4
T&necíor- ecfao > ' •¦—v ANNO VII VILLA SEABRA DOMINGO, 30 DE JANEIRO DE 1916 Departamento do Tarauacà— TERRITÓRIO DO ACRE NUM. 256 Defesa baseada em documentos falsos O prefeito em exercicio, José Vi- cente Assumpção, fustigado por nós com verdades inconcussas contra a sua administração, muniu-se de grande numero de documentos ar- ranjados, no meio dos quaes vae o das taboas e zinco, que deu motivo a editoriaes deste jornal, enviou-os por •' mão do plenipotenciario, Oswaldo Maia, ao Presidente da Republica e ministros de Estado, para innocen- ' tar-se dos factos de que o temos ac- cusado. Juntou, também, ao maço os nu- meros do nosso jornal que tratam cla critica, por nós transcripta de outros collegas, sobre a reforma Maximilia- no, coisa que. este está farto de ler, ' porque toda imprensa independente tem falado sobre ella. Juntou mais alguns outros nume- ros d' O MUNICÍPIO nos quaes censuramos muitos actos de s. sa. Ora muito bem: com todas essas provas pró e contra, o sr. José Vicen- te Assumpção julga-se escapo da censura publica e justificado, dos se- us erros, perante as altas autoridades do paiz, porque o plenipotenciario Oswaldo, declarou, alto e bom som, que dispõe do senador Azeredo e que este conservará o actual prefei- to até findar o quatriênio do dr. Wen- ceslau Braz. Não acreditamos em nada do que reza este periodo, por muitos motivos, especialmente estes: Não dispor da pessoa do Presidente da Câmara Al- ta do Paiz um indivíduo que aqui aportou recommendado por s. exa. e o melhor quinhão que lhe deu o pre- feito, foi nomeal-o typographo do pasquim official com a gratificação mensal de 500$, sem o nomeado conhecer òs caixotins; não conservar o actual prefeito no cargo até o fim do quatriennio, por- que será dar prova de desconhecer os elementos bons do Departamento, que os possue sem jaca, sobre quem jamais pezou a minima duvida rela- tivamente a honestidade, para entre- gal-o a quem não está na altura, o que se prova com as cincadas dadas . e por nós analysadas. E não precisamos de mais nada pa- ra sustentarmos as nossas asserções, por julgarmos que os dois pontos acima são sufficientes, para os srs. Presidentes da Republica e do Sena- do e Ministro do Interior,não attende rem a commissão de que vae encar- regado o sr. Oswaldo Maia. Depois, é lógico que, se o commis- sionado tem força para sustentar no cargo de prefeito o sr. Assumpção, com maioria de razão tel-a-á para cavar para si a collocação, a me- nos que não queira dar prova de pouco prezar-se, podendo tirar sum- ma vingança do homem que o fez typographo ,sendo s. sa. dentista. . O que nos parece é que o sr. Os- waldo não é nenhum inesperiente, portanto, vendo que é impossível o sr. Assumpção aguentar-se no balan- ço.deu de gamblas para agarrar-se ao novo sol que ha de vir illuminar es- te jmportante trecho da União, por cujo facto não lhe queremos mal, pois sabemos que «candeia que anda adeánte é que alumia»... —-—•*£**-<* -j-íew- Olavo Bilac Publicamos abaixo o discurso com que o principe dos poetas brazileiros, tratou cla edu- cação civica cla mocidàde patrícia na venerai ida Academia dc São Paulo, cuja oração tem sido reproduzida por toda a imprensa culta do Brazil: «Acolhido na faculdade pelas ovações cntliii- siasticas dos acadêmicos Bilac foi recebido pelo dr. Reinaldo Porchat, que num eloqüente impro- viso, saudou-o com palavras felizes, repassadas de grande inspiração. O mcslre de direito affiníioü que, ao abeirar o outono cla vida, não lhe era mais dado encarar as justas manifestações dos seus discípulos com o mesmo ideal consolador que ludo embeleza na ex- istencia. Os annos na vida de um poeta apenas burlam o decorrer da existência e na carreira de um pro- fcssòr elles dão ás coisas o caracter das realidades positivas. Assim é que o matrimônio, cantado pc- Io poeta como o enlace do amor e dos sentimeu- tos, aos seus olhos, nada mais é que um simples contracto jurídico; que o beijo, a mais amorosa manifestação dos sentimentos e da poesia, descri- pto pelos sonhadores com tanta melancolia, aos olhos do jurista é muitas vezes um crime absoluto. O poela, á noite na contemplação dos céos.con- versa com as estrellas; na observação das nuvens caprichosas, passeia pela via-latca, e na investida pelos sertões se transforma no caçador de esme- raldas. Assim, sentindo esse enorme vácuo, o profes- sor termina, dando a palavra ao representante da mocidàde para que se ouça como falam os acade- micos, saudando o seu poeta predilecto. Nesse momento prolongadas palmas ecoaram no recinto do velho templo do direilo, e o dr. Rei- naldo Porchat, deu a palavra ao acadêmico Frau- cisco de Barros Penteado, quc, vibrante e cio- quentc,saudou o poeta em nome dç£ seus collegas. Falou também o acadêmico Mailbcl do Carmo, que cm uma bellissiiua saudação, analysou ente- riosamentea soberba e.via-làtéa» de Bilac. Agradecendo a carinhosa manifestação que re- cebia cla cabeça de S. Paulo, proferiu o notável lit- terato o seguinte discurso : «Ser-me-ia fácil, para agradecer a vossa carinho- sa recepção, improvisar algumas plirases de brilho fugaz, que moiressemaqui ao nascer, musica sem idéas, futil e amável cortezia sem fundo, e sem écho. Mas quiz ciar alguma vida, mais calor e du- ração ás minhas palavras, e escréviás para quc ellas, confiadas agora aos vossos ouvidos e ás vos- sas almas, possam estender-se a ouvidos distantes e a almas afastadas, a todos os brazileiros de vos- sa edade, crescendo, estudando, sonhando, dentro do immenso e inquieto Brazil. O momento não quer discursos ocos e relum- bantes, sonoridades entontecedoras,rolando na es- terilidade do vácuo. O que se exige agora c a simplicidade de idéas fortes em palavras' claras, quc, na sua dura tristeza, tenham com revolta, um estimulo para a esperança, para a crença e para o heroísmo. Não podeis, talvez, perceber com per- feita consciência a gravidade da nossa situação moral. Viveis numa rica metrópole, entre o sorri- so c a galla da vida culta; e não podeis entrever o chãos, a confusão e os perigos que enchem toda a nossa maravilhosa e inconsciente patria. Na ju- ventude, tudo é graça e felicidade, espontaneidade e embevecimento; uma pureza natural, que do in- timo se transborda para o exterior em véos illu- sorios, um fascínio próprio, que se espalha sobre o ambiente e embeleza o espectaculo da vida real. Mas é força que, antes do lempo devido, ai- guem' cruelmente vos arranque da paz e do arrou- bo. Vede que, na Europa hoje, quando a guerra abre diariamente grandes claros nas fileiras dos combatentes, os governos chamam ás armas no- vas classes dos exércitos, as phalanges de adoles- centes, reservas fulgentes da primavera nacional; aqui, outra desgraça mais triste oprime o paiz, e outra morle peor escasseia os filhos valnos,— des- graça do caracter,e morte moral;e que os varões, Incapazes ou indifferentes, deixam o Brazil de- vastado sem guerra c caduco antes da velhice, - venham ao campo os efébos, em que o ardor sa- grado contrabalance a inexperiência e em que o ímpeto cla supra a maturidade dos annos ! Não vos deixeis deslumbrados do magnífico progresso desta cidade e deste Eslado : S. Paulo não é todo o Brazil; e a verdadeira grandeza de um pai/, não é a sua riqueza. Por outro lado, não imagineis que o que me assusta não é o descon- forto, a falta de dinheiro, a falia dc trabalho orga- uizado e produetiva na maior parle cla União, nem o ônus formidável das dividas opiimindo o nosso futuro. Ainda ha muita ventura e dignida- de nas casas em que não ha muito pão; mas nada ha, quando não ha amor c orgulho. O que me amedronta ca mingua de ideal, não lia nobreza de alma, não ha desinteresse; sem des- interesse não ha coesão; sem coesão, não ha patria. Uma onda desmoralisadora de desanimo avas- sala todas as almas. Não ha em cada alma a cen- telha criadora, que é a consciência da força e cla bondade; c de alma para alma não ha uma correu- te de solidariedade, de crença communi, c de en- thusiasmo, que congregue, todo o povo numa mesma aspiração. Hoje, a indifferença éa lei mo- ral; o interesse próprio é o unico incentivo. O «arrivisníO' —hediondo extrangeirismo com que se exprime uma enfermidade ainda maishedioii- da-epidemia moral, que lende a iransforinar-se e enraizar-se como endemia, envenena lodo o orga- iiismo social e mata todos os gçrmcns da dedica- ção c cla : cada uni quer viver.e gozar sosinho, e crescer, prosperar," brilhar, enriquecer depressa, seja como fôr, atravéz de todas as traições, porei- ma de lodosos escrúpulos. Assim, a coiiimiuilião desfaz-se, e transforma-se em acampamento bar- baro c mercenário governado pelo conflito das co- bicas individiiacs. È os politico.; profissionaes,pas- tores egoístas do rebanho tresmalhado, nada fa- zem paro impedir a dispersão; e, quando não sc aproveitam do regabofe generalizado, e quando não se locupletam imitando a gula communi, ape- nasse contentam com a passiva e ridícula vaidade do mando, fictício ... Esse é o espectaculo que nos deparam as elas- ses cultas. As outras, as mais humildes camadas populares, mantidas na mais bruta ignorância, mostram si') inércia, apatia, superstição, absoluta privação de consciência. Nos rudes sertões, os ho- mens não são brazileiros, nem ao menos são ver- dadeiros homens: são viventessem alma criadora e livre, como as feras, como os insetos,como as ar- vores. A maior extensão do território está povoa- da de aualphabetos;a instrucção primaria,entregue ao poder dos governos locaes, é, muitas vezes, a- penas unia das rodas cla engrenagem eleitoral de campanário, um dos instrumentos cla maroteira politica. Quanto á instrucção profissional-essa, na maior parle dos Estados da União, é um mito, unia fábula, unia ficção. Lembrai-vos que, se a es- cravidão foi um crime hediondo, não foi menos estúpido o crime praticado pela imprevidencia e pela imbecilidade dos legisladores, dando aos es- cravizados apenas a liberdade, sem lhes dar o en- sino, o carinho, o amparo, a organisação do tra- balho, a capacidade material c moral para o exer- cicio da dignidade civica; Que se tcm'feilo,qite se está fazendo para a difi- uitiva constituição cla nossa nacionalidade? Nada. Os imigrantes europeus, mantém aqui a sua lingua e os seus costumes. Outros idiomas e ou- Iras tradições deitam raizes, fixam-se na terra, vi- çam, prosperam. E a nossa lingua fenece, o nosso passado apaga-se . . . Ha cinco áunos, houve um rebate ancioso e fe- bril. Na tribuna e na imprensa, vibrou um alto chamamento; um toque de alarma a todas as c- nergias adormecidas. E uma lei apontou á nossa esperança, o eiilreluzif de uma promessa de sal- vação : a lei do sorteio militar, se não a providen- cia completa do serviço militar qbrjgaíonÔ/aò me- nos um ensaio salutar, o primeiro passo para.a. convalescença c para a cura. Então, como aiiía&j hoje, cu considerava qué era esse o unico provi- cjeríciâl remédio para o nosso defiiihamcnto. Nun- ca fui, não sou, nem serei um militarista. E não le- uho medo do militarismo politico. O melhor meio para combater a possivel supremacia da pasla mi- litar é justamente a militarização de todos os ci- vis; n estratocracia é impossível; quando tocios os cidadãos são soldados. Qiié;é o serviço militar ge- neralisado ? E' o triuuipho completada democrá- cia; o nivelamento das classes; a escola da ordem, da dicipíina, da coesão; o laboratório cla dignida- de própria e do patriotismo. E' a instrucção pri- maria obrigatória; é a educação civica obrigatória; é o asseio obrigatório, a hygiene obrigatória, a re- generação muscular e psíquica obrigatória. Asei- dades estão cheias clc ociosos descalços, inaltrapi- lhos, inimigos da carta do «abc> e cio banho —a- niiiiaes brutos que de homens tèm apenas a apa- rencia e a maldade. Para esses rcbotalhos cla socie- dade a caserna seria a salvação. A caserna é um fil- tro admirável, em que os homens se depuram e apuram; dc sairiam coiiscicntcs,dignos,brazilci- ros, esses infelizes sem consciência, sem dignidade, sem patria, que constituem a massa amorfa e triste da nossa multidão ... Mas nada se fez. O mesmo homem, o mesmo marechal, quc, quando minis- tro da guerra, promoveu esse movimento salutar em favor da nacionalidade —no dia em que subiu ao supremo poder, foi o primeiro a esquecer a sua creação, deixando-a morta no berço. E hoje, de- pois dc um qualrienniojde luetasestéreis ejde poli- ticagem sem moral —o problema terrível perma- nece sem solução; uma terra opulenta cm quc muita gente morre de fome, um paiz sem nacio- nalidacle, uma patria em que se não conhece o patriotismo... Moços de S. Paulo, estudantes do direito, sede também os estudantes c os!pioneiros do ideal bra- zileiro ! Uni-vos Iodos os moços c estudantes de todo o Brazil, num exercito admirável, sereis os escoteiros cla nossa fé! O Brazil não padece apenas cla falta dedinheiro: padece e soffre da falta de crença e de esperança. O agonisante não quer morrer; quer viver, salvar- se, reverdecer, reflorécer, rebentar em nova e fe- cunda frutificação. Dai-lhe os vossos braços, dai- lhe as vossas almas, dai-lhe a vossa generosidade e o vosso sacrifício ! Não espereis o dia em que, deixando esta casa, iuiciardesa vossa effecliva ex- istencia civica, para o trabalho publico, para a a- gitação social, para a politica. Trabalhae, vibrae, protestae, desde ! Prolestae com o desinteresse, com a convicção, com a renuncia, com a poesia contra a mesquinharia, contra o cgoismo.contra o «avarivismo», contra a baixeza cla indifferença ! Desta velha casa, de enlre estes sagrados mu- ros que esplendem de tradições venerandas, deste quasi secular viveiro de tribunos edepoetas-d' qui sahiram em rajadas de heroísmo, em Ímpetos de enthusiasmo, as duas campanhas gloriosas que foram coroadas pela victoria da abolição e cla Re- pubiica. Eslruja de novo a casa ! extremeçam de novo os muros ! c de novo palpile e resôc o avia- rio canóro, cheio de hyiunos de combale^e de gor- geios dc bondade ! Inaugurae, moços de S. Pau- lo, a nova campanha ! Perto de vós, entre vós, o começo da minha vc- lhice, locado da graça milagrosa da vossa mocida- cie, tem góniòs verdes, feiticeiros rebentos de re- surrei ção. Escuta e acolhe a revolta e a esperança do meu outono, ó primavera da minha terra ! Em marcha victoriosa, ó meus irmãos-para o ideal! uy J5arboza % teil m bja vv-rr>-vr?'rrr'r?v'rrT?VTr?v (DISCURSOS NA CONFERÊNCIA) A POLÍTICA NOS DEBATES DA CONFERÊNCIA INCIDENTE COM O PRESIDENTE Sr. Presidente: As palavras com que acabaes de receber o meu discurso , parece en- volverem uma censura, que não pos- so, que não devo consentir fique sem resposta immediata; visto como cen- sura tal, se é que <i houve, não n'a mereci. Tenho envelhecido na vida parlamentar, onde me acho ha não menos de vinte cinco annos.' Cabe- me a honra de presidir ao senado em meu paiz, no qual as instituções par- lamentares numeram mais desessen- ta annos de existência. Devo, pois, conhecer meu tanto ou quanto os de- veres da tribuna em assembléas deli- berativas, e seria incapaz de os pos- tergar. Realmente, que fiz eu? Quiz ai- terar a materia posta em questão um pouco acima das suas miudezas, en- carando-a no seu aspecto geral, a sa- ber, no seu espirito de pacificação e uo de civilização da guerra, que cum- pre inspirarem e guiarem os nossos trabalhos. Visto isso, invoquei a o- pinião, segundo a qual, ha ou iden- tidade, ou, quando menos, convisi- nhánça entre o uso de navios mer- cantes como vasos de guerra, quer se opere mediante simples transfor- mação de uns em outros, entre esse uso, que diligenciamos regular, e o corso, abolido ha muito. Por justificar a minha these, appe- lei para nomes irrecusáveis, como Phillimore, Bluntschli, Hall, Fanck- Brentano, e fiz menção de aconteci- mentos históricos, discutidos nas o- bras de direito internacional, taes co- mo o acto do governo de Berlim du- rante a guerra franco-prussiana, cha- mando-vos a attenção para o sentir desses autores a tal respeito! Em tu- do isso era meu intento, e eu próprio vol-o disse, espertar em vós bem vi- va a impressão da delicadeza do as- sumpto, e advertir-vos dos seus pe- rigos, se nos não pretnunissimos de todas as cautelas, afim de que não va- mos parar, debaixo de outro nome, na restauração do corso. Fazendo-vos essas considerações, pisava eu,accaso, cm terreno defeso? Evidentemente não. Ao contrario ei- las deviam constituir, necessariamen- te, a phase inicial deste debate, visto que, para sabermos como nos haver quanto ás particularidades cla ques- tão, força cra conhecer primeiro a natureza, a Índole e os effeitos da instituição, que se tenta implantar. Verdade é que allucli á politica, incidentemente, mui incidentemen- te, e isso precisamente por accentu- ar, com authenticidade mais absolu- ta, uo texto do meu discurso, «que será dado a publico pelos senhores secretários, sem revisão minha. Se- ria, pois, justo acolher o meu dis- curso, como o acolheram, com a solemne advertência de que a poli- tica uos é materia prohibida, como se eu' acabasse de transgredir essa regra? Desde que a enunciaes, porém, Sr. Presidente, nos termos cathego- ricos, em que vol-a acabamos de ouvir, é necessário qne a examine- mos. Será ella exacta? Será ella real, na extensão que se lhe quer attribu- ir? Não, Sr. Presidente. Certo que a politica não é cla nossa alçada. Não podemos fazer politica. A politica não é objecto do nosso program- ma. Mas lograríamos nós cxecutal-o, se nos julgássemos adstrictos a levantar muralhas entre nós e a po- litica, entendida esta, como havemos de entender aqui, no sentido geral, no sentido superior, no sentido vocábulo? Não, Senhores. Não nos esquecemos de que Sua Magestade o Imperador cla Russia, no seu acto convocatório da Con- ferencia cla Paz, expungiu formal- mente do nosso programma as questões políticas. Mas essa inter- dicção, obviamente, visara a politica militante, a politica de acção e combate, a que revol- ve, agita e desune os povos nas suas relações internacionaes: nunca a politica encarada como sciencia, a politica estudada como histórica, a politica explorada como regra nTõ-~" ral. Porquanto, desde o momento em que se cogita de elaborar leis, domesticas, ou internacionaes, para as nações, o que ante de mais nada releva inquirir, no que respeita aca- da projecto, é a possibilidade, a ne- cessidade, a utilidade do alvitre, de- ante da tradição, do estado actual dos sentimentos, das idéas e dos in- teresses, que animam os povos, que senhoreiam os governos. Ora bem: que é senão politica isso tudo? A politica na significação mais vulgar da palavra, essa, ninguém o contesta, nos é defeso em absoluto. Não temos nada que entender: em problemas intestinaes dos Estados, ou nos seus problemas internacio- naes, com as differenças que indis- põem entre si as nações, com os li- tigios de amor próprio, de ambição, ou de honra, com as preterições' de influencia, equilíbrio ou predomi- nio, com as questões, em summa, que levam ao conflicto e á guerra. Eis a politica prohibida. Mas na outra, na grande accepção do termo, a mais elevada, e nem por isso menos pratica, nessa accepção que olhaaos supremos interesses das nações umas a respeito das outras, considerada nessa accepção a poli- tica, acaso nol-a poderiam tolher? Não, senhores. A prova, quereil-a? Porventura quando a Russia con- templava a reducção dos armamentos no programma da primeira confe- rencia, porventura, quando o gover- no do Czar fazia desta idéa o ob- jecto do programma primitivo da Conferência de 1899, porventura quando'outras potências, agora an- nunciavam propor-lhe a inclusão no programma cla Conferência actu- ai, não nos convidavam a entrar fun- do na politica. ¦Não ha nada mais eminentemen- te politico, debaixo do ceu, que a soberania. Não lia nada mais reso- iutámentè politico, senhores, do que pretender-lhe traçar limites. Não se- rá, portanto, politica da mais decla-

Olavo Bilac - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/720658/per720658_1916_00256.pdf · Defesa baseada em documentos falsos O prefeito em exercicio, José Vi-cente Assumpção, fustigado

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Olavo Bilac - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/720658/per720658_1916_00256.pdf · Defesa baseada em documentos falsos O prefeito em exercicio, José Vi-cente Assumpção, fustigado

T&necíor- ecfao > '•¦—v

ANNO VII VILLA SEABRADOMINGO, 30 DE JANEIRO DE 1916

— Departamento do Tarauacà— TERRITÓRIO DO ACRE NUM. 256

Defesa baseada emdocumentos falsos

O prefeito em exercicio, José Vi-cente Assumpção, fustigado por nóscom verdades inconcussas contra a

sua má administração, muniu-se degrande numero de documentos ar-ranjados, no meio dos quaes vae odas taboas e zinco, que deu motivo aeditoriaes deste jornal, enviou-os por

•' mão do plenipotenciario, OswaldoMaia, ao Presidente da Republica eministros de Estado, para innocen-' tar-se dos factos de que o temos ac-cusado.

Juntou, também, ao maço os nu-meros do nosso jornal que tratam clacritica, por nós transcripta de outroscollegas, sobre a reforma Maximilia-no, coisa que. este já está farto de ler,' porque toda imprensa independentetem falado sobre ella.

Juntou mais alguns outros nume-ros d' O MUNICÍPIO nos quaescensuramos muitos actos de s. sa.

Ora muito bem: com todas essasprovas pró e contra, o sr. José Vicen-te Assumpção julga-se escapo dacensura publica e justificado, dos se-us erros, perante as altas autoridadesdo paiz, porque o plenipotenciarioOswaldo, declarou, alto e bom som,que dispõe do senador Azeredo eque este conservará o actual prefei-to até findar o quatriênio do dr. Wen-ceslau Braz.

Não acreditamos em nada do quereza este periodo, por muitos motivos,especialmente estes: Não dispor dapessoa do Presidente da Câmara Al-ta do Paiz um indivíduo que aquiaportou recommendado por s. exa. eo melhor quinhão que lhe deu o pre-feito, foi nomeal-o typographo dopasquim official com a gratificaçãomensal de 500$, sem o nomeadoconhecer òs caixotins;

não conservar o actual prefeito nocargo até o fim do quatriennio, por-que será dar prova de desconhecer oselementos bons do Departamento,

que os possue sem jaca, sobre quemjamais pezou a minima duvida rela-tivamente a honestidade, para entre-gal-o a quem não está na altura, oque se prova com as cincadas dadas

. e por nós analysadas.E não precisamos de mais nada pa-

ra sustentarmos as nossas asserções,por julgarmos que os dois pontosacima são sufficientes, para os srs.Presidentes da Republica e do Sena-do e Ministro do Interior,não attende •rem a commissão de que vae encar-regado o sr. Oswaldo Maia.

Depois, é lógico que, se o commis-sionado tem força para sustentar nocargo de prefeito o sr. Assumpção,com maioria de razão tel-a-á paracavar para si a collocação, a me-nos que não queira dar prova depouco prezar-se, podendo tirar sum-ma vingança do homem que o feztypographo ,sendo s. sa. dentista. .

O que nos parece é que o sr. Os-waldo não é nenhum inesperiente,portanto, vendo que é impossível osr. Assumpção aguentar-se no balan-ço.deu de gamblas para agarrar-se ao

novo sol que ha de vir illuminar es-te jmportante trecho da União, porcujo facto não lhe queremos mal,pois sabemos que «candeia que andaadeánte é que alumia»...

—-—•*£**-<* -j-íew-

Olavo BilacPublicamos abaixo o discurso com que o

principe dos poetas brazileiros, tratou cla edu-cação civica cla mocidàde patrícia na venerai idaAcademia dc São Paulo, cuja oração tem sidoreproduzida por toda a imprensa culta do Brazil:

«Acolhido na faculdade pelas ovações cntliii-siasticas dos acadêmicos Bilac foi recebido pelodr. Reinaldo Porchat, que num eloqüente impro-viso, saudou-o com palavras felizes, repassadas degrande inspiração.

O mcslre de direito affiníioü que, ao abeirar ooutono cla vida, não lhe era mais dado encarar asjustas manifestações dos seus discípulos com omesmo ideal consolador que ludo embeleza na ex-istencia.

Os annos na vida de um poeta apenas burlamo decorrer da existência e na carreira de um pro-fcssòr elles dão ás coisas o caracter das realidadespositivas. Assim é que o matrimônio, cantado pc-Io poeta como o enlace do amor e dos sentimeu-tos, aos seus olhos, nada mais é que um simplescontracto jurídico; que o beijo, a mais amorosamanifestação dos sentimentos e da poesia, descri-pto pelos sonhadores com tanta melancolia, aosolhos do jurista é muitas vezes um crime absoluto.

O poela, á noite na contemplação dos céos.con-versa com as estrellas; na observação das nuvenscaprichosas, passeia pela via-latca, e na investidapelos sertões se transforma no caçador de esme-raldas.

Assim, sentindo esse enorme vácuo, o profes-sor termina, dando a palavra ao representante damocidàde para que se ouça como falam os acade-micos, saudando o seu poeta predilecto.

Nesse momento prolongadas palmas ecoaramno recinto do velho templo do direilo, e o dr. Rei-naldo Porchat, deu a palavra ao acadêmico Frau-cisco de Barros Penteado, quc, vibrante e cio-quentc,saudou o poeta em nome dç£ seus collegas.

Falou também o acadêmico Mailbcl do Carmo,que cm uma bellissiiua saudação, analysou ente-riosamentea soberba e.via-làtéa» de Bilac.

Agradecendo a carinhosa manifestação que re-cebia cla cabeça de S. Paulo, proferiu o notável lit-terato o seguinte discurso :

«Ser-me-ia fácil, para agradecer a vossa carinho-sa recepção, improvisar algumas plirases de brilhofugaz, que moiressemaqui ao nascer, musica semidéas, futil e amável cortezia sem fundo, e semécho. Mas quiz ciar alguma vida, mais calor e du-ração ás minhas palavras, e escréviás para qucellas, confiadas agora aos vossos ouvidos e ás vos-sas almas, possam estender-se a ouvidos distantese a almas afastadas, a todos os brazileiros de vos-sa edade, crescendo, estudando, sonhando, dentrodo immenso e inquieto Brazil.

O momento não quer discursos ocos e relum-bantes, sonoridades entontecedoras,rolando na es-terilidade do vácuo. O que se exige agora c asimplicidade de idéas fortes em palavras' claras,quc, na sua dura tristeza, tenham com revolta, umestimulo para a esperança, para a crença e para oheroísmo. Não podeis, talvez, perceber com per-feita consciência a gravidade da nossa situaçãomoral. Viveis numa rica metrópole, entre o sorri-so c a galla da vida culta; e não podeis entrever ochãos, a confusão e os perigos que enchem todaa nossa maravilhosa e inconsciente patria. Na ju-ventude, tudo é graça e felicidade, espontaneidadee embevecimento; uma pureza natural, que do in-timo se transborda para o exterior em véos illu-sorios, um fascínio próprio, que se espalha sobreo ambiente e embeleza o espectaculo da vida real.

Mas é força que, antes do lempo devido, ai-guem' cruelmente vos arranque da paz e do arrou-bo. Vede que, na Europa hoje, quando a guerraabre diariamente grandes claros nas fileiras doscombatentes, os governos chamam ás armas no-vas classes dos exércitos, as phalanges de adoles-centes, reservas fulgentes da primavera nacional;aqui, outra desgraça mais triste oprime o paiz, eoutra morle peor escasseia os filhos valnos,— des-graça do caracter,e morte moral;e já que os varões,Incapazes ou indifferentes, deixam o Brazil de-vastado sem guerra c caduco antes da velhice, -venham ao campo os efébos, em que o ardor sa-grado contrabalance a inexperiência e em que oímpeto cla fé supra a maturidade dos annos !

Não vos deixeis deslumbrados do magníficoprogresso desta cidade e deste Eslado : S. Paulonão é todo o Brazil; e a verdadeira grandeza deum pai/, não é a sua riqueza. Por outro lado, nãoimagineis que o que me assusta não é o descon-forto, a falta de dinheiro, a falia dc trabalho orga-uizado e produetiva na maior parle cla União,nem o ônus formidável das dividas opiimindo onosso futuro. Ainda ha muita ventura e dignida-de nas casas em que não ha muito pão; mas nadaha, quando não ha amor c orgulho.

O que me amedronta ca mingua de ideal, nãolia nobreza de alma, não ha desinteresse; sem des-interesse não ha coesão; sem coesão, não hapatria.

Uma onda desmoralisadora de desanimo avas-sala todas as almas. Não ha em cada alma a cen-telha criadora, que é a consciência da força e clabondade; c de alma para alma não ha uma correu-te de solidariedade, de crença communi, c de en-thusiasmo, que congregue, todo o povo numamesma aspiração. Hoje, a indifferença éa lei mo-ral; o interesse próprio é o unico incentivo. O«arrivisníO' —hediondo extrangeirismo com quese exprime uma enfermidade ainda maishedioii-da-epidemia moral, que lende a iransforinar-se e

enraizar-se como endemia, envenena lodo o orga-iiismo social e mata todos os gçrmcns da dedica-ção c cla fé : cada uni quer viver.e gozar sosinho,e crescer, prosperar," brilhar, enriquecer depressa,seja como fôr, atravéz de todas as traições, porei-ma de lodosos escrúpulos. Assim, a coiiimiuiliãodesfaz-se, e transforma-se em acampamento bar-baro c mercenário governado pelo conflito das co-bicas individiiacs. È os politico.; profissionaes,pas-tores egoístas do rebanho tresmalhado, nada fa-zem paro impedir a dispersão; e, quando não scaproveitam do regabofe generalizado, e quandonão se locupletam imitando a gula communi, ape-nasse contentam com a passiva e ridícula vaidadedo mando, fictício ...

Esse é o espectaculo que nos deparam as elas-ses cultas. As outras, as mais humildes camadaspopulares, mantidas na mais bruta ignorância,mostram si') inércia, apatia, superstição, absolutaprivação de consciência. Nos rudes sertões, os ho-mens não são brazileiros, nem ao menos são ver-dadeiros homens: são viventessem alma criadorae livre, como as feras, como os insetos,como as ar-vores. A maior extensão do território está povoa-da de aualphabetos;a instrucção primaria,entregueao poder dos governos locaes, é, muitas vezes, a-penas unia das rodas cla engrenagem eleitoral decampanário, um dos instrumentos cla maroteirapolitica. Quanto á instrucção profissional-essa,na maior parle dos Estados da União, é um mito,unia fábula, unia ficção. Lembrai-vos que, se a es-cravidão foi um crime hediondo, não foi menosestúpido o crime praticado pela imprevidencia epela imbecilidade dos legisladores, dando aos es-cravizados apenas a liberdade, sem lhes dar o en-sino, o carinho, o amparo, a organisação do tra-balho, a capacidade material c moral para o exer-cicio da dignidade civica;

Que se tcm'feilo,qite se está fazendo para a difi-uitiva constituição cla nossa nacionalidade? Nada.

Os imigrantes europeus, mantém aqui a sualingua e os seus costumes. Outros idiomas e ou-Iras tradições deitam raizes, fixam-se na terra, vi-çam, prosperam. E a nossa lingua fenece, o nossopassado apaga-se . . .

Ha cinco áunos, houve um rebate ancioso e fe-bril. Na tribuna e na imprensa, vibrou um altochamamento; um toque de alarma a todas as c-nergias adormecidas. E uma lei apontou á nossaesperança, o eiilreluzif de uma promessa de sal-vação : a lei do sorteio militar, se não a providen-cia completa do serviço militar qbrjgaíonÔ/aò me-nos um ensaio salutar, o primeiro passo para.a.convalescença c para a cura. Então, como aiiía&jhoje, cu considerava qué era esse o unico provi-cjeríciâl remédio para o nosso defiiihamcnto. Nun-ca fui, não sou, nem serei um militarista. E não le-uho medo do militarismo politico. O melhor meiopara combater a possivel supremacia da pasla mi-litar é justamente a militarização de todos os ci-vis; n estratocracia é impossível; quando tocios oscidadãos são soldados. Qiié;é o serviço militar ge-neralisado ? E' o triuuipho completada democrá-cia; o nivelamento das classes; a escola da ordem,da dicipíina, da coesão; o laboratório cla dignida-de própria e do patriotismo. E' a instrucção pri-maria obrigatória; é a educação civica obrigatória;é o asseio obrigatório, a hygiene obrigatória, a re-generação muscular e psíquica obrigatória. Asei-dades estão cheias clc ociosos descalços, inaltrapi-lhos, inimigos da carta do «abc> e cio banho —a-niiiiaes brutos que de homens tèm apenas a apa-rencia e a maldade. Para esses rcbotalhos cla socie-dade a caserna seria a salvação. A caserna é um fil-tro admirável, em que os homens se depuram eapuram; dc lá sairiam coiiscicntcs,dignos,brazilci-ros, esses infelizes sem consciência, sem dignidade,sem patria, que constituem a massa amorfa e tristeda nossa multidão ... Mas nada se fez. O mesmohomem, o mesmo marechal, quc, quando minis-tro da guerra, promoveu esse movimento salutarem favor da nacionalidade —no dia em que subiuao supremo poder, foi o primeiro a esquecer a suacreação, deixando-a morta no berço. E hoje, de-pois dc um qualrienniojde luetasestéreis ejde poli-ticagem sem moral —o problema terrível perma-nece sem solução; uma terra opulenta cm qucmuita gente morre de fome, um paiz sem nacio-nalidacle, uma patria em que se não conhece opatriotismo...

Moços de S. Paulo, estudantes do direito, sedetambém os estudantes c os!pioneiros do ideal bra-zileiro ! Uni-vos Iodos os moços c estudantes detodo o Brazil, num exercito admirável, sereis osescoteiros cla nossa fé!

O Brazil não padece apenas cla falta dedinheiro:padece e soffre da falta de crença e de esperança.O agonisante não quer morrer; quer viver, salvar-se, reverdecer, reflorécer, rebentar em nova e fe-cunda frutificação. Dai-lhe os vossos braços, dai-lhe as vossas almas, dai-lhe a vossa generosidade eo vosso sacrifício ! Não espereis o dia em que,deixando esta casa, iuiciardesa vossa effecliva ex-istencia civica, para o trabalho publico, para a a-gitação social, para a politica. Trabalhae, vibrae,protestae, desde já ! Prolestae com o desinteresse,com a convicção, com a renuncia, com a poesia— contra a mesquinharia, contra o cgoismo.contrao «avarivismo», contra a baixeza cla indifferença !

Desta velha casa, de enlre estes sagrados mu-ros que esplendem de tradições venerandas, destequasi secular viveiro de tribunos edepoetas-d'qui sahiram em rajadas de heroísmo, em Ímpetosde enthusiasmo, as duas campanhas gloriosas queforam coroadas pela victoria da abolição e cla Re-pubiica. Eslruja de novo a casa ! extremeçam denovo os muros ! c de novo palpile e resôc o avia-rio canóro, cheio de hyiunos de combale^e de gor-geios dc bondade ! Inaugurae, moços de S. Pau-lo, a nova campanha !

Perto de vós, entre vós, o começo da minha vc-lhice, locado da graça milagrosa da vossa mocida-cie, tem góniòs verdes, feiticeiros rebentos de re-surrei ção.

Escuta e acolhe a revolta e a esperança do meuoutono, ó primavera da minha terra ! Em marchavictoriosa, ó meus irmãos-para o ideal!

uy J5arboza% teil m bja

vv-rr>-vr?'rrr'r?v'rrT?VTr?v

(DISCURSOS NA CONFERÊNCIA)

A POLÍTICA NOS DEBATESDA CONFERÊNCIA

INCIDENTE COM O PRESIDENTESr. Presidente:

As palavras com que acabaes dereceber o meu discurso , parece en-volverem uma censura, que não pos-so, que não devo consentir fique semresposta immediata; visto como cen-sura tal, se é que <i houve, não n'amereci. Tenho envelhecido na vidaparlamentar, onde me acho ha nãomenos de vinte cinco annos.' Cabe-me a honra de presidir ao senado emmeu paiz, no qual as instituções par-lamentares numeram mais desessen-ta annos de existência. Devo, pois,conhecer meu tanto ou quanto os de-veres da tribuna em assembléas deli-berativas, e seria incapaz de os pos-tergar.

Realmente, que fiz eu? Quiz ai-terar a materia posta em questão umpouco acima das suas miudezas, en-carando-a no seu aspecto geral, a sa-ber, no seu espirito de pacificação euo de civilização da guerra, que cum-pre inspirarem e guiarem os nossostrabalhos. Visto isso, invoquei a o-pinião, segundo a qual, ha ou iden-tidade, ou, quando menos, convisi-nhánça entre o uso de navios mer-cantes como vasos de guerra, querse opere mediante simples transfor-mação de uns em outros, entre esseuso, que diligenciamos regular, e ocorso, abolido ha muito.

Por justificar a minha these, appe-lei para nomes irrecusáveis, comoPhillimore, Bluntschli, Hall, Fanck-Brentano, e fiz menção de aconteci-mentos históricos, discutidos nas o-bras de direito internacional, taes co-mo o acto do governo de Berlim du-rante a guerra franco-prussiana, cha-mando-vos a attenção para o sentirdesses autores a tal respeito! Em tu-do isso era meu intento, e eu própriovol-o disse, espertar em vós bem vi-va a impressão da delicadeza do as-sumpto, e advertir-vos dos seus pe-rigos, se nos não pretnunissimos detodas as cautelas, afim de que não va-mos parar, debaixo de outro nome,na restauração do corso.

Fazendo-vos essas considerações,pisava eu,accaso, cm terreno defeso?Evidentemente não. Ao contrario ei-las deviam constituir, necessariamen-te, a phase inicial deste debate, vistoque, para sabermos como nos haverquanto ás particularidades cla ques-tão, força cra conhecer primeiro anatureza, a Índole e os effeitos dainstituição, que se tenta implantar.

Verdade é que allucli á politica,incidentemente, mui incidentemen-te, e isso precisamente por accentu-ar, com authenticidade mais absolu-ta, uo texto do meu discurso, «queserá dado a publico pelos senhoressecretários, sem revisão minha. Se-ria, pois, justo acolher o meu dis-curso, como o acolheram, com asolemne advertência de que a poli-tica uos é materia prohibida, como

se eu' acabasse de transgredir essaregra?

Desde que a enunciaes, porém,Sr. Presidente, nos termos cathego-ricos, em que vol-a acabamos deouvir, é necessário qne a examine-mos. Será ella exacta? Será ella real,na extensão que se lhe quer attribu-ir? Não, Sr. Presidente. Certo quea politica não é cla nossa alçada. Nãopodemos fazer politica. A politicanão é objecto do nosso program-ma. Mas lograríamos nós cxecutal-o,se nos julgássemos adstrictos alevantar muralhas entre nós e a po-litica, entendida esta, como havemosde entender aqui, no sentido geral,no sentido superior, no sentido dòvocábulo? Não, Senhores.

Não nos esquecemos de que SuaMagestade o Imperador cla Russia,no seu acto convocatório da Con-ferencia cla Paz, expungiu formal-mente do nosso programma asquestões políticas. Mas essa inter-dicção, obviamente, só visara apolitica militante, a politica deacção e combate, a que revol-ve, agita e desune os povos nassuas relações internacionaes: nuncaa politica encarada como sciencia, apolitica estudada como histórica, apolitica explorada como regra nTõ-~"ral. Porquanto, desde o momentoem que se cogita de elaborar leis,domesticas, ou internacionaes, paraas nações, o que ante de mais nadareleva inquirir, no que respeita aca-da projecto, é a possibilidade, a ne-cessidade, a utilidade do alvitre, de-ante da tradição, do estado actualdos sentimentos, das idéas e dos in-teresses, que animam os povos, quesenhoreiam os governos. Ora bem:que é senão politica isso tudo?

A politica na significação maisvulgar da palavra, essa, ninguém ocontesta, nos é defeso em absoluto.Não temos nada que entender: emproblemas intestinaes dos Estados,ou nos seus problemas internacio-naes, com as differenças que indis-põem entre si as nações, com os li-tigios de amor próprio, de ambição,ou de honra, com as preterições' deinfluencia, equilíbrio ou predomi-nio, com as questões, em summa,que levam ao conflicto e á guerra.Eis a politica prohibida.

Mas na outra, na grande accepçãodo termo, a mais elevada, e nem porisso menos pratica, nessa accepçãoque olhaaos supremos interesses dasnações umas a respeito das outras,considerada nessa accepção a poli-tica, acaso nol-a poderiam tolher?Não, senhores. A prova, quereil-a?

Porventura quando a Russia con-templava a reducção dos armamentosno programma da primeira confe-rencia, porventura, quando o gover-no do Czar fazia desta só idéa o ob-jecto do programma primitivo daConferência de 1899, porventuraquando'outras potências, agora an-nunciavam propor-lhe a inclusãono programma cla Conferência actu-ai, não nos convidavam a entrar fun-do na politica.¦Não ha nada mais eminentemen-te politico, debaixo do ceu, que asoberania. Não lia nada mais reso-iutámentè politico, senhores, do quepretender-lhe traçar limites. Não se-rá, portanto, politica da mais decla-

Page 2: Olavo Bilac - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/720658/per720658_1916_00256.pdf · Defesa baseada em documentos falsos O prefeito em exercicio, José Vi-cente Assumpção, fustigado

O MUNICÍPIO 30 de Janeiro de 1916

O MUNICÍPIO(FOLHA SEMANÁRIA)

End tel. MUNICÍPIO-TARAUACÀProprietário—Pédiç> MedeSecretario — TJranásco DdZefCoGerente — JHenri tfroissart

Villa Seabra—Rio TarauacàO MUNICÍPIO impresso em machina > Red-

dish», própria, movida a vapor, órgão indepen-dente de maior circulação nesta zona territorial,defensor intransigente dos direitos do povo, temsuas columnas francas a toda e qualquer colla-boração litteraria, moral e inslructiva; reservando,porém, o direito da censura ao scu corpo rcdac-cional, e não restituindo, sob qualquer pretexto osorlginaes que lhe forem enviados, nem se respon-sabilizando pela opinião einittida por seus colla-boradores. Toda correspondência deverá ser cliri-gida ao seu Director, com o endereço acima de-signado.

O Director só intcrvirá na parte rcdaccional.O preço das publicações solicitadas será justo

com o Gerente e não entrarão estas para a com-posição sem estarem legalisadas e pagas.

AS.SKÍNATU1ÍÍ-VSPor anno (para a villa) 50$000

„ „ fora da villa 60$000Um semestre (só para villa) 30$000Numero do dia 1$000

„ atrazado 2$000pS Paçiameoto adeaatado

rada e franca, o que estaes fazendo,quando procuraes alçar com o arbi-tramento obrigatório, uma barreiraao arbítrio das soberanias? Essasentidades absolutamente políticasas soberanias, cujos representantessois nesta conferência, iriam abdicarparte da sua independência nativanas mãos de um tribunal, obrigando-se a lhe submetter certas categoriasde pleitos entre Estados soberanos.Haverá nada mais caracteristicamen-te politico, senhores?

Attentae agora em outros assum-ptos pendentes de exame nesta com-missão. Quando se pesa a extincçãoou a mantença do corso, a perma-nencia ou a suppressão do direitode captura, para se optar entre asduas alternativas; quando se con-frontam as pretenções dos bellige-rantes e dos neutros, afim de se har-monisar, ou excluir; quando se deci-de, como teremos que decidir emcertos casos, entre a faculdade derecorrer á guerra e o dever de evi-tar, serão pontos de mero direitoesses que nos occupamos em diri-mir? Não é, pelo contrario, na po-litica internacional, o que estamos afazer?

Demais disso, em quanto aquivamos deliberando, senhores, noque adoptamos, no que recusamos,no que transigimos, não temos con-stantemente atraz de nós a politicade nossos paizes, a politica de nos-sos governos, como causa, inspira-ção, motor dos nossos actos ?

Quer-se de yéras fugir aqui dapolitica? Mas, meu Deus! é pagar-mo-nos de nomes, é não discernir-mos a realidade. A politica é a at-mosphera dos Estados. A politica éa região do direito internacional. Deonde emana todo elle, senão da po-litica? São as revoluções, são asguerras, são os tratados de paz queelaboram lentamente, esse grandecorpo do direito das nações. De on-de procede elle, o direito internaci-onal moderno? Primeiro, dessa re-volução americana, que precedeu áfranceza, e donde se viu assomar, de-pois dos Estados Unidos, a Ameri-ca inteira, livre dos vínculos colo-niaes. Depois, dessa revolução fran-ceza, que fundiu todo o mundo con-temporaneo em novos moldes. Ain-

da após, dessa potencia,liberal ecrea-dora, da Grã-Bretanha, com o seuascendente sobre o regimen dos ma-res, os actos dos congressos, o des-envolvimento da colonização remo-ta. Afinal, dos movimentos demo-craticos, revolucionários, sociaes, mi-litares do século XIX, as guerras doimpério, a unificação das grandesnacionalidades, a entrada em scenado Extremo Oriente. E bem: ahi ten-des a politica, ahi tendes o direitointernacional. Como, portanto, sepa-ral-os ?

A politica é que transformou odireito privado, revolucionou o di-reito penal, instituiu o direito con-stitucional, creou o direito interna-cional. E' o próprio dever dos po-vos, é a força ou o direito, é a civi-lisação ou a barbaria, é a guerra oua paz. Como, pois,subtrahi!-a a umaassembléa de homens livres, congre-gados a começar do século XIX,para imprimirem a forma convenci-onal ao direito das nações? Como,se esse direito e a politica, um comoutro sç confundem? Talvez só porconstituirmos aqui apenas uma as-sembléa diplomática? Mas a diplo-macia outra coisa não é que a poli-tica, sob a mais delicada, a mais fi-na, a mais elegante das suas formas.

Aqui está porque, senhores, mevejo obrigado a concluir, por fim decoutas, que, cortar-nos de todo emtodo o contacto com a politica, seriadictar-nos o impossivei, e o que en-tão se nos impederia, era o própriouso da palavra. Não nos metiammedo os vocábulos: interpretemol-os com os factos, e confessemos aboa realidade, que se impõe com asua evidencia irresistível. (Continua)

<t

—«•» <cí .-gj»

Só hontem, a tarde, recebemosresposta do radio passado por nóssobre o acto arbitrário do sr. tenen-te Victal Sobrinho, mandando á nos-sa redacção uma força arreara ban-deira nacional. Não discutimos o fac-to, porque, no governicho do mula-torico, só tem direito ou garantia,quem o adula ou endeusa. Nós quenão nos creamos para tão baixo fim,ficamos a espera de melhores dias, pa-ra discutirmos o caso que a Épocadeplorou, conforme este radio :

RIO,27-MUNICIPIO-Tarau-acá— Profligamos acto violênciaDelegado, appellando Presidente Re-publica.—Época.

-«#*--tx—eps*-

NOVO PREFEITOPor telegrammas recebidos hon-

tem da Capital da Republica, sabe-mos que, em logar do sr. dr. Octa-vio, foi nomeado o dr. Cunha Vas-concellos, ex-deputado federal porPernambuco.

Appoiados nos informes recebi-dos, temos a esperança de que oDepartamento do Tarauacà acom-panhará o progresso, vendo-se, por-tanto, livre dos administradores queo faziam trilhara estrada do regresso.

Parabéns ao povo Tarauacaensepor ir ficar livre do governicho doNapoleão de sebo, que infelicita es-ta zona.

umiiiiiniiiinniiiniiMiiniiiiuiiriiiiiiuiiiiiiimiiiiiiiiiiiniiiiiiiiniiiiin

«E' mais fácil enfiar um camelo pelo fundo dcuma agulha do que chegar um burro á razão*.

Logo que eu tomei uso de razão, ouvi dizer istoe coinprehendi, logo, que era unia quixotada. Sa-hindo no domingo a passear(não!pcnsem que voubrincar prenda), encontrei o Carlos Alencar queme disse :

-O chefe hoje está cheio.De que ?

-- Do artigo d'0 MUNICÍPIO !Porque ?Porque o jornal disse quc elle tomou caminho

certo!No rumo dos cofres da Prefeitura?Não; no gunverno.-Ah.ah, àh !...

li' possivel que o mulatórico seja tão igno-rante, mais do que o jornal o suppõe, explicandono mesmo artigo que elle inettcü-se em palmalo-ria, razão porque passou um foguete, em quem nãoexistia (sim, porque não existe director no tal or-gão da Prefeitura) e ainda mais, explicando que«ficava marcado na historia a ignorância de quemgovernava na epocha do pasquim ? Será possivelque o homem se alegre com coisas que fazem cho-rar ? Não, seu Carlos; você não está falando direi-to ou, então, quer encobrir aquillo que está a-costumado ver.

Nada, não senhor, porque eu cá sou ! tantoque elle não me deinittc, porque, além de. eu. feramarca de. quem o fez gunverno, possuo uns tantosdocumentos... que não sou Ribeiro para deixar odelegado tomar...

Olhe!... não vá negar isso mais tarde ... eunão tenho papas na lingua e, em me chamando,sou todo verdade!

- Não! mas eu cá sou, mas tambem'sei que o sr.não terá gosto em me deixar.na rua da amargura.

Ora ... quando Christo ficou,sem ser gatuno,quanto mais quem concorda còni gatunices...* *

Com a simplicidade com que um aniceto qual-quer, que a gente cria, responde o pessoal do or-gão official, quando alguém o interlocuta porquenão sabe o cujo.

Não c por nôs, porque daríamos, como de-mos no tempo do Amaral todas as semanas.

Porque não fazem o mesmo ?Porque lá todo mundo manda ...Como se entende essa niuxinifada ?

-E'assim : -Chega Assuiupção, dá ordem pa-ra sahir um escripto, qualquer; chega mais tardeo tenente, approva o que o chefe mandou. Tocaa tirar o jornal; quando menos se espera, entraseu Chico e diz :

Quc muxinifada é essa, sem me avisarem?Diz o llerminio :

Não senhor, foi o chefe que mandou tirar.Bumba ! Aqui mando eu !... desmanche tu-

do ou então, eu me dimitto !!Pois não, patrão 1...

E toca a distribuir tudo c incinerar a tiragem',quasi uo fim ...

E a Prefeitura quc perca tinta, papel; colla pa-ra rolos e pague a typographos, que, além de te-rem de cumprir a sua arte, ainda agüentam maisa de duplical-a !...

Mas, como vencem por mez, asseguro que nãoterão prejuízo. * *

Bom dia, sr. Piauhy, como vae, diga-me cáuma coisa.

--Bons Asas scu Aristarxo (como chamou o ex-empregado deste jornal, Vcrgniaud,quando escre-vi a primeira vez).

Você que tem um filho lá na giringonça doPrefeito, ha de saber como e porque o Aristides,que ausentou-se daquella repartição, affirmandoaos seus collegas formados que não os deixaria,retomou o caminho que deixara ?

Ora, seu Aristarxo (não vá fazer encrencascom eu) mas o sr. sabe que todo inundo andaatraz de interesse...

A que vem isso ?O sr.está se fazendo'de chato para não rolar!..Não comprehendo!

-Pois eu lhe abro a caixa do miolo; não viuque o moço ganhou o cargo de professora ? Hamuitos mezes que estava na forja, mas o mulato-rico (como o sr. o chama), ia roendo a corda, atéque o felizardo zangou-se e sahiu; e, como o che-fão não pôde estar sem um doutor que lhe ensineas tezes, fez a nomeação e acabou-se a zanga e ahistoria; se quizer mais claro, bote agua filtrada.

O sr. é um sabe-tudo, sr. Piauhy.-Mas não vá fazer encrenca com isto, senão a

minha bocea para o seu jornal será um botão...* *

Eu não posso nem devo querer mal ao Marco-lino : elle tem defeitos, como todo filho do pec-cado original tem, portanto, deve passar como osdemais.

E' uma boa alma que nunca se zanga e, quandose dá o caso de zanga, no mais apurado da festa,larga elle uma gostosa gargalhada e tudo ficaquieto...

Falei hontem com elle sobre a rolha que tenta-ram pôr na imprensa; ouviu-me attenciosamente erematou assim a conversação. «Só eu sei o effeitoque causou na gente do governo o procedimentodos habitantes do Departamento para com O MU-NICIPIO. Tambem, nunca mais cahirá.»

* *•Ultima hora-Cartas do Embira dizem que o

Castello baixou a cabeça como mangará de bana-neira, depois que viu o triumpho d'0 MUNICI-PIO. Poderá! Se elle sabe quc deante deste jornalnão pode levantar a fronte, é o qu'o th'o digo epode escrebere...

Aristarcho

Tril-a. -íu

Funccionou este tribunal nos dias24, 25 e 26, sendo julgados quatroaceusados.

No primeiro dia entraram em jul-gamento os réos Porphirio José d'0-liveira e João Patrício dc Oliveiraaceusados do crime de fratricidio.Compozeram o conselho julgador ossrs. Rocha do Brazil, Joaquim Gon-calves Ferreira, Miguel FranciscoVasconcellos, Josá Julio Nogueira, eCarlos Alencar.

Defendidos pelo sr. major Luiz doLago, foram absolvidos por unani-midade de votos.

No segundo dia entrou cm julga-mento o réo Laurindo Manoel doNascimento.accusado do crime de homicidio duplo nas pessoas de suamulher e sogra.Defendido pelo sr.Ro-cha do Brazil, foi absolvido por tresvotos contra dois. O conselho desentença compoz-se dos srs. MajorLago, Antônio Horácio, MarcolinoDuarte, Trajano Barroso, e José Pe-reira de Lucena.

No terceiro e ultimo dia foi julga-do o réo Lauro José de Figueiredoque matou, á tiro de rifle, no rioMassipira, o inditoso guarda-livrosCardoso.

A aceusação produzida pelo Pro-motor Publico, dr. Aristides Lemos ea defesa, pelo dr. Bezerra, filho, esti-veram na altura do bárbaro crime.

O conselho ficou composto dossrs. Trajano Barroso, José Julio No-gueira, Carlos Alencar, Antônio Ho-racio e Francisco Eduardo Quary-guazii

O réo foi absolvido tambem, portres votos, contra dois.

Não podemos deixar de condem-nar, como órgão da opinião publica,e por conseguinte da sociedade, omodo escandaloso com que obrouo conselho do jury, absolvendo os do-is últimos criminosos!

Mas uma vez fazemos ver que ojury popular não serve para o Brazil.emuito especialmente para o Tarauacà.

Absolver, como absolveram,os do-is réos, um de duplo crime, e ambos,os ditos réos, confessos, é autorisar ocrime com a mais franca liberdade!

O conselho que julgou Laurindo,af firmou o crime, mas arvorou-se amedico e disse que o criminoso es-tava doido na òccasião!

Santa Barbara!!Os julgadores do nato assassino

Lauro, não obstante o réo confessaro crime, negaram-n'o!

São mais realistas que o própriorei, embora fiquem diplomados co-mo inconscientes.

O dr. Promotor Publico appelloudas sentenças dos dois criminosose temos certeza que o Tribunal deAppellação mandará submetter os ré-os a novo julgamento, quando pro-vavelmente, encontrarão justiça, porque os 10 que os julgaram estão forade combate.

E nos bazeamos para pensar queo Tribunal obrará, como acima dis-semos, no accordão que abaixo trans-crevemos.

O procedimento do jury do Tarau-

acá, concorre para que as autorida-des do interior não prendam maiscriminosos, porque não quererão in-correr na fúria dos matadores, que,contando com a impunidade, logoque se virem livres, voltarão a ma-tal-as, viugaudo-se de terem sido pre-sos..

A Prefeitura, por sua vez, lucrarácorn esse procedimento, porque nãoterá que gastar dinheiro engordandocriminosos para ficarem com o pul-so mais forte para descarregarem gol-pe ou tiro certeiro.

Eis o accordão:«Vistos, relatados e discutidos es-

tes autos de appellação criminal, dacomarca do Tarauacà, em que é A.a Justiça Publica e são appelladosJoão Cavalcante de Sá Gouveia ePedro Fernandes Lima etc.

Considerando que não foram in-timadas a comparecerem perante ojury, as testemunhas ouvidas no pro-cesso;

Considerando que o facto daspartes terem dispensado o compa-recimento das mesmas, por òccasiãodo julgamento perante o jury, nãosana a nullidade substancial decor-rente da não intimação;

Considerando que no julgamentoanterior, no qual os réos foram con-dem nados, tambem não foram pre-enchidas as formalidades da lei, sen-do que nesse o dr. Presidente doju-ry chegou ao ponto de indeferir orequerimento de uma das partes quepedia o adiamento do julgamentopor não terem comparecido as tes-tem unhas;

Accordam em Tribunal, dar pro-vimento á appellação, afim de, an-nullando o processo á começar dosactos preparatórios para o primeirojulgamento, mandar que os réos se-jam novamente submettidos a juiy.

Cruzeiro do Sul, em 8 de Oulu-bro de 1915.

Vieira Ferreira, presidente. Ameri-co, relator, Mendonça. Votei tão so-mente pela annullação do segundojulgamento. Fui presente, S. Silva.»

Deslavre-se mais 11 tentoPhrase popular brazileira a quem

ganha mais uma causa.O povo do Tarauacà, que está de-

mais convencido de que nós somosos obrei ros do progresso deste Depar-tamento, e certo do quanto temos si-do calumniados por pessoas que sen-tem nisso prazer, sabe que nunca fal-tamos o dever que nos compromet-temos guardar; e, assim, estamos emnada nos incommodando que, aquel-les que vivem simplesmente dos di-nheiro públicos, nos queiram mal.

Agora, neste momento, que sabe-mos quanto se fez aqui para mostrar,não ao publico, mas aos que lançamsuas injurias contra o único homemque tem, corn altivez, enfrentado to-das as conseqüências, o nosso direc-tor, e que procuraram convencer aosmais que nós estávamos disvirtuadosdo meio dos bons, com um orgulhoque nem todos sabem quanto vale, re-produzimos abaixo o que nos disseo General Thaumaturgo em carta de2 de dezembro, ultimo, contando ques. exa. nos dispense da sua falta de

10CAMILLE FLAMMARION

ACABARÁTRADUCÇAO

-DE-RIBEIRO DE CARVALHO E MORAES ROSA

(Continuação)Será esse o nosso fim. Segundo todas as proba-

bilidades, o nosso pequeno planeta morrerá defrio, pela ausência do vapor aquoso da almosphe-ra, antes que o Sol tenha perdido a fecunda irra-diaçâo da sua luz e do seu calor, c, na ordem dosdestinos planetários, Júpiter e Saturno suecederãoao nosso mundo extinetò; pois terão nessa alturaadquirido, pela continua condensação, a dureza,a solidez, a estabilidade quc não parece que te-nham .nos nossos dias, se lhes não fôr detido oseu cyclo pela extincção prematura do Sol.

Muito tempo depois, dentro dc 25 ou 30 mi-Jllões de annos, ou talvez mais, o Sol, por sua vez,

chegará ao seu outomno e ao seu inverno. A suairradiação luminosa e calorifica terá sido sustadapela sua condensação secular e pela queda inces-sante de meteoros. Muitos cálculos se teem feitonesse sentido e todos conduzem proximamenteao mesmo rezultado.

Na magnífica obra sobre L'origine du Mondediz Mr. Faye:

«Não é que o systema solar deva dissolver-sedeslocar-se ou acabar por sc englobar todo namassa central. Laplacc demonstrou quc esse admi-ravel mechanismo estava feito para durar indifi-nidamenle. Todas as condições de estabilidademechanica se encontram nelle reunidas, e dc pas-sagem recordaremos, quc essas condições são dc-vidas ás particularidades próprias da massa caho-tica de quc elle sahiu. Mas o universo não dis-pende energia para durar, einquanto que o Soldispende-a cnorineinente para brilhar, e como asua provisão é limitada e não pôde renovar-se, de-vemos esperar, não como próxima, certamente,mas como inevitável, a morte desse Sol como sol.

Depois de ter brilhado durante muitos milha-res de annos ainda, acabará por enfraquecer eseextinguir, como se fosse uma lâmpada á qual fal-lasse o azeite.

> Numerosos pheuoinenos celestes nos advertem

deste facto: as estrellas cuja luz vacilla, as quc seapagam periodicamente, para a simples vista pelomenos, como suecedeu com a da Baleia, e as quedesapparecem definitivamente.

'¦.Considerando principalmente essa phase final,comprehcndemos o importanle papel que o Sol ciesempenha neste systema, alem dos effeitos mecha-nicos da sua poderosa attracção. O Sol perde cons-lantemente calor; a sua massa condensa-se e con-trahe-sc; a sua fluidez diminue; e um momentochegará em que a circulação que alimenta a pho-tosphera e que regula a sua irradiação, fazendocom que nella tome parte a enorme massa quasiinteira, será embaraçada e começará a tornar-semais lenta.

<rEntão, diminuirá a irradiação da luz e doca-lor, e a vida vegetal c animal ha de ir-se concen-trando mais e mais no equador terrestre.

«Quando essa circulação cessar, a brilhante photosphera será substituída por uma crosta opaca cescura que supprimirá toda a irradiação lumino-sa. Talvez se produzam tambem no Sol as alter-nativas, que se observam nas estrellas ao começara sua phase de extincção; talvez um desenvolvi-mento accideulal de calor, devido a algum des-moronamento da crosta solar, devolva, por uminstante, a esse astro o scu primeiro esplendor;

mas não tardará a~enfraquecer e a extinguir-senovamente, como suecedeu ás famosas estrellasdo Cysne, do Serpcntario, e, ultimamente, á daCoroa Boreal.

<:Os planetas, que constituem o systema, conti-nua rão girando em redor do Sol apagado, escu-ros e frios. »

Tal será, sem duvida, o aspecto final do sys-tema solar.

Mas... E depois? E depois da morte da Ter-ra e da morte do Sol?

Ficará tudo morto?A mais de um leitor oceorrerá agora essa pergunta.

Tratar, não de rcsolvêl-a, certamente, mas delhe responder, é caso que demanda muita audácia.Mas, apesar disso, a curiosidade tenla-nos. Aue-lorisa-nos, verdadeiramente, o estado actual dasciencia, a ter como provável no futuro esse e-quilibrio final e definitivo?

UMA VIAGEM PRODIGIOSAEncontrava-me eu,-então, cm Veneza. O antigo

palácio ducal dos Spcràrizi conservava abertas assuas grandes janellas; o astro da noite reflectia nomar os sulcos prateados das embarcações e a im-inensidade do céo desenvolvia-se magestosainen-tc por sobre as torres e as cúpulas.

Quando os músicos, baloiçaiidò-se nas gondo-

Ias, deram a volta pelo canal, para desusar sob aponte dos Suspiros, os seus últimos coros desva-neciam-se no silencio da noite c Veneza pareceuadormecer nesse somno profundo que nenhumaoutra cidade conhece como a rainha do Adriático.

Esse silencio era apenas interrompido pela pen-dula do velho relógio, e eu talvez não tivesse a-preciado toda a profundidade daquelle mutismouniversal, se a isso me não tivesse convidado aoscillação do apparelho destinado a medir o tem-po. Aquelle ruido monótono marcava o silencio,e, coisa extranha, parecia augmental-o.

Sentado junto da ampla galeria, contemplavaeu o disco brilhante da Lua deslocando-se no es-paço azul c radiante de luz, e pensava' em quc o.astro da noite, tão tranquillo na aparência, avan-cava mii kilometro no espaço a cada movimento,do pêndulo. Isto impressionou-me um tanto, tal-ve/. pela própria solidão de quc estava rodeado..Olhei para o y;lobo lunar, no qual, á simples vis-ta, se distinguem os seus antigos mares e a suaconfiguração gc&graphica, c pensei que talvezhoje mesmo esteja habitado por seres com um or-ganismò différeiite do nosso, podendo viver neliecom íiniaatinosphera extraordinariamente rarc-feita.

(Continúajf

Page 3: Olavo Bilac - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/720658/per720658_1916_00256.pdf · Defesa baseada em documentos falsos O prefeito em exercicio, José Vi-cente Assumpção, fustigado

O MUNICÍPIO 30 de Janeiro de 1916

autorisação. — «Patrícioe Amigo Pe-dro Leite—Saudações e abraços —

Agradecido pelo radio recebido ho-je. Por ora nada ha de positivo sobrea reforma do Território. As grandesquestões não são resolvidas, como de-viam ser. O amanhã é o nosso mal,o nosso remédio, a nossa ruina. Eu-tretanto, confiemos na boa vontade doactual Presidente da Republica quepromette resolver o caso da melhorforma.

A' patriótica Redacção d' O MU-NICIPIO e a prezada Colônia Piau-hyense, em Taranacá, cumprimentoe agradeço as felicitações que me en-viaram em 17 de novembro, pormeio de radio recebido hoje—Rio

2 — 12 — 15. —TH. AZEVEDO.

—-s-.2P> «ws- <&¦*• -

0 MUNICÍPIOno Rio dc Janeiro

Do grande, acreditado e velhoórgão «Jornal do Commercio» doRio de Janeiro, de 29 de novembro,proximo findo, transcrevemos abai-xo um artigo, pelo qual verão quesomos verdadeiros, e só o fazemospara convencer ao sr. OctavianoNovaes, a quem o sr. Regallo Bra-ga alcunhou de «doutor Feijão», queo nosso jornal é lido nos grandescentros, ficando, com isto, sem im-portancia.o que esse pimpolho dissea nosso respeito:

«A propósito de um telegrammapublicado por esta folha, em dias deJulho do corrente anno, procedentede Tarauacà (Acre), sobre a substi-tuição do Coronel Alencar pelo Dr.Galdino Ramos, em que se declara-va ser este detestado pela popula-ção do Departamento, fomos hon-tem procurados por esse cavalheiroque nos mostrou um artigo do «O

i, ¦ Municipio», jornal de villa Seabra,sede do mesmo Departamento.

Esse artigo desmente categórica-.mente a informação enviada pelo te-ilegramma sobre o Dr. Galdino Ra-

» ;mos e é tanto insuspeito quanto, co-•mo nos declarou esse doutor, nãoiconhece pessoalmente o autor da-quelle periódico, que, alem do mais,deu combate . sem tréguas á admi-xiistração prefeitural do Coronel An-tunes Alencar.(D' O Imparcial, de 28 -11 -1915

UM CORRESPONDENTE INCÓGNITO

Casualmente encotrámos n'0 Im-parcial, matutino carioca que des-fructa grande sympathia pelo rigo-roso cumprimento dado ao seu vas-to programma de reconstrucçao so-ciai, um radio daqui transmittidocom visíveis intuitos de perversi-dade.

A edição do illustre confrade, aque nos referimos, traz a data de25 de Julho ultimo, e o despachoradiographico é, nada mais, nada me-nos, o seguinte;

«Tarauacà, 24 (Do corres-pondente)—População a-

larmada noticia Prefeito A-lencar será substituído pelo Dr. Gai-

. dino Ramos, nome detestado emtodo Departamento.»

Não conhecemos tal correspon-dente e talvez trabalhoso seja desço-bril-o, embuçado como se acha nogrosso burel do seu anonymato ede sua covardia. O nosso papel nãoé simplesmente o de reactor paraos transviados do caminho do dever,mas tambem ode defensor dos bons,dos homens de mérito.

Assim dizemos e assim praticamos.O radio acima, ásocapa e manho-

samente organizado, obedece a sen-timentos inferiores, é uma mentira euma gymnastica que nos permittesuppôr quem venha a ser o acro-bata.

O illustrado Dr. Galdino Ramos,muito digno filho do Coronel Ray-mundo Martins de Souza Ramos e

-distineto irmão do Dr. Souza Ra-

mos, ambos com serviços valiososprestados a esta téh'a, é conhecidoneste Departamento por um nume-ro assás avultado de pessoas que otem no melhor conceito, e a que in-contestável mente faz jus pelo seu es-pirito trabalhador e infatigável, pelasua probidade, e que pelo seu ta-lento conquistou preeminencia en-tre seus collegas na Academia deMedicinada Bahia .e notável posi-ção, assim no seio da sociedade ma-nàüénse, de que é elle bello orna-mento.

Pode o Dr. Galdino ser detesta-do pelo indivíduo que gastou seusvinténs com a transmissão do ra-dio, mas é preciso observar que osactos desse diffamador não rece:bem approvação dos homens deresponsabilidade deste Departamen-to.

O fito foi outro bem diverso:--afastal-o de suas pretenções no go-verno desta circumscripção federal,que teria a lucrar, e ibto affirma-mos convictamente, scientes dacoínpetencia e do elevado critériocom que elle dignamente se vemconduzindo.

Não tememos refutação e o insi-dioso «correspondente» que bote amascara abaixo e appareça.

Até quando, Sr. Machiaveilo!»(D'0 Municipio de 10 de Outu-

bro de 1915.

'Sm borasNASCIMENTO :

Montem teve sua feliz deliWcince a ex»ia sr-i cl.Anninhãs Gomes, idolatrada esposa do dr. San-são Gomes, vindo ao mundo'uma robusta crean-ça do sexo feminino;

Parturiénte c reeemnascida passam sem altera-ção.

Muitos cumprimentos recebeu o feliz casal, a-quem mandamos apresentar nossos emboras e onosso director pelo auxiliar Waldemar de Albu-querque, gentilmente recebido pelo chefe daquel-le lar.

ANNIVERSARIOS:Hoje, completam tres annos de casados o sr.

Francisco Coriolano de Sousa e sua cx»ia espo-sa, d. Maria do Carmo Ferreira.

¦S^Amanhã é o dia natalicio do sr. FranciscoRadier da Frota, bemquislo commerciante, sócioda firma -Muni, Irmão &C* estabelecida no rioMurú, no seringal Democracia.

<*§TNS,Dcpois d 'amanhã estará eugrinaldado oexemplar Íar do feliz casal dr. Sansão Gomes, porser o do natal da sua interessante Edmée.

tg^No dia 2, passará o natal da menina Zulei-da, filha do sr. José Martins Pardo e de sua es-posa.

-^<E>—<2jj5

«FOLHA DO NORTE»Deste importante órgão da im-

prensa paraense, trancrevemos osseguintes telegrammas do mez dedezembro: —Rio, 25 O Senado ap-provou, entre outras emendas doInterior, uma auetorização ao Exe-cutivo para reformar a organizaçãoadministrativa e judiciaria do Terri-torio do Acre, simplificando a admi-nistração federal e reduzindo a umos actuaes Tribunaes de Appellação,dando representação na Câmara Fe-deral, ao povo do Território, quefica, para esse fim, equiparado aosEstados.

— O Senado approvou em 3a. dis-cussão, o orçamento da Fazenda, afixação das forças navaes, a amnis-tia aos revoltosos do Ceará ;e a re-ducção de 5 % ás prestações semes-traes pagas pelo sr. José Porphiriode Miranda, arrendatário das fazen-das nacionaes no Piauhy.

—A «Época» transcreve o seguin-te trecho, traduzido pelo jornal «OAluado», de Florianópolis, da Fran-kfur Zeitang»:

«O Brazil é uma terra de ignóbeisnegros, decendentes de pretos escra-vos e parece estar ao lado dos alli-ados.

No Rio e São Paulo continuamas manifestações de sympathia pelaFrança, ao passo que os 'allemãessão maltratados e insultados. Mas aAllemanha, após a victoria,ha de vin-gar-se desse paiz de negros, filhosde escravos.Tomaremos conta do sulatravez dois Estados do norte.

Rio, 26-Foi convocada a Ca-mara para approvar, hoje, ás 2 ho-

ras da tarde, a redacção final do Co-digo Civil.

.Montem, na oecasião em que acommissão encarregada de sua con-fecção.assignoii o autographo da re-dacção final, o presidente, deputadojLístihiano de Serpa, falou sobre asoleumidade do acto.

O sr. Antônio Carlos pediu quefosse consignada, em acta, asuapre-sença como leader da maioria, queia levar applausos á commissão pe-Ia mais notável obra da actual legis-latura, um relevante serviço ao paiz,digno da cultura jurídica brazileira."Apôs

a assignaeura foram servi-das taças de champagne.

—Washington,-2õ,Causou sensaçãoa declaração doaddido militar á em-baixada japoneza, que, entrevistado,disse que no caso de repetição depiqueamento de navios japonezes, oJapão mandará contingentes, tam-bem", de sua esquadra, intervir dire-ctamente na guerra européa.

Sinecura ou nepotismo*?Se lia ou se existe cargo no go-

verno municipal que se pôde taxarcom os termos que fazem objecto d'este artigo, innegavelmente é o de se-cretariÒ do Conselho Municipal, como gordo ordenado de4:800$000,pa-ra nada fazer.

Sim; para nada fazer, porque, des-de que o Conselho não sereuna,elle,o secretario, não trabalha e, mesmoque funecionasse, seria um empregodispensável, porque teria de traba-ihar, apenas, tres vezes no anno,nas sessões.

Sinecura, dizemos, e não se podeapplicar outro termo a quem exerceum cargo, simplesmente para fazerjus ao ordenado, nada fazendo.

Nepotismo, e achamos muito a-dequado, porque foi uma nomeaçãofeita pelo coronel José Marques deAlbuquerque, vogai, no logarde presidente do Conselho, para oseu sobrinho, José Marques de Albu-querque Sobrinho, que, sem ter o quefazer, perambula pelas ruas da villâ,ensinando creanças do século frágile rascunhando postaes para sua ella.E foi o coronel José Marques quemmais concorreu para que o Conselhonão funecionasse na ultima sessão doanno, porque, sem que nem.mais, re-tirou-se da villa.

Dizem os que vivem emmaranha-dos nos negócios públicos que a re--tirada de 's.sa.foi porque o digno In-tendente pedia a extineção do cargo.

S. exa. o dr. Intendente, se teveem vista acabar com o logar, é porque não admitte sinecuras e o quepaga o Conselho ao seu secretario,para não trabalhar, dá perfeitamentepara conservação da limpeza dasruas. -

S. exa. andaria acertadamente, sus-pendendo aleí,neste ponto, e submet-tendo seu acto a approvação do Con-selho, que, pensamos, o approvarápor ser de alto interesse do Muni-cipio.

Cremos que o coronel José Mar-quês não nos quererá mal por estajusta apreciação, salvo se quizer queos munieipeso maldigam.

__r.-;gí!-<_S_—«É^..

sidico da Capital da Republica, queno dia 24 nos respondeu com o se-guinte radiogramma:°

«Red.icção MUNICÍPIO Villa Seabra Tarauacà. Não havendo audien-cia publica entreguei papeis portariaPalacio recommendações espeeiaesentregar Presidente. Nenhuma refor-ma sobre Acre. Lopes Gonçalves fa-lou diversas vezes.

((Téj d »O vapor, cujo nome encima estas linhas, velho

como todos que aqui mourejam o conhecem, nãoqueria morrer sem que visse os seus velhos afilha-dos e alguns netos. Teimou e foi caipora, porque,fraco como estava das costcllas, encontrou, umpouco., acima do Ara/y e um pouco abaixo dassuas cõstèllàs, uni pão mòlengo qui o fez que-brar a força e dizer-lhe-sou mais forte.

Lastimamos os dois casos suecedidos uni apósoutro, em vapores da casa Nicolaus, porque sabe-mos que os dois vapores, ultimamente prejudica-dos, vieram s.)b o cornmando do distineto officialda marinha mercante, sr. Sussuarana.

((Muias Geraes'))Em a noite de 26 chegou a nosso

porto a lancha Minas Geraes da ca-sa Nicolaus, que continuou viagematé Maceió, donde regressou hoje pa-ra receber a carga do Tejo.

CinemaNo domingo ultimo noticiamos

que o cinema «Edison» não funeci-onaria até que chegasse o sócio Jo-sé Moreira de Rezende.—A' tarde,porem, recebemos a carta que abai-xo publicamos, para que o publicofique sabendo de que este jornal nãomente, ainda mais, com relação .anoticia aílúdidá, porque, quem a transrnit.tiü a esta redacção, foi o electri-cista d'aquella casa sr Joaquim Mei-relles.

Eis a carta a que acima nos refe-rimos:

IU»10. Sr. Dr. Pedro LeiteBôa tarde

Vendo eu o que diz O MUNICI-PIO sobre nossa casa, «que não ha-via mais espectaculo emquanto não viesse o Zéca,» achei muito justo por-que nós havíamos dito assim, masnós arrumando a ferragem do motor,encontramos alguns pedaços de car-voes.que talvez dê dois espetáculos,e por isto resolvi assim.

Arthur Moreira de RezendeLabowilori» ilt> « A.uti<jal»Do exmo sr. dr .Maximiliano Ma-

chado, proprietário do Laboratóriodo «Antigal»na Bahia, recebemos defestas dois chromos com folhinhasde desfolhar e um maço tambem defolhinhas para parede, acompanha-dos de uma carta, pedindo que fizes-seinos destribuil-as com o nosso jor-nal, no que satisfaremos a s. exca.

Cigarros da Ía5>ri<*a «!»al-síioi vinha »

Pelo sr. Raimundo Moura, foi-nos gentilmenteofferecido uma amostrados seus deliciosos cigar-ros <Bragantinos>, fabricados com especial tabacode Bragança.

Cremos "que,

brevemente, não sc terá necessi-dade de importar cigarros das praças, porque os«Bragantinos) satisfarão os consumidores.

Agradecidos.Kçcjrcssq

Depois de 9 mezes. de ausênciadeste rio, regressou da Europa ocommerciante, sr. Xavier Giordano,passando neste porto a bordo daMinas Geraes. O sr. Giordano visi-tou esta redacção e continuou via-gem para a sua propriedade —Par-thenope,

Vis. Ias 'O tenente coronel Antônio Nunes,

um dos grandes batalhadores peloprogresso desta região, tendo vindoa esta villa no dia 26, não quiz fur-tar-se de nos dar o prazer de sua a-mavel visita.

Mourejava ha mais de trinta annospelo Amazonas, ja como empregado pu-blico, ja como commerciante, que foiantes do cargo que agora oecupava.

Em politica,depois do/idvento da Re-publica, militou com o nosso directorno partido Nacional que passou por di-versas phases de opposição e ambossempre acompanhando o general Thau-maturgo.

Deixa viuva, a ex'»*. sr-"*. d. JustinaMonteiro.

A cila, pois, e aos irmãos delle, Apol-linario Monteiro da Cunha e João daCruz Monteiro, que tambem foram, col-legas do director desta folha, as nossassinceras condolências.

PARAEVITAR IGNORÂNCIAPrevino ao commercio c ao publico

em geral que não façam negocio de com-pra da lancha «Meran»movida a keroze-ne, de minha propriedade e em serviçodo Sr. Damião Dias, sob pena dc fica-rem sem ella, porque eu irei buscal-adopoder de quem ella estiver. Só quem apode vender sou eu e, qualquer actodo Sr. Damião neste sentido é nullo ecriminoso e eu farei valer osjneus di-reitos perante as autoridades do paiz.

Aproveito-me deste jornal de grandecirculação, para que ninguém possa al-legar ignorância.

Villa Seabra, 27 de Janeiro de 1916Xavier Giordano

Faiscn electricaDa tro voada que se desenrolou nes-

ta villa na tarde de domingo passa-do, cahiu uma faisca electrica na tor-re da radiographia, estragando os fi-os que prendem as antenas, ou coi-sa que o valha.

No dia seguinte os empregadosdaquella repartição atacaram comactividade o trabalho para concertar,de niodo que na terça-feira ficou res-tabelecido o serviço radiographico.

3Sa<i:o«]i'a3ii!iiasVersando nesta localidade duvidas

sobre a reforma doTerritorio,elcis deterras, nós, para tirarmol-as, ra-diographamos a um competente cau-

GYPRESTESLendo o «Cruzeiro do Sub, de 5 de de-

zembro, ultimo, deparamos com a tristenoticia do fallecimento, na capital doDepartamerno do Alto Jurua', no dia 28de novembro, do bemqnisto tenente-co-ronel Theodrp Monteiro da Cunha, na-tural do Estado do Piauhy.

O finado exercia o cargo de tabelliãode notas daquella cidade, desde que foiinaugurado o Departamento pelo ex'»o.sr. general Thattmaturgo de Azevedo.Foi contemporâneo do director destejornal e eollega escolar, em Thereziua,quando era alli professor publico o co-ronel Juvencio Sarmento, proprietário hamuitos annos na capital do Para.

Homem pacato, de bons costumes,vivia para o seu Iar e para as obrigaçõesdo seu officio.

tuas da guerraA traição do tzar da Bulgária as-

sombrou a população inteira domundo civilisado.

Se os príncipes francezes em ge-ral passam como personagens semdestaque no fundo azulado do qua-dro inflamado de sangue e de gloriada pátria, eis um sobrinho de Fernan-do de Coburgo que ousa dirigir-se aseu tio na bella linguagem da França.Esse príncipe inspira com isso, a to-dos, os encantos, tanto mais por nãoser elle pretendente a cousa alguma,nem cá coroa, nem ao exilio.O duquede Montpencier, filho do Conde dePariz, bisneto de Luiz Felippe é umsimples e bom cidadão da Republi-ca, tendo se tornado útil a seu. paiz,por meio de. ousadas- explorações.Elle solicitou e obteve o apoio do go-verno republicano o que é natural.Elle não se mostrou ingrato o que épara admirar. Ao chegar a qualquermunicipio vae logo cumprimentar asautoridades locaes, como que paraagradecer o auxilio que o governolhe dá para o seu apostolado coloni-al. Esse athleta de trinta annos de ida-de é o primeiro atirador do mundointeiro, esse official da marinha naci-onal foi um dos heróes de Melilla, a-onde elle exerceu o cornmando de desembarque, esse sobrinho do acade-mico duque d' Aumale escreve muibem e fala ainda melhor com o co-ração na mão como poder-se-ha jul-gar pelo longo telegramma com oqual elle mimoseou seu tio, Fernandorei cia Bulgária, telegramma que pas-samos a transcrever:

Ao tzar Fernando em Sofia, deLondres, 7 de outubro dc 1915

Meu tioCommovido apresentei-te ha tres an-nos a expressão de minha ferventeadmiração, depois de tuas victoriassobre os turcos. Senti-me então orgu-lhoso dos laços de parentesco quenos uniam, considerava com vaidadeos progressos do que tu chamavas,tu mesmo, «a cruzada sacra» e eupresentia em tua alma a secreta am-bicão de fazer, um dia resoar glorio-samente na frente de Santa Sofia emConstantinopla as patas de teu cavai-lo de batalha.

lioje rompendo ultrajosamente oslaços de reconhecimento que deves áRússia libertadora, traliindo as aspi-rações nacionaes de teu povo, tu telanças, tu, príncipe da raça franceza,nos braços desses mesmos turcos, te-us inimigos de hontem, e que de ma-is a mais se tornarão os inimigos da«França".

Tua santa mãe, minha tia Clemen-tina, filha dc um rei dc França c tãofielmente franceza; teus tios os uo-bres e correctos soldados Orleans,Aumale, Demours, Chartres, se ellesouvissem os ruídos da terra, se le-

Page 4: Olavo Bilac - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/720658/per720658_1916_00256.pdf · Defesa baseada em documentos falsos O prefeito em exercicio, José Vi-cente Assumpção, fustigado

O MUNICIPIO"30 dc janeiro de 1916

vantariam de seus túmulos para telançar sua maldição á face.

Eu que te enviava, tão a miúdosobretudo no dia de teu anniversa-rio, que tambem é o meu, os meusvotos affectuosos e ternos; eu, que,te considerava um filho de França,um filho que honre sua decendencia,eu te renego hoje, não te conheçomais e te abandono tua á apostasia ateus remorsos a teus turcos e ateus boches.

Fernando d'OrleansDuque de Montpensier

DEZEMBROAMSTERDAM, 5-0 » Berliner

Lokal Anzeiher», apezar da vigoro-sa censura imposta pelo governo aí-lemão á imprensa, publicou um ar-tigo lamentando a intransigência dosalliados em não consentirem na paztão desejada por numerosos esta-distas allemães.

Chegam de Bruxellas numero-sos feridos allemães, provi nien tesdos combates que se estão travando.

LONDRES, 3—Foi desmentida anoticia de um accordo entre a Alie-manha e a Hollanda.

LONDRES, 5-Estão empenha-dos violentos combates ao norte daFrança.

Uma esquadrilha de submari-nos inglezes está bombardeando Os-tende e destruindo as fortificaçõesallemãs de defesa.

LONDRES,7-0 «Foreign Offi-ce:> publicou uma declaração assi-gnada pelos representantes da In-glaterra, França, Rússia, Itália e Ja-pão, compromettendo-se a não assi-gnarem a paz em separado, em casoalgum.

Oceorreu na Prussia grandeexplosão numa frabrica allemã demunições de guerra,causando nume-rosas victimas e enormes estragos.

ROMA, 3 —O estadista Sonninodeclarou em Nontecitorio que a Ita-lia está absolutamente solidaria comcs aluados;já-teádo-adherido-4-Gon-venção, firmada pelalnglaterra.Fran-ça e Rússia, de não fazerem a paz se-paradamente.

Assegurou, egualmente, que a Ita-lia soecorrerá a Sérvia.

Os italianos oecuparam as po-derosas posições austríacas do con-tra-forte de Vodil, na zona de Mon-te-Nero, no medio Izono.

O -Kaiser» Guilherme II, estáfurioso contra o imperador Fran-cisco José, por ter este feito, semconsultal-o, varias propostas de pazao Czar.

Da recente visita que elle fez aoimperador, resultou a demissão detres ministros austro-hungaros, quese mostraram partidários da paz.

ROMA, 7 —A artilharia italianabombardeou violentamente Agaro.

SALONICA, 7-As tropas fran-cezas repelliram os búlgaros emKos-turino, impedindo-os de atravessar,em Cerna, a estrada de ferro da Ma-cedonia, em poder dos alliados.

Os búlgaros atacaram os servi-os a oeste de Prisrend, tomando-lhesmunições.

—As tropas se; vias que defendi-am Monastir fizeram juneção ao ex-ercito francez que opera em Mace-donia.

Torpedeiras alliados forçaramos Dardanellos até Ploya, bombar-deando as fortificações de Achi-Baba.

BUKHAREST, 3-Foram des-truidas por um incêndio as usinasHerezek, de Buda-Pesth.

PARIS, 5 — Le Figaro assegu-raque,á vista da demora na respostada Grécia ás requisições dos allia-dos, estes fecharão os portos gregos.

ATHENAS, 2-O governo bul-garo enviou uma nota ao da Roma-nia, ameaçando de rompimento, ca-

• so essa potência balkaníca permitiaque o exercito russo suba o Danúbio.

Essas ameaças chegaram a Bu-kharest justamente quando o gover-no romaico havia deliberado impe-dir a passagem dos russos por aquel-la artéria fluvial.

O povo daquella cidade, sabendo

da attitude ins.olehté da Bulgária, sa-hiu á ruaçafim de protestar.

Uma multidão incalculável faz ri'esse momento, em frente ao palácioreal, manifestações estrepitosas emfavor da guerra.

ATHENAS, 2-Continiia a ob-stinada resistência servia.

ATHENAS, 3-Os allemães semostram desapontados por terem osservios destruído as suas minas decobre, ao evacuarem o território res-pectivo.A chegada de quatro mil con-scriptos servios a Monastir permit-tiu a defesa da cidade, que se encontrapresentemente muito fortificada.

Os «comitadjs» búlgaros corta-ram a retirada dos servios na Albânia.

Os russos atravessaram o Da-nubio, penetrando na Romania.

Numerosas tropas russas, atra-vessando o Danúbio, chegaram á ci-dade romaica de Babadagh, na re-gião do Dobrudja.

NEW-Y0RK.1 -Informam deBerlim quc os austro- allemães in-vadiram o território montenegrino.

NEW-YORK, 2- Jornaes alie-mães espalham o boato de que o reiPedro I.da Sérvia, tentou suicidar-se.

^oíicitados

PROFISSIÓNAESADVOGADOS

!>i\ Itelfoil Teixeira—Tem o seuescriptorio dc advogada ao bairro «Le-oncio de Andrade», onde pôde ser procurado para os misteres de sua pro-fissão.

Dr. Henrique .José <I<í Sá—Ac-ceíta causas da Ia. e 2\ instâncias parapleitear em 3a. perante o Supremo Tri-bunal Federal. —Escriptorio:—Rua daCandelária n°. 73 esquina da rua' V. I-nhaúma—De 10 ás 5 1/2 horas—Au-diencia:de 11 1/2 ás 12 1/2 ede3 ás 5.—Rio de Janeiro.

Francisco líorjjes (ilèAijíii . ò—Têm o seu escriptorio na casa de suapropriedade, na cidade do Cruzeiro doSui.

Odilon A. <le Moura—Está a dis-posição do publico pan* os nrstens desua profissão; acompanha causas peran-te o Tribunal de Appellação do Cru-zeíro do Sul, onde reside.

ENGENHARIADr. Itoririfjo de Almeida el?é--

nédit-ío líellcni—Incumbem-se detodo e qualquer trabalho concernenteás profissões de engenheiro e agrimen-sor—Villa Seabra.

CIRCULAR AOS SENHORESFUMANTES

O abaixo assignado, pretendendobrevemente estabelecer nesta villa umapequena fabrica- de cigarros, manipu-lados á mão, com cuidado e esmero,empregando na fabricação dos mes-mos os melhores fumos do Acará eBragança, especialmente resolveu, ,emvirtude cia precisa demora para a che-gada do material e outros productosde sua encommenda para praças ex-portadoras, apresentar ao publico sea-brense uma cias suas destinadas mar-cas, em carteiras provisórias, a fim dedesde já ir proporcionando aos apre-ciadores do fumo, a delicia de consu-mirem somente cigarros novos e sa-borosos, do que estão constantementeprivados, fumando dos importados deManáos e Belém, os quaes, por velhose fabricados com fumos^de diversasqualidades e procedências, sendo-lhesainda addicionadas composições bas-tante prejudiciaes para obterem suaconservação por muito tempo, eapparen-te superioridade — chegam-nos, comtudo,bolorentos, resequidos eamargosos'!

O fabricante, com pratica deste ramode industria esquecida até então nestaterra, onde já é muito necessária, satis-fará a contento os seus bons fregue-zes, manipulando cigarros fortes e fra-cos, com nicotina e sem ella, porque, siuns apreciam o fumo no seu estadonatural, outros o preferem lavado, porser menos nonvo á saude.

Como trabalhará por ora sem auxi-liares, produzindo apenas quantidadequotidiana relativa ao consumo dos Srsfumam es desta villa, scientifica ao com-mercio local que somente fará vendasem gro=so para revender, quando te-nha montado em ordem a sua preten-dída fabrica, o que espera fazer breve-mente.

Acceita encommenda em sua provi-soria rezidencia.

Villa Seabra, 25 de Janeiro de 1916.Raymundo Moura

CASA ACREANAvapor «TItoreziti:»».Pelo vapor « i noreziiiít». a en-

Irar it^stè porto no dia — de Fe-vereiro \t. vindouro, esperamosuai sorlimcnfo dc calçados paraíiõhtertó, senhoras e creanças, echapeos pai a homens,sorlimen-lo variado.

Pelo mesmo vapor que trazestes artiejos. salíido dc Manáosa 12, esperamos uma remessa degêneros Unos de mercearia'.

Os preços das nossas mercado-rias. de dia para dia, estão fican-do cada vüSat mais baratos.

SABÃO ESPECIAL abarra!

500 reis a

Antônio da Costa Santos & Ca.

SERINGUEIROSNo seringal Mocoripe deJ.P. Rocque,

aceeiiam-se ^guezes de contas saldadaspara trabalharem boas coüocações.

Bom mercaaonas 2sortimento depreços módicos.

Quem estiver no caso dírija-se áquel-Ie logar, no rio Murú, que encontrarácom quem tratar.

Mercado da BorrachaEM MANÁOS NA SEMANA DE 10

DL JA NEIRO:Fina 6S2Ò0Entre-fina 5S400Sernamby rama 4$70CDito clc caucho 4S900Caucho 35000

NO PARÁ:Fina 0S2O0Entre-fina 551fJÜScrnambv rama 4S700Dito clc caucho 1S000Caucho 35000

—O—VALOKES Di: MOEDAS

AO CAMBIO ACTUALCambio sobre Londres 12 3/16Libra 18S199Schilling S909Penny 75Franco 723Dollar 3S747Lisboa 300Marco 892

— O—

ÍIECOLHIMEMO DE OI.MIEIP.OPor determinação da Caixa de Amortisação, a

thesouraria da Delegacia Fiscal do Thesouro Na-cional no Estado do Amazonas está recolhendosem desconto até 30 de Junho deste anno, asseguintes notas:

De 1S000, das estampas 0 e 7, fabricadas na In-glaterra; de 2S000, das estampas 6, 8 e 9 fabrica-das na Inglaterra; de 5S000, das estampas 9, 1011 e 12; IOS das estampas 8,9 e 10; de 20S0OO, de,50S0O0, de 1005000 de 200S000 ede 500S000,fabricadas na Inglaterra; de 20S000, das estampas10 e 11; de 505000, das estampas 9»., 10.« e 11.*:de 1005000, das estampas 10 e 11 c de 5005000,das estampas 8 e 9.

As notas de 15000 e 2$000 são trocadas pormoedas de prata.

—O—

AIMPOSTO ÜO SELLO

lei n*. 1.461, de 29 de Dezembro de1914, estabelece varias modificações deimposto, que convém sejam amplamen-te conhecidas.

Por essa lei são elevadas de 50 porcento todas as taxas de imposto de sei-lo até aqui em vigor. As fracções decem reis serão contadas como inteiros.Assim, a taxa de 1$000 fica elevada a1$500; a de 5$000, a de 7$500; a de....10$000 a 15$000. Um documento queantes da lei pagasse 4§500 de sello, pa-garia agora 6$800.

O imposto sobre o capital realisadodas casas de commercio é elevado de5/10 por cento a 7/10 por cento.

A taxa de consumo de aguardente,queaté aqui era de 20 réis por litro, passa aser de 30 réis, fixando-se o mínimo de2.000 litros de consumo para as casasde venda a varejo (60$000 de imposto)e para as de venda por atacado O mini-mo de 15.000 litros (45$000 de imposto).

Fica fixado o minimo de cinco contospara o imposto sobre o capital dos Ban-cos, agencias e suecursaes de Bancos,quer nacionaes, quer extrangeiros.

Fica elevado a 1 por cento o impostode transmissão tcausa mortis>,em linharecta, sendo necessários os herdeiros,

—o -

IJETALIIO I>E VILLA S1ÍAIÍKACaféAssucarArrozFeijãoCarne verd ede gado vaceum

„ caçaPeixe frescoLeiie marca «Moça» laiaManteiga "3 veras»

., LepelietierVinho Collares, garraiaCerveja branca

,, preta 1 fAVinho do PortoBatatas „

1 $.000$900

1 $000$300

3$0C02$0002$0001 $5004 $3003$3002$0002£0001$5005$0002$000

Xarque „ .üallinha umaOvos dúziaTartaruga kiloBacalhau kiloPiraitifii iiCigarros maçoPão fresco kiloCachava garrafaVeimoutli italianoCogiiàc nacionalFarinha secca alqueireSal saccaCebolas kiloSadão Jacaré barra

,i nacional „

3$0007J0003S00O2S0002§5002S000

$5001 $2001S500530004 $0008S0008$0003S000

1 $200$500

garrafa

Banha lataAzeite doce litroVela) libraKcítizéJiàSal kilo •Carne Paredão 2 fibraspi n 1 a

CamarãoLagostaSalmãoErvilhaMassa de tomatesAzeitonasVinagre garrafaBolachas da terra kiloPhosphoros maço

la

libraata

4Í0OOH$5ÕÕ2SÕ0O$800$800

255001S50Õ3? 0003S0003 $0001#5Ò0#500155002J00O115500IS20Ü

...r )- fm rr,-íris a:OGio;s

Cortez, Coelho & Ca.Casa. Bancaria.

—is —EXPORTADORA DE GÊNEROS

44 -t RUA 1 5 DE NOVEMBRO- PARÁ-CAIXA POSTAL N°, 50Endereço Telegraphico miran

comímírtó stock oe estivas \a<io:\alsí: EXTKAXíiElltAS

Encarregam-se, mediante módica commissão, da venda detodos os gêneros da Amazônia que lhe sejam consignadose para os quaes teem Apólice de s«<jmo Perin;wicnie .

líEXEI KJlAME.ViO DIS ItOlíHALUA XOS SEUSPItOPitIOS AliMAZEXS.

•!¦¦•¦ ¦¦ «••

Düxir de NogueiraEmpregado com sn<5»

cesso nas seguintes mp»lestias-

fé||||||§|

( ",

&€%$$!^&y-S3fi'$k Ca i u a a r. u\.--YY&Ytâsi&gs& mrZ^^^m yr\.iiu

t-J^mmxMimW

4I1íWy

"líOOMtlfíA.iALSA ¦ClííOB<\rfl<JA)í><0

ícpur<íjvO úi ifr^pje

iCD h

V Â

¦I, p,f^VÍÍ

MB to ..r ,. I r.^ m ,-h {?fà

li.'r-,\>.,-üzm\y*T\)iTQ%.

Bo<]|jQni.lnlppinm»cífi is tt>l*>>(.o¦".m-uvi 4'ji itutvPj^CdnorrbéM*

l«i.

Our.rut l.WM. ¦f'.i"llll!K,'j.Oõra líríücu.VUeni,Tnufjttt.SãTUS/l.Cryitu,HtfimiMtwn >m fMt$Ma;jtUu di p<-!í»-.KS'Xrfitl '-¦,•,- ,\,-.\'^tUlcefpiJ di kw.*.

kStVfiti ir, HíLtli».fíotti uo ^Mi.'lui&'jTt% ntjt tjtwt.U>,sfi'ni/j dn *rt+ritr, do y^u.tjeij t fl-nulraonte, mzxktoclstn as molo»-tia» provenlen-teu do uogut.

Iwâa-tt ea

§]£ kía a: pterndís,ÉrsgíHa! e casa quemdèà imií

KTJSUTCHÍ V. DBÍíIJtil

mMl DEPURATIVO DO-SAHGÜE

Wí i% m iaa

. aa\I

aa,

ad^^\_a&r,

IOÚ.

aa]-~~ Sm

EMULSÃO ÓLEO

JO

JONASAS

SAUDE, 1'ORÇA E VJOOK

55t&zm~

w

w

cra2>a

VV

w^7% ^ 4w -l&? ^b tSffiei

I 1 I ! I I

BatelãoVENDE-SE um batelão novo, con-

struido de madeira de lei no baixo Ama-zonas, muiío seg-uro, com-uma tonela-

gem tíe 6 á 7 míf ki!ogrammas,pe]o pre-Ço de 2:000$000.

Quem õ pretender comprar, pode di-rigír-se ao escriptorio desíe jornal-

f rum

BARÃO IjOH Saktos Aíjreü

0 abaiio assignado, doolor <'in in^'Ji-cina pela I'VuM.id<: úo tiíò de Janei-ro, condecorado pelo governo pórjfl*güez. médico do Uospílal dé fieroii-<i(;[j('i;t ('òrtiígoeiá de*la cidade tú.

«Allüslo qaè.nas-titoljislto* d': fóndoiyjiliíliliro míi srai diversas c vanadaafonrias, a appllra<;Sò do preparadi d»:-pomíiiaiclo Elixir de tiogueira/SaluCamba e GtmyiiCO, do Illmo. .Sr. Jo-So da .Silva Silveira, tem íidó dn ma-ravílhosos rcíullado*.

0 referido d verdade, sob a lé dtmeu grau.

Pelolas, '¦'.) de Abril d<; 1880.liarão dou SarilÒ* Abreu.

(Eslá reconbeeidá) 7: ¦

G m .2 uífij ;rn?d:

s?Z <Z &&yy£

k'r.y,riXr.-:yyyXyffm'f-y, - '. &*&&¦*.' fi- -fZi-iryiteà

rZyJ&t ">Vf %ZX#W

Ni./0" Jlí®/ \!'"y' JL.

i^yyy yyYXh-/mlklâ#S?hry,ItcWy Mfffi&r- >J .-/' ¦< ¦ -;• fe - y /mm'¦' f*á% \õkÀ ?'^--ây

yy '7y0^%W™»M»P^7f '

KSKJSSiUJWA C.»'ü3CA

jisie.rtá if»e jwffiij de mm eeiào*-rÜBj-jíiie úhíí amm ,c oUfi mez-et, *.

i a q#râiúhde d« jjj'*parad.ot•sã tpe jl fúgsxk esgotada aba. JÍ.«-on*i jHif sálíjaií ao ssm-"r

ne Sijgittifj., do 9temtó,-Yy-Xv-) J.uãa da Silva íSJvw-4 r-i" fez üsm t'»í»j4*li«(jeB-¦( ¦;•., ¦''¦ /, es (tstws._ij 3:j'-ú"< wíí*.í<;r«vo-iaJê

s Y, & Alt Ver. t Cr.SiryiiwistUiinn Ornáida,,:. :;i áe Agosto de 'Sic

lo y.aX><> jj &;>•

id i-.

iii )'J.,r,

C-U.',

(fínua ttxooâuxMa)