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ONGAOrganizações não-governamentaisde ambiente
Legislação enquadradora
RNOE
ONGA—Organizações não-governamentais de ambiente Legislação enquadradora
2
Ficha técnica
Título
ONGA—Organizações Não-Governamentais de Ambiente - legislação enquadradora
Edição:
Agência Portuguesa do Ambiente, I.P.
Autoria / Equipa de Projeto
AP
Edição em Formato Digital
Data de edição:
2014
ONGA—Organizações não-governamentais de ambiente Legislação enquadradora
3
PREÂMBULO
O associativismo representa, em Portugal, um instrumento fundamental de participa-
ção das populações e de intervenção na sociedade que urge promover.
Uma associação resulta da organização voluntária e responsável de cidadãos como
forma de conciliar interesses comuns nas várias áreas da vida social exercendo a
sua cidadania, e, neste caso, falamos das que têm como objetivo a defesa do
ambiente e do desenvolvimento sustentável, cujo conceito é, nos termos do ordena-
mento jurídico português, representado por ONGA - organização não-governamental
de ambiente.
No que concerne ao associativismo ambiental desde há muito tempo que o mérito
das associações de defesa do ambiente foi reconhecido através do seu enquadra-
mento legal estabelecido na Lei n.º 10/87, de 4 de abril, revogada depois pela Lei n.º
35/98, de 18 de julho, que define o estatuto das organizações não-governamentais
de ambiente.
O Decreto-Lei n.º 56/2012, de 12 de março, que aprova a Lei Orgânica da Agência
Portuguesa, I.P. estabelece como uma das suas competências a educação ambien-
tal, participação e informação pública e apoio às organizações não-governamentais
de ambiente (ONGA), o que lhe permite assumir um papel ativo na divulgação de
informação à sociedade civil e aos cidadãos em geral.
Posteriormente, a Portaria n.º 108/2013, de 15 de março, veio regulamentar os esta-
tutos da Agência Portuguesa do Ambiente, I.P., fazendo parte da sua missão e atri-
buições, entre outras, a promoção do acompanhamento e apoio às organizações não
-governamentais de ambiente (ONGA) e a respetiva organização e atualização do
registo nacional
Estão, deste modo, criadas condições para que a Agência Portuguesa do Ambiente,
I.P. preste o apoio institucional a estas organizações, reconhecidas nos termos da lei
geral, para que elas possam desempenhar o seu relevante papel no domínio da pro-
moção, proteção, sensibilização ou valorização ambiental, constituindo ações de
verdadeiro interesse público tendo em vista a persecução de interesses comuns
entre a administração e estas organizações.
O Presidente do Conselho Diretivo
da Agência Portuguesa do Ambiente, I.P.
Nuno Lacasta
ONGA—Organizações não-governamentais de ambiente Legislação enquadradora
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Índice
Preâmbulo 5
Introdução 6
Lei nº 35/98, de 18 de Julho 7
Definição de ONGA 8
Estatuto das ONGA 9
Atribuição do estatuto 9
Utilidade pública 10
Acesso à informação 10
Direito de participação 10
Direito de representação 11
Estatuto dos dirigentes das ONGA 11
Meios e procedimentos administrativos 12
Legitimidade processual 12
Isenção de emolumentos e custas 13
Isenções fiscais 13
Mecenato ambiental 13
Apoios 14
Direito de antena 14
Dever de colaboração 14
Registo e fiscalização 15
Registo 15
Actualização do registo 15
Modificações do registo 16
Fiscalização 16
Disposições transitórias e finais 16
Transição do registo 16
Regulamentação 17
Declaração de Rectificação nº 14/98, de 11 de Setembro 18
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5
Portaria nº 478/99, de 29 de Junho 19
Alterada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro 19
Alterada pela Portaria nº 771/2009, de 20 de Julho 19
Disposições gerais 20
Registo 20
Definições 20
Estatuto das ONGA e equiparadas 21
Atribuição de ONGA ou equiparada 21
Requisitos para a inscrição no registo 21
Âmbito 21
Inscrição no registo 24
Inscrição 24
Formalização do pedido de inscrição 24
Procedimento 24
Comunicação da decisão 24
Direitos e deveres decorrentes do registo 25
Direitos 25
Estatutos dos dirigentes das ONGA 25
Deveres 25
Alterações ao registo 26
Modificação do registo 26
Suspensão do registo 26
Anulação do registo 27
Recursos 27
Publicidade 27
Auditorias 28
Auditorias 28
Realização de auditoria 28
Notificação da auditoria 29
Auditorias regulares 29
Auditorias extraordinárias 29
Apresentação electrónica de dados 30
ONGA—Organizações não-governamentais de ambiente Legislação enquadradora
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Introdução
Para uma mais fácil consulta e interação dos interessados, a Agência Portu-
guesa do Ambiente, I.P., enquanto entidade responsável pela organização
do Registo Nacional das ONGA e Equiparadas, pretende com esta compila-
ção da legislação em vigor levar a conhecimento e divulgar, tanto o conceito
de organização não-governamental de ambiente (ONGA) estabelecido na
Lei n.º 35/98, de 18 de Julho, bem como da sua posterior regulamentação, e
promover junto da sociedade civil, o associativismo em prol do Ambiente e
do Desenvolvimento Sustentável.
Este documento em formato digital surge no sentido de simplificar o entendi-
mento do que é uma ONGA, porque importa habilitar e promover o associati-
vismo de cariz ambiental, conferindo-lhe a legitimidade para intervir social-
mente, ao consagrar-lhe direitos e deveres na sua ação de reconhecido inte-
resse público, num exercício da verdadeira e responsável cidadania ambien-
tal.
As organizações não-governamentais de ambiente (ONGA) e equiparadas
desempenham um relevante papel no domínio do Ambiente, quer seja na
sua promoção, proteção, sensibilização ou valorização junto das popula-
ções, quer como um fator de reconhecido mérito em termos de educação
ambiental.
ONGA—Organizações não-governamentais de ambiente Legislação enquadradora
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Lei nº 35/98, de 18 de Julho
Define o estatuto das organizações não governamentais de ambiente
(revoga a Lei nº 10/87, de 4 de Abril)
A Assembleia da República decreta, nos termos dos artigos 161º, alínea c), e 166º, nº 3, e do artigo 112º, nº 5, da Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte:
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1º
Objecto
A presente lei define o estatuto das organizações não governamentais de ambien-te, adiante designadas por ONGA
1 — As ONGA têm direito de antena na rádio e na televisão, nos mesmos termos das associações profissionais.
2 — O exercício do direito de antena pelas ONGA que resultem do agrupamento de associações, nos termos do nº 4 do artigo 2.o, exclui o exercício do mesmo direito pelas associações agrupadas.
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Artigo 2º
Definição
1 — Entende-se por ONGA, para efeitos da presente lei, as associações dotadas de personalidade jurídica e constituídas nos termos da lei geral que não prossigam fins lucrativos, para si ou para os seus associados, e visem, exclusivamente, a defe-sa e valorização do ambiente ou do património natural e construído, bem como a conservação da Natureza.
2 — Podem ser equiparados a ONGA, para efeitos dos artigos 5º, 6º, 13º, 14º e 15º da presente lei, outras associações, nomeadamente sócio-profissionais, culturais e científicas, que não prossigam fins partidários, sindicais ou lucrativos, para si ou para os seus associados, e tenham como área de intervenção principal o ambiente, o património natural e construído ou a conservação da Natureza.
3 — Cabe ao Instituto de Promoção Ambiental, adiante designado por IPAMB, pro-ceder, no acto do registo, ao reconhecimento da equiparação prevista no número anterior.
4 — São ainda consideradas ONGA, para efeitos da presente lei, as associações dotadas de personalidade jurídica e constituídas nos termos da lei geral que não tenham fins lucrativos e resultem do agrupamento de várias ONGA, tal como defi-nidas no nº 1, ou destas com associações equiparadas.
Nota: Na redação dada pela Portaria n.º 478/99, de 29 de Junho (artº 3º)
Artigo 3º
Definições
1 — Entende-se por ONGA as associações dotadas de personalidade jurídica e constituídas nos termos da lei geral que não prossigam fins lucrativos, para si ou para os seus associados, e visem, exclusivamente, a defesa e valorização do ambiente ou do património natural e construído, bem como a conservação da natureza.
2 — Podem ser equiparadas a ONGA, para efeitos dos artigos 5º, 6º, 13º, 14º e 15º da Lei nº 35/98, outras associações, nomeadamente sócio-profissionais, cul-turais e científicas, que não prossigam fins partidários sindicais ou lucrativos, para si ou para os seus associados e tenham como área de intervenção principal o ambiente, o património natural e construído ou a conservação da natureza.
3 — São ainda consideradas ONGA as associações dotadas de personalidade jurí-dica e constituídas nos termos da lei geral que não tenham fins lucrativos e resul-
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tem do agrupamento de várias ONGA ou destas com equiparadas.
4 — Para efeitos do presente Regulamento, os conceitos de defesa e valorização do ambiente, património natural e construído e conservação da natureza são os constantes da Constituição da República Portuguesa e da Lei de Bases do Ambien-te.”
CAPÍTULO II
Estatuto das ONGA
Artigo 3º
Atribuição do estatuto
O estatuto concedido às ONGA pela presente lei depende do respectivo registo, nos termos dos artigos 17º.e seguintes.
Artigo 4º
Utilidade pública
1 — As ONGA com efectiva e relevante actividade e registo ininterrupto junto do IPAMB há pelo menos cinco anos têm direito ao reconhecimento como pessoas colectivas de utilidade pública, para todos os efeitos legais, desde que preencham os requisitos previstos no artigo 2º do Decreto-Lei nº 460/77, de 7 de Novembro.
2 — Compete ao Primeiro-Ministro, mediante parecer do IPAMB, reconhecer o preenchimento das condições referidas no número anterior e emitir a respectiva declaração de utilidade pública.
3 — A declaração de utilidade pública referida no número anterior é publicada no Diário da República.
4 — Será entregue às ONGA objecto de declaração de utilidade pública o correspon-dente diploma, nos termos da lei geral.
5 — As ONGA a que se referem os números anteriores estão dispensadas do registo e demais obrigações previstas no Decreto-Lei nº 460/77, de 7 de Novembro, sem prejuízo do disposto nas alíneas b) e c) do artigo 12º do mesmo diploma legal.
6 — A declaração de utilidade pública concedida ao abrigo do disposto no presente artigo e as inerentes regalias cessam:
a) Com a extinção da pessoa colectiva;
b) Por decisão do Primeiro-Ministro, se tiver deixado de se verificar algum
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dos pressupostos da declaração;
c) Com a suspensão ou anulação do registo junto do IPAMB.
Artigo 5º
Acesso à informação
1 — As ONGA gozam, nos termos da lei, do direito de consulta e informação junto dos órgãos da Administração Pública sobre documentos ou decisões administrati-vas com incidência no ambiente, nomeadamente em matéria de:
a) Planos e projectos de política de ambiente, incluindo projectos de ordena-mento ou fomento florestal, agrícola ou cinegético;
b) Planos sectoriais com repercussões no ambiente;
c) Planos regionais, municipais e especiais de ordenamento do território e ins-trumentos de planeamento urbanístico;
d) Planos e decisões abrangidos pelo disposto no artigo 4.o da Lei nº 83/95, de 31 de Agosto;
e) Criação de áreas protegidas e classificação de património natural e cultural;
f) Processos de avaliação de impacte ambiental;
g) Medidas de conservação de espécies e habitats;
h) Processos de auditoria ambiental, certificação empresarial e atribuição de rotulagem ecológica.
2 — A consulta referida no número anterior é gratuita, regendo-se o acesso aos documentos administrativos, nomeadamente a sua reprodução e passagem de cer-tidões, pelo disposto na lei geral.
3 — As ONGA têm legitimidade para pedir, nos termos da lei, a intimação judicial das autoridades públicas no sentido de facultarem a consulta de documentos ou processos e de passarem as devidas certidões.
Artigo 6º
Direito de participação
As ONGA têm o direito de participar na definição da política e das grandes linhas de orientação legislativa em matéria de ambiente.
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Artigo 7º
Direito de representação
1 — As ONGA de âmbito nacional gozam do estatuto de parceiro social para todos os feitos legais, designadamente o de representação no Conselho Económico e Social, no conselho directivo do IPAMB e nos órgãos consultivos da Administração Pública, de acordo com a especificidade e a incidência territorial da sua actuação, com vista à prossecução dos fins previstos no nº1 do artigo 2º
2 — As ONGA de âmbito regional ou local têm direito de representação nos órgãos consultivos da administração pública regional ou local, bem como nos órgãos con-sultivos da administração pública central com competência sectorial relevante, de acordo com a especificidade e a incidência territorial da sua actuação, com vista à prossecução dos fins previstos no nº1 do artigo 2º
3 — Para efeitos do direito de representação previsto no presente artigo, entende-se por:
a) ONGA de âmbito nacional — as ONGA que desenvolvam, com carácter regular e permanente, actividades de interesse nacional ou em todo o território nacio-nal e que tenham pelo menos 2000 associados;
b) ONGA de âmbito regional — as ONGA que desenvolvam, com carácter regular e permanente, actividades de interesse ou alcance geográfico supramunicipal e que tenham pelo menos 400 associados;
c) ONGA de âmbito local — as ONGA que desenvolvam, com carácter regular e permanente, actividades de interesse ou alcance geográfico municipal ou infra-municipal e que tenham pelo menos 100 associados.
4 — O disposto no número anterior aplica-se também às ONGA que resultem do agrupamento de associações, relevando apenas, para apuramento do número de associados, as associações que preencham os requisitos fixados no nº 1 do artigo 2º.
5 — O exercício do direito de representação pelas ONGA que resultem do agrupa-mento de associações exclui o exercício do mesmo direito pelas associações agrupa-das.
6 — Cabe ao IPAMB, no acto do registo, a atribuição do âmbito às ONGA.
Artigo 8º
Estatuto dos dirigentes das ONGA
1 — Os dirigentes e outros membros das ONGA que forem designados para exercer
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funções de representação, nos termos do artigo 7º, gozam dos direitos consagrados nos números seguintes.
2 — Para o exercício das funções referidas no número anterior, os dirigentes das ONGA que sejam trabalhadores por conta de outrem têm direito a usufruir de um horário de trabalho flexível, em termos a acordar com a entidade patronal, sempre que a natureza da respectiva actividade laboral o permita.
3 — Os períodos de faltas dados por motivo de comparência em reuniões dos órgãos em que os dirigentes exerçam representação ou com membros de órgãos de soberania são considerados justificados, para todos os efeitos legais, até ao máximo acumulado de 10 dias de trabalho por ano e não implicam a perda das remunera-ções e regalias devidas.
4 — Os dirigentes das ONGA referidos no nº 1 e que sejam estudantes gozam de prerrogativas idênticas às previstas no Decreto-Lei nº 152/91, de 23 de Abril, com as necessárias adaptações.
Artigo 9º
Meios e procedimentos administrativos
1 — As ONGA têm legitimidade para promover junto das entidades competentes os meios administrativos de defesa do ambiente, bem como para iniciar o procedi-mento administrativo e intervir nele, nos termos e para os efeitos do disposto na Lei nº 11/87, de 7 de Abril, no Decreto-Lei nº 442/91, de 15 de Novembro, e na Lei nº 83/95, de 31 de Agosto.
2 — As ONGA podem solicitar aos laboratórios públicos competentes, por requeri-mento devidamente fundamentado, a realização de análises sobre a composição ou o estado de quaisquer componentes do ambiente e divulgar os correspondentes resultados, sendo estes pedidos submetidos a parecer da autoridade administrativa competente em razão da matéria e atendidos antes de quaisquer outros, salvo os urgentes ou das entidades públicas.
Artigo 10º
Legitimidade processual
As ONGA, independentemente de terem ou não interesse directo na demanda, têm legitimidade para:
a) Propor as acções judiciais necessárias à prevenção, correcção, suspensão e cessação de actos ou omissões de entidades públicas ou privadas que constituam ou possam constituir factor de degradação do ambiente;
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b) Intentar, nos termos da lei, acções judiciais para efectivação da responsa-bilidade civil relativa aos actos e omissões referidos na alínea anterior;
c) Recorrer contenciosamente dos actos e regulamentos administrativos que violem as disposições legais que protegem o ambiente;
d) Apresentar queixa ou denúncia, bem como constituir- se assistentes em processo penal por crimes contra o ambiente e acompanhar o processo de contra-ordenação, quando o requeiram, apresentando memoriais, pareceres técnicos, sugestões de exames ou outras diligências de prova até que o pro-cesso esteja pronto para decisão final.
Artigo 11º
Isenção de emolumentos e custas
1 — As ONGA estão isentas do pagamento dos emolumentos notariais devidos pelas respectivas escrituras de constituição ou de alteração dos estatutos.
2 — As ONGA estão isentas de preparos, custas e imposto do selo devidos pela sua intervenção nos processos referidos nos artigos 9º e 10º.
3 — A litigância de má fé rege-se pela lei geral.
Artigo 12º
Isenções fiscais
1 — As ONGA têm direito às isenções fiscais atribuídas pela lei às pessoas colectivas de utilidade pública.
2 — Nas transmissões de bens e na prestação de serviços que afectuem as ONGA beneficiam das isenções de IVA previstas para os organismos sem fins lucrativos.
3 — As ONGA beneficiam das regalias previstas no artigo 10º do Decreto-Lei nº 460/77, de 7 de Novembro.
Artigo 13º
Mecenato ambiental
Aos donativos em dinheiro ou em série concedidos às ONGA e que se destinem a financiar projectos de interesse público previamente reconhecido pelo IPAMB será aplicável, sem acumulação, o regime do mecenato cultural previsto nos Códigos do IRS e do IRC.
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Nota: Com a alteração introduzida pela Declaração de Rectificação nº 14/98, de 11 de Setembro, onde se lê série, deve ler-se em espécie.
Artigo 14º
Apoios
1 — As ONGA têm direito ao apoio do Estado, através da administração central, regional e local, para a prossecução dos seus fins.
2 — Incumbe ao IPAMB prestar, nos termos da Lei nº 11/87, de 7 de Abril, e dos regulamentos aplicáveis, apoio técnico e financeiro às ONGA e equiparadas.
3 — A irregularidade na aplicação do apoio financeiro implica:
a) Suspensão do mesmo e reposição das quantias já recebidas;
b) Inibição de concorrer a apoio financeiro do IPAMB por um período de três anos;
c) Responsabilidade civil e criminal nos termos gerais.
4 — O IPAMB procede, semestralmente, à publicação no Diário da República da lista dos apoios financeiros concedidos, nos termos da Lei nº 26/94, de 29 de Agos-to.
Artigo 15º
Direito de Antena
1 — As ONGA têm direito de antena na rádio e na televisão, nos mesmos termos das associações profissionais.
2 — O exercício do direito de antena pelas ONGA que resultem do agrupamento de associações, nos termos do nº 4 do artigo 2.o, exclui o exercício do mesmo direito pelas associações agrupadas
Artigo 16º
Dever de colaboração
As ONGA e os órgãos da Administração Pública competentes devem colaborar na realização de projectos ou acções que promovam a protecção e valorização do ambiente.
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CAPÍTULO III
Registo e fiscalização
Artigo 17º
Registo
1 — O IPAMB organiza, em termos a regulamentar, o registo nacional das ONGA e equiparadas.
2 — Só são admitidas ao registo as associações que tenham pelo menos 100 asso-ciados.
3 — As associações candidatas ao registo remetem ao IPAMB um requerimento instruído com cópia dos actos de constituição e dos respectivos estatutos.
4 — O IPAMB procede anualmente à publicação no Diário da República da lista das associações registadas.
Artigo 18º
Actualização do registo
1 — As associações inscritas no registo estão obrigadas a enviar anualmente ao IPAMB:
a) Relatório de actividades e relatório de contas aprovados pelos órgãos esta-tutários competentes;
b) Número de associados em 31 de Dezembro do ano respectivo.
2 — As associações inscritas no registo estão obrigadas a enviar ao IPAMB todas as alterações aos elementos fornecidos aquando da instrução do processo de inscri-ção, no prazo de 30 dias a contar da data em que ocorreram tais alterações, nomeadamente:
a) Cópia da acta da assembleia geral relativa à eleição dos órgãos sociais e res-pectivo termo de posse;
b) Cópia da acta da assembleia geral relativa à alteração dos estatutos;
c) Extrato da alteração dos estatutos publicada no Diário da República;
d) Alteração do valor da quotização dos seus membros;
e) Alteração da sede.
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Artigo 19º
Modificação do registo
O IPAMB promove a modificação do registo, oficiosamente ou a requerimento da interessada, sempre que as características de uma associação registada se alterem por forma a justificar classificação ou atribuição de âmbito diferente da constante do registo.
Artigo 20º
Fiscalização
1 — Compete ao IPAMB fiscalizar o cumprimento da presente lei, nomeadamente através de auditorias periódicas às associações inscritas no registo.
2 — O IPAMB pode efectuar auditorias extraordinárias às associações inscritas no registo sempre que julgue necessário, nomeadamente:
a) Para verificação dos dados fornecidos ao IPAMB no acto de registo;
b) No âmbito da prestação do apoio técnico e financeiro.
3 — Das auditorias pode resultar, por decisão fundamentada do presidente do IPAMB, a suspensão ou a anulação da inscrição das associações no registo quando se verifique o incumprimento da lei ou o não preenchimento dos requisitos exigidos para efeitos de registo.
CAPÍTULO IV
Disposições transitórias e finais
Artigo 21º
Transição de registos
1 — As associações de defesa do ambiente inscritas no anterior registo junto do IPAMB transitam oficiosamente para o novo registo nacional das ONGA e equipara-das quando preencham os requisitos previstos na presente lei.
2 — O IPAMB, no prazo de 30 dias a contar da entrada em vigor da presente lei, notifica as associações interessadas da transição referida no número anterior.
3 — Se da aplicação da presente lei resultar a alteração da classificação ou do âmbi-to a atribuir, ou o não preenchimento dos requisitos exigidos para efeitos de regis-to, o IPAMB notifica desse facto as associações interessadas, concedendo-lhes um prazo de 180 dias para comunicarem as alterações efectuadas.
4 — Na falta da comunicação das alterações a que se refere o número anterior,
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considera-se, consoante os casos, automaticamente modificado o registo nos ter-mos da notificação feita pelo IPAMB ou excluída a associação do registo nacional das ONGA ou equiparadas.
Artigo 22º
Regulamentação
A presente lei será objecto de regulamentação no prazo de 90 dias após a data da sua publicação.
Artigo 23º
Revogação
É revogada a Lei nº 10/87, de 4 de Abril.
Artigo 24º
Entrada em vigor
1 — Na parte que não necessita de regulamentação esta lei entra imediatamente em vigor.
2 — As disposições da presente lei não abrangidas pelo número anterior entram em vigor com a publicação da respectiva regulamentação.
Aprovada em 4 de Junho de 1998.
O Presidente da Assembleia da República, António de Almeida Santos.
Promulgada em 3 de Julho de 1998.
Publique-se.
O Presidente da República, Jorge Sampaio.
Referendada em 9 de Julho de 1998.
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.
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Declaração de Rectificação nº 14/98, de 11 de Setembro
Para os devidos efeitos se declara que a Lei nº 35/98, que define o estatuto das organizações não governamentais de ambiente (revoga a Lei nº 10/87, de 4 de Abril), publicada no Diário da República, 1.a série-A, nº 164, de 18 de Julho de 1998, saiu com a seguinte incorrecção, que assim se rectifica:
No artigo 13º, onde se lê «em série» deve ler-se «em espécie».
Assembleia da República, 28 de Agosto de 1998.
Pela Secretária-Geral, Maria do Rosário Paiva Boléo
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Portaria nº 478/99, de 29 de Junho
A Lei nº 35/98, de 18 de Julho, define o estatuto das organizações não governamen-tais de ambiente e revoga a Lei nº 10/87, de 4 de Abril (Lei das Associações de Defe-sa do Ambiente)
Nos termos do artigo 17º da referida lei, o Instituto de Promoção Ambiental, IPAMB, organiza, em termos a regulamentar, o registo nacional das ONGA e equipa-radas.
Neste contexto, foi elaborada uma proposta de regulamento que foi objecto de discussão pública, tendo nela participado, entre outros interessados, as associações inscritas no Registo Nacional das Associações de Defesa do Ambiente.
Assim, ouvido o conselho directivo do IPAMB:
Ao abrigo da alínea c) do artigo 199º da Constituição e do artigo 22º da Lei nº 35/98, de 18 de Julho:
Manda o Governo, pela Ministra do Ambiente, o seguinte:
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REGULAMENTO DO REGISTO NACIONAL DAS ORGANIZAÇÕES NÃO
GOVERNAMENTAIS DE AMBIENTE (ONGA) E EQUIPARADAS
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1º
Objecto
O presente diploma estabelece o Regulamento do Registo Nacional das Organiza-
ções não Governamentais de Ambiente (ONGA) e Equiparadas, nos termos da Lei nº
35/98, de 18 de Julho, que define o estatuto das organizações não governamentais
de ambiente.
Artigo 2º
Registo
O Instituto de Promoção Ambiental, IPAMB, é responsável pela organização do
Registo Nacional das ONGA e Equiparadas, nos termos do artigo 17º da Lei nº
35/98.
Artigo 3º
Definições
1 — Entende-se por ONGA as associações dotadas de personalidade jurídica e cons-
tituídas nos termos da lei geral que não prossigam fins lucrativos, para si ou para os
seus associados, e visem, exclusivamente, a defesa e valorização do ambiente ou do
património natural e construído, bem como a conservação da natureza.
2 — Podem ser equiparadas a ONGA, para efeitos dos artigos 5º, 6º, 13º, 14º e 15º
da Lei nº 35/98, outras associações, nomeadamente sócio-profissionais, culturais e
científicas, que não prossigam fins partidários sindicais ou lucrativos, para si ou para
os seus associados e tenham como área de intervenção principal o ambiente, o
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património natural e construído ou a conservação da natureza.
3 — São ainda consideradas ONGA as associações dotadas de personalidade jurídica
e constituídas nos termos da lei geral que não tenham fins lucrativos e resultem do
agrupamento de várias ONGA ou destas com equiparadas.
4 — Para efeitos do presente Regulamento, os conceitos de defesa e valorização do
ambiente, património natural e construído e conservação da natureza são os cons-
tantes da Constituição da República Portuguesa e da Lei de Bases do Ambiente.
CAPÍTULO II
Estatuto das ONGA e equiparadas
Artigo 4º
Atribuição de estatuto de ONGA ou equiparada
1 — O estatuto de ONGA e equiparada a ONGA e os direitos e deveres decorrentes da sua atribuição dependem da inscrição no Registo Nacional das ONGA.
2 — As ONGA que preencham as condições estabelecidas no artigo 4º da Lei nº 35/98 têm o direito de obter declaração de utilidade pública, nos termos do Decre-to-Lei nº 460/77, de 7 de Novembro.
Artigo 5º
Requisitos para a inscrição no Registo
1 — Podem requerer a inscrição no Registo as ONGA ou equiparadas que preen-cham os requisitos do artigo 3º do presente Regulamento e tenham, pelo menos, 100 associados.
2 — Para efeitos de inscrição no Registo, o número de associados das ONGA que resultem do agrupamento de associações é calculado pelo somatório do número de associados das ONGA ou equiparadas que as integram.
Artigo 6º
Âmbito
1 — O IPAMB procede, no acto de registo, à atribuição de âmbito às ONGA.
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2 — A atribuição de âmbito releva apenas para efeitos de exercício do direito de representação previsto no artigo 7º da Lei nº 35/98.
3 — Entende-se por ONGA de âmbito nacional a que observe, cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) Desenvolva, com carácter regular e permanente, actividades de interesse nacional ou em todo o território nacional;
b) Tenha, pelo menos, 2000 associados.
4 — Entende-se por ONGA de âmbito regional a que observe, cumulativamente, os
seguintes requisitos:
a) Desenvolva, com carácter regular e permanente, actividades de interesse
ou alcance geográfico supramunicipal;
b) Tenha, pelo menos, 400 associados.
5 — Entende-se por ONGA de âmbito local a que observe, cumulativamente, os
seguintes requisitos:
a) Desenvolva, com carácter regular e permanente, actividades de interesse
ou alcance geográfico municipal ou inframunicipal;
b) Tenha, pelo menos, 100 associados.
Nota: Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
6 — As ONGA que não tenham o número de associados necessário à atribuição de
âmbito nacional podem optar por ser classificadas de âmbito regional, desde que
tenham pelo menos 400 associados e solicitem expressamente ao IPAMB essa
classificação.
7 —.As ONGA que não tenham o número de associados necessário à atribuição de
âmbito regional podem optar por ser classificadas de âmbito local, desde que
tenham pelo menos 100 associados e solicitem expressamente ao Instituto do
Ambiente essa classificação.
8 — As ONGA que não preencham os requisitos referidos nos nºs 3 a 5 nem usem
da faculdade prevista nos nºs 6 e 7 são inscritas no Registo sem atribuição de
âmbito, não lhes sendo aplicáveis as disposições do artigo 7º da Lei nº 35/98, de
18 de Julho.
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9 — O disposto nos números anteriores aplica-se às ONGA que resultem do agru-
pamento de associações, relevando apenas, para apuramento do número de asso-
ciados, as associações que visem exclusivamente a defesa e valorização do
ambiente, do património natural e construído ou a conservação da natureza.
10 — O exercício do direito de representação pelas ONGA que resultem do agru-
pamento de associações exclui o exercício do mesmo direito pelas ONGA que as
integram.
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CAPÍTULO III
Inscrição no Registo
Artigo 7º
Inscrição
Nota: Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
A inscrição no Registo das ONGA e equiparadas é feita por decisão do presidente do Instituto do Ambiente.
Artigo 8º
Formalização do pedido de inscrição
O requerimento para inscrição no Registo é dirigido ao presidente do IPAMB, ins-truído com os seguintes documentos:
a) Cópia do acto de constituição e dos estatutos actualizados;
b) Cópia do Diário da República ou do Jornal Oficial onde foi publicado o extracto do acto de constituição e a alteração aos estatutos;
c) Cópia do cartão de identificação de pessoa colectiva;
d) Declaração de número de associados;
e) Declaração do valor das quotas dos associados;
f) Plano de actividades;
g) Relatório de actividades e relatório de contas;
h) Indicação da área geográfica de actuação ou do interesse nacional, regio-nal ou local das actividades desenvolvidas;
i) Cópia da acta da assembleia geral relativa à eleição dos membros dos órgãos sociais e respectivo termo de posse;
j) Cópias dos bilhetes de identidade dos membros da direcção.
Nota : Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
l) Fotocópia da declaração de IRC entregue na repartição de finanças.
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Artigo 9º
Procedimento
1 — Os serviços do IPAMB elaboram parecer fundamentado do qual consta a pro-posta de decisão sobre a inscrição no Registo, bem como o âmbito a atribuir para efeitos de direito de representação.
2 — Para a correcta apreciação do pedido de inscrição, podem ser solicitados à associação elementos adicionais considerados importantes para a decisão.
Nota : Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
3 — O Instituto do Ambiente antes da decisão final procede à audiência dos inte-ressados nos termos do Código do Procedimento Administrativo.
4 — Da decisão final constam os fundamentos de facto e de direito da decisão.
5 — As ONGA e equiparadas têm direito a obter declaração comprovativa da sua inscrição no Registo Nacional.
Artigo 10º
Comunicação da decisão
O IPAMB notifica a ONGA ou equiparada da decisão final, estatuto e âmbito atribuí-dos bem como do número de inscrição no Registo.
CAPÍTULO IV
Direitos e deveres decorrentes do Registo
Artigo 11º
Direitos
As ONGA e equiparadas inscritas no registo gozam dos direitos que lhes são conferi-dos pela Lei nº 35/98.
Artigo 12º
Estatuto dos dirigentes das ONGA
Os dirigentes e os membros das ONGA designados para exercer funções de repre-sentação, nos termos do artigo 7º da Lei nº 35/98, gozam dos direitos consagrados no artigo 8º da referida lei.
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Artigo 13º
Deveres
1 — As ONGA e equiparadas estão obrigadas a enviar ao IPAMB, até 30 dias úteis após a sua verificação, as alterações aos seguintes elementos:
a) Cópia da acta da assembleia geral relativa à eleição dos órgãos sociais e respectivo termo de posse;
b) Cópia da acta da assembleia geral relativa à alteração dos estatutos;
c) Cópia do Diário da República onde foi publicado o extracto da alteração dos estatutos;
d) Alteração do valor da quotização dos seus associados;
e) Alteração da sede.
2 — As ONGA e equiparadas estão ainda obrigadas a enviar anualmente ao IPAMB, até 30 de Abril de cada ano:
a) Planos de actividades, relatório de actividades e relatório de contas aprovados pelos órgãos estatutários competentes;
b) Declaração do número de associados em 31 de Dezembro do ano anterior.
CAPÍTULO V
Alterações ao Registo
Artigo 14º
Modificação do registo
1 — O IPAMB promove a modificação do registo, oficiosamente ou a requerimento da ONGA ou equiparada, sempre que as características de uma associação registada se alterem de forma a justificar classificação diferente.
2 — No processo de modificação oficiosa do registo, o IPAMB promove a audiência da ONGA ou equiparada interessada.
3 — À modificação do registo aplica-se, com as necessárias adaptações, o procedi-mento estabelecido para a inscrição.
Artigo 15º
Suspensão do registo
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1 — A inscrição no Registo é suspensa a requerimento da ONGA ou equiparada interessada ou por decisão fundamentada do presidente do IPAMB, proferida na sequência de uma auditoria.
2 — A inscrição é ainda suspensa por decisão do presidente do IPAMB quando a ONGA ou equiparada, depois de devidamente notificada, não envie a documenta-ção relativa ao registo e ao apoio financeiro que está legalmente obrigada a apre-sentar ao IPAMB, excepto quando tal facto não lhe seja imputável.
3 — A suspensão da inscrição da ONGA ou equiparada no Registo determina a impossibilidade de candidatura a apoio técnico e financeiro do IPAMB enquanto durar a suspensão.
4 — À suspensão do registo aplica-se, com as necessárias adaptações, o procedi-mento estabelecido para a inscrição.
Artigo 16º
Anulação do registo
1 — A inscrição no Registo é anulada a requerimento da ONGA ou equiparada inte-ressada ou por decisão fundamentada do presidente do IPAMB, proferida na sequência de uma auditoria.
Nota : Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
2 — A inscrição é ainda anulada quando se verifique a suspensão de inscrição de uma ONGA ou equiparada por prazo superior a dois anos. 3 — À anulação do registo aplica-se, com as necessárias adaptações, o procedimen-to estabelecido para a inscrição.
Artigo 17º
Recurso
Dos actos que determinam a inscrição, modificação, suspensão ou anulação do registo cabe recurso nos termos gerais de direito.
Artigo 18º
Publicidade
Nota : Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
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1 — O Instituto do Ambiente procede anualmente à publicação no Diário da República de um extracto dos actos que determinam a inscrição, modificação, suspensão ou anulação do registo.
2 — Todas as alterações ao registo são comunicadas pelo IPAMB às ONGA e equi-paradas inscritas
CAPÍTULO V
Auditorias
Artigo 19º
Auditorias
1 — Compete ao IPAMB fiscalizar o cumprimento da Lei nº 35/98 através da realiza-ção de auditorias regulares ou extraordinárias às ONGA e equiparadas inscritas no Registo.
2 — As auditorias têm por objectivo a verificação dos elementos fornecidos ao IPAMB para efeitos de registo ou no quadro do apoio técnico e financeiro, designa-damente:
a) Plano de actividades, relatório de actividades e relatório de contas;
b) Fichas de associados;
c) Quotizações;
d) Actas de eleição dos corpos sociais.
Nota : Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
3 — Das auditorias pode resultar, por decisão fundamentada do presidente do Instituto do Ambiente, a suspensão ou a anulação da inscrição no Registo.
Artigo 20º
Nota : Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
Realização de auditorias
1 — As auditorias às ONGA e equiparadas realizam- se na respectiva sede social e são efectuadas pelo Instituto do Ambiente.
2 — Para a realização das auditorias o Instituto do Ambiente pode recorrer a enti-dades externas que são sempre acompanhadas por um representante do Institu-to.
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Artigo 21º
Notificação da auditoria
1 — A ONGA ou equiparada objecto de auditoria é notificada, por carta registada com aviso de recepção, com a antecedência mínima de cinco dias úteis.
Nota : Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
2 — O relatório da auditoria, aprovado pelo presidente do Instituto do Ambiente, é objecto de audiência dos interessados nos termos do Código do Procedimento Administrativo.
3 — A ONGA ou equiparada objecto de auditoria é notificada da decisão do presi-dente do Instituto do Ambiente que conclui a auditoria.
Artigo 22º
Auditorias regulares
Nota : Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
1 — O presidente do Instituto do Ambiente fixa anualmente o número de ONGA e equiparadas objecto de auditoria regular.
2 — As ONGA e equiparadas objecto de auditoria são definidas por sorteio, a rea-lizar pelo Instituto do Ambiente.
Artigo 23º
Auditorias extraordinárias
Nota : Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
1 — As auditorias extraordinárias são desencadeadas por decisão do presidente do Instituto do Ambiente, quando existam indícios que a ONGA ou equiparada:
a) Não preenche os requisitos exigidos para a manutenção da sua inscrição no Registo;
b) Desenvolve acções não compreendidas no respectivo objecto social;
c) Não desenvolve qualquer actividade há mais de seis meses;
d) Não realiza assembleias gerais há mais de 18 meses;
Nota : Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
e) Cometeu qualquer irregularidade na aplicação de apoio financeiro con-cedido pelo Instituto do Ambiente.
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2 — O IPAMB pode ainda desencadear auditorias extraordinárias quando a ONGA ou equiparada:
Nota : Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
a) Não envie ao Instituto do Ambiente os elementos a que está obrigada, nos termos do artigo 13º do presente Regulamento;
b) Não apresente, no prazo fixado, os relatórios relativos à execução de acções financiadas pelo Instituto do Ambiente.»
O Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, Isaltino Afonso de Morais, em 9 de Janeiro de 2003.
Nota : Na redação dada pela Portaria nº 71/2003, de 20 de Janeiro
Artigo 24º
Apresentação electrónica de dados
O envio à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) dos documentos referidos nos artigos 8.º e 13.º do presente Regulamento, bem como de outras informações exigidas nos termos do mesmo, é feito através do sistema electrónico disponibili-zado pela APA no seu sítio na Internet.»
2.º A presente Portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
O Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Francisco Carlos da Graça Nunes Correia, em 10 de Fevereiro de 2009.