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TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO NA SÍDROME DO IMPACTO DO OMBRO Daiany Andrade Pezzotto G – Fisioterapia – INESUL – LONDRINA – PR COMUNICAÇÃO ORAL [email protected] Palavras chaves: síndrome do impacto, dor, fisioterapia. 1 Introdução Até recentemente considerava-se que a dor e a impotência funcional do ombro fossem devidas a bursite, reumatismo, e mau jeito, e que o tratamento, sem qualquer tentativa diagnóstica inicial não passaria da tríade clássica: medicação, infiltração e fisioterapia. Felizmente, evoluiu-se muito desde então (BARBIERI, MAZER e CALIL, 1995). Sabe-se que a dor no ombro tem grande incidência no consultório ortopédico, vindo após a dor lombar (LECH, 1995). As lesões do manguito rotador constituem a causa mais comum de dor no ombro, acometem principalmente mulheres entre a 4ª e 5ª décadas de vida, e são eventualmente bilateral. Caracterizam-se por dor na face ântero-lateral do ombro, e que se exacerba à abdução com rotação externa ou interna da articulação (BARBIERI, MAZER e CALIL, 1995). O estudo das lesões do ombro deve levar em conta as relações anatômicas de todo o quadrante superior. Isto se torna fundamental quando analisa-se a biomecânica de uma articulação em relação às outras (HALBACH e TANK, 1993). O manguito rotador é constituído pelos tendões dos músculos subescapular, supra-espinhoso, infra-espinhoso e redondo menor. Quando íntegro, permite a formação de um espaço articular fechado, sugerindo uma participação na nutrição da cartilagem e conseqüentemente prevenção de processos degenerativos (CHECCHIA e BUDZYN, 1991).

OMBRO Daiany Andrade Pezzotto COMUNICAÇÃO ORAL e que … · fossa subescapular da axila e se insere no tubérculo menor do úmero. Realiza principalmente rotação interna, adução,

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TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO NA SÍDROME DO IMPACTO D O OMBRO

Daiany Andrade Pezzotto G – Fisioterapia – INESUL – LONDRINA – PR

COMUNICAÇÃO ORAL [email protected]

Palavras chaves: síndrome do impacto, dor, fisioterapia. 1 Introdução

Até recentemente considerava-se que a dor e a impotência funcional

do ombro fossem devidas a bursite, reumatismo, e mau jeito, e que o tratamento, sem

qualquer tentativa diagnóstica inicial não passaria da tríade clássica: medicação,

infiltração e fisioterapia. Felizmente, evoluiu-se muito desde então (BARBIERI,

MAZER e CALIL, 1995).

Sabe-se que a dor no ombro tem grande incidência no consultório

ortopédico, vindo após a dor lombar (LECH, 1995). As lesões do manguito rotador

constituem a causa mais comum de dor no ombro, acometem principalmente mulheres

entre a 4ª e 5ª décadas de vida, e são eventualmente bilateral. Caracterizam-se por dor

na face ântero-lateral do ombro, e que se exacerba à abdução com rotação externa ou

interna da articulação (BARBIERI, MAZER e CALIL, 1995).

O estudo das lesões do ombro deve levar em conta as relações

anatômicas de todo o quadrante superior. Isto se torna fundamental quando analisa-se a

biomecânica de uma articulação em relação às outras (HALBACH e TANK, 1993).

O manguito rotador é constituído pelos tendões dos músculos

subescapular, supra-espinhoso, infra-espinhoso e redondo menor. Quando íntegro,

permite a formação de um espaço articular fechado, sugerindo uma participação na

nutrição da cartilagem e conseqüentemente prevenção de processos degenerativos

(CHECCHIA e BUDZYN, 1991).

Segundo Volpon e Muniz (1997), os componentes do manguito

rotador, particularmente o supra-espinhoso, ocupam espaço relativamente pequeno na

região subacromial que, em algumas pessoas pode ser ainda exíguo em decorrência do

formato do acrômio que, quando muito inclinado leva ao atrito exagerado dos tendões

contra estruturas rígidas, principalmente a borda anterior do acrômio.

A causas mais freqüentes de lesões do manguito rotador são: a

síndrome do impacto, alterações degenerativas e traumatismos (CHECCHIA e

BUDZYN, 1991).

Além disso, na região próxima à inserção do músculo supra-

espinhoso, existe uma área de hipovascularização (área crítica), o que torna essa região

mais vulnerável à lesão e de reparo precário (WILK, et al., 2000).

Com relação aos sinais clínicos, os pacientes apresentam geralmente

história de dor intermitente, que piora à noite pelo estiramento das partes moles.

Constata-se, também, arco doloroso entre 70 e 120 graus, crepitação e diminuição na

força muscular, principalmente nos movimentos de abdução e rotação externa (LECH,

1995; BRASIL, FILARD e MEMMITI, 1993).

Apresenta positividade nos testes irritativos, como os de Neer, Jobe,

Hawkins, Patte e outros (NICOLETTI e ALBERTONI, 1993).

Quanto ao tratamento, tem sido indicadas diferentes metodologias,

incluindo: intervenção cirúrgica, medicamentos hormonais e não hormonais, tratamento

fisioterapêutico, entre outros (CHECCHIA et al., 1994).

O tratamento deve ser inicialmente clínico, mesmo naqueles casos em

que é observada alguma alteração anatômica. Em geral preconiza-se um período de até

6 meses de tratamento clínico antes de se indicar o tratamento cirúrgico (LECH, 1995;

GIORDANO et al., 2000).

2 Objetivos

2.1 Geral

A elevada incidência da dor no ombro, sendo considerada a segunda maior queixa nos

consultórios, perdendo apenas para a dor lombar, determinaram a relevância deste

trabalho que tem por objetivo apresentar uma abordagem atual sobre o Tratamento

Fisioterapeutico na Síndrome do Impacto do Ombro.

2.2 Específicos

- Apresentar informações importantes para que o fisioterapeuta possa avaliar,

adequadamente, o significado das queixas apresentadas pelo paciente;

- Detectar alterações nas diversas estruturas que compõe o ombro;

- Demonstrar o significado fisiopatológico da positividade dos testes e a sua eficácia;

- Apresentar propostas de tratamento.

3 Metodologia

O presente trabalho apresenta um estudo exploratório e descritivo,

focando na maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou

a facilitar a construção de hipóteses. Esse tipo de pesquisa tem como principal objetivo

o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições, novas idéias.

O levantamento bibliográfico foi realizado em livros acadêmicos da

área da saúde, bases de dados científicas da área da saúde como SCIELO, BIREME,

LILACS, entre outras, bem como em dissertações de bibliotecas virtuais.

4 Fundamentação teórica

4.1 Anatomia do ombro

O ombro é um conjunto funcional que permite unir o membro superior

ao tórax, com duas funções: uma mobilização com grande amplitude do braço e uma

boa estabilidade no caso em que o membro superior necessitará de força, como manejar

objetos pesados (GERMAIN, 1992).

O ombro é uma estrutura capaz de realizar movimentos com mais de

180 graus, graças aos movimentos coordenados das várias articulações que o compõem,

e possui a maior liberdade de movimento do corpo humano (VEADO e FLÓRA, 1994).

Sua estabilidade depende do funcionamento coordenado e

sincronizado dos estabilizadores dinâmicos que são representados pelos músculos, e os

estabilizadores estáticos, que são os ligamentos, cápsula e lábio glenoidal (PRENTICE

E VOIGHT, 2003).

Os componentes esqueléticos do cíngulo do membro superior incluem

duas clavículas, duas escápulas e o esterno, e o complexo do ombro consiste numa

cabeça do úmero quase hemisférica e numa cavidade glenóide relativamente rasa na

margem lateral da escápula (RASCH, 1991).

A região do ombro é formada por 20 músculos, 3 articulações ósseas e

3 articulações funcionais que permitem a maior mobilidade do nosso corpo em relação

às demais regiões ocorrendo aproximadamente 180o de flexão, abdução e rotação e 60°

de hiperextensão. As partes ósseas que participam destes movimentos são: esterno,

costelas, clavícula, escápula e úmero (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997, p. 259).

As cinco articulações do ombro como o complexo articular do ombro,

a saber: glenoumeral (escápulo-umeral) umerocoroacromial (supra-umeral ou

subdeltóidea), acromioclavicular, esternoclavicular e escapulotorácica (KAPANDJI,

2000, p. 30).

A articulação glenoumeral é uma articulação sinovial multiaxial bola-

e-soquete (esférica). Esta articulação possui três graus de liberdade. Tem três eixos

principais, ou seja, um eixo transversal no plano frontal, um ântero-posterior no plano

sagital e outro vertical na intersecção dos planos sagital e frontal (GREVE;

AMATUZZI, 1999, p. 160).

A posição de repouso da articulação glenoumeral é 55° de abdução e

de 30° de adução horizontal. A posição de aproximação máxima da articulação é

abdução completa e rotação lateral. Em posição relaxada, o úmero acomoda-se na parte

superior da cavidade glenóide. A glenóide na posição de repouso tem uma inclinação

superior de 5° e uma leve rotação interna de 7°. O ângulo entre o colo e a diáfise

umerais é cerca de 130° e a cabeça umeral é retrovertida 30 a 40° em relação à linha que

une os epicôndilos (MAGEE, 2002).

Para GOULD III (1993, p. 479), HAMILL e KNUTZEN (1999, p.

150) é a articulação que oferece a maior amplitude e potencial de movimento entre

todas as articulações do corpo, porém é a menos estável. Esta mobilidade e menor

estabilidade pode ser atribuída à rasa fossa glenóide, à grande e redonda cabeça umeral,

à frouxidão capsular e suporte ligamentar limitado.

A cabeça umeral é comparada com um terço de esfera de 30 mm de

raio, orientando-se para cima, para dentro e atrás. Esta esfera não é regular devido a seu

diâmetro vertical ser 3 a 4 mm maior do que o seu diâmetro ântero-posterior. Está

separada do resto da epífise superior do úmero pelo colo anatômico. Contém duas

proeminências nas quais se inserem os músculos periarticulares, a tuberosidade menor

(anterior) e a tuberosidade maior (externa) (KAPANDJI, 2000, p. 32).

A articulação é formada por um pequeno soquete raso, a cavidade

glenóide, localizada no ângulo superior-externo do corpo da escápula, orientando para

fora, para frente e levemente para cima. É côncava vertical e transversalmente, mas a

sua concavidade é irregular e menos acentuada do que a convexidade da cabeça

(KAPANDJI, 2000, p. 32).

Está rodeada pela margem glenóide, interrompida pela incisura

glenóide na sua parte ântero-posterior (KAPANDJI, 2000, p. 32).

A sua superfície é um quarto do tamanho da cabeça umeral para esta

encaixar-se. A cavidade articular é aprofundada por uma margem de fibrocartilagem, o

lábio glenóide, que recebe reforço suplementar dos ligamentos e tendões ao redor. (Fig.

01). Ocupa a incisura glenóide e aumenta ligeiramente a superfície da glenóide embora,

principalmente, acentua a sua concavidade restabelecendo a congruência das superfícies

articulares (HAMILL; KNUTZEN, 1999, p. 151, KAPANDJI, 2000).

FIGURA 1– ARTICULAÇÃO DO OMBRO

FONTE: SOBOTTA, J. Sobotta: Atlas de Anatomia Humana. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 1995, v. 1.

Como há mínimo contato entre a cavidade glenóide e a cabeça do

úmero, a articulação do ombro depende de estruturas ligamentares e musculares para ter

estabilidade (HAMILL e KNUTZEN, 1999).

Segundo GREVE e AMATUZZI (1999, p. 160) a estabilidade da

articulação glenoumeral é representada pelos chamados estabilizadores estáticos (forças

de adesão/coesão, pressão negativa, superfície articular, cápsula articular, lábio

glenóide, ligamentos glenoumeral superior, médio e inferior, ligamento coracoacromial,

ligamento acromioclavicular, ligamento coracoumeral e proprioceptores) e

estabilizadores dinâmicos (Fig. 02).

FIGURA 2 – MÚSCULOS DO OMBRO

FONTE: SOBOTTA, J. Sobotta: Atlas de Anatomia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995, v. 1.

Músculo supra-espinhoso

Origina-se na fossa supra-espinhal da escápula e se insere no

tubérculo maior do úmero, sendo inervado pelo nervo supra-escapular (C4 – C6)

(HEBERT; XAVIER, 1998).

É um músculo peniforme, onde as fibras partem diretamente do osso e

vão, obliquamente, até o tendão de inserção que atravessa o centro do músculo. É o

motor principal da abdução, comunicando a fossa supra-espinhoso com a região

subdeltóidea e limitando-se posteriormente, pela espinha da escápula e do acrômio;

anteriormente, pelo processo coracóide e, superiormente pelo ligamento

coracoacromial. Durante a abdução, ele age tracionando a cabeça do úmero diretamente

no interior da cavidade glenóide protegendo a articulação de uma luxação, de uma

forma que não pode ser realizada pela porção média do deltóide em muitos pontos de

sua amplitude de movimento. Mesmo quando o deltóide está paralisado, o supra-

espinhoso realiza a amplitude completa de abdução do braço (HEBERT; XAVIER,

1998).

Quando o braço está colocado junto ao corpo, a tração do supra-

espinhoso é muito superior ao do deltóide para se iniciar a abdução. Com o supra-

espinhoso paralisado, quando o indivíduo move o braço através de toda sua amplitude

na articulação do ombro, a força e a resistência durante a abdução estarão reduzidas

(HEBERT; XAVIER, 1998).

Como o deltóide, o bíceps e o tríceps são inativos para impedir a

luxação do úmero quando trações violentas são exercidas sobre este osso, o supra-

espinhoso e a porção superior da cápsula da articulação do ombro agem impedindo essa

luxação. Este mecanismo torna-se ineficiente com a abdução do ombro (RASCH;

BURKE, 1977, p. 196).

Com o aumento de volume do tendão do supra-espinhoso, devido a

uma cicatriz ou um processo inflamatório, há um bloqueio para ele deslizar pelo espaço

subacromial. Se o espessamento conseguir vencer esse bloqueio, o movimento de

abdução pode continuar com um ressalto. Nas perfurações da bainha rotadora, o tendão

do supra-espinhoso degenerado e roto já não se interpõe entre a cabeça umeral e o arco

coracoacromial. O contato direto da cabeça umeral e do arco coracoacromial durante a

abdução é considerado como causa de algias da síndrome do impacto do ombro de grau

III (KAPANDJI, 2000, p. 68).

Músculo subescapular

Este músculo tem esse nome devido a sua posição na superfície costal

da escápula, junto à parede torácica (RASCH; BURKE, 1977, p. 202). Origina-se na

fossa subescapular da axila e se insere no tubérculo menor do úmero. Realiza

principalmente rotação interna, adução, sendo inervado pelo nervo subescapular (C5–

C8) (SOBOTTA, 1995).

Músculo infra-espinhoso

Origina-se na fossa infra-espinhal da escápula e se insere no tubérculo

maior do úmero. Realiza principalmente rotação externa, sendo inervado pelo nervo

supraescapular (C4 –C6) (HEBERT; XAVIER,1998).

Músculo redondo menor

Origina-se na borda axilar da escápula e se insere no tubérculo maior

do úmero. Realiza principalmente rotação externa, sendo inervado pelo nervo axilar (C5

– C6) (HEBERT; XAVIER,1998).

Anteriormente, a articulação é suportada pela cápsula, o lábio da

glenóide, os ligamentos glenoumerais, o ligamento coracoumeral e fibras do

subescapular, peitoral maior e as três bolsas sinoviais anteriores do ombro que se unem

à cápsula articular. Os ligamentos coracoumeral e o glenoumeral medial sustentam e

suportam o braço quando está relaxado e durante os movimentos de abdução, rotação

externa e extensão (HAMILL; KNUTZEN, 1999, p. 151).

Os ligamentos glenoumeral superior, inferior e médio descritos como

pregas horizontais da cápsula anterior com uma aparência de leque, são considerados

espessamentos da cápsula anterior. O quarto ligamento capsular anterior é o ligamento

coracoumeral, formado por dois fascículos, que nasce do bordo lateral do processo

coracóide da escápula e se insere na tuberosidade maior do úmero por trás e

tuberosidade menor do úmero pela frente, que durante a extensão do ombro, há tensão

predominante sobre o fascículo da tuberosidade menor do úmero e durante a flexão do

ombro, há tensão predominante sobre o fascículo da tuberosidade maior do úmero. No

final da flexão, a rotação interna do úmero distende os ligamentos coracoumeral e

glenoumeral, possibilitando uma maior amplitude de movimento (GOULD III, 1993, p.

481; KAPANDJI, 2000, p. 42).

Durante a abdução, os ligamentos glenoumeral médio e inferior estão

tensos, enquanto o superior e o ligamento coracoumeral se distendem. A abdução é

considerada a posição de bloqueio do ombro conseqüente a tensão máxima dos

ligamentos, associada a maior superfície de contato possível das cartilagens articulares

durante este movimento. Outro fator limitante é o impacto da tuberosidade maior do

úmero contra a parte superior da glenóide, que durante a abdução a tuberosidade do

úmero se encontra por baixo do arco coracoacromial, e com a rotação externa se desloca

para trás no fim da abdução, e distende ligeiramente o ligamento glenoumeral inferior

de maneira que consegue retardar o impacto (KAPANDJI, 2000, p. 40).

Posteriormente, a articulação é reforçada pela cápsula, lábio da

glenóide e fibras do redondo menor e infra-espinhoso que se unem à cápsula.

Superiormente, a articulação do ombro denomina-se área de compressão. O suporte na

porção superior da articulação do ombro é feito pela cápsula, lábio da glenóide,

ligamento coracoumeral, supra-espinhoso e cabeça longa do bíceps braquial. A bolsa

subacromial e o ligamento coracoacromial situam-se acima do músculo supraespinhoso

formando um arco sob articulação acromioclavicular. O recesso mais superior é a bursa

subescapular, que normalmente se comunica com a articulação glenoumeral. As bursas

média ou glenoidal superior podem se tornar contíguas como conseqüência de luxações

recorrentes, mas normalmente são entidades distintas (GOULD III,1993; HAMILL;

KNUTZEN, 1999, p. 151).

Inferiormente, a cápsula e cabeça longa do tríceps braquial oferecem

mínimo reforço à articulação do ombro. A bolsa axilar localiza-se inferiormente e está

separada da bursa superior pelo tendão do subescapular (GOULD III, 1993, p. 480-481;

HAMILL; KNUTZEN, 1999, p. 151).

4.1.1 ARTICULAÇÃO UMEROCORACOACROMIAL

É delimitada superiormente pelo arco ligamentar corocoacromial

formado pelo processo do acrômio, ligamento coracoacromial e o processo coracóide.

Este arco forma um teto sobre a tuberosidade maior do úmero, os tendões do manguito

rotador, porções do tendão bicipital e bursa subdeltóidea. A bursa subacromial encontra-

se acima da tuberosidade maior e tendão do supra-espinhoso, e abaixo do músculo

deltóide e processo acromial, inserindo sua base na tuberosidade maior, na porção distal

do tendão do manguito rotador, e no sulco bicipital; e sua superfície no bordo inferior

do acrômio e no ligamento coracoacromial. Pode-se pensar que a articulação

umerocoracoacromial fornece proteção contra trauma direto às estruturas subacromiais

(GOULD III, 1993, p. 481).

A importância clínica desta área é a propensão a compressão e lesão

dos tendões do manguito rotador (especialmente o supra-espinhoso), o tendão da cabeça

longa do bíceps, a cápsula, os ligamentos capsulares e as bolsas subdeltóidea e

subacromial (SMITH; WEISS; DON LEHMKUHL, 1997, p. 270-271).

4.1.2 ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR

MAGEE (2002, p. 186) descreve a articulação acromioclavicular

como “uma articulação sinovial plana que aumenta a amplitude de movimento no

úmero.”

HALL (2000, p. 135) descreve “como uma articulação diartrodial

irregular” que está localizada entre a faceta lateral convexa da clavícula e a porção

ântero-medial côncava do processo acromial.

A articulação tem três graus de liberdade. A cápsula fibrosa rodeia a

articulação e um disco articular pode ser encontrado no interior da articulação. Esta

articulação depende dos ligamentos acromioclavicular e coracoclavicular para sua

resistência (GOULD III, 1993, p. 482).

4.1.3 ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR

Para GOULD III (1993, p. 482) e MAGEE (2002, p. 186) a

articulação esternoclavicular é uma articulação em forma de sela com três graus de

liberdade.

HALL (2000, p. 135) afirma que é “uma articulação do tipo esferoidal

modificada, permitindo movimentos nos planos frontal e transversal e alguma rotação

no plano sagital.”

Conforme HALL (2000, p. 135) e MAGEE (2002, p. 186) esta

articulação é formada pela extremidade proximal da clavícula, o manúbrio esternal e a

cartilagem da primeira costela. Há um disco fibrocartilaginoso entre as duas superfícies

articulares ósseas, promovendo resistência à articulação por causa das fixações,

impedindo desse modo desvio medial da clavícula e do esterno. A cápsula anterior é

mais espessa que a posterior. Os movimentos possíveis nesta articulação e na

articulação acromioclavicular são elevação, depressão, protrusão, retração e rotação. A

posição de aproximação máxima da articulação esternoclavicular é a rotação completa

ou máxima da clavícula, que ocorre quando o braço está em elevação completa. A

posição de repouso é o mesmo da articulação acromioclavicular.

4.1.4 ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA

Como a escápula move-se tanto no plano sagital quanto no frontal em

relação ao tronco, a região entre a escápula anterior e a parede torácica posterior é

chamada de articulação escapulotorácica (HALL, 2000, p. 136).

Embora não seja uma articulação verdadeira, ela funciona como parte

integrante do complexo do ombro. Consiste no corpo da escápula e nos músculos que

cobrem a parede torácica posterior. O bordo medial da escápula afasta-se 3º de cima

para baixo em relação aos processos espinhosos, e a escápula situa-se 20 a 30º

anteriormente no plano sagital (MAGEE, 2002, p. 186).

Os músculos escapulares facilitam os movimentos da extremidade

superior posicionando apropriadamente a articulação glenoumeral. Durante um

arremesso ou saque, quando o úmero abduz horizontalmente e roda externamente

durante a fase preparatória, os rombóides se contraem movimentando o ombro

posteriormente (HALL, 2000, p. 137).

Quando o braço é projetado adiante, libera-se a tensão nos rombóides

permitindo o movimento anterior da articulação glenoumeral (HALL, 2000, p. 137).

Como não é uma articulação verdadeira, não tem uma posição de

aproximação máxima. A posição de repouso é a mesma que a da articulação

acromioclavicular (MAGEE, 2002, p. 186-187).

4.2 Biomecânica do ombro

Segundo GOULD III (1993, p. 483) “A importância da rotação

escapular superior para a fossa glenóide torna-se óbvia para investigar o ritmo

escapuloumeral.” CODMAN1, citado por GOULD III (1993), descreveu que durante a

abdução do úmero a 180°, a clavícula, a escápula e o úmero devem inteirar-se ao longo

de toda a amplitude de movimento e que para cada 15° de abdução, 10° de abdução

acontecem na articulação glenoumeral, e 5° de abdução acontecem como consequência

do movimento escapular lateral, anterior e superiormente.

Nos estágios iniciais de abdução ou flexão, os movimentos são

primariamente glenoumerais exceto pelos movimentos de estabilização da escápula, ou

seja, nos primeiros 30° de abdução ou nos primeiros 45° a 60° de flexão, a escápula

move-se em direção à coluna vertebral ou afasta-se dela, buscando uma posição para

estabilizar o tórax. Após alcançar a estabilização, a escápula move-se lateral, anterior e

superiormente e assim como a escápula também a clavícula fazem movimentos de

rotação para cima, protração ou abdução e elevação, enquanto o braço move-se em

flexão ou abdução (SODERBERG, apud HAMILL; KNUTZEN, 1999).

Passando os 30° de abdução, ou 45 a 60° de flexão, a relação entre os

movimentos glenoumerais e os escapulares torna-se 5:4 de modo que ocorrem 5° de

movimento umeral para cada 4° de movimento escapular no tórax (POPPEN, apud

HAMILL; KNUTZEN, 1999, p. 153).

De acordo com GOULD III (1993, p. 483), o úmero pode abduzir

sobre a escápula até 90° de abdução, pois neste ponto a tuberosidade maior fica

bloqueada pelo acrômio. Com rotação externa antes dos 90° de abdução da

glenoumeral, a tuberosidade maior não entra em choque com o acrômio. Dessa forma

ocorre uma abdução adicional de 30° na glenoumeral. A rotação interna do braço, limita

a abdução a 60º, já que o tubérculo maior é mantido sob o arco. Dessa forma, quando o

úmero está em 180° de elevação, 120° graus ocorrem na articulação glenoumeral e 60°

de abdução é o resultado da elevação escapular (EINHORN, apud HAMILL;

KNUTZEN, 1999).

A ação combinada dos músculos deltóide e do manguito rotador

resulta em elevação do úmero. O músculo deltóide dobra-se na sua origem tracionando

o úmero superiormente sobre o lábio glenóide a 0 graus de abdução. Com o progredir da

abdução, a tração do deltóide força o úmero mais diretamente para dentro da cavidade

glenóide e no final da abdução, o deltóide exerce uma força diretamente anterior,

rodando a cabeça do úmero inferiormente para fora da cavidade glenóide (GOULD III,

1993, p. 482).

Para a mecânica normal, é necessário que esta força seja anulada pelos

músculos do manguito rotador que agem para fixar o úmero dentro da cavidade

glenóide (GOULD III, 1993, p. 482).

O deltóide gera cerca de metade da força muscular para elevação do

braço em abdução ou flexão. A contribuição do deltóide aumenta na medida em que a

abdução aumenta, e o músculo fica mais ativo entre 90 a 180°. Contudo, o deltóide

parece ser mais resistente à fadiga na amplitude de movimento entre 45 a 90° de

abdução, tornando essa amplitude de movimento mais popular para exercícios de

elevação do braço (NORDIN, apud HAMILL; KNUTZEN, 1999, p. 153)

Na elevação do braço, os músculos da bainha rotadora (redondo

menor, subescapular, infra-espinhoso e supra-espinhoso) também desempenham um

papel importante já que o deltóide não pode abduzir ou fletir o braço sem a estabilização

da cabeça umeral. Durante o início da flexão ou abdução do braço, o redondo menor

trabalha com o deltóide para deprimir a cabeça do úmero e estabilizá-la de modo que o

braço possa ser levantado pelo deltóide. A força muscular do redondo menor é igual e

oposta a do deltóide, formando um par de forças. O subescapular e o infraespinhoso se

unem um pouco mais tarde na flexão ou abdução para assistir com a estabilização da

cabeça do úmero. O grande dorsal também se contrai excentricamente para assistir com

a estabilização da cabeça e aumentar a atividade na medida em que o ângulo aumenta

(KRONBERG, apud HAMILL; KNUTZEN, 1999, p. 153).

A bainha rotadora também é capaz de gerar movimento de flexão ou

abdução do braço, com cerca de 50% da força normalmente gerada nesses movimentos.

A abdução ativa completa também pode ser obtida, mesmo na presença da paralisia do

músculo supra-espinhoso. Neste caso, a abdução pode ser iniciada com 80% da força

normal. Entretanto, esta força é rapidamente perdida à medida que aumenta a abdução, e

em aproximadamente 90° de movimento combinado da escápula e úmero, o braço pode

apenas resistir à força da gravidade. A abdução na ausência do músculo supra-espinhoso

é possível, mas o deltóide necessita dos três músculos restantes do manguito para ajudar

a estabilizar a cabeça do úmero na cavidade glenóide (GOULD III, 1993, p. 482,

HAMILL; KNUTZEN, 1999, p. 153).

Acima de 90° de flexão ou abdução, a força da bainha rotadora

diminui, deixando a articulação do ombro mais vulnerável à lesão. Contudo, o

supraespinhoso continua agindo acima dos 90° de flexão ou abdução. Na amplitude de

movimento superior, o deltóide começa a tracionar a cabeça do úmero para baixo e para

fora da cavidade articular, criando uma força de subluxação. Para mover-se entre 90 e

180° de flexão ou abdução, é preciso rotação externa na articulação. Se o úmero gira

externamente 20° ou mais, o bíceps braquial pode também abduzir o braço. Quando o

braço é abduzido ou fletido, a cintura escapular precisa protrair-se ou abduzir-se, elevar-

se e girar para cima com rotação clavicular posteriormente para manter a cavidade

glenóide na posição ideal. O serrátil anterior e o trapézio trabalham como uma dupla de

força para criar os movimentos laterais, superiores e de rotação da escápula

(HALBACH, apud HAMILL; KNUTZEN, 1999, p. 154).

As fibras inferiores do trapézio rodam inferiormente a espinha

escapular e as fibras médias mantêm o alinhamento contralateral. Entretanto, quando

não auxiliado, o trapézio não está apropriadamente alinhado para evitar que o peso do

braço provoque uma inclinação posterior do ângulo inferior da escápula, que resultaria

em uma escápula alada. Consequentemente, em flexão, o músculo serrátil anterior evita

esta instabilidade da escápula. O serrátil anterior também age como força associada, em

conjunto com o músculo trapézio, durante a rotação superior da fossa glenóide, ação

que é necessária para a abdução completa (GOULD III, 1993, p. 483).

À medida que o braço é aduzido ou estendido, a cintura escapular se

retrai, deprime e roda para baixo com rotação da clavícula para frente. O rombóide gira

a escápula inferiormente e juntamente com o redondo maior e o grande dorsal agem

como uma dupla de força para controlar os movimentos de braço e escápula durante o

abaixamento (HAMILL; KNUTZEN, 1999, p. 155).

A rotação interna e externa são outros dois movimentos do braço

muito importantes para muitas habilidades esportivas e para o movimento eficiente do

braço acima de 90°. A rotação externa é um componente importante da fase de

levantamento ou de posicionamento da mão, e a rotação interna é importante na

aplicação de força e fase de aceleração em uma ação de lançamento (HAMILL;

KNUTZEN, 1999, p. 155).

A rotação externa é necessária quando o braço está acima de 90°,

sendo produzida pelo infra-espinhoso e redondo menor. Como o infra-espinhoso é

também um músculo importante na estabilização da cabeça do úmero, ele fadiga-se

rapidamente em atividades acima da cabeça. A rotação interna é produzida

primariamente pelo subescapular, grande dorsal, redondo maior e porções do peitoral

maior. Os músculos que contribuem para o movimento articular de rotação interna são

capazes de gerar uma grande quantidade de força; contudo, esta nunca é usada em

demasia (SODERBERG , apud HAMILL; KNUTZEN, 1999).

A rotação produzida com o braço em posição neutra pode requerer

mínima assistência da cintura escapular. É também nessa posição que se consegue obter

amplitude de movimento completa por 180°, porque, à medida que o braço é levantado,

os músculos usados para girar o úmero também vão sendo usados para estabilizar a

cabeça do úmero, e esta fica restrita à rotação na amplitude e movimento superior. A

rotação interna é muito difícil em posições com o braço elevado já que o acrômio fica

muito comprimido contra o tubérculo maior (PEAT, apud HAMILL; KNUTZEN, 1999,

p. 155)

Duas ações articulares finais que são combinações das posições

elevadas do braço são a flexão horizontal ou adução, e a extensão horizontal ou

abdução. Os músculos que contribuem mais significativamente para o movimento

articular de adução horizontal são o peitoral maior e a cabeça anterior do deltóide. Esse

movimento é importante em movimentos de potência de habilidades do membro

superior. O movimento de abdução horizontal no qual o braço é trazido de volta na

posição elevada é produzido primariamente pelo infra-espinhoso, redondo menor e

deltóide posterior. Esse movimento é comum em ações de levantamento em habilidades

de membros superiores. (NORDIN, apud HAMILL; KNUTZEN, 1999, p. 156)

4.3 Fisiopatologia

É importante ter uma boa compreensão da fisiopatologia das lesões

por uso excessivo para saber como aconteceu a lesão e tentar evitar nova ocorrência. A

prevenção da recorrência é o aspecto mais importante da administração de lesões por

uso excessivo. A maior parte das lesões por uso excessivo compromete unidades

musculotendinosas deixando o músculo lesionado contraído e dolorido (GARRICK;

WEBB, 2001).

A fadiga muscular pode ocorrer devido a uma falta relativa de força

ou resistência. Uma vez fatigado, o músculo se retesa e, se a atividade for continuada,

provavelmente chegará a sofrer danos estruturais, talvez na forma de hemorragia ou,

simplesmente, de edema localizado. Uma vez lesionada, a unidade musculotendinosa

deixa de atender às exigências que lhe são feitas. Após a lesão, o músculo parece reagir

com espasmos e encurtando-se. Incapaz de funcionar normalmente, o músculo se torna

fraco. Da próxima vez que for chamado para agir, suas capacidades estarão diminuídas

e a recorrência da lesão acontecerá com facilidade muito maior. O ciclo excesso de uso,

retesamento, dor, falta de uso, fraqueza, mais uso em excesso repete-se até que seja

interrompido por intervenção ativa (GARRICK; WEBB, 2001).

A fraqueza da musculatura escápulo-torácica também pode causar ou

agravar o impacto. Se a elevação umeral não é sincronizada com a rotação escapular

ascendente ou o abaixamento dos braços não é sincronizado com a rotação escapular

para baixo, pode ocorrer o impacto (GARRICK; WEBB, 2001).

O desempenho dos movimentos repetitivos elevados, a alta velocidade

e com forças explosivas de atletas arremessadores, bem como a fraqueza ou fadiga da

musculatura escapular, podem levar ao impacto devido a falência dos rotadores

escapulares para realizar a requerida rotação escapular e elevação umeral (MATSEN;

ARNTZ, 1990).

Também, a dor do ombro proveniente do impacto pode levar a

inibição dos músculos escapulares, causando impacto adicional. Se os músculos

escápulo-torácicos, acompanhados de uma injúria aguda do ombro, não são

apropriadamente treinados, estes músculos podem ser submetidos a atrofia por desuso

ou não poderão funcionar em seqüência própria (GARRICK; WEBB, 2001).

O ritmo escápulo-umeral também é crítico para a elevação normal do

braço. A força associada do deltóide e do trapézio são de grande importância durante a

elevação do braço. A função desta força associada é para obter uma suave elevação do

braço sem chocar-se com a cabeça umeral, contra o arco coracoacromial e para

intensificar a estabilidade dinâmica da articulação glenoumeral (GARRICK; WEBB,

2001).

A força associada do trapézio e serrátil anterior é obtida em cima da

rotação da escápula pela ação concêntrica durante a elevação umeral. Durante o

abaixamento dos braços, a força associada age excentricamente para controlar a rotação

da escápula para baixo (MATSEN; ARNTZ, 1990).

Se a forte rotação da escápula, para baixo, é preciso (forçando o

abaixamento do braço), isto é executado para concentrar a contração do segmento

abaixado do peitoral maior, peitoral menor, elevador da escápula, rombóide e grande

dorsal (GARRICK; WEBB, 2001).

Num movimento normal do ombro, o mecanismo do manguito rotador

esta intimamente relacionado ao arco coracoacromial e é apenas separado por uma

bursa subdeltóidea (GARRICK; WEBB, 2001).

O impacto pode ser classificado em: primário e secundário

(MATSEN; ARNTZ, 1990).

O impacto primário pode resultar de diminuição do espaço

subacromial, laxitude capsular posterior, ou excessiva migração superior da cabeça

umeral associada a fadiga ou falência dos depressores da cabeça umeral (MATSEN;

ARNTZ, 1990).

O impacto secundário é definido por um relativo decréscimo do

espaço subacromial associado a instabilidade da articulação gleno-umeral ou

instabilidade funcional da articulação escápulo-torácica (GARRICK; WEBB, 2001).

A área de impacto está centralizada na inserção do músculo supra-

espinhal com a cabeça longa do bíceps, além da bursa subacromial, que protege toda

essa região. É, portanto, o atrito constante dessas partes moles contra o arco acromial

duro que determina a degeneração.Um número de processos anormais poderá

influenciar nestes mecanismos e causar fricção , impacto, e aumento do desgaste dos

tendões do manguito rotador (MATSEN; ARNTZ, 1990).

MATSEN e ARNTZ (1990) descreveram fatores estruturais e

funcionais que poderão potencialmente aumentar o impacto do manguito rotador:

Quadro 1 - Fatores estruturais que poderão levar ao impacto subacromial

ESTRUTURA CARACTERÍSTICA ANORMAL articulação acrômio-

clavicular -anomalia congênita -degeneração e formação de espora

acrômio -fusão acromial incompleta -formato acromial anormal -degeneração e esporas na face inferior do acrômio -retardo de consolidação ou formação de pseudoartrose pós fratura acromial

processo coracóide -anomalia congênita -anormalidade no formato através de cirurgia ou trauma

-manguito rotador -depósitos de cálcio -espessamento pós-operatório ou pós-trauma dos tendões -irregularidades na face superior associada a rutura parcial ou completa

úmero -aumento do tubérculo maior associado a anomalias congênitas ou consolidação errada.

Fonte: MATSEN F.A, ARNTZ CT . Subacromial impingement . The Shoulder (Vol) 2

Quadro 2 - Fatores funcionais que poderão levar ao impacto subacromial

ESTRUTURA CARACTERÍSTICA ANORMAL escápula -posicionamento escapular anormal

-movimento escapular anormal associado a paralisia anterior ou limitação de movimento da articulação escápulo-torácica -instabilidade escápulo-torácica funcional associada a falência ou fadiga da musculatura escápulo-torácica -quebra do ritmo escápulo-umeral associado a fadiga ou falência do serrátil anterior

manguito rotador -déficit do mecanismo depressor da cabeça umeral por: -radiocultura (c5-6) -paralisia nervo supraescapular -rutura parcial ou total do manguito rotador -rutura da longa porção do bíceps braquial

cápsula da articulação gleno-umeral

-frouxidão capsular posterior podendo levar a migração superior da cabeça umeral na flexão do ombro -laxitude cápsulo-ligamentar

Fonte: MATSEN F.A, ARNTZ C.T . Subacromial impingement . The Shoulder V. 2

4.4 Sintomas

O maior sintoma nas lesões por uso excessivo é a dor. É

particularmente importante estabelecer qual o estímulo e a localização da dor,

permitindo ao médico se concentrar no comprometimento de estruturas anatômicas

específicas. Dor que aumenta de intensidade geralmente indica lesão em alguma região

da unidade musculotendinosa que se contrai em resposta a atividades além de sua

capacidade. Dor súbita e aguda pode sugerir lesão por impacto (GARRICK; WEBB,

2001).

MAXEY e MAGNUSSON (2002), CANAVAN (2001) descrevem

que pacientes com síndrome de impacto do ombro geralmente não procuram o médico

no estágio agudo da síndrome. De modo geral, consultam um médico quando não

conseguem mais acalmar os sintomas com um período de repouso ou com exercícios

autoprescritos. As principais queixas dos pacientes normalmente são dor, rigidez,

enfraquecimento e, quase sempre, “fisgadas”, quando o braço é usado na posição

flexão-rotação interna. Os sintomas associados podem incluir dificuldade em

adormecer, especialmente sobre o lado afetado, dificuldade no desempenho de

atividades diárias rotineiras e de atividades acima da cabeça. A dor é freqüentemente

sentida abaixo do aspecto lateral do braço próxima da inserção deltóide, sobre o úmero

ântero-proximal ou na região periacromial.

De acordo com CANAVAN (2001), o exame físico e a inspeção do

ombro podem revelar a atrofia dos músculos deltóide ou do manguito rotador,

especialmente se o distúrbio for crônico. Pode revelar pouca ou nenhuma dor localizada

à palpação. Déficits de amplitude de movimento são observados, com mais freqüência

limitados na rotação interna e na adução horizontal cruzando à frente do corpo,

indicando o tensionamento da cápsula posterior. O arco doloroso, observado através de

dor e de crepitação, localiza-se entre 60 e 90o do arco, tanto na flexão passiva como na

ativa, e é, de modo geral, relatado como mais doloroso quando realizado ativamente. Do

mesmo modo, a dor, com freqüência, é observada durante a flexão máxima para frente.

Enfraquecimento muscular pode ser observado na flexão, na rotação

externa e, com menor freqüência, na rotação interna, como resultado de desuso ou de

dano ao tendão. O comprometimento da integridade dos tendões do manguito rotador

pode ser indicado pela dor ou pela abdução, flexão e rotação externa resistidas e, mais

uma vez com menor freqüência, pela rotação interna. O diagnóstico diferencial é

imperativo para a distinção dos sinais de impacto subacromial (crepitação subacromial

na flexão e rotação), sinais de tensão (amplitude de movimento limitada) e sinais de

comprometimento do tendão (atrofia, enfraquecimento e dor ao movimento resistido)

(CANAVAN, 2001).

4.5 Diagnóstico

Tradicionalmente, o impacto do manguito rotador contra a face do

arco coracoacromial tem sido atribuído ao impacto mecânico repetido. Geralmente, este

mecanismo de impacto é denominado de impacto primário (NEER II, 1995).

NEER II (1995), em seu clássico artigo demonstrou claramente a

relação entre o fenômeno de impacto e a degeneração do manguito rotador.

NEER II (1995) constatou o “impacto do manguito rotador contra o

arco coracoacromial.” e observou que a flexão do ombro com rotação interna leva a

passagem, da zona avascular crítica do manguito rotador por baixo do arco

coracoacromial.

Também notou crescimentos ósseos e formação de esporas na face

ântero-inferior do acrômio e propôs que estes crescimento ósseos estão associados a

repetidos episódios de impacto do manguito rotador entre o ligamento coracoacromial e

a cabeça umeral (NEER II, 1995).

De acordo com NEER II (1995), a elevação do membro superior

ocorre geralmente em flexão, e não em abdução.

O impacto ocorre contra a porção ântero-inferior do acrômio,

ligamento córaco-acromial e a articulação acromio-clavicular. Segundo GERBER

(2000), a ponta do processo coracóide pode também colaborar com o impacto.

A área de impacto está centralizada na inserção do músculo supra-

espinhal com a cabeça longa do bíceps, além da bursa subacromial, que protege toda

essa região. É, portanto, o atrito constante dessas partes moles contra o arco acromial

duro que determina a degeneração (NEER II, 1995).

Bigliani descreveu, em 1992, que o acrômio pode ser classificado

anatomicamente, conforme sua curvatura lateral, em reto curvo e ganchoso.

Bartel e colaboradores (1992) realizaram este estudo e concluíram que

74% dos acrômios eram retos e apenas 26% curvos. O tipo ganchoso não seria uma

forma anatômica, mas uma formação de osteófitos determinados pelas trações exercidas

pelo ligamento córaco-acromial.

Quanto mais curvo o acrômio, maior será o impacto desenvolvido, e

maior será a possibilidade de ocorrer uma lesão do manguito rotador. Na verdade, os

tipos curvos são responsáveis por 81% das rupturas do manguito encontradas no estudo

em cadáveres. Os achados cirúrgicos sempre comprovam este fator (BARTEL, et al.,

1992).

Diferenciar o impacto primário do impacto secundário será crucial na

abordagem específica destas duas síndromes. Se o impacto secundário for abordado

como um caso clássico de impacto primário (ex.: sucessivas infiltrações subacromiais e

acromioplastia) estará motivando a não correção do problema (BARTEL, et al., 1992).

O resultado final de ambas as síndromes é a inflamação dos tendões

do manguito rotador e ruptura. Sinais e sintomas similares podem estar presentes em

ambas as síndromes, entretanto, o mecanismo de injúria é diferente (BARTEL, et al.,

1992).

As lesões causadas pelo impacto foram divididas por NEER II, 1995

em três estágios progressivos. Os sinais destes estágios são os seguintes:

Grau-I - Edema e hemorragia reversíveis.

Ocorre em pacientes jovens devido a um excesso do uso do Membro

Superior (MS) no esporte ou trabalho; o tratamento adequado é o conservador.

Grau-II - Fibrose e tendinite do manguito rotador.

Ocorrem de maneira crônica em pacientes com idade entre 25 e 45

anos.

Os sinais clínicos são intermitentes. Nesses casos, o tratamento

conservador pode ser suficiente apenas nos primeiros episódios dolorosos; a

acromioplastia clássica por via aberta ou artroscópica tem sua grande indicação, já que

alivia definitivamente os sintomas dolorosos e previne a ruptura do manguito, que

certamente ocorreria na evolução natural da doença. É considerada por alguns autores

como cirurgia “profilática” (NEER II, 1995).

Grau-III- Ruptura completa do manguito com alterações ósseas típicas

ao raio X simples (esclerose óssea, cistos subcondrais, osteófitos na porção anterior e na

articulação Acrômio-Clavicular(A-C), e contato da cabeça do úmero com o acrômio,

nos casos de ruptura maciça do manguito) (NEER II, 1995).

Ocorre geralmente em pacientes acima de 40 a 50 anos. O diagnóstico

de certeza pode ser obtido através da artrografia, ecografia ou ressonância magnética. A

indicação cirúrgica é formal e tem como objetivo a acromioplastia (para descomprimir)

e a reconstrução do manguito rotador (para melhorar a função do MS) (NEER II, 1995).

Quadro 3 – Síndrome do impacto (graus)

Síndrome do Impacto Graus I e II Graus III Patologia Grau I- edema e hemorragia

Grau II- fibrose Ruptura do M.R. e bíceps Alterações ósseas

Idade 30-60 anos (média 51 anos) raro abaixo de 25 anos

Acima de 45 anos (média 59 anos)

Lado Direito Direito e Esquerdo Sexo 80% Masc e 20% Fem 70% Masc e 30% Fem

Etiologia Esforço repetitivo, esporte, trauma, degenerativa

Degenerativa e trauma

Quadro clínico Intermitente Continuo Testes irritativos ( Neer, Patte, Jobe e Hawkins )

Mais intensos Menos intensos

Sinal do braço caído Ausente Presente em 30% Crepitação Pode ocorrer Patognomônico

Teste da Xilocaína +++ + Manguito rotador Integro

(lesões parciais ocorrem) Rompido

Cabeça longa do bíceps Íntegra (tendinite ocorre)

Rompida em 20% (tendinite em 40%)

Rigidez (Capsulite adesiva)

Incomum 14% dos casos

Fonte: LECH, Osvandré. Fundamentos em cirurgia do ombro.1995. p. 81

4.6 Prevenção

Diversos métodos de tratamento tem esse objetivo; entretanto, uma

modalidade freqüentemente dispensada, mas de potencial importante para prevenir e

reabilitar a lesão musculoesquelética, é o treinamento de resistência ou de força

(CANAVAN, 2001).

O treinamento dos exercícios de resistência aumenta o tamanho e a

resistência do músculo esquelético e do tecido conjuntivo, aumenta a amplitude de

movimento, melhora a postura, atenua a sarcopenia relacionada com a idade e protege

órgãos vitais. Essas adaptações positivas ajudam a minimizar a incidência de lesões

musculoesqueléticas, agilizam a reabilitação da lesão e reduzem a possibilidade de

futuras lesões (CHANDLER, 1989).

Um treinamento constante, com as variações adequadas dentro do

princípio básico de treinamento de resistência prescrito, permitirá ganhos ideais de

força, de acordo com o potencial genético de cada indivíduo. Quando um indivíduo

começa a treinar, os ganhos iniciais de força são grandes em virtude, principalmente, do

potencial não aproveitado que está disponível. À medida que o treinamento prossegue, o

corpo “aprende” as tarefas do exercício e torna-se mais eficiente em seus movimentos.

Passada essa etapa de ganhos iniciais de força, os ganhos futuros serão baseados em

diferentes fatores, como hipertrofia muscular (aumento da área da seção transversa

muscular). Nesse ponto, é importante que o profissional aprimore o programa para

otimizar o esforço produzido pelo paciente (CANAVAN, 2001).

4.7 Tratamento fisioterapeutico pré e pós-operatório

A primeira providência a ser tomada na administração imediata das

lesões por uso excessivo é o alívio dos sintomas. Isso se consegue com repouso relativo

(ou seja, repouso do membro lesionado e não necessariamente do corpo todo) e uso da

modalidade como aplicação de gelo, ultra-sonografias, estímulos galvânicos de alta

intensidade e medicamentos antiinflamatórios não esteróides. Virtualmente, todas as

lesões por uso excessivo podem ser tratadas com repouso, seguido de retorno gradativo,

sem dores, às atividades. A retomada das atividades somente será possível se a força

normal (e a flexibilidade, se apropriado) for primeiro reconquistada. A elaboração do

programa de reabilitação, portanto, requer a identificação precisa da estrutura lesionada

(GARRICK; WEBB, 2001).

Em virtude das disposições anatômicas e funcionais especiais do

manguito rotador, a recuperação do ombro depois da cirurgia é mais difícil que a de

qualquer outra articulação.O ombro tem mais movimento que as outras articulações. Há

pouca estabilidade óssea. Os músculos que estabilizam a cabeça umeral também a

movem. Na maioria dos pacientes, todos os músculos envolvidos nos complexos

agrupamentos musculares usados nos movimentos sincronizados da escápula e úmero

estão atrofiados por meses. Todavia, considerando-se que um bom programa de

recuperação é crítico e de especial importância para a restauração da função ótima deste

complexo articular, o fisioterapeuta precisa não somente entender este tipo de

recuperação, mas também permanecer ativamente envolvido com o paciente para que o

programa funcione (GARRICK; WEBB, 2001).

Não é suficiente realizar uma reconstrução de ombro limpa e

tecnicamente perfeita. O fisioterapeuta deve ter um fervor igual em prevenir aderências

e fortalecer os músculos, e ao mesmo tempo preservar a integridade de seu reparo. Um

planejamento metódico e cooperação entre o paciente, e fisioterapeuta muitas vezes são

necessários para atingir esta meta. Os pacientes não conseguem realizar exercícios

terapêuticos com confiança se não souberem quais são os objetivos reais e exatamente o

que se espera que eles façam (GARRICK; WEBB, 2001).

Um fisioterapeuta não consegue trabalhar com confiança, a menos que

o problema anatômico específico esteja claro em sua mente e os objetivos imediatos e

limitações sejam compreendidos (GARRICK; WEBB, 2001).

O fisioterapeuta deve saber como está a estabilidade e a resistência do

reparo, as capacidades dos músculos e se a meta é a estabilidade (como depois de um

reparo para luxações recorrentes) ou a mobilidade (como depois da maioria dos reparos

para lacerações do manguito e fraturas e a maioria das artroplastias) (GARRICK;

WEBB, 2001).

Somente o fisioterapeuta pode direcionar o programa pós-operatório e

explicar novos e mutáveis objetivos do programa de exercícios terapêuticos que se

desenvolve (GARRICK; WEBB, 2001).

As seguintes generalizações são úteis na avaliação pré-operatória, em

discussões com o paciente e o fisioterapeuta no planejamento do programa de

exercícios pós-operatórios(GARRICK; WEBB, 2001) .

REGRA 1. “Os resultados da cirurgia se fazem antes dela”.

Além de um diagnóstico exato e do entendimento completo do

problema anatômico, o fisioterapeuta deve compreender a motivação e o caráter do

paciente. Nem todos os pacientes são adequados para a cirurgia e a ocasião para se

descobrir isto é antes dela, não depois (GARRICK; WEBB, 2001).

REGRA 2. Faz-se um esforço conjunto (paciente, fisioterapeuta e

cirurgião) com todos os participantes informados.

Os detalhes do programa de exercícios esperado são delineados para o

paciente antes da cirurgia. Isto é feito por meio de diagramas, antes da internação do

paciente (GARRICK; WEBB, 2001).

Após a cirurgia, é responsabilidade do fisioterapeuta iniciar o

programa de exercícios e, mais tarde, continuar a explicar os intuitos e objetivos ao

paciente e ao terapeuta, à medida que o programa avançar. O fisioterapeuta instrui e

auxilia o paciente, faz relatórios de progresso e discute um plano de tratamento

atualizado com o cirurgião (GARRICK; WEBB, 2001).

REGRA 3. Especificar as aplicações de calor ou frio ou nenhum deles.

As aplicações de frio são úteis quando houver inflamação aguda

(como num depósito de cálcio agudo) ou depois do uso excessivo do ombro em

atletismo. As aplicações de frio também são úteis depois de traumatismos recentes, nos

quais há ameaça de sangramento interno e formação de hematoma. As aplicações de frio

ou calor antes de exercícios para o ombro são recomendadas antes da realização de

exercícios terapêuticos com o intuito de readquirir os movimentos. O calor seco em

baixa intensidade aplicado por cinco minutos antes de exercícios passivos assistidos e,

mais tarde, exercícios leves de estiramento, torna os tecidos mais elásticos e relaxa os

músculos na preparação para estes exercícios. No entanto, não deveremos usar as

aplicações de calor até pelo menos cinco dias depois da cirurgia, devido a possibilidade

da dilatação dos vasos sangüíneos e da maior probabilidade de sangramento interno

com formação de hematoma (GARRICK; WEBB, 2001).

REGRA 4. Exercícios terapêuticos para reaquisição dos movimentos

em geral recebem Prioridade sobre os Exercícios de Aquisição de Força

Os exercícios para reaquisição de movimentos estão indicados após a

maioria das cirurgias para reparar defeitos de manguito rotador e nas artroplastias gleno-

umerais. Estes exercícios devem ser iniciados antes dos exercícios terapêuticos de

fortalecimento, por três razões. Primeira, o movimento deve ser restabelecido antes da

maturação de aderências para impedir a falha do procedimento, com um necessidade de

mais uma cirurgia para liberar as aderências. Há um limite de tempo específico dentro

do qual os exercícios para os movimentos são maximamente efetivos, enquanto os

exercícios de fortalecimento são igualmente efetivos se iniciados meses depois.

Segunda, o início cedo demais de exercícios ativos agrava a dor muscular. Músculos

doloridos interferem com a recuperação dos movimentos. Terceira, os exercícios de

fortalecimento são mais efetivos se iniciados depois uma boa amplitude de movimento

passiva ter sido obtida e a dor muscular inicial que vem após a cirurgia ter melhorado

(GARRICK; WEBB, 2001).

REGRA 5. Exercícios terapêuticos para reaquisição de movimentos

(passivos, assistidos e, mais tarde, exercícios terapêuticos de estiramento) são feitos

repetidamente por curtos períodos, com os músculos relaxados.

É mais efetivo realizar exercícios para os movimentos por cinco

minutos quatro ou cinco vezes ao dia do que exercitar-se trinta minutos uma vez ao dia.

Os músculos ficam fatigados e retesados com períodos longos de exercício, tornando

impossível obter a excursão de movimento que se tem com músculos relaxados. A

Regra 3 indica que as aplicações de calor também ajudam a relaxar os músculos.

Também se espera dor surda discreta, devido ao retesamento indesejado dos músculos,

mas a dor não deve causar retesamento dos músculos e não deve persistir depois dos

exercícios. A menos que seja contra-indicada, enfatiza-se a recuperação da rotação

externa bem como a elevação (GARRICK; WEBB, 2001).

REGRA 6. Durante os exercícios para readquirir os movimentos

gleno-umerais, permita que a escápula se eleve primeiro.

É necessário rodar o acrômio para fora do caminho, como no

movimento normal do ombro; de outra forma, a tuberosidade maior impinge durante a

elevação. Não diga ao paciente para “manter a escápula para baixo quando o braço for

elevado” (GARRICK; WEBB, 2001).

REGRA 7. Exercícios para readquirir a força (isométricos, assistidos

ativos, ativos e resistidos) são seguidos por um período de repouso para a recuperação.

É importante um período de repouso para a recuperação dos músculos

depois de exercícios de fortalecimento. Exercícios isométricos, assistidos ativos, ativos

e resistidos são realizados progressivamente quando a dor dos músculos melhorar. Estes

exercícios são feitos não mais freqüentemente que uma vez ao dia. Pode ocorrer alguma

dor temporária devido a fadiga muscular, mas, em se desenvolvendo dor persistente, os

exercícios que o causam devem ser interrompidos (GARRICK; WEBB, 2001).

REGRA 8. Registre os movimentos e a função a cada sessão, usando

um sistema simples reprodutível.

Fazer um registro da quantidade de movimento, do conforto e da

função conseguida ajuda a definir as deficiências e objetivos e tem um bom efeito

motivante sobre o paciente (GARRICK; WEBB, 2001).

REGRA 9. Cumprimente o paciente pelo que conseguir.

É importante uma atitude de alegria e otimismo. O paciente pode ficar

ciente das deficiências quando se salientam os aspectos bons de seus esforços e

progressos feitos desde a última sessão. Isto é seguido pela instrução sobre os

exercícios, necessária para eliminar as áreas mais fracas (GARRICK; WEBB, 2001).

Os pacientes são facilmente desencorajados e amedrontados,

especialmente aproximadamente três meses depois da cirurgia, quando o progresso

parece sento e a novidade do esforço já se desgastou. Um médico ou terapeuta sombrio

é uma imensa inibição para a recuperação (GARRICK; WEBB, 2001).

REGRA 10. Estabeleça meta final realista, de acordo com a

capacidade dos músculos e a excursão e estabilidade da articulação gleno-umeral.

Antes da cirurgia, o fisioterapeuta deve estabelecer com o paciente um

quadro realista da função do nível de conforto esperados depois do procedimento e o

tempo esperado para se atingir esta meta. É melhor superestimar a duração do tempo, de

modo que o paciente possa sentir-se à frente da programação no programa de exercícios

depois da cirurgia, não atrás. O fisioterapeuta deve saber se o paciente está no

“programa completo de exercícios”, se tem “restrições” específicas ou se está no

programa de “metas limitadas”. Por exemplo, um paciente com artropatia das lacerações

do manguito pode aceitar e agradecer estar no programa de metas limitadas, uma vez

que ele ou ela saiba, desde o começo, mesmo antes da cirurgia, que o uso do membro

superior acima da cabeça está além de sua capacidade esperada. É igualmente

importante que o terapeuta conheça a amplitude de movimento que vai ser restringida e

que o paciente seja ensinado a evitar tensão sobre o reparo do manguito (GARRICK;

WEBB, 2001) .

4.8 Tratamento conservador

A primeira providência a ser tomada na administração imediata das

lesões por uso excessivo é o alívio dos sintomas. Isso se consegue com repouso relativo

(ou seja, repouso do membro lesionado e não necessariamente do corpo todo) e uso da

modalidade como aplicação de gelo, ultra-sonografias, estímulos galvânicos de alta

intensidade e medicamentos antiinflamatórios não esteróides. Virtualmente, todas as

lesões por uso excessivo podem ser tratadas com repouso, seguido de retorno gradativo,

sem dores, às atividades. A retomada das atividades somente será possível se a força

normal (e a flexibilidade, se apropriado) for primeiro reconquistada. A elaboração do

programa de reabilitação, portanto, requer a identificação precisa da estrutura lesionada

(GARRICK; WEBB, 2001).

Os princípios fundamentais que regem o tratamento de reabilitação do

ombro na síndrome do impacto são: conhecer a mecânica articular e suas alterações;

diagnóstico preciso das condições articulares; conhecer a origem da dor;

conhecimento das sinergias musculares e evitar os traumatismos de repetição (GREVE,

1999).

Muito tem se discutido a respeito do tratamento das doenças do

manguito rotador, em especial: duração, fases, objetivos e análise de resultados. De

acordo com trabalhos publicados, o resultado do tratamento conservador tem variado

entre 33% e mais de 90% de bons e excelentes resultados. A variação pode se dever a

vários fatores, como idade e atividades dos pacientes, tipo de tratamento administrado e

variações anatômicas do acrômio (GUIMARÃES, 1995).

Doneux et al. (1998-a), relataram que o tratamento da síndrome do

impacto baseia-se na reabilitação conservadora por pelo menos três a seis meses e, na

falha deste, pode-se optar pelas diversas técnicas cirúrgicas descritas.

O tratamento da síndrome do impacto deve ser inicialmente clínico,

mesmo naqueles casos em que é observada uma causa anatômica, como esporão

subacromial ou acrômio ganchoso (GIORDANO et al., 2002).

Morelli e Vulcano (1993) preconizam que o tratamento da síndrome

do impacto deva ser conservador, com programa de reabilitação visando à melhora do

quadro doloroso, inicialmente, e trabalho de ganho de arco de movimento e de força

muscular, posteriormente. Esses autores acreditam que a cinesioterapia, na fase inicial

do tratamento, é de pouco valor, pois promove situações de conflito das partes

inflamadas, à exceção dos exercícios pendulares.

Após a falha do tratamento clínico por um período de três a seis

meses, não se deve protelar a indicação do tratamento cirúrgico, pois uma lesão pequena

de fácil reparação, pode se agravar e passar à lesão grande, com intensa retração dos

tendões, o que leva a difícil reparação e abordagem terapêutica, com resultado

imprevisível e, na maioria das vezes, mau (CHECCHIA et al., 1994).

Quanto ao protocolo do tratamento conservador, é muito difundido e

dividido em quatro fases. Na fase 1, termoterapia, exercícios leves, imobilização por

curto período, se necessário, e antiinflamatório não-esteróide. Na fase 2, exercícios

visando ganho de amplitude de movimento. Na fase 3, exercícios visando à reabilitação

da musculatura do ombro. E, na fase 4, manutenção (CHECCHIA et al., 1994).

5 Discussão

A maioria dos problemas do ombro pode ser tratada sem cirurgia,

apenas por cuidados físicos primários (BELZER e DURKIN, 1996) e, segundo

Bartolozzi, Andreychik e Ahmd (1994), fatores como a idade do paciente, ocupação,

dominância, instabilidade da articulação, entre outros, influenciam os resultados do

tratamento.

Back (1996) relata que a identificação e o diagnóstico dos distúrbios

do ombro devem ser feitos o mais precocemente possível, a fim de se efetuar uma

intervenção intensiva e funcional que objetive, em grande parte, a restituição do

equilíbrio muscular dos estabilizadores dinâmicos do complexo articular do ombro.

Segundo Morelli e Vulcano (1993), a maioria das patologias do ombro

devem ser tratadas conservadoramente. Os autores indicam que o trabalho consiste em

ganho de amplitude e força muscular. Mostram a importante ação da estabilidade e de

depressão da cabeça umeral realizada pelo manguito rotador e a importância da rotação

externa na elevação do membro superior. Porém, relatam que a cinesioterapia apresenta

pouca valia para o tratamento do impacto subacromial, pois apontam que os exercícios

podem promover conflitos da área inflamada contra os pontos de estenose.

Halbach e Tank (1993) descreveram a importância do fortalecimento

dos músculos estabilizadores da escápula, principalmente os rotadores externos

(trapézio e serrátil anterior), pois, se estes estiverem fracos, a rotação escapular, ou seja,

o ritmo escapuloumeral poderá estar alterado, precipitando o impacto subacromial.

Além disso, os exercícios proprioceptivos devem ser implementados

para o restabelecimento de uma aferência apropriada, que irá determinar um equilíbrio

das forças agonistas e antagonistas, coordenando melhor os movimentos do ombro

(LECH e SEVERO, 1998).

Os maus resultados deste estudo foram encaminhados para tratamento

cirúrgico. As causas para o mau resultado são múltiplas e incluem: a) não adesão ao

programa de exercícios; b) sobreuso do membro afetado; c) persistência da dor. Fukuda

(1991) afirma que a maioria dos casos de ruptura parcial envolvendo a superfície bursal

do manguito rotador não apresentam resultado satisfatório com o tratamento

conservador. O fator idade não foi preponderante nem determinante dos casos de

resultados bom e excelente. Contudo, o fator ocupação foi mais significativo, pois dos

oito casos de resultados mau e regular, seis (75%) mantinham o mesmo nível atividade

profissional (LECH e SEVERO, 1998).

Também foi confirmado que pacientes com ruptura completa do

manguito rotador podem apresentar elevação ativa normal do braço, principalmente

após um programa de reabilitação com fortalecimento dos músculos pivôs e propulsores

da cintura escapular (KELLEY; CLARCK, 1995).

6 Considerações finais

Demandas especiais do ombro expõe-no a um risco elevado de uso

excessivo e de sobrecarga dos tecidos moles da cintura escapular como aqueles que

fazem uso constante e repetitivo do membro superior nas atividades acima da cabeça. A

incidência da síndrome do impacto apresentam dor nos movimentos do ombro, pois

durante esse movimento, a cabeça do úmero tende a deslizar anteriormente

comprimindo o manguito rotador, principalmente o supra-espinhoso, contra o acrômio,

que pelo uso repetitivo pode resultar em edema, fibrose e com o passar do tempo,

podem ocorrer lacerações do manguito rotador. Este movimento de abdução com

rotação externa, responsável pela lesão do manguito.

Apesar da controvérsia na literatura acerca do tratamento mais

adequado para a lesão maciça do manguito rotador, é importante o conhecimento do

tratamento fisioterapêutico neste tipo de lesão. Um programa de reabilitação específica

para esta patologia inclui a melhoria clínica da dor, com o uso de agentes físicos, ganho

de amplitude de movimento do ombro, além de fortalecimento da musculatura

axioescapular e do manguito rotador.

Esses princípios da reabilitação nas lesões maciças podem favorecer

uma melhora do quadro álgico e, sobretudo, tornar a articulação do ombro mais estável

e funcional. Porém, é importante salientar que esta lesão é uma patologia degenerativa

de difícil tratamento e prognóstico incerto.

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