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Parte 3 Vol. 1 Setembro 2010 - Valor R$ 1,50 / Solidário R$ 3,00 RESOLUÇÕES DO SEGUNDO CONGRESSO DA FLTI Internacional O Organizador Operário Internacional Porta-voz da Fração Leninista Trotskista Internacional - Nova Época Ante as punhaladas pelas costas ao operariado por parte do Foro Social Mundial e os renegados do trotskismo: Por um reagrupamento internacional do operariado para preparar uma contra-ofensiva revolucionária de massas! Por um Comitê Internacional Re- fundador da IV Internacional de 1938! A propósito do programa para o triunfo da revolução na Grécia polêmica do Partido Operário Internacionalista-Quarta Internacional do Chile, integrante da F LTI Argentina: Sobre aprovação da lei de “Casal igualitário” MAIS UMA VEZ TROTSKISMO VERSUS STALINISMO “Golpeemos juntos à besta imperialista e às direções traidoras que a sustentam!” Carta da FLTI à 48 Assembléia Internacional Antiguerra do Japão

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Parte 3Vol. 1

Setembro 2010 - Valor R$ 1,50 / Solidário R$ 3,00

RESOLUÇÕES DO SEGUNDO CONGRESSO DA FLTI

InternacionalO Organizador OperárioInternacionalPorta-voz da Fração Leninista Trotskista Internacional - Nova Época

Ante as punhaladaspelas costas ao

operariado por parte doForo Social Mundial e os

renegados dotrotskismo: Por um

reagrupamentointernacional do

operariado para prepararuma contra-ofensiva

revolucionária demassas! Por um Comitê

Internacional Re-fundador da IV

Internacional de 1938!

A propósito do programa para o triunfo da revolução na Gréciapolêmica do Partido Operário Internacionalista-Quarta Internacional do Chile, integrante da F LTI

Argentina: Sobre aprovação da lei de “Casal igualitário”MAIS UMA VEZ TROTSKISMO VERSUS STALINISMO

“Golpeemos juntos à besta imperialista e às direções traidoras que a sustentam!”

Carta da FLTI à 48 Assembléia Internacional Antiguerra do Japão

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Buenos Aires, 30 de Julho de 2010.

À 48º Assembléia Internacional Anti guerra no JapãoAo Comitê Executivo para a 48º Assembléia Internacional Anti

guerra no JapãoAos combativos estudantes ZengakurenAo Comitê Anti guerra da JuventudeAo JRCL (RMF)

Estimados camaradas

Faz um ano desde a FLTI nos fazíamos presentes em pessoacom um delegado de nossa Fração Internacional na 47º AssembléiaInternacional Anti guerra.

A calidez e solidariedade revolucionária com a que fomosrecebidos por vocês sentaram as bases para uma luta em comumde nossas forças, levantando juntos acima dos oceanos, como ofizemos, a luta junto aos mineiros peruanos atacados pelo regimeassassino de Alan Garcia e Fujimori; de pé junto às massaspalestinas massacradas porObama e o Estado sionistacontra revolucionário. OEstado de Israel, gendarmedo imperialismo no OrienteMédio transformou Gazanum campo deconcentração cercado pelafome e pelos muros doopróbrio, nos quaiscolocaram como escravosem sua própria terra àsmassas palestinas.

Faz um ano a classeoperária norte americanatentava dar uma resposta àsdemissões na Toyota, naVolkswagen, ainda estavavivo o movimento contraa guerra impulsionadodesde os portuários dacosta oeste; enquanto naGrécia, a classe operária se levantava em combate contra o odiadogoverno de Karamanlis.

No Madagáscar, no continente africano, operários ecamponeses se armavam para conquistar o pão, enquanto naGuadalupe tremiam os açougueiros da V República francesa anteuma greve insurrecional das massas de suas colônias.

O comando ianque põe em pé um novo Estado maior sob ocomando de Obama, o seguidor da política criminosa e genocidade Bush.

“Golpeemos juntos à besta imperialista e às direções traidoras que a sustentam!”

Carta da FLTI à 48 Assembléia Internacional Antiguerra do JapãoO último ano desde que nos reunimos pessoalmente na anterior

assembléia Anti guerra, podemos afirmar que as massas nãofizeram mais que brigar e tentar mil e uma vez iniciar uma contra-ofensiva frente a um capitalismo em bancarrota, que apenasprocura de forma cruel jogar-lhe sua crise aos explorados e aospovos oprimidos do mundo.

Neste ano que passou, pudemos viver em carne própria oapotegma do marxismo de que: Para que a classe operária viva,o imperialismo deve morrer! Este ainda não foi derrotado peloproletariado e sobrevive mandando a civilização à barbárie eredobrando a super exploração contra a classe operária mundial.

Mil e um combates protagonizaram a classe operária e os povosoprimidos do mundo. Não foi a inteligência nem a fortaleza deum sistema putrefato o que salvou o capital financeiro em crise.

Nesta época imperialista o capitalismo sobrevive apenascomprando um setor de sua classe inimiga. Um rejunte dedireções traidoras foram centralizadas para cercar eestrangular os processos revolucionários e para impedir que

numa contra-ofensiva oproletariado avance àúnica solução a suaspenúrias, que não éoutra que a tomada dopoder e a conquista daditadura do proletariadosobre as ruínas doregime burguês.

Digamos a verdade. Aclasse operária não se fezdo poder por tração desua direção e hoje são asmassas as que pagamcom demissões,d e s o c u p a ç õ e s ,massacres, aumentosinfernais dos ritmos deprodução, saques eguerras contrarevolucionárias para asobrevida deste sistemaputrefato.

Chegou a hora de falar claro frente à classe operáriainternacional: hoje Madagáscar e sua heróica revolução foi cercadapelo Fórum Social Mundial na África, sustentado por stalinistase renegados do trotskismo, que chamaram aos exploradosescravizados desse continente a apoiar, cada um respectivamente,a sua burguesia nativa. Rompeu-se a unidade da classe operáriado continente para que milhões de párias, operários de cor, sejamsuper explorados nas minas e nas plantações do imperialismo em

“Aos camaradas da FLTI. ¡Viva o Internacionalismo proletário! ¡Há quederrotar (o) feroz ataque da burguesia em crise contra as massas!”.Bandiera presenteada pelos jôvens Zengakuren à FLTI, na 47°Assembléia Internacional Anti-guerra do Japão, em 2009.

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FRAÇÃO LENINISTA TROTSKISTAINTERNACIONAL

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suas próprias terras; enquanto são escravizados com duplascorrentes nas potências imperialistas européias, onde depois deser usados no ciclo de expansão anterior à crise econômicamundial, para realizar os piores trabalhos, agora são lançados comocachorros ao Mediterrâneo.

O mesmo sucede com milhares de imigrantes latino americanosque são expulsos dos EUA, abarrotados nas cárceres de Obama,enquanto com métodos fascistas se levanta um muro entre EUA eMéxico para separar o império do “quintal” que oprime e exploraà décadas. É um sistema capitalista putrefato, cujos países “maisavançados” não podem dar-lhes nem sequer uma cama numhospital ou um banco numa escola aos operários e seus filhos quetrazem para explorar em sua própria nação. Até ali chegou apodridão deste sistema, sua decomposição, que não é outra que atardança do triunfo da revoluçãosocialista internacional.

No Leste Europeu, os povosdo Glacis foram submetidos aosplanos de submissão, espoliaçãoe saque por parte do FMI,enquanto a classe operária russae das ex repúblicas soviéticassofreram todo o peso da crisecom massacres como naChechênia e ataques a nível devida. Isto é assim, porque aburocracia stalinista ontementregava os ex Estadosoperários e porque hoje aburocracia sindical e os partidos social imperialistas da Europadesorganizaram a ofensiva das tomadas de fábricas da classeoperária francesa, dividiram a luta dos operários da Renault daRumania que chamavam os seus irmãos de classe na França alutar por “iguais condições de trabalho, igual salário”; levantaramnas organizações operárias da Inglaterra o grito contrarevolucionário de “Trabalho inglês para os ingleses”. No EUA, aAFL-CIO traiu a luta dos operários da Toyota. E com organizaçõescomo Conlutas e o ELAC, dirigidas pelos renegados do trotskismono continente americano, estrangularam a ala esquerda da classeoperária que se levantava contra a guerra no EUA, que acordavaem revoluções como na Bolívia e na Argentina, e que almejavaderrotar os golpistas de Honduras. Ali submeteram à classeoperária ao “frente democrático” das burguesias bolivarianas, paraque hoje a bandeira dos golpistas contra revolucionáriosimpulsionados desde a base ianque flameje nas profundezas ondejazem as tumbas dos operários e camponeses que ousaramlevantar-se contra essa ação contra revolucionária, e que foramentregados como carne de cânon da negociação entre as diferentesfrações burguesas.

Cercos contra revolucionários se impuseram contra as massasrevolucionárias palestinas, onde se bombardeou e saqueouconvertendo à nação Palestina num gueto pior do que da Varsóviana segunda guerra mundial. Gaza ficou devastada pelos golpescontra revolucionários do sionismo; enquanto desde Egito, França,Itália e Turquia (um imperialismo agora revestido de “muçulmano”e “democrático”, mas não menos assassino de operários do que

os ianques) exigem-lhes às massas palestinas que se rendam soba ameaça de maiores ataques contra revolucionários, e as queremobrigar em negociações espúrias a que reconheçam o Estadosionista de Israel, usurpador da nação palestina.

Este é o papel do Fórum Social Mundial na África: dividir oproletariado mundial e atuar como anestesia para que depois obisturi do capitalismo rasgue as massas.

Esse foi o papel das direções contra revolucionárias que sejuntaram com Conlutas e o CONCLAT em Santos, Brasil: cercaros processos revolucionários, romper a unidade internacional daclasse operária em seu combate, centralizar as forças doreformismo e dividir as do proletariado mundial.

Hoje, depois de um anodevemos afirmar que énecessário sacar a amargaconclusão que estas direçõescercaram à Gréciarevolucionária que com 8greves gerais combate isoladae cercada pelos partidos socialimperialistas e burocraciassindicais, que sustentam a“unidade européia” e a essagruta de bandidos esaqueadores imperialistas que éMaastricht. Estes vigaristas doproletariado mundial,sustentados pelos renegados do

trotskismo, anunciam pomposamente uma “greve européia parafins de setembro”, deixando que a classe operária européia antesdessa data seja derrotada país por país, sindicato por sindicato eluta por luta.

Companheiros da 48º Assembléia Internacional Anti guerra,chegou a hora de enfrentar esta guerra contra revolucionária declasses que declarou o imperialismo e as burguesias nacionais:uma guerra aberta, descarnada e cruel contra a classe operáriamundial. Uma monumental guerra do capital financeiro contra asmassas que tem milhões de mortos de fome, de escravos coloniais,

A classe operária japonesa mobiliza-se contrasua propria burguesia imperialista.

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de operários suicidando-se como na China na fábrica Foxconnpor não resistir mais as condições de trabalho, vivendo atados àsmáquinas para produzir. Uma guerra contra revolucionária com43 milhões de operários sem teto, vivendo com 3 dólares por diade subsídio nos EUA; ou com centenas de milhares de demissõese novos ataques contra todas as conquistas como sucede com aclasse operária européia e japonesa; e com os massacres na África,ou as protagonizadas pelas tropas contra revolucionárias de Putine seu genocídio na Chechênia. Uma guerra aberta contrarevolucionária, com massacres como no Iraque, no Afeganistão ena Palestina, com milhares de presos políticos (que são verdadeirosreféns dos exploradores) nas garras das classes inimigas.

Chegou a hora de declarar-lhe a guerra dos exploradoscontra os exploradores, de preparar uma enorme contra-ofensiva para pôr o pé no peitodos capitalistas. Chegou omomento da unidadeinternacional das forçasrevolucionárias einternacionalistas da classeoperária para centralizar nossasforças e dispersar as forças doreformismo e dos serventespagamentos do capital que só sededicam a desorganizar e dividiras filas da classe operáriamundial e seus combates.

Volta-se urgente pôr em pé umpólo de organizações operáriasrevolucionárias do mundo parapreparar e organizar umacontra-ofensiva de massas, queponha à ordem do dia a luta pelatomada do poder pela classeoperária e o derrubamento dosEstados e regimes burgueses detodo o planeta.

Camaradas, dia a dia a heróica resistência afegã manda aosEUA dezenas e dezenas de marines em sacos negros como noVietnã. As forças de ocupação se encontraram já cercadas noKabul, a decomposição do regime do protetorado e do governode Karzai já se manifesta. Uma enorme guerra civil de classesenfrenta o exército invasor.

No Iraque, aplicaram derrotas à resistência com o imperialismoturco massacrando pelo norte e Al Sadr e as burguesiasmuçulmanas entrando ao governo do protetorado ianque eentregando a luta das massas xiitas, com o apoio dos sínicosaiatolás iranianos massacradores da classe operária de seu país.Hoje é no Afeganistão onde serão vingados os heróicoscombatentes de Fallujah e as heróicas massas massacradas eescravizadas na Palestina.

Também para impedir que a guerra nacional afegã e a heróicaresistência palestina cheguem às metrópoles e ao coração da bestaimperialista ianque é que se reagruparam as forças reformistasorganizadas no Fórum Social Mundial na África, impedindo quese sincronize a luta da classe operária internacional.

Agora se pôs em pé o Fórum Social Mundial no EUA com olema “Socialismo 2010”. Sob a batuta do SWP inglês e suacorrente ISO nos EUA, reagruparam suas forças os mesmosdirigentes que chamaram a votar abertamente pelo assassinoObama e foram parte das fileiras do Partido Democrata imperialistados EUA.

Esta gente tem a cara de pau, como serventes que são do HSBC,do Citibank, da rainha da Inglaterra e do açougueiro Obama, defalar agora em nome do socialismo.

Há que desmascarar aos que falando em nome do socialismotêm todas as suas forças postas em salvar o capitalismo,desorganizando os embates revolucionários das massas do mundo!

De pé, fechemos os punhos, pornossa honra de operáriosrevolucionários internacionalistas:QUE TRIUNFE A GUERRANACIONAL NO AFEGANISTÃO!PELA DERROTA MILITAR DOIMPERIALISMO IANQUE E DASTROPAS DA OTAN! POR UMNOVO VIETNÃ! Fora as direçõescolaboracionistas e servis doaçougueiro Obama no EUA! Que seponha de pé a marcha do milhão deoperários contra a guerra! Que seexpulsem das organizações operáriasos serventes do partido dos“Republicratas”, como são osrenegados do trotskismo queabertamente desorganizaram as filasda classe operária para sustentar ogoverno de Obama, o novo assassinoe carcereiro do Guantánamo, doscárceres da CIA, e o maior chefe deoperações contra revolucionárias nomundo!

Hoje a resistência deve atalonarse e, pese a tantas traições etiros pelas costas ao proletariado mundial, fez isso. Resiste-se noAfeganistão e passa ali à ofensiva. Palestina não se rende.Fortemente a classe operária grega mantém vivo o fogo que podeincendiar Paris; e os operários chineses demonstraram, como emTonghua e Lingzou, degolando os exploradores que queremdespedir os operários, como se enfrenta o ataque dos capitalistas.

Camaradas, há que centralizar a resistência. Há que preparar acontra-ofensiva. Há que dizer à classe operária a verdade: que sãoeles ou nós, os explorados ou os exploradores; que se acabou aépoca das lutas nacionais; que direções centralizadas pelo capitalfinanceiro procuram derrotar-nos através de país por país. Chegoua hora de levantar o encaminhamento da unidade da classe operáriamundial, expurgando de suas filas a todas as direçõescolaboracionistas dos exploradores, que desfazem a cada passo oque as massas constroem em sua luta.

Documento da FLTI publicado no Kaihoi, jornalda JRCL-RMF do Japão.

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Nesta 48º Assembléia Internacional Anti guerra, fazemos-lhesduas propostas para lutar juntos:

Como primeiro encaminhamento: impulsionemos juntos umacampanha internacional para, com uma política da classe operáriamundial, realmente derrotar o cerco contra as massas palestinas,chamando a todas as organizações Operárias a pôr em pé brigadasOperárias internacionais para ir combater na Gaza cercada emassacrada, e junto à classe operária do Egito demolir o muro davergonha de Rafah. Assim ficará demonstrado ante o proletariadomundial que não é da mão dos imperialismos assassinos como oturco, invasor do Iraque e sócio dos ianques, nem com seusserventes das burguesias nativas como a do Egito que vai rompero bloqueio e isolamento das massas palestinas.

Na África martirizada pelo imperialismo se puseram em pé osComitês pela Liberdade do Movimento Palestino. Com a WIVL(Workers International Vanguard League) da África do Sul àcabeça, a FLTI tomou em suas mãos o chamado destes Comitês apôr em pé brigadas internacionais das organizações operárias domundo para derrubar o muro do opróbrio de Rafah que cerca egarante o massacre contra o povo palestino. Impulsionemos juntoseste chamado em todas as organizações Operárias do Japão e todoo Extremo Oriente! Brigadas internacionais para derrubar o murodo opróbrio! Pela destruição do Estado sionista fascista de Israel!

Vocês camaradas, têm uma grande obrigação internacionalista.Japão acompanha o EUA em suas aventuras militares, não só emIraque senão fundamentalmente em Afeganistão.

Faz tão só 3 meses que os operários revolucionários deQuirguistão deram um passo decisivo armando-se, derrotando ogoverno odiado de Bakiev e desmantelando o Estado. Elesdemonstraram como se para a guerra. Nesse país está a base ianquedesde onde se dirigem os comandos e o ataque contra Afeganistão.

Por isso, nosso segundo encaminhamento é lutar para rompero cerco que se impôs à grande revolução de Quirguistão, e demoliras bases ianques e seu comando asiático desde onde se atacaAfeganistão, porque desde ali as massas poderão ser a vanguardadecisiva do triunfo militar dos explorados afegãos. Há que sublevara classe operária européia, asiática e mundial contra os pogromsque, organizados desde a base ianque e o assentamento das tropascontra revolucionárias de Moscú em Quirguistão, queremmassacrar o coração da revolução desse país. Quirguistão volta apropor e a pôr à ordem do dia a luta pela restauração da ditadurado proletariado sob formas revolucionárias, ali onde a marcastalinista os entregou à economia mundial capitalista.

Camaradas, comprometamo-nos a lutar juntos para romper ocerco que tenderam às massas gregas. A tragédia das 8 grevesgerais e as massas com piores padecimentos, põem ao vermelhovivo que se não triunfa a revolução operária e se não destrói oEstado burguês, não há solução para defender e manter nenhumadas conquistas da classe Operária internacional.

Com seu cretinismo sindicalista, os anarquistas, stalinistas erenegados do trotskismo, depois de sustentar a Papandreu seguidorda política anti operária de Karamanlis, hoje se seguem negandoa pôr em pé, depois das 8 greves gerais, os conselhos de operário

de soldados. Negam-se a preparar à classe operária grega paradestruir o Estado burguês e fazer-se do poder.

Pôs-se em pé, centralizada e disciplinada pelo capital financeirointernacional, a assim chamada “Quinta Internacional”, não menoscontra revolucionária do que a internacional de Stalin ou a deKautzky no século XX, integrada por Chávez e as burguesiasbolivarianas. Nela tem um lugar de honra o assassino contrarevolucionário e escravista de seu próprio povo Hu Jintao juntocom os mandarins vermelhos chineses. Esta internacional contrarevolucionária se nutre com os desfeitos do stalinismo e com aburocracia restauracionista castrista, que avançou a passosgigantescos a entregar a conquista da revolução cubana aocapitalismo mundial, depois de trair a revolução latino americanae o acordar da classe operária dos EUA. A seu lado, os renegadosdo trotskismo legitimam o pérfido acionar destas forças contrarevolucionárias e se preparam para desmoralizar e derrotar a alaesquerda do proletariado internacional, como já o vem fazendo.

Estas forças se centralizaram na Europa, na África e naAmérica. Hoje se preparam para em novembro organizar suasforças e centralizar-se no Japão. Eles sabem que o proletariadochinês entrou em manobras de combate. São conscientes que nãosomente se alistam os canhões na península da Coréia, senão queademais as massas da Coréia do norte já iniciaram revoltas contrao saque de seu salário e a fome generalizada ameaçam com ounir-se aos explorados da China, questão que abriria um vulcãoincontrolável nessa grande maquiladora em que devieram os paísese as nações oprimidas do Extremo Oriente. O encaminhamentoaprovado no último congresso da Conlutas de marchar a umgrupamento impulsionado por Chukaku-ha no Japão emnovembro indica que já as massas chinesas, coreanas, e do Pacíficoentraram em combate, e que o imperialismo precisa de seusserventes e de seus agentes para desde Japão conter todo processorevolucionário na Ásia.

Camaradas, faz mais de dois meses se sublevavam as massasda Tailândia. O imperialismo japonês, de forma silenciosa, juntoao imperialismo ianque, lotam de maquiladoras a península daIndochina como o fez ontem na China e na Coréia do Sul. Hoje oimperialismo nipón lhe quer fazer crer a sua classe operária, paraque suporte a crise, que o império japonês está em bancarrota.Mentira! Eles amassam enormes fortunas com suas corporaçõese capital financeiro junto aos ianques, com suas multinacionaisna Ásia, na China, na Indochina, rapinando o petróleo iraquianoe saqueando a América Latina e a África.O choque de classes que chegam ao Extremo Orientemostrará na história que os combates da Grécia,Palestina, Afeganistão não foram mais que as primeirasbatalhas de uma guerra de classes internacional.

É por isso, voltamos a insistir, que se prepara para novembroum congresso no Japão, que foi votado na reunião do Brasil, na“Contracumbre” do Madri e também o votaram no Fórum SocialMundial nos EUA os serventes de Obama. Justamente para pôrem pé as forças contra revolucionárias para deter a investidarevolucionária com que ameaça o proletariado da Ásia desde oscombates, a resistência e as revoltas de Tailândia, Birmania, Coréiae a China martirizada.

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Chukaku-ha é a “nova estrela” que utilizam como mascaro deproa, para desorganizar o proletariado japonês e asiático. Vocêsdenunciam em sua carta a Conlutas como estes serventes do Estadoimperialista japonês tentaram a cada passo desorganizar as filasdo proletariado em seu país. Mas chegou a hora de compreendamosque isto é o que estão fazendo e fizeram as direções reformistas atodo o proletariado mundial. O planeta se encheu de “Chukaku-has” para desorganizar e atirar-lhe tiros pelas costas no melhor doproletariado mundial. A crise de direção revolucionária doproletariado mundial não deixa de agravar-se. O planeta tem superpopulação de direções contra revolucionárias, que o capitalismoem crise precisa para salvar seus lucros e defender-se da revoluçãoproletária. Hoje tem mais atualidade que nunca o Programa deTransição da Quarta Internacional quando afirma: “Ascharlatanearias de toda espécie segundo as quais as condiçõeshistóricas não estariam ainda “maduras” para o socialismo nãosão senão o produto da ignorânciaou de um engano consciente. Ascondições objetivas da revoluçãoproletária não só estão madurassenão que começaram a sedescompor. Sem revolução socialnum próximo período histórico, acivilização humana está sobameaça de ser arrasada por umacatástrofe. Tudo depende doproletariado, isto é, de suavanguarda revolucionária. A crisehistórica da humanidade se reduzà direção revolucionária.”

Chegou a hora de romper oisolamento das forçasrevolucionárias do planeta. É horade brigar juntos, com um programaque chame o proletariado acombater pela tomada do poder e que realize um apelo audazpara reagrupar as filas da classe Operária num CongressoInternacional. Porque, sobretudo, é tempo de juntos dar golpesdecisivos que permitam um salto para adiante na subjetividadedo proletariado mundial. Vocês e nós, e todas as organizaçõesque se reivindicam da luta pela revolução socialista, temos o deverde fazê-lo.

Contra o chamado à reunião internacional no Japão deChukaku-Hà e os renegados do trotskismo organizados noCONCLAT, na “Contracumbre” do Madri e a reunião do“Socialismo 2010” do EUA dirigido por militantes daesquerda do partido contra revolucionário dos açougueirosdemocratas ianques, isto é, ao chamado a reagrupar-seinternacionalmente do Fórum Social Mundial e do VInternacional, há que lhe opor um chamado imediato paraque em novembro no Japão, se reúna um Congresso de todasas organizações operárias revolucionárias do mundo, paraque no centro da cena mundial voltem a pesar e vibrar oscombates revolucionários: Basta de tanta traição! Uma sóclasse mundial, uma só luta! Rompamos o cerco das massaspalestinas! Brigadas Operárias para derrubar o muro que

cerca às massas palestinas e reabrir o caminho da revoluçãosocialista que destrua o Estado sionista fascista de Israel!Que volte a marcha do milhão de operários nos EUA! Quesurjam os sovietes e o armamento das massas para que ofogo da Grécia incendeie Paris! Que volte a revoluçãooperária e camponesa na Bolívia e América Latina! Que selevantem junto às massas do Madagáscar os operários ecamponeses da África martirizada, seguindo o exemplo domovimento 1° de Março que organizou a greve geralcontinental dos trabalhadores imigrantes na Europa! Quese volte a pôr em pé a classe operária do Vietnã, hojesubmetida aos piores padecimentos e escravatura nasmaquiladoras do mesmo imperialismo que foi derrotadomilitarmente na década de 70 e que tinham fugido como umrato, pendurado nos helicópteros, enquanto se sublevava aclasse operária norte americana! Que Afeganistão se

transforme num novoVietnã!

Camaradas:O mercado mundial

diminui. Maastricht já é umsonho do passado e as disputasdas diferentes potênciasimperialistas pelo botim, quediminuiu, se acrescentaramcada vez mais. Como odemonstra a crise Grega oucomo a da Espanha e da Itália,sobram potências imperialistasno planeta. Não é a hora dosurgimento de novas potênciasimperialistas. Isso é dar-lheuma bendição de “progressivo”

a um sistema decadente na história. Se a revolução proletária nãoo impede, se abrirá o caminho à guerra inter-imperialista, porquepotências imperialistas pedirão suas zonas de influência e sevoltarão mais agressivas, arrastando à civilização a uma novacarniçaria mundial.

Como vemos, o capital financeiro de Wall Street não consegueainda recuperar os dividendos e benefícios que se gastou ocapitalismo mundial a conta do que não se produziu ainda.

A tendência contra-restaste e o ciclo de expansão chinês nãopoderá recompor a taxa de lucro do capitalismo em bancarrota, emuito menos de recuperar os 90 bilhões de dólares do que segastou o parasitismo deste sistema infame. Se o mercado mundialdiminui e a revolução proletária não triunfa, como diria a IVInternacional em 1940 no Manifesto sobre a Guerra, os abutresse disputaram a picotados limpos os desfeitos da produçãocapitalista, o que significará o caminho à guerra, que começaráonde e como terminou a segunda guerra inter imperialista.

Só derrotando a atual ofensiva contra revolucionária das classesdominantes com a revolução socialista mundial se pode fechar ocaminho à guerra. A guerra barra-se unindo as filas da classeoperária internacional. A guerra barra-se derrotando às direçõesque submetem ao proletariado à burguesia, a seus cantos de sereia,que só tentam apagar o fogo da luta das massas do mundo.

Os Zengakurem enfrentam a maquinaria deguerra imperialista em seu proprio pais.

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Golpeemos juntos!Rompamos o isolamento à classe operária mundial!

Congresso internacional das organizações operáriasrevolucionárias em Tokio em novembro para enfrentar eapresentar-lhe a batalha ao congresso dos serventes de Obama,dos desfeitos do stalinismo, sustentados todos pelos renegadosdo trotskismo!

No congresso da Conlutas no Brasil junto com a Intersindical(CONCLAT), faz menos de dois meses, os fabris de La Pazpropuseram o encaminhamento de enfrentar à demagogia dasburguesias nacionais. Seu encaminhamento foi recusado porcentenas de organizações que dizem falar em nome do socialismorevolucionário.

No encaminhamento dos operários fabris de La Paz, nocombate internacional pela causa palestina, nos combatesrevolucionários do Quirguistão, nas greves gerais da Grécia e nasaguerridas lutas da classe operária européia, e no proletariadochinês e asiático que se põe em marcha estão às forças paraconvocar a este congresso internacional já.

Vocês denunciam corretamente, numa carta enviada a Conlutas,como o proletariado japonês foi atacado pelas costas em dezenasde oportunidades, como é o caso de Chukaku-ha, questão quepela primeira vez se conhece no proletariado do ocidente.

A classe Operária mundial deve saber que nesses congressosdos serventes de Obama no EUA, nos congressos que como emMadri cercam a revolução grega e européia, ou os que como emBrasil submetem à classe Operária americana às burguesiasnativas, apresentam-se como amigos da classe Operária mundialos que lhe dispararam pelas costas ao proletariado japonês dezenase centenas de vezes.

Chegou a hora de desmascarar tanta infâmia, mentira e omissãoda verdade ante os olhos do proletariado internacional. A classeoperária chinesa, da Indochina, da África e da Europa precisasaber a verdade. Como falaria Lenine, é necessária luz, luz maisluz, para que os operários do mundo possam distinguir quem sãoseus aliados e quem são seus inimigos.

Vocês têm em suas mãos a possibilidade de clarificar isto anteo proletariado asiático e internacional. Por isso queremos fazer-lhe uma última proposta antes de saudar aos presentes nestaassembléia e levantar o punho junto a vocês como o fizemosdurante anos.

Há que pôr em pé um Comitê operário Internacional quepesquise e diga toda a verdade sobre os crimes cometidos contraos melhores elementos da vanguarda Operária japonesa desde osda década de 70 até hoje. Eles foram assassinados por umaverdadeira quinta coluna que massacra pelas costas à classeoperária. Assim atuou o stalinismo durante a guerra civil espanholaatirando pelas costas contra os melhores combatentes doproletariado.

Camaradas, chegou a hora de que os crimes cometidos contraa classe operária japonesa sejam conhecidos pela classe operáriainternacional. Convoquem vocês a um Comitê OperárioInternacional que pesquise, julgue e condene os serventes dascorporações japonesas. A classe Operária internacional precisa

saber quem são seus aliados e quem são seus inimigos. Isto exigeo combate que está por diante. Em sua carta, vocês denunciamcom dados e provas o nefasto papel de Chukaku-Hà e a utilizaçãodessa corrente por parte do Estado assassino japonês. As provasque vocês apresentam devem pôr-se a disposição de um Comitêde Organizações Operárias Revolucionárias do mundo para queprocure a verdade e toda a verdade. Assim se fará justiça pelosmártires do proletariado japonês.

Camaradas, levantemos o punho. A luta nacional isolada podelevar a que fracassem todas as ofensivas que protagonizamos emcada país. Nenhuma classe Operária se salvará a sí mesma noterreno nacional. O proletariado não tem fronteiras, só correntespor romper.

Proletários do mundo uni-vos!Tal como propõe o Programa de Transição da Quarta

Internacional: “A Quarta Internacional goza já desde agora dojusto ódio dos stalinistas, dos socialdemocratas, dos liberaisburgueses e dos fascistas. Não tem e nem pode ter lugar algumem nenhuma frente popular. Combate irredutivelmente a todos osgrupos políticos unidos à burguesia. Sua missão consiste emaniquilar a dominação do capital. Seu objetivo é o socialismo.Seu método, a revolução proletária.”

Desde a FLTI afirmamos que se esta não triunfa o fascismo, acontra revolução e a guerra levaram o proletariado e a humanidadeà barbárie. A última palavra não está dita na história. O proletariadoainda não despregou toda sua potencialidade. Milhões deexplorados se incorporam ao combate. Os operários chineses, nortecoreanos e tailandeses, que começaram a brigar, anunciam que oproletariado do Pacífico está próximo a ingressar em manobrasrevolucionárias. A vanguarda proletária japonesa deve unir suasorte à sorte do proletariado asiático, onde seu imperialismocometeu e comete os piores crimes.

Tudo depende então da celeridade com a que a vanguardarevolucionária consiga reagrupar suas forças. A luta pela revoluçãosocialista se pôs à ordem do dia. Essas são as bandeiras quedevemos levantar juntos!

Operários revolucionários do Japão enviamos-lhes nossos maiscalorosas saudações internacionalistas

Viva a combativa e revolucionária juventude agrupada nosZengakuren!

Golpeemos juntos à besta imperialista e às direções traidorasque a sustentam!

CARLOS MUNZER, LAURA SÁNCHEZ E ANÍBAL VERAPELO SECRETARIADO DE COORDENAÇÃO INTERNACIONAL DA FRAÇÃO LENINISTA TROTSKISTA

INTERNACIONAL

INTEGRADA POR:

LIGA TROTSKISTA INTERNACIONALISTA (LTI), DA BOLÍVIALIGA OPERÁRIA INTERNACIONAL DE VANGUARDA (WIVL), DA ÁFRICA DO SUL

LIGA REVOLUCIONÁRIA INTERNACIONAL-CI (IRL-FI), DO ZIMBÁBUELIGA OPERÁRIA INTERNACIONALISTA-CI - DEMOCRACIA OPERÁRIA, DA ARGENTINA

LIGA TROTSKISTA INTERNACIONALISTA (LTI), DO PERUPARTIDO OPERÁRIO INTERNACIONALISTA-CI (POI-CI), DO CHILE

FRAÇÃO TROTSKISTA - VANGUARDA PROLETÁRIA (FT-VP), DO BRASIL

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Os renegados do trotskismo com sua “teoria” da revoluçãopor etapas aos pés da burguesia

O PO em seu artículo titulado “O significado duma vitória”propõe: “Estamos sob uma forte preção externa, disse RodríguezSaa (…) O Senado deliberou sob essa preção” (…) “Aaprovação do casal igualitário é uma inquestionável vitóriados direitos democráticos, contra o clero e contra a reaçãopolítica”. “A vitória do casal homossexual é um acicate paraa conquista de todos os reclamos democráticos e sociaisirresoluto, desde o direito ao aborto até a conquista do 82%móvel.” (Prensa Obrera, N°1137 15/7/2010)

O PTS através de seu dirigente Andrea D’Atri diz: “É oresultado de uma longa luta do movimento gays, lesbianas,travestis e transexuais, como também de diferentes organizaçõessociais e políticas que acompanhamos permanentemente oreclamo de igualdade de direitos. Mas também significa umprimeiro passo muito importante que nos pode permitiravançar em outros direitos e liberdades democráticas, como odireito ao aborto ou a separação da igreja do Estado”. (AVerdade Operária N°383, 15/7/2010).

Tanto o MAS, como o MST, a CI e o conjunto dasorganizações da esquerda reformista, expressaram-se no mesmosentido. Os renegados do trotskismo no “frente democrático”todos juntos afirmam: Triunfo histórico! e agora… Vamos pormais!

Os renegados do trotskismo, a pata esquerda do regimeda arqui - reacionária constituição de 1853/1994.

Com esta pequena concessão do “Casal igualitário”, oparlamento burguês “outorga” uma demanda democrática a umsetor minoritário historicamente oprimido, que põe em

“igualdade” de direitos a um operário homossexual com umheterossexual, no que respeita a questões como direito a obrasocial, pensão, adoção e herança. Esta é uma concessão ultraparcial que não afeta em nada os interesses da burguesia. Nãotoca seu sacrossanta propriedade privada e não resolve nenhumproblema estrutural de todas as demandas democráticas da classeoperária e o povo pobre. A discriminação se acabará só com otriunfo da revolução socialista! O que não significa desaproveitartoda concessão por mínima que seja, arrancada à burguesia, comoquando lutamos por um 50% de aumento salarial e só nos dão o5%. Tomamo-lo no caminho de seguir lutando, mas dizendo averdade dos trabalhadores, que é uma miséria!

Esta lei não regerá para todos os homossexuais por igual,como nos quer fazer crer a burguesia e a esquerda reformista.Porque há homossexuais burgueses e proletários, e esta leinão apaga a barreira de classe como não apaga nenhuma leisurgida desta gruta de bandidos. O parlamento burguês que éa envoltura más doce da mais feroz ditadura do capital, seencobre com fraseologia de igualdade e democracia para garantira super exploração da classe operária e o saque à nação por partedo imperialismo.

Ante isto, a esquerda reformista -longe de lutar por separar acada passo ao proletariado da influência da burguesia liberalcomo marcasse Lenine- é quem se põe de pé e aplaude a seuparlamento “democrático”, onde o governo dos Kirchner, a“oposição” gorila, sustentados pela burocracia pistoleira da CGTe a CTA, legitimam seu brutal ataque contra a classe operária e opovo pobre em geral, e seu política de extermínio contra ajuventude operária e a super exploração da mulher trabalhadora.Enquanto mantêm a milhares de operários e estudantes sobprocesso judicial e a outros encarcerados pelo “delito” de lutarpela mais mínima das demandas democráticas: o direito a umtrabalho e a um salário digno para chegar a fim de mês.

Sobre aprovação da lei de “Casal igualitário”

O dia 15/7 se aprovou no Senado a lei de “Casal igualitário” entre pessoas do mesmo sexo. Ostrotskistas não somos neutrais no combate pelas demandas democráticas dos explorados.Defendemos a más mínima das demandas, mas com o método da revolução proletária, semchamar a pressionar a instituição burguesa nenhuma para que estas as realizem. Polemizamosaqui com o veneno da política de colaboração de classes espalhado pelo conjunto dasorganizações da esquerda reformista.

MAIS UMA VEZTROTSKISMO VERSUS STALINISMO

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Infelizmente os renegados do trotskismo terminamaplaudindo raivosamente junto à burguesia imperialista e Obama,quem a través do jornal Washington Post deu saudações edestacou a lei “impulsionada pelo governo Cristina Kirchner”.Os renegados do trotskismo tentam ocultar seu desbarranqueafirmando que “a lei foi impulsionada pela centro esquerda”,isto é pela ala que comanda Pino Solanas, um burguês tãoreacionário como os Kirchner e a oposição gorila.

Desgraçadamente todas as organizações dos renegados dotrotskismo foram com suas bandeiras e cartazes ao congresso.Ali se pôde ver como o PTS exultante de alegria aplaudia aoparlamento que votou a lei do “casal igualitário”, demonstrandoser uma organização pequeno burguesa das capas patrícias dacapital, que não fazem outra coisa que abrir “casas da juventude”para “educar” aos jovensao melhor estilo dopartido socialista de JuanB. Justo, questão que atéenvergonharia aomesmíssimo NahuelMoreno e seu política de“corrente socialista”.

Não há nada quecomemorar! Esta lei do“casal igualitário” é umapequena concessãoutilizada de formareacionária pelaburguesia que tentaadormecer às massas, àsquais a esquerda reformista com seus bombos e pratinhos lhecriam a consciência de que com o parlamento burguês seresolvem todos seus problemas. Assim, os renegados dotrotskismo são a pata esquerda do regime da arqui-reacionáriaConstituição de 1853/1994.

A esquerda reformista deve responder, desde quando oparlamento burguês pode votar algo favorável aos trabalhadores?Se este é o mesmo parlamento reacionário que sustentou eaprovou toda a política anti-operária nos últimos cem anos. Oque avaliou o massacre operária na Semana Trágica e naPatagônia Rebelde. O que avaliou o extermínio da vanguardaoperária nos anos ‘70, como propusesse o gorila radical Balbín,com o pretexto de liquidar à “guerrilha fabril”. O que avaliousob o governo “democrático” do Geral Perón, Isabel e LópezRega as massacres da Triple A (Aliança Anticomunista Argentina,NdT) contra más de 1500 lutadores operários e populares. Oque avaliou o decreto do “Operativo Independência” em 1975,que preparou o caminho para o golpe gorila de Videla e seugenocídio. O que votou as leis do “Ponto Final” e a “ObediênciaDevida” que mantém livres a todos os milicos genocidas. O que

votou o pagamento da “dívida externa”, o que garantiu o saqueda nação com as privatizações, e o que impôs a flexibilizaçãotrabalhista escravista da mão da lei “Banelco”.

A “frente democrática”: a política de colaboração declasses para subordinar aos explorados à burguesia

O conjunto dos renegados do trotskismo nos queremconvencer que numa frente “democrática” com a burguesia“progressista”, pressionando a este parlamento reacionárioconseguiremos desde o direito ao aborto até o 82% móvel paraaposentadoria, a separação da igreja do estado e demais. Semvergonhas! Assim o único que conseguem os trabalhadores érenunciar a suas demandas e subordinar-se aos interesses daburguesia!

Esta é a política queimpulsionam as direçõesreformistas de todopelagem, desde oCONCLAT, comocontinuidade do ELAC, a“Contra-cume dosPovos” do Madri, o“Encontro Socialismo2010” do FSM nos EUA,e a V Internacional, parasubmeter ao proletariadoà burguesia“democrática”. Assimatuaram na Hondurasante o golpe contra

revolucionário de Obama e sua base militar, a United Fruit, aigreja e Micheletti, subordinando aos explorados ao bolivarianoZelaya (o presidente deposto) e onde se negaram a enfrentar aogolpe militar com os métodos da revolução proletária, permitindoque massacrassem à vanguarda operária e camponesahondurenha e que se consolidasse o golpe. Assim atuaram naBolívia, junto ao burocrata Montes da COB, negando-se adenunciar a Evo Morales submetendo ao combativo proletariadoboliviano ao governo burguês da frente popular “democrática”.Assim permitiram que estes pactuem com a Média Lua fascistamassacradora de operários e camponeses e estabilizem o regimeexpropriador da revolução, com uma Constituição e um governoda frente popular que não lhes dá nem o pão aos operários, nema terra aos camponeses, nem o gás aos bolivianos, nem rachacom o imperialismo. Assim impulsionam ferventemente a frente“democrática” que na Palestina tenta impor a rendição das massasda Gaza para que aceitem ao “Estado de Israel” e a política dos“dois Estados”. Assim atuam ao interior do imperialismo ianque,propondo que a chegada de Obama ao governo é “um dos maioresgolpes contra o racismo em sua história”, embelezando aomesmíssimo açougueiro Obama que comanda o massacre ianque

Marcha de la comunidad gay ante Parlamento dela archi-reaccionaria constitución de 1853/1994.

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na Palestina, Iraque, Paquistão, Afeganistão e aos povos deOriente Médio.

Os renegados do trotskismo: gerando ilusões noparlamento burguês sustentam a teoria do “socialismo pelavia pacifica”’

Infelizmente apoiando à burguesia “democrática” é a provade que faz tempo renegaram da luta pela tomada do poder pelaclasse operária. Assim demonstraram ser inimigos do apotegmado Manifesto Comunista que afirma que “A liberação dostrabalhadores, será obra dos trabalhadores mesmos”.

Os renegados do trotskismo querem fazer-nos crer aostrabalhadores que: “mobilizando-nos por milhares e pressionandoao parlamento podemos ir da pouco conseguindo nossasdemandas”. “Já conseguimos a lei do casal igualitário”. “Depoisconseguiremos o 82% de aposentadoria móvel”. “Depoisafastaremos à Igreja do Estado”. “E Assim sucessivamente, dapouquinho e devagar chegaremos ao socialismo”. Isto é o quenos estão dizendo, que se pode chegar ao socialismo pela viapacifica. Isto foi o mesmo que no 73 lhe disse Fidel Castro àsmassas armadas dos cordões industriais no Chile, chamando aque se desarmem, deixando inermes e impotentes ante o iminentegolpe sangrento do chacal Pinochet e a ITT.

Agora bem, a desfaçatez dos renegados do trotskismo nãotem limites, gritam aos quatro ventos que se deve separar à igrejado Estado, eliminar os subsídios, expropriar seus bens para pô-los ao serviço da educação pública para melhorar os prédios epagar-lhe melhores salários aos professores e que os padres vãoa trabalhar, sem dizer que há que desapropriar à Olivetti, à Fiat,a Techint, a Pérez Companc, a Siderar, etc. Querem fazer-noscrer que pacificamente a igreja vai entregar-nos suas riquezassem opor nenhuma resistência? Os mesmos burgueses genocidasque levaram a Mussolini ao poder na Itália? Se por disputasmenores como a ensino de religião nas escolas, a igreja católicae a burguesia unida a ela, junto à embaixada ianque em junho do55 chamaram ao almirante Rojas, para que com seus aviõesbombardeasse a Praça de Maio e massacrasse a más de miltrabalhadores que saíram em defesa do governo de Perón, quemdepois como bom “democrata” fugiu ao Paraguai ante aconsumação do golpe gorila o 16 de setembro de 1955.

Os reformistas nos propõem que por via parlamentar vamospoder resolver as demandas democráticas pacificamente e depois,ninguém sabe quando, vamos lutar pela revolução socialista!Mas isto não é nada novo, é a velha pseudo-teoria da “revoluçãopor etapas” da burocracia stalinista.

Os renegados do trotskismo, liquidadores da teoriaprograma da Revolução Permanente.Continuadores da velha pseudo teoria da revolução poretapas do stalinismo!

É por isso que nada têm de trotskistas os usurpadores edestruidores da IV Internacional, sepultureiros de sua teoriaprograma da Revolução Permanente que com toda clareza LeonTrotsky propusesse em suas teses: “2. Com respeito aos paísesde desenvolvimento burguês atrasado, e em particular doscoloniais e semi coloniais, a teoria da revolução permanentesignifica que a resolução íntegra e efetiva de seus finsdemocráticos e da sua emancipação nacional tão só podeconceber-se por meio da ditadura do proletariado, empunhandoele o poder como caudilho da nação oprimida e, antes de tudo,de suas massas camponesas. 3. O problema agrário, e com eleo problema nacional, atribuem aos camponeses, que constituema maioria terminante da população dos países atrasados, umposto excepcional na revolução democrática. Sem a aliança doproletariado com os camponeses, os fins da revoluçãodemocrática não só não podem realizar-se, senão que nemsequer cabe propor-lo seriamente. No entanto, a aliança destasduas classes não é viável más que lutando irreconciliávelmentecontra a influência da burguesia liberal-nacional”. (Em negritonossos)

As organizações como o PTS, o PO, o MAS, o MST, etc.,renegaram do combate contra todos os grupos políticos unidos àburguesia, do combate por impulsionar a mas amplaautodeterminação e auto-organização das massas exploradaspara, pondo em pé os soviets e a milícia operária, lutar pelatomada do poder pela classe operária. São fiéis continuadores eherdeiros da revolução por etapas, segundo a qual o proletariadodeve subordinar-se politicamente às frações ou variantespretensamente “democráticas” da burguesia para enfrentar àsfrações “de direita”, “fascistas”, etc., e unicamente depois, umavez vencida, “a direita”, poderia a classe operária lutar por suaspróprias reivindicações. Hoje com a mentira de derrotar ao padreBergoglio e a fração burguesa de “direita” subordinam aosexplorados à não menos gorila e reacionária burguesia“progressista” da gruta de delinqüentes do parlamento argentino.

Com esta “teoria” da revolução por etapas, o stalinismoestrangulou e levou à derrota a dezenas e centenas de revoluçõese também guerras de liberação nacional das nações coloniais esemi coloniais.

Infelizmente os renegados do trotskismo seguem ao pé daletra o nefasto legado que lhes deixou a ex burocracia stalinistahoje devinda em burguesia depois de entregar os antigos Estadosoperários à restauração capitalista.

WALTER MONTOYA

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–os mesmos que chamaram agentes da CIA aos jovens sublevadosdas barricadas- e toda a esquerda reformista, incluído o anarquismo,somou-se a uma ou outra coligação eleitoral e assim legitimou aonovo governo e se fortaleceu um regime que tinha ficado encostadopelos embates revolucionários das massas.

Dessa maneira se constituiu um verdadeiro frente democráticocom a cara “bonachona” de Papandreu contra o “conservador”Karamanlis. Esse frente democrático, representante dos mesmosinteresses que Karamanlis, instalou-se para enganar às massas edesviar suas ações revolucionárias contra o regime pela via eleitoral,com demagogia pacifista e bonachona. Assim, “legitimava-se” oEstado imperialista grego, que não só aplicava o plano de ataqueàs conquistas operárias senão que, e já sob o governo de Papandreu,redobrava a ofensiva repressiva: todas as noites a polícia e suasforças especiais faziam repressões massivas nos bairros operáriose de imigrantes, encarcerava ao melhor da vanguarda combativa eutilizava às bandas fascistas, armadas pelo grande capital paraamedrontar aos jovens e operários em luta atacando os locais dasorganizações operárias, como os do EEK1 e os anarquistas.

As massas com suas heróicas ações se punham à ofensivaenquanto o conjunto das direções que estavam a sua frente, osanarquistas e restantes reformistas, diziam que só tinha condiçõespara resistir. Foi esse acionar o que lhe abriu o caminho à burguesia,que com frases doces e pancadas preparava e aprofundava entãouma verdadeira contra-ofensiva.

O cretinismo sindicalista do EEK, primo irmão docretinismo sindicalista do anarquismo

Em seu balanço da greve geral revolucionária do 5 de maiopassado, Savas Michael, o dirigente do EEK, diz: “Não pagaremosas dívidas dos ladrões capitalistas! Repudiamos a dívida aosusurários internacionais! Fora o FMI, a União Européia do grandecapital e o governo do PASOK! Greve Geral indefinida para abriro caminho ao poder operário e ao socialismo!” (“O vulcão grego:a Greve Geral do 5 de Maio em Grécia” - Em negrito inseridos)

Em primeiro lugar, o EEK diz isto pese a que em dezembro de2008 a classe operária embestou contra o regime grego e o governoKaramanlis, com uma ação independente de massas que não sósuperou à greve geral senão que ademais a subsumiu: com combatesde barricadas e um estado de revolta generalizado que durou dezenasde dias. De igual modo sustenta esta política ainda quando a classeoperária grega vem de ter desenvolveu, só em 2010, SETE (!)greves gerais, e ainda não conseguiu parar o ataque.

Em segunda instância, falou opondo-se às lições domarxismo revolucionário já que lhe diz à vanguarda operáriaque o máximo que pode fazer em sua luta contra o domínio daburguesia, seu governo, regime e Estado é a greve geral, negandoas perspectivas de combates superiores que essa medida de lutaabre.

O EEK, ao igual que em dezembro de 2008 e os primeirosmeses de 2009 (quando persistiam os grandiosos combates dos

explorados gregos), outra vez dá mostras de seu exacerbadocretinismo sindicalista, que faz um fetiche da greve geral. O EEKse levanta contra o marxismo que estabeleceu como uma questãoelementar da estratégia revolucionária que a greve geral propõe oproblema do poder, mas não o resolve.

Em essência o mesmo fazem as direções reformistas em todaEuropa: em momento que a classe operária briga por responder àguerra de classes que declarou a burguesia, as burocracias sindicaissecundadas pelos partidos e direções social imperialistas chamama paralisações e lutas de pressão, para morigerar a crise, para regularo ataque do grande capital contra o proletariado e os explorados.

Chamam a uma greve geral para o 29 de setembro! Na Europa,quando os planos de demissões como na Itália, as rebaixas salariais,a expulsão dos imigrantes, o ataque às aposentadorias etc., já foramlançados, ou bem aprovados pelos parlamentos fantoches, ou bemsacado como decreto (medidas provisórias, NdT). Uma canalhada.Enquanto deixam isolada a greve do metrô na Espanha e a luta doproletariado grego que vem de fazer sua SÉTIMA greve geral. Éque foram chamados a cumprir o pérfido papel de dividir as filasoperárias e deixá-las isoladas país por país, submetidas a suasrespectivas burguesias.

Os Altamiristas2 não inventam nada novo, sua estratégia é umareedição disfarçada de trotskismo da política anarquista. Em últimainstância o que estão propondo é que “o poder operário” se conquistacom os sindicatos, como se estes pudessem tomar o poder. Por quenão deixam os rodeios, deixam de falar em nome do trotskismo epropõem “um governo dos sindicatos”? Efetivamente, a direçãodo EEK é o último elo da corrente de direções que impedem que aenorme energia despregada pelas massas gregas se organizem emsoviet –os órgãos da ditadura do proletariado- para organizar umverdadeiro escarmento decisivo à burguesia imperialista.

Em mãos dos trabalhadores a greve geral é uminstrumento de luta contra o jugo capitalista e em mãosdas direções reformistas, uma corda ao pescoço doproletariado para afogar suas energias revolucionárias

O marxismo revolucionário sempre considerou a greve geralnão como um fim em se mesmo, senão como um elementoimportante dentro da estratégia revolucionária. Assim dizia Trotsky,contra o fetichismo da greve geral que fazia o stalinismo a princípiosdos 30 na Alemanha, durante seu terceiro período, para renegar deentregar-lhe ao proletariado uma perspectiva clara de triunfo sobreo inimigo de classe: “Mas a luta grevista dos bolcheviques semprefazia parte de uma estratégia geral, e os operários avançados viamclaramente o laço que unia à parte com o tudo.” Para propor maisadiante: “A greve deve ser um elemento importante num planoestratégico e não uma eclosão que afoga toda estratégia.” (1932“A estratégia das greves” da luta contra o fascismo em Alemanha).

Por isso é que nesse mesmo trabalho Trotsky também esclarecequais são as perspectivas que abre a greve geral: “A greve geral foisempre um instrumento de luta contra o poder estabelecido doEstado, que dispõe dos transportes ferroviários, do telégrafo, das

vem de contracapa

GréciaGréciaGréciaGréciaGrécia

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forças militares e policiais, etc. Paralisando o Estado a greve geral‘inspira medo’ às autoridades, ou bem cria as condições para asolução revolucionária do problema do poder.” (Idem, em negritoinseridos). Evidentemente em Grécia, com o movimento operáriosob contenção relativa das direções reformistas, que estão evitandoque desencadeie a luta pelo poder, as greves gerais até o momentonão conseguiram ultrapassar o primeiro caráter que assinala Trotsky,o de inspirar “medo às autoridades”, ou seja, o de pressionar demaneira extrema ao governo e ao regime. Mas isto se explica nãoporque as massas não tenham ultrapassado o caráter de pressãoextrema que os reformistas pretendiam dar-lhe a suas grandiosasações, senão porque em definitiva foram os reformistas quemconseguiram impor-se em sua luta contra a revolução proletária.

Nos acontecimentos da Grécia se estabeleceu um ângulo de180º entre a direção que percorreram as massas e o curso que, atoda costa, jogaram-se a impor as direções traidoras. Efetivamente,ao impedir que a luta das massas gregas superasse as fronteiras dagreve geral revolucionária do 5 de maio, os reformistas conseguiramfechar asperspectivas quepara o marxismorevolucionário abretoda greve geral, talqual o expressavaTrotsky na Françapré revolucionáriade 1934, onde ost r o t s k i s t a slivrassem umabatalha para que seabrisse a revoluçãoe a luta pelo poder:“Acima de todagreve geral nãopode ter senão ai n s u r r e i ç ã oarmada. Toda ahistória domovimento operário testemunha que toda greve geral, quaisquerque sejam as consignas sob as quais tenha aparecido, tem umatendência interna a transformar-se em conflito revolucionáriodeclarado, em luta direta pelo poder.” (“A onde vai França” 1934,em negrito inseridos).

Os altamiristas no presente estão chamando a uma grevegeral indefinida para abrir o caminho à luta pelo poder, quandojá as recorrentes greves gerais, como toda greve geral queabarca desde o primeiro até o último dos explorados,propuseram com agudeza uma e outra vez o problema deque classe governa a nação.

A posição da direção do EEK termina sendo um impedimentopara que estas derroquem a Papandreau, destruam o regime epulverizem a maquinaria estatal. É que só depois de que oproletariado fizesse 1, 2, 3, 4 e 5 greves gerais levantaram aconsigna de fora “Papandreau”. Uma verdadeira tragédia!Dizem-no quando a energia das massas começa a acabar-seprovisoriamente e a burguesia festeja por meio seus vociferodo diário “O País” que na crônica do 8 de junho diz: “mas uma

baixa participação ofereceu uma sinal da crescente fadiga dosprotestos contra as medidas de austeridade”.

Estes vulgares sindicalistas, onde a greve geral é umaverdadeira necessidade das massas para centralizar suas forçase golpear como um só punho contra o inimigo de classes e suasinstituições, a ocultam e jogam às escondidas com ela. Aí estao caso da Espanha, onde condenam ao isolamento aostrabalhadores do Metrô em luta com sua política de não chamarjustamente a impor a greve geral, igual que no caso do Portugalou Irlanda etc. No entanto na Grécia, aplicam a política contrária,transformam a greve geral numa ferramenta de desgaste dasenergias das massas, dando-lhe um caráter de greve “de braçoscaídos”… uma vergonha.

Não é de estranhar, já em 2008, o EEK não chamou a pôrem pé os soviets e dividir ao exército para, derrotando aKaramanlis, abrir a revolução e preparar o caminho dainsurreição. Isto em momentos que as massas com seuscombates nas ruas, com suas barricadas e suas três greves gerais

tinham posto emxeque a esseregime odiado, aoEstado assassino eao governo.Depois, quandoesse combate eralevado àa r m a d i l h aeleitoral, a direçãodo EEK não odenunciou, e longeesteve de utilizaras eleições comouma tribuna desdea qual chamar àclasse operária anão deter a açãoextra-parlamentare a centralizar suas

forças, pôr em pé seus organismos de autodeterminação epreparar a autodefesa. E quando Papandreu lançava o ataque ea classe operária respondia com duas greves gerais, conquistadasapesar e na contramão da burocracia sindical -socialdemocratae estalinista-, o EEK não lhe disse às massas que o primeiropasso para enfrentar este ataque era atirar abaixo a Papandreu.

Quando, sustentado pela burguesia européia e ianque,Papandreu enviava o “plano de ajuste” ao parlamento para queseja legitimado, enquanto secionava no meio de um combateferoz das massas nas ruas que já conquistavam sua quinta grevegeral, o EEK não chamou a destruir esse parlamento fantocheodiado pelas massas, não impulsionou o grito que em suas açõesas massas impulsionavam: “Que se vão todos que não fiquenem um só” da revolução de 2001 na Argentina, e também nãolhe disse à classe operária em luta que a essa gruta de bandidossaqueadores da nação tinha que lhe opor um grande CongressoOperário, de soldados e de camponeses pobres que destruísseao Estado, que impusesse um governo operário e camponêsque expropriasse aos exploradores, único caminho para parar oataque.

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E agora dizem “fora Papandreu”, falam do “poderoperário” e de abrir o caminho ao “socialismo”? Como se forapouco, querem-lhe fazer crer às massas, que já protagonizaramSETE greves gerais só neste ano, que isto se conquista comuma nova greve geral, mas esta vez indefinida. Quanto cinismo!

Por isso é tão nefasta a política do EEK para o combate dasmassas gregas, já que sem lugar a dúvidas estas tenderam atransformar sua luta num conflito declarado pelo poder, isto é, nainsurreição. Que foi senão a mobilização no centro de Atenas amais de 200 mil operários e explorados durante a greve geral do 5de maio, onde tentaram assaltar a cidadela do poder, como osministérios, o palácio de governo e principalmente a gruta dedelinqüentes pagados do parlamento ao grito de: “Que se queime,que se queime, o bordel do Parlamento!”, com consignas contra ospolvos do FMI e a reacionária UE; as multidões e as combativasmarchas desenvolvidas nessa histórica jornada em Tesalónica,Patras, Ioannina ou a ilha de Creta; a destruição dos bancos esímbolos do grande capital; a luta de rua e o combate de barricadas.Insistimos, aquele foi um grito de guerra das massas que clamavaaos quatro ventos por uma luta superior: a insurreição. E mais ainda,a nova negativa dos soldados rasos a reprimir os seus irmãos declasse revela que o proletariado aponta a elevar-se a esse estádiode luta. Isto é que se deram, uma e outra vez, as melhorescondições para conquistar os organismos centralizados dedemocracia operária –os soviet- que imponham um duplopoder ao interior da Grécia, isto é, por um lado o decadentepoder dos capitalistas e em seu oposto o nascente poder dosexplorados auto organizados, única forma de que os revolucionáriosganhemos a direção das massas caminho à preparação dainsurreição triunfante. Disto último se declararam inimigos os“estrategistas” do EEK.

Se o EEK se pregueou a cada uma das greves gerais e ao calordelas não proponho a briga por preparar e organizar ainsurreição desde seus organismos de duplo poder (que jásurgiram embrionariamente e há que generalizar, coordenar,centralizar e armar nacionalmente), explica-se nada mais e nadamenos que por seu sindicalismo. Pois, não há caminho ao poderoperário nem ao socialismo se não é lutando por pôr em pé ossoviet e a milícia armada, e o EEK demonstrou ser inimigo destaperspectiva.

Justamente, fechando o caminho aos soviets e ao armamentodo proletariado, as direções reformistas, como o EEK, impediramuma insurreição ou semi insurreição que varresse com o governo eo parlamento do capital financeiro grego, sócio menor doBundesbank, a Goldman Sachs e a JP Morgan.

A via pacífica do EEK para “abrir o caminho ao poderoperário e ao socialismo”, inimiga da estratégia soviética

No entanto, si bem a política do EEK está atravessada por umconteúdo idêntico ao cretinismo sindicalista dos anarquistas paracom a luta do proletariado grego e europeu, seu cinismo é muitomaior já que estes ex trotskistas o fazem em nome da luta pelatomada do poder, da ditadura do proletariado e o socialismo, aoque somam seu auto-proclamação de trotskistas.

À direção do EEK lhe cabe num 110% o que dizia Trotsky aquem enfocavam a greve geral por fora da luta pelo poder, aindaquando a greve demonstra ser de massas e expressa a disposiçãoà luta dos explorados, pondo sobre a mesa a pergunta de quem“é o dono de casa?”: “Os chefes do proletariado devemcompreender esta lógica interna da greve geral; caso contrário,não são chefes senão diletantes e aventureiros. Politicamente,isto significa que os chefes estão obrigados a propor aoproletariado o problema da conquista revolucionária do poder.Em caso contrário, não devem aventurar-se a falar de grevegeral…Ou a capitulação completa ou à luta revolucionáriapelo poder: tal é a alternativa que surge de todas as condiçõesde crise atual. Quem não tenha compreendido esta alternativa,nada tem que fazer no campo do proletariado.” (Idem,destacados no original).

A greve geral indefinida que propõem os altamiristas nada maisé do que um novo passo desses reformistas na conspiração contraa luta das massas, já que estas não podem permanecerindefinidamente em greve geral, devem desenvolver uma açãohistórica independente que lhes permita derrotar ao inimigo. Omarxismo revolucionário já combateu a bakuninistas eeconomicistas em que sobre valoravam o papel da greve geral como fim de que o proletariado não desafiasse e derrotasse o poderpolítico da burguesia.

O EEK prega a via pacífica ao socialismo, propõe que se chegaao “poder operário” com uma greve geral indefinida. É uma tragédiapara a classe operária grega! O EEK não sacou nenhuma lição darevolução chilena, quando Fidel Castro pessoalmente lhe fez creràs massas chilenas que se podia realizar o socialismo pacificamente,pela via eleitoral, sem expropriar à burguesia, aos monopólios,seus bancos, porque isso se garantia com o só fato que o “colegaAllende estivesse no poder”. Assim, e desarmando os cordõesindustriais, preparou-se o caminho para que Pinochet e suas forçasarmadas assassinas dessem seu golpe, impondo uma ditadura militarque lhe custasse a vida à heróica vanguarda operária chilena.

Justamente o chamado desta organização a uma greve geralindefinida para conquistar o “socialismo”, deixando de lado adestruição do Estado burguês, a tomada do poder político e aorganização do proletariado como nova classe dominante de umnovo Estado, o Estado operário, dá fé ante o proletariado de que aoEstado burguês se o pode pressionar de maneira extrema até chegarao “socialismo”. Assim, todo seu programa impede que as massasem seu curso de luta superem as barreiras da democracia burguesa.Tragicamente a eles lhes fica como uma roupa à medida o quedissesse Trotsky nos 30 contra os anarco sindicalistas espanhóis eseu cretinismo sindicalista: renegar dos soviet armados, que devemconstituir-se nos organismos para preparar a insurreição e a tomadado poder, significa deixar as organizações operárias e o poderpolítico em mãos do reformismo e a burguesia respectivamente,isto é, em mãos de quem o detentam. É mais, nem sequer o EEK,corrente cujos locais foram atacados pelas bandas fascistasorganizadas pelo grande capital, levantou um chamado deemergência para estabelecer o armamento generalizado doproletariado para defender-se destas bandas fascistas que procuramdestruir à vanguarda do proletariado.

Com isto o EEK se abraça aos pais da política da via “pacíficaao socialismo”, aos social-democratas Bernstein e Kautsky, e degolpe destrói as lições que extraiu o marxismo da revolução na

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França de 1848-51, da gloriosa Comuna de Paris de 1871, darevolução russa de 1905 e 1917… e as que também mostram oatual processo grego.

Dessa política que renuncia a destruir o Estado burguês e aconquista do poder, é de onde deriva a completa ausência em seuprograma da luta por pôr em pé o duplo poder armado da classeoperária e os explorados da Grécia. É que tais organismos desdeseu surgimento não somente se opõem ao poder da burguesia, senãoque também o carcomem e socavam, porque através dos mesmosa classe operária deixa de depositar confiança em que a resoluçãode seus problemas virá da mão das instituições burguesas e confiaunicamente em seu próprio poder: num Congresso de operários,camponeses, explorados e soldados rasos armados, que rompe ocontrole do Estado sobre as massas a um grau tal que mais temporãoque tarde leva a definir o conflito entre os dois poderes antagônicosexistentes, desde o ponto de vista do proletariado a desatar ainsurreição ao qual se opõe a direção do EEK.

Não se pode falar em nome da IV Internacional se se nega apremissa fundamental da estratégia revolucionária. Trotskysustentava em seu livro “A História da Revolução Russa” que: “Aorganização em base com a qual o proletariado pode não sóderrocar ao antigo regime, senão também substituí-lo são os soviet.O que depois foi o resultado da experiência histórica, até ainsurreição de Outubro,era um simples vaticínioteórico verdadeiro,fundado no ensaiopreliminar de 1905. Ossoviet são os órgãos quepreparam às massaspara a insurreição, osórgãos da insurreição e,depois da vitória, osórgãos do poder”. Éneste sentido que desdea FLTI, ao redor dagreve geralrevolucionária do 5 demaio propúnhamoscomo tarefa imediata,que tinham quecoordenar-se ecentralizar-se asorganizações operárias e às massas em luta, a seus piquetes degreve e seus comitês de autodefesa e os conselhos operários, cidadepor cidade, região por região e a nível nacional. Propomos que é devida ou morte pôr em pé um verdadeiro Congresso de Delegadosde Base de todas as organizações operárias que garantiram amagnífica greve geral do 5 de maio.

Por que o EEK não fez ainda um chamado para generalizar ecentralizar estes organismos de luta? Por que não chamou a pôrem pé os piquetes e os comitês de autodefesa para enfrentar àrepressão, nem comitês de soldados para enfrentar ao regime e àsbandas fascistas que inclusive os atacam a eles mesmos? Écriminoso falar do “poder operário e o socialismo” sem chamar apôr em pé a milícia operária e o armamento generalizado paracombater às forças repressivas do Estado. Já o demonstraram ostrabalhadores e as massas exploradas no Madagáscar e Quirguistão!

Para conquistar o pão, para que não fechem as fábricas, para nãoser demitido, para alimentar a seus filhos, isto é para parar o ferozataque que o imperialismo lançou sobre as massas do mundo, aclasse operária deve armar-se como em Madagáscar, quedemonstrou que “quem tem armas tem o pão”; e para atirar abaixoaos governos há que fazer como os operários super explorados doQuirguistão. Isto é que para conseguir o mínimo há que lutar portudo.

A “greve geral indefinida” que propõe o EEK termina sendo,objetivamente, oposta à estratégia revolucionária do bolchevismo,já que se opõe aos soviets, ao duplo poder e, com isso, a que seabra a revolução na Grécia. Esta política prepara as condições paradesgastar as energias revolucionárias da classe operária com umagreve geral indefinida e com as massas desarmadas, permitindoassim que a burguesia descarregue todo o peso da crise sobre ascostas dos explorados, com bonapartismo, fascismo e inclusivecom a volta dos coronéis assassinos.

Superabundância de direções traidoras e falta de umpartido revolucionário: o limite ao combate das massas naGrécia

Estes são os custospara os trabalhadoresgregos e europeus pornão ter, o proletariadointernacional, umEstado maiorrevolucionário, umpartido trotskista,internacionalista einsurrecional. Osrenegados como adireção do EEK, aindatendo uma grandeinfluência sobre setoresda vanguarda operáriae juvenil, não foramuma voz valente queproponha aoproletariado umprograma político para

resolver o conflito a seu favor, além do que encham sua boca comconsignas extraídas do programa do trotskismo.

Como o expressava Trotsky na revolução espanhola as massasnão podem improvisar no meio da luta, no campo de batalha umadireção revolucionária. O EEK longe está de ser um “partido pluma”que nivele a balança para a classe operária. Que mais se lhes podepedir às massas gregas que disseram presente em cada um doscombates decisivos?

O problema se reduz exclusivamente ao fator direção. Tão éassim que as massas chocaram de frente contra a política desuas direções. Para nós se deu uma situação muito similar à darevolução russa de dezembro 1905, na qual no meio da grevegeral revolucionária as massas clamavam por um combatesuperior.

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Em relação a esse histórico ensaio geral revolucionário Leninesustentava: “Mas a própria ação de dezembro em Moscoudemonstrou de maneira palpável que a greve geral, como formaindependente e principal de luta, caducou; que o movimento,com espontânea e irresistível pujança, extravasa este marcoestreito e engendra a forma mais alta de luta: a insurreição”.(“Os ensinos da insurreição de Moscou” agosto de 1906, em negritoinseridos).

Lenine explicava como a greve geral tendia a transformar-seem insurreição: “A greve geral se transforma em insurreição, antesde nada, sob a pressão das condições objetivas criadas depois deoutubro. Já não era possível surpreender ao governo por meio deuma greve geral: este tinha organizado as forças da contrarevolução e estas estavam preparadas para atuar militarmente.Tanto no curso da revolução russa depois de outubro, como asucessão dos acontecimentos do Moscou nas jornadas de dezembro,são uma assombrosa prova de uma das profunda teses de Marx: arevolução, ao avançar, engendra uma contra revolução forte eunida; em outros termos, obriga ao inimigo a recorrer a medidasde defesa cada vez mais extremas e, pelo mesmo, cria meios deataque cada vez mais poderosos.” (Idem).

E, em oposição aos balanços dos mencheviques que diziamque nos acontecimentos de 1905 o problema dos problemas foique o proletariado chegou demasiado longe, questão que tambémpoderíamos recriminar ao EEK no sentido de que ocultaram ocombate pela conquista dos soviet e o duplo poder, e portantonegaram a luta pela insurreição. Portanto, claro está, a direção doEEK se opõe a que o proletariado supere o status de seu combate evá mais longe do que já chegou. Tal qual o faziam os mencheviques,anulam o papel do partido revolucionário que lhe entrega aoproletariado, como um de seus aportes centrais, a arte da insurreição-Lenine afirmava o que segue: “E hoje devemos, ao fim, reconhecerabertamente a insuficiência das greves políticas; devemos levar amais ampla agitação entre as massas a favor da insurreição armada,sem tratar de escurecer esta questão com frases sobre ‘etapaspreliminares’ nem de ocultá-la em forma alguma. Ocultar às massasa necessidade de uma guerra de extermínio encarniçada, sangrenta,como tarefa imediata da ação revolucionária que se vem, seriaenganar-nos e enganar ao povo.” (Idem).

A política do EEK é tão criminosa já que as massas na Gréciatenderam a transformar sua luta num conflito declarado pelo poder,isto é, na insurreição. Mas encontraram como resposta a suasexigências de combate não um programa e uma direção firme, queproponha os problemas da revolução e a guerra civil com clareza,senão a covardia e o confucionismo das direções reformistas comoo EEK. Aos trotskistas da FLTI isto não nos surpreende já quevimos ao partido irmão do EEK em Argentina, o Partido Obrero(PO) juntar votos para Evo Morales, o assassino de operários ecamponeses; esse PO que ontem chamou a apoiar ao coronelGutiérrez no Equador que fora derrotado pelas massas nas ruas,esse PO que conforma o coro de reformistas na revolução Argentinamudaram a consigna de “que se vão todos que não, que não fiquenem um só” por uma Assembléia Constituinte com a burguesia,que hoje faz tremer à burguesia imperialista européia e mundial.Deixem de falar em nome do Trotskismo e a IV Internacional!

Os partidos que durante as cinco primeiras greves geraisrevolucionárias na Grécia não lhe propuseram à classe operária anecessidade de avançar a derrotar ao governo e ao regime paraabrir a revolução e hoje, dizem-lhe que com uma greve geralindefinida é possível “abrir o caminho ao poder operário e ao

socialismo” são a ala “esquerda” dos social imperialistas que naCume do Madri chamaram a fortalecer a essa União Europa dosaçougueiros imperialistas que massacram em Afeganistão esaqueiam ao mundo semi colonial. É que transformaram essaferramenta de luta política de massas, como é a greve geral, emações de pressão sobre a burguesia. A greve geral, em mãos dasdireções reformistas do proletariado, termina sendo uma paralisaçãode braços caídos.

Greve geral indefinida para “abrir o caminho ao poder operárioe ao socialismo” ou greve de pressão para o 29 de setembro, duascaras da mesma política. Por uma e outra via estão para impedirque a classe operária confronte e derroque os governos e regimesimperialistas europeus. É assim que, até agora, impediram que oproletariado na Europa unifique suas filas numa greve geralrevolucionária continental. Permitiram assim que os parasitasimperialistas passem o ataque ao conjunto dos explorados e agoradizem convocar a uma greve geral…para o 29 de setembro! Umafarsa. Enquanto eles declamavam sua greve os operários do metrôna Espanha seguiam brigando asilados e hoje se viram obrigados alevantar a greve e aceitar os planos da burguesia imperialista,enquanto o combate das massas gregas foi cercado.

Para que o proletariado da Europa viva deve soar nas ruas deAtenas, Madri, Paris, Londres nos países do Leste e na Rússia, ogrito de guerra: Governo que ataca, governo que cai! GREVEGERAL CONTINENTAL, JÁ! Desde as organizações de lutada classe operária e os comitês de imigrantes há que convocar aum Congresso Continental que centralize o combate das massasdesde Portugal até as estepes russas e secione na Atenas para rompero cerco das massa gregas.

Oposto ao programa reformista do EEK, desde a FLTI dizemosque para abrir uma perspectiva de triunfo o proletariado grego eeuropeu deve seguir o caminho de Quirguistão, que desarmando àpolícia, em grandes ações revolucionária de massas, assaltou acidadela do poder e atirou abaixo ao governo de Bakiev abrindo arevolução.

A essa cova de bandidos do parlamento europeu, há que lheopor a unidade internacionalista da classe operária européia emundial! Uma só classe, uma só luta! Abaixo Maastricht e a Uniãoeuropéia! À Europa dos açougueiros imperialistas e dos novosgovernos burgueses do Leste europeu e da Rússia, onde a lacraestalinista restaurou o capitalismo, há que lhe opor a luta pelosEstados Unidos Socialistas da Europa!

Ou se está com a ala esquerda do V Internacional, os socialimperialistas dos NPA (Novos Partidos Anticapitalistas, NdT) esua “Cume dos Povos” (Cume realizada no Madri) que traem eentregam a luta dos explorados no mundo todo, ou se está com oprograma da Quarta Internacional revolucionária de 1938 de quese abra a revolução na Grécia como um episódio da revoluçãoeuropéia e mundial!

PARTIDO OBRERO INTERNACIONALISTA - CUARTA INTERNACIONAL DE CHILE

Notas1 EEK: Partido Revolucionário dos Trabalhadores, seção

grega do Comitê da Re-fundação da Quarta Internacional(CRQI) dirigido pelo Partido Obrero (PO) da Argentina.

2 Altamira: Principal dirigente do Partido Obrero (PO) daArgentina.

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Em Grécia,hoje, vive-se umasituação pré-revo luc ioná r i aaguda onde, nomeio de umafenomenal crise dosistema imperialistamundial, os deacima não podemgovernar comoantes e os de abaixojá não querem sergovernados. A criseda economia gregaé só a expressãonacional dab a n c a r r o t ageneralizada dosE s t a d o simperialistas europeus, que saíram a salvar da quebra à banca eaos monopólios imperialistas. O ataque que hoje descarregam sobreas massas, nesse país e em toda Europa, é a única maneira que tema burguesia para recuperar parte dos valores por 90 trilhões dedólares que em Wall Street se gastaram a conta do que o trabalhohumano ainda não produziu.

Por isso, os acontecimentos na Grécia concentram a polarizaçãoe choque entre as classes e a guerra civil encarnada, que estáestabelecida a nível mundial, entre os exploradores e os explorados.Mas ademais a situação é tudo o revolucionária do que a direçãoreformista que tem a sua frente lhe permite ser. É que mil tentativasfizeram o proletariado grego para entrar em manobras de revolução,mas suas direções lhe impedem chegar ao triunfo.

Já entre finais de 2008 e princípios de 2009 as massas gregastinham posto nas ruas o grito de guerra de “Abaixo Karamanlis!Abaixo o Estado assassino!” Tomaram as ruas impulsionadas peloódio de classe ante o assassinato de Alexandros Grigoropulosperpetrado pela polícia, combinado com o ataque generalizado daburguesia e o Estado a suas condições de vida. Os explorados naGrécia com suas barricadas se enfrentavam fisicamente com asforças repressivas, mobilizavam-se em massa e tomavamestabelecimentos. Então, a classe operária e a juventude combativa

já identificavam aosinimigos dentro desuas filas e osenfrentavam comoo fizeram com aburocracia fura-greve do KKE(Partido Comunistagrego), que foijogado a pontapésda central deTesalonica. Assimos explorados naGrécia entravamem luta política demassas, ameaçandocom abrir arevolução, pondoem xeque ao odiadogoverno assassino

do ND (Nova Democracia) e ao regime bi-partidista grego.No entanto, o anarquismo e os renegados do trotskismo,

correntes que influenciam a vastos setores da vanguarda operária ejuvenil, negaram-se a propor a tarefa superior do proletariado gregoque precisava avançar numa ação independente de massas quedesarticulasse ao regime, ao Estado e ao governo abrindo assima revolução. Foram inimigos disso e de chamar aos soldados, quese negavam a reprimir seus irmãos de classe, a romper com a castade oficiais, pilar fundamental do regime.

Nesse momento, para desviar o combate revolucionário dasmassas gregas, o imperialismo ianque, europeu e grego, da mão daGoldman Sachs e a JP Morgan, impuseram eleições antecipadaspara legitimar ao regime e suas instituições fazendo uma troca degoverno com a cara social-democrata de Papandreu (PASOK,Partido Socialdemocrata Grego, NdT) que em realidade seria ocontinuador de Karamanlis. Nesta vergonhosa armadilha entraramtodas as direções do proletariado já que ninguém a denunciou emuito menos advertiu do que Papandreu seria a garantia de aplicaresse feroz plano do imperialismo para descarregar sua crise sobreo proletariado. O PC (KKE), como não podia ser de outra maneira

Duas estratégias para o proletariado internacional:OU PROGRAMA REVOLUCIONÁRIO PARA QUE SE ABRA AREVOLUÇÃO E O PROLETARIADO CONQUISTE O PODER,

OU PROGRAMA REFORMISTA PARA SUBMETER AOSEXPLORADOS À BURGUESIA

Apresentamos a seguir uma polêmica do Partido Operário Internacionalista-Quarta Internacionaldo Chile, integrante da Fração Leninista Trotskista Internacional, a propósito do programa para otriunfo da revolução na Grécia

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