23
1 1. Introdução A análise financeira de uma empresa é um instrumento importantíssimo, o qual informa a situação econômica e financeira da empresa. Sua elaboração compreende as análises dos demonstrativos financeiros: Balanço Patrimonial, Demonstrativo do Resultado do Exercício, Fluxo de Caixa, Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstrações dos Lucros e Prejuízos Acumulados, etc. Porém o presente trabalho se limitará a apenas as análises do Balanço Patrimonial e do Demonstrativo do Resultado do Exercício. Por meio dos quocientes e índices é possível observar a estrutura e composição do capital empregado na empresa e também contribui para a tomada de decisão revelando tendências internas e quando comparado com índices - padrão do setor é possível notar as tendências externas, sendo a tomada de decisão a principal ferramenta dos administradores bem sucedidos e saber interpretá-los se torna um diferencial competitivo tanto para as empresas quantos para os administradores. Para melhor entendimento das análises é valido definir o que seria situação financeira da situação econômica. Para Jalmei José Duarte situação financeira é o quanto a empresa tem de dinheiro ou dívidas no momento analisado, enquanto a situação econômica para ele é o quanto a empresa recebe versus o quanto ela gasta, ou seja, literalmente é um placar de crédito x débito. Essa definição é importante uma vez que as análises dos quocientes de Estruturas de capitais e de liquidez irão evidenciar a situação financeira da empresa e a análise dos quocientes de rentabilidade a situação econômica. Tais quocientes juntamente com os quocientes de rotação, as análises horizontais e verticais dos demonstrativos e o ponto de equilíbrio farão parte desse trabalho.

Oi participaçoes - Estrutura Financeira

  • Upload
    yuriadm

  • View
    3.001

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Análises da Estrutura financeira da companhia que mais cresce no Brasil comparando com as demais empresas do setor telefônico brasileiro.

Citation preview

Page 1: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

1

1. Introdução

A análise financeira de uma empresa é um instrumento importantíssimo, o qual

informa a situação econômica e financeira da empresa. Sua elaboração compreende as

análises dos demonstrativos financeiros: Balanço Patrimonial, Demonstrativo do Resultado

do Exercício, Fluxo de Caixa, Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido,

Demonstrações dos Lucros e Prejuízos Acumulados, etc. Porém o presente trabalho se

limitará a apenas as análises do Balanço Patrimonial e do Demonstrativo do Resultado do

Exercício.

Por meio dos quocientes e índices é possível observar a estrutura e composição do

capital empregado na empresa e também contribui para a tomada de decisão revelando

tendências internas e quando comparado com índices - padrão do setor é possível notar as

tendências externas, sendo a tomada de decisão a principal ferramenta dos administradores

bem sucedidos e saber interpretá-los se torna um diferencial competitivo tanto para as

empresas quantos para os administradores.

Para melhor entendimento das análises é valido definir o que seria situação

financeira da situação econômica. Para Jalmei José Duarte situação financeira é o quanto a

empresa tem de dinheiro ou dívidas no momento analisado, enquanto a situação econômica

para ele é o quanto a empresa recebe versus o quanto ela gasta, ou seja, literalmente é um

placar de crédito x débito. Essa definição é importante uma vez que as análises dos

quocientes de Estruturas de capitais e de liquidez irão evidenciar a situação financeira da

empresa e a análise dos quocientes de rentabilidade a situação econômica.

Tais quocientes juntamente com os quocientes de rotação, as análises horizontais e

verticais dos demonstrativos e o ponto de equilíbrio farão parte desse trabalho.

Page 2: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

2

2. Objetivo

O objetivo desse trabalho é analisar a situação financeira da empresa Oi

Participações S.A (Telemar Participações S.A) nos períodos de 2006, 2007, 2008 a partir da

extração do seu balanço e demonstrativo de resultado do exercício. Para que isso ocorra é

necessário saber o funcionamento das suas contas e utilizar os índices e demais

ferramentas de analises. Os índices utilizados nesse trabalho serão os índices de liquidez,

estrutura de capitais, rentabilidade, prazo médio, análise horizontal e vertical, ponto de

equilíbrio e a comparação com sua principal concorrente no segmento.

Para uma análise mais completa a respeito da situação e posicionamento da

empresa no mercado será útil um comparativo com os índices – padrões, a análise das

tendências do setor e como não pode deixar de lado uma análise de SWOT, ou seja, a

compreensão dos pontos fortes e fracos, das oportunidades e ameaças que o setor,

naturalmente, exerce nas empresas do segmento de telefonia. Essa compreensão será

fundamental para desenvolver estratégias e aumentar o market share (fatia do mercado) em

relação aos seus concorrentes.

A partir dessas análises é possível saber se a empresa se encontra numa situação

econômica e financeira satisfatória para o setor e, consequentemente, se ela é uma boa

opção de investimento.

3. A escolha da empresa

A empresa foi escolhida por se constituir um grande empreendimento nacional no

segmento da telefonia, um setor que demanda constantemente de altíssimos avanços

tecnológicos, inovações e que se tornou uma necessidade essencial da coletividade. Hoje a

Oi se encontra em todo o território nacional e é a empresa de telefonia que mais cresce no

país tanto na telefonia móvel quanto no fixo. O que mais chamou a atenção para a escolha

da empresa foi a sua recente fusão com a Brasil Telecom (BrT) essa transação recebeu o

nome dos especialistas de BrOi. A Brasil Telecom possuía a maior parte do mercado de

telefonia fixa e presença em todo o território nacional, o que fez da Oi um monstruoso

empreendimento nacional com um Patrimônio Líquido de R$ 2.461.791.000,00 e um receita

liquida de R$ 30 Bilhões depois da Fusão com a BrT segundo fontes da Anatel e CVM

(Comissão de Valores Mobiliário) e obtendo um crescimento no Markt Share, no ano de

2008, de 19,91%.

Page 3: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

3

4. História da Empresa

Em 1998, o Ministério das Comunicações decidiu dividir a Telebrás em doze

companhias: três holdings das concessionárias regionais de telefonia fixa, uma holding da

operadora de longa distância e oito holdings das concessionárias da telefonia móvel Banda

A. A maior delas era Tele Norte Leste S.A., transformada em Telemar em abril de 1999. O

nome TELEMAR vem de TELE(Telefonia - O serviço que a empresa presta) e MAR(A região

no qual a operadora atua, que é o litoral sudeste, nordeste e norte do Brasil).

A Telemar começou a operar com telefonia móvel em 2002 com a marca Oi e desde

então promove-se com um marketing agressivo diante de seus concorrentes. Foi a primeira

operadora GSM a operar no Brasil e logo no ano de seu lançamento conquistou milhares de

clientes.

Em 2006 deu início a um processo de convergência entre os demais serviços do

Grupo Telemar (telefonia fixa e provedor de internet banda larga). Processo pioneiro no

país, a convergencia é uma tendência mundial entre as operadoras de telecomunicações.

Resume-se em integrar em um único pacote, com única cobrança ou único produto todos os

serviços que uma residência necessita como por exemplo: serviços de telefonia móvel

(Celular), serviços de telefonia fixa, acesso internet banda larga - no caso da Oi, acesso

ADSL -, serviços de ligações longa distância, entre outros.

Após sua fusão com a Telemar, sua "empresa-mãe", o grupo formado então,

denominado como Grupo Telemar, tende a assumir como marca única o nome "Oi" no

mercado.

Sobre a Oi

A Oi (antiga Telemar e Brasil Telecom) é uma concessionária de serviços de

telecomunicações do Brasil. Em faturamento é a maior empresa de telefonia fixa da América

do Sul com base no número total de linhas em serviço. A Oi Possui 34 milhões de Clientes

em telefonia móvel e 22 milhões em telefonia fixa.

Com estrutura unificada desde 2004, oferece um leque de produtos de

comunicações integrados e convergentes que incluem serviços tradicionais de telefonia fixa,

móvel, banda larga, ISP e outros serviços a residências, usuários corporativos de pequeno,

médio e grande porte, agências governamentais e outras empresas de telecomunicações.

Em seus resultados, a Oi mostra um saudável equilíbrio entre forte geração de caixa

Page 4: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

4

(operações fixas) e o provimento de serviços de alto crescimento (mobilidade e banda

larga). Atualmente o controle da empresa é da TNL Participações. O atual presidente da Oi

é Luíz Eduardo Falco e o presidente do conselho é Carlos Francisco Ribeiro Jereissati.

Atualmente, a Oi possui mais de 50 milhões de linhas instaladas no Brasil, e traz

inovações tecnológicas em Telecomunicações através de importação tecnológica

estrangeira ao Brasil, contribuindo então, para um maior desenvolvimento tecnológico do

país. Durante muitos anos as ações preferenciais da Telemar foram as mais negociadas na

Bolsa de Valores de São Paulo, Bovespa, e tinham um peso importante no seu índice mais

representativo, o IBovespa, somente em 2005 a Oi (Telemar) perdeu a liderança para as

ações preferenciais da Petrobras.

Aquisição

O grupo de telefonia Oi anunciou a aquisição da Brasil Telecom por R$ 5, 863

bilhões, na conclusão do negócio mais aguardado pelo mercado nos últimos meses. O valor

ficou acima de algumas estimativas que circulavam pelo mercado, em torno de R$ 4,8

bilhões. Com o negócio, cria-se uma megatele de controle nacional. Juntas, as empresas

somam 43,4 milhões de clientes, sendo 20,7 milhões em telefonia celular e 22,7 milhões na

fixa.

4.1 O Mercado

A telefonia móvel no Brasil começou na década de 90 com o sistema Telebrás, no

entanto havia uma série de problemas, como restrições orçamentárias, amarras

regulatórias, indefinições tecnológicas, prazos curtos para a implantação de redes e as

inexperiências mercadológicas. Em 1997 foi aberta as portas às instituições privadas e a

partir daí o cenário começou a mudar.

No final de 1998, ano da privatização, havia no país cerca de 7,4 milhões de

usuários, representando uma densidade telefônica celular de 4,5%. Em junho de 2004,

foram registrados 54 milhões de usuários, o que significa uma densidade de mais de 30%.

Para popularizar os aparelhos móveis de telefonia, foi criado e implantado o sistema

pré-pago, no qual os créditos são comprados e inseridos na conta para então poder fazer

ligações do aparelho.

O mercado de telefonia móvel no Brasil mudou radicalmente desde que foi

privatizado. Porém, somente a partir de 2002, com a entrada da Oi, e depois da TIM,

Page 5: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

5

oferecendo novas tecnologias, novos aparelhos, novos planos, etc. a concorrência, de fato,

tornou-se mais acirrada. A Oi em apenas dois anos de operação atingiu a 21% de

participação de mercado na sua área de atuação, representando 9,4% do market share

nacional.

4.2 Os Concorrentes

As principais empresas que compõe o mercado de telefonia móvel no Brasil são

Vivo, Claro e Tim as principais concorrentes da Oi.

A Vivo é uma joint venture da companhia Telefónica com a Portugal Telecom e atua

no Brasil desde 2003 com a junção de várias companhias brasileiras e opera com as

tecnologias CDMA, TDMA e GSM tornando, assim, a única operadora do Brasil que opera

com todas essas tecnologias em todo o território nacional. A Claro é controlada pela

empresa mexicana América Móvil, um dos cinco maiores grupos de telefonia móvel do

mundo opera com as tecnologias TDMA, GSM e 3G. Recentemente a Claro vem passando

por várias reclamações referentes a instabilidades na rede e baixa velocidade de conexão

na tecnologia 3G. A TIM (Telecom Italia Mobile) é uma empresa com sede na Itália e opera

com as tecnologias EDGE, WCDMA, HSDPA e estar implementando a tecnologia 3G. A TIM

é a terceira maior empresa no requisito clientes e é a maior no requisito receita líquida de

serviços. A TIM ganhou vários prêmios como Top of Mind e As Empresas Mais Admiradas

do Brasil.

Cerca de 44.945 milhões de celulares operando no país em 2008 pertencem a Vivo,

a Claro possui cerca de 38.731 milhões seguida pela a TIM com 36.416 milhões e logo a

trás vem a Oi com 29.993 milhões de celulares, nesse mesmo período. É importante

considerar o crescimento da Oi entre os anos de 2007 e 2008, que obteve um crescimento

de 38,70% enquanto suas principais concorrentes obtiveram 20,22%; 28,12% e 16,46%, na

ordem da maior para a menor.

O Markt Share do mercado telefônico brasileiro se compõe da seguinte forma Vivo

abocanhando 29,84% do mercado, a Claro 25,71%, a TIM 24,17% e a Oi 19,91% conforme

mostra o gráfico a seguir:

Page 6: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

6

29,84%

25,71%24,17%

19,91%

Market Share

Vivo

Claro

Tim

Oi

Fonte: http://www.teleco.com.br/mshare.asp

4.3 Tendências Futuras do setor Telefônico

A telefonia pertence ao rol das tecnologias da informação e comunicação, sendo

estas um conjunto convergente de tecnologias em microeletrônica, computação (máquinas e

programas) e telecomunicações. Esse setor no Brasil está em crescente expansão, não tão

avançada como em países como Japão e EUA, tendo em 2007 um número recorde no

cálculo do ingresso de clientes no mercado de telefonia móvel.

O Brasil foi o terceiro entre os países que mais atraíram novos assinantes de

telefones celulares em 2007. Ficamos atrás apenas da China e da Índia, segundo dados da

União Internacional de Telecomunicações (UIT). Já ultrapassamos hoje o índice de 584

celulares por mil habitantes. O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações

(ANATEL), Ronaldo Mota Sardenberg afirmou que hoje a infra-estrutura brasileira de

telecomunicações está entre as sete mais desenvolvidas no mundo.

Segundo a UIT (união internacional de telecomunicações), o número total de

detentores de telefones fixos e/ou móveis aumentou, globalmente, de 1 bilhão em 1997 para

4,2 bilhões em 2007. A maior expansão ocorreu no segmento dos telefones móveis. Desde

2000, também segundo a UIT, os usuários de telefonia móvel cresceram 20 vezes,

representando 70% de todos os assinantes de telefones.

O Brasil terminou o primeiro semestre de 2008 com quase 135 milhões de celulares

que dá uma densidade de quase 70 celulares para 100 habitantes, destes mais de 81% são

telefones do sistema Pré-Pago, significa que um pouco mais de 107 milhões de aparelhos

são Pré-Pago.

Page 7: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

7

No ano de 2014, segundo uma estimativa da ANATEL, haverá no Brasil um telefone

móvel para cada habitante. Em Brasília/DF, já existem hoje 114 linhas de telefone celular

para cada 100 habitantes.

4.4 Análise de SWOT (fatores internos e externos que influência a empresa)

A análise de SOWT constitui em uma análise dos pontos fortes e fracos,

oportunidades e ameaças. Para essa análise iremos nos limitar a descrição das

oportunidades e ameaças que sobrevêm no setor de telefonia e que pode prejudicar ou

beneficiar a operacionalidade das companhias. Listaremos 10 (dez) oportunidades e/ou

ameaças que vem sobre o mercado e faremos um breve comentário do porquê da escolha.

1) Tecnologia: Desenvolver e/ou obter as melhores tecnologias proporciona um

diferencial estratégicos para as empresas desse setor.

2) Qualidade: A qualidade nos serviços está diretamente relacionada à visão que

os consumidores têm das companhias e de seus produtos.

3) Taxa cambial: A variação do dólar tende a fazer com que os serviços e os

produtos se tornem mais caros e/ou baratos.

4) Parcerias: É a grande oportunidade de uma empresa desse setor, pois com

parcerias pode – se trazer tecnologias exclusivas para o mercado nacional.

5) Inovação: Inovar produtos e serviços não é apenas um diferencial para esse

mercado, é uma necessidade para todas as empresas.

6) Colaboradores: Investir em seus colaboradores otimiza os processos de

desenvolvimento de produtos e serviços, além de contribuir para o crescimento

dos seus clientes internos.

7) Marketing: É a alma do setor. Obter o diferencial com novas formas de fazer

marketing pode melhorar a imagem da empresa e ampliar seu público – alvo.

8) Benchmarking: Aperfeiçoar o que já foi feito e dado certo nas outras empresas

torna os resultados muito mais eficientes.

9) Franquias: É uma tendência do setor, as franquias tende a aumentar as

margens de lucro e ainda colocar seus serviços e produtos em todos os cantos

do país.

10) Serviços: É o diferencial das empresas que compõem esse setor. Oferecer os

melhores serviços e os mais variados proporciona uma melhor imagem da

companhia em relação ao seu público e ainda gera um valor adicional aos seus

serviços aumentando a margem de lucro.

Page 8: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

8

5. Métodos de Análise dos Demonstrativos Financeiros

5.1 Índices

5.1.2 Índices de Estruturas de Capitais

Participação de Capitais de Terceiros: indica o quanto a empresa tomou de

capital de terceiros por capital próprio investido;

(CT/PL) x 100

Onde:

CT – capitais de terceiros;

PL – Patrimônio Líquido.

Composição do Endividamento: indica qual o percentual de obrigações em

curto prazo em relação às obrigações totais;

(PC/CT)

Onde:

PC – Passivo Circulante;

CT – Capitais de Terceiros.

Imobilização do Patrimônio Líquido: indica o quanto a empresa aplicou no

ativo permanente por cada $100 de capital próprio;

(AP/PL)

Onde:

AP – Ativo Permanente;

PL – Patrimônio Líquido.

Page 9: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

9

5.1.3 Índices de Liquidez

Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa,

procurando medir quão sólida é esta. Uma empresa com bons índices de liquidez tem

condições de ter boa capacidade de pagar suas dívidas, sendo, portanto caracterizados por

quanto maiores for, melhor será a condição da empresa. São eles:

Liquidez Geral: indica a condição de a empresa pagar as suas dívidas em

longo prazo;

[(AC+RLP)/(PC+ELP)]

Onde:

AC – Ativo Circulante;

RLP – Realizável a Longo Prazo;

PC – Passivo Circulante;

ELP – Exigível a Longo Prazo.

Liquidez Corrente: indica a condição de a empresa pagar suas dívidas de

curto prazo;

LC = AC/PC

Onde:

AC – Ativo Circulante;

PC – Passivo Circulante.

Liquidez Seca: indica o quanto a empresa é dependente de seus estoques

para pagar suas dívidas de curto prazo;

[(AC – Estoques)/PC]

Onde:

AC – Ativo Circulante;

PC – Passivo Circulante.

5.1.4 Índices de Rentabilidade

Os índices de rentabilidade mostram o quanto renderam os investimentos realizados

pela empresa e, desta forma, qual o seu grau de êxito econômico. Os índices deste grupo

são do tipo quanto maior melhor, exatamente pelo fato de retratarem o resultado dos

investimentos da empresa. São eles:

Giro do Ativo: fórmula: V/AT: indica quanto à empresa vendeu para cada

$1,00 de investimento total;

Page 10: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

10

V/AT

Onde:

V – Vendas Líquidas;

AT – Ativo.

Margem Líquida: fórmula: LL/V: indica quanto à empresa obtém de lucro

para cada $100 vendidos;

(LL/V) x 100

Onde:

LL – Lucro Líquido;

V – Vendas Líquidas.

Rentabilidade do Ativo: fórmula: LL/AT: indica quanto à empresa obtém de

lucro para cada $100 de investimento total;

(LL/AT) x 100

Onde:

LL – Lucro Líquido;

AT – Ativo.

Rentabilidade do Patrimônio Líquido: fórmula: LL/PL: indica quanto a

empresa obteve de lucro para cada $100 de capital próprio investido;

(LL/PL) x 100

Onde:

LL – Lucro Líquido;

PL – Patrimônio Líquido Médio (média do patrimônio líquido inicial com o final).

5.1.5 Quocientes de Rotação ou de Atividades

Evidenciam o tempo necessário para que os elementos do Ativo se renovem. São

eles:

Rotação de Estoque: fórmula: CPV ou CSV/Estoque Médio de Produtos acabados

ou serviços prestados: indica quantas vezes ocorreu renovação dos estoques de produtos

ou serviços prestados, em função das vendas.

Onde:

CPV – Custo dos Produtos Vendidos ou;

CSV – Custo dos Serviços Prestados.

Page 11: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

11

Rotação do Ativo Circulante: Vendas/AC: indica quantas vezes o Ativo girou, isto

é, quantas vezes ele se renovou pelas vendas.

Onde:

AC – Ativo Circulante.

5.1.6 Outros Quocientes

Imobilização do Patrimônio Líquido: este quociente mostra o quanto do Patrimônio

Liquido da empresa financiou a formação do Ativo Imobilizado.

Ativo Permanente x 100

Patrimônio Líquido

Rentabilidade do Imobilizado: A rentabilidade indica o poder de ganho da

empresa, isto é, quanto obtém de lucro líquido sobre o capital investido.

Resultado líquido/Ativo Imobilizado

Margem de Contribuição: A margem de contribuição é a parcela do preço de

venda ou resultado das vendas que ultrapassa os custos e despesas

variáveis e que contribuirá para a absorção dos custos fixos e, ainda, para

gerar uma margem de lucro.

PV – (CV + DV)

Onde:

PV – Preço de Vendas (o preço de vendas poderá ser substituído pela receita

bruta)

CV – Custo Variável

DV – Despesa Variável

Ponto de Equilíbrio: Ponto de equilíbrio nada mais é do que o valor que a

empresa precisa vender para cobrir o custo das mercadorias vendidas, as

despesas variáveis e as despesas fixas. No Ponto de Equilíbrio, a empresa

não tem lucro nem prejuízo.

Page 12: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

12

Fórmula: Custos e Despesas Fixas/Margem de Contribuição %

5.1.7 Índice – Padrão

A construção do índice padrão, segundo Matarazzo, requer alguns cuidados

necessários por se tratar de uma ferramenta obtida a partir de técnica estatística que torna

possível a extração de algumas medidas de determinado universo de elementos. A medida

de referência nessa metodologia é a mediana, complementada pelos decis.

6. Análise Horizontal e Vertical

São técnicas adicionais para a análise. A análise vertical mostra como cada conta se

relaciona com um valor-base. Para a análise vertical do balanço calcula-se a porcentagem

de cada valor em relação ao total do ativo, podendo assim observar melhor se há itens fora

das proporções normais. A análise horizontal por sua vez tem como objetivo mostrar a

evolução de cada conta ao longo dos anos. Baseia-se na evolução de cada conta de uma

série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a

uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série. Pode-se assim,

analisar a evolução da empresa como um todo.

7. Análise dos Demonstrativos

A análise de Balanços como já foi visto é uma importante ferramenta para os

administradores e outros agentes internos e externos as organizações para a tomada de

decisão. Esse instrumento auxiliar quando combinado com os demais métodos de análise

proporciona uma visão ampla da situação da empresa e seu posicionamento no mercado e,

principalmente, seu desempenho junto aos seus concorrentes diretos.

Para efeito de trabalho e seguindo uma estratégia baseada no ganho de mercado

(Market Share) serão analisados e comparados os índices da Oi participações com a TIM

Participações. O objetivo de não comparar os índices da Oi com a líder do mercado

telefônico brasileiro (Vivo Participações), e sim com a TIM, terceira colocada, é pelo fato

puramente estratégico por ela ser nossa principal concorrente e está uma posição a nossa

frente na fatia de marcado da telefonia móvel. Sendo assim podemos inferir que sua

estrutura se assemelha a da Oi Participações, o que facilita nas análises.

Page 13: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

13

7.1 Balanço Patrimonial Oi Participações S.A (Telemar Participações) Em Mil

Reais

Código da conta Descrição da Conta 31/12/2008 31/12/2007 31/12/2006

1 Ativo Total 42.708.940 32.144.229 29.334.591

1.01 Ativo Circulante 18.305.114 13.245.388 10.810.120

1.01.01 Disponibilidades 11.452.473 6.985.591 4.974.066

1.01.02 Créditos 3.896.332 3.351.436 3.855.596

1.01.02.01 Clientes 3.896.332 3.351.436 3.855.596

1.01.02.02 Créditos Diversos 0 0 0

1.01.03 Estoques 153.368 123.843 170.760

1.01.04 Outros 2.802.941 2.784.518 1.809.698

1.01.04.01 Tributos diferidos e a recuperar 1.938.010 2.222.643 1.263.021

1.01.04.02 Dividendos a receber 21.241 0 0

1.01.04.03 Despesas antecipadas 607.255 403.528 340.642

1.01.04.04 Demais ativos 236.435 158.347 206.035

1.02 Ativo Não Circulante 24.403.826 18.898.841 18.524.471

1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 4.432.828 4.094.399 3.946.873

1.02.01.01 Créditos Diversos 2.446.495 2.340.046 2.445.432

1.02.01.01.01 Tributos diferidos e a recuperar 2.376.616 2.267.052 2.154.974

1.02.01.01.02 Valores a receber 69.879 72.994 290.458

1.02.01.02 Créditos com Pessoas Ligadas 0 6.050 11.123

1.02.01.02.01 Com Coligadas e Equiparadas 0 0 0

1.02.01.02.02 Com Controladas 0 6.050 11.123

1.02.01.02.03 Com Outras Pessoas Ligadas 0 0 0

1.02.01.03 Outros 1.986.333 1.748.303 1.490.318

1.02.01.03.01 Depósitos e bloqueios judiciais 1.419.606 1.225.628 1.207.604

1.02.01.03.02 Incentivos fiscais 63.792 63.792 63.792

1.02.01.03.03 Despesas antecipadas 490.794 429.978 212.168

1.02.01.03.04 Demais ativos 12.141 28.905 6.754

1.02.02 Ativo Permanente 19.970.998 14.804.442 14.577.598

1.02.02.01 Investimentos 3.320.227 38.316 21.105

1.02.02.01.01 Participações Coligadas/Equiparadas 0 0 0

1.02.02.01.02 Participações em Controladas 0 0 0

1.02.02.01.03 Outros Investimentos 3.320.227 38.316 21.105

1.02.02.02 Imobilizado 12.670.336 11.834.772 11.929.140

1.02.02.03 Intangível 3.618.097 2.601.319 2.258.007

1.02.02.04 Diferido 362.338 330.035 369.346

Page 14: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

14

Código da Conta Descrição da Conta 31/12/2008 31/12/2007 31/12/2006

2 Passivo Total 42.708.940 32.144.229 29.334.591

2.01 Passivo Circulante 9.579.399 8.337.747 6.287.680

2.01.01 Empréstimos e Financiamentos 3.948.882 3.393.698 1.999.000

2.01.02 Debêntures 377.468 76.189 254.274

2.01.03 Fornecedores 2.019.232 1.827.041 2.016.454

2.01.04 Impostos, Taxas e Contribuições 1.127.515 1.598.315 879.068

2.01.04.01 Tributos a recolher 984.135 1.463.456 0

2.01.04.02 Tributos parcelados – Refis 143.380 134.859 0

2.01.05 Dividendos a Pagar 1.300.428 766.684 590.040

2.01.06 Provisões 0 0 0

2.01.07 Dívidas com Pessoas Ligadas 0 0 0

2.01.08 Outros 805.874 675.820 548.844

2.01.08.01 Pessoal, encargos e benefícios 273.865 341.362 0

2.01.08.02 Autorizações a pagar 150.029 149.626 0

2.01.08.03 Demais obrigações 381.980 184.832 0

2.02 Passivo Não Circulante 21.522.696 10.529.271 10.971.397

2.02.01 Passivo Exigível a Longo Prazo 21.522.696 10.529.271 10.971.397

2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 14.302.834 5.304.980 5.318.147

2.02.01.02 Debêntures 3.572.449 2.171.080 2.310.000

2.02.01.03 Provisões 1.972.581 1.994.044 2.252.934

2.02.01.04 Dívidas com Pessoas Ligadas 0 0 0

2.02.01.05 Adiantamento para Futuro Aumento Capital 0 0 0

2.02.01.06 Outros 1.674.832 1.059.167 1.090.316

2.02.01.06.01 Tributos a recolher 100.063 81.808 201.967

2.02.01.06.02 Tributos parcelados – Refis 504.041 683.020 766.128

2.02.01.06.03 Autorizações a pagar 904.071 126.520 0

2.02.01.06.04 Demais obrigações 166.657 167.819 122.221

2.03 Resultados de Exercícios Futuros 0 0 0

2.04 Part. De Acionistas Não Controladores 9.145.054 10.696.810 9.805.757

2.05 Patrimônio Líquido 2.461.791 2.580.401 2.269.757

2.05.01 Capital Social Realizado 2.043.690 2.113.074 2.113.074

2.05.02 Reservas de Capital 125 0 0

2.05.03 Reservas de Reavaliação 0 0 0

2.05.03.01 Ativos Próprios 0 0 0

2.05.03.02 Controladas/Coligadas e Equiparadas 0 0 0

2.05.04 Reservas de Lucro 516.864 516.864 213.761

2.05.04.01 Legal 29.066 29.066 13.911

2.05.04.02 Estatutária 215.961 215.961 0

2.05.04.03 Para Contingências 0 0 0

2.05.04.04 De Lucros a Realizar 187.277 187.277 115.290

2.05.04.05 Retenção de Lucros 84.560 84.560 84.560

2.05.04.06 Especial p/ Dividendos Não Distribuídos 0 0 0

2.05.04.07 Outras Reservas de Lucro 0 0 0

2.05.05 Ajustes de Avaliação Patrimonial 0 0 0

2.05.05.01 Ajustes de Títulos e Valores Mobiliários 0 0 0

2.05.05.02 Ajustes Acumulados de Conversão 0 0 0

2.05.05.03 Ajustes de Combinação de Negócios 0 0 0

2.05.06 Lucros/Prejuízos Acumulados -98.888 -49.537 -57.078

2.05.07 Adiantamento para Futuro Aumento Capital 0 0 0

Page 15: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

15

7.2 DRE da Oi Participações S.A (Telemar Participações) Em Mil Reais

Código da Conta Descrição da Conta 01/01/2008 a 31/12/2008

01/01/2007 a 31/12/2007

01/01/2006 a 31/12/2006

3.01 Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 27.196.829 25.856.052 24.758.437

3.02 Deduções da Receita Bruta -8.460.919 -7.678.593 -7.461.777

3.03 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 18.735.910 18.177.459 17.296.660

3.04 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -9.657.369 -10.321.378 -10.226.762

3.05 Resultado Bruto 9.078.541 7.856.081 7.069.898

3.06 Despesas/Receitas Operacionais -7.459.326 -4.548.540 -5.242.348

3.06.01 Com Vendas -3.547.204 -2.077.715 -1.997.383

3.06.02 Gerais e Administrativas -1.628.600 -1.291.106 -1.266.072

3.06.03 Financeiras -1.610.772 -611.109 -1.310.159

3.06.03.01 Receitas Financeiras 1.374.270 991.919 781.614

3.06.03.02 Despesas Financeiras -2.985.042 -1.603.028 -2.091.773

3.06.04 Outras Receitas Operacionais 873.340 664.303 544.822

3.06.05 Outras Despesas Operacionais -1.588.011 -1.268.525 -1.376.817

3.06.06 Resultado da Equivalência Patrimonial 41.921 35.612 163.261

3.07 Resultado Operacional 1.619.215 3.307.541 1.827.550

3.08 Resultado Não Operacional 0 0 0

3.08.01 Receitas 0 0 0

3.08.02 Despesas 0 0 0

3.09 Resultado Antes Tributação/Participações 1.619.215 3.307.541 1.827.550

3.10 Provisão para IR e Contribuição Social -484.488 -642.858 -247.850

3.11 IR Diferido 0 0 0

3.12 Participações/Contribuições Estatutárias 0 0 0

3.12.01 Participações 0 0 0

3.12.02 Contribuições 0 0 0

3.13 Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 0 0 0

3.14 Part. de Acionistas Não Controladores -1.141.984 -2.358.164 -1.427.589

3.15 Lucro/Prejuízo do Período -7.257 306.519 152.111

Page 16: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

16

8. Análise dos índices de Estrutura de Capital, Liquidez e Rentabilidade

Estrutura de Capital Fórmulas 2006 2007 2008 Índice da TIM/2008

Participação de Capitais de Terceiros (CT/PL)x100 720% 731% 1263% 108,45%

Composição do endividamento (PC/PE) 0,36 0,44 0,31 0,69

Imobilização do Patrimônio Líquido (AP/PL) 6,42 5,74 8,11 1,25

Liquidez

Liquidez Geral (AC+RLP)/(PC+ELP)

0,85 0,92 0,73 0,77

Liquidez Corrente AC/PC 1,72 1,59 1,91 0,99

Liquidez Seca (AC-Estoque)/PC

1,69 1,57 1,89 0,90

Rentabilidade

Giro do Ativo** V/AT 0,59 0,56 0,44 0,80

Margem líquida (LL/V)x100 0,88% 1,68% 0,04% 1,38%

Rentabilidade do Ativo (LL/AT)x100 0,52% 0,95% 0,02% 1,11%

Rentabilidade do Patrimônio Líquido (LL/PL)x100 6,70% 11,88% 0,29% 2,31%

Rentabilidade do Imobilizado* (RL/AI) 1,45 1,53 1,48 2,73

*RL=Resultado Liquido; AI= Ativo Imobilizado **Vendas= Receita Líquida

Como pode ser visto o quociente de participação de capital de terceiros teve um

aumento de 2006 a 2008 de 75,42% ficando com um índice de 1.263%, o que significa que

a empresa é totalmente financiada por capitais de terceiros. Entretanto, o setor telefônico

brasileiro apresenta em quase todas as suas empresas, índices de participação de capital

de terceiros a cima dos 100% demonstrando dessa forma que é uma característica do setor

ser financiada por capitais de terceiros. Além disso, a Oi é a companhia que apresentou o

maior índice em comparação com as demais empresas e, principalmente, com sua

concorrente em imediato a TIM Participações que apresentou um índice de 108,45% no

mesmo período. Ao analisar, também, os acontecimentos do ano de 2008 veremos que

nesse período a Oi adquiriu a Brasil Telecom (BrT) aumentando, assim, sua participação no

mercado e necessitando de mais investimentos para fortalecer sua marca no setor. Prova

Page 17: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

17

disto é o aumento de 8.564,38% nos investimentos feitos na empresa no período de 2007 a

2008. Nesse período os investimentos feitos na Oi representava 7,77% do seu ativo total.

Demonstrando uma estratégia agressiva da companhia para ampliação de sua infra-

estrutura, aumento de sua cobertura e fortalecimento da marca.

Apesar desse índice exagerado a empresa possui apenas 31% de suas dívidas a

curto prazo o que não acontece com sua concorrente que detém 69%. Essa estrutura de

endividamento faz com que a TIM necessite de uma rotação maior, em relação à Oi, nas

suas atividades para poder honrar seus compromissos de curto prazo.

Na análise de rentabilidade o que se percebe é que os investimentos feitos pela Oi

não foram para aumentar seus resultados e sim para aperfeiçoar sua estrutura e sua marca,

investimentos esses que não geram resultado a curto prazo. Por isso apresenta um índice

de imobilização do patrimônio líquido de 8,11 em frente aos 1,25 da TIM afetando, assim,

sua margem líquida. É importante considerar que mesmo investindo em seu ativo

imobilizado, cerca de 6,59%, a Oi não conseguiu gerar uma rentabilidade satisfatória em

comparação com a TIM e com as demais empresas do setor. Mas, a liquidez da empresa dá

tranquilidade aos seus investidores em frente aos maus resultados de rentabilidade.

9. Análise do índice de Rotação, Margem de contribuição e Ponto de Equilíbrio

Quociente de Rotatividade

Fórmula 2006 2007 2008 Índice da TIM/2008

Rotação do Estoque

CPV/Estoque Médio***

48,88 70,10 69,70 17,09

Rotação do Ativo Circulante*

Vendas/AC 1,60 1,37 1,02 2,24

Margem de Contribuição

R-(CV+DV)** R$ 1.247.404 R$ 3.897.848 R$ 4.547.400 R$ 7.090.027

Ponto de Equilíbrio

CF/margem de contri. (%)

R$ 367.712,50 R$ 1.018.536,67 R$ 1.653.092 R$ 2.902.744

*Vendas= Receita Líquida **R= Receita Bruta ***A média dos estoques dos períodos

Conforme foi visto na análise anterior a TIM Participações necessitaria de um giro

grande nas suas atividades para poder honrar com suas dívidas de curto prazo, já que o

quociente de composição de endividamento da companhia apresentou um índice de 69% de

passivo circulante em relação ao seu exigível total. Apesar disso, a análise de rotação de

estoque da TIM se mostrou com um índice inferior sendo que seus estoques se renovam em

menos de um mês, 0,7 meses, enquanto os estoques da Oi se renovam em 0,2 meses,

tendo assim uma eficiência maior nos seus esforços de vendas.

Page 18: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

18

Vale ressaltar que o que importa para a TIM é o seu giro do ativo, pois isso que irá

determinar o quanto seu ativo circulante se renova em frente às vendas fazendo como que

haja disponível suficiente para saldar as dívidas. Nesse ponto a TIM teve uma eficiência

maior de rotatividade de seu ativo circulante podendo manter seu fluxo de caixa positivo. Ou

seja, conseguindo renovar suas disponibilidades o mais rápido do que o vencimento de suas

dívidas de curto prazo. É importante analisar, também, a margem de contribuição que tais

empresas trabalham, sendo isso que irá determinar a parcela destinada aos custos fixos e

ao lucro. Nesse ponto a TIM também supera a Oi tendo uma maior eficiência no controle de

suas despesas variáveis, despesas variáveis consideradas foram o custo de serviços

vendidos e as despesas de vendas, e sem, contudo, afetar seu resultado do período e seu

lucro líquido. Prova disso é sua margem líquida de 1,38% em frente aos 0,02% da Oi.

É importante perceber que os esforços de vendas feitos pela Oi, em 2008, contribuiu

para o aumento do seu faturamento, porém os aumentos nas despesas financeiras e

administrativa a que ocorreram contribuíram para o resultado negativo no período.

10. Análise do Índice – Padrão do setor telefônico

Com a análise do índice – padrão teremos uma visão bem mais realista do

posicionamento da Oi Participações em frente aos seus concorrentes.

Por ser um mercado oligopolizado, e possuir poucos concorrentes, a análise por

decis não será possível, então utilizaremos o método estatístico da mediana e

complementaremos com os quartis para termos uma classificação que será baseada da

seguinte forma: muito ruim, ruim, satisfatório, bom, muito bom. Onde que a organização

classificada como “satisfatório” está posicionada no índice da mediana. Os índices

analisados serão os de liquidez, estrutura de Capital.

A análise será simples se limitando apenas em classificar a empresa segundo os

índices que obtiveram comparando com os quartis encontrados e a mediana.

Para a análise do índice – padrão do setor de telefonia foi selecionado as seguintes

companhias: Vivo, Claro (Americel S.A), TIM, CTBC (Companhia Telefônica Brasil Central) e

a Telemig.

Os índices de Participação de capitais de Terceiros encontrados em ordem crescente

foram:

74,82%; 108,45%; 134,53%, 180,51%; 436,20%; 1.263%

Empresa Índice Classificação

Oi 1.263% Muito ruim

TIM 108,45% Bom

VIVO 180,51% Satisfatório

CTBC 436,20% Ruim

Page 19: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

19

Telemig 74,82% Muito bom

Claro 134,53% Bom

Os índices de Liquidez Seca encontrados foram em ordem crescente:

0,69; 0,87; 0,90; 0,92; 1,37; 1,89.

Empresa Índice Classificação

Oi 1,89 Muito bom

TIM 0,90 Satisfatório

VIVO 0,87 Ruim

CTBC 0,69 Muito Ruim

Telemig 1,37 Satisfatório

Claro 0,92 Satisfatório

11. Análise Horizontal e Vertical dos Demonstrativos da Oi Participações

Ativo:

Descrição da conta

31/12/2006 AH AV (%)

31/12/2007 AH AV (%)

31/12/2008 AH AV (%)

Ativo Circulante

R$ 10.810.120 100 36,85 R$13.245.388 122,53 41,21 R$18.305.114 169,33 42,86

Disponível R$ 4.974.066 100 16,96 R$6.985.591 140,44 21,73 R$11.452.473 230,24 26,82

Créditos R$ 3.855.596 100 13,14 R$3.351.436 86,92 10,43 R$3.896.332 101,06 9,12

Estoques R$ 170.760 100 0,58 R$123.843 72,52 0,39 R$153.368 89,81 0,36

Sub-soma R$9.000.422 100 30,68 R$10.460.870 116,23 32,54 R$15.502.173 172,24 36,3

Ativo Não Circulante

R$ 18.524.471 100 63,15 R$18.898.841 102 58,79 R$24.403.826 131,74 57,14

Ativo a L.P R$ 3.946.873 100 13,45 R$4.094.399 103,74 12,74 R$4.432.828 112,31 10,38

Créditos Diversos

R$ 2.445.432 100 8,34 R$2.340.046 95,69 7,28 R$2.446.495 100,04 5,73

Valor a Receber

R$290.458 100 0,99 R$72.994 25,13 0,23 R$69.876 24,06 0,16

Ativo Permanente

R$14.577.598 100 49,69 R$14.804.442 101,56 46,06 R$19.970.998 137 46,76

Investimentos

R$21.105 100 0,07 R$38.316 181,55 0,12 R$3.320.227 15.731,95 7,77

Intangível R$2.258.007 100 7,70 R$2.601.319 115,20 8,09 R$3.618.097 160,23 8,47

Diferido R$369.346 100 1,26 R$330.035 89,36 1,03 R$362.338 98,10 0,85

Sub-soma 23.908.819 100 81,50 R$24.281.551 101,56 75,54 R$34.220.859 143,13 80,13

Ativo Total R$29.334.591 100 100% R$32.144.229 109,58 100% R$42.708.940 145,59 100%

Page 20: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

20

Passivo:

Descrição da conta

31/12/2006 AH AV (%)

31/12/2007 AH AV (%)

31/12/2008 AH AV (%)

Passivo Circulante

R$ 6.287.680 100 21,43 R$8.337.747 132,60 25,94 R$9.579.399 152,35 22,43

Empréstimo R$ 1.999.000 100 6,81 R$3.393.698 169,77 10,56 R$3.948.882 197,54 9,25

Fornecedor R$ 2.016.454 100 6,87 R$1.827.041 90,61 5,68 R$2.019.232 100,14 4,73

Dividendos R$ 590.040 100 2,01 R$766.684 129,94 2,39 R$1.300.428 220,40 3,04

Passivo Não Circulante

R$ 10.971.397 100 37,40 R$10.529.271 95,97 32,76 R$21.522.696 196,17 50,39

Empréstimo R$ 5.318.147 100 18,13 R$5.304.980 99,75 16,50 R$14.302.834 268,94 33,49

Patrimônio Líquido

R$ 2.269.757 100 7,74 R$2.580.401 113,69 8,03 R$2.461.791 108,46 5,76

Capital Social

R$2.113.074 100 7,20 R$2.113.074 100 6,57 R$2.043.690 96,72 4,79

Reserva de Lucro

R$213.761 100 0,73 R$516.864 241,80 1,61 R$516.864 241,80 1,21

Lucro/Prejuízo Acumulado

R$ -57.078 100 0,19 R$ -49.537 86,79 0,15 R$ -98.888 173,25 0,23

Passivo Total

R$29.334.591 100 100% R$32.144.229 109,58 100% R$42.708.940 145,59 100%

Nota – se uma evolução na conta do passivo não circulante de 96,17% no período de

2006 a 2008 representando um total de 50,39% do seu Passivo total, nesse mesmo período

a conta empréstimo a longo prazo teve uma elevação de 168,94% apresentando 33,49% do

Passivo Total. Essa elevação no empréstimo foi o principal responsável em financiar grande

parte do ativo disponível que obteve um crescimento de 130,24% e também nos

investimentos feitos na companhia que teve uma crescente astronômica entre os períodos

de 2006 a 2008 de 15.631,95% representando um total de 7,77% do Ativo Total.

Page 21: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

21

Demonstrativo do Resultado do Exercício

Descrição da conta

31/12/2006 AH AV (%)

31/12/2007 AH AV (%)

31/12/2008 AH AV (%)

Receita Líquida

R$ 17.296.660 100 69,86 R$18.177.459 105,09 70,30 R$18.735.910 108,32 68,89

CSV/CPV R$ 10.226.762 100 41,31 R$10.321.378 100,93 39,92 R$9.657.369 94,43 35,51

Lucro Bruto

R$ 7.069.898 100 28,56 R$7.856.081 111,12 30,38 R$9.078.541 128,41 33,38

Despesas Op.

R$ 5.242.348 100 21,17 R$4.548.540 86,77 17,59 R$7.459.326 142,29 27,43

Vendas R$ 1.997.383 100 8,07 R$2.077.715 104,02 8,04 R$3.547.204 177,59 13,04

Administrativas

R$ 1.266.072 100 5,11 R$1.291.106 101,98 4,99 R$1.628.600 128,63 5,99

Financeiras R$1.310.159 100 5,29 R$611.109 46,64 2,36 R$1.610.772 122,94 5,92

Lucro Op. R$1.827.550 100 7,38 R$3.307.541 180,98 12,79 R$1.619.215 88,60 5,95

Lucro/Prejuízo

R$ 152.111 100 0,61 R$ 306.519 201,51 1,19 R$ -7.257 4,77 -0,03

Receita Total

R$24.758.437 100 100% R$25.856.052 104,43 100% R$27.196.829 109,85 100%

No período de 2008 a Oi apresentou um prejuízo de 7.257 milhões de reais e, com a

análise horizontal percebe-se, de forma superficial, que esse prejuízo foi em decorrência do

aumento das despesas operacionais que apresentaram uma evolução de 42,29% entre os

períodos de 2006 a 2008 representando 27,43% do seu faturamento em 2008. Apesar da

redução do CSV/CPV de 6,43%, em relação a 2007, a companhia aumentou seus esforços

de vendas para 77,59% o que trouxe resultados, pois seu faturamento nesse mesmo

período cresceu 9,85% em frente ao faturamento de 2006 em compensação suas despesas

administrativas e financeiras aumentaram 28,63% e 22,94% respectivamente contribuindo

para o resultado do período.

Podemos dizer que o prejuízo da Oi é um prejuízo estratégico, sendo que a marca

vem investindo pesado na sua infra-estrutura, no seu intangível (marca), em marketing e

propaganda, e tudo isso tem resultado a longo prazo.

Page 22: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

22

12. Conclusão

Conforme as análises já feitas e comentadas ficam aqui restando analisar os

resultados da Oi Participações S.A em relação ao seu mercado. Ao ser feita a análise do

índice – padrão obtivemos uma classificação da Oi em comparação a modelos estatísticos

de posicionamento, não sendo feita o cálculo da nota global onde se verifica de forma

completa a sua real situação no mercado. Por serem fórmulas grandes e complexas o

presente trabalho se limitou, até por não se perder em demasiadas análises, em apenas

demonstrar a classificação de algumas empresas do setor em relação aos índices

encontrados.

Nas analises feitas a Oi apresentou resultados satisfatórios em alguns índices e ficou

abaixo em outros. Em modo geral a situação econômica e financeira da Oi é satisfatória

tendo uma excelente situação financeira e uma razoável situação econômica. Não podemos

inferir pelos os indicadores de rentabilidade da Oi no período de 2008, como sendo uma

péssima situação econômica haja vista que seus principais concorrentes tiveram índices

melhores nesse quociente como, por exemplo, a TIM tendo um índice de margem líquida de

1,38%, a Vivo 2,52% e a Claro 3,86%. O que podemos dizer é que a Oi fez pesados

investimentos no período, o que gera resultados a longo prazo. Mas, ao observar o

quociente de imobilização do patrimônio liquido a Oi é a empresa que teve o maior índice do

setor com 8,11 de imobilização do patrimônio, ou seja, o patrimônio líquido da companhia foi

o grande responsável por financiar seu ativo permanente, isso é prejudicial para a saúde

financeira da empresa, pois ao analisar o capital circulante próprio da companhia tem – se

um valor negativo denotando que todo o seu ativo circulante e parte do seu realizável a

longo prazo foram financiados por capitais de terceiros e para piorar a situação a

rentabilidade do imobilizado auferido no período foi de 1,48 resultado inferior aos das

demais companhias do setor. Há uma urgência por parte da Oi em aumentar a sua

eficiência tanto na rentabilidade do imobilizado quanto na rentabilidade do Patrimônio

Líquido para que sejam financeiramente viáveis tais investimentos no permanente.

O que se nota no setor telefônico é um alto índice de participação de capitais de

terceiros financiando as operações das companhias e o que faz das empresas serem bem

sucedidas nesse mercado é a eficiência que elas investem e trazem margens de

contribuição com o capital financiado, entre outros aspectos.

Page 23: Oi participaçoes - Estrutura Financeira

23

13. Bibliografia

CVM – Comissão de Valores Mobiliários. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/>.

Acesso em: 10 de Nov. de 2009.

Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal>.

Acesso em: 12 Nov. de 2009.

Reportagem de Ygor Salles e Epaminondas Neto, em São Paulo, e Lorenna Rodrigues, em Brasília. Folha On-Line. Maio de 2008. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u395747.shtml>. Acesso em: 14 Nov. de 2009.

MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem básica e

gerencial. 6 ed. São Paulo: Atlas S/A, 1998.

Iudícibus, de Sergio. Analise de Balanços: análise de liquidez e do endividamento,

análise do giro, rentabilidade e alavancagem financeira. Editora Atlas. 6ª edição.