envolve sempre uma exigência global e uma

justificação satisfatória, sobretudo para o próprio. Podemos dizer que há

cultura quando essa interpretação pessoal e global se liga a um esforço de

informação no sentido de aprofundar a posição adotada de modo a poder

intervir em debates. Essa dimensão pessoal da cultura, como síntese ou

atitude interior, é indispensável.

Cultura na Sociologia

Também é definida em ciências sociais como um conjunto de ideias,

comportamentos, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em

geração através da vida em sociedade. Seria a herança social da humanidade

ou ainda de forma específica, uma determinada variante da herança social. Já

em biologia a cultura é uma criação especial de organismos para fins

determinados.

Cultura na Antropologia

Cultura na antropologia é compreendida como a totalidade dos padrões

aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano. A cultura como antropologia

tem como objetivo representar o saber experiente de uma comunidade, saber

obtido graças à sua organização espacial, na ocupação do seu tempo, na

manutenção e defesa das suas formas de relação humana. Estas

manifestações constituem aquilo que é denominado como a sua alma

cultural, os ideais estéticos e as diferentes formas de apresentação.

Após assistir o vídeo e com

base nas informações sobre cultura

de acordo com as

perspectivas ao lado,

apresente uma

explicação filosófica,

sociológica e antropológica sobre o modo de viver das

“Crianças criadas por animais”.

Competência 01

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Técnico em Multimeios Didáticos

1.2 As 3 Concepções sobre Cultura de Felix Guattari

Os três seguimentos acima sobre cultura serão muito úteis para que

possamos compreender as 3 concepções sobre Cultura de Felix Guatarri.

A propósito você já admirou uma pessoa por ela ser, segundo a sua opinião

muito culta? Ou já comentou com alguém que uma determinada pessoa é

inculta? Pois saiba que houve um pensador francês chamado Felix Guattari

(1930-1992) que organizou seus estudos sobre cultura a partir de três

categorias de análise: cultura-valor, cultura-alma coletiva e cultura-

mercadoria.

Figura 3 – Felix Guattari Fonte: www.http://criteriosamente.files.wordpress.com/2011/07/ fc3a9lix_guattari.jpg

1.3 Características das Três Concepções de Cultura de Felix Guattari

Figura 4 - Cultura-Valor Fonte: www.google.com.br/search?q=felix+guattari

A produção

intelectual de Guattari é

misturada com a sua militância

política. Marxista dissidente concebe o

pensamento como uma ferramenta

de luta social. Faz militância em

diferentes grupos de esquerda e em

toda a sua produção

respiram-se ares do maio de 1968.

Para Guattari, esse movimento (que caracteriza

pela primeira vez como uma revolução molecular) anuncia a

possibilidade de outros modos de

subjetivação política e de luta

microssocial. Guattari,

juntamente com Giles Deleuze,

escreveu mais de 40 livros, sobre os

mais variados e amplos aspectos

da realidade (natural, social,

subjetiva e tecnológica),

abordados desde um ponto de vista simultaneamente transdisciplinário, ontológico, ético e

estético, assim como uma intensa vocação inventiva e transformadora.

Competência 01

13

Oficinas Culturais

Cultura-Valor é o sentido e aparece claramente na ideia de “cultivar o

espírito”. É o que permite estabelecer a diferença entre quem tem cultura e

quem não tem ou determinar se o indivíduo pertence a um meio culto ou

inculto, definindo um julgamento de valor sobre essa situação.

Figura 5 - Cultura-Alma Coletiva Fonte: www.google.com.br/search?q=felix+guattari

O segundo significado denominado Cultura-Alma Coletiva, é sinônimo de

“civilização”. Ele expressa a ideia de que todas as pessoas, grupos e povos têm

cultura e identidade cultural. Nessa acepção, pode-se falar de cultura negra,

cultura chinesa, cultura marginal, etc.

Figura 6 - Cultura-Mercadoria Fonte: www.google.com.br/search?q=felix+guattari

O terceiro sentido, o de Cultura-Mercadoria, corresponde à “cultura de

massa”. Nessa concepção, cultura compreende bens ou equipamentos –

como os centros culturais, os cinemas, as bibliotecas, as pessoas que

trabalham nesses estabelecimentos, e os conteúdos teóricos e ideológicos de

Entre outros, livros , Feliz

Guattari publicou o

Anti-Édipo: Capitalismo e Esquizofrenia,

juntamente com Deleuze, em

1972; A Revolução

Molecular, em 1977;

Psicanálise e Transversalidade,

em 1972; Chaos-osmose,

em 1992. (Félix Guattari.

In Infopédia [Em linha]. Porto:

Porto Editora, 2003-2014.

[Consult. 2014-03-24].

Disponível na www: <URL: http://www. infopedia.pt/

$felix-guattari>).

Competência 01

14

Técnico em Multimeios Didáticos

produtos que estão à disposição de quem quer e pode comprá-los, ou seja,

que estão disponíveis no mercado.

Figura 7 - Divulgação do Filme “Comer, Rezar e Amar. Fonte: http://1.bp.blogspot.com/Comer,%20Rezar%20e%20Amar.jpg

Na verdade este filme é baseado no best seller de Elizabeth Gilbert (uma

obra de não-ficção) e, curiosamente, relata um momento interessante da

vida da autora quando a mesma estava com 30 anos de idade. O objetivo de

Gilbert era visitar três lugares onde pudesse examinar aspectos de sua

própria natureza, tendo como cenário uma cultura que, tradicionalmente,

fosse especialista em cada um deles. "Assim, quis explorar a arte do prazer

na Itália, a arte da devoção na Índia, e, na Indonésia, a arte de equilibrar as

duas coisas", explica. Em Roma, estudou gastronomia, aprendeu a falar

italiano e engordou os onze quilos mais felizes de sua vida. Na Índia

dedicou-se à exploração espiritual e, com a ajuda de uma guru indiana e de

um caubói texano surpreendentemente sábio, viajou durante quatro meses.

Já em Bali, exercitou o equilíbrio entre o prazer mundano e a transcendência

divina. Tornou-se discípula de um velho xamã. O filme tem como atriz

principal Julia Roberts.

(http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/2299756/comer-rezar-amar).

Que tal assistir um filme para compreender

melhor sobre a cultura na

perspectiva do pensador francês

Felix Guattari? Existem vários

mas, eu recomendo

“Comer, Rezar e Amar”.

Competência 01

15

Oficinas Culturais

A contribuição do pensador francês Felix Guattari, em especial, sobre cultura-

alma coletiva, é uma ótima oportunidade para resgatarmos, um pouco, os

nossos conhecimentos sobre a cultura brasileira, você concorda?

Isto porque, durante 322 anos o nosso país era colônia de Portugal. E isso foi

tempo suficiente para a consolidação da identidade cultural do povo

brasileiro que recebeu uma forte influência do povo europeu, em particular

dos portugueses; dos espanhóis, franceses, índios e negros configurando na

miscigenação da cultura étnica brasileira.

Sob a marca do catolicismo e da língua portuguesa, já no século XVIII, o povo

brasileiro formado pelas três etnias índios, negros e brancos apresentava em

seu “DNA” cultural, a diversidade expressa nas produções culturais que

construíram a identidade do povo brasileiro: na dança, na culinária, nos

sincretismos religiosos, na educação e nos demais processos socioculturais.

É exatamente sobre preliminares da história da cultura brasileira que iremos

iniciar a nossa discussão sobre a cultura popular, cultura erudita e cultura de

massa.

1.4 Preliminares da Formação da Cultura Brasileira

A cultura brasileira não nasce nem se desenvolve ilhada

dentro de muros universitários e de espaços acadêmicos,

se não na vida cotidiana de todos os brasileiros, como

fenômeno histórico enraizado em nossa realidade

econômica e social. (VANNUCCI, 1999).

1.4.1 Formação da Cultura Brasileira: os Indígenas

É de seu conhecimento, que os índios são considerados, os primeiros

habitantes nas terras brasileiras, os verdadeiros donos da terra em nosso país.

Assim, a cultura indígena expressa uma das mais ricas culturas cujo aspecto

notável foi a chamada língua geral (língua geral paulista, Nheengatu), uma

Competência 01

16

Técnico em Multimeios Didáticos

língua derivada do Tupi-Guarani com termos da língua portuguesa que serviu

de língua franca no interior do Brasil até meados do século XVIII,

principalmente nas regiões de influência paulista e na região amazônica.

Também, o folclore, a culinária e o rico conhecimento sobre a flora brasileira

que nos legou até os presentes dias a medicina fitoterápica que é o uso

medicinal das plantas para obtenção da cura das mais diversas doenças.

Arte Médica dos Índios brasileiros

Em sua "História geral da medicina brasileira", Santos Filho relata que no

Brasil do século XVI os indígenas acreditavam que as doenças eram causadas

por vontade de algum ser sobrenatural, ação dos astros, agentes climáticos,

força de uma praga ou castigo. Elas eram denominadas de acordo com o

órgão ou a parte do corpo afetada. O tratamento era baseado nas

propriedades medicinais da imensa flora local.

Para ulcerações, a bouba, ferimentos e dermatoses as plantas indicadas

eram a copaíba (Copaifera officinalis), a capeba ou pariparoba (Piper

rohrii), amaçaranduba (Mimusops elata, Lucuma procera), a cabreúva

(Myrocarpus fastigiatus) e a caroba (Jacaranda caroba, Jacaranda

brasiliana); contra febres a jurubeba (Solanum panicyulatum, Solanum

fastigiatum), quineiras brasileiras (Strychnos pseudo-quina, Cantarea

speciosa), o maracujá (Passiflora de várias espécies).

Como diuréticos e sialagogos o cajú(Anacardium occidentale), o ananás

(Ananas sativus), o jaborandi (Pilocarpus pinnatus);

Como purgativo e para desinterias o andá-açu (Johannesia princeps) a

ipecacuanha ou poaia (Psychotica emetica, Cephaelis ipecacuanha), a

batata-de-purga (Ipomoea altissima), a umbaúba (Ceropia peltata) e o

guaraná (Paullinia cupana).

Para mordeduras de cobras e outros animais venenosos a caapiá ou

contra-erva (Dorstenia multiformis), o pau-cobra (Potalia amara) e a

erva-de-cobra (Mikania opifera).

Competência 01

17

Oficinas Culturais

Para afecções respiratórias e outras doençaso jataí (Hymenaea

courbaril) e o petume ou tabaco (Nicotiana tabacum).

O conhecimento dos indígenas sobre as propriedades medicinais da flora foi

mantido graças aos registros de missionários, barbeiros-cirurgiões e barbeiros

e a tradição oral. Os remédios eram geralmente reduzidos a pó entre duas

pedras e depois dissolvidos em água ou sucos.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_ind%C3%ADgena)

1.4.2 Formação da Cultura Brasileira: os Africanos

Você concorda comigo que em todos os segmentos da cultura brasileira

dança, música, religião, culinária, idioma, nas obras de arte os africanos estão

presentes? É indiscutível a sua influência em todas as regiões brasileiras em

especial, nas regiões nordeste, sul e sudeste; em certos Estados como Bahia,

Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e

Rio Grande do Sul a cultura afro-brasileira é particularmente destacada em

virtude da migração dos escravos.

Sobre a influência africana Freire (2001, p. 343) destaca que:

Quantas "mães-pretas", amas de leite, negras cozinheiras e quitandeiras influenciaram crianças e adultos brancos (negros e mestiços também), no campo e nas áreas urbanas, com suas histórias, com suas memórias, com suas práticas religiosas, seus hábitos e seus conhecimentos técnicos? Medos, verdades, cuidados, forma de organização social e sentimentos, senso do que é certo e do que é errado, valores culturais, escolhas gastronômicas, indumentárias e linguagem, tudo isso conformou-se no contato cotidiano desenvolvido entre brancos, negros, indígenas e mestiços na Colônia.

Ainda de acordo com Freyre (2001, p. 346), a nossa herança cultural africana é

visível no jeito de andar e no falar do brasileiro, pois:

Competência 01

18

Técnico em Multimeios Didáticos

Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que

se deliciam nossos sentidos, na música, no andar, na

fala, no canto de ninar menino pequeno, em tudo que é

expressão sincera de vida trazemos quase em todos a

marca da influência negra. Da escrava ou sinhama que

nos embalou. Que nos deu de mamar. Que nos deu de

comer, ela própria amolegando na mão o bolão de

comida. Da negra velha que nos contou as primeiras

histórias de bicho e de mal-assombrado. (Freyre, 2001,

p. 348)

A contribuição dos negros na formação da cultura brasileira é significativa,

pois ressalta os costumes que construíram a identidade cultural afro -

brasileira.

1.4.3 Formação da Cultura Brasileira: os Portugueses e os Imigrantes

É claro que você sabe, na verdade, nós sabemos que os indígenas, europeus,

africanos, asiáticos, árabes são resultados da intensa miscigenação e

convivência dos povos que participaram da formação do Brasil tornando-o um

país da diversidade cultural. Neste mesmo contexto foi grande a influência da

cultura francesa, inglesa, da cultura espanhola.

Mas, foram os portugueses que, inicialmente, construíram o arcabouço do

legado cultural brasileiro. A princípio, o registro, referente às riquezas da terra

recém descoberta, feito pelo escrivão Pero Vaz de Caminha ao rei D. Manuel

demarca o primeiro documento da nossa história o que constitui, na verdade,

um inventário minucioso sobre a fauna, a flora, a geografia, hidrografia, a

culinária e o dia-a-dia dos nativos.

É indiscutível a contribuição dos

negros na economia do

nosso país desde que eles

chegaram em nossas terras.

Vamos pesquisar sobre essa

contribuição? Como os negros

participaram, ativamente, da economia do nosso país?

Competência 01

19

Oficinas Culturais

Figura 8 - Imagens de Trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/carta-pero-vaz-caminha-como-interpretar-nosso-

primeiro-documento-702761.shtml?page=2

Assim, podemos concordar com boa parte dos historiadores que a Carta de

Caminha é um diário atípico que retrata a primeira semana após o

“descobrimento”. O texto é revestido de características estilísticas da

literatura cuja linguagem clássica é, ao mesmo tempo, simples, objetiva,

unindo o realismo nas observações e o humanismo cultural.

Assim, no aspecto religioso, os brasileiros herdaram dos portugueses os

hábitos católicos e ritos decorrentes, também, da colonização cujas tradições

são representadas por um calendário religioso repleto de homenagens aos

santos da Igreja Católica com referências a festas e procissões.

Além da cultura sacra, os portugueses

também, contribuíram com as duas festas,

consideradas as mais importantes do Brasil:

o carnaval e as festas juninas.

Figura 9 - Primeira Missa Rezada no Brasil Fonte: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/09/primeira-missa.jpg

Você sabia que o renascimento, o maneirismo, o

barroco, o rococó e o

neoclassicismo foram grandes movimentos

artísticos europeus e foram

trazidos pelos portugueses para

o contexto cultural

brasileiro? A arte

portuguesa também se

tornou presente na literatura,

pintura, escultura,

música, arquitetura e

artes decorativas no Brasil colônia. A forte influência dos portugueses

seguiu após a independência, tanto, na arte

popular como na arte erudita.

.

Competência 01

20

Técnico em Multimeios Didáticos

1.5. Cultura Erudita e Cultura Popular3

3 Figura 10 – Fonte: http://d3ds4oy7g1wrqq.cloudfront.net/tornasol/myfiles/fantasma%20de%20la%20opera.jpg Figura 11 – Fonte: https://encrypted-tbn1.gstatic.com Figura 12 – Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_sj53G_Jgii0/TTZPhbuwI6I/ano%2Bnovo%2B029.JPG Figura 13 – Fonte: http://revistaregional.com.br/portal/wp-content/uploads/2012/05/cultura-classicos-em-cena-640x480.jpg Figura 14 – Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-9EWDZ5WP7Qg/Tmt8AgwO6JI/lago%2Bdos%2Bcisnes.jpg Figura 15 – Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_D5RHK7NnbIg/TIUeYZ8_61I/festival+de+dan%C3%A7a+2009.png

Figura 11 - Teatro Popular Figura 10 - Peça

O Fantasma da Ópera

Figura 13 - Grupo de Músicos Clássicos Figura 12 - Grupo de Música Popular

Figura 14 - O Lago dos Cisnes Figura 15 - Teatro Popular

Sabemos que o carnaval,

geralmente, ocorre no mês de

fevereiro e as festas juninas no

mês de junho; assim será que

você seria capaz de encontrar

quais as outras festas originárias

da cultura portuguesa que

ocorrem em outros dez meses

do ano?

Competência 01

21

Oficinas Culturais

Você observou as figuras acima?

Lembra que nós comentamos sobre a diversidade cultural que se construiu no

Brasil em razão da união das culturas indígenas, africanas e europeias?

Pois bem, desta união temos como resultado a cultura erudita e a cultura

popular.

Vamos ver o que isso significa:

A cultura erudita da qual estamos nos referindo, tem o seu contexto do

“Renascimento” (séc. XIV e XV) é marcado por um movimento cultural cuja

base de formação tinha como representação política econômica: a burguesia.

A burguesia era um grupo social formada por comerciantes que tinham como

objetivo principal o lucro, através do comércio de especiarias vindas do

oriente. Esse segmento da sociedade conquistou não apenas novos espaços

sociais e econômicos, mas também procurou resgatar ou fazer renascer

antigos conhecimentos da cultura greco-romana. Daí o nome Renascimento.

Por exemplo, você sabia que ao tentar reviver o teatro de Sófocles e

Eurípedes (que viveram na Grécia antiga), os poetas italianos do século XVI

substituíram a simples declaração pela recitação contada dos textos

acompanhada por instrumentos musicais; e, dessa forma, acabaram por criar

um novo gênero a “ópera”?

Deste modo, novos representantes sociais foram surgindo a partir da,

também, surgimento das universidades, centros de estudos e profissionais

como advogados, engenheiros, médicos, profissionais da alquimia e outros.

Os novos descobrimentos nas áreas das ciências físicas e naturais como

também, o desenvolvimento das correntes racionalistas e empiristas -

conhecimentos que eram construídos pela filosofia da razão (ideias) e da

Competência 01

22

Técnico em Multimeios Didáticos

experiência (material) - produziu uma gama de conhecimentos que só eram

aproveitados pela elite da época.

Deste modo, a cultura “erudita”, ou “superior”, também designada de “elite”,

foi se distanciando da cultura, da maioria da população, pois era feita pela e

para a burguesia. Por isso, ao pensarmos em cultura erudita, imediatamente

concluímos que seus produtores fazem, parte de uma elite política,

econômica e cultural que pode ter acesso ao saber associado à escrita, aos

livros, ao estudo.

A cultura popular é uma cultura em geral transmitida oralmente, registrando

as tradições e os costumes de um determinado grupo social. Da mesma forma

que a cultura erudita, a cultura popular alcança formas artísticas expressivas e

significativas.

Vale ressaltar que, o artista popular tira sua “inspiração” de acontecimentos

locais rotineiros, a arte popular é regional. Ele não está preocupado em expor

a sua arte em lugares privilegiados. Por isso a arte popular se encontra mais

afetada pela cultura de massas que atinge a todas as regiões igualmente e

procura homogeneizá-las culturalmente do que a erudita.

Segundo Nelson Aguilar (2000)

A obra de arte popular constitui um tipo de linguagem por meio da qual o homem do povo expressa sua luta pela sobrevivência. Cada objeto é um momento de vida. Ele manifesta o testemunho de algum acontecimento, a denúncia de alguma injustiça (AGUILAR, Nelson (org). Mostra do Redescobrimento: arte popular. In: BEUQUE, Jacques Van de. Arte Popular Brasileira, p. 71).

Será que está claro pra você qual a diferença entre essas duas culturas?

Então, enquanto a cultura erudita é transmitida pela escola e confirmada

pelas instituições (governo, religião, economia), a cultura popular não é

Competência 01

23

Oficinas Culturais

oficial, é a do povo comum, ela expressa sua forma simples de conceber a

realidade.

Em síntese:

Cultura Erudita: (erudito = instrução vasta adquirida pela leitura), elite

social, econômica, política. Seu conhecimento é proveniente do pensamento

científico, dos livros e das pesquisas universitárias.

Cultura Popular é uma expressão que caracteriza um conjunto de elementos

culturais específicos da sociedade de uma nação ou região. Considerada

como um conjunto de manifestações criadas por um grupo de pessoas que

têm uma participação ativa nelas, a cultura popular é transmitida

oralmente, dos elementos mais velhos da sociedade para os mais novos.

Na arte Popular, o artista é o homem do povo, do meio rural ou das

periferias das grandes cidades e utiliza um tipo de linguagem por meio da

qual garante um diálogo de identificação com o povo quando retrata, por

exemplo, a luta pela sobrevivência.

Figura 16 - Os Lusíadas de Luís de Camões Fonte: https://encrypted-bn0.gstatic. com/ images

Figura 17- Exemplar da Literatura de Cordel Fonte: http://barretocordel.files. wordpress.com/2012/09/cordel-buchada-de-bode.jpg

Competência 01

24

Técnico em Multimeios Didáticos

Arte Popular do século XVIII é diferente da arte popular hoje, como o rap,

hip hop. A Cultura popular incorpora sempre novos elementos sociais, no

entanto, ela é também conservadora da identidade de uma representação

social ou grupo social.

Ex. o carnaval era um festa popular, com os meios de comunicação de

massa, ela se tornou em espetáculos para turistas. O artista popular tira

sua “inspiração” de acontecimentos locais rotineiros e regionais. Este artista

também é afetado pela cultura de massa.

Mas se a cultura popular é uma cultura resultante da herança de um povo,

suas tradições, costumes e, de certa forma depende da transmissão oral da

história da cultura de um determinado segmento e a cultura erudita é, na sua

essência elitizada, fruto de pesquisas e sistematizações dos intelectuais, Qual

o Lugar da Cultura de Massa?

1.5.1 A Cultura de Massa

Diferentemente da cultura erudita e da cultura popular, a Cultura de Massa,

não está vinculada a nenhum grupo específico e é transmitida de maneira

industrializada para um público generalizado, interfere na existência de uma

cultura erudita da elite e de uma cultura popular do povo.

Podemos analisar a cultura de massas como um ponto de intersecção entre a

cultura erudita e a cultura popular porque os elementos próprios da cultura

de massas são consumidos tanto por setores mais excluídos da sociedade

quanto por elites, é como se representasse algo em comum entre esses

setores.

O fato é que, de certa forma, o desenvolvimento tecnológico tornou possível

reproduzir obras de arte em escala industrial, então inúmeros livros passam a

apresentar, por exemplo, o quadro que representa A Santa Ceia de Leonardo

Competência 01

25

Oficinas Culturais

da Vinci e uma massa de população passa a ter acesso a essa obra sem

entender, exatamente, o sentido da pintura para o autor.

Figura 18 – A Santa Ceia de Leonardo da Vinci Fonte: http://www.pinturasemtela.com.br/wp-content/uploads/2011/05/A-Ultima-

Ceia-Da-Vinci.jpg

As expressões populares da cultura operária, do campo e da favela são

atravessadas pelos produtos da cultura de massa. No entanto, a cultura

popular existe em detrimento da cultura de massa. Porém, a grande massa

não possui consciência das ideologias da Indústria Cultural e consome um

produto de baixa qualidade informacional.

A cultura de massas é uma cultura já pronta e fornecida por outro setor social

(que controla a produção da Indústria Cultural), a classe dominante.

A Indústria Cultural não produz, necessariamente, um produto concreto. Ela

vende uma ideologia, vende visões de mundo através dos meios de

comunicação de massa. A cultura de massa não surge espontaneamente da

própria massa, mas é fornecida pela classe dominante. Essa cultura é externa

à popular, não é produto dela.

A Indústria

Cultural é uma indústria que não fabrica produtos concretos, vende

uma ideologia, vende visões do mundo, vende ideias, desejos. Feita para uma

massa de pessoas, esses bens culturais são veiculados pelos meios de

comunicação de massas, aí surge

a cultura de massas (o

produto da Indústria Cultural).

A Indústria Cultural esteve

sempre ligada ao poder econômico

e financeiro. Nesse sentido, a Indústria Cultural

usa de mecanismos

repressores às outras formas de

manifestações populares da

cultura.

Competência 01

26

Técnico em Multimeios Didáticos

Figura 19 - As Mais Diversas Expressões da Cultura de Massa Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-bBuQHkh8OzA/UBCPbV5JuFI/s1600/page.jpg

A cultura de massas funciona como uma ponte entre a cultura erudita e a

cultura popular, mas uma ponte prejudicial, porque na verdade ela ignora

totalmente as diferenças entre os produtores dessas duas culturas e se

direciona para um público abstrato e homogêneo.

Prezado cursista, chegamos ao final desta competência e espero que você

tenha percebido que a cultura erudita, popular e de massa representam, na

verdade, o legado das tradições, dos comportamentos, expressões da vivência

história, política e social de um povo.

A Cultura é resultado de um processo de agregação de valores humanos e que

promove a formação da identidade cultural caracterizando a diversidade

cultural, a potencialidade das práticas humanas em favor da preservação das

suas raízes, mesmo incorporando novas tendências, costumes e valores.

O certo é que a memória de um povo é construída pela dinâmica da cultura

coletiva, que envolve a língua, a escrita, o trabalho, o artesanato, o turismo e

o lazer, a educação, e os mais diversos desdobramentos dos processos sociais;

seja acomodação, conflito ou cooperação.

Da luta de classes, das ideologias, dos avanços e dos retrocessos das

mentalidades de um povo às suas práticas, o que observamos é que os grupos

humanos vivem na cultura, dela e para ela buscando sempre aperfeiçoar a sua

Competência 01

27

Oficinas Culturais

capacidade singular que é a de conviver entre a diversidade de tipos humanos

que existem no mundo.

Assim, na próxima competência iremos apresentar algumas características

das manifestações culturais de cada região brasileira; onde destacaremos os

principais valores culturais de cada Estado, geografia, história, arquitetura,

culinária, e outros valores que caracterizam a identidade cultural de cada

brasileiro em seu estado.

Então, até a próxima semana com mais um encontro sobre Oficinas Culturais.

Competência 01

28

Técnico em Multimeios Didáticos

2. COMPETÊNCIA 02 | APRESENTAR ALGUMAS CARACTERÍSTICAS

DAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS DAS REGIOES BRASILEIRAS

Antes de adentrar nas características culturais propriamente ditas, faz-se

necessário localizar geograficamente, no tempo e no espaço, as regiões

brasileiras.

O espaço geográfico brasileiro sofreu várias modificações desde os primeiros

estudos realizados no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em

1941, pelo engenheiro, geógrafo e professor Fábio de Macedo Soares

Guimarães.

Figura 20 - Fábio de Macedo Soares Guimarães Fonte: http://memoria.ibge.gov.br/sinteses-historicas/pioneiros-do- ibge/fabio-de-macedo-soares-guimaraes. Acessado em 01/03/14.

As transformações no espaço brasileiro desde a colonização pelo europeu e

posteriormente com a chegada do negro africano podem ser entendidas de

várias formas, no entanto, as mais expressivas transformações foram no

espaço natural, cultural e socioeconômico.

A falta de uma efetiva integração socioeconômica e cultural, devido às

distâncias entre os lugares e seu difícil acesso por estradas de barro

contribuiu, desde o Brasil Colonial, para um isolamento inter-regional. Tal

isolamento permitiu uma maior diversidade cultural e socioeconômica ao

Fábio de Macedo Soares Guimarães,

Engenheiro, Geógrafo e

Professor, nasceu na cidade do Rio de

Janeiro (RJ), (1906-1979). [...]

Especializado em Planejamento

Regional, foi um dos fundadores do

Conselho Nacional de Geografia (1937), órgão pertencente

ao Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística, já não mais denominado

INE pela incorporação da

Geografia à sua nova estrutura (1938). [...] desenvolve estudo

sobre divisão regional do Brasil, a proposta de divisão

regional apresentada ao Conselho -

Resolução n° 72, de 14 de julho de 1941 -

, ajusta-se aos fatores naturais

clima, vegetação e relevo, bem como se

serve da posição geográfica para

nomear as Grandes Regiões, ao mesmo

tempo em que atende às

necessidades da administração pública, razões

suficientes para que fosse adotada como

Primeira Divisão Oficial do Brasil,

através da circular n° 1 de 31 de janeiro de

1942, emitida pela Secretaria da

Presidência da República. [...].

Competência 02

29

Oficinas Culturais

nosso país com regiões de características bem peculiares ao modo de

produção e colonização a que foi submetida.

No contexto dessa multidiversidade de espaços e de uma necessidade em

conhecer melhor a regionalização do espaço brasileiro, a divisão regional do

IBGE contribui de forma acadêmica para um entendimento melhor dos

espaços naturais, culturais e socioeconômicos no Brasil, principalmente a

partir do século XX, quando os espaços começaram a ser integrados pelos

intensos fluxos de pessoas, mercadorias, dinheiro e serviços entre as diversas

regiões.

Os estudos para primeira divisão regional do IBGE ocorreu em 1940 e foi

ratificado em 1942. Esta divisão levou em consideração os aspectos naturais e

dividiu o Brasil em cinco grandes regiões: Norte, Nordeste, Centro, Este e Sul.

Figura 21 – Divisão Regional de 1942 Fonte: http://www.portalmodulo.com.br/userfiles/DIVIS%C3%83O%2 0REGIONAL%20DO%20BRASIL.pdf. Acessado em 01/03/14.

Logo após surgiu a divisão de 1945 onde o Brasil passa a ter sete regiões:

Norte, Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental, Centro-Oeste, Leste

Setentrional, Leste-Meridional e Sul. As principais mudanças desta divisão

foram: na porção norte do Amazonas foi criado o território de Rio Branco,

atual estado de Roraima; no norte do Pará foi criado o território do Amapá;

Mato Grosso perde uma porção a noroeste (batizada como território de

Guaporé) e outra ao sul (chamada território de Ponta Porã) e no Sul, Paraná e

Santa Catarina são cortados a oeste e é instalado o território de Iguaçu.

Competência 02

30

Técnico em Multimeios Didáticos

Figura 22 – Divisão Regional de 1945 Fonte: http://www.academia.edu/336067/Divisao_Territorial_ Brasileira. Acessado em 01/03/14.

Outra mudança significativa ocorreu na divisão regional de 1950: Os estados

do Maranhão e do Piauí passam a integrar a Região Nordeste; Bahia Sergipe,

Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro formam a Região Leste e os

territórios de Ponta Porã e Iguaçu são extintos.

Figura 23 – Divisão Regional de 1950 Fonte: http://www.academia.edu/336067/Divisao_Territorial_ Brasileira. Acessado em 01/03/14.

Já na divisão de 1960 as principais mudanças no território brasileiro foram: o

Distrito Federal, capital do país, antes na Região Leste no Rio de Janeiro, foi

transferido para o Centro-Oeste quando da construção de Brasília. Com isso o

antigo Distrito Federal tornou-se o estado da Guanabara. Por fim, o território

de Guaporé se torna no território de Rondônia.

Competência 02

31

Oficinas Culturais

Figura 24 – Divisão Regional de 1960 Fonte: http://www.academia.edu/336067/Divisao_Territorial_Brasileira. Acessado em 01/03/14.

Na Divisão de 1970 a mudança ficou por conta da criação do Sudeste, com São

Paulo e Rio de Janeiro sendo agrupados a Minas Gerais e Espírito Santo. O

nordeste recebe Bahia e Sergipe.

Figura 25 – Divisão Regional de 1970 Fonte: http://www.academia.edu/336067/Divisao_Territorial_Brasileira Acessado em 01/03/14.

Após 1970 tivemos mais algumas transformações no território brasileiro que

proporcionou, depois da Constituição Federal de 1988, a configuração atual

da divisão regional. Em 1975, o estado da Guanabara foi transformado em

município do Rio de Janeiro. Em 1979, Mato Grosso foi dividido, dando

origem ao estado do Mato Grosso do Sul. Em 1988, o estado de Goiás foi

dividido e criou-se o estado de Tocantins, que foi incluído na Região Norte. Os

territórios federais de Rondônia (1982), Roraima (1988) e Amapá (1988)

tornaram-se estados nestes respectivos anos e Fernando de Noronha foi

anexado ao estado de Pernambuco.

Competência 02

32

Técnico em Multimeios Didáticos

Figura 26 – Divisão Regional Atual Fonte: http://www.academia.edu/336067/Divisao_Territorial_ Brasileira. Acessado em 01/03/14.

Agora situado no tempo e no espaço geográfico brasileiro, podemos estudar

os aspectos culturais que influenciaram cada região brasileira, suas diferenças

e diversidades na língua, na música, na arte, em fim, na cultura como um

todo. E o nosso primeiro desafio é mostrar as manifestações culturais da

Região Norte com predominância da cultura indígena

2.1 Manifestações Culturais da Região Norte

A região Norte compõe hoje os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará,

Rondônia, Roraima e Tocantins. Possui uma área de 3.869.637 km², o que

corresponde a 42,27% do território brasileiro.

Figura 27 – Região Norte

Fonte: http://www.redebrasileira.com/regioes/norte/. Acessado em 03/03/14.

Competência 02

33

Oficinas Culturais

Sua população, originalmente e em grande parte de indígenas, sofreu grande

miscigenação devido às migrações externas (europeus, africanos e asiáticos) e

internas (cearenses, gaúchos, paranaenses, nordestinos), fator que contribui

para a diversidade cultural da Região.

Apesar de já ter pertencido à Espanha pelo Tratado de Tordesilhas (1494), a

Região Norte sofreu uma influência maior do português, que, com a

assinatura do Tratado de Madri em 1750 entre Portugal e Espanha se definiu

as fronteiras brasileiras nesta região. No entanto, somente no século XIX foi

que a Região Norte experimentou, mesmo que de forma tímida, uma

integração com as demais regiões brasileiras, tudo parte do projeto do

governo brasileiro de acumular riquezas incentivando a ocupação dessa

região com a exploração do látex da seringueira (borracha natural utilizada

como matéria-prima, principalmente na produção automobilística). Mais de

300 mil nordestinos chegaram à região para trabalhar nos seringais.

(TANDJIAN, 2013)

Uma das consequências do áureo ciclo da borracha no norte do país foi a

transformação arquitetônica das cidades centrais de Manaus e Belém,

deixando um registro histórico do período colonial de grande valor para os

estudos culturais de nosso país.

2.1.1 A Arquitetura da Região Norte

A bela arquitetura da Região Norte é um passeio pela história do Brasil, mas

precisamente, pela história do Brasil colonial e imperial, com casarões e

sobrados antigos, em sua maioria, advindo do surto econômico da borracha

na região. As principais obras se encontram nas capitais, das quais podemos

destacar: O Teatro da Paz, construído em 1878 e a Igreja das Mercês,

construída em 1763, o Mercado Ver-o-Peso, construído em 1899 no Belém do

Pará; O Teatro Amazonas, inaugurado em 1896, a Igreja de Nossa Senhora da

Conceição, construída em 1695, a Igreja de São Sebastião, construída em

1888, na cidade de Manaus.

Competência 02

34

Técnico em Multimeios Didáticos

Theatro da Paz: foi fundado em 15 de fevereiro de 1878, durante o

período áureo do Ciclo da Borracha, quando ocorreu um grande

crescimento econômico na região. Belém viveu um significativo

processo de transformação socioeconômico nesse período, chegando a

ser chamada de “A Capital da Borracha”. Sua arquitetura é Neoclássica.

Inaugurado como Nossa Senhora da Paz, alusão ao final da guerra do

Paraguai, teve seu nome reduzido para Theatro da Paz dois dias depois

da inauguração

Figura 28 – Theatro da Paz – Belém-PA Fontes: http://www.theatrodapaz.com.br. Acessado em 02/03/2014,

Igreja de Nossa Senhora das Mercês: Uma das raras igrejas do Brasil

que possuem fachada em perfil convexo, o complexo dos Mercedários

contemplava o convento e a igreja contigua ao prédio. Concluída em

1763 com ajuda do arquiteto Antônio Landi em estilo barroco primitivo,

abrigou a ordem religiosa dos mercedários até sua expulsão do Pará,

deixando um grande espólio de obras bibliográficas. A igreja também

foi palco de lutas sangrentas da Cabanagem.

Competência 02

35

Oficinas Culturais

Figura 29 – Igreja de N. Sª das Mercês – Belém-PA Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_Nossa_Senhora_das_Merc%C3%AAs_ (Bel%C3%A9m). Acessado em 02/03/14

Complexo do Mercado Ver-o-Peso: O Conjunto Arquitetônico e

Paisagístico Ver-o-Peso e áreas adjacentes, incluindo a Praça Pedro

Segundo, o Boulevard Castilhos França, o Mercado de Carne e o

Mercado de Peixe, é um bem tombado pelo Iphan com inscrição em

três dos quatro livros criados pelo decreto nº 25, de 30 de novembro de

1937 (que conceitua e organiza a proteção do patrimônio histórico e

artístico nacional), a saber: Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e

Paisagístico (inscrição de número 69, fls 16); Livro de Tombo Histórico

(inscrição número 460, fls 77) e Livro de Tombo das Belas Artes, sob a

inscrição de número 525 (fls 96).

Figura 30 – Complexo do Mercado Ver-o-Peso – Belém-PA. Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_Ver-o-Peso. Acessado em 02/03/14.

Para entender mais e

enriquecer seu conhecimento visite os sites

abaixo:

http://www. theatrodapaz.

com.br

http://www. portalamazonia.

com.br/

http://defender.org.br/

http://www.

amazonas.am. gov.br/

http://www.pa.

gov.br/

http://www. ufpa.br/cma/

verosite/ historico.htm

Competência 02

36

Técnico em Multimeios Didáticos

Teatro Amazonas: Entre 1879 e 1912, a região amazônica viveu o ciclo

da borracha, momento de expansão da colonização, transformações

culturais e sociais e grande impulso na economia. Boa parte das

edificações do centro antigo de Manaus foi construída nesse período e

representa sua principal memória. Foi inaugurado em 1896.

Figura 31 – Teatro Amazonas – Manaus-AM Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_Amazonas Acessado em 02/03/2014

Igreja de Nossa Senhora da Conceição: É a igreja matriz da cidade,

remontando aos missionários carmelitas que, em 1695, ergueram a

primitiva Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Esta obra rústica foi

reconstruída pelo então presidente da Província Manoel da Gama Lobo

D’Almada, que fez ampliar as suas instalações. A nova obra, entretanto,

foi destruída por um violento incêndio em 1850. A atual edificação é em

estilo grego, com grande parte do material importado da Europa,

principalmente de Portugal; é o caso dos seis sinos de fundição

portuguesa da capela-mor do batistério e dos três altares, tudo em

pedra de lioz vinda de Lisboa. As telhas vieram de Nova Rainha (hoje

Parintins). Em 1892 foi criada a Diocese do Amazonas, a igreja é

inaugurada oficialmente em 1878. Em 1946 a Igreja de N. S. da

Conceição é elevada a Catedral.

Competência 02

37

Oficinas Culturais

Figura 32 – Igreja de Nossa Senhora da Conceição – Manaus-AM Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_Metropolitana_de_Manaus Acessado em 02/03/14

Igreja de São Sebastião: Construído sob a direção de Gesualdo

Marchetti de Lucas, em 1888, o prédio da Igreja de São Sebastião, em

Manaus, tem estilo eclético, com alguns elementos de vários estilos,

como o Gótico e o Neoclássico, e seu interior é marcado por painéis e

vitrais europeus, bem ao estilo da época

Figura 33 – Igreja de São Sebastião – Manaus-AM. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3o_ (Manaus). Acessado em 02/03/14.

2.1.2 A Arte da Região Norte

A influência indígena na arte nortista ainda é muito forte, embora saibamos

que sofreu certa miscigenação externa como a europeia e interna como a

nordestina e sulista.

Competência 02

38

Técnico em Multimeios Didáticos

A diversidade do artesanato no Norte se expressa pelos trabalhos produzidos

com cerâmica, barro, pedra-sabão, couro, madeira, fibras, coquinhos, látex,

etc.

As danças e rituais indígenas enriquecem a arte milenar dos povos dessa

região, com suas pinturas, ritmos, artesanato, músicas, próprios.

Para exemplificar melhor, mostramos alguns desses trabalhos e

manifestações:

A Cerâmica Marajoara é feita pelos indígenas da Ilha de Marajó, é a

mais antiga dentre as artes em cerâmica do Brasil. Muito sofisticadas, as

peças em cerâmica marajoara são altamente elaboradas, possuindo

variadas técnicas de ornamentação. Dentre a produção, há uma grande

diversidade de objetos como vasilhas, brinquedos, urnas funerárias,

apitos, chocalhos, estatuetas e até mesmo tangas – ou tapa-sexo.

Figura 34 – Vasos em cerâmica Marajoara — Pará – Brasil ( Foto: Rafael Dalto) Fonte: http://www.hak.com.br/blog/ceramica-marajoara-a-riqueza-do-artesanato-da- regiao-norte-do-brasil/ Acessado em 02/03/14.

O Capim dourado é uma matéria-prima exclusiva da região do Jalapão,

no Tocantins, que é usada para a confecção de peças de artesanato

como: pulseiras, brincos, chaveiros, bolsas, cintos, vasos e peças de

decoração. O nome é dado devido à semelhança com o ouro, mas

apesar de ser chamado capim, na verdade, o capim dourado

(Syngonanthus nitens) pertence à família das sempre-vivas.

Competência 02

39

Oficinas Culturais

Figura 35 – Artesanato em Capim Dourado — Palmas - TO Fonte: http://www.hak.com.br/blog/capim-dourado-o-tesouro-do-tocantins/ Acessado em 02/03/14.

O Artesanato Acreano é oriundo das tradições indígenas e dos

nordestinos trazidos para trabalhar nos seringais do Acre, que

inicialmente criavam peças para seu uso pessoal e coletivo. Preservado

até os dias de hoje pelas populações tradicionais, artesãos de várias

cooperativas produzem uma infinidade de artefatos, transformando

matéria prima natural em produtos sustentáveis.

Figura 36 – Artesanato Acreano — Casa do Artesão – Rio Branco – AC Fonte: http://www.acreturismo.com/index.php/artesanato. Acessado em 02/03/14.

Artesanato Amazonense - o referencial cultural amazonense também

se manifesta no artesanato, em que matérias-primas extraídas de

maneira sustentável da Floresta Amazônica são transformadas em

objetos utilitários e decorativos, como as cestas de fibra de arumã do

Competência 02

40

Técnico em Multimeios Didáticos

alto rio Negro, e de uso pessoal, como os anéis, pulseiras e colares

confeccionados com sementes de jarina.

Figura 37 – Artesanato Amazonense — Manaus – AM Fonte: http://www.amazonas.am.gov.br/o-amazonas/cultura/ Acessado em 02/03/14.

O Festival de Parintins é um dos maiores responsáveis pela divulgação

cultural do boi-bumbá. No Bumbódromo apresentam-se as agremiações

Boi Garantido (vermelho) e Boi Caprichoso (azul). São três noites de

apresentação nas quais são abordados, através das alegorias e

encenações, aspectos regionais como lendas, rituais indígenas e

costumes dos ribeirinhos.

Figura 38 – Festival de Parintins — Parintins – AM Fonte: http://www.artecultural.blog.br/2012/07/diversidade-cultural-da-regiao-norte.html. Acessado em 02/03/14.

Competência 02

41

Oficinas Culturais

O carimbó é um estilo musical de origem negra, uma manifestação

cultural marcante no estado do Pará. A dança é realizada em pares e

são formadas duas fileiras de homens e mulheres, quando a música é

iniciada os homens se direcionam as mulheres batendo palmas;

formados os pares, eles ficam girando em torno de si mesmos.

Figuras 39 – Manifestações da Região Norte - O Carimbó Fonte: http://www.artecultural.blog.br/2012/07/diversidade-cultural-da-regiao- norte.html. Acessado em 02/03/14.

O Congo ou Congada é uma manifestação cultural de origem africana,

mas com influência ibérica, o congo já era conhecido em Lisboa entre

1840 e 1850. É popular em toda a Região Norte do Brasil, durante o

Natal e nas festividades de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. A

congada é a representação da coroação do rei e da rainha eleitos pelos

escravos e da chegada da embaixada, que motiva a luta entre o partido

do rei e do embaixador. Vence o rei, perdoa-se o embaixador. Termina

com o batizado dos infiéis.

Competência 02

42

Técnico em Multimeios Didáticos

Figuras 40 – Manifestações da Região Norte - O Congo ou Congada Fonte: http://www.artecultural.blog.br/2012/07/diversidade-cultural-da-regiao- norte.html. Acessado em 02/03/14.

A Festa do Divino é de origem portuguesa, é uma da mais cultuadas em

Rondônia, reúne centenas de fiéis nos meses de abril, maio e junho,

proporcionando um belo espetáculo. A Jerusalém da Amazônia é a

segunda maior cidade cenográfica do mundo, onde se encena a Paixão

de Cristo durante a Semana Santa.

Figuras 41 – Manifestações da Região Norte – A Festa do Divino. Fonte: http://www.artecultural.blog.br/2012/07/diversidade-cultural-da-regiao- norte.html. Acessado em 02/03/14.

O folclore da Região Norte é revestido de muito misticismo e sob uma maior

influência indígena apresentam lendas antigas que prevalecem até hoje na

região, tais como: Bicho Papão, Saci Pererê, Vitória Régia, Boto Rosado,

Boitatá, Curupira, Iara, Cobra Honorato, Onça Maneta entre outros.

Competência 02

43

Oficinas Culturais

2.1.3 A Culinária da Região Norte

Não podia ser diferente com a culinária, a influência também foi dos

indígenas, portugueses, africanos e nordestinos. Com pratos exóticos e de

tempero forte e, em sua maioria de pescados, assim podemos destacar no

quadro abaixo os principais:

Estado Especialidade

Acre

As comidas típicas desse estado herdaram ingredientes da gastronomia paraense,

nordestina e sírio-libanesa. Na manhã, o acriano come mingau de bananas e tapiocas,

tacacás, cuscuz de milho, quibes de macaxeira e arroz entre outros alimentos. Alguns

pratos: Panelada (buchada de boi), Pato no Tucupi, Carne de Sol, Baião de Dois, Quibe

cru ou assado.

Amapá

Os amapaenses preparam deliciosos pratos como o Camarão ao Bafo, o Tucunaré na

brasa e a Pescada de Gurijuba. O Amapá também é a origem do Açaí, fruto do qual é

extraído o famoso suco, apreciado por muitos no Brasil e no exterior. O açaí também é

consumido com carnes, peixes e frutos do mar.

Amazonas

Quase todos os alimentos utilizados são extraídos da riquíssima mata Atlântica. Frutos,

peixes, raízes (como a mandioca) são os ingredientes mais tradicionais. Nos ensopados

são usados o leite de coco e o azeite de dendê.

O tempero amazonense é feito à base de coentro, limão, cebolinha, salsinha e sal.

Alimentos como a tapioca recheada com tucumã e queijo coalho, a pamonha, o

mungunzá estão presentes nas refeições matinais. Um prato muito apreciado é o

Tacará, uma sopa deliciosa.

Pará

Entre ingredientes utilizados na cozinha do Pará incluem crustáceos como o camarão, o

caranguejo e o marisco. Carnes de aves como o pato também são muito apreciadas. Em

todos esses alimentos, utiliza-se temperos como coentro, chicória, maniva, pimentas e

ervas. A cozinha, baseada na cozinha indígena,

Rondônia

A gastronomia de Rondônia é feita a base de peixes e frutos do mar. Entre os temperos

usados na cozinha dos rondonienses estão o cheiro verde, a chicória e a cebolinha.

Algumas comidas comuns: Caldeirada de Tucunaré, Maniçoba, Doce de Cupuaçu.

Roraima

Os pratos típicos incluem torta de carne de sol, tapioca, maurida, mugica de peixe, e

paçoca de banana. Diversos pratos apreciados são feitos à base de carne de sol, cujos

são adicionados outros ingredientes, como a nata de leite e a alguns legumes. As

bebidas locais apreciadas são o suco de açaí, caixiri, suco de cupuaçu, o vinho de Buriti

entre outros.

Competência 02

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Técnico em Multimeios Didáticos

Quadro 1 - Culinária da Região Norte Fonte: <http://culinarianomundo.blogspot.com.br/2011/10/culinaria-da-brasil-comidas-tipicas-da.html> Acessado em 01/03/14.

2.2 Manifestações Culturais da Região Nordeste

A região Nordeste possui uma população de aproximadamente

53.907.144 de habitantes com uma densidade demográfica de 34,7

hab/km2. É composta pelos seguintes Estados: Alagoas, Bahia,

Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio grande do Norte

e Sergipe.

Figura 42 – Região Nordeste Fonte: http://www.portalbrasil.net/regiao_nordeste.htm. Acessado em 03/03/14.

A base da cultura nordestina é luso-brasileira com forte influência africana,

principalmente no litoral, e ameríndia no agreste e sertão.

Tocantins

Além da cultura Indígena, Tocantins recebe em sua culinária diversas influências de

outros lugares, como São Paulo, Minas Gerais, e Portugal. Muitas receitas do estado são

feitas a base de peixe, sendo feito na folha de bananeira, ou em outros ingredientes,

como é o caso do “Peixe no Leite”. A Caldeirada é um famoso prato local que carrega

diversos frutos do mar. O prato é feito à base de peixe e lhe é adicionado temperos

como salsa, pimenta, cebola, alho etc. Outro famoso prato se chama Paella, uma

comida feita com galinha caipira, pequi, calabresa entre outros alimentos apreciados no

estado.

Competência 02

45

Oficinas Culturais

Na literatura podemos destacar algumas personalidades marcantes no

cenário brasileiro como: João Cabral de Melo Neto, José de Alencar, Jorge

Amado, Nelson Rodrigues, Raquel de Queiroz, Gregório de Matos, Clarice

Lispector, Graciliano Ramos, Ferreira Gullar, Manuel Bandeira entre outros.

Não podemos nos esquecer da tradicional literatura de cordel que remonta o

período colonial da história literária brasileira, bem como as manifestações

populares com os artistas cantadores de embolada e repentes.

2.2.1 A Arquitetura da Região Nordeste

A arquitetura nordestina é de origem colonial com casarões antigos,

principalmente em Pernambuco, Bahia, Ceará e Maranhão. Podemos citar

alguns exemplos como: da Bahia, o Palácio Rio Branco, A Igreja Basílica

Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, a Câmara dos Vereadores, o Elevador

Lacerda, Fundação Casa de Jorge Amado, entre outros; de Pernambuco,

Palácio do Campo das Princesas (Palácio do Governo), Palácio da Justiça,

Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, Torre

Malakoff, entre outras; do Ceará, Catedral Neogótica de Fortaleza, o prédio

da antiga Estação Ferroviária, Teatro São José, entre outros; do Maranhão, A

Casa do Maranhão, o Museu histórico e artístico do Maranhão, Centro

histórico Solar dos Vasconcelos, Palácio dos Leões, entre outros.

O Palácio Rio Branco começou a ser construído em meados do século

XVI para ser centro administrativo da coroa portuguesa e recebeu

diversas alterações e ampliações com o tempo. Desde então o local

serviu como quartel, prisão e espaço para receber importantes

personalidades da política, como aconteceu em 1859 quando Dom

Pedro II visitou a Bahia.

Competência 02

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Técnico em Multimeios Didáticos

Figura 43 - Palácio Rio Branco – Salvador -BA. Fonte: http://eumundoafora.blogspot.com.br/2012/01/arquitetura-mista.html Acessado em 02/03/14

A Igreja Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, em Salvador,

foi construída entre 1746 e 1754, para abrigar a imagem do Senhor

Bom Jesus do Bonfim, trazida de Lisboa, em 1745. Em 1927, o papa Pio

XI elevou o templo à dignidade de Basílica. A arquitetura é em estilo

neo-clássico e fachada em rococó. Segue o modelo das igrejas

portuguesas dos séculos 18 e 19, com belos afrescos e azulejaria.

Figura 44 - Igreja Senhor Bom Jesus do Bom Fim - Salvador – BA. Fonte: http://lounge.obviousmag.org/curiosidade_mae_das_ descobertas /2014/03/nosso-senhor-do-bonfim-e-a-devota.html.. Acessado em 02/03/14.

O Palácio do Campo das Princesas é a sede administrativa do poder

executivo do estado de Pernambuco. Idealizado desde 1786 pelo

governador José César de Meneses, foi construído em 1841 pelo

engenheiro Morais Âncora, a mando do governador Francisco do Rego

Barros, no local onde ficava o Erário Régio.

Competência 02

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Oficinas Culturais

Figura 45 - Palácio do Campo das Princesas – Recife – PE Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_do_Campo_das_Princesas. Acessado em 02/03/14.

Figura 46 – Teatro Santa Isabel – Recife – PE Fonte: http://www.teatrosantaisabel.com.br/conheca-o-teatro/galeria-fotos-teatro.php. Acessado em 02/03/14.

Competência 02

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Técnico em Multimeios Didáticos

2.2.2 A Arte da Região Nordeste

Quando falamos de Axé, coco, baião, forró, frevo, martelo galopado, samba

de roda, xaxado e xote, estamos nos referindo à música popular nordestina e

seus variados ritmos. Da música popular nascem os variados tipos de danças,

e, os mais marcantes da cultura nordestina são: o frevo (característico de

Pernambuco), o maracatu e o xaxado (de diversas localidades do nordeste), o

bumba-meu-boi, e o tambor-de-crioula (do Maranhão).

Frevo - A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, dando

origem a palavra frevo, que passou a designar: "Efervecência, agitação,

confusão, rebuliço; apertão nas reuniões de grande massa popular no

seu vai-e-vem em direções opostas como pelo Carnaval", de acordo

com o Vocabulário Pernambucano de Pereira da Costa. Divulgando o

que a boca anônima do povo já espalhava, o Jornal Pequeno, vespertino

do Recife, que mantinha a melhor secção carnavalesca da época, na

edição de 12 de fevereiro de 1908, faz a primeira referência a palavra

frevo.

Figuras 47, 48, 49 e 50 – Frevo — Recife/Olinda – PE. Fonte: http://umsilencioquegrita.blogspot.com.br/2012/02/um-pouco-mais-sobre-o-frevo.html. Acessado em 03/02/2014.

Competência 02

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Oficinas Culturais

O Maracatu é um folguedo criado pelos negros no Brasil. Sua origem

está relacionada às festas em honra dos Reis Magos que foram

instituídas no Brasil pelos missionários catequistas, que encontraram

aqui nações distintas que caracterizavam aquelas figuras da história do

Nascimento de Jesus. Verificou-se que aí havia um ponto para a

conversão dos elementos indígenas e negros à fé cristã: o Rei

Bronzeado para os caboclos, o Rei Negro para os negros e o Rei Branco

como elemento de adoração dos portugueses. O Rei Negro era Baltazar

e a ele seguiram-se adeptos, em sua grande maioria da etnia negra, e

em seus cortejos são encontradas as origens do nosso atual maracatu

de baque virado ou nação. Sendo assim, o maracatu surgiu a partir da

criação da Instituição Mestra através da qual a Coroa Portuguesa

“autorizava” os negros, escravos ou libertos, a elegerem seus reis e

rainhas. Essa cerimônia católica de coroação do Rei e Rainha do Congo

acontecia no dia de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. O

maracatu era então designado como Nação, isso porque a escolha dos

reis era feita de acordo com as diferentes etnias africanas trazidas ao

Brasil.

Figuras 51 e 52 – Maracatu Piaba de Ouro — Olinda – PE. Fonte: http://portodeluanda.maracatu.org.br/sobre-o-maracatu/origem-do-maracatu/. Acessado em 03/03/14.

O Bumba-Meu-Boi é a festa mais marcante da cultura popular da

região maranhense. Em homenagem ao protetor do auto, São João, a

festa acontece principalmente entre os meses de junho e julho, mas há

muitos eventos fora de época que ocorrem durante todo o ano. A

Competência 02

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Técnico em Multimeios Didáticos

tradição surgiu no século XVIII e ainda hoje envolve a população de São

Luís que, durante as festividades, ocupa todas as partes da cidade, da

periferia aos shoppings. Grupos de todo o estado se reúnem, dançando

e cantando noite adentro. O Bumba-meu-boi é uma festa democrática,

que envolve pessoas de todas as idades e extratos sociais. Por ser uma

festa de origem negra, ela sofreu perseguição política e policial,

chegando a ser proibida de 1861 a 1868. O enredo do Bumba-meu-boi

conta a história de Pai Francisco, um escravo que, para saciar o desejo

de sua esposa grávida por uma língua de boi, mata o gado de estimação

do senhor da fazenda. Percebendo a morte do boi, o senhor convoca

pajés e curandeiras para ressuscitar o animal. O boi volta à vida e a

comunidade festeja. Essa história é um retrato das relações sociais e

econômicas vigentes naquela região no período colonial. O nordeste

brasileiro vivia da monocultura e da criação de gado, apoiando-se em

um regime de escravidão.

Figura 53 – Bumba-Meu-Boi — São Luís – MA Fonte: http://bumba-meu-boi.info/mos/view/Bumba-Meu-Boi_do_Maranh%C3%A3o/ Acessado em 03/03/14.

Competência 02

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Oficinas Culturais

A Festa de São João é outra manifestação bastante marcante no

Nordeste brasileiro. Ocorre no dia 24 de junho, mas em alguns Estados

do nordeste é comemorada do dia 20 ao dia 28 de junho. É uma dança

de origem portuguesa com apresentação de quadrilhas e muito forró,

acompanhada de comidas típicas a base de milho (canjica, pamonha,

milho cozido e assado, etc.), relembrando a época da colheita e o

nascimento do santo.

Figura 54 – Festa de São João — Caruaru – PE. Fonte: http://saojoao.leiaja.com/2013/artista-caruaruense-agita-publico-no-sao-joao-da-cidade. Acessado em 03/03/14.

O artesanato do nordeste é bastante diversificado, com produção de

trabalhos decorativos e utilitários, fabricados, em sua maioria, de forma

artesanal por cooperativas e artesãos independentes. A produção é

confeccionada em cerâmica, barro, renda, tecido, madeira, palha, couro,

conchas, etc.

Vitalino Pereira dos Santos - MESTRE VITALINO retratou no barro a sua

terra e a sua gente, criando tipos e expressando sentimentos. Sua arte

alcança projeções internacionais, afirmando o valor do homem do

agreste e divulgando CARUARU, cidade que se fez mais conhecida e

amada, através de sua arte. Sua casa foi transformada em "CASA

MUSEU MESTRE VITALINO". (Fonte: http://altodomoura.com/Paginas.php?pg=30.

Acessado em 03/03/14.)

Competência 02

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Técnico em Multimeios Didáticos

Figuras 55 e 56 – Museu do Mestre Vitalino e Artesanato no Alto do Moura — Caruaru – PE. Fonte: Flávio Barbosa – 2004.

As rendas são produzidas artesanalmente pelas mãos das nordestinas.

E cada tipo de renda tem sua história e riquezas culturais. Essa

proximidade da cultura nordestina com as rendas, faz com que haja um

reconhecimento maior sobre elas.

Figura 57 – Tipos de Rendas da Região Nordeste. Fonte: http://oquevendenonordeste.blogspot.com.br/2011/12/rendas.html Acessado em 03/03/14.

2.2.3 A Culinária da Região Nordeste

Outra riqueza nordestina é a sua culinária com uma cozinha bastante

diversificada e de tempero forte, foi influenciada pela comida portuguesa,

africana e indígena. Portanto, herdou desses povos o consumo de macaxeira,

inhame e batata doce (raízes), acarajé, vatapá, bobó de camarão, moqueca de

peixe, sururu (comida de sabor forte), comidas de milho e coco, como o

cuscuz, a pamonha e a canjica etc.

Competência 02

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Oficinas Culturais

Estado Especialidade

Alagoas Sua culinária típica se baseia em peixes, camarões e frutos do mar preparados à base de leite de Coco. O mais alagoano dos pratos é o sururu. Sua mais tradicional forma de preparo É o sururu de capote, servido na casca.

Bahia

O dendê vindo da África empresta seu sabor peculiar ao azeite que dá gosto às moquecas, mariscadas, caruru, acarajé e abará. O sertão reserva novas misturas, aguça novos sabores e endossa o tempero da culinária baiana. Carne seca, pirão, mingau, cuscuz, bolos e doces variados de todas as frutas dão o tom da mesa farta do sertanejo.

Ceará

Os frutos do mar são o carro-chefe da nossa culinária como: caranguejos, siris,

camarões, e ostras compõem o cardápio dos restaurantes, que os servem de formas

diferentes e apetitosas. Do sertão, vem a carne de sol com paçoca e macaxeira, o

popular baião-de-dois, o feijão verde, além de comidas com forte tempero como

sarrabulho, a carneirada e a panelada.

Maranhão

Peixada à Brasileira, sopa com cabeça de peixe, peixe ao molho de camarão, peixe

frito. Caranguejo ensopado; patinhas à milanesa, casquinha de caranguejo, peito de

caranguejo com arroz e leite de coco, caranguejo cozido e quebrado, torta de

caranguejo. Camarão ensopado, camarão no alho e óleo, vatapá, camarão

empanado. Ostra ensopada, ostra natural com limão e sal, aberta na hora. Maria

Isabel (arroz com carne de sol), baião de dois (arroz com feijão), arroz com galinha,

arroz doce. Paçoca no pilão (carne de sol), mão de vaca, panelada, rabada, cozido,

buchada, sarapatel.

Paraíba

Dos indígenas, por exemplo, foi herdado o uso da mandioca – ou macaxeira,

principalmente das variações de pratos proporcionados por sua farinha. Dos

escravos, a Paraíba recebeu toques da culinária oriunda da África, como o cultivo da

cana de açúcar e o uso intensivo de peixes e crustáceos. Os molhos e misturas são:

leite de coco, pimentas, azeites, combinados com temperos e ervas indígenas ou

trazidas pelos portugueses de outras colônias, na África e na Ásia.

Pernambuco

Os pratos típicos do Estado refletem a miscigenação de raças, responsável por uma

das culinárias mais criativas do Brasil. A diversidade da gastronomia local é capaz de

deixar qualquer um com água na boca. Tem sarapatel, buchada, dobradinha, mão-

de-vaca, cozido, chambaril, peixada pernambucana, macaxeira com charque e a

tradicional carne-de-sol. Para a sobremesa tem os deliciosos bolo de rolo, bolo

Souza Leão e ainda a Cartola, feita com banana frita, queijo, canela e açúcar.

Piauí

Dentre uma infinidade de pratos regionais próprios da época os preferidos são: a

paçoca (carne seca pisada no pilão com farinha e cebola), Maria Isabel (arroz,

misturado com pedacinhos de carne de sol e temperos), o bolo de milho, canjica,

vatapá, carne de sol, tapioca.

Rio Grande do Norte

A culinária potiguar é influenciada tanto pela colonização portuguesa e quanto pela

cultura indígena, sendo basicamente divida em duas partes: aquela dos frutos do

mar e a dos produtos da terra, que derivam da atividade pecuária, sem falar dos

pratos feitos com produtos da terra como a tapioca, milho verde, coco, entre outros

Competência 02

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Técnico em Multimeios Didáticos

Quadro 2 - Culinária da Região Nordeste Fontes: http://www.artenata.com.br/estados/alagoas/

http://bahia.com.br/viverbahia/gastronomia/ http://www.ceara.com.br/cepg/culinaria.htm http://www.turismo-ma.com.br/culinaria.php http://www.paraibatotal.com.br/a-paraiba/gastronomia http://www2.setur.pe.gov.br/web/empetur_old/culinaria http://www.artenata.com.br/estados/piaui/ http://www.artenata.com.br/estados/rio-grande-do-norte/ http://www.turismosergipe.net/gastronomia

Acessados em 01/03/14.

2.3 Manifestações Culturais da Região Centro-Oeste

A Região Centro-Oeste tem pouco mais de 14 milhões de habitantes e uma

densidade demográfica baixa de 8,97 hab/km2, compõe os Estados de Mato

Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal.

Figura 58 – Região Centro-Oeste. Fonte: http://www.portalbrasil.net/regiao_centrooeste.htm. Acessado em

03/03/14.

e dos sucos e doces de frutas tropicais como manga, maracujá, mamão, caju, cajá,

mangaba entre outras.

Sergipe

A culinária sergipana é um festival de gostos, aromas e cores. O sergipano cultiva o

hábito de "quebrar" caranguejo regado ao vinagrete, como complemento de uma

boa prosa na mesa de bar. O guaiamum, outra espécie também extraída dos

mangues, pode ser servido com um delicioso pirão. Na Passarela do Caranguejo,

além do petisco mais famoso da cidade, é possível degustar casquinhas de siri,

aratu, a caldinhos de sururu, ostra e camarão e a moqueca de siri na palha de

ouricuri.

Competência 02

55

Oficinas Culturais

2.3.1 A Arquitetura da Região Centro-Oeste

Uma das mais características expressão artística da região é, sem dúvida, a

arquitetura de Brasília, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer quando da

construção da cidade em 1956 e inaugurada em 1960, pelo então presidente

Juscelino Kubitschek.

2.3.2 A Arte da Região Centro-Oeste

A cultura do Centro-Oeste representa um arcabouço de influências,

principalmente dos indígenas, do centro-sul do país (paulistas, mineiros e

gaúchos) e dos paraguaios e bolivianos (países vizinhos dessa região).

Figura 59 – Catedral Metropolitana de Brasília- DF Fonte: Flávio Barbosa – 2005.

Figura 60 –Palácio do Itamaraty. Brasília – DF. Fonte: Flávio Barbosa – 2005.

Figura 61 – Congresso Nacional - DF Fonte: Flávio Barbosa – 2005.

Figura 62 – Supremo Tribunal Federal Brasília - DF Fonte: Flávio Barbosa – 2005.

Competência 02

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Técnico em Multimeios Didáticos

As principais manifestações dessa região são: As Cavalhadas e a Procissão do

Fogaréu (Goiás); O Cururu, a festa de São Benedito, Siriri, Rasqueado

Cuiabano, Viola de Concho (Mato Grosso); além do cururu e siriri, visto

também no Mato Grosso, a Guarânia é específica do Mato Grosso do Sul. Já

no Distrito Federal pode-se observar uma miscelânea de cultura com

influências de todo o país, já que, quando da construção do Distrito Federal,

vários imigrantes vieram para trabalhar, principalmente, na construção civil.

Com isso importaram também seus costumes, sotaques, culinária, músicas e

comidas típicas, dentre outras.

A Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, considerada uma das

mais expressivas celebrações do Espírito Santo no país, pelo grande

número de rituais, personagens e componentes, como as Cavalhadas de

mouros e cristãos e os Mascarados montados a cavalo, vem sendo

realizada anualmente desde 1819. Os rituais têm início na Páscoa e

seguem até o domingo seguinte ao feriado de Corpus Christi, o clímax

da Festa se dá no Domingo de Pentecostes ou do Divino, cinquenta dias

após a Páscoa, com as Cavalhadas.

Figura 63– Festa do Divino Espírito Santo– Pirenópolis – GO. Fonte: http://www.pirenopolis.tur.br/cultura/folclore/festa-do-divino. Acessado em 03/03/14.

Competência 02

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Oficinas Culturais

Figura 64– As Cavalhadas – Pirenópolis – GO. Fonte: http://www.pirenopolis.tur.br/cultura/folclore/festa-do-divino. Acessado em 03/03/14.

Siriri e Cururu - Mato Grosso preserva manifestações culturais com

influências variadas, que ganham expressão em danças, cantos e

festivais folclóricos em diferentes localidades e regiões do estado. As

mais conhecidas são o Siriri – dança acompanhada por cantoria, com

influências indígenas e africanas – e o Cururu – espécie de desafio de

rimas, com origem em manifestações religiosas populares. Ambas têm

como principal instrumento a viola de cocho. O Cururu é tocado apenas

por homens, que fazem versos e toadas para as mulheres. Os maiores

festivais de Siriri e Cururu ocorrem em Cuiabá e região.

Figuras 65 e 66 – Cururu e Siriri– Danças Folclóricas da Região Centro-Oeste. Fonte: http://www.matogrossobrasil.com.br/culturaefolclore.asp

http://www.chapadamt.com.br/dancadosiriri.asp Acessados em 03/03/14.

Competência 02

58

Técnico em Multimeios Didáticos

Produzido no Brasil mesmo antes dos colonizadores chegarem aqui, o

artesanato das índias terena resiste ao tempo e foi reconhecido como

patrimônio imaterial, histórico e artístico de Mato Grosso do Sul. A

cultura foi herdada dos antepassados e é preservada graças ao talento,

capricho e cuidado com os detalhes. Um exemplo é o trabalho feito

pelas ceramistas indígenas, que tiram a argila da natureza e chegam a

carregar oito quilos da matéria-prima na cabeça, para depois moldar a

argila do mesmo modo que aprenderam com as avós.

Figuras 67 e 68 – Artesanato em Barro e Cerâmica Indígenas da Região Centro-Oeste. Fonte: http://artesanatosustentavel.com.br/product/indias-terenas/

http://www.sebrae.com.br/setor/artesanato/sobre-artesanato/artesanato-no-brasil/ regiao-centro-oeste. Acessado em 03/03/14.

2.3.3 A Culinária da Região Centro-Oeste

Estado Especialidade

Distrito Federal

Com a chegada dos candangos, surgiram também bares e restaurantes, como a

Churrascaria Paranoá, que até hoje serve o prato tantas vezes pedido por JK:

cordeiro assado na brasa. Trouxeram na bagagem as receitas e os temperos de

outros estados do Brasil. No meio da construção da capital idealizada por Juscelino

Kubitschek, em pouco tempo surgiram os primeiros bares, restaurantes e clubes.

Das toneladas de arroz, feijão, carne e farofa que abasteciam os refeitórios dos

operários, a cidade viu surgir seus primeiros chefes de cozinha. Uma nova

gastronomia era criada da mistura de tantas outras.

Goiás

A culinária goiana é muito diversificada, sendo seus principais pratos o peixe na

telha, o suã (carne de porco) com arroz, o arroz com pequi e a pamonha. Também

se destacam as misturas, nome que se dá às verduras, como a serralha e a taioba,

além da introdução da guariroba, um dos principais ingredientes do empadão, como

Competência 02

59

Oficinas Culturais

Quadro 3 - Culinária da Região Centro-Oeste Fontes: Tatiana Sabadini. Publicação:15/04/2010.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2010/04/15/ interna_diversao_arte,186269/index.shtml. Acessado em 01/03/14. http://caminhos.gjccorp.com.br/?p=155 http://www.matogrossobrasil.com.br/culinaria.asp http://www.educamor.net/cg/culinaria_ms.htm

2.4 Manifestações Culturais da Região Sudeste

A Região Sudeste é composta pelos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais,

Rio de Janeiro e São Paulo, com área aproximada de 924.510 km² e uma

população de 84.465.579 habitantes (2013).

vegetal na dieta quase diária. A quitanda, denominação que se dá aos biscoitos

caseiros, também é diversificada: quebrador, mané pelado (bolo de mandioca

assado na folha de bananeira), biscoito-de-queijo (que foi inventado em Goiás),

mentira (biscoito de polvilho frito), a peta, o quase esquecido brevidade (polvilho

batido com ovos e açúcar), o pastelinho de doce de leite e o bolinho doce de arroz..

Mato Grosso

A cozinha mato-grossense tem influências da culinária africana, portuguesa, italiana,

síria e, com a migração dos últimos anos, também adquirimos o uso de pratos

típicos de outras regiões brasileiras. Pratos considerados bem mato-grossense são:

Maria Isabel (carne seca com arroz ) o Pacú assado com farofa de couve, a carne

seca com banana-da-terra verde, farofa de banana-da-terra madura. O peixe em

Mato Grosso é uma alimento farto, considerado como o principal nas áreas

ribeirinhas. Ele pode ser comido frito, assado, ou ensopado, recheado com farinha

de mandioca ou servido com pedaços de mandioca. Os peixes de mais prestígio nas

mesas locais, são o Pacú, a piraputanga, o bagre, o dourado, a cachara, a geripoca, o

pacupeva, o pintado, etc. O povo mato-grossense também aprecia o arroz com

pequi, picadinho de carne com quiabo e a carne assada. Não podemos nos esquecer

do Guaraná de ralar usado principalmente pelos mais velhos, cujo costume é de

tomar pela manhã.

Mato Grosso do Sul

A culinária de Mato Grosso do Sul é influenciada pelos índios e usa os peixes de seus

rios como ponto principal de uma série de receitas exóticas, além das carnes de

suas criações de gado. A proximidade com o Paraguai facilita a troca da cultura

representada pelo gosto pelo mate gelado ou tererê e pelas chipas.

Competência 02

60

Técnico em Multimeios Didáticos

Figura 69 – Região Sudeste. Fonte: http://www.portalbrasil.net/regiao_sudeste.htm. Acessado em 03/03/14.

2.4.1 A Arquitetura da Região Sudeste

A arquitetura do Sudeste merece destaque pela influência portuguesa quando

da presença da corte no Brasil. Foi durante o reinado do Imperador Dom

Pedro II que várias obras arquitetônicas foram construídas no Brasil,

principalmente na então capital Rio de Janeiro e em São Paulo. Alguns

exemplos são os teatros construídos nesse período como: Teatro Municipal

do Rio de Janeiro e o Teatro Municipal de São Paulo, entre outros.

Figura 70 – Teatro Municipal de São Paulo Fonte: http://descomplicarte.com.br/2012/10/teatro-municipal-de-sao-paulo/ Acessado em 01/03/14.

Competência 02

61

Oficinas Culturais

Figura 71 –Teatro Municipal do Rio de Janeiro Fontes: http://mapadecultura.rj.gov.br/rio-de-janeiro/theatro-municipal-do-rio- de-janeiro-2/. Acessado em 01/03/14.

2.4.2 A Arte da Região Sudeste

A cultura do Sudeste tem influência na cultura indígena, africana, europeia e

asiática, ou seja, com grande pluralidade cultural. Podem-se perceber

algumas manifestações culturais, tais como: a congada, o fandango, o

batuque, o samba de lenço, a dança dos velhos, o caiapó, o ticumbi, entre

outras.

Na Congada existem dois grupos de negros que entram em luta. É a luta

do Bem contra o Mal. O Bem é representado pelos cristãos, o Mal é o

grupo de mouros. O Bem usa roupa azul, e o mal, vermelha. Há lutas,

embaixadas, cantos, e sempre os cristãos vencem os mouros, que são

batizados. E todos juntos fazem a festa em louvor a São Benedito,

padroeiro dos negros em todo o Brasil. As violas, o canzá (reco-reco),

caixas, tambores, acompanham os cantadores.

Competência 02

62

Técnico em Multimeios Didáticos

Figura 72 – Manifestação Cultural do Sudeste: Congada. Fontes: http://www.brasilescola.com/brasil/aspectos-culturais-regiao-sudeste.htm Acessado em 03/03/14.

Em São Paulo, litoral sul, o Fandango tem duas variações distintas: o

rufado e o bailado, sendo o rufado dançado com o bater dos pés e o

bailado apenas valsado, ainda que a liberdade que existe nessa dança

permita também um grupo misto com a união do rufado-bailado.

Figura 73 – Manifestação Cultural do Sudeste: Fandango. Fontes: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/fandango.html. Acessado em 03/03/14.

O carnaval, com os desfiles das escolas de samba, principalmente, no Rio de

Janeiro e São Paulo, são as manifestações mais famosas do mundo atraindo

vários turistas no período da festa.

Competência 02

63

Oficinas Culturais

Figuras 74 e 75 – Escolas de Samba no Sambódromo da Marquês de Sapucaí no Rio de Janeiro Fontes: http://www.radioarquibancada.com.br/site/category/aescrj/

http://www.rioturismoradical.com.br/desfile-escolas-de-samba.htm Acessados em 03/03/14.

O samba foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em

2005 na categoria de patrimônio imaterial. Os principais tipos de samba são:

Samba-enredo, Samba de partido alto, Pagode, Samba-canção, Samba

carnavalesco, Samba-exaltação, Samba de breque, Samba de gafieira e

Sambalaço. O dia nacional do Samba é comemorado em 02 de dezembro.

Samba de Partido Alto - Com letras improvisadas, falam sobre a

realidade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo dos grandes

mestres do samba. Os compositores de Partido Alto mais conhecidos

são: Moreira da Silva, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.

Surgiu no início do século XX dentro do processo de modernização do

samba urbano do Rio de Janeiro. É a forma de samba que mais se

aproxima da origem do batuque angolano, do Congo e regiões

próximas.

Figuras 76 – Samba de Partido Alto. Rio de Janeiro-RJ Fonte: http://keyllafarina.blogspot.com.br/2010/10/sambapaixao-maior.html Acessado em 01/03/14.

Competência 02

64

Técnico em Multimeios Didáticos

No artesanato pode-se observar na Região Sudeste artigos feitos com a folha

da bananeira, panelas de barro, moringas, trabalhos em cerâmicas e pedra

sabão, bordados, tapetes, colchas entre outras.

Figura 77 – Cristo Redentor, Alto da Boa Vista - Rio de Janeiro. Obra em Pedra

Sabão.

Fonte: Flávio Barbosa. 2012.

Figura 78 – Os 12 Profetas. Obra de Aleijadinho na Igreja de Bom Jesus de

Matozinhos, Congonhas – MG. Obra em Pedra Sabão.

Fonte: https://cbjm.wordpress.com/2012/10/. Acessado em 03/03/14.

Competência 02

65

Oficinas Culturais

2.4.3 A Culinária da Região Sudeste

Quadro 4 - Culinária da Região Sudeste

Fonte: http://regiao-sudeste.info/mos/view/Culin%C3%A1ria_Regi%C3%A3o_Sudeste/.

Acessado em 03/03/14.

2.5 Manifestações Culturais da Região Sul

A Região Sul possui uma população com aproximadamente de 25.789.083

habitantes e uma área de 576.000 km. É formada por três Estados: Paraná,

Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que fazem fronteiras com Uruguai,

Paraguai e Argentina.

Estado Especialidade

ESPÍRITO SANTO

Espírito Santo tem tradição na área gastronômica por causa dos pratos como as

tortas capixabas de vários sabores, o pirão, mas, principalmente, pela moqueca.

Esse último é apontado como o prato símbolo da cozinha capixaba. Pode ser feita

com siri, peixes, camarão e ainda outros frutos do mar. O prato é herança da

culinária indígena e faz muito sucesso entre os habitantes do estado.

MINAS GERAIS

De todos os estados que compõem a região sudeste, o de mais tradição na

gastronomia é Minas Gerais. A culinária mineira é nacionalmente famosa, tendo

várias comidas típicas e que caíram no gosto popular. O pão de queijo mineiro, por

exemplo, é apreciado em todo o Brasil. Além desse, o tutu de feijão, feijão tropeiro

(outro prato de expressividade nacional), galinha ao molho pardo, leitoa à pururuca,

frango com quiabo e muitos outros. Além dos pratos, o queijo mineiro é muito

apreciado no Brasil, servindo de referência quando se trata desse de derivado do

leite.

RIO DE JANEIRO

Tem como prato marcante a feijoada. O prato é um símbolo nacional, mas é

bastante consumido no estado, o que o leva a ter uma forma própria de

desenvolvê-la. A receita carioca inclui carnes salgadas (como carne-de-sol), folhas

de louro, várias partes de porco, cebola e uma laranja (para ajudar a deixar a

feijoada menos salgada).

SÃO PAULO

Galinha d'Angola à paulista, empadinhas de Cananeia e o cuscuz paulista, sendo

esse último o de maior visibilidade nacional. O ponto forte da parte gastronômica

em São Paulo é resultado da influencia italiana: pizzas e massas são um gosto

bastante comum no estado.

Competência 02

66

Técnico em Multimeios Didáticos

Com uma influência principalmente de Italianos e alemães, a Região Sul

apresenta índices sociais muito acima da média brasileira com um IDH (índice

de Desenvolvimento Humano) de 0,831. É também a região mais alfabetizada

do Brasil com 94,8% da população (IBGE, 2010).

Figura 79 – Região Sul.

Fonte: http://www.portalbrasil.net/regiao_sul.htm. Acessado em 03/03/14.

2.5.1 A Arquitetura da Região Sul

A arquitetura antiga da Região Sul sofreu grande influência dos europeus,

principalmente, portugueses, franceses (com maior influência nos séculos XVI,

XVII) e os italianos e alemães (com maior influência nos séculos XVIII, IX e XX).

Grande exemplo disso nos mostra o Professor da Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas, Roberto Duarte Martins:

Nas construções das classes dominantes, a aproximação com o que se fazia na França (que por sua vez se inspirou no clássico) era sinal de vínculo com o "mundo civilizado" diferente daquele ambiente colonial no qual (con)viviam. Outra influência era a arquitetura italiana (arquitetura italianizante) que influenciaram fortemente as escolas de engenharia da América. Tudo que se construía era uma imitação realizada de acordo com os recursos materiais, humanos e econômicos disponíveis, inclusive a construção média, que por sua vez procurava "inspiração" na classe dominante, com poucas

Competência 02

67

Oficinas Culturais

possibilidades de alcançar os padrões construtivos daquelas. No final do século 19, época que a cidade atinge um apogeu e uma abastança considerável, sua arquitetura alcançou padrões comparável ao das maiores cidades brasileiras. Ali trabalharam construtores portugueses, espanhóis, italianos e alemães, entre outros, produzindo uma arquitetura de alto nível técnico, testemunho desta fase de prosperidade alcançada pela cidade. Tanto a nível de concepção, como os materiais utilizados e detalhes construtivos executados, estas obras estavam ajustadas às construções que se realizavam nos grandes centros da época. No plano do urbano, as praças e jardins, por exemplo, procuravam ou seguir o modelo de Versalhes, com traçados de composição geométrica, equilíbrio nas composições formais, uso de ciprestes e arbustos aparados formando ornamentos. Prova disto pode-se tirar de uma discussão para melhorias na praça central da cidade, quando um vereador, defendendo seu projeto para a referida praça argumentava. (Fonte: http://www.ub.edu/geocrit/sn-69-54.htm)

Podem-se observar alguns exemplos de arquitetura antiga nas figuras 54 a 58,

com seus diversos estilos arquitetônicos em várias épocas da história da

Região Sul do Brasil.

Catedral de Caxias do Sul, Rua Sinimbú – Centro (Praça Dante

Alighieri). Uma das maiores e mais importantes edificações sacras da

região de colonização italiana. Foi construída no início do século XX em

estilo neogótico, e possui uma rica decoração interna em altares

entalhados, estatuária e vitrais, de grande interesse artístico e histórico.

Competência 02

68

Técnico em Multimeios Didáticos

Figura 80 – Catedral Diocesana de Caxias do Sul.

Fonte: http://pt.wikivoyage.org/wiki/Caxias_do_Sul

Acessado em 03/03/14.

A Capela de Santo Antônio da Linha 80 é uma pequena edificação sacra

localizada na Linha 80, interior de Flores da Cunha, uma região de

colonização italiana do Rio Grande do Sul. Construída em 1897 em

estilo neogótico simplificado, ergue-se sobre uma base de pedras

rústicas e apresenta uma fachada simples, com pequena escadaria que

conduz à porta de entrada em arco ogival, com tímpano de vitral

colorido e sem frontispício salvo duas coluninhas torcidas laterais e uma

cornija simples.

Figura 81 – Capela de Santo Antônio da Linha 80. Rio Grande do Sul. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela_de_Santo_Ant%C3%B4nio_ (Linha_80). Acessado em 03/03/14.

Competência 02

69

Oficinas Culturais

O Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) foi criado pelo Decreto nº

9.397, de 28 de fevereiro de 1912. [...] Seu aniversário é comemorado

em 22 de março, data em que houve a primeira aula. O portentoso

prédio em que funciona faz parte do patrimônio histórico da cidade de

Porto Alegre desde sua fundação em 1872. A bela arquitetura que o

caracteriza, onde predomina o estilo neoclássico, mudou a "fisionomia"

da várzea onde foi construído, criando um espaço onde questões

ligadas ao ensino e à vida da cidade, do Estado e do Brasil foram

intensamente vividas por aqueles que circulavam pelas arcadas do

"Velho Casarão da Várzea". Constituído, inicialmente, de um

quadrilátero térreo e cinco “castelos” de dois pisos, o prédio foi

aumentado de um piso em três fases distintas: 1914/15, 1936/37 e

1969/70. As estátuas de Marte/Ares (deus da guerra) e Minerva/Atena

(deusa guerreira da sabedoria), existentes no seu frontispício, são as

maiores estátuas de adorno de Porto Alegre e foram colocadas quando

da primeira ampliação em 1914/15.

Figura 82: Colégio Militar de Porto Alegre

Fonte: http://www.cmpa.tche.br/index.php/colegio/galerias-de-imagens/82-ii-

mundo-cmpa-2-dia-comites-e-hasteamento-da-bandeira-da-onu/detail/7521-

dsc02835jpg#. Acessado em 03/03/14.

O prédio da Universidade Federal do Paraná (UFPR) na Praça Santos

Andrade com a nova fachada construída em 1954, em inspiração grego-

romana. É a mais antiga instituição de ensino com concepção

de Universidade do Brasil fundada em 19 de dezembro de 1912

inicialmente com o nome de Universidade do Paraná.

Competência 02

70

Técnico em Multimeios Didáticos

Figura 83: Universidade Federal de Curitiba – PR.

Fonte: http://www.cbnfoz.com.br/editorial/educac%C3%A3o/ufpr/10032014-104145-

engenharia-quimica-oferta-curso-de-operacao-de-processos-em-batelada. Acessado em

03/03/14.

Casa de residência, em alvenaria, construída entre os anos de 1924 a

1928. O projeto foi do arquiteto Eduardo Fernando Chaves. O reboco

externo é de cimento com areia torrada e, o interno foi feito com gesso

e ornamentados com molduras também em gesso. A cobertura é de

telhas Eternit Belgas, as portas internas com esmalte branco francês. A

área construída, incluindo o grande terraço da frente, mede 1000

metros quadrados num terreno de 10.500 metros quadrados. O Castelo

do Batel foi considerado na época a mansão residencial ”sem paralelo

no Brasil” por seu estilo puro e aprimorado. Está situado na Avenida

Batel, 1323, em Curitiba. A pintura interna foi feita por dois artistas

europeus, as telhas planas de fibrocimento, Eternité, vieram da Bélgica,

as louças sanitárias, do fabricante francês Jacob de Lafont, e a tapeçaria

e ornamentação interna, de Paris. Situada em uma esquina do

tradicional bairro, outrora aristocrático, do Batel, destaca-se pela ampla

arborização e pelos jardins, entrevistos através dos magníficos portões

e grades de ferro forjado. À semelhança de um pequeno castelo

renascentista francês, destacam-se na mansão um torreão cilíndrico de

cobertura cônica, os portais de arco pleno e as mansardas da cobertura.

O telhado, de fonte inclinação, aparenta, de longe, ser feito com

ardósia. Trata-se, porém, de placas quadradas de fibrocimento. Os

paramentos de cor cinza, das paredes externas, são tratados à

bossagem. Frontões em arco interrompido e triangulares na platibanda,

Competência 02

71

Oficinas Culturais

colunetas ombreando a entrada principal, portas almofadadas de

madeira entalhada, vitrais, pisos de mármore no adro, são os detalhes

externos de acabamento mais expressivos. Internamente destacam-se

os trabalhos em gesso dos tetos.

Figura 84 – Castelo do Batel. Curitiba – PR. Fonte: http://www.castelodobatel.com.br/. Acessado em 03/03/14.

2.5.2 A Arte da Região Sul

Os aspectos culturais da Região Sul sofreu grande influência indígena e dos

portugueses, principalmente no século XVIII, quando da colonização,

formando núcleos de ocupação permanente para se apropriar das terras

frente ao governo espanhol, que lutava com Portugal por essas terras do sul.

Uma grande prova dessa miscigenação cultural é o que ocorreu no Rio Grande

do Sul que tem a sua configuração histórico-cultural, segundo Darcy Ribeiro

(1995) in Luvizotto (2009) “constituída por três elementos: os lavradores

matutos (de origem principalmente açoriana), os representantes atuais dos

antigos gaúchos e a formação gringo-brasileira dos descendentes de

imigrantes europeus.” O autor também destaca que:

[...] a configuração histórico-cultural dos matutos é constituída de populações transladadas dos Açores no século XVIII, pelo governo português. O objetivo dessa colonização era implementar um núcleo de ocupação lusitana permanente para justificar a apropriação da área perante o governo espanhol. Esses matutos viviam como lavradores, estabelecendo no Rio Grande do Sul o

Competência 02

72

Técnico em Multimeios Didáticos

mesmo modo de vida que tinham nos Açores, uma agricultura exercida de modo arcaico. Os gaúchos originam-se da transfiguração étnica das populações mestiças de varões espanhóis e lusitanos com mulheres guaranis. Eram homens fortes, caçadores, que tinham no gado selvagem sua subsistência e a base econômica de sua sociedade. A terceira configuração histórico-cultural do Rio Grande do Sul é constituída pelos povos de origem germânica, italiana, polonesa, japonesa, libanesa e várias outras, introduzidos como imigrantes no século XIX. [...]

No Rio grande do Sul, além dos aspectos já levantados, podemos considerar

ainda que referentes às danças tirana e anu observam-se influências

portuguesa e espanhola.

Em relação às festividades culturais deste Estado merece destaque a festa de

Nossa Senhora dos Navegantes em Porto Alegre ocorrida todo dia 2 de

fevereiro, no rio Guaíba, onde é realizada uma procissão tanto fluvial como

terrestre. Tudo isso ocorre quando a imagem de Nossa Senhora dos

Navegantes chega ao Santuário Nossa Senhora dos Navegantes, advinda do

Santuário Nossa Senhora do Rosário no centro de Porto Alegre de onde

partem centenas de fiéis a pé e de barcos.

Figuras 85 e 86 - Festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Porto Alegre – RS. Fonte: Arivaldo Chaves

Competência 02

73

Oficinas Culturais

Outra grande festividade do Rio Grande do Sul é a Festa da Uva ou Festa

Nacional da Uva de Caxias do Sul, realizada entre os meses de fevereiro e

março a cada dois anos. Tem como objetivo a divulgação da produção

agroindustrial da regional e é uma herança da cultura italiana.

Figura 87 – Festa da Uva – Caxias do Sul – RS.

Fonte: http://viamercosulsa.com.br/portfolio/caxias-do-sul/. Acessado em

03/03/14.

Figura 88 – Festa da Uva – Caxias do Sul – RS. Fontes: http://www.sempretops.com/festas/festa-da-uva-2011-%E2%80%93- Ingressos/. Acessado em 03/03/14.

Quanto ao artesanato do Rio Grande do Sul, além dos trabalhos em cestarias,

tecelagem, couro, funilaria podemos destacar os trabalhos em madeira com

figuras humanas e de animais das cidades de Livramento e Uruguaiana. Há

também trabalhos esculpidos em pedras nas cidades de Santa Maria,

Uruguaiana, São Gabriel e Júlio de Castilhos (este último encontra-se o Jardim

das Esculturas com obras esculpidas pelo artista Rogério Bertoldo).

Competência 02

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Técnico em Multimeios Didáticos

Figuras 89 e 90 – Jardim das Esculturas – Júlio Castilhos – RS. Fontes: http://www.guriaestradeira.com/index.php?pagina=1627919268 http://viajamos.com.br/photo/jardim-das-esculturas-de-j-lio-de-castilhos?context=user Acessados em 03/03/14.

No Paraná, além dos colonizadores portugueses, pode-se observar uma

influência maior na cultura pelos alemães, italianos, poloneses, ucranianos e

holandeses que chegaram neste Estado a partir de 1850.

Segundo a Secretaria do Esporte e do Turismo do Estado do Paraná há cerca

de 12.000 microempreendedores artesanais. A Secretaria também destaca

que a atividade artesanal do Estado “está hoje dividida em dois setores

distintos, a nativa (ou indígena) e a aculturada (ou de influência europeia),

com variados tipos quanto ao material utilizado, formas e processos de

fabricação”. As características principais do artesanato no Paraná podem ser

exemplificadas da seguinte forma:

Artesanato em Fibras Naturais: [...] Dessa matéria-prima, são confeccionados, com técnicas diversas, objetos utilitários e de adorno como: cestaria, porta-jóias, bolsas, chapéus, bonecas, jogos de xadrez e redes, nos municípios do Litoral, Rio Negro, Ponta Grossa, Maringá, Curitiba (Santa Felicidade e Região Metropolitana), Palmeira (Witmarsum). Artesanato em Cerâmica: [...] A cerâmica é uma das mais significativas manifestações do artesanato brasileiro e as peças confeccionadas expressam a cultura e o folclore de cada região, principalmente do Litoral, Irati, Curitiba e Foz do Iguaçu.

Competência 02

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Oficinas Culturais

Artesanato em Madeira: [...] A Marchetaria consiste na confecção de objetos como porta-jóias, estojos diversos e peças decorativas que são possíveis de criação graças a habilidade do artesão no corte e montagem de desenhos com a utilização da madeira de diversas cores. Nas técnicas de escultura em madeira destacam-se artesãos e artistas em Curitiba, Irati, Bocaiúva do Sul, Cascavel e muitos outros municípios, além do Litoral Paranaense. Artesanato em Tecelagem: [...] Esta técnica é bastante característica do Paraná, sendo praticada geralmente por mulheres, as chamadas tecelãs que confeccionam redes, colchas, mantos e belíssimos tapetes. [...] produzido notadamente em Tibagi, Cianorte e Curitiba. Fonte: <http://www.turismo.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=189> Acessado em 01/03/14.

Figuras 91 e 92 – Artesanatos em Cestarias dos Índios Kaingang – Maringá – PR. Fonte: http://tabajaramarques.blogspot.com.br/2013/03/caixa-economica-assina-contrato- com.html. Acessado em 03/03/14.

A cultura catarinense teve grande influência europeia com a vinda dos

imigrantes italianos e alemães, principalmente. Algumas manifestações

características dessa imigração são a festa do Boi-de-mamão, a dança de fitas,

o boi na vara e a tradicional Oktoberfest em Blumenau (A maior festa alemã

no Brasil inspirada na festa alemã de Munique que teve sua origem em 1810

por ocasião de uma corrida de cavalo).

Competência 02

76

Técnico em Multimeios Didáticos

Festa do Boi-de-mamão. Normalmente representado no período entre

Natal e Carnaval, o auto do boi encontrou em SC uma diferente forma

de apresentação, deixada pelos imigrantes açorianos como forma de

manter suas tradições. O Boi-de-mamão envolve dança como a do pau

de fitas, e cantoria em torno do tema épico da morte e ressurreição do

boi. A festa do boi catarinense incorpora personagens idealizados pelos

açorianos, como a Bernúncia, que seria uma estilização do dragão

chinês, trazida para a nossa cultura por seus imigrantes e está

relacionada às histórias de bicho papão que assunta as crianças. Há

também a representação da mulher imigrante alemã pela personagem

Maricota, com sua indumentária específica, que varia de acordo com a

localidade onde é apresentado o auto. Os instrumentos tocados na

festa são violão, cavaquinho e pandeiro.

Figura 93 – Festa do Boi-de-Mamão. Fontes: http://blogdamarejada.wordpress.com/tag/tradicao/ Acessado em 03/03/14.

Dança de fitas em Santa Catarina. Essa dança colorida foi trazida para a

região sul pelos colonos alemães. Um mastro de três metros de

comprimento é colocado em pé e nele fica amarrado a um conjunto de

largas fitas de variadas cores. Um número par de dançadores segura a

ponta de cada fita e, quando se dá início à música, o grupo começa a

girar em torno do mastro. Aos poucos, os pares começam a mudar de

lugar, revezando e fazendo um trançado de variados desenhos. O Pau-

de-Fitas não tem uma música específica, mas com conjuntos de violão,

Competência 02

77

Oficinas Culturais

cavaquinho, pandeiro, acordeão, regados a muita energia e alegria

consegue-se fazer uma grande festa.

Figura 94 –Dança de Fitas em Santa Catarina. Fonte: http://www.litoraldesantacatarina.com/foto/itajai/danca-pau-de-fitas-marejada-itajai-sc-brasil/1771/. Acessado em 03/03/14.

A Oktoberfest de Blumenau, que em apenas uma década se tornou uma

das festas mais populares do Brasil, foi inspirada na festa alemã, que

teve origem em 1810 em Munique. Tudo começou em 12 de outubro

de 1810, quando o Rei Luis I, mais tarde Rei da Baviera, casou-se com a

Princesa Tereza da Saxônia e para festejar o enlace organizou uma

corrida de cavalos. O sucesso foi tanto, que a festa passou a ser

realizada todos os anos com a participação do povo da região. Em

homenagem à princesa, o local foi batizado com o nome de Gramado

de Tereza. A festa ganhou uma nova dimensão em 1840, quando

chegou a Munique o primeiro trem transportando visitantes para o

evento. Passaram a ser montadas barracas e promovidas várias

atrações. [...] A cerveja, proibida desde os primeiros anos, só começaria

a ser servida em 1918. Logo depois, os caricaturistas já retratavam a

luta pelos copos cheios de cerveja e pela primeira vez pode-se apreciar

nas telas dos cinemas a festa das mil atrações. Por consequência das

guerras e pela epidemia de cólera, a Oktoberfest deixou de realizar-se

25 vezes. De 1945 até hoje, aconteceu ininterruptamente. Atualmente,

a Oktoberfest de Munique recebe anualmente um público de quase 10

milhões de pessoas. O consumo de cerveja chega a 7 milhões de litros.

Competência 02

78

Técnico em Multimeios Didáticos

Figuras 95 e 96 – A Oktoberfest de Blumenau - Santa Catarina. Fonte: http://www.oktoberfestblumenau.com.br/galeria/album-de-fotos. Acessado em 03/03/14.

A Oktoberfest teve sua primeira edição em 1984 e logo demonstrou

que seria um evento para entrar na história. Em apenas 10 dias de

festa, 102 mil pessoas foram ao, então Pavilhão A da Proeb, número

que na ocasião representava mais da metade da população da cidade. O

consumo de chopp foi de quase um litro por pessoa. No ano seguinte, a

festa despertou o interesse de comunidades vizinhas e de outras

cidades do país. O evento passou, então, a ser realizado em dois

pavilhões. O sucesso da Oktoberfest consolidou-se na terceira edição e

tornou-se necessário a construção de mais um pavilhão e a utilização do

ginásio de esportes Sebastião da Cruz - o Galegão - para abrigar os

turistas vindos de várias partes do Brasil, principalmente da região

Sudeste, e também de países vizinhos. O evento acabou fazendo de

Blumenau o principal destino turístico de Santa Catarina no mês de

outubro. Mas, para quem não sabe, a Oktoberfest não é só cerveja. É

folclore, memória e tradição. Durante 18 dias de festa os

blumenauenses mostram para todo o Brasil a sua riqueza cultural,

revelada pelo amor à música, à dança e à gastronomia típica, que

preservam os costumes dos antepassados vindos da Alemanha para

formar colônias na região Sul. A cultura germânica o turista confere

pela qualidade da festa, dos serviços oferecidos, através de sociedades

esportivas, recreativas e culturais, dos clubes de caça e tiro e dos

grupos de danças folclóricas. Todos eles dão um colorido especial ao

evento, nas apresentações, nos desfiles pelo centro da cidade e nos

Competência 02

79

Oficinas Culturais

pavilhões da festa por onde circulam, animando os turistas e

ostentando, orgulhosos, os seus trajes típicos

Figuras 97 e 98 – A Oktoberfest de Blumenau - Santa Catarina. Fonte: http://www.oktoberfestblumenau.com.br/galeria/album-de-fotos. Acessado em 03/03/14.

Quanto ao artesanato Santa Catarina se destaca pela produção de rendas de

bilro, artes em cerâmicas, artesanato em palha, confecção de cestos e balaios,

etc.

Figuras 99 e 100 – Renda de Bilro em Santa Catarina. Fonte: http://www.riozinho.net/a-origem-da-renda-de-bilro/

http://www.elo7.com.br/renda-de-bilro-apliques/dp/36AD79 Acessados em 03/03/14.

Competência 02

80

Técnico em Multimeios Didáticos

Figuras 101 e 102 – Arte em Cerâmica do artista Edmundo Campos em Porto Belo – SC. Fonte: http://ceramicaarte.blogspot.com.br/ Acessado em 03/03/14.

2.5.3 A Culinária da Região Sul

Estado Especialidade

Rio Grande do Sul

Os principais pratos típicos do Rio Grande do Sul foram influenciados

pelos italianos e alemães. Os principais são: polenta, galeto, carnes defumadas,

linguiças, pães, bolos, dentre outros. Entretanto, o prato mais conhecido é o famoso

churrasco gaúcho que é feito com detalhes que acrescentam na cultura gaúcha.

A culinária gaúcha sofreu influências de espanhóis, portugueses e índios. Outro

prato característico do estado é o arroz carreteiro, feito com carne de charque e

começou a ser consumido nas carreatas feitas pelos gaúchos pelos pampas a fim de

conhecer partes do Rio Grande do Sul ainda sem habitantes. Apesar

das carreatas não ocorrerem mais, o prato ainda é muito consumido na região e no

país. Chimarrão: Um dos símbolos dos gaúchos, o chimarrão é consumido pelas

pessoas diariamente em diversos lugares. É o chá da ervas mate quente que é

colocado na cuia. Ela é dividida entre amigos e familiares. Pratos: Quibebe (pirão de

abóbora); Rabada (rabo de boi temperado com tomates, pimentão, suco de limão e

vinagre); Puchero (sopa com vegetais e carnes bovinas ou linguiça); Churrasco.

Paraná

A culinária dos paranaenses foi influenciada pelos diversos imigrantes que

habitaram e vivem na região. Os índios brasileiros que viviam no Paraná

introduziram o consumo de pinhão nas refeições e o consumo da erva-mate. Além

disso, a cultura indígena acrescentou frutas e raízes na culinária do estado. Um dos

principais pratos típicos dessa região é o barreado, consumido em várias cidades.

Esse prato, feito com carne, toucinho e temperos recebe esse nome surgiu com a

expressão 'barrear a panela', evitando que o vapor saia e o cozido fique frio

rapidamente. O barreado sofreu influências de Portugal e significa fartura e alegria.

Além disso, os paranaenses consomem muitos peixes, porco no rolete e a carne de

carneiro. O carneiro é consumido em um prato cozido de carneiro, feito com a ajuda

de um buraco no chão que recebe lenha e a panela com os ingredientes.

Posteriormente, ele é tampado com folhas de bananeira para assar. Pode ser

Competência 02

81

Oficinas Culturais

Quadro 5 - Culinária da Região Sul Fonte: <http://regiao-sul.info/mos/view/comidas_t%c3%adpicas/> acessado em 03/03/14.

Tenho plena certeza de que estudar a 2ª Competência foi um grande desafio

para você!

Isto porque foi necessário apresentar muitas informações para expressar a

riqueza das manifestações culturais existentes nas 5 regiões do país.

E não foi apenas isso! De maneira específica, ainda que em linhas gerais, foi

necessário apresentar o artesanato, a culinária, a geografia, costumes e

valores de cada Estado brasileiro.

Sei que em muitas informações já eram do seu conhecimento; contudo

acredito que foi uma boa oportunidade para relembrar como também para

conhecer alguns desconhecia.

As informações são úteis para que nós possamos pensar de que maneira,

enquanto agentes da educação, nós podemos desfazer preconceitos, eliminar

exclusões e promover o fortalecimento da cidadania de cada um de nós e

daqueles que fazem do segmento educacional um espaço de reconhecimento

das identidades culturais, como também, de redescoberta das

potencialidades dos mais diversos tipos humanos.

consumido com arroz, pirão e outros acompanhamentos. Pratos: Barreado; Carneiro

no Buraco; Pinhão; Chimarrão; Tererê; Dourado Assado.

Santa Catarina

Com uma região litorânea ampla, Santa Catarina possui diversos pratos típicos

baseados no consumo de frutos do mar. Além disso, seus pratos são influenciados

pela colonização dos portugueses que consumiam esse tipo de alimento e

preparavam em caldos e ensopados. Os peixes também são bastante consumidos

pelos moradores e os frutos do mar mais admirados e consumidos são a lagosta, o

camarão, as ostras e os mariscos. Já a influência dos alemães, que chegaram à

região, foi a de introduzir outros ingredientes, como a carne de porco na cerveja e

carne de marreco. Outros alimentos influenciados por imigrantes foram as sopas de

batata, tortas, salames, pães e vinhos. Pratos: Marreco com repolho roxo; Bijajica;

Camarão.

Competência 02

82

Técnico em Multimeios Didáticos

A perspectiva é desenvolver um “saber fazer” que incentive a preservação da

memória escolar, incentive ações educativas de valorização do patrimônio

escolar, envolvendo gestores, professores, estudantes e pais; formação

continuada para os profissionais responsáveis pela manutenção do

patrimônio escolar material e imaterial como também, divulgação e

conscientização sobre a importância da recuperação e proteção do

patrimônio escolar material e imaterial tanto no contexto da escola pública

como no contexto das escolas privadas.

Deste modo, no próximo encontro em que estudaremos a 3ª competência, o

desafio será apresentar uma proposta de oficinas culturais em uma escola

da rede pública ou privada, de acordo com a sua atuação, relacionando aos

valores materiais e imateriais da escola.

Ao concluirmos as nossas atividades na 1ª e 2ª competência, a perspectiva é

desenvolvermos juntos algumas possibilidades educativas da aprendizagem

promovida pelos 4 pilares da educação: do aprender a conhecer, aprender a

saber, aprender a conviver e aprender a ser.

Ao desenvolver as nossas atividades, mediante esses princípios nossas

atitudes deverão ser efetivas, constantes e criadoras; a fim de quem

possamos aumentar as chances de preservar a memória material e imaterial

de um povo, em toda a sua diversidade, a memória e a história das escolas

compreendendo essas como dimensões importantes para a oferta de uma

educação de qualidade.

Competência 02

83

Oficinas Culturais

3. COMPETÊNCIA 03 | APRESENTAR PROPOSTA DE OFICINAS

CULTURAIS EM UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA OU PRIVADA, DE

ACORDO COM A SUA ATUAÇÃO, RELACIONANDO AOS VALORES

MATERIAIS E IMATERIAIS DA ESCOLA.

Prezada cursista, tudo bem?

Chegamos a nossa última estação cujo propósito é, conforme mencionamos,

termos a oportunidade nesta 3ª competência apresentar proposta de oficinas

culturais em uma escola da rede pública ou privada, de acordo com a sua

atuação, relacionando aos valores materiais e imateriais da escola.

O título da 3ª competência já nos define o objetivo geral. Assim, no que se

refere a objetivos específicos pretendemos:

definir valores materiais e imateriais no ambiente escolar;

resgatar o conceito geral de cultura, cultura erudita, popular e cultura

de massa;

promover vivências sobre identidade cultural, aculturação,

endoculturação e etnocentrismo entre os membros da comunidade

escolar;

construir práticas geradoras da preservação do patrimônio público,

social e cultural;

promover vivências sobre as manifestações culturais das regiões do

país.

As propostas aqui apresentadas tem o caráter de sugestão de ideias

pedagógicas para o fortalecimento da cidadania, ampliação da consciência de

valorização às diferenças, como também, exercitar a prática da preservação

do patrimônio material e imaterial conhecendo a história, resgatando a

memória e promovendo avanços no conhecimento sobre novas formas da

Competência 03

84

Técnico em Multimeios Didáticos

coexistência entre o passado, presente e futuro de todas e todos aqueles que

fazem a sociedade.

Deste modo, observa-se que é necessário o respeito às peculiaridades de cada

expressão, da linguagem à atitude artística tanto individual como social.

O importante é descobrir as potencialidades culturais de cada pessoa

envolvida na construção do “saber fazer” que incentive e garanta a realização

de ações educativas que privilegiem a cultura como um espectro favorável na

promoção dos direitos humanos.

Boas práticas!

3.1 Princípios da Legislação sobre Patrimônio Material e Imaterial à Luz da

Constituição Federal

Toda cultura tem um aspecto material e outro não material e por isso, a

Constituição Brasileira de 1988, ao dispor sobre a cultura, define, em seu

artigo 216, o patrimônio cultural brasileiro composto por bens de natureza

material e imaterial:

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza

material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de

referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores

da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. § 1º. O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio

Competência 03

85

Oficinas Culturais

cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. § 2º. Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. § 3º. A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais. § 4º. Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei. § 5º. Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.

3.2 O patrimônio Cultural Imaterial

A proteção dos bens culturais materiais é assegurada por lei desde o Decreto-

lei nº. 25, de 30 de novembro de 1937:

Art. 4 - O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional possuirá quatro

livros do Tombo, nos quais serão inscritas as obras a que se refere o art. 1

desta lei, a saber:

1) no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, as coisas pertencentes às categorias de arte arqueológicas, etnográfica, ameríndia e popular, e bem assim as mencionadas no § 2º do citado art. 1º; 2) no Livro do Tombo Histórico, as coisas de interesse histórico e as obras de arte histórica; 3) no Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte erudita, nacional ou estrangeira; 4) no Livro do Tombo das Artes Aplicadas, as obras que se incluírem na categoria das artes aplicadas, nacionais ou estrangeiras.

Além do poder público federal, também os estados e municípios têm

legislações específicas para tombar, proteger e promover seu patrimônio

material. A UNESCO, órgão das Nações Unidas para a Cultura, também

Competência 03

86

Técnico em Multimeios Didáticos

contribui para a proteção de lugares especiais no mundo todo, dando-lhes o

título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

3.3 O Patrimônio Cultural Imaterial

O patrimônio cultural imaterial é o patrimônio rico e diversificado, ao mesmo

tempo vivo e tradicional, que se manifesta por meio de expressões e tradições

orais, pelas artes performáticas, pelas práticas sociais, incluindo rituais e

eventos festivos, pelos conhecimentos e práticas relacionados à natureza e

pelo artesanato tradicional.

A filosofia, os valores e formas de pensar refletidos nas línguas, tradições

orais, na arte, no folclore e na arquitetura de um povo constituem o

fundamento da vida comunitária.

A revitalização das culturas tradicionais e populares assegura a sobrevivência

e a diversidade cultural de uma comunidade e, em última análise, de um país.

Em nosso mundo, a transmissão desse patrimônio de geração a geração está

seriamente ameaçado, entre outros fatores, pela industrialização, pelo

crescimento das cidades, pelos conflitos armados, pela degradação do meio

ambiente, pelas consequências do turismo de massa inconsequente.

Por ser um dos maiores países do mundo e contar com uma grande

diversidade geográfica e cultural, o Brasil apresenta um importante resumo

da diversidade do patrimônio cultural imaterial e deve preservá-lo.

De acordo com a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural

Imaterial, aprovada pela Unesco em 17 de outubro de 2003, “entendem-se

por ‘Patrimônio Cultural Imaterial’ as práticas, representações, expressões,

conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e

lugares que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns

Competência 03

87

Oficinas Culturais

casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio

cultural.

Este patrimônio cultural imaterial, que se transmite de geração em geração, é

constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu

ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um

sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover

o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana” (conforme o site

www.iphan.gov.br).

O Programa Nacional do Patrimônio Imaterial/PNPI, instituído pelo Decreto n°

3.551, de 4 de agosto de 2000, viabiliza projetos de identificação,

reconhecimento, salvaguarda e promoção da dimensão imaterial do

patrimônio cultural. É um programa de fomento, que busca estabelecer

parcerias com instituições dos governos federal, estadual e municipal,

universidades, organizações não governamentais, agências de

desenvolvimento e organizações privadas ligadas à cultura, à pesquisa e ao

financiamento.

O registro é o instrumento legal para o reconhecimento e valorização do

patrimônio cultural imaterial brasileiro.

A inscrição do bem cultural se dá em quatro Livros de Registro, a saber:

1. O Livro dos Saberes - aí são registrados os saberes e modos de fazer, que são atividades desenvolvidas por atores sociais conhecedores de técnicas e de matérias-primas que identificam um grupo social ou uma localidade. 2. O Livro das Celebrações, entendidas como ritos e festividades associados à religiosidade, à civilidade e aos ciclos do calendário, que participam fortemente da produção de sentidos específicos de lugar e de território. 3. O Livro das Formas de Expressão contém as formas não linguísticas de comunicação, associadas a

Competência 03

88

Técnico em Multimeios Didáticos

determinado grupo social ou região, traduzidas em manifestações musicais, cênicas, plásticas, lúdicas ou literárias. 4. O Livro dos Lugares, no qual se registram os espaços onde ocorrem práticas e atividades de naturezas variadas, tanto cotidianas quanto excepcionais, que constituem referências para a população.

Ao dedicarmos tal importância às instituições escolares e às práticas por elas

produzidas, percebe-se que a reconstrução da memória escolar contribui para

uma redescoberta da história institucional, fortalecendo vínculos e a

identidade da sociedade.

Os muitos anos de existência da escola como instituição, participando

ativamente dos repertórios culturais, em diferentes tempos e contextos,

deixam marcas nas memórias dos sujeitos que por ela passaram e da

comunidade onde está inserida.

Deste modo, apresentamos abaixo algumas propostas de oficinas culturais

para que você possa vivenciar junto a sua comunidade momentos de uma

construção viva da cultura para a produção de uma nova história de ricas

memórias.

3.4 Proposta de oficinas culturais em uma escola da rede pública ou privada,

de acordo com a sua atuação, relacionando aos valores materiais e

imateriais da escola.

1ª OFICINA

1. Tema:

O conceito de Cultura. História e Memória: um Inventário da Família

Competência 03

89

Oficinas Culturais

2. Objetivo Geral:

Compreender o conceito de cultura através da história e memória familiar

3. Objetivos Específicos:

Pesquisar sobre a história que originou a sua família

Registrar o nome e sobrenome do parente mais antigo e mais novo

Destacar a representação étnica da família: indígena, negra ou

imigrante

Identificar os objetos materiais que históricos que refletem a memória

da família

Construir um painel que represente um inventário cultural familiar

Definir um espaço na escola que sirva para exposição e visitação

4. Dinâmica:

Reunir o grupo e falar sobre o que é cultura, cultura familiar (arvore

genealógica), cultura política (identificando os administradores do

município desde o período da sua emancipação) e cultura imaterial e

cultura material destacando o aspecto da história e da memória como

elementos principais para a construção da identidade cultural e do

sentimento de “pertencer ao lugar, ou a família”,

Cultura Familiar:

Solicitar a cada um dos participantes uma foto do parente mais antigo

da sua família e do mais novo;

Cada participante irá solicitar ajuda ao seu familiar para identificar a

história das principais ruas, avenidas e bairros da localidade;

Construir um painel com as fotos de todos os participantes

representando cada família;

Os participantes devem apresentar nome, sobrenome e as

características étnicas principais que representam a sua família;

Competência 03

90

Técnico em Multimeios Didáticos

O painel deverá ser exposto num local amplo da escola e que sirva para

visitação

Convidar todos os familiares que estiverem sendo representados no

painel

Cultura Política:

Identificar, cronologicamente, o nome de todos os Prefeitos que já

administraram o município (pesquisar na Câmara Municipal)

Fazer um inventário dos principais monumentos da cidade que

representam a cultura política como: prédio da prefeitura, câmara dos

vereadores, assembleia da legislativa, ministério público, igrejas, praças

e outros (organizando de acordo com uma ordem cronológica)

Expor as fotos dos ex-prefeitos no painel com o seguinte título:

Personalidades da Administração Pública do meu Município

O painel deve constar a Foto, Período da Administração e Partido

Cultura Material e Imaterial

Reunir o maior número possível de utensílios antigos que pertencem a

família, para exposição

Expor os utensílios antigos das famílias em mesas ou balcões com

identificadores de objetos e sobrenomes das famílias que contribuíram

com a atividade

Colocar ao lado de cada utensílio uma frase que represente o que

significa aquele utensílio para na história e memória da família

Toda a atividade deve ser concluída com uma exposição pública

2ª OFICINA

1. Tema:

Projeto Pero Vaz de Caminha: Narrativas sobre o meu lugar

2. Objetivo Geral:

Conhecer o perfil cultural da localidade através da prática da descrição

Competência 03

91

Oficinas Culturais

3. Objetivos Específicos:

Pesquisar sobre a história da fundação da cidade;

Pesquisar sobre o nome dos primeiros fundadores da localidade;

Descrever considerando os aspectos geográficos, hidrográficos (se

houver), fauna, flora e os grupos étnicos que representam os

antepassados que fundaram a localidade;

Construir um texto narrativo da cidade, semelhante ao texto da Carta

de Pero Vaz de Caminha.

4. Dinâmica:

Reunir o grupo e falar sobre a Carta de Pero Vaz de Caminha;

Distribuir cópias do texto e ler com o grupo ressaltando o aspecto

narrativo do texto; ressaltando as suas peculiaridades;

Solicitar o apoio dos professores de história, geografia, português,

matemática, biologia, entre outros da escola para a construção do

texto;

Escrever a carta em manuscrito na forma cursiva;

Fazer a revisão do texto e emoldurar a carta expondo-a no espaço em

que está o painel do Inventário Familiar.

3ª OFICINA

1. Tema:

Vivenciando a Cultura-Valor, Cultura-Alma Coletiva e Cultura-Mercadoria

2. Objetivo Geral:

Despertar a atenção sobre a presença da Cultura-Valor, Cultura-Alma Coletiva

e Cultura-Mercadoria

Competência 03

92

Técnico em Multimeios Didáticos

3. Objetivos Específicos:

Pesquisar sobre os índices referentes ao analfabetismo no Brasil, nos

países da América Latina e no contexto local;

Identificar os grupos humanos que representam os valores culturais do

Brasil, America Latina e no contexto local;

Fazer uma pesquisa sobre os hábitos de consumo das pessoas no

contexto local;

Construir um banco de dados sobre as informações adquiridas;

Apresentar os resultados a comunidade local.

4. Dinâmica:

Reunir o grupo e falar sobre o que é cultura-valor; cultura-alma coletiva

e cultura-mercadoria;

Sobre cultura-valor: formar um grupo para fazer o levantamento sobre

o índice de analfabetismo no Brasil, na América Latina e na sua

localidade – crie um banco de dados sobre essa informação destacando

a idade e o gênero;

Sobre cultura-alma coletiva: formar um grupo para fazer um mapa

sobre a existência das nações indígenas no Brasil e na sua localidade;

um mapa sobre a existência de grupos quilombolas (representantes dos

negros) e um mapeamento dos grupos imigrantes no Brasil por

concentração. Exemplo: em que Estado brasileiro se concentram os

japoneses, os alemães, os portugueses, etc.;

Sobre cultura-mercadoria: formar um grupo para aplicar um

questionário (cada membro representante do grupo que fará parte

desta atividade deverá abordar dez pessoas com o questionário sobre

hábitos de consumo). O questionário deverá abordar os hábitos de

consumo das pessoas da seguinte forma: qual o canal de TV que assiste

mais frequentemente; marca de refrigerante; xampu, sabonete, creme

dental, escova de dente; produtos eletrônicos; celular; roupas; carros;

eletrodomésticos; tipos de músicas; cantor(a); ator/atriz; marca de

Competência 03

93

Oficinas Culturais

medicamentos (para dor de cabeça e outros mais usados); marca de

biscoito e demais gêneros alimentícios (como arroz, frango); entre

outros produtos em que o grupo identifique como objeto de consumo

da cultura de massa;

Após a identificação dos itens que serão pesquisados será necessário

elaborar as questões objetivas. É importante que o grupo identifique

quais os produtos mais usados assim, o entrevistado apenas irá

assinalar o produto. É importante, obviamente, reservar um espaço em

branco para cada pergunta, caso o entrevistado afirme que não utiliza

nenhum dos produtos apresentados na alternativa que está sendo

abordada no questionário.

Todos os dados deverão ser divulgados para a comunidade

participante; e a partir dos mesmos o grupo discutir sobre a atualidade

do pensamento de Felix Guattari, autor das 3 concepções sobre cultura.

4ª OFICINA

1. Tema:

A Cultura Erudita, Popular e Cultura de Massa

2. Objetivo Geral:

Identificar as características da Cultura Erudita, Popular e Cultura de Massa na

história da cultura local

3. Objetivos Específicos:

Pesquisar sobre a história da cultura erudita no Brasil e na história da

cultura local;

Relacionar as questões sociais, políticas e econômicas que geram

conflitos humanos a produção da cultura popular;

Perceber como os canais de comunicação exploram os “conflitos

humanos” no nosso dia a dia.

Competência 03

94

Técnico em Multimeios Didáticos

4. Dinâmica:

Reunir o grupo e resgatar as principais ideias sobre Cultura Erudita,

Popular e Cultura de Massa;

Fazer uma pesquisa sobre os principais representantes da Arte na

Cultura Erudita no Brasil, a partir de 1922; apresentando como

classificação: 1ª arte (Música); 2ª arte (Dança); 3ª arte (Pintura); 4ª arte

(Escultura/Arquitetura); 6ª arte (Literatura) e 7ª arte (Cinema);

Fazer uma pesquisa sobre os principais representantes da Arte na

Cultura Popular no Brasil a partir de 1922; apresentando como

classificação: 1ª arte (Música); 2ª arte (Dança); 3ª arte (Pintura); 4ª arte

(Escultura/Arquitetura); 6ª arte (Literatura) e 7ª arte (Cinema);

Em todas as pesquisas o contexto local deverá ser inserido, ou seja, se

houver produções dessas categorias nos municípios em que os

participantes desta atividade estiverem inseridos.

Pesquisar entre os canais televisivos os programas que valorizam a

cultura erudita e os que valorizam a cultura popular. Destaque,

também, os programas que caracterizam a cultura de massa.

5ª OFICINA

1. Tema:

O Brasil não conhece o Brasil!

2. Objetivo Geral:

Conhecer as manifestações culturais de cada região brasileira, através do

Turismo Pedagógico criando uma Feira Turística Brasileira: conhecendo as

riquezas culturais da nossa região.

Competência 03

95

Oficinas Culturais

3. Objetivos Específicos:

Pesquisar sobre o que é Turismo Pedagógico;

Conhecer, através de informações, os potenciais turísticos das regiões

brasileiras destacando, as particularidades de cada estado;

Identificar as principais informações turísticas necessárias para se

montar uma Agência de Turismo;

Selecionar os segmentos turísticos que serão representados na Feira

Turística Brasileira.

4. Dinâmica:

Reunir o grupo e resgatar informações sobre a 2ª competência

destacando, os principais elementos culturais importantes para se

montar uma Agência de Turismo;

Formar grupos representantes de cada região do Brasil;

Através de um sorteio definir os grupos e as suas respectivas regiões;

Destacar como potencial turístico a ser apresentado na Feira:

breve história dos Estados representados na região (data da

fundação, colonizadores, nome dos que fundaram a cidade e principal

movimento social que atuou na independência da cidade – se houver);

aspectos geográficos da região – destacando os elementos do

patrimônio ambiental que representa a localidade; aspectos

demográficos; grupos étnicos humanos;

a gastronomia principal. Para a apresentação da gastronomia deve-

se organizar dentro do espaço escolar uma praça da alimentação com

todas as gastronomias representadas, por cada região num mesmo

espaço (Praça da Alimentação);

principais pontos turísticos;

patrimônios históricos, ambientais; monumentos; artesanatos;

símbolos (bandeira, hinos entre outros);

Competência 03

96

Técnico em Multimeios Didáticos

Organizar grupos de dança e musical (para se apresentar na feira)

representando a cultura de cada região e/ou Estado e de artesãos para

expor os produtos (cerâmicas, roupas e outros);

No espaço deverá ser organizado um desfile de moda com 27

indumentárias que representem os estados das 5 regiões do país;

Selecionar as principais informações que serão apresentadas num

folder que deverá ser distribuído no dia da Feira para os visitantes;

Cada grupo vai montar a sua Agência Turística que irá demonstrar as

riquezas daquela região e demonstrar quais as melhores opções de

transporte, hospedagem e período para se viajar até a Capital ou

regiões do Estado.

6ª OFICINA

1.Tema:

Cultura Material e Imaterial: Minha Escola, Minha Casa, Minha Vida!

2.Objetivo Geral:

Apresentar uma linha do tempo com o nome de todos os gestores,

coordenadores, professores, estudantes e funcionários que já atuaram na

escola local caracterizando os valores materiais e imateriais da escola.

3. Objetivos Específicos:

Apresentar o número de escolas públicas e privadas existentes na

localidade (bairro ou município);

Identificar, a cultura material da escola fazendo um inventário sobre

todos os seus pertences (o maior número de pertences possível deve

ser registrado pelo grupo);

Competência 03

97

Oficinas Culturais

Identificar a cultura imaterial da escola, recolhendo depoimentos de ex-

funcionários e ex-alunos da escola.

4.Dinâmica:

Reunir o grupo e resgatar informações sobre a parte introdutória da 3ª

competência que aborda as questões sobre o valor da cultura material

e imaterial;

Formar grupos para fazer parte da atividade de pesquisa,

sistematização e exposição;

1º Grupo: selecionar as principais escolas de ambas as redes e

pesquisar sobre o ano de sua fundação e apresentar, em linhas gerais a

história da escola, explicando porque ela recebeu o nome que ela tem;

2º Grupo: identificar, nas escolas públicas – o maior número de:

diretores, coordenadores, professores, estudantes e funcionários que já

atuaram na escola;

3º Grupo: organizar uma linha do tempo da escola, se possível com a

foto das pessoas que já estudaram ou trabalharam na escola;

4º Grupo: Tentar localizar (o maior número possível) ex-funcionários

que trabalharam e estudantes que frequentaram a escola e que

queiram expressar os bons momentos que viveram na escola;

Os depoimentos deverão ser escritos e organizados ao lado das

fotografias registradas pelo 3º Grupo;

5º Grupo: organizará o evento de homenagem a Escola colocando uma

faixa com a seguinte expressão: “Minha Escola, Minha Casa, Minha

Vida!”

O 5º Grupo organizará todo o espaço para o evento e enviará convites

aos ex-funcionários e estudantes que já frequentaram a escola para

visitar a exposição.

Competência 03

98

Técnico em Multimeios Didáticos

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezada cursista,

O nosso ponto de partida foi apresentar a você as caracterizações da cultura

erudita, popular e cultura de massa.

De lá estamos agora – não no ponto de chegada – mas, no ponto de permitir

que você avalie a nossa trajetória e reflita – a partir das vivências resultantes

das oficinas culturais - sobre a valorização da cultura, da construção da

identidade cultural e da preservação das tradições despertando,

continuamente para a certeza de um novo que sempre se faz presente para

que possamos reinventar a história e rever nossos conceitos e preconceitos.

Neste processo em que você se encontra de formação continuada em técnica

ou técnico de multimeios didáticos a expectativa é que esse material possa

lhe servir como uma significativa fonte de consulta e de inspiração para a

melhoria da sua competência profissional e redescobrir suas habilidades no

exercício da práxis educativa fazendo da escola um lugar de excelência para a

construção da cidadania.

Sobre esse contexto, Pierre Nora (1993) nos ajuda a refletir sobre os “lugares

de memória” o que nos permite situar a escola como um “lugar de memória”,

de revisão e construção da história de muitas vidas que se encontram e se

transformam; se encontram e se desencontram.

A escola “um lugar de memória” onde vivenciamos muitas experiências

significativas, passamos grande parte das nossas vidas, onde residem as

nossas lembranças mais inesquecíveis.

Muito obrigada e um excelente trabalho pra você!

99

Oficinas Culturais

REFERÊNCIAS

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CONTEMPORÂNEOS DE CULTURA. Campina Grande: UEPB/UFRN, 2008.

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100

Técnico em Multimeios Didáticos

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