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4 Brasília, terça-feira, 1º de abril de 2008 • CORREIO BRAZILIENSE POLÍTICA / TEMA DO DIA Procurador-geral quer INVESTIGAR DINHEIRO PÚBLICO Oposição espera notas dos ministérios para ampliar ataques na CPI C M Y K C M Y K O período probatório de Dilma Rousseff como pré- candidata à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva transformou-se em inferno astral, após o vazamen- to de informações confidenciais sobre gastos da Presidência da República na gestão de Fernando Henrique Cardoso. A Casa Civil afirma que um banco de dados da pas- ta foi violado e dele foram pinçadas informações que servi- ram à produção de um dossiê. Há duas únicas hipóteses a respeito dessa versão da Casa Civil. Ou ela é mentirosa, e foi o próprio governo quem vio- lou o sigilo e pôs os dados para circular, ou é verdadeira. Ora, se a Casa Civil estiver supostamente dizendo a verdade, é preciso que autoridades policiais sejam mobilizadas para saber quem entrou no tal banco de dados e fez a compila- ção. Essa é uma história que precisa necessariamente termi- nar num culpado. Vamos ver se, e quando, ele aparece. Acontece que na política os critérios às vezes se invertem. De um ângulo puramente ético será muito grave se se provar que a feitura do tal dossiê tem na origem as digitais da Casa Civil. Já de um ângulo político será igualmente (ou ainda mais) grave concluir que a ministra Dilma Roussef se deixou enredar numa trama para a qual não contribuiu. Uma regra de ouro do poder é capitalizar os sucessos e transferir a terceiros as derrotas e os tropeços. O bom político, segundo as normas vigentes, deve ostentar a capacidade de preservar a própria força. Para isso ser- vem os fusíveis, que se queimam e se trocam a cada epi- sódio no qual é necessário descartar os anéis para man- ter intactos os dedos. É inaceitável que o líder perca a capacidade de provi- denciar culpados quando a situação exige. Nesse quesito, o desempenho até agora da ministra e pré-candidata tem si- do francamente decepcionante. Mas vamos esperar pelos próximos passos. Dilma Rousseff já se desvenci- lhou de situações mais in- trincadas. Um dado que talvez te- nha servido para aliviar o sofrimento da ministra foi o desempenho nanico de- la na pesquisa Datafolha divulgada no dia de ontem (www.datafolha.com.br), com diversos cenários pa- ra a sucessão presidencial. Estivesse a ministra bem nos números, a situa- ção dela seria ainda mais grave. O alvo seria ainda mais apetitoso. As conver- sas com os políticos da oposição chegam sempre à mesma conclusão: dos quatro pré-candidatos pe- tistas ao Palácio do Planal- to, Dilma é a que larga na pior situação. O mais temi- do pela oposição é Patrus Ananias. O ministro do Desenvolvimento Social não tem acusações contra ele, é petista de carteirinha, tem alguma quilometragem administrativa e é bom amigo da Igreja Ca- tólica e dos pobres. O ministro da Justiça, Tarso Genro, além de já ser também um petista veterano, carregará em 2010 o cacife de ter expe- riência no combate ao crime, além da vivência administrati- va e do estofo intelectual. Já a ministra do Turismo, Marta Suplicy, é a mais carismática líder do partido após Lula e tem boa musculatura em São Paulo, um detalhe sempre impor- tante em eleições nacionais. E, como Patrus e Tarso, Marta já passou pelo teste de governar a capital de seu estado. Dilma tem Lula, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a fama de gerente durona. Falta a ela, por enquanto, liderança política. Há casos em que governan- tes muito bem avaliados aproveitaram conjunturas pecu- liares e fizeram sucessores que não tinham densidade pró- pria. Orestes Quércia emplacou Luiz Antônio Fleury em 1990 no Palácio dos Bandeirantes. Cesar Maia elegeu Luiz Paulo Conde para a prefeitura do Rio em 1996, mesmo ano em que Paulo Maluf levou Celso Pitta à cadeira de prefeito de São Paulo. Importa menos registrar que o resultado dessas tentati- vas de eleger o sucessor e continuar governando foi a ruptu- ra entre a criatura e o criador. Eleitoralmente, deu certo. Mas jogar essa carta numa disputa presidencial seria arriscadíssimo. Ou seja, não há alternativa. Quem quiser ser candidato do governo e de Lula precisará mostrar atri- butos de líder político, para gerar conforto nas forças que eventualmente estarão dispostas a caminhar com o nome indicado pelo presidente. No episódio do dossiê, até ago- ra, Dilma Roussef não tem exibido um desempenho ca- paz de lhe dar, nessa matéria, uma nota boa o suficiente para passar de ano. NAS ENTRELINHAS por Alon Feuerwerker Falta um culpado e-mail [email protected] Q UEM QUISER SER CANDIDATO DO GOVERNO E DE LULA TERÁ QUE EXIBIR ATRIBUTOS DE LÍDER POLÍTICO PARA GERAR CONFORTO NAS FORÇAS QUE EVENTUALMENTE ESTARÃO DISPOSTAS A CAMINHAR COM O NOME INDICADO PELO PRESIDENTE LEANDRO COLON DA EQUIPE DO CORREIO O procurador-geral da Re- pública, Antonio Fernan- do de Souza, estuda al- ternativas para investigar a criação de um dossiê pelo go- verno sobre o uso dos cartões cor- porativos na gestão de Fernando Henrique Cardoso. O procurador avalia três caminhos: usar o in- quérito já aberto pelo Ministério Público para apurar o uso do car- tão, abrir um outro para tratar so- mente do dossiê ou pedir, preli- minarmente, informações aos ministros que falaram sobre o as- sunto nos últimos dias. Essa foi a resposta dada pelo procurador ao deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) na noite de ontem. O tucano entregou a ele um histórico relativo ao dossiê. Sampaio listou frases de ministros admitindo a montagem de um banco de dados com informações sobre o período em que o PSDB comandou o Palácio do Planalto. “São elementos de prova para a convicção dele (procurador). Há uma caracterização típica de dos- siê”, afirmou o deputado. O parla- mentar acredita que Souza deve optar por pedir esclarecimentos aos ministros antes de decidir pe- la abertura de inquérito. Tucanos e democratas aguar- dam ainda com a expectativa a chegada à CPI de documentos que serão enviados pelo governo nesta semana sobre os cartões corporativos usados pelos minis- térios, com exceção das despesas consideradas sigilosas. SEM BRIGA de rua O líder do governo no Se- nado, Romero Jucá (PMDB- RR), avisou ontem que a ba- se aliada do Palácio do Pla- nalto não está disposta a ce- der na Comissão Parlamen- tar de Inquérito (CPI) dos Cartões. “A CPI não vai virar banalização eleitoral, nem briga de rua”, disse. Isso só confirma a expecta- tiva da oposição em relação às próximas votações na comis- são. Não há qualquer pers- pectiva de aprovação da con- vocação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da aprovação do requerimento que pede as informações con- sideradas sigilosas sobre o cartão corporativo. Além de anunciar que a base não aceita negociar, Ju- cá utilizou o argumento de que é preciso buscar o res- ponsável pelo vazamento do dossiê montado pelo governo com dados da gestão de Fer- nando Henrique Cardoso. E buscou desqualificar a polê- mica sobre esse material. “Não houve um dossiê, mas um vazamento.” O líder defendeu ainda a ministra da Casa Civil. “A mi- nistra não tem o que explicar”, disse. As declarações de Jucá são as primeiras de um gover- nista no Senado desde sexta- feira, dia em que aumentou a pressão contra o Palácio do Planalto depois das denún- cias de que Erenice Guerra, secretária-executiva de Dil- ma, montou o dossiê. Naquele dia, senadores da oposição subiram à tribuna para atacar o governo. Nin- guém da base aliada do Palá- cio apareceu para rebater as acusações, nem mesmo parla- mentares do PT. Ontem, ape- nas Jucá saiu em defesa do go- verno. Os senadores petistas continuaram sumidos. (LC) A oposição aposta que poderá encontrar irregularidades nesse material, aumentando a pressão pela investigação das informa- ções secretas. Recentemente, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, chegou a dizer que es- sa documentação poderá chegar por meio de um caminhão por causa de sua elevada quantidade. Sigilos Se depender da presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB- MS), os parlamentares votarão na sessão marcada para hoje apenas requerimentos que tratam do pe- dido de informações, principal- mente as sigilosas. A senadora não quer colocar em votação os pedi- dos de convocação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e de sua secretária-executiva, Erenice Guerra, esta última apontada co- mo mentora do dossiê. Na avaliação de Marisa, é pre- ciso acabar de vez com as expec- tativas sobre a votação do acesso aos gastos que estão sob segredo. Ela sabe que o governo, maioria folgada na CPI, evitará a aprova- ção desses requerimentos, mas quer que os parlamentares alia- dos do Palácio do Planalto assu- mam esse ônus. Enquanto isso, lideranças de PSDB e DEM estudam uma ma- neira de convocar Dilma sem ne- cessitar dos votos da CPI. Entre as opções estão uma votação pelo plenário do Senado ou em algu- ma comissão que tenha votos da oposição suficientes para isso. Um estudo regimental tem sido feito para tratar do assunto. SAMPAIO QUER MUNICIAR ANTONIO FERNANDO: “HÁ UMA CARACTERIZAÇÃO TÍPICA DE DOSSIÊ” Andre Dusek/AE Arte: Caio Gomez/CB A-4 A-4

Oposição espera notas dos ministérios para ampliar …blogdoalon.com/ftp/a04-0104.pdfCivil. Ou ela é mentirosa, e foi o próprio governo quem vio-lou o sigilo e pôs os dados para

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4 • Brasília, terça-feira, 1º de abril de 2008 • CORREIO BRAZILIENSE

POLÍTICA / TEMA DO DIA

Procurador-geral querINVESTIGAR

DINHEIRO PÚBLICOOposição espera notas dos ministérios para ampliar ataques na CPI

C M Y K C M YK

O período probatório de Dilma Rousseff como pré-candidata à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silvatransformou-se em inferno astral, após o vazamen-to de informações confidenciais sobre gastos da

Presidência da República na gestão de Fernando HenriqueCardoso. A Casa Civil afirma que um banco de dados da pas-ta foi violado e dele foram pinçadas informações que servi-ram à produção de um dossiê.

Há duas únicas hipóteses a respeito dessa versão da CasaCivil. Ou ela é mentirosa, e foi o próprio governo quem vio-lou o sigilo e pôs os dados para circular, ou é verdadeira. Ora,se a Casa Civil estiver supostamente dizendo a verdade, épreciso que autoridades policiais sejam mobilizadas parasaber quem entrou no tal banco de dados e fez a compila-ção. Essa é uma história que precisa necessariamente termi-nar num culpado. Vamos ver se, e quando, ele aparece.

Acontece que na política os critérios às vezes se invertem.De um ângulo puramente ético será muito grave se se provarque a feitura do tal dossiê tem na origem as digitais da CasaCivil. Já de um ângulo político será igualmente (ou aindamais) grave concluir que a ministra Dilma Roussef se deixouenredar numa trama para a qual não contribuiu.

Uma regra de ouro do poder é capitalizar os sucessose transferir a terceiros as derrotas e os tropeços. O bompolítico, segundo as normas vigentes, deve ostentar acapacidade de preservar a própria força. Para isso ser-vem os fusíveis, que se queimam e se trocam a cada epi-sódio no qual é necessário descartar os anéis para man-ter intactos os dedos.

É inaceitável que o líder perca a capacidade de provi-denciar culpados quando a situação exige. Nesse quesito, odesempenho até agora da ministra e pré-candidata tem si-do francamente decepcionante. Mas vamos esperar pelospróximos passos. DilmaRousseff já se desvenci-lhou de situações mais in-trincadas.

Um dado que talvez te-nha servido para aliviar osofrimento da ministra foio desempenho nanico de-la na pesquisa Datafolhadivulgada no dia de ontem(www.datafolha.com.br),com diversos cenários pa-ra a sucessão presidencial.

Estivesse a ministrabem nos números, a situa-ção dela seria ainda maisgrave. O alvo seria aindamais apetitoso. As conver-sas com os políticos daoposição chegam sempreà mesma conclusão: dosquatro pré-candidatos pe-tistas ao Palácio do Planal-to, Dilma é a que larga napior situação. O mais temi-do pela oposição é PatrusAnanias. O ministro do Desenvolvimento Social não temacusações contra ele, é petista de carteirinha, tem algumaquilometragem administrativa e é bom amigo da Igreja Ca-tólica e dos pobres.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, além de já ser tambémum petista veterano, carregará em 2010 o cacife de ter expe-riência no combate ao crime, além da vivência administrati-va e do estofo intelectual. Já a ministra do Turismo, MartaSuplicy, é a mais carismática líder do partido após Lula e temboa musculatura em São Paulo, um detalhe sempre impor-tante em eleições nacionais. E, como Patrus e Tarso, Marta jápassou pelo teste de governar a capital de seu estado.

Dilma tem Lula, o PAC (Programa de Aceleração doCrescimento) e a fama de gerente durona. Falta a ela, porenquanto, liderança política. Há casos em que governan-tes muito bem avaliados aproveitaram conjunturas pecu-liares e fizeram sucessores que não tinham densidade pró-pria. Orestes Quércia emplacou Luiz Antônio Fleury em1990 no Palácio dos Bandeirantes. Cesar Maia elegeu LuizPaulo Conde para a prefeitura do Rio em 1996, mesmo anoem que Paulo Maluf levou Celso Pitta à cadeira de prefeitode São Paulo.

Importa menos registrar que o resultado dessas tentati-vas de eleger o sucessor e continuar governando foi a ruptu-ra entre a criatura e o criador. Eleitoralmente, deu certo.

Mas jogar essa carta numa disputa presidencial seriaarriscadíssimo. Ou seja, não há alternativa. Quem quiserser candidato do governo e de Lula precisará mostrar atri-butos de líder político, para gerar conforto nas forças queeventualmente estarão dispostas a caminhar com o nomeindicado pelo presidente. No episódio do dossiê, até ago-ra, Dilma Roussef não tem exibido um desempenho ca-paz de lhe dar, nessa matéria, uma nota boa o suficientepara passar de ano.

NAS ENTRELINHAS

por Alon Feuerwerker

Falta um culpado

e-mail [email protected]

QUEM QUISER SERCANDIDATO DOGOVERNO E DE LULATERÁ QUE EXIBIRATRIBUTOS DE LÍDERPOLÍTICO PARAGERAR CONFORTONAS FORÇAS QUEEVENTUALMENTEESTARÃO DISPOSTAS A CAMINHAR COM ONOME INDICADOPELO PRESIDENTE

LEANDRO COLONDA EQUIPE DO CORREIO

O procurador-geral da Re-pública, Antonio Fernan-do de Souza, estuda al-ternativas para investigar

a criação de um dossiê pelo go-verno sobre o uso dos cartões cor-porativos na gestão de FernandoHenrique Cardoso. O procuradoravalia três caminhos: usar o in-quérito já aberto pelo MinistérioPúblico para apurar o uso do car-tão, abrir um outro para tratar so-mente do dossiê ou pedir, preli-minarmente, informações aosministros que falaram sobre o as-sunto nos últimos dias.

Essa foi a resposta dada peloprocurador ao deputado CarlosSampaio (PSDB-SP) na noite deontem. O tucano entregou a eleum histórico relativo ao dossiê.Sampaio listou frases de ministrosadmitindo a montagem de umbanco de dados com informaçõessobre o período em que o PSDBcomandou o Palácio do Planalto.“São elementos de prova para aconvicção dele (procurador). Háuma caracterização típica de dos-siê”, afirmou o deputado. O parla-mentar acredita que Souza deveoptar por pedir esclarecimentosaos ministros antes de decidir pe-la abertura de inquérito.

Tucanos e democratas aguar-dam ainda com a expectativa achegada à CPI de documentosque serão enviados pelo governonesta semana sobre os cartõescorporativos usados pelos minis-térios, com exceção das despesasconsideradas sigilosas.

SEMBRIGAde rua

O líder do governo no Se-nado, Romero Jucá (PMDB-RR), avisou ontem que a ba-se aliada do Palácio do Pla-nalto não está disposta a ce-der na Comissão Parlamen-tar de Inquérito (CPI) dosCartões. “A CPI não vai virarbanalização eleitoral, nembriga de rua”, disse.

Isso só confirma a expecta-tiva da oposição em relação àspróximas votações na comis-são. Não há qualquer pers-pectiva de aprovação da con-vocação da ministra da CasaCivil , Dilma Rousseff, e daaprovação do requerimentoque pede as informações con-sideradas sigilosas sobre ocartão corporativo.

Além de anunciar que abase não aceita negociar, Ju-cá utilizou o argumento deque é preciso buscar o res-ponsável pelo vazamento dodossiê montado pelo governocom dados da gestão de Fer-nando Henrique Cardoso. Ebuscou desqualificar a polê-mica sobre esse material .“Não houve um dossiê, masum vazamento.”

O líder defendeu ainda aministra da Casa Civil. “A mi-nistra não tem o que explicar”,disse. As declarações de Jucásão as primeiras de um gover-nista no Senado desde sexta-feira, dia em que aumentou apressão contra o Palácio doPlanalto depois das denún-cias de que Erenice Guerra,secretária-executiva de Dil-ma, montou o dossiê.

Naquele dia, senadores daoposição subiram à tribunapara atacar o governo. Nin-guém da base aliada do Palá-cio apareceu para rebater asacusações, nem mesmo parla-mentares do PT. Ontem, ape-nas Jucá saiu em defesa do go-verno. Os senadores petistascontinuaram sumidos. (LC)

A oposição aposta que poderáencontrar irregularidades nessematerial, aumentando a pressãopela investigação das informa-ções secretas. Recentemente, oministro do Planejamento, PauloBernardo, chegou a dizer que es-sa documentação poderá chegarpor meio de um caminhão porcausa de sua elevada quantidade.

SigilosSe depender da presidente da CPI,senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), os parlamentares votarão na

sessão marcada para hoje apenasrequerimentos que tratam do pe-dido de informações, principal-mente as sigilosas. A senadora nãoquer colocar em votação os pedi-dos de convocação da ministra daCasa Civil, Dilma Rousseff, e desua secretária-executiva, EreniceGuerra, esta última apontada co-mo mentora do dossiê.

Na avaliação de Marisa, é pre-ciso acabar de vez com as expec-tativas sobre a votação do acessoaos gastos que estão sob segredo.Ela sabe que o governo, maioria

folgada na CPI, evitará a aprova-ção desses requerimentos, masquer que os parlamentares alia-dos do Palácio do Planalto assu-mam esse ônus.

Enquanto isso, lideranças dePSDB e DEM estudam uma ma-neira de convocar Dilma sem ne-cessitar dos votos da CPI. Entre asopções estão uma votação peloplenário do Senado ou em algu-ma comissão que tenha votos daoposição suficientes para isso.Um estudo regimental tem sidofeito para tratar do assunto.

SAMPAIO QUER MUNICIAR ANTONIO FERNANDO: “HÁ UMA CARACTERIZAÇÃO TÍPICA DE DOSSIÊ”

Andre Dusek/AE

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