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OITAVA EDIÇÃO SEGUNDO SEMESTRE 2012

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OITAVA EDIÇÃO ­ SEGUNDO SEMESTRE 2012

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Revista Autômato 2012 Segundo Semestre 3

EDITORIAL1 01 01 001 011 01 011 01 001 01 0111 01 01 01 001 011 01 011 01 001 01 0111 01 01 01 001 011 01 011 01 001 01 0111 01 01 01 001 011 01 011 01 01 001 011 01 011 01 0

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Na oitava edição do autômato,retomamos à seção de contos,inicialmente com textos de LuizFernando Veríssimo e Sérgio Telles,previamente publicados n'O Estado deSão Paulo, mas convidamos os leitores anos enviarem contos ou artigos quequeiram publicar. Os interessados devemenviar um email [email protected] com oassunto "AUTÔMATO ­ Título do contoou artigo". Desde já, agradecemos aparticipação e o tempo dedicado à leiturado nosso jornal.Além dessa novidade, os artigos dessaedição dedicam­se ao tema "Incentivo deEmpresas na Escola Politécnica". A Lei nº11.487, sancionada em 2007, tem comoobjetivo incentivar a ciência e tecnologia,por isso, buscamos mostrar com cadamatéria algumas parcerias entreempresas e os departamentos deMecânica e Mecatrônica, bem como acoordenação do biênio.A parceria com a IBM e a FESTOproporcionou, respectivamente, aobiênio e à mecatrônica a criação de salase laboratórios para o aprimoramento doensino dos alunos. Ainda nesse âmbito, aGeneral Motors, em parceria com váriasuniversidades do mundo, incentivou oprograma PACE com o intuito dedesenvolver o setor automotivo atravésda ampliação da formação dosestudantes. Já os incentivos da Petrobrase Embraer têm como objetivo pesquisaspara o desenvolvimento das áreas emque cada empresa está envolvida.Descubra nessa edição o envolvimentoda Escola Politécnica e como aparticipação dos alunos torna­seimportante em cada projeto e divirta­secom o nosso LogoQuiz.

A todos, uma ótima leitura!Bruna Vieira Louzada Silva

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AUTÔMATONovembro de 2012Editor:Bruna Vieira Louzada Silva

Redatores:Bruno Henrique L. N. PeixotoHenrique Kazuo UeharaIgor Luiz Bastos de AlmeidaJorge Luiz Moreira SilvaLuiz Filipe ChristMyrian Bronneberg VélezRenan Duarte R. dos SantosRenan Ricardo Marchetto

Fotografia:PET­MecatrônicaPACE

Mandem seus textos para arevista:[email protected]

Impressão:Gráfica da Escola Politécnica da USP

Tiragem:300 exemplares

Os textos são de responsabilidadeexclusiva de seus autores.

SUMÁRIO0 5 BM­PDCI­POLI/USP

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ITProjeto deSistemasde ControleSequencial

Cabine deConforto

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2 PACE

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Revista Autômato Segundo Semestre4

anque deProvasNuméricas

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7 L1 ogosQuiz

Revisora:Amanda Vieira Fernandes

4 CONTOS1

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IBM ­ PDCI ­ POLI/USPEm 2011 a Escola Politécnica

inaugurou dois laboratórios no prédio doBiênio, você já deve ter passado em frente,eles têm portas de vidros e diversoscomputadores de última geração. Ainiciativa partiu de uma parceria entre anossa escola e as empresas Flextronics e IBMpor meio da criação de um grupoextracurricular na POLI ligado adisseminação de conhecimentos deTecnologia da Informação (TI). Estabeleceu­se então com ajuda da Fundação para oDesenvolvimento Tecnológico deEngenharia (FDTE) as condições necessáriaspara que os laboratórios fossem instalados edispostos para uso da comunidade USP.

O grupo de alunos responsável poressa iniciativa é formado por estudantes dediversas engenharias da POLI (Mecatrônica,Elétrica, Materiais etc), que, em parceria coma Orientação Pedagógica do Biênio, criaramo Projeto de Disseminação deConhecimentos de Informática emTecnologia da Informação (PDCI­TI),firmando assim parcerias em treinamentoscom a IBM. A proposta do grupo é trazer aosestudantes cursos sobre TI, pois engenheirosdevem lidar com as estruturas deinformática existentes e entender, mesmoque de maneira básica, o funcionamento dasplataformas existentes no mercado. Espera­se contribuir ativamente na formação dosfuturos profissionais, aumentando assim aabrangência da formação oferecida pelaEscola Politécnica.

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Atualmente os cursos são voltadospara alunos da POLI, assim como paraalunos do Instituto de Matemática eEstatística (IME), e se espera também nofuturo ampliar os cursos para todacomunidade USP. A IBM oferece cursos aosalunos que integram o time de instrutores doPDCI­TI de modo a serem agentesmultiplicadores ao promoverem os mesmoscursos nos laboratórios de informáticainstalados, repassando assim osconhecimentos adquiridos.

Os conteúdos dos cursos estãocentrados hoje em duas frentes: a primeirafoca em conceitos básicos de TI, enquanto asegunda aborda a plataforma Mainframe. Ocurso de Conceitos Básicos foca nasplataformas Windows, Unix e Linux, nasquais são explorados também conceitossobre o funcionamento de redes decomputadores, arquiteturas de soluçõescomo Mainframes e AS/400, assim comomodelos de gerênciamento de processos deTI (ITIL). Existem ainda dois cursosespecíficos sobre Mainframe: o primeiro focano uso do Mainframe através de aplicaçõespráticas e o aluno vive a experiência deimplementar diversos programasdiretamente com um Mainframe da IBM; ooutro curso é realizado à distância atravésdo auxílio do Instituto de PesquisasEldorado, que é parceiro da IBM, e abordamais profundamente os conceitosaprendidos no módulo anterior. Os cursoscitados acima fornecem, ao aluno que

5Revista Autômato 2012 Segundo SemestreSala C1­06

Sala C1­10

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completar o módulo, certificados emitidospelo Instituto de Pesquisa Eldorado. Espera­se que sejam ampliados os cursos emparceria com a IBM e futuros cursosministrados estejam relacionados a banco dedados, virtualização e etc.

A iniciativa para criação das salastambém fomenta a melhoria do ensino dociclo básico, pois a infraestrutura instaladapoderá servir de recurso para os professoresdos primeiros anos ministrarem disciplinasnas quais recursos computacionais tenhamgrande impacto, tais como: Introdução àComputação, Cálculo Numérico, entreoutras. Além disso, os laboratórios já vêmsendo utilizados para diversas atividades ecursos, de modo a disseminaremconhecimentos acerca das mais diversastecnologias, sendo feita a divulgação dosmesmos por meio dos representantes declasse da POLI.

6 Revista Autômato Segundo Semestre

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Você já percebeu que existe um prédiobem novo entre a Mecânica e aAdministração? Caso ainda não tenhareparado, é lá que fica o laboratório pioneiroem hidrodinâmica, o Tanque de ProvasNuméricas (TPN), resultado de umapareceria iniciada em 2002 entre a EscolaPolitécnica e a Petrobras.

O TPN é atualmente um dosmelhores centros de análise docomportamento hidrodinâmico de navios eplataformas off­shore existentes no Brasil, esua localização dentro do campus da USP deSão Paulo confere significativo destaque àEscola Politécnica no cenário mundial daspesquisas navais.

Diante desta maré de boas notícias, oAutômato deste mês buscou levar até seusassíduos leitores, na forma de perguntas­entrevista, algumas curiosidades e detalhessobre essa incrível ferramenta daUniversidade.1. Primeiramente gostaríamos de saber: oque é um Tanque de Provas Numéricas(TPN)?Tanque de Provas Numéricas (TPN) é umlaboratório pioneiro em hidrodinâmicaaplicada.Fisicamente, consiste em um tanque com 14metros de lado e 4 metros de profundidade ecapacidade de cerca de 1 milhão de litros deágua. Toda esta estrutura é cercada por“flaps” que criam vários tipos de ondas emovimentos na água no interior do tanque.Eletronicamente, essa estrutura é conectadaa uma gigantesca rede de “clusters”, quegeram dados numéricos sobre os eventossimulados. Os “clusters” do TPN sãobaseados no sistema operacionalGNU/Linux e incorporam modernas

técnicas em disponibilidade e manutenção,em um ambiente eficiente e confiável paraexecução de soluções complexas edemoradas.2. Sabemos que às vezes é complicado paraos alunos entenderem toda essa concepçãode dados numéricos que são gerados esimulados em vastas redes decomputadores. Em termos práticos, qual oobjetivo do TPN?Seu principal objetivo é atuar como parceiroda indústria off­shore e de petróleo ecolaborar para a obtenção da auto­suficiência da produção de petróleo nacionalcomo uma ferramenta de projeto e análisede sistemas flutuantes de produção de óleo egás.3. Um Tanque de Provas Numéricas, comodito, não é algo que se encontre emqualquer lugar. Tamanha exclusividadecustou caro à Universidade?Em parte. O TPN surgiu de um parceriainiciada em 2002 entre a Escola Politécnica ea indústria de petróleo Petrobras S.A. ecustou cerca de R$ 13 milhões, sendo quenoventa por cento deste valor foi pago pelaPetrobras. Embora o restante tenha sidopago pela Universidade (que em cálculos depadaria seria algo em torno de R$ 1 milhão),o valor torna­se quase insignificante diantedas grandes oportunidades que estelaboratório tem a oferecer à EscolaPolitécnica.4. Arcando com 90% dos custos, a Petrobrasprevê algum tipo de retorno nesteinvestimento? Quais os benefícios que aEscola Politécnica oferece à Petrobras?Um dos principais interesses da indústria de

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TANQUE DE PROVAS NUMÉRICAS

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petróleo é a presença de váriospesquisadores trabalhando em laboratóriosdiferentes, pesquisando soluções que aPetrobras necessita e complementando otrabalho do Centro de Pesquisa eDesenvolvimento da Petrobras (CENPES).A Petrobras tem muito interesse no TPN,principalmente nos resultados obtidos, nosprojetos e nos próprios alunos. É sempreimportante uma empresa do porte daPetrobras se envolver com instituições deensino, a fim de garantir inovação e novostrabalhadores que já passaram porexperiências em um laboratório como oTPN.

Agora que já sabemos como é a parteburocrática do TPN,vamos nos aprofundarem alguns pontos mais interessantes5. As simulações geradas pelo TPN buscamse aproximar das condições naturaisenfrentadas em alto mar pelas plataformasde petróleo e pelos navios. Mas além dascondições normais, o tanque é capaz desimular algumas situações catastróficas oude grande impacto?Sim, mas isso depende da escala do modelo.Por exemplo: para os padrões dos sistemasoff­shore atuais, se a escala for em torno de1:300, ondas geradas de até 30 cm de alturapodem ser consideradas de grande impacto,como ondas de mais de 90m nos padrõesreais. Uma onda de tal magnitude seriaequivalente a um tsunami!6. O TPN possui mais alguma tecnologiainovadora para facilitar a análise einterpretação por partes dos técnicos,engenheiros e tomadores de decisão?Sim, na busca de facilitar tal tarefa, a equipedesenvolveu o programa de visualizaçãoTPNView, que se baseia em técnicas decomputação gráfica em tempo real epossibilita uma representação precisa doambiente em realidade virtual. Tendo como

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condicionantes os seguintes requisitos:representar com precisão o fenômeno emanálise; e garantir a consistência geométricados sistemas simulados e prover algo bempróximo a realidade. Existe também umasala de visualizações 3­D que utilizaequipamentos de visualização e sonorizaçãoestereoscópica de última geração, além deuma plataforma móvel de simulação dosmovimentos, ou seja, é possível simular umaplataforma em alto mar!

Em uma breve explicação, estas são asprincipais informações sobre o TPN.

O tema é extenso e assim como todolaboratório apresenta diversas característicaspeculiares. Oportunidades de IniciaçãoCientífica e pós graduação que abrangemdesde a área naval até elétrica e computaçãonão faltam aos mais interessados. Portanto,se você está aí “boiando”, procurando umaatividade extracurricular, informe­se! Quemsabe não seja algo da importância do TPN oque faltava no seu currículo.Não deixem de consultar o site:http://tpn.usp.br/

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Com a evolução dos controladoresprogramáveis (CP) há uma forte demandapor projetos de sistemas de controle parasistemas dirigidos por eventos. Para taisobjetivos o departamento de engenhariamecatrônica (PMR) negociou com a empresaFESTO estações programáveis, além debancadas hidráulicas e pneumáticas, queservirão como material didático paradisciplinas do quarto ano do curso deEngenharia Mecatrônica.

O novo laboratório está terminandode ser construído e possuirá estações dedistribuição, teste, processamento,manipulação e separação. O propósito destesistema é permitir o treinamento com focono desenvolvimento de competências nasáreas de automação e integração daprodução. Isso foi considerado nodesenvolvimento e na concepção do sistema,a fim de permitir que, embora em ambientedidático, o treinamento possa serdesenvolvido o mais próximo possível darealidade dos sistemas de produçãoencontrados na indústria. É importantesalientar que só os sistemas que utilizamcomponentes industriais permitem o ensinoe treinamento que reproduz condições reaisde funcionamento, abordando, além dafuncionalidade, aspectos de precisão,repetibilidade, etc. Com isso, será possívelque os alunos tenham uma visão de umalinha de montagem (naturalmente, em escalareduzida) igual à de uma indústria. Alémdisso, muitas oportunidades de IniciaçãoCientífica serão possíveis.

Esse novo laboratório também daráuma excelente base para o desenvolvimentode:

• Competência técnica: Através daintegração de diferentes sistemas de

manufatura dentro de um processo deprodução, permite a abordagem de variadastecnologias de automação, de produção, decomunicação e de controle, possibilitando acobertura de um grande número dehabilidades técnicas usuais no ambienteindustrial real, inclusive nas áreas deprojeto, desenvolvimento de programas,manutenção, etc

• Competência pessoal: A concepçãodo sistema, por módulos e estações,possibilita a cobertura de tópicosrelacionados com habilidades pessoais, taiscomo: sistemática na busca de defeitos, pró­atividade, integração, liderança de equipes,etc.

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PROJETO DE SISTEMAS DE CONTROLE SEQUENCIAL

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Interior da Cabine

"Um equipamento único no mundo", dizprofessor Jurandir Yanigahara.É comum ver em filmes e

documentários simuladores de voo parapreparar e testar pilotos de aeronaves.Imagine agora que, ao invés de direcionadaspara preparar pilotos, fossem feitas paratestar condições de voo em passageiros. Estaideia já existe e acontece no Centro deEngenharia de Conforto, no Prédio daMecânica da Escola Politécnica (POLI) daUSP, financiado pelas instituições defomento à pesquisa Fapesp, Finep e empresaaérea Embraer.

O estudo, iniciado em 2008, érealizado pela empresa aérea Embraer emparceria com outras duas instituições:Universidade Federal de São Carlos eUniversidade Federal de Santa Catarina. NaUSP, estão envolvidos os departamentos deEngenharia Mecânica (responsável pelosaspectos térmicos, de pressão e devibroacústica), de Engenharia de Produção(estudando questões relacionadas àergonomia), o Departamento de Psiquiatriada Faculdade de Medicina (FMUSP) e oDepartamento de Fisiologia e Biofísica doInstituto de Ciências Biomédicas (ICB)(ambos abordando os aspectos psicofísicosda experiência de voo).

O objetivo é estudar como melhorar oconforto do passageiro por meio da análisede influência de algumas condições as quaiso passageiro é submetido durante um vooconvencional. Entre elas estão: ruído,vibração, umidade, temperatura, pressão,iluminação e análise do comportamento dopassageiro (ergonomia). Segundo oProfessor Jurandir Itizo Yanigahara,coordenador do projeto, “Trata­se de um

O interior do mockup é feito compeças com mesmo material da aeronave real,réplica do interior dos modelos E­170 e E­190, da família de E­Jet da Embraer.Entretanto, o simulador apresenta somente30 assentos, enquanto o real tem entre 98 e114 assentos. Os ar­condicionados paracontrolar a tempetura da cabine, gaspers(refrigeração pessoal do passageiro) e liners(blindagem térmica da aeronave) temcapacidade de variar de 14°C até 37°C. Avibração é gerada embaixo de cada assentopor equipamentos denominados Buttkickers,muito comuns em poltronas de cinema comrealidade aumentada. O som ao qual opassageiro é submetido, desde a sala deespera até o final de seu embarque, foigravado em aeroportos e aeronaves reais, oque aumenta ainda mais a experiência deum voo real. A pressão no interior da cabineé garantida por uma bomba de vácuo, que

CABINE DE CONFORTOprojeto inovador, com um equipamento único nomundo. Existe apenas um mockup (réplica decabine em tamanho real) semelhante no mundo,no Instituto Fraunhofer, na Alemanha,construído em 2005”. Por ter equipamentosmais modernos, o atual simulador conseguerepresentar mais fielmente um voo que oalemão.

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mantem, durante o voo, uma pressão de 750mbar, que é a pressão padrão comercial parauma altitude de oito mil pés. No caso destapressão cair, por algum motivo, a menos de670 mBar, válvulas mecânicas de segurançasão ativadas para despressurizar a cabine.Todas as condições de voo são controladaspor um Controlador Lógico Programável(comumente chamado de CLP ou, do inglês,PLC).

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Os ensaios se iniciam primeiramentequando existem voluntários suficientes.Cada voluntário recebe uma ajuda de custopela ação, que varia de R$30,00 a R$100,00,dependendo do tempo de duração e tipo deensaio. É solicitado que cheguem de trintaminutos a uma hora de antecedência pararealizar os preparativos pré­embarque,coerente a um voo comum em um avião.Após assinar a documentação de voluntáriono experimento, este segue para uma sala deembarque, onde é submetido a pesagem,medição de altura, testes fonoaudiologicos ea condições de ruído presentes emaeroportos. A partir daí, seguem para aaeronave, onde são monitorados por 8câmeras, que captam imagens da reação dospassageiros a diferentes variações deparâmetros do voo, desde temperatura atédistância para acomodar os joelhos.

A fase de teste desse projeto emespecial se encerrou. Entretanto, em 2013haverão novos projetos com a mesma cabine

Saída traseira do vaso de pressão

e novos testes serão necessários. Para maisinformações sobre o laboratório e o projeto,visite o sitewww.lete.poli.usp.br/confortodecabine.

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O PACE (Partners for theAdvancement of Collaborative EngineeringEducation) é uma iniciativa da empresaGeneral Motors que tem como fim odesenvolvimento do setor automotivoatravés da ampliação da formação dosestudantes universitários. O programapossui parceria com universidades de váriospaíses do mundo, incluindo o Brasil. Cadauniversidade possui um grupo de cerca dequinze alunos, guiados por um professor,que a representa participando do projeto.

O PACE fornece uma formaçãodiferenciada aos estudantes participantesatravés do Global Project, desafio lançadopara as universidades parceiras comduração de dois anos, que reúne os alunosde vários países em equipes paradesenvolver um produto que se enquadrenas necessidades propostas pelo projeto. AGM exige que o desenvolvimento doproduto passe pelas seguintes fases:pesquisa de mercado, concepção do projeto,desenvolvimento do design, escolha demateriais e componentes, simulação,modelagem computacional e manufatura.Para isso, as equipes têm direito à licençados softwares mais modernos utilizados naindústria graças à parceria do projeto comempresas como HP, Siemens, EDS e SunMicrosystems. Além de que os estudantestêm a oportunidade de ir a treinamentosprofissionalizantes dessas companhias parase tornarem mais qualificados para o uso dosoftware. O atual desafio, que será finalizadoem Julho de 2014, é o desenvolvimento deum veículo de mobilidade pessoal portátil,ou seja, um veículo no qual as pessoasutilizariam para se deslocar pequenasdistâncias, entre sua casa e o metrô, porexemplo, e que seja portátil o suficiente para

PACE

Ao fim de todo projeto, há o fórumanual, no qual o produto final de cadaequipe é apresentado à GM e a todos osoutros alunos. Neste encontro, os alunospossuem a oportunidade de trocarexperiências e conhecimento, além derealizar cursos ligados à engenharia,geralmente, com foco nas ferramentas

BYU Concept Model

conseguirem carregá­lo confortavelmente.Uma das novidades deste Global Project éque, pela primeira vez, o estudantes terão deconstruir um protótipo funcional do produtodesenvolvido ao final do projeto.

Os times formados pelasuniversidades são divididos de forma aincentivar a integração entre elas. Issoacontece, pois cada uma, geralmente, éespecializada em uma das áreas dodesenvolvimento do projeto: manufatura,design e engenharia dos subsistemas (comofrenagem, suspensão, tração, estrutura).Essa integração é realizada através de chats,e­mails e videoconferências. Ela éfundamental para o desenvolvimento doestudante, pois é necessário que ele estejaacostumado ao convívio com culturasdistintas, já que a cada dia a indústriamundial trabalha com o desenvolvimentosimultâneo de produtos em várias partes domundo.

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computacionais.A parceria da Escola Politécnica com

o PACE já possibilitou a construção dequatro laboratórios modernos, sendo doislocalizados na Engenharia Civil, e os outrosdois na Engenharia Mecânica, o quepossibilita uma melhor experiência para oestudante. Além disso, ela oferece umapossibilidade para todo estudante da EscolaPolitécnica de uma atividade extracurricularna qual ele pode desenvolver suashabilidades nas mais modernas ferramentasde software e vivenciar, de perto, aengenharia colaborativa.

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Sir Francis Bacon deu um conselhocurioso aos que estudavam a Natureza:deveriam desconfiar de tudo que suasmentes aceitassem sem hesitação. Talvezfosse uma maneira de prevenir contra ailusão de que qualquer descoberta humanafosse completa, ou tivesse completamentedesvendado o que Deus encobrira. Nomomento (século 17) em que crescia a ideiaherética de que existia um metafórico Livroda Natureza tão cheio de mensagens deDeus para os homens quanto o Livro dosLivros, Bacon aconselhava a Ciência a nãodesprezar o que diziam os mitos e asEscrituras. A glória de Deus se manifestavade várias formas. Alguma eram apenas maispoéticas do que as outras.

A primeira "mensagem" assimidentificada do Livro secular da Natureza foio magnetismo, que só começou a serestudado a fundo pelo inglês WilliamGilbert, contemporâneo de Bacon na corte darainha Elizabeth I, de quem era médico. Omagnetismo era a prototípica evidência deuma força invisível na Natureza, a primeiraalternativa à pura vontade de Deus comoalgo por trás de tudo. Albert Einsteincontava que o presente de uma bússola,quando era menino, lhe dera a primeirasensação desta força misteriosa, e o primeiroímpeto de desvendá­la.

Mais do que ninguém, Einstein podiareivindicar uma glória de descobrir igual àglória de Deus em ocultar, embora nuncaabandonasse sua devoção quase religiosa aum determinismo harmônico do Universo,atribuindo­o a Deus ou a que outro nome sequisesse dar ao indesvendável. Mas Einsteinnão seguiu o conselho de Francis Bacon, dedesconfiar do que o satisfazia. Satisfez­setanto com suas certezas que passou os

CIÊNCIA E LINGUAGEM

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Luis Fernando Verissimo ­ O Estado de S.Paulo

últimos anos da vida buscando uma teoriaunificada da gravidade e doeletromagnetismo que refutasse a teoriaquântica que as ameaçava, e tornava amatéria e seu comportamento inexplicáveisem qualquer linguagem, científica oupoética.

Quando recém se começava a falarem partículas subatômicas e seu estranhoprocedimento o físico dinamarquês NielsBohr disse que elas só poderiam ser descritasusando­se a linguagem como na poesia. Umsombrio reconhecimento de que alinguagem racional não teria comoacompanhar a especulação científica e estavacondenada à analogia e à aproximaçãoinexata. Assim os físicos falam em teoriasdas cordas, em um universo em forma dedonut, ou de bola de futebol, e isso é apenaso som da mente humana se chocando contraos limites da linguagem, como moscas (parausar outra analogia) na vidraça.

Einstein morreu sem se resignar àideia de que a verdadeira e inexpugnávelglória de Deus começa onde termina alinguagem humana.

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Coleman Silk, um professoruniversitário norte­americano, constatandoque dois alunos faltam sistematicamente asuas aulas a ponto de jamais tê­los visto,pergunta à classe quem são aqueles spooks(fantasmas) que nunca apareciam. Como osdois alunos eram negros, a irônica edescompromissada pergunta do professorfoi entendida pelos ativistas do campuscomo uma manifestação de racismo porparte do professor, pois a palavra spook temum outro significado fortemente ofensivopara os afrodescendentes. O simplesincidente letivo é transformado num eventopolítico, destruindo a vida pessoal eprofissional do professor.

A história prossegue, adquirindotinturas de tragédia grega. O professor tinhaum segredo desconhecido por todos quetermina por ser revelado. Filho de negros,ele se fizera passar por judeu e branco, poisassim o permitia a cor de sua pele. Então, oque parecia ser uma acusação injusta edespropositada, fruto de radicalismospolíticos, transforma­se na punição dodestino a um filho que renegou os pais e suaorigem e assumiu uma identidade falsa. Emlinhas gerais, essa é a trama de A MarcaHumana (The Human Stain), de Philip Roth(Companhia das Letras).

Importantes críticos e resenhadoresnorte­americanos pensaram que ColemanSilk, o personagem de Roth, teria sidoinspirado na vida de Anatole Broyard,respeitado jornalista literário e figura derelevo no mundo intelectual nova­iorquinonos anos 60 e 70, que tinha uma históriasemelhante, era um negro que se faziapassar por branco.

Tais dados foram publicados pelaWikipedia no verbete sobre o livro. Roth

FICÇÃO E REALIDADESérgio Telles ­ O Estado de S.Paulo

solicitou a correção da informação,declarando que construíra seu personagembaseado em episódios da vida de um amigo,Melvin Tumin, que fora professor de direitoem Princeton por 30 anos. A Wikipedia nãoaceitou a explicação de Roth, alegando que ofato de ser o autor não lhe dava a últimapalavra sobre o assunto e que ele deveriaprocurar depoimentos de terceiros que oapoiassem. Inconformado, Roth escreveu noúltimo dia 7 uma carta aberta ao New YorkTimes, falando sobre o assunto.

À primeira vista, poderia parecer quenão importa se a crítica atribui tal ou qualorigem para os personagens fictícios de umaobra, e não se entende por que Roth sepreocupa tanto com o assunto. De fato, parao leitor comum, não interessa saber se opersonagem Coleman Silk foi baseado navida de Tumin ou Broyard. Sua apreciaçãodo romance não depende disso e sim dotalento com o qual Roth construiu seupersonagem. Mas ao se especular sobre asfontes de um romance, entram em cenaimportantes questões literárias sobre o atoda escrita, o poder do autor sobre sua obra,os processos da criação e a relação entrerealidade e ficção.

Em sua longa carta, Roth diz que nãopoderia ter­se inspirado em Broyard, pois sóo conhecia superficialmente, o que nãoacontecia com Tumin, de quem era íntimo.Esse é um argumento pouco convincente,que só se sustentaria se estivesse escrevendouma biografia, na qual é imprescindível apesquisa dos dados históricos reais,objetivos. Na ficção, o que vale é averossimilhança, não a verdade fática.Frequentemente os personagens nascem deuma colagem de características de váriosmodelos reais, a que o escritor acrescenta

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elementos a partir de sua imaginação,dando­lhe a feição final.

Parece­me que a Wikipedia estácorreta em contestar a soberana autoridadeque Roth arroga para si como autor ao falarde seu livro. O autor não pode controlar aleitura de sua obra, estabelecer o que delapode se depreender, o que deve serentendido. O texto jamais será fiel aoslimites por ele fixados, dirá sempre mais oumenos do que seu criador pretendia, poispara produzi­lo lançou mão de recursosconscientes e inconscientes. Isso significaque o próprio autor não tem domínioabsoluto sobre o que escreve, pode expressarinadvertidamente elementos que só serãodetectados por um terceiro (criptomnésias,apropriações involuntárias de histórias,trechos, estilos de outros escritores, etc.),como costuma ocorrer com os conteúdosinconscientes no discurso ­ os atos falhos elapsos são percebidos pelo outro, não porquem os comete.

É evidente que o autor sabe das fontesconscientes que o inspiraram. O problema éque ele vai reconhecê­las ou nãopublicamente em função de um complicadocontexto, pois está em jogo o que talvez sejao elemento mais delicado da criação literária­ a complexa mistura de elementos darealidade com a imaginação criativa doescritor, fusão da qual resulta algo único enovo, um texto original.

O escritor é um saqueador dehistórias. Mas, ao contrário do paparazzo oudo colunista de fofocas de celebridades, nãotem como objetivo precípuo a exposição daprivacidade alheia, não faz da indiscriçãomaldosa sua meta. Na banalidade ouestranheza das histórias que recolhe, eleconsegue divisar um filão secreto ­ o veiosagrado da vida, do sinuoso movimento dotempo, das forças maiores que se abatemsobre a fragilidade do homem, e a partir daícria uma peça que dá testemunho doinefável acontecimento da existência.

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Sobre o fato aparentemente estranho,de que Melvin Tumin e Anatole Broyardcompartilhassem uma história tão inusitada,é fácil de entender. Naquela ocasião, nãoeram os únicos a se encontrarem nessa difícilposição. Durante a 2.ª Guerra Mundial, asforças armadas norte­americanasmantinham uma rígida divisão racial emuitos negros de pele clara alistaram­secomo brancos, usufruindo regalias negadasa soldados negros. No final da guerra, nãoquiseram retomar a condição social inferiorà qual a segregação os relegava emantiveram a falsa identidade. Calcula­seque cerca de 150 mil homens fizeram talescolha, rompendo de forma completa com opassado e a família, iniciando vida novanuma condição que seguramente lhescobrava um insuportável custo emocional.Esse fato bem revela a amplitude doproblema e a rigidez do racismo norte­americano no período anterior à luta pelosdireitos civis.

Quanto à carta de Roth, a Wikipediaincorporou no verbete sua argumentação,juntamente com os comentários da filha deBroyard sobre a mesma, contestando aafirmação que Roth faz de nunca ter ido àcasa de seu pai, pois se lembra de tê­lo vistoali, quando criança. Mesmo assim,reconhece­lhe o direito, enquanto autor, deocultar suas fontes, se, por razõesparticulares, assim o preferir.

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LOGOSQUIZO jogo consiste em descobrir o nome das empresas associadas aos fragmentos de logoexibidos abaixo.

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Respostas:1­Continental2­Dropbox3­Ebah4­HP5­IBM6­Intel7­Maped8­Monsanto9­SchneiderElectric10­Yamaha

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