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e que se trata o culto cristão? O culto que prestamos a Deus é, em síntese, uma antecipação escatológica. Assim como o culto na Antiga Aliança apontava para a Primeira Vinda de Cristo, na Nova Aliança a liturgia aponta para o Segundo Advento. Quanto entramos no Templo, estamos colocando nossos pés na Eternidade. D Quando o sacerdote presidia a Antiga Liturgia ele estava apontando para Cristo, por isso, podemos ver Jesus no culto que os israelitas prestavam a Deus. O exemplo mais emblemático encontramos nos sacrifícios de sangue, chamados pelo autor de Hebreus de “sombra dos bens futuros” - “Ora, sendo a lei sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas boas, jamais pode aperfeiçoar os que vêm apresentar suas ofertas por meio dos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano” (Hebreus 10:1). A Igreja hoje antecipa, em seu serviço litúrgico, a mesma liturgia que celebraremos na Nova Jerusalém, com Cristo. A esperança do cristão é ser convidado a participar das Bodas do Cordeiro, onde beberá e comerá juntamente com Cristo (Apocalipse 19:7; 19:9). Significativo recordar que a perfeita comunhão que tínhamos com Deus no Paraíso foi quebrado pela desobediência humana, levada a cabo pelo ato de comer em desacordo com a vontade de Deus, no entanto, a comunhão é restaurada com um solene convite para nos sentarmos à Mesa do Senhor: “Pois recebi do Senhor o que também vos entreguei: o Senhor Jesus, na noite que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de comer, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue. Fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memoria de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice proclamais a morte do Senhor, até que ele venha!” (I Coríntios 11: 23-26). Recordamos Inácio, um dos Pais da Igreja, que descreveu a Eucaristia (Ceia do Senhor) como sendo o “remédio da imortalidade”. É nesse simbolismo do comer e beber com Cristo onde encontramos um pedaço do céu bem aqui, na Liturgia da Igreja. Antecipadamente, pela fé, já estamos comendo da Árvore da Vida (Apocalipse 2:7), do maná escondido (Apocalipse 2:17), e do pão do céu (João 6:31- 35), que é o próprio Cristo, que se faz presente, de modo espiritual, no Pão e no Vinho: “Em verdade em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida” (João 6. 53-55). Com isso em mente, podemos afirmar que o homem que coloca seus pés na Igreja, e ali participa com fé e entendimento do serviço que se dá, verdadeiramente coloca seus pés no céu, e já experimenta o gozo da Vida Eterna. De fato, assim como S., João, quando convidado pelo Espírito a assistir ao Culto Celestial, também ouvimos d'Ele o mesmo convite: “Sobe aqui!” (Apocalipse 4:1). Rev. Marcelo Lemos – Reitor da Comunidade Anglicana Carisma Oração Comum 16 de Dezembro, 2012. Terceiro Domingo do Advento. Comunidade Anglicana Carisma.

Oração Comum 16 Dez 2012 - Boletim Liturgico

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3º Domingo do Advento, 16 Dez 2012, Comunidade Anglicana Carisma.

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Page 1: Oração Comum 16 Dez 2012 - Boletim Liturgico

COMUNIDADE ANGLICANA CARISMA – Boletim Semanal | 08 de Julho de 2012

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e que se trata o culto cristão? O culto que prestamos a Deus é, em síntese, uma antecipação escatológica. Assim como o culto na Antiga Aliança apontava para a Primeira Vinda de Cristo, na Nova Aliança a liturgia aponta para o Segundo Advento. Quanto entramos no Templo,

estamos colocando nossos pés na Eternidade.D

Quando o sacerdote presidia a Antiga Liturgia ele estava apontando para Cristo, por isso, podemos ver Jesus no culto que os israelitas prestavam a Deus. O exemplo mais emblemático encontramos nos sacrifícios de sangue, chamados pelo autor de Hebreus de “sombra dos bens futuros” - “Ora, sendo a lei sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas boas, jamais pode aperfeiçoar os que vêm apresentar suas ofertas por meio dos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano” (Hebreus 10:1).

A Igreja hoje antecipa, em seu serviço litúrgico, a mesma liturgia que celebraremos na Nova Jerusalém, com Cristo. A esperança do cristão é ser convidado a participar das Bodas do Cordeiro, onde beberá e comerá juntamente com Cristo (Apocalipse 19:7; 19:9). Significativo recordar que a perfeita comunhão que tínhamos com Deus no Paraíso foi quebrado pela desobediência humana, levada a cabo pelo ato de comer em desacordo com a vontade de Deus, no entanto, a comunhão é restaurada com um solene convite para nos sentarmos à Mesa do Senhor: “Pois recebi do Senhor o que também vos entreguei: o Senhor Jesus, na noite que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de comer, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue. Fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memoria de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice proclamais a morte do Senhor, até que ele venha!” (I Coríntios 11: 23-26).

Recordamos Inácio, um dos Pais da Igreja, que descreveu a Eucaristia (Ceia do Senhor) como sendo o “remédio da imortalidade”. É nesse simbolismo do comer e beber com Cristo onde encontramos um pedaço do céu bem aqui, na Liturgia da Igreja. Antecipadamente, pela fé, já estamos comendo da Árvore da Vida (Apocalipse 2:7), do maná escondido (Apocalipse 2:17), e do pão do céu (João 6:31-35), que é o próprio Cristo, que se faz presente, de modo espiritual, no Pão e no Vinho: “Em verdade em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida” (João 6. 53-55).

Com isso em mente, podemos afirmar que o homem que coloca seus pés na Igreja, e ali participa com fé e entendimento do serviço que se dá, verdadeiramente coloca seus pés no céu, e já experimenta o gozo da Vida Eterna. De fato, assim como S., João, quando convidado pelo Espírito a assistir ao Culto Celestial, também ouvimos d'Ele o mesmo convite: “Sobe aqui!” (Apocalipse 4:1).

Rev. Marcelo Lemos – Reitor da Comunidade Anglicana Carisma

Oração Comum16 de Dezembro, 2012. Terceiro Domingo do Advento. Comunidade Anglicana Carisma.

Page 2: Oração Comum 16 Dez 2012 - Boletim Liturgico

Liturgia do Dia

1. O culto tem início com Saudações e os Hinos previamente selecionados.

2. O Ministro introduz a Confissão Geral com as palavras apropriadas das Escrituras.

3. Todos ajoelhados, primeiramente em oração silenciosa e reflexão, se unem depois em uma confissão pública:

“Pai celestial, Nos amastes com um amor eterno, mas temos seguidos nossos próprios caminhos e transgredido suas Leis. Lamentamos por nossos pecados e nos afastamos deles.

Pelo Teu Filho que morreu por nós perdoa-nos, purifica-nos e transforma-nos.

Pelo Teu Espírito Santo, permita-nos viver para Ti e agradar-Te mais e mais, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém”.

O Ministro, de pé, diz:

“Deus tem prometido em Sua Santa Palavra que quando confessamos nossos pecados, Ele nos perdoa e nos limpa de todos as nossas iniquidades.

Damos graças a Deus.

4. Abre-se oportunidade para testemunhos ou entrevistas de edificação, todos estão convidados a compartilhar sua fé pessoal em Cristo.

5. Oração espontânea.

6. As Leituras Bíblicas são feitas, na seguinte ordem: uma do Antigo Testamento e uma do Novo Testamento, de acordo com o Lecionário.

Page 3: Oração Comum 16 Dez 2012 - Boletim Liturgico

O Leitor, ao fim do texto, dirá:

“Palavra do Senhor!”

“Damos graças a Deus!”

7. O CREDO APOSTÓLICO:

“Creio em Deus Pai Todo- poderoso, Criador do céu e da terra; E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição do corpo, na vida eterna. Amém”.

8. Mais um Hino pode ser entoado.

9. SERMÃO.

10. A Oração do Senhor:

Pai Nosso que estás nos céus. Santificado seja o Teu Nome! Venha o Teu Reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal. Pois teu é o Reino, o poder e a Glória para sempre. Amém”.

11. Despedida e Envio.

Page 4: Oração Comum 16 Dez 2012 - Boletim Liturgico

Advento: Um Tempo de Espera!Por Bispo Josep Rossello,

moderador da Igreja Anglicana Reformada

Origem

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV na Gália (atual França) e na Espanha tinha caráter ascético com jejum abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma. Este caráter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania. Somente depois, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante 5 domingos.

Só após a reforma litúrgica é que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas. A igreja cristã entendeu que não podia celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.

Teologia do Advento

O Advento recorda a dimensão histórica da salvação, evidencia a dimensão escatológica da esperança e nos insere no caráter missionário da vinda de Cristo. Ao serem aprofundados os textos bíblicos desse tempo, constata-se na história da humanidade o mistério da vinda do Senhor. Jesus que de fato se encarna e se torna presença salvífica na história, confirmando a promessa e a aliança feita ao povo de Israel. Deus que, ao se fazer carne, plenifica o tempo (Gl 4,4) e torna presente o Reino (Mc 1,15) . O Advento recorda também o Deus da revelação, Aquele que é, que era e que vem (Ap 1, 4-8), que está sempre realizando a salvação mas cuja consumação se cumprirá no "dia do Senhor", no final dos tempos. O caráter missionário do Advento se manifesta na Igreja pelo anúncio do Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação gloriosa de Cristo. A figura de João Batista é um exemplo concreto da missão de cada cristão, quer preparando o caminho do Senhor, quer levando o Cristo ao irmão para o santificar. Não se pode esquecer que toda a humanidade e a criação vivem em clima de advento, de ansiosa espera da realidade cada vez mais visível do Reino de Deus.

A celebração do Advento é, portanto, um meio precioso e indispensável para nos ensinar sobre o mistério da salvação e assim termos a Jesus como referencia e fundamento, dispondo-nos a "perder" a vida em favor do anúncio e instalação do Reino.

GOSTOU? Leia o estudo completo no portal Lecionário Cristão,

mantido pelo bispo diocesano Josep Rossello,

http://lecionarioanglicano.blogspot.com.br.