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Olhares sobre a CidadeImagens do Real Imaginado

Ciclo sobre fotografia e cinema documental - 4ª edição

5 a 10 de Novembro de 2007

Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett(BMAG)

+Passos Manuel (PM)

Sessões BMAG: gratuitasSessões PM: Filmes 4 eur - Filme-concerto 7,5 eur

Uma iniciativa do Curso de Tecnologia da ComunicaçãoAudiovisual do Politécnico do Porto (TCAV), da AllianceFrançaise Portugal e do Goethe-Institut Portugal no Porto,no âmbito do Project Elysée, com a colaboração do CurtasVila do Conde - Festival Internacional de Cinema e SolarGaleria de Arte Cinemática – Vila do Conde

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Olhares sobre a CidadeNarrativas sobre o real

Cidades e cineastas. Países. Há países que antes de o serem são cinema. AAmérica, diz Baudrillard, é um país cinematográfico. A cidade americanaparece ter saído, viva, da sala de cinema: “Por isso, para aprender o segredo,não se deve ir da cidade ao ecrã, mas sim do ecrã à cidade”. Segredo é,portanto, a palavra chave do cinema. É impossível ficar-lhe indiferente porquedela se espera que em si mesma contenha o seu contrário: revelação. E omesmo sucede com a fotografia, esse argumento sobre o mundo empinceladas de luz convidando à viagem que, como diria Cartier-Bresson,viajante infatigável, põe na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração.

Mas, atenção: a imagem, por natureza, é polissémica. E o discurso, sendo umaprática expressiva da linguagem com vista à produção e circulação social desentido, tem uma pluralidade equivalente à de quem o produz. Por isso, anarrativa, ou seja, a criação de um universo imaginário apoiado em lugares,acontecimentos e personagens, porque resulta do discurso, faz a refracção doolhar de muitas e variadas maneiras. É esse o sentido destes Olhares sobre aCidade.

Fição? Não-ficção? Dir-se-ia que a ficção inventa livremente acontecimentos epersonagens de modo a construir um argumento e que a não-ficção produzasserções sobre acontecimentos e personagens do mundo histórico. Mas queimporta? Em qualquer dos casos, no Cinema e na Fotografia a imaginaçãocriadora tem um papel determinante na estruturação da narrativa, ou seja, nomodo como o discurso procede à representação do real. Por alguma razão esteciclo se chama Imagens do Real Imaginado.

Quer a cidade cinemática, porque irrompendo do ecrã se revela outra, quer acidade fotográfica, porque num instante parece fixar o limiar da transcendência,são exemplos das ilimitadas possibilidades combinatórias reguladas pelo olho

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que observando selecciona, seleccionando imagina, imaginando revela erevelando questiona. Da metamorfose do real pró-fílmico ou pró-fotográfico emalgo organizado segundo um estilo e um ponto de vista podem, portanto,resultar muitas cidades. Nelas cabem avenidas, edifícios, perspectivas,movimento, máquinas, linhas de fuga, volumes, espaços, amor, mistérios,angústia, medo, violência, ritmos, sons, neblinas, o sol e a chuva, ordem edesordem, o dia e a noite, o sexo e a morte, tudo o que se queira e gente,sobretudo gente, pessoas, porque as cidades são habitadas, aliás, foramconstruídas para serem habitadas.

A pós-modernidade, é certo, deu corpo ao não-lugar. De certo modo é isso queestá em Vacancy de Mathias Müller. Em Playtime Jacques Tati ironizamagistralmente com esses espaços de apagamento da memória, semidentidade e sem história, de serviços automáticos, despidos de espessurahumana proclamando embora a singularidade e a individualidade dos seusprotótipos e dos seus autómatos. De igual modo, o projecto fotográfico 8/2 deOlívia da Silva sobre “um dos mais fascinantes lugares do mundo: o mercado(...) onde bate o coração da cidade sem folclore nem cerimónia” propõe comooposição radical ao não-lugar esse mundo “que aguça os sentidos: os rostos,os pregões, os cheiros, as cores, o bulício, confundem-se e sobrepõem-se deforma estonteante.” São ainda lugares vivos de identidades e memórias acidade do Porto que nos desafia em ambos os filmes de Manoel de Oliveira e acidade de Lisboa tal como Fernando Lopes a viu em Belarmino.

Cidades imaginadas. Cidades imaginárias. Partindo do espaço e do tempo doecrã ou do instante decisivo fixado na imagem fotográfica, em qualquer doscasos, a aventura do olhar resulta de possibilidades combinatórias indutoras demetamorfoses praticamente ilimitadas. Assim, a cidade de Berlim (1926) deWalter Ruttman não é a cidade de Berlim (1998) de Manfred Wilhelms, como acidade de Paris de Jean Rouch em Petit a Petit (1971) não é nem é a cidade deParis de René Clair em Paris qui dort (1925), nem a cidade de Paris de JorisIvens de La Seine à rencontré Paris (1958). Tão pouco a cidade de Lisboa de

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Lisbon Story (1994) de Wim Wenders é a cidade de Lisboa de Berlarmino(1964) de Fernando Lopes. Nem sequer a cidade do Porto de Douro, FainaFluvial (1931) de Manoel de Oliveira é a mesma cidade do Porto de O Porto daMinha Infância (2001) do mesmo Manoel de Oliveira. E, contudo: quanto maisamplo é o escopo das narrativas, tanto mais expressivo é o perfil dessascidades imaginadas nas quais a presença da memória, dos traços de umdeterminado presente e de um ponto de vista confere o sentido prospectivo daincursão em cidades imaginárias.

Uma nota final sobre estes Olhares sobre a Cidade. Os filmes seleccionadosinscrevem-se em diversos episódios da História do Cinema. Os mais antigosremetem para as vanguardas artísticas dos anos 20 e 30 do século passado,os mais recentes entram pelo século XXI, como sucede com a obra docanadiano Mike Hoolboom, que tem vindo a desenvolver um conjunto deinstalações nas quais utiliza o cinema e os media enquanto espelho dosindivíduos na sua relação com o mundo numa visão crítica dos paradigmasemergentes da voragem da mediatização. Todos obedecem, porém, a umdenominador comum: são exemplarmente modernos porque, enquantopropostas, respeitam a transparência do olhar, rejeitando o caos das imagens.O mesmo sucede com a obra dos fotógrafos convidados, neste caso,reflectindo a diversidade da fotografia actual.

Em suma, como resulta da selecção de filmes e dos projectos fotográficos, bemcomo do painel dos convidados, procurou-se abrir espaço a um olhartransversal fundado em saberes multidisciplinares, cujo denominador comumreside, porventura, nessa razão utópica de sonhar infinitamente o lugar daCidade e de quem a habita.

Jorge Campos

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Dia 5 de Novembro 2007

14.30 – BMAG

Sessão de AberturaPresença de representantes de todas as instituições envolvidas:. Instituto Politécnico do Porto. Alliance Française Portugal. Goethe-Institut Portugal no Porto. Curtas Vila do Conde - Festival Internacional de cinema e Solar Galeriade Arte Cinemática – Vila do Conde. Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo - ESMAE. Curso de Tecnologia da Comunicação Audiovisual - TCAV

Filme de escola:Latitudes (2007, 12’, DVD) de Andreia Teixeira do Curso de Tecnologia daComunicação Audiovisual do Politécnico do Porto.

15.30– BMAG

Apresentação de Mike Hoolboom por Nuno Rodrigues do Curtas Vila doConde - Festival Internacional de cinema e Solar Galeria de Arte Cinemática –Vila do CondeFilme:Public Lighting (76’, Beta SP) de Mike HoolboomApresentação de Mike Hoolboom

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17.30 – BMAG

MasterclassMike HoolboomMike Hoolboom é um cineasta canadiano com enorme prestígio internacionalna área do cinema experimental e de projectos transdisciplinares, tanto doponto de vista da criação como da crítica, que tem vindo a desenvolver umconjunto de instalações nas quais utiliza o cinema e os media enquantoespelho dos indivíduos e da sua vida no mundo, propondo, numa visãoacutilante e crítica, os paradigmas emergentes da voragem da mediatização daArte e da Cultura e, sobretudo, do Cinema e dos Audiovisuais.

21.45 – PM

Filme:

Imitations of Life (75’ Beta SP) de Mike HoolboomApresentação de Mike Hoolboom

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Dia 6 de Novembro 2007

14.30 – BMAG

Filme:

Berlin, Sinfonie einer Großstadt – Berlim, Sinfonia de uma Grande Cidade(1927, 65’, 16 mm) de Walter RuttmannApresentação de Helmut Färber

Berlim, Sinfonia de um Cidade (1927) de Walter Rutman é um filme queexalta o movimento e o dinamismo de uma grande cidade. Numa altura em quea capital alemã era um verdadeiro laboratório das artes, Ruttmann, um pintorvanguardista, faz esta sua primeira grande incursão no cinema deixando comolegado um filme intemporal, cuja modernidade continua inquestionável.

Intervalo

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Filme:

Berlin, Im Lichtbild der Grossstadt – Berlim, Imagens de uma Cidade(1998, 82’, 16mm) de Manfred Wilhelms

O filme de Manfred Wilhelms, pintor, fotógrafo e cineasta, estabelece ocontraponto como o filme de Ruttman. Realizado em 1995, num momento deacelerada transformação devido à queda do muro de Berlim, quando grandesobras começaram a alterar profundamente a imagem da cidade, Wilhelmsprocurou dar a medida do que estava a acontecer. Fê-lo, no entanto,permitindo que a cidade se fosse revelando por si mesma. Não se serve daautoridade de uma voz em off. Limita-se ao registo de sons e imagens sobre osquais exerce o seu ponto de vista.Apresentação de Helmut Färber

Helmut FärberHelmut Färber é um dos mais influentes críticos de cinema da Alemanha.Nascido em Munique em 1937 estudou Literatura Alemã e História de Arte. Em1962 começou a escrever para o jornal diário alemão Süddeutsche Zeitung e,pouco depois, para a revista Filmkritik. É professor em Berlim na DFFB(Academia Alemã de Filme e Televisão), bem como em Munique na HFF(Escola de Ensino Superior de Filme) e no Instituto da História de Arte daUniversidade de Munique. Tem uma vasta obra publicada. Continua a escreverpara Filmkritik e, também, para a revista francesa Trafic.

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17.30 – BMAG

PainelO Cinema e as Cidades: perspectivas

Filme:

Vacancy (2001, 13’, 16mm) de Mathias MüllerBrasília a cidade de superlativos, a cidade moderna, a capital do Brasil. Mastambém a cidade anónima de arquitectura sobredimensional, cujos habitantesparecem perdidos. Matthias Müller constrói o seu filme a partir de imagens dearquivo e de cineastas amadores respeitantes à construção de Brasília, àsquais sobrepõe textos de Italo Calvino, Samuel Beckett e David Wojnarowiczsobre a relação do homem com a cidade.

Participantes:Paulo Cunha e SilvaHelmut FärberFrancisco BarataJean-Luc Antonucci

(com tradução simultânea)

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Jean-Luc Antonucci Arquitecto, Mestre de Conferências na École Supérieured'Audiovisuel (ESAV - Université Toulouse-Le Mirail) e membro do Laboratoirede Recherche en Audiovisuel (LARA). Especialista em Cinema e Arquitectura éautor de uma tese de doutoramento sobre a perspectiva e o décor no cinema etem publicação dispersa por diversas publicações. Faz parte do corporedactorial da Cadrage, a primeira revista universitária on line de cinema.Conversador: Jorge Campos

21.45 – PM

Filme :

Paris qui dort (1925, 35’, 35 mm) de René ClairÉ o primeiro filme avant-garde de René Clair e o primeiro grande filme dadaístasobre Paris. Albert, o guarda nocturno da Tour Eiffel, assiste ao espectáculo deuma grande cidade adormecida por acção de um raio mágico, invenção de umcientista louco. Cinco personagens, que chegam de avião escapando ao efeitodo raio, exploram a cidade e instalam-se na Tour Eiffel. O conceito de tempo,fundamental na arte Dada, é aqui sabiamente explorado. Os relógios de Parispararam às 3.25h. Manipulando o tempo através dos dispositivos do cinemaClair suspende ou acelera a acção para expor uma outra imagem da cidade edos seus habitantes.Apresentação de Jean-Luc AntonucciIntervalo

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Filme:

Playtime (1967, 115’, 35mm) de Jacques TatiA obra-prima de Tati é uma reflexão bem humorada sobre o nosso tempo, onosso espaço habitado e o nosso espaço interior em função desse mesmoespaço habitado. Turistas americanos aproveitam as vantagens dos vôoseconómicos para visitar diversas cidades europeias. Quando desembarcam emParis constatam que o aeroporto é exactamente igual do de Roma, as ruas sãosemelhantes às de Hamburgo e até os candeeiros são estranhamenteparecidos com os de Nova Iorque. Começam a ter contactos com franceses,entre os quais, evidentemente, o Sr. Hulot.Apresentação de Jean-Luc Antonucci

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Dia 7 de Novembro 2007

14.30 – BMAG

MasterclassO olhar cinematográfico sobre a cidade: metamorfosesGerard CollasFoi uma das presenças regulares na Programação de Cinema da Odisseia nasImagens do Porto 2001-Capital Europeia da Cultura. Produtor, críticocinematográfico com textos publicados em diversas publicações, especialistado filme documentário Gerard Collas é igualmente o principal responsável peloFestival de Cinema Documental de Marselha, um dos mais importantes daEuropa.

Filme:

Aurora (1927, 91’, 35mm) de F. W. MurnauEm toda a história dos Óscares da Academia houve um prémio atribuído umaúnica vez: “Unique and Artistic Picture”. A distinção foi para Aurora (1927) oprimeiro filme americano do alemão F.W. Murnau. Em 1967, os Cahiers duCinema consideravam-no “a maior obra-prima de toda a história do cinema”.Para François Truffaut era “o mais belo filme de todos os tempos”. Aurora

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começa por ser a história de um triângulo amoroso, mas é igualmente a históriado contraste de dois mundos, a cidade e o campo. A vida tranquila de umafamília do campo é posta em causa pela chegada de uma provocante mulherda cidade. Incapaz de lhe resistir, o pai de família decide matar a sua mulher atroco da promessa de uma vida cheia de paixão e aventura. Sendo um thrillerpsicológico o filme mergulha na tradição das sinfonias das cidades, de queBerlin de Ruttman e Douro, Faina Fluvial de Oliveira, de distintas maneiras, sãoexemplos, proporcionando uma série de sequências cinematográficas semparalelo no modo de traduzir quer a vida do campo quer a vida citadina.Apresentação de Gerard Collas

17.30 – BMAG

Filme :

Petit à petit (1971, 96’, DVD) de Jean RouchEste filme é visto habitualmente como a continuação do filme anterior de JeanRouch Jaguar. Inicialmente com uma duração de cerca de quatro horasconheceu diversas alterações até chegar à versão que hoje circula. A história écomo segue. Damouré, que dirige com Lam e Illo a sociedade de importação eexportação Petit à petit, decide construir um grande edifício na sua aldeia doNiger. Parte para Paris para ver “como se vive numa casa com andares”. Nacapital francesa descobre o curioso modo de viver e de pensar dos parisienses,que descreve em cartas enviadas regularmente aos seus conterrâneos. Estes

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julgam que Damouré está a ficar louco e resolvem enviar Lam ao seu encontropara se certificar do seu estado de saúde.Apresentação de Manoel de Oliveira

21.30 – PM

Filme:

Lisbon Story (1994, 100’, 35 mm) de Wim WendersLisbon Story resultou de uma encomenda a Wim Wenders de Lisboa 1994 -Capital Europeia da Cultura. O engenheiro de som Philip Winter recebe umpostal dum amigo cineasta com o pedido urgente de vir a Lisboa para fazer umfilme. Winter descobre que o amigo habita a casa onde os Madredeus ensaiam,mas não há sinal dele. Vendo os rolos de filme que encontra pela casa começaa gravar os sons da cidade que eventualmente possam vir a servir o filme.Finalmente, descobre o amigo, que lhe comunica ter perdido a fé nas imagens.Feito por ocasião do centenário do cinema, contando com a participação deManoel de Oliveira, este é um filme no qual o cinema se resgata a si mesmo.No mundo do mercantilismo e da banalização das imagens, onde tudo sevende há, ainda, lugar para um final feliz: ao cinema cabe introduzir, lá ondepredomina o caos, uma certa ordem do mundo. Wenders tem, aliás, um livrointitulado A Lógica das Imagens.Apresentação de Helmut Färber

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Dia 8 de Novembro 2007

14.30 – BMAG

Painel

fotografia de Georges Dussaud

Fotografar Cidades

Participantes:Olívia da SilvaLuis CarvalhoGeorges Dussaud

(com tradução simultânea)

Dussaud é natural de Brou, próximo de Chartres, onde nasceu em 1934. Afotografia sempre foi um dos seus principais interesses, mas a sua primeiraexposição como profissional só se verificou em Nantes, em 1978. Temtrabalhado com frequência em Portugal onde concretizou projectos, porexemplo, sobre as vindimas do Douro, a propósito das quais publicou um livro,e, mais tarde, sobre a cidade de Lisboa. Em 1986 aderiu à agência Rapho. Nosúltimos anos tem feito incidir a sua atenção sobre o mundo rural europeu esobre a Índia.Conversador: Eric Many

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17.30 – BMAG

Filme:

On a Wednesday night in Tokio (2204, 5’ 35’’ DVD) de Jan VerbeekJan Verbbeek coloca uma câmara de vídeo fixa diante de uma carruagem dometro de Tóquio. Quando o metro pára na estação, já a carruagem estavasuperlotada. Durante 5’ 35’’, o tempo de chegada e o tempo de partida dacarruagem, as pessoas vão entrando.

Filme:

Aufzeichnungen zu Kleidern und Städten – Notebook on Cities & Clothes(1989, 79’, 16 mm) de Wim Wenders

Yohji Yamamoto é um dos mais célebres designers de moda japoneses, cujogénio criativo se exerce no intercâmbio entre duas metrópoles: Paris e Tóquio.A câmara de filmar de Wim Wenders acompanha Yamamoto agindo comocriador, trabalhando com modelos, estúdios e passarelles. Mas mostra

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igualmente a relação que se estabelece entre os dois homens em momentosde convívio e descontracção. Daí que neste documentário, a arte de vestirreverta, de certo modo, num retrato das cidades e suscite uma reflexão sobre oque possa haver em comum entre a arquitectura, a moda e o cinema.Apresentação de Helmut Färber

21.45 – PM

Filme :

La Seine à rencontré Paris de Joris Ivens (1958, 31’, 35 mm)Palma de Ouro do Documentário no Festival de Cannes de 1958 La Seine arencontré Paris tem argumento de Jacques Prévert, narração de SergeReggiani e realização de Joris Ivens. Este elenco, só por si, dispensariaqualquer outro comentário. Seja como for: há um barco que percorre os cais doSena, artistas que pintam, freiras que se abraçam, amantes que se beijam, ummergulhador que recupera ao rio a bicicleta de um rapazinho, gente que pesca,música de acordeão, enfim, é Paris, c’est la vie.Apresentação de Gerard Collas

Intervalo

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Filme:

Belarmino (1964, 72’, 35 mm) de Fernando LopesCom Belarmino Fernando Lopes terá sido o único cineasta português dos anos60 a aventurar-se por caminhos próximos do cinema directo. O filme não é,com efeito, cinema directo, mas adopta alguns dos seus procedimentos, o quelhe confere uma singularidade sem paralelo no panorama do Novo CinemaPortuguês. É um corpo a corpo com o antigo boxeur Belarmino Fragoso,homem humilde encadeado pelo sucesso, até resvalar para a marginalidade dacidade em que sempre viveu, Lisboa. No seu rosto marcado pelo estigma dapobreza e pelas luvas dos adversários, ele que, noutro país, até poderia tersido um grande campeão, acaba em saco de pancada, figura de tragédia, a terde viver dos biscates da Lisboa vadia dos anos 60. Belarmino, como dizBénard da Costa “é um filme construído sobre o combate de um personagemcom um décor, essa portentosa Lisboa do filme que só pode levá-lo ao K.O. emqualquer round”.Apresentação de Fernando Lopes

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Dia 9 de Novembro 2007

14.30 – BMAG

4 filmes CTCAV do IPPSelecção de José Quinta FerreiraFilme:The Dead Flag Blues de Jorge OliveiraDuração: 7’Quando as bandeiras morrem, para onde vão? Imagética urbana, estruturasverticais que irrompem os céus, bandeiras nos seus postes, postes deelectricidade e a música de Godspeed You! Black Emperor que deu o nome àcurta.Filme:Noite Cão de Carlos AmaralDuração: 17’Mauro sai para uma festa para fazer a vontade aos amigos que o tentamanimar, mas descobre que há noites em que mais vale ficar em casa.Filme :La Valse de Lumière de Ana MaiaDuração: 4’12’’Um sexagenário solitário vagueia pela noite de uma feira de divertimentos. Afeira está vazia, mas por entre girândolas de cor tudo funciona, absurdamente.Filme:Miguel Bombarda nº 588 de Cláudia SantosDuração: 8’22’’Situada no centro da cidade do Porto, a rua de Miguel Bombarda é muitoconhecida principalmente pelas suas galerias de arte. No entanto, existe muitomais para além disso. Existem vidas e ofícios que perduram mesmo depois desurgirem as galerias. É um desses ofícios, e uma dessas vidas que vamosvisitar.

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Intervalo

Visões Úteis: A Caminho do Resto do MundoApresentação de Catarina MartinsA partir de Heart of Darkness de Joseph Conrad a companhia Visões Úteisrealizou a peça Resto do Mundo, um espectáculo que atravessa o Porto. Ofilme documentário A Caminho do Resto do Mundo (2007) parte do cruzamentoentre o registo da peça e o resultado de um workshop realizado na Fundaçãode Serralves com oito jovens dos bairros de S.João de Deus, Lagarteiro eCerco do Porto, durante o qual os participantes foram desafiados a filmar, emformato em Super 8, a sua visão pessoal dos seus bairros de pertença. O actorPedro Carreira interpreta um trecho do texto do espectáculo: o início dadescida de Marlow, a perturbante personagem de Joseph Conrad, àprofundeza das trevas. Uma introdução ao vivo para o filme de Pedro Maia.

Filme (estreia nacional):

A Caminho do Resto do Mundo (2007, 25’,Vídeo) de Pedro MaiaMarlow relata a sua viagem, rio acima, na direcção do mais remoto dosentrepostos comerciais. À medida que sobe o rio confronta-se, de formaviolenta, não só com as trevas que pressente para lá das margens, mas,sobretudo com aquelas que vai cartografando no coração dos homens.Evocando a recordação de Marlow, um taxista erra pela cidade ao encontrodas suas trevas.Apresentação de Pedro Maia

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17.30 – BMAG

PainelCinefotografia do Porto: olhares cruzadosParticipantes:Sérgio C. AndradeAbi FeijóVirgílio FerreiraMaria do Carmo SerénConversador: Miguel von Hafe Pérez

Filme:

História Trágica com Final Feliz (2006) de Regina Pessoa

Este é o filme português mais premiado de todos os tempos. Já leva mais de50 prémios muitos dos quais obtidos nos melhores festivais do mundo. SobreHistória Trágica com Final Feliz diz Regina Pessoa: “Seguimos uma menina edescobrimos que ela não é igual às outras pessoas, é “diferente”. O traço que afaz diferir não só incomoda a comunidade a que pertence, como se traduz porum profundo sofrimento individual. A comunidade e a menina reagem àdiferença, a primeira manifestando a sua intolerância, a segunda isolando-se.

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Com o tempo, a comunidade acaba por habituar-se insensivelmente àpresença da diferença, distanciando-a, mas ao mesmo tempo integrando-a navoragem do seu quotidiano. Porém as diferenças existem, persistem e sãoirredutíveis. Certas vezes possuem razão de ser e correspondem a estadostemporários de trânsito para outros estados de existência, certas vezes sãofatais... Seja como for, devem ser assumidas por quem as vive para a levarema um melhor conhecimento de si própria e a uma mais intensa consciência domundo. Um dia partirá e deixará a comunidade, que compreenderá, demasiadotarde, que o tal ser estranho que sempre mantivera à distância, tinha acabadopor fazer misteriosamente parte da sua vida...”

21.30 – PM

Dois Filmes de Manoel de Oliveira:Douro, Faina Fluvial (1931, 18’, 35 mm)Porto da Minha Infância (2001, 62’, 35 mm) de Manoel de OliveiraApresentação de Manoel de Oliveira

Filme:

Douro, Faina Fluvial (1931, 18’, 35 mm)

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Douro, Faina Fluvial de Manoel de Oliveira opera a metamorfose do materialpró-fílmico do quotidiano da zona ribeirinha do Porto numa obra de vanguardasem equivalente no cinema português. O filme inscreve-se na tradição dassinfonias das cidades de que Rien que les Heures de Cavalcanti, Berlim deRuttman e O Homem da Câmara de Filmar de Vertov são paradigmáticos, ereverte numa reflexão sobre o próprio cinema. O filme começa e acaba, aliás,com a luz de um projector, que se verifica depois ser um farol à entrada do rio,o qual evoca metaforicamente os mecanismos cinematográficos. Esse artifícioseria retomado 70 anos mais tarde em O Porto da Minha Infância (2001).Oliveira, então com 23 anos, viu o seu filme ser elogiado por Lopes Ribeiro,pateado pelo público, demolido por parte da crítica e proclamado obra-primapor alguns críticos estrangeiros. Hoje, Douro, Faina Fluvial é um filme decarácter monumental, indissociável da memória da cidade do Porto.

Filme:

Porto da Minha Infância (2001, 62’, 35 mm) de Manoel de OliveiraEste filme resultou de uma encomenda a Manoel de Oliveira por parte daOdisseia nas Imagens do Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura. Sobre ofilme, disse Jacques Parsi:

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“Com a liberdade de inspiração e o rigor de escrita que o caracterizam, Manoelregressa à sua cidade natal, a cidade do Porto. Ela já tinha inspirado o seuprimeiro filme, Douro Faina Fluvial, em 1931, e o filme que marca o seuregresso atrás da câmara em 1956, O Pintor e a Cidade. Nestas duas obrasOliveira havia filmado aquilo que prendia o seu olhar. Em Porto da MinhaInfância, ele escolheu filmar aquilo que já não existe e que só os olhos damemória, da “sua” memória podem ainda ver. À imagem daquele primeiroplano onde uma orquestra invisível toca uma música misteriosa. O Porto daMinha Infância é ainda o Porto de antes do nascimento: uma cidade carregadade história, uma cidade de artistas e pensadores”.

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Dia 10 de Novembro 2007

21.30 – PM

Filme Concerto: Lisboa, Crónica Anedótica de Leitão de BarrosFlak EnsembleFlak (Programações e teclados), Filipe Valentim (Piano), Viviena Tupikova(Violino), Abel Gomes (violoncelo), e Diogo Faro (Clarinete)

Filme:

Lisboa, Crónica Anedótica (1930, 85’, 35 mm) de Leitão de BarrosEste filme concerto foi comissionado pelo Lisbon Village Festival, tendotido a sua estreia no Forum Lisboa dia 22 de junho de 2007.A obra teve a sua estreia oficial em 1930 e oferece ao público uma visão dacidade que se respirava na altura. Apesar de este ser o mais autênticodocumentário feito até hoje sobre a Capital é também uma fita onde aparecemos maiores actores da época do Teatro e do Cinema de Portugal (NascimentoFernandes, Beatriz Costa, Vasco Santana, Eurico Braga, Chaby Pinheiro,Estevão Amarante, Josefina Silva, Eugénio Salvador, Adelina Abranches,Costinha, Alves da Cunha…). Todos eles interpretam personagens típicas deLisboa, misturadas com as figurais reais do quotidiano da cidade. Estaconvincente articulação de realidade e ficção, de linguagem documental efantasia, fazem desta obra um caso sério de inovação. Lisboa, CrónicaAnedótica faz-nos respirar e sentir o pulsar de capital portuguesa no final dosanos 20

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Exposição de Fotografia

BMAG 5 a 10 de Novembro

Fragmentos da rodagem de Lisbon Story (1994) de Cesário M. F. AlvesDocente (disciplina de fotografia) no Curso de Tecnologia da ComunicaçãoAudiovisual do Instituto Politécnico do Porto desde 2001. Produz e expõeregularmente fotografia documental desde 1994. Entre as suas exposiçõesmais recentes, contam-se: "Adriano, Ensaio Fotobiográfico", Solar, Galeria dearte cinemática, Vila do Conde, 2006; "Superturismo", exposição individual,Galeria Imagolucis, Porto 2004; .

Wenders estava a rodar Lisbon Story tendo, por isso, recusado um convite dofestival de Vila do Conde para estar presente numa retrospectiva do seutrabalho. Aproveitei a oportunidade para ir a Lisboa capturar o ambiente dasfilmagens com o intuito de o poder mostrar em Vila do Conde. Fui bemrecebido, mas Wim Wenders não me deu acesso ao coração da rodagem, osinteriores do palácio de Belmonte, no pátio de D. Fradique, colina do Castelo

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de S. Jorge. Ele e a mulher, Donata Wenders, fazem todas as fotografias derodagem, de sets e de réperages e publicam-nas frequentemente. Daí as suasreservas. Em todo o caso, houve espaço para estes fragmentos.

DIAPORAMABMAG 5 a 10 de Novembro

25 Frames # 1 Segundo – Olhares sobre a cidade

Alunos do 2º ano de TCAV

Coordenador: João Leal

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FORA de HORAS

Dia 9 de Novembro 2007

24.00 – Passos Manuel

A CidadeDJ: Alex The Fool ( PsP_Progressive Sounds of Porto)VJ: Playgirl

O tema A Cidade remete-nos para uma infinita possibilidade sonora e visualque todos nós inconscientemente identificamos facilmente, transpondo-nos deimediato para uma realidade urbana que nos pertence e que da qual fazemosparte. O conceito é tentar passar por essa realidade, transpondo para dentro deum espaço fechado esse despertar inconsciente do público, a partir dadesconstrução sonora e visual do que é a vida frenética e atordoada de umaCidade, do seu passado e do seu presente.

Dia 10 de Novembro 2007

24.00 - Pitch ClubPhil StumpfPhil Stumpf é um artista de rara e intensa dinâmica, merecendo o destaque eatenção de todos os amantes da música. Nascido em Berlim no início dadécada de 70 optou por viver estes últimos anos na cidade de Paris. Durante ocurso de Medicina que tirou na Alemanha, deu início à experimentação comoDJ e produtor, mas foi já em Paris, através das lendárias festas MINIMALDANCING no Nouveau Casino, organizadas em conjunto com Sam Rouane -com quem partilha também o projecto DUPLEX 100 - que Phil Stumpf abriuportas à sua brilhante carreira. A sua actividade musical não se esgota,contudo, na cena clubbing, já que integra o elenco de várias bandas, de entre

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as quais se destaca a banda electrónica alemã OH!, na qual concentraactualmente toda a sua criatividade e energia. No entanto, a ambição comomúsico ultrapassa os parâmetros criativos, encetando uma empenhadaactividade na qualidade de organizador de eventos, como é o caso doFESTIVAL MUSIC-ALLEMAND, um festival de música alemã realizadoanualmente em Paris, e do DEUTSCH MINIMAL, um programa criado peloGoethe Institute para a divulgação da sonoridade minimal fora da Alemanha noqual colabora enquanto director artístico. Associado às editoras OUT OFORBIT, FROZEN NORTH, MOON HARBOUR, TRENTON, FRANKIE REC,nos seus DJ-sets revela uma apaixonada atitude funk, entendida na suaperspectiva mais minimal. Ninguém fica indiferente à sua estética, umainteligente combinação de funkcom minimal, responsável pelas noites de dança mais memoráveis.

Porto, Outubro de 2007

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Tema da Comunicação de Olívia Silva no PainelFotografar Cidades8/2 Olívia da SilvaDoutorada em Fotografia pela Faculdade de Arte e Design da Universidade deDerby, no Reino Unido, Olívia da Silva é Coordenadora do Mestrado deComunicação Audiovisual e das Licenciaturas de Audiovisual e Mutimédia doInstituto Politécnico do Porto. Expõe regularmente em Portugal e noEstrangeiro. Entre os seus projectos fotográficos de retrato contam-se 8/2,Cabbage and Kings, Trace and Memory; Vai à Janela, Niort Marketplace eIn the net. É autora e co-autora de obras de Investigação sobre RepresentaçãoFotográfica e Identidades Pessoais e Profissionais. Desenvolve actualmenteum projecto académico no Departamento de Investigação de Newport, ReinoUnido e em Portugal.

8/2 de Olívia da SilvaAno: 1997Locais: Portugal e Reino UnidoExposto em 1997

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De repente, encontramo-nos frente a frente com os personagens principais deum dos mais fascinantes lugares do mundo, em qualquer contexto cultural: omercado. Lugar que aguça os sentidos : os rostos, os pregões, os cheiros, ascores, o bulício, confundem-se e sobrepõem-se de forma estonteante.

A pós-modernidade fabrica não-lugares, como define Marc Augé, lugares semidentidade e sem história dos serviços automáticos e dos cartões de crédito,lugares de comércio mudo, de intermediações anónimas paradoxalmenterotuladas de serviço personalizado.

Não há nada mais radicalmente oposto a estes não lugares que os mercados.Fazedores de cidades e de rotas, ocupando cruzamentos e praças, lugares emque os homens se encontram, se misturam, trocam.

No mercado bate o coração da cidade sem folclore nem cerimónia. No não-lugar é preciso meter o cartão ou comprar o bilhete para pagar o serviço ereceber o respectivo sorriso contido.Ao isolar as vendedeiras num cenário despojado, Olívia da Silva fixa rostos,indumentárias, mas também o vinco do carácter. Faz delas personagenscentrais, desta representação diariamente reposta. Lembra-nos que são aspessoas que fazem os lugares, as identidades e as memórias. Os não - lugaressão outros.

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