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1 ORAÇÃO E BATALHA W.Nee Toda oração deve ser espiritual. Orações não espirituais não são genuínas e não podem produzir nenhum resultado positivo. Que abundante sucesso espiritual haveria, se cada oração oferecida pelos crentes na terra fosse espiritual! Mas o triste fato é que as orações carnais são por demais numerosas. A vontade própria nelas encontrada os priva de frutificação espiritual. Hoje em dia os cristãos parecem tratar a oração como um meio para alcançar seus alvos e propósitos. Se possuíssem entendimento um pouco mais profundo, reconheceriam que a oração é apenas o homem declarando a Deus aquilo que é a vontade de Deus. A carne, não importa onde se manifeste, deve ser crucificada; não há permissão para ela nem mesmo na oração. A mistura da vontade do homem com a vontade de Deus não é possível, pois Ele rejeita o melhor das intenções humanas e as mais úteis das perspectivas do homem. Não é a vontade de Deus seguir aquilo que o homem iniciou. Além de seguir a direção de Deus, não temos direito algum de dirigí-Lo. Não temos capacidade para oferecer, mas temos para obedecer à direção de Deus. Deus não fará obra alguma cuja origem esteja no homem, a despeito do quanto o homem possa orar. Ele condena tal oração como sendo carnal. Quando os crentes entram na verdadeira esfera do espírito, imediatamente eles vêem quão vazios são em si mesmos, pois absolutamente nada neles pode comunicar vida aos outros ou trazer ruína ao inimigo. Só então contarão instintivamente com Deus. Aí a oração se torna imperativa. A verdadeira oração revela o vazio naquele que pede, mas também a plenitude naquele a Quem se pede. A menos que a carne tenha sido reduzida a um "vácuo" pela cruz, qual é a utilidade da oração e o que pode ela significar? A oração espiritual não procede da carne, nem do pensamento, desejo ou decisão do crente; pelo contrário, ela resulta puramente daquilo que é oferecido segundo a vontade de Deus. Ela é feita no espírito, isto é, a oração espiritual é feita depois que alguém discerne a vontade de Deus em sua intuição. A Bíblia é insistente numa ordem: "orar todo o tempo no espírito" (Ef.6:18). Se não estivermos orando desse modo, devemos estar orando na carne. Não devemos abrir nossas bocas apressadamente ao nos aproximarmos de Deus. Pelo contrário, devemos primeiro pedir a Deus para nos mostrar pelo que orar e como orar, antes de fazermos conhecidos nossos pedidos a Ele. Não temos consumido muito tempo no passado pedindo aquilo que queríamos? Por que não pedir aquilo que Deus quer? Não o que queremos, mas aquilo que Ele quer. Se este for o caso, nenhuma provisão será feita para dar lugar à carne aqui. É necessário um homem espiritual para oferecer verdadeira oração. Todas as orações espirituais têm sua fonte em Deus. Deus nos torna conhecedores daquilo que devemos pedir em oração, revelando a nós a necessidade e fazendo com que aquela necessidade seja um encargo em nosso espírito intuitivo. Somente um encargo intuitivo constitui-se numa chamada para orarmos. Entretanto, como temos feito pouco caso das delicadas indicações na intuição através do descuido. Nossa oração nunca deve exceder o encargo em nossa intuição. Orações que não são iniciadas ou respondidas no espírito têm sua origem no próprio crente. São, portanto, da carne. A fim de que sua oração não seja carnal e sim eficaz no território espiritual, o filho de Deus deve confessar sua fraqueza com respeito a não saber orar (Rm.8:26), e pedir ao Espírito Santo que o ensine. Em seguida, deve orar conforme Sua instrução. Deus nos dá expressão para orar, assim como Ele nos dá expressão para pregar. Os dois se igualam. Reconhecendo nossa total fraqueza, somos capacitados a depender do mover do Espírito Santo em nosso espírito, para expressarmos Sua oração. Quão vazia é a obra feita pela carne; quão infrutífera é igualmente, a oração que é oferecida na carne. Não devemos orar apenas com o espírito; devemos "orar com a mente também"(ICo.14:15). Ao orar, estes dois devem estar juntos. 0 crente recebe em seu espírito o que ele precisa orar e entende em sua mente o que recebeu. 0 espírito aceita o encargo da oração, enquanto que a mente formula este encargo em palavras de oração. Só desse modo é a oração do crente aperfeiçoada. Quão freqüentemente o crente ora de acordo com o pensamento em sua mente, sem possuir qualquer revelação em seu espírito. Ele se torna a origem da oração. Porém, a verdadeira oração deve ter origem no trono de Deus. Inicialmente ela é sentida no espírito da pessoa, depois é entendida por sua mente e finalmente proferida através do poder do Espírito. 0 espírito do homem e a oração são inseparáveis. A fim de poder orar com o espírito o cristão deve aprender, primeiro a andar segundo o espírito. Ninguém pode orar com seu espírito se

Oração e Batalha

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ORAÇÃO E BATALHA W.Nee

Toda oração deve ser espiritual. Orações não espirituais não são genuínas e não podem produzir nenhum resultado positivo. Que abundante sucesso espiritual haveria, se cada oração oferecida pelos crentes na terra fosse espiritual! Mas o triste fato é que as orações carnais são por demais numerosas. A vontade própria nelas encontrada os priva de frutificação espiritual. Hoje em dia os cristãos parecem tratar a oração como um meio para alcançar seus alvos e propósitos. Se possuíssem entendimento um pouco mais profundo, reconheceriam que a oração é apenas o homem declarando a Deus aquilo que é a vontade de Deus. A carne, não importa onde se manifeste, deve ser crucificada; não há permissão para ela nem mesmo na oração. A mistura da vontade do homem com a vontade de Deus não é possível, pois Ele rejeita o melhor das intenções humanas e as mais úteis das perspectivas do homem. Não é a vontade de Deus seguir aquilo que o homem iniciou. Além de seguir a direção de Deus, não temos direito algum de dirigí-Lo. Não temos capacidade para oferecer, mas temos para obedecer à direção de Deus. Deus não fará obra alguma cuja origem esteja no homem, a despeito do quanto o homem possa orar. Ele condena tal oração como sendo carnal. Quando os crentes entram na verdadeira esfera do espírito, imediatamente eles vêem quão vazios são em si mesmos, pois absolutamente nada neles pode comunicar vida aos outros ou trazer ruína ao inimigo. Só então contarão instintivamente com Deus. Aí a oração se torna imperativa. A verdadeira oração revela o vazio naquele que pede, mas também a plenitude naquele a Quem se pede. A menos que a carne tenha sido reduzida a um "vácuo" pela cruz, qual é a utilidade da oração e o que pode ela significar? A oração espiritual não procede da carne, nem do pensamento, desejo ou decisão do crente; pelo contrário, ela resulta puramente daquilo que é oferecido segundo a vontade de Deus. Ela é feita no espírito, isto é, a oração espiritual é feita depois que alguém discerne a vontade de Deus em sua intuição. A Bíblia é insistente numa ordem: "orar todo o tempo no espírito" (Ef.6:18). Se não estivermos orando desse modo, devemos estar orando na carne. Não devemos abrir nossas bocas apressadamente ao nos aproximarmos de Deus. Pelo contrário, devemos primeiro pedir a Deus para nos mostrar

pelo que orar e como orar, antes de fazermos conhecidos nossos pedidos a Ele. Não temos consumido muito tempo no passado pedindo aquilo que queríamos? Por que não pedir aquilo que Deus quer? Não o que queremos, mas aquilo que Ele quer. Se este for o caso, nenhuma provisão será feita para dar lugar à carne aqui. É necessário um homem espiritual para oferecer verdadeira oração. Todas as orações espirituais têm sua fonte em Deus. Deus nos torna conhecedores daquilo que devemos pedir em oração, revelando a nós a necessidade e fazendo com que aquela necessidade seja um encargo em nosso espírito intuitivo. Somente um encargo intuitivo constitui-se numa chamada para orarmos. Entretanto, como temos feito pouco caso das delicadas indicações na intuição através do descuido. Nossa oração nunca deve exceder o encargo em nossa intuição. Orações que não são iniciadas ou respondidas no espírito têm sua origem no próprio crente. São, portanto, da carne. A fim de que sua oração não seja carnal e sim eficaz no território espiritual, o filho de Deus deve confessar sua fraqueza com respeito a não saber orar (Rm.8:26), e pedir ao Espírito Santo que o ensine. Em seguida, deve orar conforme Sua instrução. Deus nos dá expressão para orar, assim como Ele nos dá expressão para pregar. Os dois se igualam. Reconhecendo nossa total fraqueza, somos capacitados a depender do mover do Espírito Santo em nosso espírito, para expressarmos Sua oração. Quão vazia é a obra feita pela carne; quão infrutífera é igualmente, a oração que é oferecida na carne. Não devemos orar apenas com o espírito; devemos "orar com a mente também"(ICo.14:15). Ao orar, estes dois devem estar juntos. 0 crente recebe em seu espírito o que ele precisa orar e entende em sua mente o que recebeu. 0 espírito aceita o encargo da oração, enquanto que a mente formula este encargo em palavras de oração. Só desse modo é a oração do crente aperfeiçoada. Quão freqüentemente o crente ora de acordo com o pensamento em sua mente, sem possuir qualquer revelação em seu espírito. Ele se torna a origem da oração. Porém, a verdadeira oração deve ter origem no trono de Deus. Inicialmente ela é sentida no espírito da pessoa, depois é entendida por sua mente e finalmente proferida através do poder do Espírito. 0 espírito do homem e a oração são inseparáveis. A fim de poder orar com o espírito o cristão deve aprender, primeiro a andar segundo o espírito. Ninguém pode orar com seu espírito se

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durante o dia ele anda segundo a carne. A condição da vida de oração de alguém não pode ser grandemente diferente da condição do seu caminhar diário. A condição espiritual de muitos freqüentemente os desqualifica para orar no espírito. A qualidade da oração do homem é determinada pela condição do seu viver. Como uma pessoa carnal poderia fazer oração espiritual? Não quer dizer também que uma pessoa espiritual faça orações espirituais, pois se não for vigilante cairá na carne do mesmo modo. Agora, se o homem espiritual orar freqüente-mente com seu espírito, sua própria ação de orar manterá seu espírito e mente continuamente afinados com Deus. A oração exercita o espírito, que por sua vez é fortalecido por meio de tal exercício. A negligência na oração seca o homem interior. Nada pode substituí-ia, nem mesmo a obra cristã. Muitos estão tão preocupados com a obra, que concedem pouco tempo à oração. Por isso não podem expelir demônios. A oração nos capacita interiormente a vencer o inimigo, e depois, exteriormente, a lidar com ele. Todos os que têm batalhado contra o inimigo sobre seus joelhos, o verão derrotado depois que se levantarem. 0 homem espiritual fica mais forte por meio de tais exercícios, porque se o crente ora freqüentemente com seu espírito, sua eficácia espiritual aumentará grandemente. Ele desenvol-verá sensibilidade aguda nas questões espirituais e será livrado de toda a estupidez espiritual. A necessidade atual do cristão espiritual é aprender, pela revelação de Deus em seu espírito, como detectar o ataque do inimigo e subseqüentemente desvendá-lo por meio da oração. Ele deve entender rapidamente qualquer movimento em seu espírito para poder alcançar imediatamente, por meio da oração, o que Deus deseja que ele realize. Oração é trabalho. As experiências de muitos filhos de Deus demonstram que ela realiza muito mais do que qualquer outro tipo de trabalho. A oração é conflito também, pois é uma das armas com as quais lutamos contra o inimigo (Ef.6:18). Por isso, só a oração no espírito é genuinamente eficaz. A oração no espírito é bastante produtiva no atacar ou resistir as ciladas do inimigo. Ela pode tanto destruir como edificar. Tudo o que provém do pecado e de Satanás ela destrói, mas tudo quanto pertence a Deus ela edifica. A oração é, portanto, um dos mais significativos instrumentos na obra e batalha espiritual. Sim, a obra e a batalha espiritual dependem da questão

da oração. Se a crente falha na oração, ele, na verdade, falha em tudo. BATALHA ESPIRITUAL

Falando de modo geral, um cristão que ainda não experimentou o batismo no Espírito Santo é bastante vago com respeito à realidade da esfera espiritual. Ele é como o servo de Eliseu, cujos olhos estavam fechados para aquela esfera. Pode receber instruções da Bíblia, todavia seu entendimento se limita à mente porque ainda carece de revelação em seu espírito. Mas depois de experimentar o batismo, sua intuição se torna sensivelmente aguda e ele descobre em seu espírito um mundo espiritual se descortinando diante dele. Pela experiência do batismo no Espírito Santo, ele toca não somente o poder sobrenatural de Deus, mas também, a própria Pessoa de Deus. Agora, é exatamente ali que a batalha espiritual começa. Este é o período quando o poder das trevas se disfarça como anjo de luz e até tenta imitar a Pessoa e a obra do Espírito Santo. É também o momento quando a intuição toma consciência de um território espiritual e da realidade de Satanás e seus espíritos malignos. 0 Senhor ensinou as Escrituras aos Apóstolos depois do Calvário; mas se conscientizaram da existência real de uma esfera espiritual depois do Pentecostes. 0 batismo no Espírito assinala o ponto da batalha espiritual. Uma vez que o crente entra em contato com a Pessoa de Deus por meio do batismo no Espírito Santo, ele tem então, seu espírito liberado. Agora ele sente a realidade das coisas e seres no território espiritual. Com tal conheci-mento (e lembremos que o conhecimento de um homem espiritual não vem a ele todo de uma vez; parte dele pode, e freqüentemente vem, através de muitas provas), ele se encontra com Satanás.- Somente os que são espirituais é que percebem a realidade do inimigo espiritual e assim se empenham na batalha (Ef.6:12). Tal batalha não é realizada com as armas da carne (2Co 10:4). Por ser um conflito espiritual, as armas também devem ser espirituais. É uma luta entre o espírito do homem e o do inimigo; é um combate de espírito contra espírito. Antes de alcançar tal período em seu andar espiritual, o filho de Deus não entende, nem pode se empenhar na batalha dos espíritos. Só depois do seu homem interior ser fortalecido pelo Espírito Santo, é que ele sabe como lutar com o adversário em seu espírito. Na medida em que avança espiritualmente, ele começa a

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descobrir a realidade de Satanás e seu reino e então lhe é dado o entendimento sobre como resistir e atacar o inimigo com seu espírito. As razões para tal conflito são muitas, sendo que a maior tática do inimigo é a do ataque e bloqueio. Satanás freqüentemente perturba as emoções dos corpos físicos dos crentes espirituais, bloqueia as obras dos que são espirituais ou perturba suas circunstâncias. A necessidade de se lutar por Deus forma outra razão para este conflito. Assim como Satanás conspira no ar e opera na terra contra Deus, assim Seu povo batalha com seu poder espiritual, destruindo as conspirações e planos do inimigo através de suas orações. Embora os santos não saibam algumas vezes com certeza qual é o esquema de Satanás nem o que ele está fazendo no momento, eles, não obstante, continuam apertando a luta sem afrouxar, pois compreendem quem é o seu antagonista. Além das duas explicações acima, o combate espiritual tem ainda outra causa para sua existência: a necessidade de ser livrado do engano de Satanás e a de livrar as almas enganadas. A despeito do fato de terem a intuição do seu espírito aguçada e sensível depois de serem batizados no Espírito Santo, os crentes podem, entretanto, cair no engano. Para evitar que sejam atirados nos ardis do adversário, eles precisam não apenas de sensibilidade espiritual, mas também de conhecimento espiritual. Se ignorarem o modo como o Espírito Santo conduz, poderão assumir uma posição passiva e se tornarem cativos do inimigo. 0 erro mais fácil dos cristãos cometerem neste momento é seguirem algum sentimento ou experiência irracional, do que a condução em seu homem interior. Uma vez batizados no Espírito Santo, eles entram na esfera sobrenatural. A menos que os crentes reconheçam sua própria fraqueza, isto é, quão incompetentes são em si mesmos para enfrentar o sobrenatural, eles serão enganados. 0 espírito do cristão pode ser influenciado por uma das duas forças: a do Espírito Santo ou a do espírito maligno. Comete um erro fatal aquele que pensa que seu espírito só pode ser controlado pelo Espírito Santo, mas não pelo espírito maligno. Saiba-se para sempre que à parte do Espírito que é de Deus, existe também "o espírito do mundo" (lCo.1:12), que na verdade é o inimigo espiritual de Efésios 6:12. Se o cristão não fechar seu espírito para resistir, o maligno poderá usurpar seu espírito por meio do engano e falsificação. Quando o filho de Deus se torna espiritual, ele fica sujeito à Influência do mundo

sobrenatural. Neste ponto é vital que ele conheça a diferença entre "espiritual" e "sobrenatural"; a confusão dos dois é a causa de muitos enganos. Experiências espirituais são aquelas que têm origem no espírito do crente, enquanto que as sobrenaturais podem não obrigatoriamente provir de lá. Elas podem vir dos sentimentos físicos ou da esfera da alma*. 0 crente não deve nunca interpretar uma experiência sobrenatural como sendo sempre uma experiência espiritual. Ele deve examinar suas experiências e determinar se elas entram através dos órgãos sensuais externos ou pelo espírito interior. Tudo o que emana do exterior, a despeito de quão sobrenatural seja, nunca é espiritual. Os santos do Senhor não devem receber tudo que é sobrenatural sem questionar, porque Satanás pode realizar ações sobrenaturais. Não importa a situação do sentimento durante o momento da experiência, nem de como o fenômeno aparece ou declara ser; os crentes devem investigar sua fonte. A ordem de 1 João 4:1 deve ser estritamente observada: "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo." As imitações do inimigo excedem em muito à expectativa do crente. Se o povo do Senhor se humilhar admitindo que o engano é possível, eles serão menos enganados. Por causa das imitações do inimigo, a batalha espiritual se torna inevitável. A menos que os soldados de Cristo saiam ao campo para enfrentar o inimigo com seus espíritos, ele virá a eles para sufocar sua força espiritual. No conflito o espírito do crente batalha contra o espírito maligno inimigo. Agora, se o cristão já estiver sendo enganado, então sua luta é para conquistar de novo sua liberdade; então ele luta para resgatar outros e impedir que o inimigo ataque. Ele toma a atitude positiva de subjugar o inimigo pela oposição a cada uma e a todas as obras e planos de Satanás.

Tais batalhas são pelejadas na força do espírito. Exige-se poder ali para fazer guerra. 0 cristão deve entender como lutar contra o agressor com seu espírito. De outro modo não pode descobrir como o inimigo atacará ou discernir como Deus o conduzirá na luta. Mas, se anda pelo espírito, ele aprende como orar incessantemente ali contra os poderes ímpios. E com cada conflito seu homem interior se torna muito mais forte. Ele chega a reconhecer que, pela aplicação da lei do espírito, ele pode vencer não somente o pecado, mas a Satanás também.

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Daquela parte das Escrituras na qual o Apóstolo toca no conflito espiritual, podemos fogo avaliar quão importante é a força em tal conflito. Antes de mencionar o problema da batalha espiritual (Ef.6:11-18), Paulo primeiro exorta seus leitores a se fortalecerem no Senhor e na força do seu poder" (v.1 0). Onde deveria estar esta força da qual ele fala? Ele diz no capítulo 3: fortalecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior" (v. 16). 0 homem interior é o centro; é o espírito do homem. E é exatamente ali onde os poderes das trevas atacam o homem. Ora, se o homem interior é fraco, tudo mais se torna fraco. Um espírito frágil produz temor no coração, e este, automaticamente, enfraquece a posição do crente no dia mal. 0 que ele precisa preeminentemente é de um espírito firme. A menos que ele entenda a natureza do conflito, o crente não é capaz de resistir em seu espírito contra os principados e potestades. Muitos cristãos acham seus espíritos leves e livres quando tudo é doce e iluminado; mas surgindo a guerra seus espíritos ficam perturbados, temerosos e preocupados, até que finalmente são submergidos. Eles não sabem porque são vencidos. 0 alvo de Satanás é a vitória, e, para tal fim, ele tenta remover os crentes da sua posição de ascensão, levando seus espíritos ao declínio a fim de que ele possa ascender. A posição é um fator principal na batalha. Quando o espírito do santo desmorona, ele perde sua posição celestial. Os cristãos devem, conseqüentemente, manter um espírito forte e não ceder nenhum terreno ao inimigo.

Depois de saber como seu homem interior é fortalecido com poder pelo Espírito Santo de Deus, o filho espiritual de Deus aprende a necessidade absoluta de vencer o inimigo. Seu homem interior fica mais vigoroso, à medida em que ataca o inimigo com oração e luta. Do mesmo modo que os músculos de um lutador desenvolvem no combate físico, assim acontece com a força do espírito do crente quando combate o adversário. 0 inimigo desfere um ataque a fim de deprimir o homem interior do crente e assim afligir sua alma. Se o filho de Deus chega a reconhecer os ardis do seu agressor, ele não cede em nenhum ponto; pelo contrário, ele resiste e sua alma emotiva será assim protegida. A resistência no homem interior força o inimigo a tomar a defensiva

A resistência é um dos elementos indispensáveis no combate espiritual. A melhor defesa é um ataque contínuo. Resista com a vontade e também com a força no espírito.

Oferecer oposição significa lutar para se manter livre do poder da opressão. 0 inimigo será derrotado se alguém decidir lutar pelo espírito. Mas se for permitido a ele atacar e não receber resistência em troca, então o espírito certamente ficará deprimido, definhará bastante e muitos dias serão necessários para que ele possa reconquistar sua ascendência. 0 espírito que não faz oposição ao inimigo é freqüentemente um espírito deprimido.

Como resistiremos? Com a Palavra de Deus que é a Espada do Espírito Santo. Quando o crente recebe a Palavra de Deus, ela se torna "espírito e vida" para ele. Por isso pode usá-la como sua arma de resistência. Um crente celestial sabe como usar a Palavra de Deus com vantagem para abater a mentira do inimigo. Agora mesmo uma batalha está se travando no mundo espiritual. Embora não vista pelos olhos da carne, ela é sentida e provada por aqueles que estão buscando o progresso celestial. Muitos que são enganados e amarrados pelo inimigo precisam ser libertados. Não há necessidade somente de libertação do pecado e da justiça própria; muitos que estão amarrados pela experiência sobrenatural também precisam de libertação. Devido à curiosidade e a perspectiva de sensações agradáveis, os cristãos alegremente dão as boas vindas a estes fenômenos sobrena-turais, não reconhecendo que eles apenas incham seu orgulho sem produzir qualquer resultado duradouro em termos de uma vida justa e santa ou de uma obra espiritual. Quando os espíritos malignos obtêm sucesso em seus enganos, eles ganham uma base no crente. Dessa base o inimigo gradativamente aumenta suas fronteiras até finalmente tornar o crente como alguém que anda na carne.

Obviamente aquele que está amarrado não pode libertar os outros. Só quando o crente é total e experimentalmente liberto dos poderes das trevas é que ele pode vencer o inimigo e resgatar outros. A incidência do perigo de engano aumenta em proporção ao número daqueles que experimentam o batismo no Espírito Santo. A necessidade hoje é de uma companhia de santos vencedores que sabem como guerrear, para a libertação daqueles que estão sob o engano do inimigo. A igreja de Deus será vencida se houver falta de membros que saibam como andar pelo espírito e como lutar com ele contra o inimigo! Que Deus possa levantar tais crentes!

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ALGO DO QUE SE GUARDAR NA BATALHA ESPIRITUAL

Cada estágio do caminhar do crente

possui seu perigo particular. A nova vida dentro de nós faz guerra constante contra tudo o que se opõe ao seu crescimento. Durante o estágio físico, é guerra contra os pecados; no estágio da alma é uma batalha contra a vida natural; no nível espiritual é um ataque contra o inimigo sobrenatural. Somente quando o cristão se torna espiritual é que o espírito maligno naquela esfera desfecha seus ataques contra seu espírito. Conseqüentemente, isto é chamado de batalha espiritual. É uma disputa entre espíritos e com o espírito. Tal fenômeno raramente acontece, se é que acontece, com crentes não espirituais. Não pense nem por um momento, entretanto, que quando alguém chega realmente ao platô espiritual ele esteja fora do alcance do conflito. A vida cristã é um combate sem fim no campo de batalha. Não há possibilidade do cristão descansar suas armas até que compareça diante do Senhor. Enquanto é carnal, ele enfrenta conflitos com a carne e seu perigo; quando é espiritual defronta-se com a batalha e seus perigos peculiares. Inicialmente há o conflito contra Amaleque no deserto, e, depois de entrar em Canaã, vem a luta contra as sete tribos de Canaã. 0 ataque de Satanás e suas hostes malignas contra o espírito do crente só é levantado depois que ele se torna espiritual.

Visto que o inimigo dá atenção particular ao espírito, quão necessário é que os crentes espirituais mantenham seu próprio espírito em seu estado normal e em freqüente exercício. Devem controlar com a máxima precaução todas as sensações do corpo e distinguir cuidadosa-mente todos os fenômenos naturais e sobrena-turais. Suas mentes devem ser mantidas perfeitamente calmas sem qualquer perturbação; os sentidos físicos devem ser mantidos também em equilíbrio tranqüilo sem agitação. Os cristãos espirituais devem exercitar sua vontade para recusar e se opor a qualquer falsidade e buscar seguir o homem interior com todo o seu coração. Se em qualquer tempo eles seguirem a alma ao invés do homem interior, já perderam terreno precioso na batalha espiritual. Além do mais, devem ser muito cuidadosos para guardarem seus espíritos de serem passivos nesta batalha.

Mencionamos antes que toda a nossa direção deve vir do homem interior; devemos esperar com nosso espírito pela direção do Espírito Santo. Tudo isso é fundamentalmente verdadeiro; entretanto, precisamos exercitar

extrema prudência aqui a fim de não cair em lamentável erro. Porque enquanto estamos esperando em nosso espírito que o Espírito Santo nos mova e guie, um perigo imediatamente se levanta: nosso espírito e todo o nosso ser pode cair num estado de passividade. Nada pode prover mais terreno para Satanás operar do que este estado de inércia. Por um lado não devemos fazer nada por nossa própria força, a não ser obedecer ao Espírito Santo; mas, por outro lado, precisamos ser vigilantes para não deixar que nosso espírito ou qualquer parte do nosso ser se torne mecânico e caia na inércia. Nosso homem Interior deve vitalmente governar todo o nosso ser e cooperar ativamente com o Espírito de Deus.

Quando nosso espírito cai na passividade, o Espírito Santo não tem como usá-lo. Isto porque sua operação numa vida humana é absolutamente diametral à de Satanás. 0 Espírito Santo requer que homem coopere ativamente com Ele. Ele deseja que o homem opere ativamente com ele, porque nunca quebra a personalidade do crente. Satanás, pelo contrário, exige uma parada total do homem a fim de que ele possa tomar a direção e fazer tudo no lugar do homem. Ele quer que o homem aceite sua obra passivamente. Satanás quer transformar o homem num autômato. Oh, como devemos nos guardar contra tudo aquilo que é extremo e nos guardar de todo mal entendido na doutrina espiritual. Não precisamos temer sermos radicais em obedecer ao Senhor; isto é certo. Nem precisamos nos guardar de sermos extremos na negação das obras da carne. Devemos ser mais vigilantes para não sermos conduzidos para nenhum extremo por meio de interpretação incorreta.

Dissemos antes, enfaticamente, que devemos buscar a obra de Deus, pois vãs são as coisas que pertencem ao homem e brotam dele. Dissemos que não existe qualquer valor senão naquilo que é feito pelo Espírito Santo através do nosso homem interior e que, portanto, devemos aguardar com nosso espírito pela revelação de Deus. Sim, isto que afirmamos é bem verdadeiro. Bendito é aquele que deseja seguir esta verdade. Não obstante, aqui jaz um dos mais graves perigos de todos: o de cair para um extremo por meio do entendimento errado. Incontáveis crentes confundem esta verdade que anunciamos como uma chamada para a inércia. Eles concebem a idéia de que suas mentes devem ser esvaziadas para o Espírito Santo pensar por eles; que sua emoção deve ser reprimida a fim que Ele coloque Sua afeição neles; e que sua vontade não

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deve tomar nenhuma decisão para que Ele possa decidir por eles erradamente. Entendem que devem aceitar sem perguntar qualquer coisa que venha a eles e que o espírito deles não deve cooperar ativamente com o Espírito Santo, mas deve aguardar passivamente pelo Seu mover. E então, havendo qualquer movimento, automáti-camente é entendido como sendo dEle.

Isto constitui um engano muito sério. É verdade que Deus quer destruir toda obra da nossa carne, mas Ele não deseja nunca destruir nossa personalidade. Ele não tem nenhum prazer em nos transformar em autômatos; pelo contrário, ele tem prazer em ter a nossa cooperação. Deus não deseja que sejamos pessoas vazias de pensamentos, sentimentos e decisões; Ele deseja que pensemos o que Ele pensa, sintamos o que Ele sente e desejemos o que Ele deseja. 0 Espírito Santo nunca nos substitui no pensar, no sentir e desejar; nós mesmos pensamos, sentimos e queremos, porém tudo segundo a vontade de Deus. Se nossa mente, emoção e vontade forem lançadas num estado de inatividade, no qual não mais somos ativo mas indolentes aguardando por uma força externa para nos ativar, então nosso espírito não pode escapar de ser também igualmente passivo. E assim, Satanás se beneficia grandemente quando não podemos exercitar nosso espírito, mas esperamos antes ser estimulados por alguma força exterior.

Uma diferença fundamental existe entre a obra do Espírito Santo e a do espírito maligno. 0 Espírito Santo move as pessoas a trabalharem elas mesmas, nunca pondo de lado a personalidade do homem; o espírito maligno exige que os homens estejam totalmente inativos a fim de que ele possa operar no lugar deles, reduzindo o espírito do homem a um robô. Por isso, um espírito passivo não só oferece condições ao maligno de funcionar, mas também amarra a mão do Espírito Santo, porque Ele não vai operar sem a cooperação do crente. Sob estas circunstâncias o poder maligno inevitavelmente tentará explorar a situação. Antes do cristão se tornar espiritual, ele não se depara com este perigo de contactar o poder satânico; mas tornando-se espiritual, o maligno atacará seu homem interior. 0 cristão carnal nunca experimenta esta passividade do espírito; somente o espiritual corre o perigo de desenvolver um espírito errado.

Devido ao conceito errado da destruição da carne, o filho de Deus pode permitir que seu homem interior afunde num estado de inércia. Isto concede ao maligno uma oportunidade de

imitar o Espírito Santo. Se os crentes esquecerem que tanto o inimigo quanto o Espírito Santo podem influenciar seus espíritos, involuntária-mente eles poderão aceitar qualquer mover no seu espírito como sendo do Espírito Santo e assim ceder terreno a Satanás que busca destruir o bem-estar moral, mental e físico do santo, levando-o a sofrer dores indescritíveis.

Isto é exatamente o que aconteceu com muitos que experimentaram o "batismo no Espírito Santo”. Eles não entendem que uma tal experiência necessariamente os introduz a um relacionamento mais íntimo com o mundo espiritual e os expõe à influência tanto do Espírito Santo quanto do espírito maligno. Enquanto estão experimentando um batismo no espírito, eles consideram todas as experiências sobrenaturais como sendo o batismo no Espírito Santo. Verdadeiramente foram batizados no espírito, mas a pergunta penetrante aqui é: em qual espírito foram batizados? No Espírito Santo ou no maligno? Ambos podem ser considerados como "batismo no espírito". Não reconhecendo que o Espírito Santo requer a cooperação dos seus espíritos e que Ele nunca quebra a personalidade deles, muitos santos deixam seu homem interior descer à passividade permitindo que alguma força exterior os inflame, confunda ou derrote. Eles, numa palavra, foram batizados no espírito maligno.

Alguns cristãos foram genuinamente batizados no Espírito Santo, todavia não sendo capazes de distinguir entre espírito e alma, são enganados depois. Por causa da sua experiência especial afirmam que, estando o Espírito Santo em pleno controle, não devem dar nenhum passo ativo e sim permanecerem completamente passivos. Desse modo seu homem interior é imerso numa inércia total. Satanás começa então a alimentá-lo com sensações agradáveis e exageradas, numerosas visões, sonhos e experiências sobrenaturais também. Eles as recebem todas como sendo do Espírito Santo, não reconhecendo que seu espírito inerte, atrai como um ímã estas experiências falsas. Se soubessem como distinguir o sensacional e sobrenatural daquilo que é espiritual, estes crentes teriam examinado estas experiências. Agora, por causa da falta de discernimento junto com um espírito passivo, eles se fixam mais e mais profundamente no engano do inimigo.

Na medida em que o espírito do crente se torna cada vez mais inativo, sua consciência segue o exemplo. Uma vez que sua consciência se torna passiva ele espera ser conduzido diretamente pelo Espírito Santo, seja pela voz ou

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pelos versículos da Escritura. Ele conclui que Ele não mais o conduzirá por sua consciência ou por decisões vindas da sua intuição; pelo contrário, será conduzido pelo caminho mais elevado. 0 Espírito Santo, imagina ele, falará diretamente a ele ou indiretamente através de alguns versos bíblicos. Deixando de empregar sua consciência e permitindo que ela fique inativa, o santo é enganado permitindo que Satanás se intrometa em seu caminhar diário. 0 Espírito Santo, entretanto, leal ao Seu Próprio princípio de operação, sempre Se absterá de tomar posse da consciência do homem e usá-la para ele. Somente Satanás é que aproveitará a ocasião para substituir a direção da consciência e intuição do crente por vozes sobrenaturais e outros enganos.

À medida em que a consciência se torna passiva e o espírito maligno supre sua direção, alguns cristãos começam a abaixar seu padrão moral, pensando que vivem segundo um princípio de vida mais elevado e assim, tratam questões imorais não tanto como sendo mais imorais. Cessam também de progredir na vida e na obra. Ao invés de exercitar seu poder intuitivo para detectar o pensamento do Espírito Santo ou usar sua consciência para discernir o certo e o errado, eles simplesmente seguem a voz sobrenatural que vem do exterior e os reduz a robôs. Estes cristãos confundem a voz sobrenatural pela voz de Deus. Eles desprezam seu raciocínio, sua consciência e o conselho de outras pessoas. Tornam-se as pessoas mais obstinadas do mundo; recusam-se a ouvir a qualquer um. Imaginam-se como obedecendo a uma lei de vida mais elevada do que o restante dos seus companheiros. Como se encaixam perfeitamente na descrição do Apóstolo: "cujas consciências estão cauterizadas" (ITm.4:2). Suas consciências carecem de convicção!

Resumindo: em nosso conflito espiritual devemos freqüentemente manter nosso homem interior num estado ativo, totalmente submisso ao Espírito Santo, mas não numa submissão passiva; senão seremos enganados pelo inimigo. Mesmo que o adversário não nos assalte, ainda ficaremos numa posição fechada se nosso espírito não for ativo e operante. Pois o inimigo teria chance de lacrar todas as saídas impedindo que nosso espírito opere, sirva e batalhe. Ele sofreria como se estivesse reprimido. Conseqüentemente, nosso homem interior deve ser ativo e expandido. Deve resistir a Satanás constante-mente, senão será atacado por todos os lados.

Outro princípio muito importante a ser aprendido na batalha espiritual é: devemos

atacar a Satanás incessantemente. Isto é para impedir que sejamos atacados. Quando o crente cruza o território espiritual, ele deve manter diariamente uma atitude de combate em seu espírito, orando também pela derrota de todas as obras de Satanás, realizadas através dos poderes malignos. Caso contrário, descobrirá seu espírito caído do céu, enfraquecido e débil, perdendo gradativamente seus sentidos e se tornando, no fim, difícil de ser detectado. A razão é que o homem interior do crente caiu para uma tal condição passiva, que deixou de lançar-se ao ataque. Assim o terreno é entregue ao inimigo, e dali ele assalta, cerca e tranca seu espírito. Mas se o cristão diariamente expande seu espírito e resiste continuamente ao inimigo, ele mantém seu espírito mobilizado. A cada dia que passa ele se forma mais e mais forte.

0 cristão deve ser livrado de todo conceito errado com respeito à vida espiritual. Freqüentemente ele supõe, antes de entrar na esfera espiritual, que se apenas pudesse ser tão espiritual quanto seu irmão, quão feliz ele seria! Ele visualiza a odisséia espiritual como um assunto muito feliz; e, por isso, espera passar seus dias em alegria perfeita. Pouco sabe ele que o oposto é a verdade. 0 caminho espiritual não dá nenhum prazer à pessoa; pelo contrário, é uma vida de luta diária. Remover o conflito de uma vida espiritual é torná-la não espiritual. A vida no espírito é um caminho de sofrimento, cheio de vigília e trabalho, sobrecarregada de fadiga, de prova e pontuada por abatimento e conflito. E uma vida derramada em sua totalidade para o reino de Deus e vivida em completo desprezo pela felicidade pessoal. Quando o cristão é carnal ele vive para si mesmo e para o seu próprio prazer "espiritual." De pouco e real valor é ele nas mãos de Deus. Somente quando ele morre para o pecado e para sua vida pessoal é que será usado por Deus.

Uma vida espiritual é de utilidade espiritual porque é vivida para desfechar ataque sobre ataque contra o inimigo espiritual de Deus. Devemos ser zelosos para Deus, atacando incansavelmente o inimigo e nunca permitindo que este nosso espírito, que é de muitíssima utilidade, mergulhe na passividade.

Capítulo 4 O homem espiritual

Volume dois Watchman Nee

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